Jaguatirica (Leopardus pardais)

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P R O J E T O D E C R I A Ç Ã O D E R E C I N T O E M A N E J O 
Giull ia Ribeiro Leite 
J A G U A T I R I C A 
(Leopardus pardalis )
J A G U A T I R I C A ( L e o p a r d u s p a r d a l i s )
U N I V E R S I D A D E D E C U I A B Á
Cuiabá, MT
2020
Projeto de criação de recinto e manejo
GIULLIA RIBEIRO LEITE
Jaguatirica (Leopardus pardalis) 
A jaguatirica (Leopardus pardalis) é um felino de porte médio, sendo
considerado o maior dos pequenos gatos pintados do continente
americano (Murray e Gardner, 1997).
Entre os felinos do continente, ela fica atrás apenas da onça-pintada e da
parda.
O comprimento do corpo varia entre 64 e 101,5 cm, cauda é
relativamente curta (30–44,5 cm) e o peso varia entre 7 a 16 kg.
A coloração é bastante variável, mas tende a apresentar manchas negras
formando rosetas que coalescem, formando as bandas longitudinais
laterias características da espécie (Oliveira & Cassaro 2005).
É de hábitos solitários com atividade predominantemente noturna (Di
Bitetti et al. 2006; Dillon & Kelly 2008; Kolowski & Alonso 2010; Maffei et
al. 2005). 
São territorialistas, o que leva a confrontos bastante intensos causando
mortes. 
Durante o dia, estão mais propensas à caça de aves. Dormem em ocos de
árvores ou em arbustos. Tem grande habilidade para subir em árvores,
saltar e nadar.
CARAC T E R Í S T I CAS
C O M P O R TAM E N T O
SOBRE A ESPÉC IE 
SOBRE A ESPÉCIE 
Jaguat ir ica (Leopardus pardal i s )
D i s t r i b u i ç ã o E
HAB I TAT
Espécie de felino encontrada apenas
no continente americano. Nos Estados
Unidos a espécie foi praticamente
extinta (Horne et al . 2009; de Oliveira
et al . 2010). Não existem registros
desta espécie nas áreas altas do Peru
ou em qualquer lugar do Chile
(Murray e Gardner, 1997). No Brasil
ocorre em todas as regiões, à exceção
do sul do Rio Grande do Sul (Oliveira
eCassaro, 1999). 
Vivem em florestas, campos, savanas e
regiões alagadas e parecem exigir
áreas de habitat com cobertura densa
(Di Bitetti et al . 2006; Dillon & Kelly
2008; Goulart et al . 2009; Horne et al .
2009; Jackson et al . 2005); Trolle &
Kery 2003; de Oliveira et al . 2010).
A jaguatirica é um felídeo solitário,
exceto na época de reprodução,
quando podem ser observados em casais,
ou quando as fêmeas estão com seus filhotes.
O período de gestação é de 70 a 85 dias, nascendo de 1 a 4 filhotes. O
intervalo entre ninhadas em ambiente natural é de dois anos.
Fêmeas podem aumentar seus esforços de caça em até 17 horas por
dia para alimentar seus filhotes, que começam a acompanhar a mãe
nas caçadas a partir de 4 a 6
semanas, passam a ingerir alimentos sólidos com cerca de 8 semanas
de idade. Eles são amamentados por até nove meses. Em vida livre as
jaguatiricas podem viver por dez anos ou mais, e em cativeiro
podem viver até os 20 anos. (Murray e Gardner, 1997).
R E P R O D U Ç Ã O
É classificado pela IUCN (União Internacional para a
Conservação da Natureza) como “pouco
preocupante” e pelo IBAMA, como ameaçado de
extinção.
A caça para o comércio de peles era a principal
ameaça às populações de jaguatirica, com a lei de
proibição à caça este comércio diminuiu e hoje as
principais ameaças são o desmatamento, a
fragmentação das florestas e o conseqüente
isolamento genético dessas populações (Crawshaw,
1995; Bianchi, 2001). A conservação desta espécie
tem importância econômica devido ao turismo
internacional, onde turistas mostram-se dispostos a
pagar para observar os animais em vida livre.
São carnívoros e se
alimentam,
principalmente, de
animais terrestres.
Suas presas podem variar
muito entre pequenos
roedores, peixes, gambás,
tatus, pacas, cutias, quatis,
C O N S E R VAÇ Ã O
a l i m e n t a ç ã o
TAXONOMIA
Classe
Ordem
Família
Gênero
Espécie
Mammalia
Carnivora
Felidae
Leopardus
Leopardus pardalis
coelhos, tamanduás, preguiças, macacos, morcegos,
jacarés, lagartos, cobras, tartarugas de água doce,
caranguejos, sapos, aves, frutas e até grama.
Foi demonstrado que presas pesam em média 700g. 
Jaguatirica (Leopardus pardalis) 
Um dos aspectos mais importantes para a manutenção de animais
silvestres em cativeiro é proporcionar uma dieta apropriada para um
crescimento saudável, o sucesso reprodutivo, a manutenção da saúde e o
aumento da longevidade, contribuindo desta forma para o bem estar
animal e na preservação e conservação das espécies.
Para uma estimativa de quantidade de alimento que deve ser calculada
pode-se utilizar o peso corpóreo ideal de uma jaguatirica ajustando o
consumo conforme a mudança de ECC (Escore de Condição Corporal).
