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Manejo do paciente pediátrico com TEA Maria Luiza Menezes Universidade Federal do Maranhão Liga Acadêmica de Odontopediatria "É um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades." Transtorno do Espectro Autista (TEA) Ministério da Saúde Os sintomas ocorrem em vários contextos e podem variar significativamente em termos de quão pronunciados são, por isso, em 2013, os transtornos de desenvolvimentos foram englobados em uma única nomeclatura, variando apenas em relação ao grau (leve, moderado e grave) Autismo ou TEA? O quebra-cabeça colorido retrata a complexidade do transtorno. 2 de Abril - Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Alterações comportamentais que se apresentam, geralmente, antes dos três anos de idade Padrão de comportamento limitado: dificuldade de convívio social, de contato físico e de aprendizagem Agitação e agressividade geradas por sobrecarga sensorial ou como tentativa de comunicação Hipersensibilidade à ruídos e luzes, podendo causar irritação ou fascinação Etiologia múltipla: interação de fatores genéticos e ambientais 01 02 03 04 05 Características Hábitos orais prejudicados Alta prevalência de cárie e Doença Periodontal Relacionadas à dieta cariogênica e dificuldade de escovação de pacientes especiais Uso de medicamentos a longo prazo Xerostomia, a hiperplasia gengival e a hipotonia muscular Bruxismo, empurrão da língua, morder a gengiva e morder os lábios Saúde bucal em crianças com TEA Barreira em relação ao tratamento odontológico O consultório odontológico, expressa um lugar de estímulo de ansiedade (luzes fortes e ruídos), além de possuir materiais de textura, gosto e aroma desconhecidos. Ansiedade dos pais Devido às dificuldades que encontram na prática diária Saúde bucal em crianças com TEA Qual a conduta correta frente a um paciente pediátrico com TEA? Abordagem familiar e reconhecimento da rotina do paciente com TEA Dessensibilização entre o paciente com TEA, seus familiares e a equipe odontológica (visita ao consultó́rio) Continuação da anamnese detalhada com a história do paciente: primeira avaliação da condição bucal e planejamento Avaliação individual dos casos para planejar as ferramentas que irão compor as posteriores visitas Avaliação individual da necessidade do uso de anestesia local 01 02 03 04 05 Conduta odontológica do paciente com TEA Aspectos básicos no planejamento tratamento odontológico: todos os materiais devem estar disponíveis quando o procedimento for iniciado Atenção especial às instruções pós-operatórias Dependendo do grau de comportamento mental, o tratamento odontológico de paciente autista em âmbito ambulatorial é viável Mudar os móveis de lugar no consultório pode desencadear crises É importante que o paciente seja atendido pelo mesmo profissional, no mesmo consultório com rotina pré- estabelecida 06 07 08 09 10 Conduta odontológica do paciente com TEA Existem técnicas, bá́sicas e avançadas, que têm o intuito de facilitar a conduta durante a consulta. é complexo devido às características comportamentais inerentes e ao desconhecimento da patologia pelo profissional Manejo odontológico de pacientes com TEA Técnicas básicas Processo de recompensar comportamentos aceitáveis ou desejados com elogios e expressões Esses comportamentos recompensados tendem a se repetir Reforço positivo Técnicas básicas Processo que visa desviar a atenção da criança Músicas, filmes e histórias Distração Técnicas básicas Permite a familiarização do paciente com o procedimento a ser realizado Técnica de “Dizer- mostrar-fazer” Apesar de sua grande eficácia em pacientes pediátricos, essa técnica tem sido indicado como pouco efetiva em pacientes com TEA, devido à limitação de atenção Óxido nitroso Técnicas avançadas Sedação endovenosa Anestesia geral Estabilização protetora Análise Aplicada ao Comportamento (ABA) Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Limitações (TEACCH) Estrutura física bem delimitada, com cada espaço para uma função; atividades com sequência e que as crianças saibam o que se exige delas, uso direto de apoio visual, como cartões e murais. Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS) Figuras são fixadas e numeradas individualmente, mostrando toda a rotina odontológica, o que facilita a aceitação e compreensão. Visa ensinar à criança habilidades que ela não possui, através da introdução destas habilidades por etapas. Modelos comportamentais que podem ser aplicados Ensino da escovação Manter contato visual com o paciente, facilitando a interação entre os dois e desenvolvendo a confiança Demonstrar a técnica de escovação em outra criança (irmão, amigo, primo) ou em algum brinquedo (boneco, urso de pelúcia), Apresentar a escovação por meio de músicas e histórias E-books Guia pŕático de higiene bucal para pessoas com transtorno do espectro autista - UFG, 2020 Higiene bucal para pessoas com TEA - USP, 2017 Saúde bucal das pessoas com autismo - Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, Governo do Pará. Ensino da escovação Referências AMARAL, Cristhiane Olivia Ferreira et al. Paciente autista: métodos e estratégias de condicionamento e adaptação para o atendimento odontológico. Archives of Oral Research, v. 8, n. 2, 2012. CARMO, Gessica Marinho do et al. Tratamento odontológico em pacientes com transtorno do espectro autista. Odontologia-Tubarão, 2019. VOLPATO, Solidê et al. Método educacional para autistas: reforço alternativo para o tratamento odontológico utilizando sistema de comunicação por figuras. Ação Odonto, v. 1, n. 1, p. 85-98, 2013.