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PROCEDIMENTOS CLÍNICOS RESTAURADORES EM ODONTOPEDIATRIA TERAPIA PULPAR CONSERVADORA EM DENTES DECÍDUOS Importância do dente decíduo - o melhor mantenedor de espaço é o próprio dente • O número de dentes cariados, com problemas de ordem pulpar é grande. • Para uma boa conduta endodôntica de dente decíduo = Comprovação clínica e radiográfica (processos patológicos, tratamento preventivo o não aparecimento de lesões pós operatórias) – acompanhamento!! • É importante estabelecer o grau de saúde da polpa, seu estágio de inflamação ou necrose em que se encontra.// alguns testes realizados em adultos não podem ser realizados na criança (ex. percussão, teste térmico – para não perder o controle psicológico da criança e nem pra exacerbar dor) • Diagnóstico correto (polpa com vitalidade ou mortificada). • Grau de reabsorção radicular - radiografia • Exame clínico, anamnese e exame radiográfico são fundamentais. • Testes de frio e quente em crianças não tem muita indicação. (teste a frio em criança apenas quando a criança é condicionada, paciente mais velho, dente permanente...) – não tem como confiar na criança em relação ao grau da dor • Exame clínico visual dos tecidos de suporte. Terapia pulpar dentes decíduos Quando nenhum outro método de tratamento pode ser indicado • Indicações da terapia pulpar – cárie profunda, lesão, dor intermitente, trauma... // teste de cavidade não é indicado para odontopediatria, tudo que vai fazer você anestesia!! – pra saber se é bio ou necro = depois que abriu o dente e analisar o sangramento • Exame clínico e diagnóstico – na exposição da polpa, observando o sangramento você vai definir se é bio ou necro. / vamos fazer exame clinico e radiográfico. - observar a criança sempre... • Ciclo biológico do dente decíduo – a resposta da polpa é diretamente proporcional ao ciclo do dente/se o dente já está em rizolise, a resposta da polpa ao medicamento que você utiliza não vai ser tão boa. Se for jovem, qualquer terapia funciona, as vezes nem precisa de terapia pulpar, só um forramento já resolve. - em rizolise dificilmente você faz pulpotomia. - se a rizolise for em uma só das raízes, a resposta ao medicamento tbm é baixa - o padrão que usamos é +/- 1/3 da raiz reabsorvida – se tiver + de 1/3 ai já é fase final. • Anatomia dos dentes decíduos – tem noção de quantas raízes, qual raiz ta interferindo onde, dentina... - dentes menores e menos mineralizados, camada de esmalte com espessura constante, câmara pulpar maior e cornos pulpares acentuados, raízes delgadas SLIDE – MIRANDA Ela comentou sobre esses slides. - A manutenção dos dentes decíduos é a base fundamental para uma oclusão mais adequada na dentição permanente * INDICAÇÕES DE TERAPIA PULPAR: - evitar deficiência mastigatória, ausência de sucessor permanente, evitar problemas fonéticos e psicológicos e manter crescimento ósseo. * MAIOR ATENÇÃO EM PACIENTES: - alterações sistêmicas que necessitem de antibioticoterapia, distúrbios sanguíneos e portadores de diabetes * EXAME CLÍNICO E DIAGNÓSTICO: - saber identificar a gravidade da saúde da polpa - conhecer as peculiaridades deste tipo de lesão em dentes decíduos - as vezes paciente tem fístula e não sabe ou não sente dor - teste frio ou calor não são muito usados pois a resposta nem sempre é elucidativa, assim como o teste de percussão. * FUNÇÕES DA POLPA: sensitiva, nutrição, defesa e formação reparadora * ASPECTOS ANATOMICOS DOS DENTES DECÍDUOS: - dentes menores e menos mineralizados, camada de esmalte com espessura constante, câmara pulpar maior e cornos pulpares acentuados, raízes delgadas * PONTOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS: - saúde geral do paciente, condição da dentição, tipos de restauração, cooperação que pode ser esperada, custo benefício * TERAPIA PULPAR INDIRETA: - Consiste em prevenir uma exposição acidental ou mecânica da polpa durante um ato operatório da remoção da cárie - Indicação: dentes jovens e lesão profunda - Contra-indicação: exposição pulpar dor espontânea mobilidade rarefação óssea - Técnica: → Anestesia → Isolamento Absoluto → Remoção tec cariado → Colocação de CaOH2 → Observar 40/60 dias Lesão profunda * TERAPIA PULPAR DIRETA - Consiste na aplicação de um agente sedativo na zona exposta de uma polpa vital para alcançar a cura e preservar a vitalidade - Técnica: → Anestesia → Isolamento Absoluto → Remoção tec cariado → Lavar com soro fis. → Colocação de CaOH2 → Restauração → Observar * PULPOTOMIAS: - Técnica de remoção da polpa coronária seguida do uso de medicamentos que procuram manter a polpa radicular em condições de saúde, permitindo que o ciclo biológico de reabsorção radicular se processe naturalmente * MATERIAIS EMPREGADOS: - Hidroxido de Cálcio; Formocresol; Pasta Guedes- Pinto; Otosporin;Tricresol * PULPOTOMIA: - Indicações: Dentes