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Direito Processual Civil- Execução e Tutela Provisória

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1 
 
 
18/08/2020 (Aula 1) 
A execução civil se perfaz por duas formas: 
a) Execução por título extrajudicial: Livro II da Parte Especial do CPC; 
b) Cumprimento de sentença: Livro I da Parte Especial do CPC. 
 
O Livro II da Parte Especial do CPC contém regras de natureza procedimental 
da execução e mecanismos da própria execução. Este Livro II se aplica 
supletivamente ao cumprimento de sentença. 
Diferença entre execução e cumprimento de sentença: 
A execução é um processo autônomo, fundado em título extrajudicial, que visa 
à satisfação de uma obrigação de dar, de fazer ou de não fazer. O cumprimento 
de sentença é uma fase posterior ao processo de conhecimento, que visa à 
satisfação da sentença condenatória – de obrigação de dar, de fazer ou de não 
fazer. 
Para dar início à execução ou ao cumprimento de sentença, o credor deve ser 
detentor de um título dotado de certeza da obrigação que pretende a satisfação: 
títulos executivos extrajudiciais (art. 783 CPC) ou sentença (art. 513 CPC). Há a 
presunção de certeza da obrigação. 
Títulos executivos extrajudiciais (art. 784 CPC): 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores 
ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de 
garantia e aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
2 
 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, 
bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito 
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de 
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em 
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de 
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados 
nas tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir 
força executiva. 
 
Títulos executivos judiciais (art. 515 CPC): 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de auto composição judicial; 
III - a decisão homologatória de auto composição extrajudicial de qualquer 
natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, 
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários 
tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta 
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
Os incisos VI a IX do art. 515 CPC exigem a instauração de um novo processo, 
porque até então inexistiu processo judicial civil anterior. Nestes casos, o 
devedor será citado, mas seguirá as regras do cumprimento de sentença. 
3 
 
Observação: CPC/15, art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não 
impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título 
executivo judicial. 
1. Conceito: é o “Conjunto de providências pelas quais se invade a esfera 
patrimonial do devedor, para satisfazer o credor, mediante atos materiais (de 
invasão patrimonial), entregando-lhe o bem da vida”. – Flávio Luiz Yarshell 
A execução sempre será real (natureza patrimonial) porque o devedor responde 
com seus bens perante suas obrigações não adimplidas, sendo estes bens 
presentes (que integram seu patrimônio no momento da execução) e futuros 
(aguarda-se, para isto, o prazo prescricional, que é o prazo de prescrição da 
obrigação). 
A interferência na esfera patrimonial do devedor se dá nos limites do título. É 
válido concluir que, comprovada a inadimplência da obrigação demonstrada no 
título, o credor aciona o Estado Juiz para interferir no patrimônio do devedor 
excutindo tantos bens quantos bastem à satisfação da dívida, que deve 
corresponder ao valor da obrigação. 
Não se trata de vingança privada. A execução deve ser realizada pelos meios 
menos oneroso ao devedor (princípio da menor onerosidade possível, art. 805 
CPC). 
Porém, necessário observar a efetividade do processo. O credor deve ter o seu 
direito satisfeito dentro das melhores condições possíveis; e que, havendo duas 
ou mais vias para que o credor eficazmente possa chegar a este objetivo, o 
magistrado deva eleger a via que for menos prejudicial ao devedor, mas tudo 
sem comprometer a efetividade da execução. 
Exemplos: Na hipótese de dois bens poderem ser igualmente penhorados, 
sendo que ambos possuem semelhantes condições de eficazmente promover o 
pagamento ao credor, pode o magistrado optar pelo bem que causar menos 
comprometimento ao patrimônio do devedor; conforme já decidiu o então 
desembargador do TJ/SP, Sidnei Beneti, no julgamento do recurso de agravo 
177.345-5/0-00, em 08.11.20001. 
Uma leitura em conformidade com o princípio da proporcionalidade não 
autorizaria, em nome da proteção do artigo 805 do CPC/15, que um bem com 
baixíssima liquidez fosse constrito no lugar de outro que pudesse satisfazer 
melhor o credor. 
Ainda, se estivermos diante da possibilidade de penhora de ativos financeiros e 
de automóveis de uma empresa, apesar da prioridade tratada no art. 835 do 
CPC/15, pode ser relativizada pelo magistrado, dependendo das circunstâncias 
4 
 
do caso concreto. Se o ativo financeiro encontrado se destinar à folha de 
pagamento dos funcionários, poderá o juiz determinar a penhora do veículo. 
 
20/08/2020 (Aula 2) 
2. Classificação da Execução: No CPC temos várias classificações. Vamos 
analisar algumas delas. 
2.1 Cumprimento de Sentença/ Execução Sincrética: Se o incidente para 
satisfação a dívida se fundar em título judicial, teremos o cumprimento de 
sentença. Neste caso, há de se verificar se a decisão/sentença/ acórdão 
transitou em julgado ou não. 
a) Provisório: trata da hipótese em que a decisão / sentença/ acórdão não 
transitou em julgado. 
Vale lembrar as disposições do art. 1012 CPC, hipóteses em que o recurso de 
apelação interposto contra a sentença é recebido apenas no efeito devolutivo. 
Se o recurso não goza de efeito suspensivo, a sentença poderá ser exigida 
desde logo, provisoriamente, porque não há trânsito. 
O mesmo ocorre com a decisão parcial de mérito. Se interposto recurso de 
agravo de instrumento, que não é dotado de efeito suspensivo automático, 
poderá ser exigida imediatamente. 
Por fim se interposto recurso especial, extraordinário ou ordinário, que não tem 
efeito suspensivo, o que fora decidido no acórdão já pode ser exigido 
provisoriamente. 
Em todos esses casos, a execução será provisória porque há recurso pendente 
de julgamento. Por isso, poderá haver reversão do julgado. 
Peculiaridades do cumprimento provisório (art. 520 CPC): 
- O credor assume a responsabilidade pela reversão do julgado. Se o 
prosseguimento do cumprimento provisório causou prejuízo ao devedor e, 
posteriormente, o recurso por este interposto foi julgado favoravelmente, deve o 
credorindenizar o devedor dos prejuízos causados. Ex. penhora e adjudicação 
do bem do devedor. Com a reversão do julgado, se não for possível restituir o 
bem ao devedor, o credor deverá indenizá-lo (inciso I). 
- Com a reversão do julgado, as partes tornarão ao status quo ante (inciso II). 
- Prestação de caução pelo devedor para levantamento de depósito em dinheiro 
e prática de atos que importem transferência de propriedade ou alienação de 
propriedade ou outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao 
executado (inciso IV, CPC). 
O art. 521 CPC trata de hipóteses de dispensa de caução: 
5 
 
- Crédito de natureza alimentar; 
- Credor em situação de penúria; 
- Pender de julgamento agravo do art. 1042 CPC; 
- A decisão/ sentença/ acórdão estiver de acordo com súmula da jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em 
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
b) Definitivo: trata da hipótese em que a decisão parcial de mérito/ 
sentença/acórdão transitou em julgado. Não há qualquer recurso pendente de 
julgamento. 
c) Títulos executivos judiciais (art. 515 CPC): 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade 
de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar 
coisa; 
Desde que a sentença, acórdão ou decisão interlocutória reconheça a 
exigibilidade de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia, 
constituirá título executivo judicial. 
Exemplos: 
- tutela de urgência concedida para obrigar o plano de saúde a cobrir tratamento 
de autismo do autor (obrigação de fazer); 
- Julgamento parcial de mérito que determinou ao réu (bar) que se abstenha de 
emitir ruído após as 23 horas (obrigação de não fazer); 
- Sentença que condena o réu (locatário) no pagamento de alugueres em atraso 
(obrigação de dar); 
- Sentença que condena o réu a entregar veículo ao autor (obrigação de entrega 
de coisa certa). 
II - a decisão homologatória de auto composição judicial; 
No caso, a sentença, o acórdão ou a decisão interlocutória reconhece a 
existência de composição entre as partes e a homologa. 
Exemplos: 
- No curso da demanda, as partes se compõem em ação de reintegração de 
posse cumulada com cobrança de valores decorrentes de danos causados em 
imóvel. O acordo é parcial e abrange apenas a devolução de imóvel, de modo 
que o feito prosseguirá apenas para a cobrança. O juiz homologa o acordo para 
restituição do imóvel em 10 dias (decisão parcial de mérito, art. 356 CPC). Se o 
réu não o restitui no prazo avençado, o autor iniciará o cumprimento de decisão 
6 
 
