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Resumo Herpes Vírus Família Herpes Viridae: são 8 tipos de vírus dessa mesma família e são classificados juntos pois obtém características incomuns. Características da família: · enzimas envolvidas no metabolismo do ácido nucléico viral iguais. · Síntese de DNA e no processamento de proteínas e a montagem do capsídeo são feitas no núcleo da célula e o processamento final e a maturação do vírion ocorrem no citoplasma. · Eles produzem partículas infecciosas que gera lise na célula hospedeira. · A principal características do vírus da família Herpes, é que eles produzem uma infecção latente. Classificação da família: os vírus da família herpes viridae são classificados em 3 subfamílias que vão ser de acordo com a estrutura do genoma, tropismo tecidual, efeito citopatológico e o local de infecção latente. 1. Alphaherpesvirinae: herpes simples 1, herpes simples 2, varicela zoster; 2. Betaherpesvirinae: citomegalovírus, vírus herpes linfotrópico, vírus herpes humano tipo 7; 3. Gamaherpesvirinae: Epstein-Barr, vírus relacionado ao sarcoma de kaposi. Alfaherpesvirinae Subfamília que possui os vírus herpes simples 1, herpes simples 2 e varicela zoster. · Essa subfamília tem como característica em comum serem vírus citolíticos, ou seja, causam citólise na célula hospedeira que estiver sendo tomada pela sua infecção. · As células-alvos de tropismo primário são as células mucoepiteliais, ou seja, as células da mucosa. · As infecções latentes deles ocorrem nas células neurais, nos nervos sensoriais. Betaherpesvirinae Subfamília que possui os vírus citomegalovírus, vírus herpes linfotrópico (causa doença em crianças pequenas quando começam a entrar em contato com outras crianças e causam a doença chamada roséola) e vírus herpes humano tipo 7. · São vírus citomegálicos, ou seja, que causam aumento das células infectadas. · As células-alvo primário são monócitos, linfócitos e nas células epiteliais. · As infecções latentes deles ocorrem nos monócitos e linfócitos. Gamaherpesvirinae Subfamília que possui os vírus Epstein-Barr (VEB) e o vírus relacionado ao sarcoma de kaposi (HHV-8). · O vírus Epstein-Barr infecta linfócitos B e as células epiteliais. E o HHV-8 infecta os linfócitos e outras células. · As infecções latentes de ambos ocorrem nos linfócitos B. · Ambos os vírus produtores de carcinomas, oncogênicos. Vírus do Herpes Simples · O homem é o único hospedeiro. · Distribuição mundial. · Transmissão por contato com secreções infectadas. · 90% das infecções do vírus herpes simples são inaparentes (assintomáticas). · Muitos portadores nunca manifestam nenhum sintoma. Epidemiologia herpes 1 (HVS-1) Mais de 90% da população em locais subdesenvolvidos é portadora do herpes-1 e estabelece um estado de portador por toda a vida. Transmissão herpes 1 (HVS-1) HSV-1 (herpes-1): contato com saliva ou objetos contaminados. E o primeiro contato acontece de 6 meses a 3 anos. Epidemiologia herpes 2 (HVS-2) 5 a cada 12 adultos são portadores do herpes 2, é uma IST que acarreta 500.000 novos casos por ano e causa abortos espontâneos em mães com 20 semanas de gestação. Transmissão herpes 2 (HVS-2) É um vírus transmitido pelo contato sexual, por transmissão onde a mãe infectada com infecção ativa pode passar para o feto e por transmissão transplacentária. Estrutura · Vírus grandes (150 nm) e são envelopados com glicoproteínas de envelope. · Capsídeo icosaédrico contendo 162 capsômero. · DNA de dita dupla. · No tegumento tem proteínas e enzimas virais que ajudam a iniciar a replicação. · Por serem vírus envelopados, eles são sensíveis a ácidos, temperatura, solventes, detergentes, ressecamento etc. Esse vírus HVS foi o primeiro a ser reconhecido e deriva da palavra rastejar, por ser um vírus que rasteja pela enervação. Replicação do Herpes 1 (HVS-1) O HVS-1 tem glicoproteínas com afinidade pelo heparam sulfato (um proteoglicano encontrado no lado externo de muitos tipos celulares), e depois ocorre uma interação com as proteínas receptoras na superfície dele. · O genoma do vírus codifica várias proteínas de superfície importantes para que o vírus consiga de ligar. E na célula do hospedeiro existe um mediador de entrada, chamado de HveC (proteína membro da família das imunoglobulinas) e ele é encontrado em todas as células neurais, onde através desse HveC o vírus consegue se ligar pra causar latência. · Proteínas de fixação viral: gB, gc, gD, gH. · Proteína de Fusão: gB. · Proteínas estruturais de escape imunológico: gC, gE, gi Fixação e fusão: A proteína de fixação gC se ligam ao Heparam sulfato da superfície da célula hospedeira, a gD se liga ao receptor HVEM/TNF/NGF. Daí ocorre a fusão entre as membranas feita pela gB fundindo a estrutura do envelope com a célula hospedeira, com isso o capsídeo consegue adentrar a célula, ocorre o desnudamento e o material genético é liberado no citoplasma da célula hospedeira e depois o processo de replicação. Patogenia A porta de entrada ocorre pelas mucosas (bucal, genial, escoriação na pele), onde tem a porta pra ocorrer a replicação local do vírus. Depois vai ocorrer a propagação do vírus na corrente sanguínea e a disseminação por via hematogênica ou neurogênica (fase em que vai ocorrer a latência nos neurônios). Após a disseminação, pode ocorrer a latência (mais comum), ou ocorrer uma