que apresentam exposição pulpar por cárie, em caso de pulpite em dentes com rizogêne incompleta, dentes com amplas destruição coronária que não haja necessidade pino intracanal, ausência de lesão apical / Fístula, exposição pulpar acidental - Contra-indicações quanto ao dente: Dentes com dores espontânea que não cessa com analgésico, impossibilidade de isolamento absoluto, dente com mobilidade, fístulas e reabsorção radicular de mais de 2/3 das raízes, quando o dente não tem possibilidade de restauração, percussão vertical positiva - Contra-indicações em relação ao paciente: estado de saúde debilitado do paciente - Vantagem: conservação da polpa radicular com vitalidade, não traumatiza o periapice, economia de tempo (sessão única), em casos de insucessos ainda podemos realizar a pulpectomia - Técnica: Radiografia, anestesia, isolamento absoluto, remoção de lesão cariosa com colher de dentina, remoção da polpa coronária com cureta, hemostasia, secagem com algodão estéril, aplica-se bolinha de algodão com formocresol diluido 1/5 + 8 - 10 minutos, molhar bolinha com formocresol com soro antes de remove-la, selamento da câmara e obturação temporária. - Finalização: OZE + CIV ou CaOH2 PA + Glicerina + Cimento CAOH + CIV ou GUEDES-PINTO + CIV (ou OZE) ou MTA + CIV * PULPECTOMIA: - Indicações: Dentes que devem permanecer por mais de 6 meses na boca, casos de pulpites intensas, dentes sem/com vitalidade, dentes com hemorragias intensas - Contra-indicações: Reabsorção radicular superior a 1/3, grande destruição impedindo restauração ou isolamento, lesão de furca, lesão periapical extensa, abcesso volumosos, pouca saúde do paciente - Tecnica intervensionalista e não intervencionalista: TI – para fazer a odontometria tomamos como referencia o germe do permanente dando margem de 2 a 3 mm de segurança; quanto a necro/bio em media 3 sessões; Irrigação (com fistula) água de Cal , (sem fistula) irrigar com dakim; Pasta Obtudadora : OZE(3) + iodoforme(1) + eugenol(1 gota) ou Guedes-Pinto - Técnica: Anestesia, isolamento absoluto, remoção câmara, biomecânica dos canais, curativo de demora, obturação do canal A) Capeamentos Pulpares • Indireto • Direto INDIRETO - não entra em contato com a polpa; só quando a remoção do tecido cariado não expõe a polpa e não houver pulpite; • Indicações: - Dentes com lesões de cárie profunda, próximo a polpa dental, sem sinais e sintomas de degeneração; - Ausência de alterações pulpares irreversíveis. - Não ter exposição - crianças pequenas, menos de 4 anos, em que não houve nenhuma exposição no dente - não pode ter nenhum grau de alteração pulpar • Técnica: - Anestesia local e isolamento absoluto; (em crianças menores de 4 anos podemos fazer infiltrativa mesmo sendo molar inferior) - Remoção do tecido com instrumentos rotatórios, retirando toda a dentina alterada das paredes; - Remoção com colher de dentina,de todo o tecido amolecido, evitando a exposição pulpar. (remoção do tecido cariado primeiro nas paredes circundantes depois em profundidade, para caso tenha exposição a contaminação seja mínima) - Limpeza da cavidade com soro fisiológico; (ou clorexidina) - Aplicar uma base protetora com cimento de hidróxido de cálcio; (PA, pasta-pasta...) - Restauração da cavidade. * Contraindicações: quando houver dor espontânea, exposição pulpar, rarefação óssea, lesão... DIRETO - o dente deve ser muito jovem, não pode estar na fase final do ciclo vital do dente; não pode ter reabsorção, nem um pouco nas raízes. • Indicações: - Molares de crianças com menos de 4 anos de idade ou antes do início da reabsorção destes dentes; (para que não esteja na fase final do dente) – 4 anos pensando em que o 1º dente erupcionou aos 6 anos, mas pode ter erupcionado mais tarde, então o dente tem um ciclo vital maior - Dentes com polpa normal com pequena exposição acidental durante o preparo cavitário; - não pode ter reabsorção de nenhuma das raízes - Exposição devido a injúrias traumáticas. - a exposição não deve ser extensa, é uma exposição PEQUENA. • Técnica: - Isolamento do campo operatório; - Lavar a cavidade com soro fisiológico; (professora gosta de limpar com clorexidina também) - Aplicar uma base sobre o tecido pulpar exposto de material biocompatível, como o hidróxido de cálcio (PA + pasta de hidróxido de cálcio); - Selamento cavitário (ionomero ou oxido de zinco e eugenol) B) Pulpotomias • Indicações: - Quando a remoção do tecido cariado resulta em exposição pulpar com polpa saudável, e após exposição pulpar por trauma. - quando o dente vai ficar pelo menos 1 ano na cavidade... se vai esfoliar em 6 meses não adianta fazer. - exposição de tecido mais extensa que não compensa colocar hidróxido de cálcio - removeu polpa coronária e o sangramento não para, é sinal de pulpite irreversível - pulpectomia - Dentes decíduos com vitalidade pulpar, e que não possuem mais de 2/3 