quanto a este ponto. Pergunta-se: cumprimento definitivo ou provisório? Art. 356, 
§3º, CPC. 
- No curso da demanda, as partes se compõem em ação de consignação em 
pagamento. Ajustou-se que o réu receberia o valor que está depositado em juízo 
mais 5 mil que o autor se comprometeu a pagar em 30 dias. Juiz homologa o 
acordo e põe fim ao processo (art. 487, III, alínea b, CPC). Autor não efetua o 
pagamento de 5 mil. Decisão já transitou em julgado. Pergunta-se: cumprimento 
definitivo ou provisório? 
III - a decisão homologatória de auto composição extrajudicial de qualquer 
natureza; 
O inciso contempla a hipótese de auto composição extrajudicial, isto é, não 
houve prévia controvérsia judicial. As partes se compuseram e levam o 
instrumento de acordo à homologação do juiz. Caberá ao magistrado aferir 
apenas a licitude do objeto e os seus aspectos formais. Presentes os requisitos, 
o juiz homologa o acordo extrajudicial a que as partes chegaram. 
Por que as partes levam a Juízo a auto composição extrajudicial para 
homologação? Para gerar título executivo judicial, que implica em maior 
credibilidade e restringe as possibilidades de impugnação do devedor (ataque). 
Ressalte-se que esse mesmo acordo, quando não homologado judicialmente, 
pode constituir título executivo extrajudicial caso esteja assinado pelo devedor e 
por duas testemunhas (art. 784, III), ou referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, por advogados particulares ou por 
conciliador ou mediador credenciado pelo tribunal (art. 784, IV). Nesses casos, 
o título será hábil a instruir o processo de execução de título extrajudicial. 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou 
universal; 
Formal de partilha (que deve conter as peças referidas no art. 655 CPC), é o 
documento extraído da ação de inventário ou arrolamento dos bens deixados 
pelo de cujus, que constitui a prova da propriedade dos bens pelos sucessores 
do falecido. 
Quando o valor do quinhão hereditário não exceder a cinco salários mínimos, o 
formal de partilha pode ser substituído por um documento mais simplificado, 
denominado certidão de partilha (art. 655, parágrafo único, CPC/2015). 
O formal e a certidão têm força executiva exclusivamente em relação ao 
inventariante aos herdeiros e aos sucessores a título universal e singular. Contra 
essas pessoas pode o interessado requerer o cumprimento da sentença, para 
receber a quantia ou a posse dos bens que lhe couberam na partilha. Contra 
7 
 
estranhos ao inventário, todavia, o título não permite o cumprimento, devendo o 
interessado se valer do processo de conhecimento. 
Exemplo: ao herdeiro A coube o imóvel X, segundo partilha do patrimônio do 
falecido. Há sentença no processo de inventário. Transitada em julgado, foi 
expedido o formal de partilha. Todavia, o herdeiro B não lhe disponibiliza a posse 
desse bem. Nesse caso, o herdeiro A, com fundamento no formal de partilha 
(título executivo judicial) poderá iniciar procedimento de cumprimento de 
sentença, exigindo a entrega da coisa. 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou 
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
No curso da demanda, muitas vezes auxiliares da justiça nomeados pelo juiz, 
prestam serviços no processo, porém, a parte não lhe paga. Em caso de 
inadimplemento, o auxiliar do juízo poderá requerer a expedição de certidão e 
iniciar o cumprimento de sentença. 
“Art. 149, CPC. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições 
sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe 
de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o 
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, 
o contabilista e o regulador de avarias.” 
25/08/2020 (Aula 3) 
Continuação- Estudo dos Títulos Executivos Judiciais (art. 515 CPC) 
VI- a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
Nesta hipótese o art. 387 VI do CPP determina que a sentença penal 
condenatória indicara um valor mínimo para reparação dos danos sofridos, caso 
em que a sentença criminal é liquida. Se o réu ou seus sucessores concordarem 
com o valor poderão requerer a execução apenas com a sentença proferida em 
mãos. Mas caso não concordem, iniciará a fase de liquidação de sentença para 
discutir os valores e após ocorrerá a execução. 
VII- a sentença arbitral; 
Sentença que põe fim à arbitragem, procedimento instaurado para discussão de 
direito patrimoniais disponíveis. Esta sentença não se sujeita a recurso e 
homologação judicial, mas produz os mesmos efeitos da sentença proferida 
pelos órgãos do Poder Judiciário. 
O cumprimento de sentença será na justiça comum. Caso seja ilíquida, a 
sentença arbitral deverá ser liquidada no juízo cível competente. 
VIII- a sentença estrangeira homologada no Superior Tribunal de Justiça; 
8 
 
O Brasil admite a jurisdição estrangeira desde que a decisão não se refira a 
imóveis situados no território brasileiro, inventários e partilhas de tais bens, pois 
trata-se de jurisdição nacional exclusiva. 
O Presidente STJ precisa homologar a sentença para quetenha efeitos no Brasil 
reconhecendo a validade e lhe conferindo eficácia. É necessário comprovação 
do transito em julgado. 
A sentença será cumprida na Justiça Federal, se não tiver valor será liquidada 
em fase de liquidação, mas se já estiver liquida partirá para o cumprimento de 
sentença. 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur 
à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
Essas decisões são submetidas ao STJ, por meio de carta rogatória expedida 
pelo país estrangeiro. Tratando-se de decisão estrangeira que não tenha 
natureza de sentença, o STJ concederá uma ordem (autorização) para que as 
diligências eventualmente requisitadas pela autoridade estrangeira possam ser 
executadas no Brasil. 
Concedido o exequatur, a carta rogatória que observará o disposto nos arts. 36 
e 960 e seguinte do CPC/2015, será remetida ao Juízo Federal competente para 
cumprimento. Cumprida a carta rogatória ou verificada a impossibilidade de 
cumprimento, o juiz federal a devolverá ao STJ, que a encaminhará ao país de 
origem. 
 
2.2 Execução 
Nunca será provisória, sempre é definitiva. É necessário um título executivo 
extrajudicial. Alguns desses títulos estão presentes no rol exemplificativo do 
Artigo 784 do CPC, sendo eles: 
Art. 784 São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o 
cheque; 
O título de crédito é emitido/sacado em vezes pelo devedor ou pelo credor. 
Quando é sacado, ou seja, emitido pelo credor para que seja executado é 
necessário o aceite do devedor, ou seja, reconhece a obrigação e se 
compromete com o pagamento 
a) Nota promissória: título de credito emitido/sacado pelo devedor que fica na 
posse do credor até que seja resgatada, ou seja, quando a obrigação é paga. Às 
vezes é acessória de um contrato de prestação de serviço ou compra e venda, 
nestes casos a inicial deve acompanhar o contrato. O devedor em Embargos a 
9 
 
Execução pode demonstrar que o pagamento ocorreu de outra forma, portanto 
há presunção relativa de que houve o pagamento da dívida. 
b) Letra de Cambio: Na letra de câmbio o emitente é o devedor, a instituição 
financeira é a aceitante e o beneficiário é a pessoa física ou jurídica investidora, 
que nesse caso é a adquirente da cambial (letra de câmbio). Prevista na Lei 
Uniforme de Genebra (Dec. n. 57.663/66), está em desuso. Trata-se de um 
documento emitido unilateralmente pelo credor, possuindo eficácia executiva 
apenas quando aceito pelo devedor. 
c) Duplicata: é disciplinada pela Lei n. 5.474/68. Trata-se de título fechado que 
pode ser emitido para obrigações de quantia relativas à compra e venda e à 
prestação de serviços mercantil (atividade empresária). Não é toda duplicata que 
é título executivo extrajudicial. Para que seja considerada um título executivo 
extrajudicial é necessária a aceitação pelo devedor ou o protesto com a 
apresentação do recibo de recebimento ou prestação do serviço (Lei n. 5.474/68, 
art. 15, § 2º). O prazo de prescrição da duplicata é de cinco anos. A duplicata é 
um título de crédito emitido pelo credor. Ao aceitá-la, o devedor se compromete 
a efetuar o pagamento do valor descrito no documento. Quando a dívida for 
quitada, o documento deve ser retirado do mercado. 
d) Debênture: está prevista entre os arts.52 a 74 da Lei n. 6.404/76, tratando-se 
de um título emitido pelas sociedades anônimas. É um título de crédito 
representativo de um empréstimo que uma companhia realiza junto a terceiros e 
que assegura a seus detentores direito contra a emissora, estabelecidos na 
escritura de emissão. Para emitir uma debênture uma empresa tem que ter uma 
escritura de emissão, onde estão descritos os direitos conferidos pelos títulos, 
suas garantias e demais cláusulas e condições da emissão e suas 
características. 
Através desta operação, sociedades por ações têm à sua disposição facilidades 
necessárias para captação de recursos junto ao público, a prazos longos e juros 
mais baixos, com atualização monetária e resgates a prazo fixo ou mediante 
sorteio, conforme suas necessidades para melhor adequar o seu fluxo de caixa. 
e) Cheque: o sacador é o devedor da obrigação que enseja a emissão do título, 
mas como a pessoa que deve pagar o cheque é o banco (desde que o cliente 
que o emitiu tenha fundos para isso) este consta como devedor, sendo o 
emitente (cliente) coobrigado. O devedor emite o cheque contra a instituição 
financeira e a favor de alguém, conforme regulamento da Lei n. 7.357/85. 
O prazo de prescrição do cheque é de seis meses, contado do término do prazo 
de apresentação. Após esse prazo, é possível utilizá-lo como prova documental, 
visando a cobrança pela via cognitiva. Nesta última hipótese, o prazo 
prescricional é de cinco anos (art. 206, § 5ºCC), contado a partir do dia seguinte 
à data de emissão estampada na cártula Súmula 503 STJ -O prazo para 
ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força 
10 
 
