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Órgãos genitais internos masculinos

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GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
Órgãos genitais internos 
masculinos 
 
Os órgãos genitais internos masculinos incluem testículos, 
epidídimos, ductos deferentes, glândulas seminais, ductos 
ejaculatórios, próstata e glândulas bulbouretrais. Os 
testículos e epidídimos são considerados órgãos genitais 
internos de acordo com sua posição no desenvolvimento e 
homologia com os ovários femininos, que são internos. No 
entanto, em razão de sua posição externa pós-natal e por 
serem encontrados durante a dissecção da região inguinal 
da parede abdominal anterior, são apresentados junto com 
o abdome. 
 
DUCTO DEFERENTE 
 
O ducto deferente é a continuação do ducto do epidídimo. 
O ducto deferente: 
 Tem paredes musculares relativamente espessas e um 
lúmen muito pequeno, o que confere a ele firmeza 
semelhante à de um cordão 
 Começa na cauda do epidídimo, no polo inferior do 
testículo 
 Ascende posterior ao testículo, medial ao epidídimo 
 É o principal componente do funículo espermático 
 Penetra a parede abdominal anterior através do canal 
inguinal 
 Cruza sobre os vasos ilíacos externos e entra na pelve 
 Segue ao longo da parede lateral da pelve, onde se situa 
externamente ao peritônio parietal 
 Termina unindo-se ao ducto da glândula seminal para 
formar o ducto ejaculatório. 
Durante a parte pélvica de seu trajeto, o ducto deferente 
mantém contato direto com o peritônio; sem outra 
estrutura interposta entre eles. O ducto cruza 
superiormente ao ureter perto do ângulo posterolateral da 
bexiga urinária, seguindo entre o ureter e o peritônio da 
prega uretérica para chegar ao fundo da bexiga. A relação 
entre o ducto deferente e o ureter no homem é 
semelhante, embora tenha menor importância clínica, à 
relação entre a artéria uterina e o ureter na mulher. 
Posteriormente à bexiga urinária, o ducto deferente 
inicialmente situa-se acima da glândula seminal, depois 
desce medialmente ao ureter e à glândula. O ducto 
deferente aumenta para formar a ampola do ducto 
deferente antes de seu término. 
 
Irrigação arterial e drenagem venosa do 
ducto deferente. 
 
A pequena artéria do ducto deferente geralmente origina-
se de uma artéria vesical superior (às vezes inferior) e 
termina anastomosando-se com a artéria testicular, 
posteriormente ao testículo. As veias da maior parte do 
ducto drenam para a veia testicular, incluindo o plexo 
pampiniforme distal. Sua parte terminal drena para o plexo 
venoso vesical/prostático. 
 
GLÂNDULAS SEMINAIS 
 
Cada glândula seminal é uma estrutura alongada (tem 
cerca de 5 cm de comprimento, mas às vezes é bem mais 
curta) situada entre o fundo da bexiga e o reto. 
As glândulas seminais encontram-se em posição oblíqua 
superiormente à próstata e não armazenam 
espermatozoides (como dá a entender o termo “vesícula”). 
Secretam um líquido alcalino espesso com frutose (fonte 
de energia para os espermatozoides) e um agente 
coagulante que se mistura aos espermatozoides no seu 
trajeto para os ductos ejaculatórios e a uretra. 
 
Hemissecção da pelve e períneo masculinos (metade direita). 
Órgãos genitais: testículo, epidídimo, ducto deferente, ducto 
ejaculatório e pênis, com as estruturas glandulares acessórias 
(glândula seminal, próstata e glândula bulbouretral). 
O funículo espermático une o testículo à cavidade abdominal, e o 
testículo está situado externamente em uma bolsa 
musculocutânea, o escroto. 
 
Estruturas cruzando o ureter masculino no abdome e na pelve. 
Durante o desenvolvimento, à medida que o testículo desloca-se 
inferior e lateralmente em relação à sua posição original (medial 
ao local dos rins na parede abdominal posterior) até o canal 
GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
inguinal e depois o atravessa, o ureter é cruzado por vasos 
testiculares no abdome e pelo ducto deferente na pelve. Essa 
relação é mantida durante toda a vida. 
 
As extremidades superiores das glândulas seminais são 
recobertas por peritônio e situam-se posteriormente aos 
ureteres, onde são separadas do reto pelo peritônio da 
escavação retovesical. As extremidades inferiores das 
glândulas seminais estão intimamente relacionadas ao reto 
e são separadas dele apenas pelo septo retovesical. O 
ducto da glândula seminal une-se ao ducto deferente para 
formar o ducto ejaculatório. 
 
Irrigação arterial e drenagem venosa das 
glândulas seminais. 
 
As artérias para as glândulas seminais originam-se nas 
artérias vesical inferior e retal média. As veias 
acompanham as artérias e têm nomes semelhantes. 
 
DUCTOS EJACULATÓRIOS 
 
Os ductos ejaculatórios são tubos delgados que se 
originam pela união dos ductos das glândulas seminais com 
os ductos deferentes. Os ductos ejaculatórios 
(aproximadamente 2,5 cm de comprimento) originam-se 
perto do colo da bexiga e seguem juntos, 
anteroinferiormente, atravessando a parte posterior da 
próstata e ao longo das laterais do utrículo prostático. Os 
ductos ejaculatórios convergem para se abrir no colículo 
seminal por meio de pequenas aberturas semelhantes a 
fendas sobre a abertura do utrículo prostático, ou logo 
dentro da abertura. Embora os ductos ejaculatórios 
atravessem a parte glandular da próstata, as secreções 
prostáticas só se juntam ao líquido seminal quando os 
ductos ejaculatórios terminam na parte prostática da 
uretra. 
 
