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GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 Órgãos genitais internos masculinos Os órgãos genitais internos masculinos incluem testículos, epidídimos, ductos deferentes, glândulas seminais, ductos ejaculatórios, próstata e glândulas bulbouretrais. Os testículos e epidídimos são considerados órgãos genitais internos de acordo com sua posição no desenvolvimento e homologia com os ovários femininos, que são internos. No entanto, em razão de sua posição externa pós-natal e por serem encontrados durante a dissecção da região inguinal da parede abdominal anterior, são apresentados junto com o abdome. DUCTO DEFERENTE O ducto deferente é a continuação do ducto do epidídimo. O ducto deferente: Tem paredes musculares relativamente espessas e um lúmen muito pequeno, o que confere a ele firmeza semelhante à de um cordão Começa na cauda do epidídimo, no polo inferior do testículo Ascende posterior ao testículo, medial ao epidídimo É o principal componente do funículo espermático Penetra a parede abdominal anterior através do canal inguinal Cruza sobre os vasos ilíacos externos e entra na pelve Segue ao longo da parede lateral da pelve, onde se situa externamente ao peritônio parietal Termina unindo-se ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório. Durante a parte pélvica de seu trajeto, o ducto deferente mantém contato direto com o peritônio; sem outra estrutura interposta entre eles. O ducto cruza superiormente ao ureter perto do ângulo posterolateral da bexiga urinária, seguindo entre o ureter e o peritônio da prega uretérica para chegar ao fundo da bexiga. A relação entre o ducto deferente e o ureter no homem é semelhante, embora tenha menor importância clínica, à relação entre a artéria uterina e o ureter na mulher. Posteriormente à bexiga urinária, o ducto deferente inicialmente situa-se acima da glândula seminal, depois desce medialmente ao ureter e à glândula. O ducto deferente aumenta para formar a ampola do ducto deferente antes de seu término. Irrigação arterial e drenagem venosa do ducto deferente. A pequena artéria do ducto deferente geralmente origina- se de uma artéria vesical superior (às vezes inferior) e termina anastomosando-se com a artéria testicular, posteriormente ao testículo. As veias da maior parte do ducto drenam para a veia testicular, incluindo o plexo pampiniforme distal. Sua parte terminal drena para o plexo venoso vesical/prostático. GLÂNDULAS SEMINAIS Cada glândula seminal é uma estrutura alongada (tem cerca de 5 cm de comprimento, mas às vezes é bem mais curta) situada entre o fundo da bexiga e o reto. As glândulas seminais encontram-se em posição oblíqua superiormente à próstata e não armazenam espermatozoides (como dá a entender o termo “vesícula”). Secretam um líquido alcalino espesso com frutose (fonte de energia para os espermatozoides) e um agente coagulante que se mistura aos espermatozoides no seu trajeto para os ductos ejaculatórios e a uretra. Hemissecção da pelve e períneo masculinos (metade direita). Órgãos genitais: testículo, epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e pênis, com as estruturas glandulares acessórias (glândula seminal, próstata e glândula bulbouretral). O funículo espermático une o testículo à cavidade abdominal, e o testículo está situado externamente em uma bolsa musculocutânea, o escroto. Estruturas cruzando o ureter masculino no abdome e na pelve. Durante o desenvolvimento, à medida que o testículo desloca-se inferior e lateralmente em relação à sua posição original (medial ao local dos rins na parede abdominal posterior) até o canal GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 inguinal e depois o atravessa, o ureter é cruzado por vasos testiculares no abdome e pelo ducto deferente na pelve. Essa relação é mantida durante toda a vida. As extremidades superiores das glândulas seminais são recobertas por peritônio e situam-se posteriormente aos ureteres, onde são separadas do reto pelo peritônio da escavação retovesical. As extremidades inferiores das glândulas seminais estão intimamente relacionadas ao reto e são separadas dele apenas pelo septo retovesical. O ducto da glândula seminal une-se ao ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. Irrigação arterial e drenagem venosa das glândulas seminais. As artérias para as glândulas seminais originam-se nas artérias vesical inferior e retal média. As veias acompanham as artérias e têm nomes semelhantes. DUCTOS EJACULATÓRIOS Os ductos ejaculatórios são tubos delgados que se originam pela união dos ductos das glândulas seminais com os ductos deferentes. Os ductos ejaculatórios (aproximadamente 2,5 cm de comprimento) originam-se perto do colo da bexiga e seguem juntos, anteroinferiormente, atravessando a parte posterior da próstata e ao longo das laterais do utrículo prostático. Os ductos ejaculatórios convergem para se abrir no colículo seminal por meio de pequenas aberturas semelhantes a fendas sobre a abertura do utrículo prostático, ou logo dentro da abertura. Embora os ductos ejaculatórios atravessem a parte glandular da próstata, as secreções prostáticas só se juntam ao líquido seminal quando os ductos ejaculatórios terminam na parte prostática da uretra. Face posterior