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada 
na cártula. 
O STJ entende que o cheque é uma ordem de pagamento à vista. Por isso, a 
hipótese de “cheque pré-datado” ou “cheque pós-datado” não tem valor jurídico 
algum, do ponto de vista cambiário. Todavia, eventual descumprimento desse 
pacto paralelo, poderá dar ensejo a indenização por danos morais. 
A partir do momento da apresentação do título o credor tem 6 meses para ajuizar 
a ação executiva, decorrido o prazo o cheque perde a força executiva, mas o 
credor não perde o credito e pode iniciar uma ação de conhecimento em que o 
cheque servirá como prova do credito. 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
Necessário diferenciar autor intelectual de autor material. O autor intelectual é 
aquele que com o documento pretende fazer prova para o futuro, ou seja, 
formalizar a relação jurídica caso haja o inadimplemento o documento será 
utilizado para provar a dívida. Entretanto o autor material é aquele que elabora 
de fato o documento, que o redigiu. 
A diferença entre o instrumento público e particular está na autoria material, se 
o documento foi elaborado por alguém em exercia de um cargo público 
autorizado a fazê-lo o documento será público (ex.: escritura pública, pois quem 
elabora é o escrivão público). Mas quando o autor material for particular o 
documento também será (ex.: contrato de locação). 
Escritura pública é uma espécie de documento público, que pode ser de 
confissão de dívida, dação em pagamento, entre outros. 
Um documento público pode ser até mesmo um boletim de ocorrência quando 
na delegacia o causador do dano assume a culpa e se compromete a ressarcir 
liquidando o valor. Fazem prova daquilo que ocorreu na presença do tabelião, 
delegado, etc. Ata notarial não vale como título executivo. 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) 
testemunhas; 
A hipótese abrange qualquer documento particular assinado pelo devedor e por 
duas testemunhas. O STJ tem entendimento consolidado no sentido de que 
essas testemunhas são meramente instrumentárias (REsp. n.225.071/SP e 
REsp. n.541.267/RJ), ou seja, não precisam ter presenciado o ato que deu 
origem à formação do título executivo. As testemunhas servem apenas para que, 
se necessário, informem que presenciaram a assinatura do documento e que 
houve a preservação da autonomia da vontade (ex. não houve coação do 
devedor). 
27/08/2020 (Aula 4) 
Continuação do estudo dos Títulos Executivos Extrajudiciais 
11 
 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos 
transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
Se a transação for homologada pelo juiz, teremos um título executivo judicial. 
Mas se o instrumento de transação for referendado pelo MinistérioPúblico, pela 
Defensoria Pública, pelos advogados das partes ou pelos conciliadores ou 
mediadores, teremos um título executivo extrajudicial, visto que não há 
homologação judicial. 
Caso o acordo não seja cumprido, dará ensejo ao processo de execução 
extrajudicial. 
O instrumento de acordo poderá ser levado ao juiz para homologação, e portanto 
passará a ser um título executivo judicial caso haja efetiva homologação. 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito 
real de garantia e aquele garantido por caução; 
Os contratos garantidos por garantia real (hipoteca, penhor, anticrese) ou 
pessoal (caução, fiança) são considerados títulos executivos. É o contrato que é 
o título executivo e não a garantia. Além disso, não precisa das duas 
testemunhas. 
- Garantias reais - aquelas em que o cumprimento de determinada obrigação é 
garantido por meio de um bem móvel (ex: penhor), imóvel (ex: hipoteca ou 
anticrese); 
- Garantias fidejussórias são aquelas prestadas por pessoas, e não por bens. No 
caso de descumprimento de determinada obrigação, a satisfação do débito será 
garantida por uma terceira pessoa, que não o devedor. 
Penhor: recai sobre bem móvel; há transferência do bem ao credor, exceto no 
penhor rural, industrial, mercantil e de veículo. Ex. joias emprenhadas na Caixa 
Econômica Federal. 
Hipoteca: recai sobre bem imóvel; não há transferência do bem ao credor. 
Anticrese: recai sobre bem imóvel; há transferência do bem ao credor, podendo 
retirar da coisa os frutos para pagamento da dívida. Exemplo deste direito temos 
o imóvel locado pelo devedor a terceiro. Este pagará os alugueres ao credor até 
quitação da dívida. 
Alienação Fiduciária: se constitui o contrato de alienação fiduciária em garantia, 
dando-se a transferência da posse de um bem móvel ou imóvel do devedor ao 
credor para garantir o cumprimento de uma obrigação. Ocorre quando um 
comprador adquire um bem a crédito. Em ambos os casos, o comprador fica 
impedido de negociar o bem antes da quitação da dívida, mas pode usufruir dele. 
A alienação fiduciária em garantia estabelece uma propriedade resolúvel em 
12 
 
nome do credor ficando o devedor, em regra, na posse da coisa dada em 
garantia. Uma vez quitada a obrigação pelo devedor, a propriedade se consolida 
em seu nome. Por outro lado, caso inadimplida a obrigação, a lei prevê ágeis 
mecanismos para a satisfação do crédito inadimplido. Admite-se a execução 
extrajudicial. O bem é levado a leilão e com o produto da venda, o credor se 
paga. Havendo crédito remanescente, é restituído ao devedor. Se o produto da 
venda não for suficiente, o credor poderá exigi-lo do devedor. 
No caso da alienação fiduciária, o devedor aliena, em confiança, o domínio da 
coisa ao credor, permanecendo apenas com a posse direta; e o credor, por sua 
vez, é o destinatário dessa alienação em confiança. Daí, portanto, ser correto 
dizer devedor fiduciante (o alienante do bem, em confiança) e credor fiduciário, 
proprietário fiduciário (como refere a lei com frequência. 
Art. 22 da Lei 9.514/97 "A alienação fiduciária regulada por esta lei é o negócio 
jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a 
transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel da coisa imóvel". 
Caução: consiste em uma garantia para o cumprimento de obrigação/ 
indenização de possível dano. Pode ser real ou fidejussória. 
- Real: a coisa dada em garantia poderá ser móvel ou imóvel. 
- Fidejussória: a garantia é pessoal. 
Note-se que, quando a lei não especificar a espécie da caução, poderá ser 
prestada mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos da União ou 
dos Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança. 
Fiança: é uma garantia pessoal, ou seja, o fiador responderá pessoalmente, com 
o seu patrimônio, e não com um determinado bem. 
Na locação, pode ser exigida uma única garantia. Há locadores que exigem que 
o fiador apresente um imóvel a ser dado em garantia no contrato de locação, 
hipótese em que o imóvel será discriminado no contrato, mediante uma certidão 
de matrícula atualizada do imóvel, meio também utilizado na hipoteca. Tem 
finalidade meramente de segurança jurídica para a conclusão do contrato, 
porque quem garante a dívida é o fiador, e não o imóvel. Há a necessidade da 
outorga marital ou uxória na fiança: o negócio jurídico não se conclui por 
ausência de pressuposto essencial de validade. 
O aval não se enquadra na hipótese deste inciso porque é a garantia pessoal do 
pagamento de um título de crédito. No aval, o garantidor (avalista) promete pagar 
a dívida, caso o devedor não o faça. Vencido o título, o credor pode cobrar 
indistintamente do devedor ou do avalista. O aval é a garantia tipicamente 
cambiária, ou seja, não vale em contrato, pode ser passado em títulos de crédito, 
enquadrando-se portanto no inciso I deste artigo. 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
13 
 