de reabsorção radicular, e nem lesão na bi ou trifurcação, das raízes dos molares. • Formocresol (caindo em desuso devido patogenicidade e agressividade, mas ainda é utilizado) • Pasta Guedes-Pinto (iodofórmio, PMCC e ifocoide (??) – ela mantinha completamente a vitalidade pulpar, o problema foi comercial, foi só utilizada no brasil. O rifocoide (??) para uso dermatológico caiu em desuso, então foi tirado do mercado. – não usa mais pq não tem mais rifocoide – ele achou a oncilon pra substituir, mas o veiculo era muito pastoso, então não escoava dentro do canal, é difícil de manipular) • Otosporin (só ele) • Tricresol • Hidróxido de Cálcio - é um pó branco, cristalino, altamente alcalino e ligeiramente solúvel, em agua... - não causa alteração da cor da câmara pulpar - propriedades antibacterianas e indicado para regeneração pulpar - alguns autores preferem o uso da hidróxido de cálcio em fórmulas do que comercial, mas também é interessante ter em forma comercial. • Técnica: - Radiografia - Anestesia - Isolamento absoluto - Antissepsia do campo operatório: remoção do tecido cariado c/ colher de dentina e remoção do teto da câmara pulpar (cuidar reg. furca) (primeiro com instrumentos manuais e depois rotatórios para remover teto da câmara pulpar) - Remoção da polpa coronária c/ cureta BEM afiada – caso ocorra a remoção total da polpa, faz pulpectomia (acidente = removeu todo tecido cariado, removeu todo teto, cureta bem afiada e veio polpa radicular) (iatrogenia = não removeu todo tecido cariado, não removeu todo teto e não utilizou cureta bem afiada e veio polpa radicular) - Hemostasia - irrigação com soro fisiológico, até conter a hemorragia; - Secagem c/ algodão estéril - Aplicação de Otosporin (de 5 a 10 minutos) – alguns autores afirmar a colocação de bolinha de PMCC (medicação de demora) - Colocação da pasta de Hidróxido de Cálcio;(medicação) - Colocação da base - Selamento (OZE - IRM/ civ); - Restauração ou Obturação temporária; - Exames de controle. → PARTE DO MANUAL – ABO - O objetivo básico da terapia pulpar é manter a integridade dos dentes e de seus tecidos de suporte. É desejável manter a vitalidade pulpar de um dente afetado por lesão de cárie, lesão traumática ou outras injúrias. No entanto, um dente desvitalizado pode manter-se clinicamente funcional. - As indicações, os objetivos e o tipo de terapia dependem do diagnóstico obtido – polpa saudável, pulpite reversível, pulpite irreversível ou necrose pulpar → O diagnóstico depende de fatores como: 1. história médica; 2. historia odontológica, incluindo características da dor, se houver; 3. exame clínico, incluindo-se presença de lesões cariosas, fraturas, deslocamentos, alteração de cor e de tecidos moles; 4. exame radiográfico para verificar regiões apicais e de furca; 5. testes adicionais, como palpação, percussão e avaliação da mobilidade. → Testes de sensibilidade pulpar (elétricos e térmicos) podem ser úteis em dentes permanentes, mas não são recomendados para dentes decíduos, em função de respostas não confiáveis. Dentes que apresentarem sinais ou sintomas como história de dor espontânea, fístula, inflamação periodontal não resultante de gengivite ou periodontite, mobilidade não compatível com trauma ou período de rizólise, radiolucidez apical ou na região de furca, reabsorções interna ou externa são compatíveis com diagnóstico de pulpite irreversível ou necrose pulpar. Estas características indicam o tratamento endodôntico. → Dentes que apresentarem dor provocada de curta duração ou por escovação, aliviada com a remoção do estímulo e uso de analgésicos, são compatíveis com o diagnóstico de pulpite reversível e candidatos à terapia para polpa vital que vão deste o capeamento pulpar indireto até a pulpotomia. → Recomendações - Toda a informação relevante sobre diagnóstico, tratamento, e acompanhamento deve ser documentada na ficha do paciente. Qualquer planejamento de tratamento deve incluir considerações sobre: 1. história médica do paciente 2. valor estratégico do dente envolvido com relação ao crescimento e desenvolvimento do paciente 3. alternativas ao tratamento pulpar 4. possibilidade restauradora do dente em questão → A exodontia deve ser considerada como opção de tratamento quando o processo infeccioso não puder ser paralisado pelos tratamentos indicados. Também pode ser recomendada nos casos onde o tecido ósseo de suporte não puder ser restabelecido, a estrutura dental for insuficiente para procedimento restaurador ou quando uma reabsorção radicular patológica avançada estiver presente. → O acompanhamento do paciente após a realização da terapia pulpar é fundamental para o sucesso do tratamento e exige avaliações clínicas e radiográficas periódicas, tanto do dente tratado como dos tecidos de suporte, no mínimo por um período de dois anos, sendo ideal que este acompanhamento fosse realizado