das vísceras pélvicas masculinas e dissecção posterior da próstata. A. A parede posterior da pelve, o reto e o septo retovesical foram removidos. Os ligamentos umbilicais, como a bexiga urinária, estão inseridos na fáscia extraperitoneal ou subperitoneal (removidos em sua maior parte nessa dissecção). B. Os ductos ejaculatórios são formados pela fusão do ducto da glândula seminal com o ducto deferente. O utrículo prostático vestigial, geralmente observado como uma invaginação em vista anterior, aparece nesta dissecção posterior como uma evaginação situada entre os ductos ejaculatórios. Irrigação arterial e drenagem venosa dos ductos ejaculatórios. As artérias do ducto deferente, em geral ramos das artérias vesicais superiores (mas muitas vezes das artérias vesicais inferiores), suprem os ductos ejaculatórios. As veias unem os plexos venosos prostático e vesical. Parte pélvica dos ureteres, bexiga urinária, glândulas seminais, parte terminal do ducto deferente e próstata. A glândula seminal esquerda e a ampola do ducto deferente são dissecadas e abertas. Parte da próstata também é retirada para expor o ducto ejaculatório. A membrana do períneo está entre os órgãos genitais externos e a parte profunda do períneo (recesso anterior da fossa isquioanal). É perfurada pela uretra, pelos ductos das glândulas bulbouretrais, pelas artérias dorsal e profunda do pênis, pelos nervos cavernosos e pelo nervo dorsal do pênis. GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 PRÓSTATA A próstata (com aproximadamente 3 cm de comprimento, 4 cm de largura e 2 cm de profundidade anteroposterior [AP]) é a maior glândula acessória do sistema genital masculino. A próstata de consistência firme, do tamanho de uma noz, circunda a parte prostática da uretra. A parte glandular representa cerca de dois terços da próstata; o outro terço é fibromuscular. A cápsula fibrosa da próstata é densa e neurovascular, incorporando os plexos prostáticos de veias e nervos. Tudo isso é circundado pela fáscia visceral da pelve, que forma uma bainha prostática fibrosa que é fina anteriormente, contínua anterolateralmente com os ligamentos puboprostáticos, e densa posteriormente onde se funde ao septo retovesical. A próstata tem: Uma base intimamente relacionada ao colo da bexiga Um ápice que está em contato com a fáscia na face superior dos músculos esfíncter da uretra e transverso profundo do períneo Uma face anterior muscular, cuja maioria das fibras musculares é transversal e forma um hemiesfíncter vertical, semelhante a uma depressão (rabdoesfíncter), que é parte domúsculo esfíncter da uretra. A face anterior é separada da sínfise púbica pela gordura retroperitoneal no espaço retropúbico Uma face posterior relacionada com a ampola do reto Faces inferolaterais relacionadas com o músculo levantador do ânus. A descrição tradicional da próstata inclui os lobos a seguir, embora não sejam bem distintos do ponto de vista anatômico: O istmo da próstata situa-se anteriormente à uretra. É fibromuscular, e as fibras musculares representam a continuação superior do músculo esfíncter externo da uretra para o colo da bexiga, e contém pouco ou nenhum tecido glandular Os lobos direito e esquerdo da próstata, separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um sulco longitudinal central e pouco profundo, podem ser subdivididos, cada um, para fins descritivos, em quatro lóbulos indistintos, definidos por sua relação com a uretra e os ductos ejaculatórios, e — embora menos visível — pelo arranjo dos ductos e tecido conjuntivo: o Um lóbulo inferoposterior situado posterior à uretra e inferior aos ductos ejaculatórios. Esse lóbulo constitui a face da próstata palpável ao exame retal digital o Um lóbulo inferolateral diretamente lateral à uretra, que forma a maior parte do lobo direito ou esquerdo o Um lóbulo superomedial, situado profundamente ao lóbulo inferoposterior, circundando o ducto ejaculatório ipsilateral o Um lóbulo anteromedial, situado profundamente ao lóbulo inferolateral, diretamente lateral à parte prostática proximal da uretra. Lóbulos e zonas da próstata mostrados por secção anatômica e ultrassonografia. A. Lóbulos mal demarcados mostrados em cortes anatômicos. B. O transdutor de ultrassom (US) foi inserido no reto para examinar a próstata localizada anteriormente. Os ductos das glândulas na zona periférica abrem-se nos seios prostáticos, enquanto os ductos das glândulas na zona central (interna) abrem-se nos seios prostáticos e no colículo seminal. Um lobo médio (mediano) dá origem a (3) e (4) anteriores. Essa região tende a sofrer hipertrofia induzida por hormônio na idade avançada, formando um lóbulo médio situado entre a uretra e os ductos ejaculatórios e próximo do colo da bexiga. Acredita-se que o aumento do lobo médio seja ao menos parcialmente responsável pela formação da úvula que pode se projetar para o óstio interno da uretra. Alguns médicos, principalmente urologistas e ultrassonografistas, dividem a próstata em zonas periférica e central (interna). A zona central é comparável ao lobo médio. Os ductos prostáticos (20 a 30) se abrem principalmente nos seios prostáticos, situados de cada lado do colículo seminal na parede posterior da parte prostática da uretra. O líquido prostático, fino e