O contrato de seguro de vida só é título executivo extrajudicial quando ele é 
acompanhado da prova da ocorrência da condição para o pagamento da 
indenização, qual seja, o atestado óbito do segurado. Os outros seguros, como 
o de danos pessoais e o de invalidez, não poderão ser executados, por falta de 
exigibilidade, já que teria que ser comprovado em juízo que ocorreu a condição. 
Em regra, de acordo com a lei civil, o contrato de seguro de vida é provado pela 
exibição da apólice de seguro. Contudo, a jurisprudência tem admitido a 
execução do contrato de seguro devida diante da mera apresentação de 
comprovantes documentais da própria contratação. 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
Foro e laudêmio são institutos relacionados com a enfiteuse, que não está mais 
presente no CC, mas ficaram resguardadas a situação das enfiteuses que já 
existiam e eram validas. São os casos em que as terras públicas da União, 
Estados ou Municípios são transferidas a particulares que deveriam pagar ao 
ente público o foro anualmente e quando alienar o bem deveria pagar o 
laudêmio. 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de 
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas 
de condomínio; 
O contrato deve ser escrito e o bem deve ser imóvel para que haja o título 
executivo extrajudicial. Não é apenas o valor do aluguel inadimplido que pode 
ser cobrado, tarifas e taxas podem ser executadas. Fala-se apenas em valores 
líquidos demonstrando o que não foi pago. Se eventualmente houve dano no 
imóvel e for necessário propor demanda de reparação não cabe processo de 
execução devendo ajuizar ação de conhecimento por não haver o valor líquido. 
IX- a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos 
na forma da lei; 
Dá ensejo a execução fiscal onde no polo passivo encontra-se o contribuinte e 
no polo ativo o ente público. 
Admite-se a execução de dividas tributarias decorrentes do não pagamento de 
tributos (IR, IPTU, IPVA), ou dividas que não possuem natureza tributária como 
o laudêmio ou custas processuais. 
X- o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de 
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em 
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; 
No CPC/73 dívida de condomínio não era título executivo extrajudicial, não 
passou a ser no CPC atual. No caso de imóvel alugado quem deverá compor o 
polo passivo é o proprietário, este possui direito de regresso em face do locatário. 
14 
 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a 
valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela 
praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; 
Despesas cobras pelos cartórios extrajudiciais como por exemplo: 
- Tabelionato de Notas; 
- Tabelionato deProtesto de Títulos; 
- Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas; 
- Registro de títulos e Documentos Civil das Pessoas Jurídicas; 
- Registro de Imóveis. 
Os serviços prestados por esses cartórios devem ser pagas, salvo quando a 
pessoa demonstrar hipossuficiência. 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei 
atribuir força executiva. 
Rol aberto onde leis federais extravagantes podem criar títulos executivos 
extrajudiciais. Rol exemplificativo: 
1- Créditos da OAB contra os inscritos (Lei 8.906/94, art. 46); 
2- Cédulas de crédito rural (Dec. Lei 167/67, art. 41); 
3- Cédulas de crédito industrial (Dec. Lei 413/1969); 
4- Cédulas de exportação (Lei 6.313/1975); 
5- Cédulas de crédito comercial (Lei 6.840/80); 
6- Cédula Hipotecária (Dec. Lei 70/66); 
7- Cédula de produto rural (Lei 8.929/90, art. 211); 
8- Decisão do plenário do CADE impondo multa ou obrigação de fazer ou não 
fazer (Lei 8.884/94); 
9- Honorários do árbitro no compromisso arbitral (Lei 9.307/96, art. 11, parágrafo 
único); 
10- Prêmios de contratos de seguro previstos na Lei do Sistema Nacional de 
Seguros Privados (Dec. Lei 73/66, art. 27). 
 
01/09/2020 (Aula 5) 
O cumprimento de sentença (definitivo ou provisório) e a execução, 
poderão ser: 
15 
 
 Execução para a entrega da coisa: 
Os artigos 806/810 tratam do procedimento para entrega certa, enquanto os 
artigos 811/813, focam na coisa incerta (determinada somente pelo gênero e 
pela quantidade). Estes dispositivos tratam da execução de título extrajudicial. 
Ex.: coisa certa- entrega do carro VW, modelo X, placas Y; 
 Coisa incerta- entrega de 100 quilos de arroz. 
Art. 244 CC. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor, se contrário não resultar do título da obrigação, mas não 
poderá dar a coisa, nem ser obrigado a prestar a melhor. 
 Cumprimento de sentença para entrega de coisa: Artigo 538; 
 
 Execução das obrigações de fazer e não fazer: Artigos 814/823; 
 
 Cumprimento de sentença de obrigação de fazer e não fazer: Artigos 536 
e 537; 
 
 Execução por quantia certa contra devedor solvente: Artigos 824 e 
seguintes; 
 
 Cumprimento de sentença de obrigação de dar: Artigo 523/527 CPC; 
 
 Execução contra a fazenda pública: Artigo 910 CPC; 
 
 Cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública: Artigos 534/535 
CPC. 
 
 Execução de prestação alimentícia: Artigos 911/912 CPC; 
 
 Cumprimento de sentença de obrigação alimentar: Artigos 538/533 CPC. 
 
Art. 523 CPC. No cumprimento de sentença para pagamento de quantia 
certa, o credor comunica o juízo de que a obrigação não foi cumprida pelo 
devedor (é o início desta fase). 
O réu será intimado para pagar o devido em 15 dias, com o acréscimo de custas 
dessa fase (instruir com planilha do debito: principal, juros, correção monetária, 
multa, despesas do processo de conhecimento e honorários fixados na 
sentença). 
Se cumprir integralmente e no prazo legal, extingue-se a fase do cumprimento. 
16 
 
Se não cumprir espontaneamente, o débito será acrescido da multa de 10%, 
mais honorários da fase de cumprimento de sentença (10%) e expedido 
mandado de penhora e avaliação. E, verificado e não pagamento, começará a 
correr novo prazo de 15 dias para o devedor apresentar impugnação (matéria 
prevista no §1°, art. 525 CPC). 
Art. 827 CPC. Na execução por quantia certa contra devedor solvente, o juiz 
despachará a petição inicial quando apta, e fixará honorários de 10%. 
Determinara a expedição de mandado de citação, penhora e avaliação. 
Petição inicial conforme o artigo 319 do CPC: 
Causa de pedir: formação do título; 
Pedido: citação para pagamento da dívida sob pena de penhora; 
Valor da causa: valor do título. Planilha constando a data do vencimento da 
obrigação, acrescido de juros e correção monetária, e custas para a distribuição 
da demanda. 
O executado será citado para pagar em 3 dias. 
Se cumprir integralmente e no prazo legal, os honorários serão reduzidos pela 
metade e extingue-se o processo. 
Se não cumprir espontaneamente, o oficial de justiça procederá à penhora e 
avaliação dos bens (se possível), lavrando-se o auto e intimando o devedor. 
Independentemente de penhora, o devedor poderá opor embargos à execução, 
no prazo de 15 dias a contar da citação (regra, art. 915), cuja matéria está adstrita 
ao art. 917 CPC. 
Embargos à execução é uma nova ação do devedor em face do credor com a 
tentativa de desconstituir o título. 
Diferenças entre cumprimento de sentença para pagamento de quantia 
certa e execução por quantia certa contra devedor solvente: 
Cumprimento de sentença: 
1. O réu é intimado; 
2. O réu deve pagar em 15 dias; 
3. Pagamento espontâneo: isenção de honorários; 
4. Não pagamento: expedição do M/P, acréscimo de multa de 10%+ honorários 
de 10%. 
5. Impugnação: prazo de 15 dias que começa a fluir automaticamente do termino 
do prazo para pagamento espontâneo; 
Execução 
17 
 