 
Face posterior das vísceras pélvicas masculinas e dissecção 
posterior da próstata. A. A parede posterior da pelve, o reto e o 
septo retovesical foram removidos. Os ligamentos umbilicais, 
como a bexiga urinária, estão inseridos na fáscia extraperitoneal 
ou subperitoneal (removidos em sua maior parte nessa 
dissecção). B. Os ductos ejaculatórios são formados pela fusão 
do ducto da glândula seminal com o ducto deferente. O utrículo 
prostático vestigial, geralmente observado como uma 
invaginação em vista anterior, aparece nesta dissecção posterior 
como uma evaginação situada entre os ductos ejaculatórios. 
 
Irrigação arterial e drenagem venosa dos 
ductos ejaculatórios. 
 
 As artérias do ducto deferente, em geral ramos das 
artérias vesicais superiores (mas muitas vezes das artérias 
vesicais inferiores), suprem os ductos ejaculatórios. As 
veias unem os plexos venosos prostático e vesical. 
 
Parte pélvica dos ureteres, bexiga urinária, glândulas seminais, 
parte terminal do ducto deferente e próstata. A glândula 
seminal esquerda e a ampola do ducto deferente são dissecadas 
e abertas. Parte da próstata também é retirada para expor o 
ducto ejaculatório. A membrana do períneo está entre os órgãos 
genitais externos e a parte profunda do períneo (recesso anterior 
da fossa isquioanal). É perfurada pela uretra, pelos ductos das 
glândulas bulbouretrais, pelas artérias dorsal e profunda do 
pênis, pelos nervos cavernosos e pelo nervo dorsal do pênis. 
 
 
 
 
 
GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
PRÓSTATA 
 
A próstata (com aproximadamente 3 cm de comprimento, 
4 cm de largura e 2 cm de profundidade anteroposterior 
[AP]) é a maior glândula acessória do sistema genital 
masculino. A próstata de consistência firme, do tamanho 
de uma noz, circunda a parte prostática da uretra. A parte 
glandular representa cerca de dois terços da próstata; o 
outro terço é fibromuscular. 
A cápsula fibrosa da próstata é densa e neurovascular, 
incorporando os plexos prostáticos de veias e nervos. Tudo 
isso é circundado pela fáscia visceral da pelve, que forma 
uma bainha prostática fibrosa que é fina anteriormente, 
contínua anterolateralmente com os ligamentos 
puboprostáticos, e densa posteriormente onde se funde ao 
septo retovesical. A próstata tem: 
 
 Uma base intimamente relacionada ao colo da 
bexiga 
 Um ápice que está em contato com a fáscia na face 
superior dos músculos esfíncter da uretra e transverso 
profundo do períneo 
 Uma face anterior muscular, cuja maioria das fibras 
musculares é transversal e forma um hemiesfíncter 
vertical, semelhante a uma depressão (rabdoesfíncter), 
que é parte domúsculo esfíncter da uretra. A face 
anterior é separada da sínfise púbica pela gordura 
retroperitoneal no espaço retropúbico 
 Uma face posterior relacionada com a ampola do reto 
 Faces inferolaterais relacionadas com o músculo 
levantador do ânus. 
 
A descrição tradicional da próstata inclui os lobos a seguir, 
embora não sejam bem distintos do ponto de vista 
anatômico: 
 O istmo da próstata situa-se anteriormente à uretra. É 
fibromuscular, e as fibras musculares representam a 
continuação superior do músculo esfíncter externo da 
uretra para o colo da bexiga, e contém pouco ou 
nenhum tecido glandular 
 Os lobos direito e esquerdo da próstata, separados 
anteriormente pelo istmo e posteriormente por um 
sulco longitudinal central e pouco profundo, podem ser 
subdivididos, cada um, para fins descritivos, em quatro 
lóbulos indistintos, definidos por sua relação com a 
uretra e os ductos ejaculatórios, e — embora menos 
visível — pelo arranjo dos ductos e tecido conjuntivo: 
 
o Um lóbulo inferoposterior situado posterior à uretra e 
inferior aos ductos ejaculatórios. Esse lóbulo constitui a 
face da próstata palpável ao exame retal digital 
o Um lóbulo inferolateral diretamente lateral à uretra, 
que forma a maior parte do lobo direito ou esquerdo 
o Um lóbulo superomedial, situado profundamente ao 
lóbulo inferoposterior, circundando o ducto ejaculatório 
ipsilateral 
o Um lóbulo anteromedial, situado profundamente ao 
lóbulo inferolateral, diretamente lateral à parte 
prostática proximal da uretra. 
 
Lóbulos e zonas da próstata mostrados por secção anatômica e 
ultrassonografia. A. Lóbulos mal demarcados mostrados em 
cortes anatômicos. B. O transdutor de ultrassom (US) foi inserido 
no reto para examinar a próstata localizada anteriormente. Os 
ductos das glândulas na zona periférica abrem-se nos seios 
prostáticos, enquanto os ductos das glândulas na zona central 
(interna) abrem-se nos seios prostáticos e no colículo seminal. 
 
Um lobo médio (mediano) dá origem a (3) e (4) anteriores. 
Essa região tende a sofrer hipertrofia induzida por 
hormônio na idade avançada, formando um lóbulo médio 
situado entre a uretra e os ductos ejaculatórios e próximo 
do colo da bexiga. 
Acredita-se que o aumento do lobo médio seja ao menos 
parcialmente responsável pela formação da úvula que 
pode se projetar para o óstio interno da uretra. 
Alguns médicos, principalmente urologistas e 
ultrassonografistas, dividem a próstata em zonas periférica 
e central (interna). A zona central é comparável ao lobo 
médio. 
Os ductos prostáticos (20 a 30) se abrem principalmente 
nos seios prostáticos, situados de cada lado do colículo 
seminal na parede posterior da parte prostática da uretra. 
O líquido prostático, fino e leitoso, representa 
aproximadamente 20% do volume do sêmen (uma mistura 
de secreções produzidas pelos testículos, glândulas 
seminais, próstata e glândulas bulbouretrais que constitui 
o veículo no qual os espermatozoides são transportados) e 
participa da ativação dos espermatozoides. 
 