infecção primária onde haverá um ciclo lítico. Obs: infecções líticas na maioria das células promove os sinais e sintomas podendo causar infecção persistente nos linfócitos e macrófagos. Porém latente nos neurônios. · Latência: Durante a infecção latente, o genoma do vírus vai produzir algumas proteínas de transcrição associadas a latência chamadas de LATS. RNAs mensageiros não são traduzidos em proteínas, e só vai ocorrer replicação caso seja ativada por algum motivo (baixa imunidade, estresse), então o vírus fica em estado de dormência até ser estimulado. Mecanismo de latência dos HSV-1 e HSV-2 Após a infecção lítica (nas mucosas ou na epiderme-primoinfecção), os vírus vão penetrar pelas terminações nervosas e vão chegar ao seu local de latência pelo mecanismo retrógrado. HSV-1: local de latência nos gânglios do nervo trigêmeo. HSV-2: latência localizada nos gânglios sacrais próximos a coluna vertebral. Portanto toda vez que ocorre a ativação deles, eles saem dos locais de latência e voltam para a porta de entrada para causar a infecção., ambos fazem a mesma viagem da saída dos gânglios até o local de entrada, chamado de movimento antrógrado. Doenças associadas ao Herpes simples vírus 1 Está associado as infecções além da herpes, ele está associado a conjuntivites, encefalites, gengivoestomatites, faringites, esofagites, herpes genital, herpes embrionar e herpes nas palmas das mãos. Doenças associadas ao Herpes simples vírus 2 Associados as infecções genitais por ele ser um vírus de IST, como as herpes perianal, herpes genital. Também associados a meningites, gengivoestomatites, faringites e estomatites. Semelhanças dos vírus HSV-1 e HSV-2 Ambos são o mesmo vírus, porém sofreram variações. Eles podem causar as mesmas infecções, ex: pode-se obter uma herpes labial contraída pelo herpes 2. Também é possível obter a herpes genital pelo herpes 1. Laboratorialmente e clinicamente pouco importa saber qual dos dois estão infectando, é importante distinguir apenas pelo fator epidemiológico. Manifestações clínicas na infecção primária Gengivoestomatites herpética: lesões dolorosas na boca. Ceratite herpética: é uma lesão perigosa que pode criar cicatrizes na córnea, fibrose permanente e até cegueira. Encefalite herpética: Herpes neonatal: contágio via transplacentária ou no momento do parto, o vírus se dissemina pelo fígado, pulmão, outros órgãos e sistema nervoso, podendo assim, causar retardo mental, distúrbios neurológicos mesmo com tratamento e até morte. Herpes genital: lesões de vesícula na região genital. Nessa condição o indivíduo adulto se recupera bem, e o vírus entra em estado de latência podendo ser reativado posteriormente por uma infecção secundária. Geralmente na primeira vez que a pessoa tem amanifestação clínica, os sintomas são muito bem sentidos, ficando com lesões inflamadas por não ter ainda anticorpos para combater essa infecção e inicia-se com uma vesícula com rubor, dor e a pessoa pode obter um mal-estar por causa da infecção viral sistêmica, gânglios aumentados, febre etc. Dentro de uma semana tudo volta ao normal e não deixa marcas. Lesões mais graves: apresentam lesões bem mais acentuadas que podem obter prurido local e formigamento, coceira, podendo ter ulcerações após as vesículas. Manifestação clínica recorrente Na recorrência os sintomas são menos acentuados e com menos duração. O que determina a recidiva O estresse em forma geral, diminuição de imunidade, qualquer desiquilíbrio do sistema imune...pode promover a replicação e o retorno do vírus a porta de entrada pelo mecanismo antrógrado. Com o cuidado, recuperação da porta de entrada, o vírus faz o mecanismo retrógrado, voltando aos gânglios e ao seu estado de latência. Infecção em indivíduos imunocomprometidos O risco é maior de obter infecções graves. Como pacientes com HIV, pacientes com alto grau de desnutrição, pacientes submetidos a tratamento quimioterápico. Na maioria dos casos a doença reflete a reativação de infecção latente por HSV. Identificação dos vírus · Amostrar clínicas: fluido vesical, fluído cerebroespinhal, esfregaço do trato genital, garganta, olhos, reto, pele, mucosas, lavados do trato respiratório etc. · Isolamento em cultura de células (padrão ouro): método padrão ouro se o material for coletado precocemente, colocado num meio adequado para transporte, mantido em gelo e transferido rapidamente para o laboratório. Porém ele é inviável na rotina. Quando o vírus consegue ser cultivado em fibroblastos ou em células VERO são permissivas à infecção pelo HSV. Efeito citopático aparece de 2 a 7 dias (aparência de cachos de uva). Diagnóstico laboratorial confirmatório · Não relevante a identificação se é HSV-1 ou 2, mas caso seja necessário, pode ser utilizado os anticorpos monoclonais específicos, disponíveis no mercado que distingue os dois tipos. · Teste de escolha para o diagnóstico de encefalite herpética: deve ser rápido, mas é bem difícil ampliar por PCR o material genético do HSV. No fluído cerebroespinhal é mais conveniente, mais rápido e mais sensível do que o isolamento viral em cultura de células. · Obs: A biópsia cerebral por ser muito invasiva não é mais utilizada. · Teste rápido de imunofluorescência. · Ensaio imunoenzimático (identifica IgM). · Sorologia só é utilizada em estudos epidemiológicos com kits específicos pra diferenciar os tipos.