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Disciplina: Operação em transportes turísticos aéreos e marítimos - Aula 4: Integração entre os transportes e o turismo

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Disciplina: Operação em transportes turísticos
aéreos e marítimos
Aula 4: Integração entre os transportes e o turismo
Apresentação
Nesta aula, será analisada a relação entre o setor de transportes e o turismo sob uma perspectiva histórica, e como ambas
atividades se interdependem até os dias de hoje e geram benefícios mútuos.
Também serão destacadas as modalidades de integrações entre ambas as atividades e como se diferenciar, com forte
ênfase nas alianças estratégicas entre as empresas aéreas. Esta abordagem é fundamental para a compreensão da
importância dos transportes para o desenvolvimento do turismo e a formação de um mercado global.
Bons estudos!
Objetivos
Identi�car a importância dos transportes para o desenvolvimento do turismo;
Reconhecer como ambas as atividades tem se integrado ao longo da história;
Identi�car as duas maneiras como se integram nos dias de hoje: verticalmente e horizontalmente;
Reconhecer o que são as alianças estratégicas e sua relevância para o setor aéreo.
A atividade turística e o transporte
Já vimos que os transportes se encontram intimamente ligados à atividade turística e isso se deve a um motivo simples e básico:
A necessidade de se realizar deslocamentos é inerente à
atividade turística e para que isso se torne possível é uma
condição obrigatória a presença de um modo de transporte
executando esta tarefa.
Observe abaixo, como é sintetizado o turismo:
Veja bem:
O turismo pode ser simplesmente compreendido como o resultado decorrente do �uxo de
pessoas (turistas) entre um núcleo emissor , para um núcleo receptor , e entre esses
núcleos, um modo de transporte viabilizando e mantendo este �uxo.
1 2
https://estacio.webaula.com.br/cursos/gon192/aula4.html
https://estacio.webaula.com.br/cursos/gon192/aula4.html
Essa ideia vem sendo debatida desde o século passado, quando, então, o turismo adquiriu caráter cientí�co e acadêmico, e é
interessante observar que a atuação dos transportes sobre a atividade turística está presente, mesmo que subentendidamente
em praticamente todas as de�nições e conceitos que lhes são atribuídos.
A primeira de�nição sobre turismo que se tem conhecimento foi publicada no dicionário Shorter Oxford English Dictionary, entre
1810 e 1811, segundo Dias (2005). Nessa publicação histórica, �zeram-se as seguintes referências à atividade:
1
Turismo
Teoria e prática de viajar, por prazer.
2
Turistas
Pessoa que faz uma ou mais excursões, especialmente
alguém que viaja por prazer, cultura, visitando vários lugares
por seus objetivos de interesse, paisagem etc.
As formas de compreender e classi�car o turismo
Com o surgimento da Escola de Berlim (entre 1919 a 1938), cresceu o interesse em se estudar o turismo no seu aspecto
econômico e sintetizá-lo através da adoção de métodos cientí�cos. Um de seus principais pensadores, Artur Bormann, o de�niu
como:

O conjunto de viagens cujo objetivo é o prazer, motivos comerciais ou profissionais ou
outros análogos, e durante as quais a ausência da residência habitual é temporária. Não
são turismo as viagens realizadas para deslocar-se o lugar de trabalho.
Ignarra (2003) oferece duas formas de se compreender e classi�car o turismo, seja pela amplitude das viagens:
1
Local
Quando ocorre entre municípios vizinhos.
2
Regional
Quando entre locais distantes entre 200 a 300 quilômetros.
3
Doméstico
Quando ocorre dentro do país de residência do turista.
4
Internacional
Quando ocorre entre países diferentes.
Ou, conforme a direção do �uxo de turistas:
Emissivo
Fluxo de saída de turistas que residem em uma
localidade.
Receptivo
Fluxo de entrada de turistas em um local.
Veja que em todas as de�nições, ou classi�cações, o emprego de termos como:
Viagem
Fluxo
Entrada e saída
Deslocar-se
Esses termos são bem regulares e nos remetem a presença de algum meio de transporte nesta tarefa.
A busca de sistematizar a atividade turística
O poder de in�uência do setor de transportes sobre a cadeia produtiva do turismo é destacado por praticamente todos os teóricos
que buscaram de alguma maneira sistematizar a atividade turística, enquanto um fenômeno socioeconômico em uma história
mais recente.
Entre eles, Ignarra (2003) e Dias (2005), que, sem suas publicações, contextualizam os transportes dentro de uma abordagem
multidisciplinar envolvendo todos os elementos, temas e disciplinas que compõem o turismo.
 Navio de cruzeiro | Fonte: Denis Belitsky / Shutterstock
A interdependência entre o turismo e os transportes
A interdependência entre o turismo e os transportes não se limita apenas à esfera teórica, pois na prática ambas as atividades
também sempre se mostraram diretamente ligadas uma à outra, desde a Antiguidade quando a humanidade ainda praticava o
turismo de maneira “empírica”.