1. O réu é citado; 
2. O réu deve pagar em 3 dias; 
3. Pagamento espontâneo: isenção de 50% dos honorários; 
4. Não pagamento: Oficial de Justiça faz a penhora e avaliação de bens 
5. Embargos do devedor: prazo de 15 dias que começa a fluir da citação. 
Art. 910 CPC. Na execução contra a Fazenda Pública, o exequente deverá ter 
um título executivo extrajudicial. Neste caso, a Fazenda será citada para opor 
embargos, em 30 dias. 
Art. 534/535 CPC. No cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública, 
o título é judicial. Neste caos, a Fazenda será intimada para apresentar 
impugnação em 30 dias. 
Em ambas as hipóteses, rejeitados os embargos ou a impugnação, ainda que 
parcialmente, será expedido precatório por intermédio do presidente do TJ 
competente (a expedição até 01/07 de um exercício determina que o crédito seja 
inserido no orçamento no exercício seguinte, sob pena de sequestro). 
Poderão ser estabelecidos três ordens cronológicas distintas de precatórios com 
o seguinte prioridade: 
1°) Débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham mais de 60 anos de 
idade ou sejam portadores de doença grave (CF, art. 100, §2°); 
2°) Demais débitos de natureza alimentícia (CF, art. 100, §1°); 
3°) Débitos de caráter comum (CF, art. 100, caput); 
A requisição de pequeno valor (RPV) independe de precatório. Ele será 
imediatamente apresentado ao ente público que deverá quitá-lo no prazo de 02 
meses. 
Execução de prestação alimentícia (artigo 911/912 CPC) e Cumprimento de 
sentença de obrigação alimentar (artigos 528/533 CPC). 
Em ambas as hipóteses, o devedor será intimado/citado e terá 3 dias para 
realizar o pagamento, justificar ou comprovar a impossibilidade de fazê-lo. 
Portanto, nesse prazo o devedor poderá apresentar sua justificativa. 
O juiz decidirá acerta da justificativa. Se rejeitada, a obrigação alimentar será 
mantida e o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial. Além disso, 
determinada: 
- a prisão civil, cujo prazo variará de 1 a 3 meses (art. 528, §3°); OU 
- a penhora (art. 528, §8°). 
Se o devedor for assalariado, a pensão será descontada em folha de pagamento. 
18 
 
 
Princípios Fundamentais da Execução 
1) Nulla executio sine titulo: 
“Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de 
obrigação certa, líquida e exigível. 
Art.803. É nula a execução se: 
I -o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e 
exigível;” 
Sem título não existe execução ou cumprimento de sentença. O título deve 
conter certeza, liquidez e exigibilidade para que seja válido. Se o título for 
desconstituído, a ação de cumprimento ou execução é extinguida. 
Supondo que no cumprimento provisório, caso o relator do recurso do processo 
principal defira o pedido de efeito de suspensão do recurso, o cumprimento será 
extinguido por falta de exigibilidade. 
2) Principio da máxima efetividade: 
“Art.797: Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o 
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que 
adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. 
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada 
exequente conservará o seu título de preferência.” 
A execução se dá em benefício do credor. Desta forma, não só a atividade 
executiva, mas também a interpretação das normas do processo de execução, 
devem se dar em benefício do credor. 
3) Principio do menor sacrifício: (ou modo menos gravoso ao devedor) 
“Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o 
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. 
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa 
incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de 
manutenção dos atos executivos já determinados”. 
O princípio do menor sacrifício é subordinado ao da máxima efetividade, sendo 
o art. 805 aplicado após o art. 797, ambos do CPC. 
Consequentemente, somente se observará a menor onerosidade se havendo 
mais de um meio executivo, ambos forem igualmente benéficos ao credor. 
4) Principio patrimonialidade: 
19 
 
“Art. 789: O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para 
o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.” 
De acordo com o princípio da patrimonialidade, o executado responde com o seu 
patrimônio pelas obrigações que estão sendo exigidas. Consequentemente, toda 
a atividade executiva deve ser voltada para atingir o patrimônio do devedor, salvo 
nas obrigações de fazer, não fazer e entregar. 
Obs.: a atipicidade dos meios executivos tem o intuito de fazer com que o 
patrimônio apareça, não consistindo em uma pena. 
Exceção: prisão civil da obrigação alimentar. 
03/09/2020 (Aula 6) 
5) Princípio da atipicidade dos meios 
Trata-se de princípio mais usado nas obrigações de fazer e não fazer, nos termos 
do art. 536, § 1º. 
“Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, 
para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado 
prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do 
exequente. 
§1° Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras 
medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e 
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, 
caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.” 
O STJ tem precedentes a respeito do tema, tendo estabelecido cinco requisitos 
para poder admitir a atipicidade das medidas nas obrigações por quantia, quais 
sejam: 
- Esgotamento dos meios típicos. 
- Contraditório (oitiva do devedor). 
- Fundamentação. 
- Proporcionalidade e razoabilidade. 
- Respeito às garantias constitucionais. 
Não pode se tratar de castigo, o foco deve ser patrimonial. 
 
6) Princípio da especificidade da execução 
20 
 
“Art. 499: A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor 
o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo 
resultado prático equivalente”. 
É aplicado especialmente para as obrigações de fazer, não fazer e entrega, que 
trabalham com a existência de tutela específica. Busca-se sempre a prestação 
tal como ela deveria ter sido prestada caso o devedor tivesse cumprido 
voluntariamente a obrigação. Ex. entrega de móveis planejados; sigilo de fórmula 
de medicamento. 
A conversão em perdas e danos somente ocorrerá se o credor requerer e forem 
esgotados os mecanismos para obrigar o devedor a cumprir a obrigação inicial. 
 
7) Princípio da Responsabilidade Objetiva 
“Art. 776: O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, 
quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em 
parte, a obrigação que ensejou a execução”. 
O cumprimento provisório corre por conta e risco do credor. 
Ex: a) despejo do réu, havendo recurso pendente contra a sentença. 
“Art. 520: O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso 
desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o 
cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: 
I -corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a 
sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;” 
Ex. a) sentença que decreta o despejo. Apelação recebida somente no efeito 
devolutivo. Provido o recurso do réu (improcedência da ação), caberá ao autor 
reparar os danos experimentados pelo réu. 
b) Tutela provisória que determina ao plano de saúde cobrir despesas de cirurgia 
do autor. Ao término, a demanda é julgada improcedente. 
c) tutela provisória que determina à empresa de energia a ligação de luz no 
endereço do autor. Ao término, a demanda é improcedente (todos os débitos 
pendentes deverão ser pagos pelo autor). 
No mesmo sentido: ação de imissão de posse, busca e apreensão de veículo, 
etc. 
A ideia de responsabilidade objetiva na execução não é aplicável apenas ao 
cumprimento provisório, sendo aplicável a qualquer tipo de execução. 
No trâmite da execução, o exequente requererá medidas de força contra o 
devedor (astreinte, bloqueio de bens, perdas e danos, medidas atípicas). Caso 
21 
 
o devedor sofra prejuízos fora dos limites da execução, a consequência é que o 
exequente responde por eventuais perdas e danos causadas ao devedor. 
8) Princípio da boa-fé e probidade processual 
Trata-se de princípio do processo civil em geral. O art. 774 estabelece várias 
condutas que demonstram que o comportamento das partes deve ser probo, 
especialmente do devedor. Observe: 
Art. 774: Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou 
omissiva do executado que: 
I -frauda a execução; 
II -se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; 
III -dificulta ou embaraça a realização da penhora; 
IV -resiste injustificadamente às ordens judiciais; 
V -intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora 
e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, 
certidão negativa de ônus. 
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em 
montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em 
execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios 
autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou 
material. 
9) Princípio da disponibilidade da execução 
Previsto no art. 775 do CPC: 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas 
alguma medida executiva. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I -serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre 
questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os 
honorários advocatícios [independentemente da concordância do devedor]; 
II -nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou 
do embargante. 
A execução é disponível, cabendo ao credor prosseguir ou não com o processo. 
 
Requisitos da execução e características do título executivo 
22 
 
O ponto de partida para a execução ou cumprimento de sentença é o 
inadimplemento da obrigação. O inadimplemento da obrigação deve 
considerar o prazo e na forma ajustadas ou determinadas. 
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a 
obrigação certa, liquida e exigível consubstanciada em título executivo. 
Certeza, liquidez e exigibilidade são as características do título executivo. 
Exceção do contrato não cumprido 
Em processo civil, afirmamos que não será possível uma parte executar a outra 
enquanto não cumprir sua obrigação, quando setratar de obrigação bilateral. 
“Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão 
mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao 
requerer a execução, sob pena de extinção do processo. 
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em 
juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a 
receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar 
 Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o 
devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação 
se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título 
executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao 
devedor o direito de embargá-la.” 
 