 
 
 
 
GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
Irrigação arterial e drenagem venosa da 
próstata. 
 
As artérias prostáticas são principalmente ramos da artéria 
ilíaca interna, sobretudo as artérias vesicais inferiores, mas 
também as artérias pudenda interna e retal média. As 
veias se unem para formar um plexo ao redor das laterais e 
da base da próstata. Esse plexo venoso prostático, situado 
entre a cápsula fibrosa da próstata e a bainha prostática, 
drena para as veias ilíacas internas. O plexo venoso 
prostático é contínuo superiormente com o plexo venoso 
vesical e comunica-se posteriormente com o plexo venoso 
vertebral interno. 
 
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS 
 
As duas glândulas bulbouretrais (glândulas de Cowper), do 
tamanho de uma ervilha cada, situam-se 
posterolateralmente à parte membranácea da uretra, 
inseridas no músculo esfíncter externo da uretra. Os 
ductos das glândulas bulbouretrais atravessam a 
membrana do períneo com a parte membranácea da 
uretra e se abrem através de pequenas aberturas na região 
proximal da parte esponjosa da uretra no bulbo do pênis. 
Sua secreção mucosa entra na uretra durante a excitação 
sexual. 
 
INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS 
DA PELVE MASCULINA 
 
O ducto deferente, as glândulas seminais, os ductos 
ejaculatórios e a próstata são ricamente inervados por 
fibras nervosas simpáticas. As fibras simpáticas pré-
ganglionares originam-se de corpos celulares na coluna 
intermédia de células dos segmentos T12–L2 (ou L3) da 
medula espinal. Atravessam os gânglios paravertebrais dos 
troncos simpáticos para se tornarem componentes dos 
nervos esplâncnicos lombares (abdominopélvicos) e dos 
plexos hipogástricos e pélvicos. 
As fibras parassimpáticas pré-ganglionares dos segmentos 
S2 e S3 da medula espinal atravessam os nervos 
esplâncnicos pélvicos, que também se unem aos plexos 
hipogástricos/pélvicos inferiores. As sinapses com 
neurônios simpáticos e parassimpáticos pós-ganglionares 
ocorrem nos plexos, no trajeto para as vísceras pélvicas ou 
perto delas. Durante um orgasmo, o sistema simpático 
estimula a contração do músculo esfíncter interno da 
uretra para evitar a ejaculação retrógrada. 
Ao mesmo tempo, estimula contrações peristálticas 
rápidas do ducto deferente, e a contração e secreção 
associadas das glândulas seminais e da próstata que 
garantem o veículo (sêmen) e a força expulsiva para liberar 
os espermatozoides durante a ejaculação. A função da 
inervação parassimpática dos órgãos genitais internos é 
obscura. No entanto, as fibras parassimpáticas que 
atravessam o plexo nervoso prostático formam os nervos 
cavernosos que seguem até os corpos eréteis do pênis, 
responsáveis pela ereção peniana. 
 
ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS MASCULINOS 
Esterilização masculina 
 
O método comum de esterilização masculina é a 
deferentectomia, popularmente conhecido como 
vasectomia. 
Durante esse procedimento, parte do ducto deferente é 
ligada e/ou excisada por meio de uma incisão na parte 
superior do escroto. Portanto, o líquido ejaculado 
subsequentemente das glândulas seminais, próstata e 
glândulas bulbouretrais não contém espermatozóides. Os 
espermatozóides não expelidos degeneram no epidídimo e 
na parte proximal do ducto deferente. 
 
Na maioria das vezes, a reversão da vasectomia é bem-
sucedida em casos favoráveis (pacientes < 30 anos de 
idade e < 7 anos após a operação). As extremidades dos 
ductos deferentes seccionados são reunidas com o auxílio 
de um microscópio cirúrgico. 
 
Abscessos nas glândulas seminais 
 
Coleções localizadas de pus (abscessos) nas glândulas 
seminais podem se romper, permitindo a entrada de ♦ pus 
na cavidade peritoneal. As glândulas seminais podem ser 
palpadas durante um exame retal, sobretudo se estiverem 
aumentadas ou cheias. É mais fácil palpá-las quando a 
bexiga urinária está moderadamente cheia. Também 
podem ser massageadas para liberar suas secreções para 
exame microscópico a fim de detectar gonococos (os 
microrganismos causadores da gonorreia), por exemplo. 
 
Hipertrofia da próstata 
 
A próstata é de grande interesse médico porque o 
aumento ou hipertrofia prostática benigna (HPB) é comum 
após a meia-idade, afetando praticamente todos os 
homens que vivem por tempo suficiente. A próstata 
aumentada projetasse na bexiga urinária e impede a 
micção, pois distorce (comprime) a parte prostática da 
uretra. O lóbulo médio geralmente aumenta mais e obstrui 
o óstio interno da uretra. Quanto mais força a pessoa faz, 
GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
mais a massa prostática semelhante a uma válvula oclui a 
uretra. 
 
A HPB é uma causa comum de obstrução uretral, causando 
noctúria (necessidade de urinar durante a noite), disúria 
(dificuldade e/ou dor durante a micção) e urgência (desejo 
súbito de urinar). A HPB também aumenta o risco de 
infecções vesicais (cistite) e de lesão renal. 
 