leitoso, representa aproximadamente 20% do volume do sêmen (uma mistura de secreções produzidas pelos testículos, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais que constitui o veículo no qual os espermatozoides são transportados) e participa da ativação dos espermatozoides. GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 Irrigação arterial e drenagem venosa da próstata. As artérias prostáticas são principalmente ramos da artéria ilíaca interna, sobretudo as artérias vesicais inferiores, mas também as artérias pudenda interna e retal média. As veias se unem para formar um plexo ao redor das laterais e da base da próstata. Esse plexo venoso prostático, situado entre a cápsula fibrosa da próstata e a bainha prostática, drena para as veias ilíacas internas. O plexo venoso prostático é contínuo superiormente com o plexo venoso vesical e comunica-se posteriormente com o plexo venoso vertebral interno. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS As duas glândulas bulbouretrais (glândulas de Cowper), do tamanho de uma ervilha cada, situam-se posterolateralmente à parte membranácea da uretra, inseridas no músculo esfíncter externo da uretra. Os ductos das glândulas bulbouretrais atravessam a membrana do períneo com a parte membranácea da uretra e se abrem através de pequenas aberturas na região proximal da parte esponjosa da uretra no bulbo do pênis. Sua secreção mucosa entra na uretra durante a excitação sexual. INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS DA PELVE MASCULINA O ducto deferente, as glândulas seminais, os ductos ejaculatórios e a próstata são ricamente inervados por fibras nervosas simpáticas. As fibras simpáticas pré- ganglionares originam-se de corpos celulares na coluna intermédia de células dos segmentos T12–L2 (ou L3) da medula espinal. Atravessam os gânglios paravertebrais dos troncos simpáticos para se tornarem componentes dos nervos esplâncnicos lombares (abdominopélvicos) e dos plexos hipogástricos e pélvicos. As fibras parassimpáticas pré-ganglionares dos segmentos S2 e S3 da medula espinal atravessam os nervos esplâncnicos pélvicos, que também se unem aos plexos hipogástricos/pélvicos inferiores. As sinapses com neurônios simpáticos e parassimpáticos pós-ganglionares ocorrem nos plexos, no trajeto para as vísceras pélvicas ou perto delas. Durante um orgasmo, o sistema simpático estimula a contração do músculo esfíncter interno da uretra para evitar a ejaculação retrógrada. Ao mesmo tempo, estimula contrações peristálticas rápidas do ducto deferente, e a contração e secreção associadas das glândulas seminais e da próstata que garantem o veículo (sêmen) e a força expulsiva para liberar os espermatozoides durante a ejaculação. A função da inervação parassimpática dos órgãos genitais internos é obscura. No entanto, as fibras parassimpáticas que atravessam o plexo nervoso prostático formam os nervos cavernosos que seguem até os corpos eréteis do pênis, responsáveis pela ereção peniana. ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS MASCULINOS Esterilização masculina O método comum de esterilização masculina é a deferentectomia, popularmente conhecido como vasectomia. Durante esse procedimento, parte do ducto deferente é ligada e/ou excisada por meio de uma incisão na parte superior do escroto. Portanto, o líquido ejaculado subsequentemente das glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais não contém espermatozóides. Os espermatozóides não expelidos degeneram no epidídimo e na parte proximal do ducto deferente. Na maioria das vezes, a reversão da vasectomia é bem- sucedida em casos favoráveis (pacientes < 30 anos de idade e < 7 anos após a operação). As extremidades dos ductos deferentes seccionados são reunidas com o auxílio de um microscópio cirúrgico. Abscessos nas glândulas seminais Coleções localizadas de pus (abscessos) nas glândulas seminais podem se romper, permitindo a entrada de ♦ pus na cavidade peritoneal. As glândulas seminais podem ser palpadas durante um exame retal, sobretudo se estiverem aumentadas ou cheias. É mais fácil palpá-las quando a bexiga urinária está moderadamente cheia. Também podem ser massageadas para liberar suas secreções para exame microscópico a fim de detectar gonococos (os microrganismos causadores da gonorreia), por exemplo. Hipertrofia da próstata A próstata é de grande interesse médico porque o aumento ou hipertrofia prostática benigna (HPB) é comum após a meia-idade, afetando praticamente todos os homens que vivem por tempo suficiente. A próstata aumentada projetasse na bexiga urinária e impede a micção, pois distorce (comprime) a parte prostática da uretra. O lóbulo médio geralmente aumenta mais e obstrui o óstio interno da uretra. Quanto mais força a pessoa faz, GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 mais a massa prostática semelhante a uma válvula oclui a uretra. A HPB é uma causa comum de obstrução uretral, causando noctúria (necessidade de urinar durante a noite), disúria (dificuldade e/ou dor durante a micção) e urgência (desejo súbito de urinar). A HPB também aumenta o risco de infecções vesicais (cistite) e de lesão renal. A próstata é examinada à procura de aumento e tumores (massasfocais ou assimetria) por toque retal. A capacidade de palpar a próstata