Características do título executivo 
“Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de 
obrigação certa, líquida e exigível.” 
De acordo com o referido dispositivo, para que se possa ajuizar um processo de 
execução ou dar início ao cumprimento de sentença, a obrigação a que se refere 
o título deve ter as características de: 
 CERTEZA 
 LIQUIDEZ 
 EXIGIBILIDADE 
a) Certeza: 
Contornos que definem a obrigação que deve ser cumprida. Título certo é aquele 
em que não há controvérsias quanto à sua existência. Devem ser indicados no 
título os exatos limites e contornos da obrigação. Demonstração dos indicativos 
subjetivos e objetivos. 
23 
 
 Indicativos subjetivos: 
Para quem deve? Legitimado ativo; 
Quem deve? Legitimado passivo. 
 
 Indicativos objetivos: 
O que deve? Quantia certa. Ex.: pensão alimentícia, um imóvel, tributo, 
etc.; 
Como deve? Forma como deve ser honrada a obrigação, entrega da coisa 
certa, pagamento em pecúnia, etc. 
08/09/2020 (Aula 7) 
b) Liquidez: 
Caso seja um título judicial ilíquido será possível a obtenção de seu valor através 
do procedimento de liquidação de sentença (art. 509 e seguintes). A iliquidez da 
condenação pode dizer respeito à quantidade, à coisa, ou ao ato devido. Nas 
dívidas de dinheiro, dá-se iliquidez da sentença, em relação ao quantum 
debeatur quando: 
 Condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor; 
 Condena à restituição de frutos, naturais ou civis; 
 Condena o devedor a restituir o equivalente da coisa devida. 
 
Título extrajudicial sem indicação de valor não é título, pois o vício da iliquidez, 
como regra, não pode ser solucionado pela liquidação. Neste caso, o credor 
deverá se utilizar do processo de conhecimento. 
Obrigação de fazer, de não fazer ou de dar: o título não precisa ser ilíquido 
porque a obrigação que deve ser cumprida está indicada. 
A liquidez é a resposta que corresponde à indagação “quanto deve?”. É o valor 
da obrigação inadimplida. 
É uma característica exclusiva das obrigações por quantia certa. É a fixação do 
quantum debeatur. O título executivo deve conter elementos para fixação do 
valor devido, ainda que por meros cálculos aritméticos (planilha de cálculos). 
Nesse sentido: 
“Art. 509 § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo 
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.” 
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a 
obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. 
Neste caso, o credor elaborará uma planilha indicando o calor da dívida: 
principal, juros de mora, correção monetária, multa contratual, astreintes, etc. 
24 
 
Título executivo ilíquido: será possível a obtenção de seu valor através do 
procedimento de liquidação de sentença (art. 509 e seguintes). A iliquidez da 
condenação pode dizer respeito à quantidade, à coisa, ou ao fato devido. Nas 
dividas de dinheiro, dá-se a liquidez da sentença, em relação ao quantum 
debeatur quando: 
a) condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor; 
b) condena à restituição de frutos, naturais ou civis; 
c) condena o devedor a restituir o equivalente da coisa devida. 
Título extrajudicial sem indicação de valor não é título, pois o vício da liquidez, 
como regra não pode ser solucionado pela liquidação. Neste caso, o credor 
deverá se utilizar do processo de conhecimento. 
c) Exigibilidade: título exigível é aquele que a obrigação já pode ser cobrada 
(exigida) porque já ocorreu o vencimento do título e não depende de termo ou 
condição. 
Ex.: cheque devolvido por falta de fundos; empréstimo bancário; fatura de cartão 
de credito. 
Exigibilidade é a inexistência de impedimento à eficácia atual da obrigação. A 
prova da exigibilidade dá-se geralmente pelo simples transcurso da data de 
vencimento ou da inexistência de termo ou condição. 
Ex. de títulos inexigíveis: dívida não vencida, ou multa diária (astreite) sem que 
tenha ocorrido intimação pessoal da parte (Súmula 410 do STJ). 
Título sujeito à condição ou termo: o exequente só poderá ajuizar a execução se 
comprovar a ocorrência da condição ou do termo, conforme disposto nos artigos 
514 e 798, I ambos do CPC. 
 Exemplo de condição (evento futuro e incerto): genitor de dois irmãos 
dispõe em seu testamento: João deverá entregar o imóvel X a seu irmão Marcos, 
quando se casar. 
Com o casamento de João, o título é exigível, de modo que Marcos poderá 
ajuizar o processo de execução, caso João não cumpra a obrigação. 
 Exemplo de termo (evento futuro e certo): genitor de dois irmãos dispõe 
em seu testamento que eles terão acesso a um dos imóveis deixados em 
testamento, somente quando a madrasta vier a falecer. Com a morte da 
madrasta, o título é exigível. 
 
Legitimados ativos e passivos- Artigos 778 e 779 do CPC 
O Artigo 18 do CPC. Define a legitimidade ordinária e extraordinária. 
25 
 
Legitimidade ordinária: a legitimidade de parte é uma das condições da ação. 
Via de regra, ninguém pode ir a juízo, em nome próprio para defender direito 
alheio, sob pena de carência da ação por ilegitimidade de parte. Assim, aquela 
que alega ser titular de um direito, pode ir a juízo, em nome próprio, para postulá-
lo e defende-lo. Trata-se portanto, de legitimidade ordinária, em que os sujeitos 
vão a juízo, em nome próprio, para litigar sobre seus direitos. 
Legitimidade extraordinária: a legitimidade extraordinária é também denominada 
substituição, já que ocorre em casos excepcionais, que decorrem de lei expressa 
ou do sistema jurídico, em que se admite que alguém vá a juízo, em nome 
próprio, para defender interesses alheios. Assim substituto processual é aquele 
que atua como parte, postulando e defendendo direito de outrem. Como 
exemplo, podemos citar o condomínio. De acordo com o artigo 1.314 do CC 
“cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer 
todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindica-la de terceiro, defender 
a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou grava-la”. 
 
10/09/2020 (Aula 8) - Continuação 
1. Legitimidade ativa ordinária e extraordinária no cumprimento de sentença 
e na execução de título executivo extrajudicial (não há diferença no tratamento 
da legitimidade). 
Quem deve figurar no polo ativo e passivo da execução? 
“Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere 
título executivo. 
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao 
exequente originário: 
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte 
deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; 
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for 
transferido por ato entre vivos; 
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. 
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.” 
 
1.1) Legitimidade ativa ordinária (art. 778 e §1°, II, III, IV): o credor visa satisfazer 
interessepróprio, enquanto o devedor é titular deste mesma relação jurídica. Ex.: 
credor descrito na nota promissória; herdeiro que sucede o réu que fora 
condenado em ação de cobrança. 
26 
 
1.2) Legitimidade ativa extraordinária (art. 778, §1°, I e art. 15 da Lei 7347/1985): 
o sujeito em nome próprio na defesa de interesse alheio. Ex.: MP (como credor/ 
art. 96 CDC). 
 
2. Legitimidade passiva no cumprimento de sentença e na execução de título 
executivo extrajudicial: 
“Art. 779. A execução pode ser promovida contra: 
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (hipótese mais comum) 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; (devedor morreu e não 
pagou a dívida) 
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação 
resultante do título executivo; (terceiro não obrigado que por circunstancias 
alheias assumiu este encargo) 
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; 
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do 
débito; (responde pela dívida até o limite do bem, não é ilimitado) 
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.” (não é o contribuinte, mas 
sim o ente obrigado a recolher o tributo ao fisco pois se coloca nesta possível de 
responsável). 
 
A legitimidade passiva, poderá, ainda ser ordinária derivada ou superveniente 
(art. 779, II a VI, CPC). 
Litisconsórcio: ausência de tratamento especifico, aplica-se o regramento da 
parte geral do CPC (artigos 113 a 118), com as adaptações necessárias. 
Havendo mais de um devedor no título, cuidando-se de responsabilidade 
solidaria, todos poderão figurar no polo passivo ou alguns ou um deles. 
Embargos à execução: deverão ser opostos no prazo de 15 dias uteis contados 
a partir da juntada do mandado de citação, sempre atendendo a regra do art. 
231. Se forem citados cônjuges/companheiros, o prazo se inicia a partir da 
juntada do mandado do último citado. Não se aplica o prazo em dobro em face 
de litisconsortes com procurados diferentes, dada a natureza de ação autônoma 
dos embargos, que afastam a aplicação do art. 229 CPC. 
Dessa forma, o art. 915, §1° ensina que quando houver mais de um executado, 
o prazo para cada um deles embargar é contado a partir da juntada do respectivo 
comprovante de citação. 
Intervenção de terceiros: 
27 
 
- Denunciação à lide e o chamamento ao processo: não cabem, já que âmbar 
objetivam formar um título executivo contra o coobrigado. 
- Assistência: divergem a doutrina e a jurisprudência quanto ao cabimento. O 
entendimento favorável dispõe que desde que presentes os requisitos dos 
artigos 119 e 120, a assistência é cabível, especialmente nos embargos à 
execução (ação de conhecimento). 
- Amicus curiae (CPC, art. 138): em regra, não há vedação, mas será 
extremamente difícil a execução atender aos requisitos do art. 138 CPC. 
- Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 134): cabível. 
 