A próstata é examinada à procura de aumento e tumores 
(massasfocais ou assimetria) por toque retal. A capacidade 
de palpar a próstata depende do enchimento da bexiga 
urinária. A bexiga urinária cheia oferece resistência, 
mantendo a glândula no lugar e facilitando sua palpação. A 
próstata maligna tem consistência dura e muitas vezes é 
irregular. 
 
Em estágios avançados, as células cancerosas 
metastatizam por vias linfáticas (inicialmente para os 
linfonodos ilíacos internos e sacrais e depois para os 
linfonodos distantes) e por vias venosas (através do plexo 
venoso vertebral interno, para vértebras e encéfalo). 
 
 
 
Graças à proximidade entre a próstata e a parte prostática 
da uretra, as obstruções podem ser aliviadas por 
endoscopia. O instrumento é introduzido por via 
transuretral, através do óstio externo e da parte esponjosa 
da uretra, até a sua parte prostática. Toda a próstata ou 
parte dela, ou apenas a parte hipertrofiada, é removida 
(ressecção transuretral da próstata; RTUP). Em casos mais 
graves, toda a próstata é removida junto com as glândulas 
seminais, os ductos ejaculatórios e as partes terminais dos 
ductos deferentes (prostatectomia radical). 
 
A RTUP e as técnicas aperfeiçoadas de cirurgia aberta 
tentam preservar os nervos e os vasos sanguíneos 
associados à cápsula da próstata que entram e saem do 
pênis, aumentando a possibilidade de os pacientes 
preservarem a função sexual após a cirurgia, além de 
restabelecerem o controle urinário normal. 
 
 
Órgãos genitais internos femininos 
 
Os órgãos genitais internos femininos incluem os ovários, 
as tubas uterinas, o útero e a vagina. 
 
OVÁRIOS 
 
Os ovários são gônadas femininas com formato e tamanho 
semelhantes aos de uma amêndoa, nos quais se 
desenvolvem os oócitos (gametas ou células germinativas 
femininas). Também são glândulas endócrinas que 
produzem hormônios sexuais. 
Cada ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal ou 
mesentério, o mesovário. O mesovário é uma subdivisão 
de um mesentério maior do útero, o ligamento largo. 
Nas mulheres pré-púberes, a cápsula de tecido conjuntivo 
(túnica albugínea do ovário) que forma a superfície do 
ovário é coberta por uma lâmina lisa de mesotélio 
ovariano ou epitélio superficial (germinativo), uma única 
camada de células cúbicas que confere à superfície uma 
aparência acinzentada, fosca, que contrasta com a 
superfície brilhante do mesovário peritoneal adjacente 
com o qual é contínua. Depois da puberdade, há fibrose e 
distorção progressiva do epitélio superficial ovariano, em 
razão da repetida ruptura de folículos ovarianos e 
liberação de oócitos durante a oocitação. A fibrose é 
menor em usuárias de contraceptivos orais. 
 
 
Órgãos genitais femininos internos. A. Amostra de dissecção 
isolada que consiste em ovários, tubas uterinas, útero e 
estruturas relacionadas. O ligamento largo do útero foi removido 
GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
no lado esquerdo. B. Este corte coronal mostra a estrutura 
interna dos órgãos genitais femininos. O epoóforo é uma coleção 
de túbulos rudimentares no mesossalpinge (mesentério da tuba 
uterina). O epoóforo e o apêndice vesicular são vestígios do 
mesonefro embrionário. 
 
 
Os vasos sanguíneos e linfáticos e os nervos ovarianos 
cruzam a margem da pelve, entrando e saindo da face 
súperolateral do ovário dentro de uma prega peritoneal, o 
ligamento suspensor do ovário, que se torna contínuo 
com o mesovário do ligamento largo. Medialmente no 
mesovário, um ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário 
ao útero. Consequentemente, os ovários costumam ser 
encontrados lateralmente entre o útero e a parede lateral 
da pelve durante um exame manual ou ultrassonográfico 
da pelve. O ligamento útero-ovárico é um remanescente 
da parte superior do gubernáculo ovariano do feto. O 
ligamento útero-ovárico une a extremidade proximal 
(uterina) do ovário ao ângulo lateral do útero, 
imediatamente inferior à entrada da tuba uterina. Como o 
ovário está suspenso na cavidade peritoneal e sua 
superfície não é coberta por peritônio, o oócito expelido na 
ovulação passa para a cavidade peritoneal. Entretanto, sua 
vida intraperitoneal é curta porque geralmente é 
aprisionado pelas fímbrias do infundíbulo da tuba uterina e 
conduzido para a ampola, onde pode ser fertilizado. 
 
TUBAS UTERINAS 
 
As tubas uterinas (trompas de Falópio) conduzem o oócito, 
que é liberado mensalmente de um ovário durante a vida 
fértil, da cavidade peritoneal periovariana para a cavidade 
uterina. Também é o local habitual de fertilização. As tubas 
estendemse lateralmente a partir dos cornos uterinos e se 
abrem na cavidade peritoneal perto dos ovários. 
As tubas uterinas (cerca de 10 cm de comprimento) estão 
em um mesentério estreito, a mesossalpinge, que forma 
as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos. 
Na disposição “ideal”, tipicamente mostrada pelas 
ilustrações, as tubas estendem-se simetricamente em 
direção posterolateral até as paredes laterais da pelve, 
onde se curvam anterior e superiormente aos ovários no 
ligamento largo em posição horizontal. Na realidade, 
observadas à ultrassonografia, muitas vezes as tubas estão 
dispostas assimetricamente e uma delas está em posição 
superior e até mesmo posterior em relação ao útero. 
As tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes, da 
região lateral para a medial: 
o Infundíbulo: a extremidade distal afunilada da tuba que 
se abre na cavidade peritoneal através do óstio 
abdominal. Os processos digitiformes da extremidade 
fimbriada do infundíbulo (fímbrias) abrem-se sobre a 
face medial do ovário; uma grande fímbria ovárica está 
fixada ao polo superior do ovário 
o Ampola: a parte mais larga e mais longa da tuba, que 
começa na extremidade medial do infundíbulo; a 
fertilização do ovócito geralmente ocorre na ampola 
o Istmo: a parte da tuba que tem parede espessa e entra 
no corno uterino 
o Parte uterina: o segmento intramural curto da tuba que 
atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio 
uterino, para a cavidade do útero no corno do útero. 
 