O hábito de se deslocar por alguma razão econômica possui registros que datam de 4.000 A.C., quando os babilônios
conceberam a ideia do dinheiro e passaram a utilizá-lo enquanto transação comercial durante suas viagens e negócios, e o
substituía por transporte e alojamento.
Na verdade, os deslocamentos e as viagens sempre �zeram parte da vida do ser humano por se tratarem de verdadeiras
necessidades do homem quase sempre motivadas por:
Alimentação Negócios
Lazer Ocupação territorial
Administração pública
O �uxo de viagem é antigo por diferentes motivos
Na Grécia Antiga, já existiam �uxos de viajantes que se
deslocavam por diferentes motivos: religiosos, culturais e
esportivos, estes, especi�camente, ocorriam quando os gregos
se direcionavam para Olímpia, para participar ou assistir aos
Jogos Olímpicos, fazendo uso das estradas administradas
pelo Estado.
O auge do Império Romano, que se estendeu por uma vasta
região, exigiu longos deslocamentos a cavalos que percorriam,
às vezes, mais de 150 quilômetros por dia, com �nalidades
relacionadas ao lazer, o trabalho e a administração do Império,
atraídas pelo aumento do movimento de pessoas e carruagens
nas estradas romanas, neste momento também surgiram as
primeiras hospedagens para abrigar os viajantes.
Você já ouviu falar no ditado:
“Todos os caminhos levam a Roma”?
Pois bem, esta expressão remete-se aos tempos do vasto
e poderoso Império Romano, quando uma ampla rede de
estradas se expandiu a partir do coração do Império ao
interior, como uma maneira de integrá-los e facilitar a
administração, daí, rigorosamente, qualquer caminho que
o viajante utilizasse, obrigatoriamente iria terminar em
Roma.
A revolução industrial e o início do turismo de negócio
Centenas de anos mais tarde, mais precisamente no Século XVIII, a humanidade presenciou o nascimento da Revolução
Industrial, e dela, uma grandiosa mudança nas relações de trabalho onde a utilização de máquinas acelerou a produção e fez
emergir as primeiras grandes indústrias em substituição às atividades camponesas que predominaram na Europa durante
décadas.
Nesse momento estabeleceu-se também uma nova ordem social e econômica que culminou com o expressivo aumento da
riqueza, que, auxiliado pela invenção de trens a vapor estimularam principalmente as primeiras viagens o�ciais a trabalho (turismo
de negócios) – e este fenômeno foi inclusive explorado durante a festa de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
 Meninos e meninas trabalhando em uma indústria | Fonte: Everett Historical / Shutterstock
A transformação socioeconômica da Inglaterra de uma nação camponesa para um país industrial, estimulada pela Revolução
Industrial, foi tema da abertura dos Jogos Olímpicos de 2012.
Aproveitando-se dessas invenções e inovações, o inglês Thomas Cook deu início ao que vários autores chamam de “Era Moderna
do Turismo”, possibilitando que 570 pessoas participassem de um congresso, organizando a viagem a bordo de um trem.
Porém, foi no início do século XX que a atividade turística se massi�cou em todos os níveis:
Doméstico
Global
A ponto de ser considerada nos dias atuais como uma das principais  econômicas do mundo.
Você saberia dizer por quê?
Principalmente em função do processode evolução do setor dos transportes terrestres e aéreo nesse mesmo período, pois,
enquanto no início dos anos 1940 iniciou-se o processo de expansão rodoviária e da evolução tecnológica do setor ferroviário na
Europa, estimulando o turismo de curta e média distâncias, a construção de aeronaves cada vez maiores e mais rápidas
propiciaram o turismo em média e longa escalas, permitindo que hoje se acesse praticamente qualquer lugar do mundo em até
24 horas de viagem.
Evolução histórica do turismo
Acompanhe a tabela 1 e veja como ao longo das últimas décadas o turismo cresceu em todo o mundo, tanto no número de
viajantes quanto de receitas geradas:
Ano Milhões de turistas Receitas (em US$ milhões)
1965 112,9 11,6
1970 165,8 17,9
1980 286 105,3
1990 458,2 268,9
2000 697,2 477,9
Evolução histórica do turismo | Fonte: Adaptado de Ignarra (2003).
Os dados reforçam a simbiose entre os transportes e o turismo, pois, enquanto o turismo precisa de um meio de transporte para
fomentar demanda para seus atrativos, os empresários do setor de transportes precisam que as destinações mantenham
investimentos constantes na quali�cação do seu produto turístico de forma a também gerar demanda para sua atividade.
Lembra da aula 1?
Transportes possuem demanda derivada!
Ou seja:
Sem investimentos turísticos, sem turistas para a cidade e
sem passageiros para o avião por consequência!
O setor do turismo e os transportes se integram de duas formas
Vista toda a inter-relação da evolução histórica entre o turismo e os transportes, convém fazer a seguinte observação: passados
tantos séculos e ambas as indústrias permanecem até hoje altamente vinculadas uma à outra se retroalimentando de demanda e
receitas, Palhares (2002) aponta que atualmente o setor do turismo e os transportes se integram de duas formas:
Clique nos botões para ver as informações.