15/09/2020 (Aula 9) 
Responsabilidade Patrimonial 
Quais bens do devedor respondem pela dívida exequenda? 
“Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para 
o cumprimento de suas obrigações salvo as restrições estabelecidas em lei.” 
A responsabilidade do devedor é patrimonial, de modo que a execução alcança 
todos seus bens presentes e futuros pelo pagamento de suas dívidas. 
Pode ser fulminado pela prescrição. 
Em regra, todos os bens do devedor respondem por suas dívidas em execução. 
Mas há exceções: 
a) Limitações lógicas: (CPC, art. 836). Casos de penhora frustrada, em que as 
custas da execução irão absorver todo o valor do bem, eventualmente 
penhorado. 
“Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto 
da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento 
das custas da execução.” 
O objetivo é o cumprimento da obrigação; não se trata de vingança apenas para 
prejudicar o devedor. 
“§1°. Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de 
determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os 
bens que guarnecem a residência ou estabelecimento do executado, quando 
este for pessoa jurídica.” 
“§2°. Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado 
depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz.” 
28 
 
b) Limitações legais (impenhorabilidade): este grupo é constituído de bens 
impenhoráveis por opção legislativa, em razão de múltiplos fundamentos 
(dignidade da pessoa humana, hobby político). Subdivide-se: 
1) Bens públicos (CC, art. 100): os bens públicos de uso comum do povo 
e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, 
na forma que a lei determinar. Os bens públicos não se submetem ao regime de 
penhora. As dívidas estatais são pagas, em regra, por meio de precatórios de 
pequeno valor (não se incluem os bens dominicais, CC art. 101). 
Bens de Uso Comum do Povo: são aquelas que podem ser utilizados livremente 
pela população, por exemplo: praças, rios, praias, ruas, etc. Por estarem 
afetados a uma finalidade pública, esses bens são inalienáveis. 
Bens de Uso Especial: são os bens que visam à prestação de serviços públicos. 
Como exemplos podemos citar: escolas públicas, postos de saúde, agências dos 
correios, do INSS etc. Por estarem afetados a uma finalidade pública, esses bens 
são inalienáveis. 
 2) Bens de família (Lei 8.009/90): De acordo com a jurisprudência, o 
conceito de família é amplo, englobando as relações heteroafetivas, 
homoafetivas e poliafetivas. Aplica-se também às pessoas viúvas, solteiras, 
separadas ou divorciadas. Neste sentido, a sumula 364 STJ: O conceito de 
impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a 
pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
Para fins de proteção conferida pela Lei 8.009/90, a família é definida não a partir 
do sexo ou do número de pessoas objeto da composição, mas do vínculo afetivo. 
Outras súmulas relacionadas ao tema: 
 Súmula 486 STJ: é impenhorável o único imóvel residencial do devedor 
que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja 
revertida para a subsistência ou a moradia de sua família. 
 Súmula 449 STJ: a vaga de garagem que possuí matrícula própria no 
registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora. 
“Lei 8.009/90- Art. 1º. O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade 
familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, 
comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges 
ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas 
hipóteses previstas nesta lei. 
17/09/2020 (Aula 10) Correção da atividade 
 
22/09/2020 (Aula 11) 
Impenhorabilidades 
29 
 
Tratadas no Artigos 833 e 834 do CPC. 
Artigo 833: entende-se que somente as hipóteses tratadas nos incisos do artigo 
são consideradas como impenhorabilidade absoluta. Os parágrafos abrem 
oportunidade de penhora. 
Salvo imóvel residencial do devedor abrigado pela Lei 8.009/90, todas as demais 
situações devem ser alegadas na primeira oportunidade em que couber falar nos 
autos pelo devedor, sob pena de preclusão. 
 
“Art. 833. São impenhoráveis: 
Impenhorabilidade absoluta 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à 
execução; 
A impenhorabilidade abrange os bens públicos- de Uso Comum do Povo ou de 
Uso Especial- e ainda, aqueles assim declarados por ato voluntário, ou seja, 
aqueles que por disposição testamentaria ou contratual forem declarados 
impenhoráveis. Deve ser registrado em cartório no formal de partilha. Na 
matricula do imóvel consta a clausulação, na escritura de doação do imóvel 
também consta, quem adquire o imóvel sabe que não pode alienar devido ao 
registro, há uma presunção de conhecimento erga omnes. Estes bens também 
não podemser dados em garantia. 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a 
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem 
as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, 
salvo se de elevado valor; 
O devedor não precisa ficar em estado de miserabilidade, a dignidade deve ser 
preservada mantendo um médio padrão de vida. Bens em duplicidade com 
utilidade podem ser penhorados (ex.: uma das duas TVs). Instrumentos musicais 
dependendo do valor também serão penhorados. 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e 
os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de 
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos 
de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2º; 
A impenhorabilidade alcança as verbas destinadas ao sustento do devedor e que 
têm natureza alimentar. Porém, a regra geral da impenhorabilidade de salários, 
30 
 
prevista no CPC/15, pode vir a ser excepcionada quando for preservado 
percentual capaz de dar amparo à dignidade do devedor e de sua família. 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos 
ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do 
executado; 
O legislador quis preservar a atividade da pessoa física, de sorte que não 
permitiu a penhora dos bens necessários ao desenvolvimento da atividade 
profissional. Houve evolução no entendimento desse dispositivo e, na 
atualidade, também visa proteger pessoas jurídicas, em se tratando de 
sociedades empresárias de pequeno porte ou microempresa. Entretanto, existe 
a necessidade de comprovação de que o bem, objeto da constrição, é essencial 
ao funcionamento da empresa. O ônus da prova é do devedor. 
24/09/2020 (Aula 12) - Continuação estudo do artigo 833. 
VI - o seguro de vida; 
O seguro de vida é impenhorável tanto antes da morte do segurado por ser um 
valor canalizado ao futuro das pessoas que ele deseja segurar (por dívidas do 
segurado), quanto depois da morte, quando o pagamento for efetuado ao 
beneficiário (por dívidas do beneficiário do seguro). Mas a regra foi mitigada pelo 
STJ. Destaca-se que em se tratando de seguro de vida, foi aplicado, por 
analogia, o regramento do inciso X do art. 833 do CPC para firmar que a 
impenhorabilidade do seguro de vida é somente até 40 salários-mínimos. 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas 
forem penhoradas; 
Intenção de preservar a construção civil, mas se a obra for penhorada os 
materiais também poderão ser. 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família; 
O legislador preservou da penhora a pequena propriedade rural, que é utilizada 
pelos integrantes da família como meio subsistência. A definição de pequena 
propriedade rural está no art. 4°, inciso II da Lei 4.504/1964. Depende da 
definição de casa ente público municipal. 
Para se aferir o módulo rural, o profissional deve considerar o módulo fiscal. 
Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectares, cujo valor é fixado pelo 
INCRA para cada município. A dimensão de cada módulo fiscal varia de acordo 
com o município onde está localizado a propriedade. O valor do módulo fiscal no 
Brasil varia de 5 a 110 hectares. 
A definição de agricultor familiar e empreendedor de familiar rural dada pela Lei 
11.326/2006 também inclui o conceito de módulo fiscal, ao estabelecer que, 
31 
 
dentre outros requisitos, este não detenha, a qualquer título área maior que 4 
módulos fiscais. 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para 
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
São recursos recebidos do governo visando ao estimulo em educação, saúde ou 
assistência social. Como por exemplo verbas recebidas por ONG’s; os créditos 
públicos destinados ao FIES, ainda que para instituição privada, são 
impenhoráveis. 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 
(quarenta) salários-mínimos; 
Desimporta a origem da verba: verba de quotas de empresa, doação de parente 
e etc. Desde que não atinja o valor correspondente a 40 salários mínimos serão 
impenhoráveis. 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, 
nos termos da lei; 
O fundo partidário é um valor destinado mensalmente aos partidos para 
custeamento de despesas. Ele é constituído de verba pública e doações 
privadas, onde entram dotações orçamentárias da União, multas e penalidades 
aplicadas pelo TSE, e outros recursos atribuídos pela Lei 9.096/1995. De acordo 
com o TSE, estão aptos a receber o fundo partidário todas as legendas que 
apresentarem prestação de contas anualmente à Justiça Eleitoral, com balanço 
referente até 30 de junho do ano seguinte, em níveis federal, estadual e 
municipal. 
O numerário constante da conta-corrente utilizada com fim exclusivo de 
recebimento de verbas do fundo partidário é impenhorável, por se tratar de 
recursos públicos com destinação especifica. 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob 
regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
Trata da hipótese em que a incorporadora alienou unidades. O produto dessa 
venda é impenhorável, uma vez que deve garantir a execução da obra 
(construção das próprias unidades). Figurando a incorporadora como devedora 
e se vier a ser penhorada a verba decorrente da veda das unidades imobiliárias, 
caberá à incorporadora o ônus da prova. Tem o intuito de promover a construção 
civil. 
Impenhorabilidade relativa 
Mitigação da impenhorabilidade absoluta prevista nos incisos. Os parágrafos do 
artigo 833 flexibilizam a impenhorabilidade absoluta contida nos incisos. Por 
32 
 