depende do enchimento da bexiga urinária. A bexiga urinária cheia oferece resistência, mantendo a glândula no lugar e facilitando sua palpação. A próstata maligna tem consistência dura e muitas vezes é irregular. Em estágios avançados, as células cancerosas metastatizam por vias linfáticas (inicialmente para os linfonodos ilíacos internos e sacrais e depois para os linfonodos distantes) e por vias venosas (através do plexo venoso vertebral interno, para vértebras e encéfalo). Graças à proximidade entre a próstata e a parte prostática da uretra, as obstruções podem ser aliviadas por endoscopia. O instrumento é introduzido por via transuretral, através do óstio externo e da parte esponjosa da uretra, até a sua parte prostática. Toda a próstata ou parte dela, ou apenas a parte hipertrofiada, é removida (ressecção transuretral da próstata; RTUP). Em casos mais graves, toda a próstata é removida junto com as glândulas seminais, os ductos ejaculatórios e as partes terminais dos ductos deferentes (prostatectomia radical). A RTUP e as técnicas aperfeiçoadas de cirurgia aberta tentam preservar os nervos e os vasos sanguíneos associados à cápsula da próstata que entram e saem do pênis, aumentando a possibilidade de os pacientes preservarem a função sexual após a cirurgia, além de restabelecerem o controle urinário normal. Órgãos genitais internos femininos Os órgãos genitais internos femininos incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina. OVÁRIOS Os ovários são gônadas femininas com formato e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os oócitos (gametas ou células germinativas femininas). Também são glândulas endócrinas que produzem hormônios sexuais. Cada ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal ou mesentério, o mesovário. O mesovário é uma subdivisão de um mesentério maior do útero, o ligamento largo. Nas mulheres pré-púberes, a cápsula de tecido conjuntivo (túnica albugínea do ovário) que forma a superfície do ovário é coberta por uma lâmina lisa de mesotélio ovariano ou epitélio superficial (germinativo), uma única camada de células cúbicas que confere à superfície uma aparência acinzentada, fosca, que contrasta com a superfície brilhante do mesovário peritoneal adjacente com o qual é contínua. Depois da puberdade, há fibrose e distorção progressiva do epitélio superficial ovariano, em razão da repetida ruptura de folículos ovarianos e liberação de oócitos durante a oocitação. A fibrose é menor em usuárias de contraceptivos orais. Órgãos genitais femininos internos. A. Amostra de dissecção isolada que consiste em ovários, tubas uterinas, útero e estruturas relacionadas. O ligamento largo do útero foi removido GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 no lado esquerdo. B. Este corte coronal mostra a estrutura interna dos órgãos genitais femininos. O epoóforo é uma coleção de túbulos rudimentares no mesossalpinge (mesentério da tuba uterina). O epoóforo e o apêndice vesicular são vestígios do mesonefro embrionário. Os vasos sanguíneos e linfáticos e os nervos ovarianos cruzam a margem da pelve, entrando e saindo da face súperolateral do ovário dentro de uma prega peritoneal, o ligamento suspensor do ovário, que se torna contínuo com o mesovário do ligamento largo. Medialmente no mesovário, um ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero. Consequentemente, os ovários costumam ser encontrados lateralmente entre o útero e a parede lateral da pelve durante um exame manual ou ultrassonográfico da pelve. O ligamento útero-ovárico é um remanescente da parte superior do gubernáculo ovariano do feto. O ligamento útero-ovárico une a extremidade proximal (uterina) do ovário ao ângulo lateral do útero, imediatamente inferior à entrada da tuba uterina. Como o ovário está suspenso na cavidade peritoneal e sua superfície não é coberta por peritônio, o oócito expelido na ovulação passa para a cavidade peritoneal. Entretanto, sua vida intraperitoneal é curta porque geralmente é aprisionado pelas fímbrias do infundíbulo da tuba uterina e conduzido para a ampola, onde pode ser fertilizado. TUBAS UTERINAS As tubas uterinas (trompas de Falópio) conduzem o oócito, que é liberado mensalmente de um ovário durante a vida fértil, da cavidade peritoneal periovariana para a cavidade uterina. Também é o local habitual de fertilização. As tubas estendemse lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abrem na cavidade peritoneal perto dos ovários. As tubas uterinas (cerca de 10 cm de comprimento) estão em um mesentério estreito, a mesossalpinge, que forma as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos. Na disposição “ideal”, tipicamente mostrada pelas ilustrações, as tubas estendem-se simetricamente em direção posterolateral até as paredes laterais da pelve, onde se curvam anterior e superiormente aos ovários no ligamento largo em posição horizontal. Na realidade, observadas à ultrassonografia, muitas vezes as tubas estão dispostas assimetricamente e uma delas está em posição superior e até mesmo posterior em relação ao útero. As tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes, da região lateral para a medial: o Infundíbulo: a extremidade distal afunilada da tuba que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal. Os