Irrigação arterial e drenagem venosa dos 
ovários e das tubas uterinas. 
 
As artérias ováricas originam-se da parte abdominal da 
aorta e descem ao longo da parede abdominal posterior. 
Na margem da pelve, cruzam sobre os vasos ilíacos 
externos e entram nos ligamentos suspensores, 
aproximando-se das faces laterais dos ovários e das tubas 
uterinas. Os ramos ascendentes das artérias uterinas 
(ramos das artérias ilíacas internas) seguem ao longo das 
faces laterais do útero e se aproximam das faces mediais 
dos ovários e tubas uterinas. Tanto a artéria ovárica 
quanto a artéria uterina ascendente terminam bifurcando-
se em ramos ováricos e tubários, que irrigam ovários e 
tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam-
se entre si, criando uma circulação colateral de origem 
abdominal e pélvica para ambas as estruturas. 
As veias que drenam o ovário formam um plexo venoso 
pampiniforme, semelhante a uma trepadeira, no 
ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina. As veias 
do plexo geralmente se fundem para formar uma única 
veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria 
ovárica. A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava 
inferior; a veia ovárica esquerda drena para a veia renal 
esquerda. As veias tubárias drenam para as veias ováricas 
e para o plexo venoso uterino (uterovaginal). 
 
Inervação dos ovários e das tubas uterinas. 
 
A inervação é derivada em parte do plexo ovárico, 
descendo com os vasos ováricos, e em parte do plexo 
uterino (pélvico). Os ovários e as tubas uterinas são 
intraperitoneais e, portanto, estão localizados acima da 
linha de dor pélvica. Assim, fibras de dor aferentes viscerais 
ascendem retrogradamente com as fibras simpáticas 
descendentes do plexo ovárico e dos nervos esplâncnicos 
lombares até os corpos celulares nos gânglios sensitivos 
dos nervos espinais T11–L1. As fibras reflexas aferentes 
viscerais seguem as fibras parassimpáticas 
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retrogradamente através dos plexos uterino (pélvico) e 
hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos até 
os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos 
espinais S2–S4. 
ÚTERO 
 
O útero é um órgão muscular oco, piriforme, com paredes 
espessas. O embrião e o feto se desenvolvem no útero. As 
paredes musculares adaptam-se ao crescimento do feto e 
garantem a força para sua expulsão durante o parto. O 
útero não grávido geralmente está localizado na pelve 
menor, com o corpo sobre a bexiga urinária e o colo entre 
a bexiga urinária e o reto. 
 
 
Vascularização e drenagem venosa do útero, da vagina e dos 
ovários. O ligamento largo do útero foi removido de cada lado 
para mostrar a anastomose dos ramos da artéria ovárica, 
originada na aorta, e da artéria uterina, originada na artéria ilíaca 
interna, que irrigam o ovário, a tuba uterina e o útero. As veias 
seguem um padrão semelhante, com fluxo contrário ao das 
artérias, mas são mais plexiformes, incluindo um plexo 
pampiniforme relacionado com o plexo ovárico e os plexos 
uterino e vaginal contínuos (coletivamente, o plexo 
uterovaginal). 
 
Inervação dos ovários e dos órgãos genitais internos femininos. 
Além das fibras autônomas (motoras viscerais), esses nervos 
conduzem fibras aferentes viscerais provenientes desses órgãos. 
A parte inferior da vagina não é mostrada porque recebe 
inervação somática. 
O útero é uma estrutura muito dinâmica, cujo tamanho e 
proporções modificam-se durante as várias fases da vida. 
Na mulher adulta, o útero geralmente encontra-se 
antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação 
ao eixo da vagina) e antefletido (fletido ou curvado 
anteriormente em relação ao colo, criando o ângulo de 
flexão), de modo que sua massa fica sobre a bexiga 
urinária. Sendo assim, quando a bexiga urinária está vazia, 
o útero tipicamente situa-se em um plano quase 
transversal. A posição do útero muda com o grau de 
enchimento da bexiga urinária e do reto, e também com a 
evolução da gravidez. Embora seu tamanho varie muito, o 
útero tem cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de 
largura e 2 cm de espessura e pesa cerca de 90 g. 
O útero pode ser dividido em duas partes principais: o 
corpo e o colo. 
O corpo do útero, que forma os dois terços superiores do 
órgão, inclui o fundo do útero, a parte arredondada 
situada superiormente aos óstios uterinos. O corpo está 
situado entre as lâminas do ligamento largo e é livremente 
móvel. Tem duas faces: anterior (relacionada com a bexiga 
urinária) e posterior (intestinal). O corpo do útero é 
separado do colo pelo istmo do útero, um segmento 
relativamente estreitado, com cerca de 1 cm de 
comprimento. 
 