A I M P O R T Ã N C IA DA N U T R I Ç Ã O
D I E TA E M CAT I V E I R O
SOBRE A ESPÉC IE 
MANEJO ALIMENTAR
Jaguat ir ica (Leopardus pardal i s )
Como possui hábitos crepusculares e noturnos, é recomendado fazer a
alimentação no final da tarde. Os jaguatiricas costumam se alimentar
uma vez ao dia e imediatamente depois que foi oferecido, devido ao
instinto de sobrevivência preservado da espécie. Na natureza não há
possibilidade de fazer várias refeições durante o dia. Em vida livre
esses animais passam longos períodos sem se alimentar até ter a
oportunidade de caçar uma presa. 
ENERGIA
(KCAL /G )O P Ç Õ E S D E AL I M E N T O S 
4 ,60
4 ,93
4 ,90
780KCAL/DIA
Analisar % de proteína, cálcio e fósforo
FRANGO INTEIRO
RATO ADULTO
MÚSCULO BOVINO
Optar por presas
inteiras, pois
possuem ótima
relação cálcio-
fósforo e são
nutricionalmente
mais completos.
Carnes em geral são
pobres em minerais,
necessitando de
suplementação 
Frango com capim Rato adulto
Importante oferecer algum tipo de capim (não tóxico), vai agir como uma
espécie de limpeza do trato digestório. 
Devido a pequena capacidade gástrica da jaguatirica, não é aconselhável
longos jejuns.
Os alimentos podem ser ofertados como enriquecimento ambiental,
possibilitando expressão de comportamentos naturais.
O enriquecimento ambiental como estratégia do bem-estar animal para
melhorar a vida animal. 
Atividades que possibilitem desafios e a expressão de comportamentos
naturais dos animais, proporcionando experiências positivas e bem-estar.
Reduzindo comportamentos estereotipados e estresse.
Jaguatirica (Leopardus pardalis) 
SOBRE A ESPÉC IE 
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
Jaguat ir ica (Leopardus pardal i s )
Oferecer ao animal a capacidade de escolha.
Alguns pontos importantes para aplicar EA:
• Conhecer a espécie; 
• Considerar as particularidades individuais dos animais; 
• Validar o EA com o técnico responsável pelo setor;
• Sempre acompanhe as atividades. É importante identificar se há ou não
interação e se a interação pode ser perigosa para o animal. Se for, retire
imediatamente! 
ENRIQUECIMENTO ALIMENTAR
I D E IAS D E EA 
CAIXA SURPRESA CAIXA DE PAPELÃO COM ALGUM
CONTEÚDO (PALHA) E ALIMENTO
VARAL DE ISCA CORDA AMARRADA EM VARAL COM
ALIMENTO
TRILHA DE ODORES
FOLHAS E CAPIM NO RECINTO COM
ESSÊNCIAS DE CANELA , LIMÃO E CRAVO-
DAÍNDIA , GOTAS DE SANGUE OU
PEDAÇOS DE CARNE .
END DATE
ARRANHADOR
FEITO DE CORDA ESPESSA DE SISAL
ENROLADA EM TRONCO .
SERVINDO PARA O ANIMAL ARRANHAR ,
ASSOCIADO COM CRAVO-DA-ÍNDIA .
ENRIQUECIMENTO SENSORIAL
ENRIQUECIMENTO F ÍS ICO
P r o j e t o d e r e c i n t o
JAGUATIR ICA (Leopardus pardalis)
Corredor e área de cambiamento
I T E N S P A R A AM B I E N T A Ç Ã O D E R E C I N T O
- Localização do recinto
- Densidade ocupacional 
- Insolação/sombreamento
- Abrigo
- Ponto de fuga
- Vegetação
- Poleiros
- Piso e substrato
- Cocho de alimentação/bebedouro de água
- Área de descanso
- Piscina, tanque, lãmina d’água
Dimensões mínimas de área de exposição para manutenção de dois
indivíduos: 30m² e altura mínima de 3m.
Para facilitar o manejo é necessário dois cambiamentos, um solário (para
abrigar as fêmeas com filhotes) e um corredor de segurança.
O distanciamento do público deve ser, no mínimo, de 2 m. Ao redor do
recintopode se plantar vegetação para proporcionar uma barreira física ao
visitante. A menor face do recinto pode ficar voltada para a visitação,
oferecendo maior privacidade aos animais.
R e q u i s i t o s p a r a o r e c i n t o
EA de isca
Piscina 
EA com peixes
Piscina 
Arranhador
Bebedouro elevado
Poleiros e plataforma
Cambiamento
GIULL IA RIBEIRO LEITE
Piscina 
Arranhador
In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens:
Medicina Veterinária. 2. ed. São Paulo: Editora GEN/Roca, 2014.
Cambiamento
GIULL IA RIBEIRO LEITE
REFERÊNCIAS
LINKS
http://procarnivoros.org.br/animais/jaguatirica-leopardus-pardalis/
http://www.zoo.df.gov.br/jaguatirica/
https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/fauna-
brasileira/avaliacao-do-risco/carnivoros/jaguatirica_leopardus_pardalis.pdf
https://oncafari.org/especie_fauna/jaguatirica/
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/40291/3/2018_tcc_masilva.pdf
LIVROS