até a esfoliação do dente decíduo e erupção do sucessor permanente. → Tratamentos como apicificação, reimplante de avulsões ou uso de núcleos e pinos pré-fabricados não são recomendados para dentes decíduos. PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO PULPAR Na parede pulpar de um preparo cavitário, é sugerida a colocação de uma base protetora, com o objetivo de recobrir os túbulos dentinários expostos, agindo como uma barreira protetora entre o material restaurador e o complexo dentino pulpar. Nestes casos, a colocação de um material que apresente propriedades físicas e biológicas adequadas, como o hidróxido de cálcio ou um cimento de ionômero de vidro, está sob a escolha do dentista → Indicações: Pode ser feita em dentes com diagnóstico de polpa saudável, em lesões cariosas que atingiram até a metade da espessura da dentina. Assimsendo, quando todo o tecido cariado foi removido durante o preparo, expondo a dentina, uma base protetora radiopaca pode ser colocada entre a restauração e a dentina, para minimizar injúrias à polpa, promover a cicatrização do tecido pulpar ou minimizar sensibilidade pós-operatória. Já para lesões cariosas ativas mais profundas, o procedimento indicado é a remoção parcial de tecido cariado, nas suas diferentes formas de abordagem (tratamento restaurador atraumático, capeamento pulpar indireto e escavação gradativa) descritas mais adiante. Não há indicação clínica para se proteger uma dentina reacional (terciária) formada, seja na metade mais externa ou interna da dentina, por já haver uma obliteração dos túbulos dentinários, além da formação de um tecido de reparação que protege ainda mais fisicamente e biologicamente a polpa. → Objetivos: A base protetora é utilizada para preservar a vitalidade dental, promover cicatrização pulpar e formação de dentina terciária, e minimizar microinfiltração. Sinais ou sintomas clínicos pós- operatórios, como sensibilidade, dor ou edema não devem ocorrer. TRATAMENTO PULPAR INDIRETO (remoção parcial de dentina cariada) Tratamento pulpar indireto é um procedimento de mínima intervenção realizado em dentes com lesão cariosa ativa profunda, ou seja, que atingiram o terço interno da espessura da dentina, com probabilidade de exposição pulpar se todo o tecido afetado for removido pelo preparo cavitário convencional. O tecido cariado amolecido e irreversivelmente lesado é removido e o tecido parcialmente desmineralizado localizado próximo à polpa é mantido para evitar exposição pulpar e coberto com material biocompatível. Uma base radiopaca como hidróxido de cálcio ou óxido de zinco e eugenol é colocada sobre o remanescente dentinário afetado para estimular cicatrização e reparo. O dente é então restaurado com material que o proteja contra microinfiltração. → Indicações: Tratamento pulpar indireto está indicado em dentes decíduos e permanentes com lesão cariosa profunda, com alteração pulpar reversível, ou seja, em sinais e sintomas clínicos como sensibilidade à percussão ou palpação, dor espontânea, edema e fístula (parúlide). Não deve haver evidência radiográfica de reabsorções patológicas externa ou interna ou outras alterações patológicas. A porção mais profunda do tecido cariado não é removida, a fim de evitar a exposição pulpar. Portanto o Tratamento Pulpar Indireto deve ser realizado em dentes com potencial de recuperarem-se da injúria provocada pela lesão de cárie → Objetivos: Criar um microambiente favorável à remineralização dentinária, à formação de dentina reacional ou terciária e à reparação pulpar. O material restaurador deve selar completamente a dentina do ambiente bucal. A vitalidade dental deve ser preservada. Em dentes permanentes com rizogênese incompleta, a terapia deve propiciar condições para que haja continuidade no desenvolvimento radicular e apicoformação. → O Tratamento Pulpar Indireto pode ser realizado por meio de três técnicas de mínima intervenção: Escavação Gradativa (também conhecido como tratamento expectante), Tratamento Restaurador Atraumático (ART) e Capeamento Indireto. Destas, apenas a primeira é realizada em duas sessões. → A Escavação Gradativa é também conhecida como tratamento expectante, é uma técnica de mínima intervenção para lesões cariosas profundas ativas de dentina, onde se faz a remoção parcial de dentina cariada, realizada em duas ou mais sessões. Tem com o objetivo propiciar condições para uma resposta biológica da polpa, pela produção de dentina terciária (esclerórica e reacional), evitando-se assim a exposição pulpar. → Indicação: A escavação gradativa está indicada para lesões profundas em ambas as dentições, nos casos de pacientes que ainda não apresentam adaptação comportamental para se submeterem a procedimentos mais complexos ou quando se tem dúvida do diagnóstico pulpar. → Técnica * Primeira sessão: pode ser realizada sem anestesia e com