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SEMIOLOGIA: SINÍNDROMES DO PRIMEIRO E SEGUNDO NEURÔNIOS MOTORES 1 Síndromes do 1º e 2º Neurônios Motores Geralmente, os pacientes com síndromes dos neurônios motores referem ter fraqueza. Todavia, é importante ressaltar que a fraqueza dita pelo paciente não pode ser relacionada à falta de força, mas sim à astenia, vertigem, incoordenação, humor deprimido, dispnéia, desequilíbrio, anedonia e fadiga, sendo, então, importante o médico avaliar se o sintoma do paciente realmente está relacionado à falta de força. OBS! Para esse assunto, importante revisar os tratos motores descendentes da fisiologia Avaliação Na avaliação neurológica motora, é importante observar: • Trofismo: se deve pela homeostase entre síntese e degradação proteica; as causas neurológicas do atrofismo muscular é o desuso e a desnervação. Para avaliar esse aspecto é feito a inspeção e palpação. Os estados que podem ser encontrados são: eutrofismo, atrofismo, hipertrofismo e pseudotrofismo. • Tônus: é a tensão do músculo relaxado ou resistência ao movimento passivo na ausência de contração voluntária; a postura e movimentos harmônicos dependem de um tônus normal. Os responsáveis pela manutenção do tônus normal são as fibras musculares intrafusais e os órgãos tendinosos de golgi. A Semiotécnica utilizada para avaliar o tônus é de fazer a movimentação passiva das articulações, observando resistência ao movimento imposto pelo examinador → os movimentos devem ter velocidade variável evitando previsibilidade pelo paciente. As alterações patológicas que podem ter são: ➢ Hipotonia: lesões de corno anterior da medula, raiz, plexo, nervo periférico, miopatias e cerebelo ➢ Hipertonia elástica (ou espasticidade): síndrome do neurônio motor superior, em que o movimento tem maior resistência no seu início (sinal do canivete) e os músculos cometidos são os antigravitacionais; normal encontrar a Atitude de Wernicke-Mann nos pacientes com essa condição ➢ Hipertonia plástica: síndrome extrapiramidal; refere-se a uma disfunção dos núcleos da base, em que o tônus muscular está aumentado e homogêneo em toda a extensão do movimento • Força: a força é graduada de 0 até 5 (segue a tabela); é importante analisar a força para saber o padrão de déficit de força. As principais manobras são: ➢ Manobras de membros superiores: manobra dos braços estendidos e manobra de raimiste ➢ Manobras de membros inferiores: manobras de mingazzini e de barré ➢ Manobras deficitárias segmentares: fazer o movimento completo de cada músculo separado • Reflexos tendinosos: são reflexos monossinápticos, resultados da ativação de um arco reflexo simples; o paciente deve estar relaxado durante o reflexo. Os reflexos a serem analisados são bicipital, tricipital, braquiorradial, flexor dos dedos, patelas, adutor da coxa, aquileu. A manobra de Jendrassik é muito utilizada no momento da observação dos reflexos, ela consiste na contração de um músculo distante do efetor a ser pesquisado. A graduação do reflexo vai de 0 a 4: SEMIOLOGIA: SINÍNDROMES DO PRIMEIRO E SEGUNDO NEURÔNIOS MOTORES 2 • Reflexos cutâneos: são polissinápticos; tem latência mais prolongada de obtenção de resposta, podendo estar ausente em pessoas normais; a normalidade da resposta muda com a idade. O principais reflexos são o Palmomentoninano (Marinesco-Radovic → estímulo da região tenar), cutâneos abdominais (desvio da linha média para o mesmo lado), cutâneo plantar (pode ocorrer flexão, ausente ou extensão), cresmastérico, bulbocavernoso, anal superficial • Extras: marcha, atitude, reflexos superficiais e fasciculações