As integrações verticais ocorrem quando realizadas entre empresas de diferentes segmentos, como, empresas aéreas e
hotéis, locadoras de veículos, cruzeiros marítimos e restaurantes. Nas últimas décadas estes tipos de integrações se
tornaram muito comuns, Palhares (2002) explica que ela favorece a concentração de mercado e a diversi�cação de
produtos, e recorda alguns exemplos bem sucedidos no passado:
A integração entre a rede Le Meridién e a Air France permitia a seus clientes uma viagem de glamour à Cidade Luz, a
bordo do Concorde e com hospedagem no tradicional e luxuoso hotel Le Meirdién Etoile.
A Fundação Ruben Berta (FRB-PAR), holding que controlava o Grupo Varig, que entre outras empresas, incluía além da
própria Varig, a Rio Sul Linhas Aéreas, Nordeste Linhas Aéreas, Rede Tropical de Hotéis, Serviços Auxiliares de
Transportes Aéreos (SATA).
Um grande exemplo de verticalização no Brasil: viagens intercontinentais a bordo dos aviões da Varig, alimentadas
pelas linhas regionais da Rio Sul e hospedagem nos hotéis da Rede Tropical: pena que acabou.
Outros interessantes exemplos de verticalização entre os serviços de transportes e turismo referem-se aos programas
Fly and Drive, onde o passageiro ao adquirir um bilhete aéreo com determinada empresa é contemplado com
vantagens, e até mesmo gratuidades, no aluguel de veículo com a locadora parceira. Programas Fly and Drive são um
sucesso internacional.
No Brasil, já tivemos casos como Gol / Unidas e Avianca / Locaralpha: integração entre aéreo e terrestre, promovendo
oportunidades, a�nal, ao término de toda a viagem aérea você sempre precisará de um transporte sobre rodas.
Os Fly Cruises que envolvem viagens de ida à Europa de avião e retorno de navio, quando as empresas de cruzeiros
iniciam sua temporada no Hemisfério Norte, ou a ida de navio e retorno de avião, quando elas terminam.
Fly Cruise: Integração entre Royal Caribbean e TAP propicia a seus clientes uma viagem singular à Europa: mais uma
vantagem da verticalização aos passageiros.
Vertical 
As integrações horizontais ocorrem quando empresas de um mesmo segmento se reúnem. Esse tipo de prática se tornou
bastante comum nos últimos anos e tem ocorrido de forma bem intensa, envolvendo empresas de diferentes segmentos da
economia, logo, com o turismo e os transportes não poderia ser diferente.
Você então deve estar se perguntando: “Por que duas empresas de um mesmo setor se reuniriam, se, na prática, elas são
concorrentes.”
A integração entre a empresa aérea Air France e a rede de hotéis Le Meridién em 1972: Não é mesmo?
Bom, as integrações horizontais podem acontecer por motivos distintos e especí�cos, que podem variar de acordo com:
Estrutura e posicionamento de mercado: Nesse caso, as integrações funcionam como uma estratégia de expansão ou
manutenção de controle sobre um dado segmento e assim reduzir a pressão natural da concorrência em ambientes
altamente competitivos.
Conjunta econômica: Períodos de crise ou instabilidade econômica propiciam o agrupamento de empresas como uma
maneira de fortalecerem-se face aos riscos.
Características de demanda: Alianças permitem aumentar a capacidade produtiva e ampliar o raio de captação de
demanda através da oferta de um número maior de canais de distribuição do produto e diversi�cação da oferta.
Horizontal 
Aliança estratégica
Independente do motivo, uma aliança estratégica pode ser
compreendida como a união entre duas ou mais empresas de
um dado segmento com objetivos comuns, e este tipo de
união tem ocorrido na maioria dos casos como uma maneira
de duas ou um grupo de empresas se solidi�carem face à um
mercado altamente concorrido e competitivo.
Saiba mais
Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto “Aliança estratégica” <galeria/aula4/docs/alianca-estrategica.pdf> .
Atividade
Explique a interdependência entre turismo e transporte.
https://estacio.webaula.com.br/cursos/gon192/galeria/aula4/docs/alianca-estrategica.pdf
Notas
Emissor 1
De onde partem os turistas.
Receptor 2
Para onde se destinam.
Referências
Próxima aula
A regulamentação do transporte aéreo no Brasil e no mundo, e as principais políticas que nortearam este setor nas últimas
décadas;
As mais importantes convenções que até hoje regulam e orientam a aviação mundial;
A desregulamentação do transporte aéreo no Brasil e no mundo.
Explore mais
Acesse os sites:
Star Alliance <https://www.staralliance.com/en/home> ;
Oneworld <https://pt.oneworld.com/> ;
Skyteam <https://www.skyteam.com/pt-BR> .
https://www.staralliance.com/en/home
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https://www.skyteam.com/pt-BR