Útero e vagina. A e B. A posição do útero é mostrada in situ (A) e 
isoladamente (B) em cortes medianos. A. Quando a bexiga 
urinária está vazia, o útero típico encontra-se antevertido e 
antefletido. B. As duas principais partes do útero, o corpo e o 
colo, são separadas pelo istmo. O conhecimento das outras 
subdivisões das partes principais é muito importante para 
descrever a localização dos tumores, os locais de fixação da 
placenta e avaliar as consequências. C mostra uma imagem 
ampliada da área delimitada em A. Observe em A e C que os 
eixos da uretra e da vagina são paralelos, e a uretra está aderida 
à parede anterior da vagina. A introdução do dedo enluvado na 
vagina ajuda a direcionar a inserção de um cateter na bexiga 
urinária através da uretra. D. Um corte transversal dos órgãos 
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pélvicos femininos inferiores quando penetram o assoalho 
pélvico através do hiato urogenital (a lacuna entre os lados 
direito e esquerdo do músculo levantador do ânus) mostra a 
disposição comum dos lumens não distendidos. 
 
O colo do útero é o terço inferior cilíndrico e relativamente 
estreito do útero, que tem comprimento aproximado de 
2,5 cm em uma mulher adulta não grávida. Para fins 
descritivos, é dividido em duas porções: uma porção 
supravaginal entre o istmo e a vagina, e uma porção 
vaginal, que se projeta para a parte superior da parede 
anterior da vagina. A porção vaginal arredondada circunda 
o óstio do útero e, por sua vez, é circundada por um 
recesso estreito, o fórnice da vagina. A porção 
supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente 
por tecido conjuntivo frouxo e do reto posteriormente pela 
escavação retouterina. 
A cavidade do útero, semelhante a uma fenda, tem cerca 
de 6 cm de comprimento do óstio uterino até a parede do 
fundo do útero. Os cornos do útero são as regiões 
superolaterais da cavidade do útero, onde penetram as 
tubas uterinas. A cavidade do útero continua inferiormente 
como o canal do colo do útero. O canal fusiforme estende-
se de um estreitamento no interior do istmo do corpo do 
útero, o óstio anatômico interno, atravessa as porções 
supravaginal e vaginal do colo, comunicando-se com o 
lúmen da vagina através do óstio uterino. A cavidade do 
útero (em particular, o canal do colo do útero) e o lúmen 
da vagina juntos constituem o canal de parto que o feto 
atravessa ao fim da gestação. 
 
Imagem das vísceras pélvicas femininas. A. Como o útero é 
quase horizontal quando está antevertido e antefletido sobre a 
bexiga urinária, a maior parte do corpo, inclusive o fundo, 
aparece neste corte de TC transversal. (Cortesia do Dr. Donald R. 
Cahill, Department of Anatomy, Mayo Medical School, 
Rochester, MN.) B. Há retroversão e retroflexão temporárias 
quando a bexiga urinária completamente distendida causa 
retroversão temporária do útero e diminui seu ângulo de flexão. 
 
A parede do corpo do útero é formada por três camadas 
ou lâminas: 
 Perimétrio — a serosa ou revestimento seroso externo 
— consiste em peritônio sustentado por uma fina 
lâmina de tecido conjuntivo 
 Miométrio — a camada média de músculo liso — é 
muito distendido (mais extenso, porém muito mais fino) 
durante a gravidez. Os principais ramos dos vasos 
sanguíneos e nervos do útero estão localizados nessa 
camada. Durante o parto, a contração do miométrio é 
estimulada hormonalmente a intervalos cada vez 
menores para dilatar o óstio do colo do útero e expelir 
o feto e a placenta. Durante a menstruação, as 
contrações do miométrio podem causar cólica 
 Endométrio — a camada mucosa interna — está 
firmemente aderido ao miométrio subjacente. O 
endométrio participa ativamente do ciclo menstrual, 
sofrendo modificações de sua estrutura a cada estágio 
do ciclo. 
 Se houver concepção, o blastocisto implanta-se nessa 
camada; se não houver concepção, a face interna dessa 
camada é eliminada durante a menstruação. 
A quantidade de tecido muscular no colo do útero é bem 
menor do que no corpo. O colo do útero é, em sua maior 
parte, fibroso e consiste principalmente em colágeno com 
uma pequena quantidade de músculo liso e elastina. 
 
Ligamentos do útero. 
 
Externamente, o ligamento útero-ovárico fixa-se ao útero 
posteroinferiormente à junção uterotubária. O ligamento 
redondo do útero fixa-se anteroinferiormente a essa 
junção. Esses dois ligamentos são vestígios do gubernáculo 
ovárico, relacionados com a mudança de posição da 
gônada de sua posição embrionária sobre a parede 
abdominal posterior. 
O ligamento largo do útero é uma dupla lâmina de 
peritônio (mesentério) que se estende das laterais do 
útero até as paredes laterais e o assoalho da pelve. Esse 
ligamento ajuda a manter o útero em posição. As duas 
lâminas do ligamento largo são contínuas entre si em uma 
margem livre que circunda a tuba uterina. Lateralmente, o 
peritônio do ligamento largo é prolongado superiormente 
sobre os vasos como o ligamento suspensor do ovário. 
Entre as lâminas do ligamento largo de cada lado do útero, 
o ligamento útero-ovárico situa-se posterossuperiormente 
e o ligamento redondo do útero situa-se 
anteroinferiormente. A tuba uterina situa-se na margem 
livre anterossuperior do ligamento largo, dentro de um 
pequeno mesentério denominado mesossalpinge. Domesmo modo, o ovário situa-se dentro de um pequeno 
mesentério denominado mesovário na face posterior do 
ligamento largo. A parte maior do ligamento largo, inferior 
ao mesossalpinge e ao mesovário, que serve como 
mesentério para o próprio útero, é o mesométrio. 
O útero é uma estrutura densa situada no centro da 
cavidade pélvica. As principais sustentações do útero que o 
mantêm nessa posição são passivas e ativas ou dinâmicas. 
A sustentação dinâmica do útero é propiciada pelo 
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diafragma da pelve. Seu tônus nas posições sentada e de 
pé e a contração ativa durante períodos de aumento da 
pressão intra-abdominal (espirro, tosse etc.) são 
transmitidos através dos órgãos pélvicos adjacentes e da 
fáscia endopélvica que o cercam. A sustentação passiva do 
útero é proporcionada por sua posição — o modo como o 
útero normalmente antevertido e antefletido fica apoiado 
sobre o topo da bexiga urinária. Quando a pressão intra-
abdominal aumenta, o útero é pressionado contra a bexiga 
urinária. O colo do útero é a parte menos móvel do órgão 
em razão da sustentação passiva proporcionada por 
condensações de fáscia parietal da pelve (ligamentos) 
fixadas a ele, que também contém músculo liso: 
 Ligamentos transversos do colo estendem-se da porção 
supravaginal do colo e das partes laterais do fórnice da 
vagina até as paredes laterais da pelve 
 Ligamentos retouterinos seguem superiormente e um 
pouco posteroinferiormente das laterais do colo do 
útero até o meio do sacro; são palpáveis ao toque retal. 
Juntas, essas sustentações passivas e ativas mantêm o 
útero centralizado na cavidade pélvica e resistem à 
tendência de que o útero caia ou seja empurrado através 
da vagina. 
 