exemplo, o salário é impenhorável mas se a dívida for de pensão alimentícia 
poderá ser penhorado. 
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao 
próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. 
A situação contempla a possibilidade de penhora, pelo agente financeiro que 
celebrou contrato de empréstimo com o devedor para aquisição de imóvel. O 
dispositivo está alinhado com o art. 3°, inciso II da Lei 8.009/90, que também 
dispõe sobre a exceção à impenhorabilidade quando a execução é promovida, 
ou seja, o devedor não pode alegar que trata-se de imóvel de uso de família. 
Essa hipótese beneficia o credor pois mesmo que o devedor não pague o crédito, 
ele sempre conseguirá recuperar o crédito com está hipótese de penhora, por 
isso os juros de créditos imobiliários são baixos, haja vista que o credor sempre 
é beneficiado. 
01/10/2020 (Aula 13) - Continuação estudo do artigo 833 
§ 2º O disposto nos incisos IV (1) e X (2) do caput não se aplica à hipótese 
de penhora para pagamento de prestação alimentícia, 
independentemente de sua origem, bem como às importâncias 
excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a 
constrição observar o disposto no art. 528, § 8º (3), e no art. 529, § 3º (4). 
(1) Inciso IV- os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os 
montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e 
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador 
autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º 
(2) Inciso X- a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 
(quarenta) salários-mínimos; 
Diante de uma dívida decorrente de pensão alimentícia é admitida a penhora dos 
salários e da quantia depositada em poupança. Independe a origem da pensão, 
podendo ser familiar ou pensão destinada a viúvas ou filhos do decujos. 
(3) Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de 
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a 
requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, 
em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade 
de efetuá-lo. 
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou 
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, 
caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora 
em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o 
exequente levante mensalmente a importância da prestação. 
33 
 
Tratando-se de decisão que fixou provisoriamente o pagamento de pensão, não 
é possível pedir a prisão do devedor. 
Se o juiz decidir pelo efeito suspensivo, a execução será paralisada, mas nessa 
situação o credor da pensão poderá levantar mensalmente o valor da pensão. 
(4) Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou 
gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente 
poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação 
alimentícia 
§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de 
execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de 
forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à 
parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. 
Se o devedor da pensão tiver salario como funcionário público, aposentado ou 
trabalhador o credor poderá pedir que a empregadora seja oficiada para que 
desconte mensalmente o valor da pensão. Pode ser descontado do salário do 
devedor o valor correspondente as pensões que vão se vencer a as vencidas 
desde que a somatória das duas não ultrapasse o montante de 50% do valor 
líquido do salário. 
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V (1) do caput os 
equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a 
pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais 
bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em 
garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza 
alimentar, trabalhista ou previdenciária. 
(1) V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou 
outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
Possibilidade de penhora se os equipamentos, implementos e maquinas 
agrícolas tenham sido alvo de financiamento e tenham sido dados em garantia. 
Também é possível a penhora se a pessoa física ou a empresa individual 
produtora rural estiverem sofrendo execução de prestação alimentícia, 
trabalhista ou previdenciária. 
“Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os 
rendimentos dos bens inalienáveis.” 
Bens inalienáveis são aqueles que não podem ser doados, vendidos ou 
penhorados, em virtude de lei (bens públicos) ou porque são clausulados por 
vontade daquele que dispõe do bem (doação, testamento). Podem ser trocados 
por outros, mediante sub-rogação, recaindo a inalienabilidade sobre o bem 
adquirido com o produto da venda daquela que estava inalienável, ou sobre o 
que for recebido na troca. 
34 
 
Por exemplo, caso um imóvel de família (impenhorável) tenha uma parte 
alugada, o valor do aluguel pode ser penhorado em favor do credor. 
Ordem de bens a serem penhorados 
A lei estabeleceu uma ordem de preferência. Na hora da penhora deverão ser 
observados inicialmente os primeiros incisos. 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com 
cotação em mercado; (tesouro direto) 
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV - veículos de via terrestre; 
V - bens imóveis; 
VI - bens móveis em geral; 
VII - semoventes; 
VIII - navios e aeronaves; 
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X - percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI - pedras e metais preciosos; 
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de 
alienação fiduciária em garantia; 
XIII - outros direitos. 
O rol é exemplificativo, mas praticamente esgotou as possibilidades. 
O credor poderá recusar o bem indicado pelo devedor, caso a ordem não tenha 
sido observada. 
 
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais 
hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as 
circunstâncias do caso concreto. 
A penhora de dinheiro é preferencial com relação a todas as outras, não poderá 
haver inversão. Mas quanto as outras hipóteses pode haver inversão. 
Na penhora, o juiz deve considerar os princípios da efetividade e do meio menos 
gravoso para o devedor. De sorte que, de forma justificada, poderá deferir a 
35 
 
penhora de pedras e metais preciosos, deixando de penhorar percentual do 
faturamento de empresa devedora incisos X e XI) 
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a 
fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não 
inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. 
A fiança bancaria (o devedor contrata com instituições financeiras) e o seguro 
garantia (o devedor contrata seguradoras) tem o meslmo efeito legal que o 
dinheiro para fins de garantia processual. 
- Fiança bancária: fiança prestada de maneira convencional, ou seja, mediante 
contrato escrito, e uma das partes contratantes é uma instituição financeira, que 
será a fiadora, a fim de garantir o cumprimento da obrigação firmada entre o 
devedor e seu credor. Bastante comum em relações locatícias. 
- Seguro garantia judicial: modalidade de seguro utilizado em processos judiciais. 
Trata-se de uma garantia de que a parte que tiver êxito no processo receberá a 
quantia condenada no momento do cumprimento de sentença. 
São alternativas ao deposito judicial de numerário, a fim de não imobilizar capital 
de uma empresa que necessita de fluidez de caixa, por exemplo. 
A fiança bancária ou o seguro garantia judicial que substituirão o dinheiro 
penhorado, deverá estar acrescida de trinta por cento do valor do débito porque 
esse plus vai garantir a correção monetária, dos juros de mora, dos honorários 
na fase de cumprimento de sentença ou execução. 
Na execução de crédito com garantia real, a penhora deve recair 
obrigatoriamente sobre a coisa certa dada em garantia real. Caso o bem 
pertença a terceiro garantidor, este também deverá ser intimado da penhora. 
 
D2+D3 
06/10/2020 (Aula 14) 
Fraude à execução- Artigo 792 e 774, I do CPC 
Atos fraudulentos praticados pelo devedor durante a execução, com o intuito de 
esvaziar o patrimônio para que a execução seja frustrada. 
a) Fraude contra credores (Artigos 158 a 165 CC) 
Fraude contra credores é um instituto muito próximo a fraude à execução. Mas 
trata-se de um instituto de direito material. 
Caracteriza-se pelo esvaziamento do patrimônio do devedor provocada por 
intenção deste a fim de levá-lo à condição de insolvência (o devedor reduz o seu 
36 
 
patrimônio, deliberadamente). Quando o ato é praticado a título gratuito (ex.: 
doação do bem) presume-se a fraude de forma ABSOLUTA. 
Quando o ato é praticado a título oneroso é necessário demostrar que o devedor 
tinha ao menos potencial conhecimento de que seu ato o levaria à insolvência e 
que o terceiro adquirente tinha conhecimento efetivo ou presumido de que a 
alienação levaria o alienante a este estado. Trata-se de um presunção relativa 
de fraude, por exemplo se o devedor vende um imóvel a um valor muito abaixo 
do mercado, mesmo sendo a título oneroso, trata-se de fraude. Ou ainda, se 
vende a um terceiro adquirente