processos digitiformes da extremidade fimbriada do infundíbulo (fímbrias) abrem-se sobre a face medial do ovário; uma grande fímbria ovárica está fixada ao polo superior do ovário o Ampola: a parte mais larga e mais longa da tuba, que começa na extremidade medial do infundíbulo; a fertilização do ovócito geralmente ocorre na ampola o Istmo: a parte da tuba que tem parede espessa e entra no corno uterino o Parte uterina: o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero no corno do útero. Irrigação arterial e drenagem venosa dos ovários e das tubas uterinas. As artérias ováricas originam-se da parte abdominal da aorta e descem ao longo da parede abdominal posterior. Na margem da pelve, cruzam sobre os vasos ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores, aproximando-se das faces laterais dos ovários e das tubas uterinas. Os ramos ascendentes das artérias uterinas (ramos das artérias ilíacas internas) seguem ao longo das faces laterais do útero e se aproximam das faces mediais dos ovários e tubas uterinas. Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente terminam bifurcando- se em ramos ováricos e tubários, que irrigam ovários e tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam- se entre si, criando uma circulação colateral de origem abdominal e pélvica para ambas as estruturas. As veias que drenam o ovário formam um plexo venoso pampiniforme, semelhante a uma trepadeira, no ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina. As veias do plexo geralmente se fundem para formar uma única veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria ovárica. A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava inferior; a veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. As veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino (uterovaginal). Inervação dos ovários e das tubas uterinas. A inervação é derivada em parte do plexo ovárico, descendo com os vasos ováricos, e em parte do plexo uterino (pélvico). Os ovários e as tubas uterinas são intraperitoneais e, portanto, estão localizados acima da linha de dor pélvica. Assim, fibras de dor aferentes viscerais ascendem retrogradamente com as fibras simpáticas descendentes do plexo ovárico e dos nervos esplâncnicos lombares até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais T11–L1. As fibras reflexas aferentes viscerais seguem as fibras parassimpáticas GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1ºSEMESTRE/MED2 retrogradamente através dos plexos uterino (pélvico) e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais S2–S4. ÚTERO O útero é um órgão muscular oco, piriforme, com paredes espessas. O embrião e o feto se desenvolvem no útero. As paredes musculares adaptam-se ao crescimento do feto e garantem a força para sua expulsão durante o parto. O útero não grávido geralmente está localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga urinária e o colo entre a bexiga urinária e o reto. Vascularização e drenagem venosa do útero, da vagina e dos ovários. O ligamento largo do útero foi removido de cada lado para mostrar a anastomose dos ramos da artéria ovárica, originada na aorta, e da artéria uterina, originada na artéria ilíaca interna, que irrigam o ovário, a tuba uterina e o útero. As veias seguem um padrão semelhante, com fluxo contrário ao das artérias, mas são mais plexiformes, incluindo um plexo pampiniforme relacionado com o plexo ovárico e os plexos uterino e vaginal contínuos (coletivamente, o plexo uterovaginal). Inervação dos ovários e dos órgãos genitais internos femininos. Além das fibras autônomas (motoras viscerais), esses nervos conduzem fibras aferentes viscerais provenientes desses órgãos. A parte inferior da vagina não é mostrada porque recebe inervação somática. O útero é uma estrutura muito dinâmica, cujo tamanho e proporções modificam-se durante as várias fases da vida. Na mulher adulta, o útero geralmente encontra-se antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina) e antefletido (fletido ou curvado anteriormente em relação ao colo, criando o ângulo de flexão), de modo que sua massa fica sobre a bexiga urinária. Sendo assim, quando a bexiga urinária está vazia, o útero tipicamente situa-se em um plano quase transversal. A posição do útero muda com o grau de enchimento da bexiga urinária e do reto, e também com a evolução da gravidez. Embora seu tamanho varie muito, o útero tem cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura e pesa cerca de 90 g. O útero pode ser dividido em duas partes principais: o corpo e o colo. O corpo do útero, que forma os dois terços superiores do órgão, inclui o fundo do útero, a parte arredondada situada superiormente aos óstios uterinos. O corpo está situado entre as lâminas do ligamento largo e é livremente móvel. Tem duas faces: anterior (relacionada com a bexiga urinária) e posterior (intestinal). O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero, um segmento relativamente estreitado, com cerca de 1 cm de comprimento. Útero e vagina. A e B. A posição do útero é mostrada in situ (A) e isoladamente (B) em cortes medianos. A. Quando a bexiga urinária está vazia, o útero típico encontra-se antevertido e antefletido. B. As duas principais partes do útero, o corpo e o colo, são