Relações do útero. 
 
O peritônio cobre o útero anterior e superiormente, com 
exceção do colo do útero. 
O peritônio é refletido anteriormente do útero sobre a 
bexiga urinária e posteriormente sobre a parte posterior 
do fórnice da vagina até o reto. Anteriormente, o corpo do 
útero é separado da bexiga urinária pela escavação 
vesicouterina, onde o peritônio é refletido do útero sobre 
a margem posterior da face superior da bexiga urinária. 
Posteriormente, o corpo do útero e a porção supravaginal 
do colo são separados do colo sigmoide por uma lâmina de 
peritônio e da cavidade peritoneal e do reto pela 
escavação retouterina. Lateralmente, a artéria uterina 
cruza o ureter superiormente, perto do colo do útero. 
 Anteriormente (anteroinferiormente em sua posição 
antevertida normal): a escavação vesicouterina e a face 
superior da bexiga urinária; a porção supravaginal do 
colo tem relação com a bexiga urinária e é separada 
dela apenas por tecido conjuntivo fibroso 
 Posteriormente: a escavação retouterina contendo alças 
de intestino delgado e a face anterior do reto; apenas a 
fáscia visceral da pelve que une o reto e o útero nesse 
local resiste ao aumento da pressão intra-abdominal 
 Lateralmente: o ligamento largo peritoneal ladeando o 
corpo do útero e os ligamentos transversos do colo, 
fasciais, de cada lado do colo do útero e da vagina; na 
transição entre os dois ligamentos, os ureteres seguem 
anteriormente, um pouco superiores à parte lateral do 
fórnice da vagina e inferiores às artérias uterinas, em 
geral cerca de 2 cm laterais à porção supravaginal do 
colo. 
 
Irrigação arterial e drenagem venosa do 
útero. 
 
A vascularização do útero provém principalmente das 
artérias uterinas, com possível irrigação colateral das 
artérias ováricas. As veias uterinas penetram nos 
ligamentos largos com as artérias e formam um plexo 
venoso uterino de cada lado do colo. As veias do plexo 
uterino drenam para as veias ilíacas internas. 
 
VAGINA 
 
A vagina, um tubo musculomembranáceo distensível (7 a 9 
cm de comprimento), estende-se do meio do colo do útero 
até o óstio da vagina, a abertura na sua extremidade 
inferior. O óstio da vagina, o óstio externo da uretra e os 
ductos da glândula vestibular maior e as glândulas 
vestibulares menores abrem-se no vestíbulo da vagina, a 
fenda entre os lábios menores do pudendo. A parte vaginal 
do colo do útero está localizada anteriormente na parte 
superior da vagina. 
 
 
A vagina: 
 Serve como canal para o líquido menstrual 
 Forma a parte inferior do canal de parto 
 Recebe o pênis e o ejaculado durante a relação sexual 
 Comunica-se superiormente com o canal do colo do 
útero e inferiormente com o vestíbulo da vagina. 
 
Relações das vísceras pélvicas femininas entre si. O peritônio 
está íntegro, revestindo a cavidade pélvica e cobrindo a face 
superior da bexiga urinária, o fundo e o corpo do útero, além de 
grande parte do reto. Neste cadáver em decúbito dorsal, a tuba 
uterina e o mesossalpinge de cada lado estão pendentes, 
encobrindo a visão dos ovários. A posição do útero é comumente 
assimétrica, como aqui. O ligamento redondo do útero segue o 
mesmo trajeto subperitoneal que o ducto deferente do homem. 
 
A vagina geralmente encontra-se colapsada. O óstio 
costuma estar colapsado em direção à linha mediana, de 
modo que suas paredes laterais ficam em contato de cada 
lado de uma fenda anteroposterior. Superiormente ao 
óstio, porém, as paredes anterior e posterior estão em 
contato a cada lado de uma cavidade virtual transversal, 
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que tem formato de H em corte transversal, com exceção 
de sua extremidade superior, na qual o colo do útero as 
mantém afastadas. A vagina situa-se posteriormente à 
bexiga urinária e à uretra, sendo que esta se projeta ao 
longo da linha mediana de sua parede anteroinferior. A 
vagina situa-se anteriormente ao reto, passando entre as 
margens mediais do músculo levantador do ânus 
(puborretal). O fórnice da vagina, o recesso ao redor do 
colo, tem partes anterior, posterior e lateral. A parte 
posterior do fórnice da vagina é a mais profunda e tem 
íntima relação com a escavação retouterina. Quatro 
músculos comprimem a vagina e atuam como esfíncteres: 
pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter 
uretrovaginal e bulboesponjoso. 
 