isolamento relativo. Faz-se a remoção de tecido cariado das paredes circundantes, utilizando-se instrumentos manual e rotatório. Em seguida, faz-se com cureta a remoção do tecido dentinário amolecido, amorfo, insensível à instrumentação até que se encontre uma dentina mais resistente, que pode ser removida em lascas ou escamas. Neste ponto a curetagem é interrompida e, após a limpeza da cavidade com soro fisiológico, aplica-se uma base protetora com cimento de hidróxido de cálcio e sela-se a cavidade temporariamente com cimento de óxido de zinco e eugenol de preza rápida. Por também funcionar como base protetora, este cimento pode ser colocado diretamente sobre a parede pulpar, sem a prévia aplicação do hidróxido de cálcio. * Segunda sessão: após um período de no mínimo 90 dias (ou quando o paciente já se encontra com comportamento adaptado para o tratamento restaurador), o paciente é anestesiado, a restauração provisória é removida, a textura da dentina da parede pulpar é reavaliada (deverá se apresentar resistente à instrumentação manual) e a restauração permanente é realizada. Reavaliações clínicas e radiográficas deverão ser realizadas por, no mínimo, dois anos.2.3. * Capeamento Pulpar Indireto: é uma técnica de mínima intervenção onde se faz a remoção parcial de dentina cariada, realizada em uma única sessão. → Importante ressaltar que, anteriormente, esta técnica era realizada em duas sessões. No entanto, evidências científicas atuais demonstram que a reabertura do dente tratado é desnecessária, pois não há mais fundamentação biológica para o paradigma de remoção completa da dentina afetada pelo processo de desmineralização. A dentina parcialmente desmineralizada remanescente é passível de remineralização. → Indicação: Está indicado para lesões cariosas profundas ativas de dentina em ambas as dentições, nos casos de pacientes com adaptação comportamental para receberem anestesia e se submeterem a procedimentos mais complexos e quando os exames pré-operatórios clínicos e radiográficos confirmam ausência de alterações pulpares irreversíveis. → Técnica: - É realizada sob anestesia local e com isolamento absoluto. A remoção do tecido cariado é feita inicialmente com instrumentos rotatórios, retirando-se toda a dentina alterada das paredes circundantes. Depois de removido, com colher de dentina, todo o tecido amolecido, amorfo e insensível à instrumentação da parede pulpar, a retirada das lascas de dentina subjacente deverá ocorrer, tendo-se o cuidado de avaliar a textura da dentina no assoalho da cavidade, a fim de se evitar o sobrepreparo e, por conseqüência a exposição pulpar. Não há necessidade de se remover todo o tecido afetado pela cárie. Em seguida, faz-se a limpeza da cavidade com soro fisiológico, aplica-se uma base protetora com cimento de hidróxido de cálcio e restaura-se a cavidade com material permanente devidamente escolhido, de acordo com o grau de acometimento do dente. → O tratamento é dado como definitivo, não necessitando de segunda sessão para reabertura e reavaliação da dentina do assoalho da cavidade. Reavaliações clínicas e radiográficas deverão ser realizadas por, no mínimo, dois anos * Capeamento pulpar direto: Quando uma pequena exposição acidental da polpa ocorre durante o preparo cavitário ou após lesão traumática, uma base radiopaca biocompatível, como hidróxido de cálcio ou agregado de trióxido mineral (MTA) pode ser colocada em contato com a exposição pulpar. O dente é restaurado com material que controle a microinfiltração → Indicações: O procedimento está indicado em pequenas exposições pulpares acidentais (mecânica ou por trauma) em dentes permanentes e decíduos com até dois terços de rizólise, ambos com polpa saudável,quando as condições para resposta favorável forem ótimas. O capeamento pulpar direto, em função de uma exposição pulpar por cárie (ou seja durante a remoção de tecido cariado) não está indicado, para ambas as dentições. Considerando a falta de evidência científica para a remoção completa de tecido cariado, durante um preparo cavitário em lesão profunda atualmente a possibilidade de ocorrência de exposições desta natureza é inexistente. → Objetivos: A vitalidade dental deve ser mantida. Não devem aparecer sinais ou sintomas pós- operatórios como sensibilidade, dor ou edema. Cicatrização pulpar e formação de dentina reparadora devem acontecer. Não deve haver sinais radiográficos de reabsorções radiculares patológicas externa ou interna, radiolucidez apical ou na região de furca, calcificação anormal ou outras alterações patológicas. Não deve haver dano ao dente permanente sucessor. Dentes com rizogênese incompleta devem apresentar continuação do desenvolvimento radicular e apicoformação. PULPOTOMIA Pulpotomia é a amputação da porção coronária da polpa de um dente vital, em situações de exposição pulpar extensa por trauma