separadas pelo istmo. O conhecimento das outras subdivisões das partes principais é muito importante para descrever a localização dos tumores, os locais de fixação da placenta e avaliar as consequências. C mostra uma imagem ampliada da área delimitada em A. Observe em A e C que os eixos da uretra e da vagina são paralelos, e a uretra está aderida à parede anterior da vagina. A introdução do dedo enluvado na vagina ajuda a direcionar a inserção de um cateter na bexiga urinária através da uretra. D. Um corte transversal dos órgãos GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 pélvicos femininos inferiores quando penetram o assoalho pélvico através do hiato urogenital (a lacuna entre os lados direito e esquerdo do músculo levantador do ânus) mostra a disposição comum dos lumens não distendidos. O colo do útero é o terço inferior cilíndrico e relativamente estreito do útero, que tem comprimento aproximado de 2,5 cm em uma mulher adulta não grávida. Para fins descritivos, é dividido em duas porções: uma porção supravaginal entre o istmo e a vagina, e uma porção vaginal, que se projeta para a parte superior da parede anterior da vagina. A porção vaginal arredondada circunda o óstio do útero e, por sua vez, é circundada por um recesso estreito, o fórnice da vagina. A porção supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente por tecido conjuntivo frouxo e do reto posteriormente pela escavação retouterina. A cavidade do útero, semelhante a uma fenda, tem cerca de 6 cm de comprimento do óstio uterino até a parede do fundo do útero. Os cornos do útero são as regiões superolaterais da cavidade do útero, onde penetram as tubas uterinas. A cavidade do útero continua inferiormente como o canal do colo do útero. O canal fusiforme estende- se de um estreitamento no interior do istmo do corpo do útero, o óstio anatômico interno, atravessa as porções supravaginal e vaginal do colo, comunicando-se com o lúmen da vagina através do óstio uterino. A cavidade do útero (em particular, o canal do colo do útero) e o lúmen da vagina juntos constituem o canal de parto que o feto atravessa ao fim da gestação. Imagem das vísceras pélvicas femininas. A. Como o útero é quase horizontal quando está antevertido e antefletido sobre a bexiga urinária, a maior parte do corpo, inclusive o fundo, aparece neste corte de TC transversal. (Cortesia do Dr. Donald R. Cahill, Department of Anatomy, Mayo Medical School, Rochester, MN.) B. Há retroversão e retroflexão temporárias quando a bexiga urinária completamente distendida causa retroversão temporária do útero e diminui seu ângulo de flexão. A parede do corpo do útero é formada por três camadas ou lâminas: Perimétrio — a serosa ou revestimento seroso externo — consiste em peritônio sustentado por uma fina lâmina de tecido conjuntivo Miométrio — a camada média de músculo liso — é muito distendido (mais extenso, porém muito mais fino) durante a gravidez. Os principais ramos dos vasos sanguíneos e nervos do útero estão localizados nessa camada. Durante o parto, a contração do miométrio é estimulada hormonalmente a intervalos cada vez menores para dilatar o óstio do colo do útero e expelir o feto e a placenta. Durante a menstruação, as contrações do miométrio podem causar cólica Endométrio — a camada mucosa interna — está firmemente aderido ao miométrio subjacente. O endométrio participa ativamente do ciclo menstrual, sofrendo modificações de sua estrutura a cada estágio do ciclo. Se houver concepção, o blastocisto implanta-se nessa camada; se não houver concepção, a face interna dessa camada é eliminada durante a menstruação. A quantidade de tecido muscular no colo do útero é bem menor do que no corpo. O colo do útero é, em sua maior parte, fibroso e consiste principalmente em colágeno com uma pequena quantidade de músculo liso e elastina. Ligamentos do útero. Externamente, o ligamento útero-ovárico fixa-se ao útero posteroinferiormente à junção uterotubária. O ligamento redondo do útero fixa-se anteroinferiormente a essa junção. Esses dois ligamentos são vestígios do gubernáculo ovárico, relacionados com a mudança de posição da gônada de sua posição embrionária sobre a parede abdominal posterior. O ligamento largo do útero é uma dupla lâmina de peritônio (mesentério) que se estende das laterais do útero até as paredes laterais e o assoalho da pelve. Esse ligamento ajuda a manter o útero em posição. As duas lâminas do ligamento largo são contínuas entre si em uma margem livre que circunda a tuba uterina. Lateralmente, o peritônio do ligamento largo é prolongado superiormente sobre os vasos como o ligamento suspensor do ovário. Entre as lâminas do ligamento largo de cada lado do útero, o ligamento útero-ovárico situa-se posterossuperiormente e o ligamento redondo do útero situa-se anteroinferiormente. A tuba uterina situa-se na margem livre anterossuperior do ligamento largo, dentro de um pequeno mesentério denominado mesossalpinge. Domesmo modo, o ovário situa-se dentro de um pequeno mesentério denominado mesovário na face posterior do ligamento largo. A parte maior do ligamento largo, inferior ao mesossalpinge e ao mesovário, que serve como mesentério para o próprio útero, é o mesométrio. O útero é uma estrutura densa situada no centro da cavidade