A vagina está relacionada: 
 
o Anteriormente com o fundo da bexiga e a uretra 
o Lateralmente com o músculo levantador do ânus, a 
fáscia visceral da pelve e os ureteres 
o Posteriormente (da parte inferior para a superior) com 
o canal anal, o reto e a escavação retouterina. 
 
 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA 
DA VAGINA 
 
As artérias que irrigam a parte superior da vagina 
originam-se das artérias uterinas. As artérias que suprem 
as partes média e inferior da vagina são ramos das artérias 
vaginal e pudenda interna. 
 
Músculos que comprimem a uretra e a vagina. Os músculos que 
comprimem a vagina e atuam como esfíncteres incluem 
pubovaginal, esfíncter externo da uretra (principalmente a parte do 
esfíncter uretrovaginal) e bulboesponjoso. Os músculos compressor 
da uretra e esfíncter externo da uretra comprimem a uretra. 
 
As veias vaginais formam plexos venosos vaginais ao longo 
das laterais da vagina e na túnica mucosa vaginal. Essas 
veias são contínuas com o plexo venoso uterino, formando 
o plexo venoso uterovaginal, e drenam para as veias 
ilíacas internas através da veia uterina. Esse plexo também 
se comunica com os plexos venosos vesical e retal. 
 
INERVAÇÃO DA VAGINA E DO ÚTERO 
 
Apenas o quinto ao quarto inferior da vagina tem 
inervação somática. A inervação dessa parte da vagina 
provém do nervo perineal profundo, um ramo do nervo 
pudendo, que conduz fibras aferentes simpáticas e 
viscerais, mas não fibras parassimpáticas. Apenas essa 
parte inervada somaticamente é sensível ao toque e à 
temperatura, embora as fibras aferentes somáticas e 
viscerais tenham seus corpos celulares nos mesmos 
gânglios sensitivos de nervos espinais (S2–S4). 
A maior parte da vagina (três quartos a dois quintos 
superiores) tem inervação visceral. Os nervos para essa 
parte da vagina e para o útero são derivados do plexo 
nervoso uterovaginal, quesegue com a artéria uterina na 
junção da base do ligamento largo (peritoneal) com a parte 
superior do ligamento transverso do colo (fascial). O plexo 
nervoso uterovaginal é um dos plexos pélvicos que se 
estendem do plexo hipogástrico inferior até as vísceras 
pélvicas. Fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e 
viscerais atravessam esse plexo. 
A inervação simpática origina-se nos segmentos torácicos 
inferiores da medula espinal e atravessa os nervos 
esplâncnicos lombares e a série de plexos 
intermesentérico-hipogástrico-pélvicos. A inervação 
parassimpática origina-se nos segmentos S2–S4 da medula 
espinal e atravessa os nervos esplâncnicos pélvicos até o 
plexo hipogástrico inferior-uterovaginal. A inervação 
aferente visceral das partes superior (intraperitoneal; 
fundo e corpo) e inferior (subperitoneal; colo) do útero e 
da vagina diferem em termos de trajeto e destino. As fibras 
aferentes viscerais que conduzem impulsos de dor do 
fundo e do corpo do útero (acima da linha de dor pélvica) 
intraperitoneais seguem a inervação simpática retrógrada 
para chegar aos corpos celulares nos gânglios sensitivos de 
nervos espinais torácicos inferiores-lombares superiores. 
As fibras aferentes que conduzem impulsos de dor do colo 
do útero e da vagina (abaixo da linha de dor pélvica) 
subperitoneais seguem as fibras parassimpáticas 
retrogradamente através dos plexos uterovaginal e 
hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos 
para chegar aos corpos celulares nos gânglios sensitivos 
dos nervos espinais S2–S4. As duas diferentes vias seguidas 
por fibras de dor visceral são clinicamente importantes 
porque propiciam às mães vários tipos de anestesia 
durante o parto. Todas as fibras aferentes viscerais do 
útero e da vagina não relacionadas com a dor (aquelas que 
conduzem sensações inconscientes) também seguem a 
última via. 
 
GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 
 
 
Inervação dos órgãos genitais internos femininos. Os nervos 
esplâncnicos pélvicos, originados nos ramos anteriores de S2–S4, 
enviam fibras motoras parassimpáticas para o útero e a vagina (e 
fibras vasodilatadoras para o tecido erétil do clitóris e bulbo do 
vestíbulo; não mostrados). As fibras simpáticas pré-ganglionares 
atravessam o tronco simpático e os nervos esplâncnicos 
lombares e fazem sinapse nos gânglios pré-vertebrais com as 
fibras pós-ganglionares; estas últimas atravessam os plexos 
hipogástricos superior e inferior até chegar às vísceras pélvicas. 
As fibras aferentes viscerais que conduzem dor de estruturas 
intraperitoneais (como o corpo do útero) seguem com as fibras 
simpáticas até os gânglios sensitivos de nervos espinais T12–L2. 
As fibras aferentes viscerais que conduzem a dor proveniente de 
estruturas subperitoneais, como o colo do útero e a vagina (i. e., 
o canal do parto), seguem com as fibras parassimpáticas para os 
gânglios sensitivos de nervos espinais S2–S4. A sensibilidade 
somática do óstio da vagina também segue para os gânglios 
sensitivos de nervos espinais S2–S4 pelo nervo pudendo. Além 
disso, as contrações musculares do útero são induzidas por 
hormônios.

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