ou durante a remoção de tecido cariado. Nestes casos, a polpa radicular vital é mantida e deve ser tratada com um medicamento como hidróxido de cálcio, formocresol ou sulfato férrico, com eletrocauterização11 e, mais recentemente o MTA ou de proteínas dentinogênicas, para preservar a integridade da porção radicular. A câmara pulpar é preenchida com uma base, e o dente é restaurado com material que evite microinfiltração. → Indicação: A pulpotomia está indicada quando a remoção de tecido cariado resulta em exposição pulpar em um dente decíduo com polpa saudável ou com pulpite reversível ou após exposição pulpar por trauma - A polpa coronária é amputada e o tecido pulpar radicular remanescente é diagnosticado vital por critérios clínicos (como coloração do sangramento, consistência do tecido pulpar ao ser amputado e capacidade de hemostasia, além de ausência de sinais e sintomas de alteração pulpar irreversível: dor espontânea, edema, fístula) e radiográficos (ausência de radioluscência peri e interradicular, ausência de reabsorções interna e externa não fisiológica). → Objetivos: A polpa radicular deve permanecer saudável, sem sinais ou sintomas clínicos como sensibilidade, dor ou edema. Não deve haver evidência pós-operatória radiográfica de reabsorções radiculares patológicas externa ou interna. Não deve haver danos ao dente permanente sucessor. APICOGÊNESE (FORMAÇÃO RADICULAR DE DENTES PERMANENTES) Apicogênese é um termo histológico que tem sido usado para descrever o resultado de procedimentos pulpares vitais que permitem a continuação fisiológica do desenvolvimento e formação do ápice radicular. Formação do ápice em dentes permanentes jovens vitais pode ser alcançada pela realização de procedimentos pulpares vitais apropriados previamente descritos GUEDES-PINTO: Tratamento Endodôntico em Dentes Decíduos IMPORTANCIA DO DENTE DECÍDUO: ”... a manutenção dos dentes decíduos nos arcos até a época de sua esfoliação fisiológica é um dos escopos da especialidade, visto ser esse dente a base fundamental para que a oclusão correta da dentição permanente seja bem-sucedida” - Entretanto, sabe-se, também, que a incidência de lesões de cárie na dentição decídua é altamente significante, apesar dos métodos e meios de prevenção que vêm sendo pesquisados há muitos anos. EXAME CLÍNICO E DIAGNÓSTICO: - Provavelmente, o mais importante e também o mais difícil aspecto do tratamento pulpar é estabelecer o grau de saúde da polpa, o estágio de inflamação ou necrose em que se encontra. Essa situação é que determinará uma decisão para se propor a melhor forma de tratamento. - Deve ser considerado o grau de reabsorção radicular, mesmo que as manifestações das respostas pulpares se assemelhem àquelas verificadas nos dentes permanentes; - Algumas vezes, os dentes decíduos são assintomáticos, não sendo raro passar da fase de hiperemia para a de necrose pulpar, sem que se observem manifestações dolorosas. Muitos pacientes portadores de dentes associados à fístula, quando inquiridos, jamais têm lembrança de dor naqueles dentes. - Deve-se enfatizar que exames clínicos, anamnese e exames radiográficos assumem um papel de destaque no tratamento endodôntico de dentes decíduos; É de grande importância o exame clínico visual dos tecidos de suporte, quando se observa se há tumefações, fístulas ou mudanças de coloração destes tecidos, fornecendo dados importantes para o diagnóstico. - O exame de mobilidade do dente pode indicar problemas nos tecidos de suporte. Entretanto, esta não deve ser confundida com a fase de reabsorção radicular ativa. O exame da cavidade de cárie, possivelmente, é o exame mais importante. Deve ser feito com campo isolado, bem iluminado e com instrumentos novos, pois só assim é possível se ter a dimensão da extensão e profundidade da lesão. Desse modo, o clínico experiente saberá tirar proveito dessa observação. Os testes de frio e quente em crianças não são muito indicados, porque as respostas nem sempre são tão elucidativas como nos dentes permanentes. Além disso, podem provocar desconforto indesejável à criança, influenciando no seu comportamento. Da mesma forma, o exame de percussão é pouco usado. MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO PULPAR DE DENTES DECÍDUOS: 1. Pasta preconizada por Guedes-Pinto: - desenvolvida uma pasta composta de iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e rifocort - A pasta foi proposta como material de preenchimento de dentes decíduos com polpa necrosada, baseada em acompanhamento clínico e radiográfico por 2 anos de 45 dentes decíduos - Os componentes da pasta apresentam propriedades isoladas. O iodofórmio apresenta propriedades antissépticas, atividade antimicrobiana, é radiopaco, promove liberação de iodo, inclusive em condições desfavoráveis, e possibilita estimulação biológica. - O paramonoclorofenol canforado é