pélvica. As principais sustentações do útero que o mantêm nessa posição são passivas e ativas ou dinâmicas. A sustentação dinâmica do útero é propiciada pelo GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 diafragma da pelve. Seu tônus nas posições sentada e de pé e a contração ativa durante períodos de aumento da pressão intra-abdominal (espirro, tosse etc.) são transmitidos através dos órgãos pélvicos adjacentes e da fáscia endopélvica que o cercam. A sustentação passiva do útero é proporcionada por sua posição — o modo como o útero normalmente antevertido e antefletido fica apoiado sobre o topo da bexiga urinária. Quando a pressão intra- abdominal aumenta, o útero é pressionado contra a bexiga urinária. O colo do útero é a parte menos móvel do órgão em razão da sustentação passiva proporcionada por condensações de fáscia parietal da pelve (ligamentos) fixadas a ele, que também contém músculo liso: Ligamentos transversos do colo estendem-se da porção supravaginal do colo e das partes laterais do fórnice da vagina até as paredes laterais da pelve Ligamentos retouterinos seguem superiormente e um pouco posteroinferiormente das laterais do colo do útero até o meio do sacro; são palpáveis ao toque retal. Juntas, essas sustentações passivas e ativas mantêm o útero centralizado na cavidade pélvica e resistem à tendência de que o útero caia ou seja empurrado através da vagina. Relações do útero. O peritônio cobre o útero anterior e superiormente, com exceção do colo do útero. O peritônio é refletido anteriormente do útero sobre a bexiga urinária e posteriormente sobre a parte posterior do fórnice da vagina até o reto. Anteriormente, o corpo do útero é separado da bexiga urinária pela escavação vesicouterina, onde o peritônio é refletido do útero sobre a margem posterior da face superior da bexiga urinária. Posteriormente, o corpo do útero e a porção supravaginal do colo são separados do colo sigmoide por uma lâmina de peritônio e da cavidade peritoneal e do reto pela escavação retouterina. Lateralmente, a artéria uterina cruza o ureter superiormente, perto do colo do útero. Anteriormente (anteroinferiormente em sua posição antevertida normal): a escavação vesicouterina e a face superior da bexiga urinária; a porção supravaginal do colo tem relação com a bexiga urinária e é separada dela apenas por tecido conjuntivo fibroso Posteriormente: a escavação retouterina contendo alças de intestino delgado e a face anterior do reto; apenas a fáscia visceral da pelve que une o reto e o útero nesse local resiste ao aumento da pressão intra-abdominal Lateralmente: o ligamento largo peritoneal ladeando o corpo do útero e os ligamentos transversos do colo, fasciais, de cada lado do colo do útero e da vagina; na transição entre os dois ligamentos, os ureteres seguem anteriormente, um pouco superiores à parte lateral do fórnice da vagina e inferiores às artérias uterinas, em geral cerca de 2 cm laterais à porção supravaginal do colo. Irrigação arterial e drenagem venosa do útero. A vascularização do útero provém principalmente das artérias uterinas, com possível irrigação colateral das artérias ováricas. As veias uterinas penetram nos ligamentos largos com as artérias e formam um plexo venoso uterino de cada lado do colo. As veias do plexo uterino drenam para as veias ilíacas internas. VAGINA A vagina, um tubo musculomembranáceo distensível (7 a 9 cm de comprimento), estende-se do meio do colo do útero até o óstio da vagina, a abertura na sua extremidade inferior. O óstio da vagina, o óstio externo da uretra e os ductos da glândula vestibular maior e as glândulas vestibulares menores abrem-se no vestíbulo da vagina, a fenda entre os lábios menores do pudendo. A parte vaginal do colo do útero está localizada anteriormente na parte superior da vagina. A vagina: Serve como canal para o líquido menstrual Forma a parte inferior do canal de parto Recebe o pênis e o ejaculado durante a relação sexual Comunica-se superiormente com o canal do colo do útero e inferiormente com o vestíbulo da vagina. Relações das vísceras pélvicas femininas entre si. O peritônio está íntegro, revestindo a cavidade pélvica e cobrindo a face superior da bexiga urinária, o fundo e o corpo do útero, além de grande parte do reto. Neste cadáver em decúbito dorsal, a tuba uterina e o mesossalpinge de cada lado estão pendentes, encobrindo a visão dos ovários. A posição do útero é comumente assimétrica, como aqui. O ligamento redondo do útero segue o mesmo trajeto subperitoneal que o ducto deferente do homem. A vagina geralmente encontra-se colapsada. O óstio costuma estar colapsado em direção à linha mediana, de modo que suas paredes laterais ficam em contato de cada lado de uma fenda anteroposterior. Superiormente ao óstio, porém, as paredes anterior e posterior estão em contato a cada lado de uma cavidade virtual transversal, GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 que tem formato de H em corte transversal, com exceção de sua extremidade superior, na qual o colo do útero as mantém afastadas. A vagina situa-se posteriormente à bexiga urinária e à uretra, sendo que esta se projeta ao longo da linha mediana de sua parede anteroinferior. A vagina situa-se anteriormente ao reto, passando entre as margens mediais do músculo