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Sangue Componentes do sangue → É um tecido conectivo, fluido, formado por uma porção celular que circula em suspensão em meio líquido, o plasma (1/4 do líquido extracelular, intermediário entre as células e o meio externo) • Porção celular: 45% • Plasma: 55% → O sangue equivale aproximadamente à 7 a 8% do peso corporal: • O volume sanguíneo reduz com a idade e com a diminuição do índice de massa corporal (IMC) 3 elementos celulares principais: • Glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias - perdem seus núcleos quando entram na corrente circulatória; transporte de O2 dos pulmões para os tecidos e de CO2 dos tecidos para os pulmões. • Glóbulos brancos ou leucócitos - únicas células plenamente funcionais na circulação; resposta imune, defendendo o corpo contra invasores externos. • Plaquetas ou trombócitos - não possuem núcleo, são fragmentos celulares originados de uma grande célula-mãe, chamada de megacariócito; são fundamentais para a coagulação, prevenindo a perda sanguínea em vasos danificados. Principais proteínas do plasma: Albuminas; Alfa, beta e gamaglobulinas; Fibrinogênio → As proteínas plasmáticas são os solutos mais abundantes no plasma. São essas proteínas que distinguem a composição do plasma da composição do líquido intersticial. CÉLULAS DO SANGUE • As células sanguíneas se desenvolvem a partir de uma célula-tronco hematopoiética pluripotente • Hematopoiese ocorre na medula óssea e é controlada por citocinas - fatores estimuladores de colônia, moléculas produzidas por células endoteliais e leucócitos. • IL-3 - liberadas por um leucócito para agirem em outros leucócitos • Trombopoetina regula o crescimento e a maturação dos megacariócitos e leva à produção de plaquetas • Eritropoetina regula a produção de eritrócitos Com grânulos ou sem grânulos? Granulócitos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos - esféricos e têm núcleos multilobares diferenciados. Constituem todas as células fagocíticas. Contêm dois tipos de grânulos: os grânulos específicos (se ligam aos componentes de corantes neutros, básicos ou ácidos) e os grânulos azurófilos (se tingem de púrpura e constituem os lisossomos) Agranulócitos: linfócitos e monócitos → Maturação dos eritrócitos e neutrófilos Fases de desenvolvimento do neutrófilo, que inicia na medula óssea como um mieloblasto • Os mieloblastos são os precursores associados à via de granulócitos e normalmente não aparecem na circulação periférica. • Eles se diferenciam em promielócitos e depois em mielócitos. • Para ser um mielócito deve conter pelo menos 12 grânulos. Os mielócitos amadurecem para se tornar metamielócitos, ponto em que perdem a capacidade de mitose. • Neutrófilo: Redução em tamanho, núcleo oval passa para núcleo em forma de ferradura e, em seguida, em uma célula madura com núcleo segmentado. • Esse processo dura aproximadamente 2 semanas. • Neste ponto o neutrófilo entra na corrente sanguínea Sangue contém 5 tipos de leucócitos maduros Granulócitos – NEUTRÓFILOS • Núcleos trilobados • Representam 60% a 70% dos leucócitos circulantes • Depois de liberados pela medula óssea, os neutrófilos passam de 4 a 8 h apenas na circulação, antes de se deslocarem para os tecidos. Sobrevivem nos tecidos por aproximadamente 4 a 5 dias FUNÇÃO: fagocitam bactérias e partículas estranhas (ativos principalmente no início da infecção) • Pus: grande quantidade de neutrófilos que morreram combatendo agentes infecciosos • Processo em que os leucócitos fazem a marginação Granulócitos – BASÓFILOS • Núcleo volumoso – formato de S, dois lóbulos • Granulações grosseiras, densas e escuras, que preenchem quase todo o citoplasma e se coram de azul ou roxo (hematoxilina) • Menor presença no sangue periférico (de 0 a 2%) FUNÇÃO: Reações alérgicas e hipersensibilidade imediata, possuem receptores para IgE • Seus grânulos contêm heparina (anticoagulante); histamina (vasodilatador) e outros mediadores de inflamação – leucotrienos (broncoconstrição da musculatura lisa das vias respiratórias) Granulócitos – EOSINÓFILOS • Núcleos bilobados - estrangulamento central • Representam 2% a 4% dos leucócitos • Grânulos se coram em rosa ou vermelho (corante eosina) – são acidófilos FUNÇÃO: combater invasores de grande tamanho por meio da liberação de íons e enzimas (ex: vermes parasitas) • liberam arilsulfatase e histaminases nos sítios de reações alérgicas que diminui o potencial o impacto negativo de mediadores liberados durante um processo inflamatório. Nos casos de infecções parasitárias, os eosinófilos usam marcadores de superfície para se unir ao parasito e, em seguida, liberar enzimas hidrolíticas que matam o microrganismo invasor Agranulócitos – MONÓCITOS • Maiores células sanguíneas • Representam 3% a 8% dos leucócitos • Núcleo em forma de rim ou ferradura • Citoplasma quase não possui grânulos; • Permanecem na circulação