antimicrobiano, com discutida ação bacteriostática e bactericida, e alta citotoxicidade. - O Rifocort® é anti-inflamatório, caracterizando associação corticosteroide-antibiótica, na qual a corticoterapia evita intensa resposta inflamatória nas primeiras fases do reparo, e o antibiótico promove precaução profilática. - Entretanto, um dos componentes da pasta, o Rifocort®, não se encontra disponível no mercado atualmente. Uma solução, em médio prazo, para essa questão, seria a industrialização da pasta, que passaria a vir pronta para utilização, dispensando a manipulação dos componentes e a necessidade do Rifocort 2. Formocresol: - O formocresol é um medicamento amplamente utilizado na pulpotomia de dentes decíduos, graças à facilidade de utilizá-lo, e sua média de sucesso clínico em curto prazo ser alta. Contudo, os efeitos citotóxicos de seus componentes, a possível difusão nos tecidos periapicais e sistêmicos, e os possíveis efeitos mutagênicos e carcinogênicos são aparentes De acordo com o livro, tem o Formocresol diluído 1/5 3. Glutaraldeído: - o glutaraldeído é mais vantajoso que o formocresol, sendo capaz de fixar os tecidos superficialmente, limitando a sua penetração, mantendo a vitalidade da polpa subjacente a sua ação. Também há lenta ação progressiva de fibrose no tecido pulpar coronário, não atingindo o periápice 4. Vitapex: - A Vitapex® é composta por 40,4% de iodofórmio, 30% de Ca(OH)2, 22,4% de óleo de silicone e 6,9% de substâncias inertes. É comercializada em seringa com 2 g do produto e tem sido recomendada como o material de preenchimento radicular em dentes decíduos mais próximo do ideal. O potencial citotóxico e antimicrobiano tem sido baixo.5. Hidróxido de Cálcio: - Quanto aos dentes decíduos, os resultados parecem não ser tão animadores. - As propriedades antibacterianas do hidróxido de cálcio têm sido atribuídas ao seu pH fortemente alcalino (aproximadamente 12,0), que destrói, por contato, as bactérias que possam ter permanecido no canal - capacidade de reduzir o exsudato e auxiliar na redução do processo inflamatório, por atuar como vasoconstritor capilar. O hidróxido de cálcio apresentaria, ainda, a capacidade de dissolver remanescentes de tecido pulpar e atuar como indutor do processo de mineralização, neutralizando o pH ácido das lesões periapicais. - Contudo, é importante ressaltar que a escolha do material a ser utilizado no tratamento pulpar de dentes decíduos deve considerar o ciclo biológico desse dente, não podendo se fazer relação entre os resultados obtidos nos dentes permanentes. CAPEAMENTOS PULPARES: → DIRETO: - Na maioria dos casos, são contraindicados capeamentos pulpares diretos em dentes decíduos. - A não ser em condições especialíssimas em molares de crianças com menos de 4 anos ou antes do início da reabsorção destes dentes, e no ponto em que a exposição não foi contaminada por saliva, o tecido cariado tenha sido removido e o diâmetro da exposição, pequeno. - Mesmo assim, se não é contraindicado o capeamento direto, é preferível a pulpotomia, por considerá-la mais segura. É importante enfatizar que essa atitude radical em relação à polpa está calcada não só na experiência clínica, como também nos trabalhos de pesquisa. Caso ocorra a rara possibilidade de capeamento pulpar direto, a literatura clássica recomenda o óxido de zinco e eugenol ou hidróxido de cálcio, como agente capeador. - A experiência desta clínica nesse campo é pequena e, por esse motivo, ainda não se definiu por nenhum dos medicamentos. - Entretanto, os bons resultados obtidos com o uso da pasta Guedes-Pinto permitem indicá-la, caso o clínico queira fazer esse tipo de tratamento, ou seja, o capeamento direto. - A técnica de trabalho para esses casos requer o uso do dique de borracha para isolamento absoluto e o preenchimento das condições já mencionadas (crianças com pouca idade, não haver contaminação pela saliva, exposição pequena e ausência de cárie). - Poderia se pensar em casos específicos, nos quais há formação de coágulo adjacente à exposição em lavar a ferida com solução fisiológica ou detergente pouco concentrado, secar de preferência com penso de algodão esterilizado e colocar o agente capeador. - O selamento cavitário para o caso do uso da pasta Guedes-Pinto ou do óxido de zinco e eugenol deve ser feito com IRM. Se se optar pelo hidróxido de cálcio, após este, deve-se secar para colocar cimento de fosfato de zinco, de policarboxilato ou ionômero de vidro. Em qualquer dos casos, há grande interesse que a restauração seja feita o mais rápido possível para não haver perda do agente capeador. → INDIRETO: Quanto ao capeamento indireto, lança-se mão desse recurso com alguma frequência, em particular naqueles dentes com cáries profundas em que a continuidade da remoção do tecido cariado pode expor a polpa. - Nessas ocasiões, suspende-se a curetagem e coloca- se