levantador do ânus (puborretal). O fórnice da vagina, o recesso ao redor do colo, tem partes anterior, posterior e lateral. A parte posterior do fórnice da vagina é a mais profunda e tem íntima relação com a escavação retouterina. Quatro músculos comprimem a vagina e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulboesponjoso. A vagina está relacionada: o Anteriormente com o fundo da bexiga e a uretra o Lateralmente com o músculo levantador do ânus, a fáscia visceral da pelve e os ureteres o Posteriormente (da parte inferior para a superior) com o canal anal, o reto e a escavação retouterina. IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA VAGINA As artérias que irrigam a parte superior da vagina originam-se das artérias uterinas. As artérias que suprem as partes média e inferior da vagina são ramos das artérias vaginal e pudenda interna. Músculos que comprimem a uretra e a vagina. Os músculos que comprimem a vagina e atuam como esfíncteres incluem pubovaginal, esfíncter externo da uretra (principalmente a parte do esfíncter uretrovaginal) e bulboesponjoso. Os músculos compressor da uretra e esfíncter externo da uretra comprimem a uretra. As veias vaginais formam plexos venosos vaginais ao longo das laterais da vagina e na túnica mucosa vaginal. Essas veias são contínuas com o plexo venoso uterino, formando o plexo venoso uterovaginal, e drenam para as veias ilíacas internas através da veia uterina. Esse plexo também se comunica com os plexos venosos vesical e retal. INERVAÇÃO DA VAGINA E DO ÚTERO Apenas o quinto ao quarto inferior da vagina tem inervação somática. A inervação dessa parte da vagina provém do nervo perineal profundo, um ramo do nervo pudendo, que conduz fibras aferentes simpáticas e viscerais, mas não fibras parassimpáticas. Apenas essa parte inervada somaticamente é sensível ao toque e à temperatura, embora as fibras aferentes somáticas e viscerais tenham seus corpos celulares nos mesmos gânglios sensitivos de nervos espinais (S2–S4). A maior parte da vagina (três quartos a dois quintos superiores) tem inervação visceral. Os nervos para essa parte da vagina e para o útero são derivados do plexo nervoso uterovaginal, quesegue com a artéria uterina na junção da base do ligamento largo (peritoneal) com a parte superior do ligamento transverso do colo (fascial). O plexo nervoso uterovaginal é um dos plexos pélvicos que se estendem do plexo hipogástrico inferior até as vísceras pélvicas. Fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais atravessam esse plexo. A inervação simpática origina-se nos segmentos torácicos inferiores da medula espinal e atravessa os nervos esplâncnicos lombares e a série de plexos intermesentérico-hipogástrico-pélvicos. A inervação parassimpática origina-se nos segmentos S2–S4 da medula espinal e atravessa os nervos esplâncnicos pélvicos até o plexo hipogástrico inferior-uterovaginal. A inervação aferente visceral das partes superior (intraperitoneal; fundo e corpo) e inferior (subperitoneal; colo) do útero e da vagina diferem em termos de trajeto e destino. As fibras aferentes viscerais que conduzem impulsos de dor do fundo e do corpo do útero (acima da linha de dor pélvica) intraperitoneais seguem a inervação simpática retrógrada para chegar aos corpos celulares nos gânglios sensitivos de nervos espinais torácicos inferiores-lombares superiores. As fibras aferentes que conduzem impulsos de dor do colo do útero e da vagina (abaixo da linha de dor pélvica) subperitoneais seguem as fibras parassimpáticas retrogradamente através dos plexos uterovaginal e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos para chegar aos corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais S2–S4. As duas diferentes vias seguidas por fibras de dor visceral são clinicamente importantes porque propiciam às mães vários tipos de anestesia durante o parto. Todas as fibras aferentes viscerais do útero e da vagina não relacionadas com a dor (aquelas que conduzem sensações inconscientes) também seguem a última via. GABRIELLA RIBEIRO – UNISL – 1º SEMESTRE/MED2 Inervação dos órgãos genitais internos femininos. Os nervos esplâncnicos pélvicos, originados nos ramos anteriores de S2–S4, enviam fibras motoras parassimpáticas para o útero e a vagina (e fibras vasodilatadoras para o tecido erétil do clitóris e bulbo do vestíbulo; não mostrados). As fibras simpáticas pré-ganglionares atravessam o tronco simpático e os nervos esplâncnicos lombares e fazem sinapse nos gânglios pré-vertebrais com as fibras pós-ganglionares; estas últimas atravessam os plexos hipogástricos superior e inferior até chegar às vísceras pélvicas. As fibras aferentes viscerais que conduzem dor de estruturas intraperitoneais (como o corpo do útero) seguem com as fibras simpáticas até os gânglios sensitivos de nervos espinais T12–L2. As fibras aferentes viscerais que conduzem a dor proveniente de estruturas subperitoneais, como o colo do útero e a vagina (i. e., o canal do parto), seguem com as fibras parassimpáticas para os gânglios sensitivos de nervos espinais S2–S4. A sensibilidade somática do óstio da vagina também segue para os gânglios sensitivos de nervos espinais S2–S4 pelo nervo pudendo. Além disso, as contrações musculares do útero são induzidas por hormônios.