por poucas horas, logo migram para os tecidos e se transformam em macrófagos (onde ficam meses ou anos) – células ativas na fagocitose de MO e células mortas • Nos ossos, os monócitos dão origem aos osteoclastos, fígado (céls de Kupffer), tec. conjuntivo (histiócitos), encéfalo (micróglia) Agranulócitos – LINFÓCITOS • Representam 20 a 40% dos leucócitos; • Núcleo arredondado; • Pouca ou nenhuma granulação no citoplasma FUNÇÃO: imunidade do organismo (memória imunológica) • Classificados em 2 tipos: - LINFÓCITO B: produzem anticorpos - LINFÓCITO T: atacam células cancerosas ou infectadas por vírus • Os linfócitos B (células B) - bursa de Fabricius em aves e em órgãos equivalentes à bursa em mamíferos (medula óssea). Eles se diferenciam para formar plasmócitos produtores de anticorpos e estão envolvidos na imunidade humoral. • Os linfócitos T (células T) sofrem diferenciação no timo. Ativam outras células do sistema imunológico(auxiliares - TCD4) e estão envolvidos na imunidade mediada por células (citotóxicas - TCD8). • As células exterminadoras naturais (NK, natural killer) participam na imunidade inata ou natural e sua função é destruir células estranhas. • Os linfócitos dos três subconjuntos diferentes têm marcadores de superfície específicos capazes de ser identificados e de ajudar a definir sua função e diagnosticar o tipo de doença. • A composição dos linfócitos inclui 80% de células T, 10% de células B e 10% de células NK. PLAQUETAS (TROMBÓCITOS) • Originam-se a partir dos megacariócitos • Megacariócitos maduros (presentes na medula óssea) emitem prolongamentos citoplasmáticos que penetram nos capilares sanguíneos e se fragmentam – plaquetas FUNÇÃO: coagulação sanguínea. → A fibrina é uma proteína fibrosa cujas moléculas se entrelaçam formando uma rede. As hemácias são incapazes de atravessar a rede de fibrina que se forma no local do ferimento, acumulando-se e originando o coágulo (que estanca a hemorragia) GLÓBULOS VERMELHOS (HEMÁCIAS) • 4,5 milhões de hemácias a cada mililitro de sangue • Maior população de células do sangue – o que dá a cor vermelha ao sangue • Eritropoese (produção de hemácias) → mantêm constante a massa eritrocitária do organismo • Poliglobulia ou Policitemia: hemácias • Principal função da hemácia é abrigar a hemoglobina para o transporte de oxigênio aos tecidos e transportar o dióxido de carbono para sua eliminação nos alvéolos pulmonares • Hemácias → Constituída de Membrana Plasmática e Citoplasma. Células anucleadas, forma homogênea de corpúsculos circulares, bicôncavos e de tamanho relativamente uniforme • Na microscopia de esfregaço de sangue, as hemácias são observadas com coloração central mais tênue, correspondente às regiões bicôncavas. • Vivem em média de 120 dias e quando estão velhas são destruídas no fígado e baço. Por que hemácia não tem núcleo? → Na medula óssea, as células progenitoras comprometidas se diferenciam em grandes eritroblastos nucleados. Durante a maturação, o núcleo é condensado e a célula encolhe (20 mm para 7 mm de diâmetro) . No último estágio antes da maturação, o núcleo é perdido e fagocitado por macrófagos da medula óssea. Outras organelas membranosas (ex: mitocôndrias) são degradadas e desaparecem; forma celular imatura final (reticulócito), deixa a medula e entra na circulação, onde amadurece até um eritrócito em cerca de 24 horas. HEMOGRAMA ERITROGRAMA + LEUCOGRAMA + PLAQUETOGRAMA Eritrograma: • Contagem de Eritrócitos • Dosagem de Hemoglobina • Determinação do Hematócrito • Índices Hematimétricos • Avaliação Qualitativa do esfregaço sanguíneo Leucograma: • Contagem dos Leucócitos Totais • Contagem Diferencial do Leucócitos • Avaliação qualitativa do esfregaço sanguíneo Avaliação das Plaquetas: • Contagem • Índices plaquetários • Avaliação qualitativa do esfregaço sanguíneo → O hemograma serve para auxiliar diagnóstico e acompanhar a evolução de doenças que provocam alterações no sangue, como: • Anemias, distúrbios da medula óssea, infecções bacterianas, fúngicas ou virais, inflamações, câncer, especialmente leucemias ou linfomas, alterações nas plaquetas, como o seu aumento (plaquetose) ou diminuição (plaquetopenia), acompanhamento de situações que possam comprometer o funcionamento da medula óssea, como durante a quimioterapia Determinação da contagem de eritrócitos e concentração de hemoglobina: → A dosagem de hemoglobina é o parâmetro laboratorial que permite saber se o paciente está ou não anêmico e informa a intensidade da anemia Eritrograma: Hematócrito → A centrifugação de um pequeno volume de sangue dentro de um capilar, permite a leitura direta dos volumes relativos do plasma e dos glóbulos vermelhos → Avaliar a % ocupada pelas hemácias no volume total de sangue. • Os valores estarão altos na presença de desidratação, policitemia • Valores baixos podem indicar a presença de perda sanguínea, hiper-hidratação Índices Hematimétricos 1. Volume Corpuscular Médio (VCM) – É o volume médio das hemácias, ou seja, como está o tamanho das hemácias: microcitose, normocitose ou macrocitose 2. Ampla Distribuição de Células Vermelhas no Sangue (RDW) – Vai indicar se há variação ou não no tamanho das hemácias. Anisocitose. 3. Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) – é o valor absoluto da média da quantidade de hemoglobina. (↓anemia ferropriva, ou talassemia) 4. Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) – Parâmetro para ver se a densidade da hemoglobina está correta nas hemácias. Pode ser, por exemplo, que seu valor médio por hemácia esteja normal, mas se a hemácia estiver pequena, ela acabará por ficar muito concentrada. Será um índice que irá associar as informações do VCM e do HCM, indicando a relação entre eles; ↓ nas anemias De acordo com os índices hematimétricos: → Pessoas com anemia por deficiência de ferro têm baixa contagem de eritrócitos (refletida em um hematócrito baixo) ou baixo conteúdo de hemoglobina no sangue. Os seus eritrócitos são frequentemente menores que o normal (eritrócitos microcíticos), e o menor conteúdo de hemoglobina pode tornar as células mais pálidas do que o normal; nesse caso, elas são descritas como hipocrômicas. Leucograma • Identifica como os leucócitos, que são as células de defesa do organismo, estão se comportando. • Identificação de processos patológicos (por exemplo, infecções), mas não permite a definição de um diagnóstico específico. • Anormalidades leucocitárias + achados clínicos = diagnóstico. Leucocitose: Leucócitos acima do valor padrão para a idade As leucocitoses (neutrofilia) ocorrem em 3 situações: • leucocitose fisiológica – geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios físicos e em pessoas com febre; • leucocitose reativa – estão notadamente relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas, inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; • leucocitose patológica – estão relacionadasa doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides, policitemia vera, mieloesclerose) e linfoproliferativas (leucemias linfóides e alguns linfomas) Leucopenia: Leucócitos abaixo do valor padrão para a idade • Infecções virais: mononucleose infecciosa, sarampo, rubéola, hepatite A e B, HIV • Destruição dos neutrófilos induzida por anticorpos antineutrófilos • Redistribuição dos neutrófilos nos vários compartimentos ou aumento do baço (sequestro) • Deficiência da produção medular (aplasia de medula) Causas de neutropenia (1) granulopoiese inadequada ou ineficaz: • Supressão de células-tronco hematopoiéticas: anemia aplásica, e distúrbios infiltrativos medulares, acompanhada por anemia e trombocitopenia. • Supressão de precursores comprometidos com a linhagem granulocítica por exposição a certos medicamentos • Doenças associadas à hematopoiese ineficaz, como, p. ex., em que os precursores defeituosos morrem na medula. • Condições congênitas raras em que genes específicos defeituosos prejudicam a diferenciação granulocítica. (2) aumento da destruição ou do sequestro de neutrófilos na periferia: • Lesão imunomediada dos neutrófilos • Esplenomegalia, em que o aumento do baço leva a sequestro de neutrófilos e neutropenia discreta, por vezes associada a anemia e, frequentemente, trombocitopenia. • Utilização periférica aumentada, que pode ocorrer nas infecções causadas por bactérias, fungos ou riquétsias Infecções virais • Linfocitose relativa, com ou sem leucocitose e, às vezes, até leucopenias. Aumento de linfócitos atípicos ou ativados no sangue periférico até 5%. • Vírus Epstein Barr (causador da mononucleose infecciosa), Toxoplasmose e Citomegalovírus: tem como característica aumento de linfócitos atípicos, adenomegalia (principalmente na região cervical) e hepatoesplenomegalia. Dengue: • Febre, mialgia, cefaleia retrorbitária intensa No hemograma: Leucopenia, Linfocitose, Plaquetopenia, Linfócitos atípicos, Aumento do hematócrito Infecções parasitárias Hemograma: • Leucocitose de intensidade variável • Eosinofilia relativa e absoluta • Anemia ferropriva especialmente em crianças Processos alérgicos Basofilia • Células com afinidade por IgE • Ricos em histamina e estão relacionados com o início e propagação dos processos inflamatórios e alérgicos: • Inespecífica: processos inflamatórios ou infecciosos • Não existe basopenia Causas de monocitopenia • Anemia aplástica • Corticóides (pacientes predispostos a infecções) • MONOCITOPENIA ISOLADA NÃO OCORRE Processos inflamatórios agudos • No leucograma observamos: - Leucocitose ou leucopenia (predomínio celular depende da etiologia do processo) - Plaquetas normais ou reduzidas - Eritrograma frequentemente não se altera (pode apresentar Hb baixa com estoques normais de ferro) Processos inflamatórios crônicos • Não há alteração significativa no hemograma embora possa ocorrer: - Leucocitose - Leucopenia - Monocitose