um curativo sobre a dentina remanescente. O curativo pode ser de óxido de zinco e eugenol ou de hidróxido de cálcio. Em seguida, procede-se ao selamento da cavidade, e, se o curativo usado for óxido de zinco e eugenol, opta-se pelo IRM; se for o hidróxido de cálcio, utiliza-se cimento de fosfato de zinco, de policarboxilato ou ionômero de vidro. - Atualmente, a maioria dos autores recomenda esta conduta em uma única sessão. Entretanto, os autores clássicos optam pela seguinte conduta, ou seja, após essa primeira consulta, passado algum tempo, 40 a 60 dias, pode-se abrir o dente, remover a base e o tecido cariado e, agora, completar o tratamento. É importante deixar claro, entretanto, que a indicação desse tratamento, capeamento pulpar indireto, está diretamente ligada à resposta pulpar. Obviamente, dentes com pulpite, mesmo sem exposição pulpar, não se enquadram nessa indicação. - Finalmente, o capeamento direto como o indireto requerem acompanhamento do caso, devendo-se fazer exames clínicos e radiográficos de controle a cada 3 meses para avaliar o sucesso. Na suspeita de fracasso, deve-se, de imediato, tentar a etapa seguinte do tratamento pulpar. Se o dente apresentar vitalidade, deve-se optar pela técnica da pulpotomia; caso ocorra mortificação pulpar, indica-se a técnica específica. PULPOTOMIA - A técnica caracteriza-se pela remoção da polpa coronária e subsequente uso de medicamentos que procuram manter a polpa radicular em condições de saúde, permitindo que o ciclo biológico de reabsorção radicular se processe naturalmente. - Entre os medicamentos que o clínico pode lançar mão após a pulpotomia, estão o hidróxido de cálcio, o formocresol, o formocresol diluído e o glutaraldeído. Particularmente, embasados em pesquisas laboratoriais, em animais de laboratório e observações clínicas, que demonstraram resultados superiores com a pasta Guedes-Pinto composta por iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e rifocort àqueles obtidos com todos os outros medicamentos. - Indica-se a pulpotomia para dentes decíduos com vitalidade pulpar e que não apresentem mais de dois terços de reabsorção radicular, nem lesão na bi ou trifurcação das raízes dos molares. - Também, não deve ser indicada essa conduta para dentes tão destruídos, que seria impossível a sua reconstrução após o tratamento endodôntico. Um dos aspectos importantes do tratamento de dentes decíduos, relativo à saúde do paciente, é que em crianças com baixa resistência e saúde geral precária, nas quais é frequente o aparecimento de tonsilite, gripes e outras doenças comuns na infância, os resultados do tratamento endodôntico apresentam sucesso em porcentagens menores, em especial quando se deseja uma resposta da polpa, como nos casos de capeamento pulpar ou pulpotomia. - Assim, a indicação desse tipo de tratamento nessas crianças deve ser feita como tentativa, e os pais devem ser notificados do fato. O diagnóstico para que se tenham bases corretas para a indicação ou contraindicação do tratamento é importantíssimo, como já discutido. Assim, caso os dados obtidos indiquem que se trate de dentes recomendados para pulpotomia, pode-se executá-la. Isso posto, serão abordadas as técnicas já mencionadas para que se possa fazer uma avaliação de cada uma. - A técnica de trabalho é semelhante à das pulpotomias convencionais, ou seja, com o dente anestesiado e com isolamento absoluto, executa-se a pulpotomia (remoção da polpa coronária) efetuada com curetas e, após a obtenção da hemostasia com penso de algodão (seco e estéril), a polpa radicular é coberta com a pasta já descrita (iodofórmio, paramonoclorofenol canforado e rifocort, em partes iguais). - Sobre a pasta, coloca-se um fino disco de guta- percha, sobre o qual o dente é restaurado, preferencialmente na mesma sessão. - É lícito insistir que, diante dos esclarecimentos sobre o comportamento farmacológico da pasta, os resultados das pesquisas em animais de laboratório e de observação clínica, com alto número de casos, hoje, não há dúvida em se optar por essa técnica. - Entre os vários medicamentos utilizados como agentes capeadores das polpas de dentes decíduos após pulpotomias, o mais conhecido é o formocresol, em razão de inúmeras pesquisas comprovando sua eficiência clínica, apesar do comprovado efeito tóxico desse material. → A técnica de trabalho empregada apresenta a seguinte sequência: anestesia e isolamento absoluto com diquede borracha são condutas necessárias para o bom êxito da técnica. A seguir, o tecido cariado é removido com brocas, a polpa na sua porção superior (a oclusal do dente) fica exposta, removendo-a a com curetas (pulpotomia) e aplicando sobre ela um penso de algodão com formocresol. Após de 3 a 5 min, retira-se o penso de algodão e, sobre a polpa radicular, coloca-se uma base de óxido de zinco e eugenol. A seguir, sela-se o dente.