José, policial militar, recebeu denúncia anônima no sentido de que na Rua das Acácias, nesta capital, ocorreria tráfico de drogas. Diante de tal i...

José, policial militar, recebeu denúncia anônima no sentido de que na Rua das Acácias, nesta capital, ocorreria tráfico de drogas. Diante de tal informação, teve por bem se deslocar, juntamente com seu colega Cláudio, para o tal lugar. Ali chegando, nada avistaram e resolveram ficar em campana, aguardando a ocorrência de alguma movimentação suspeita. Avistaram, então, a chegada, ao local, de um casal, que adentrou a residência. Nada além disso foi presenciado pelos agentes policiais. Ainda antes do fim do dia, José, convicto de que no local ocorria tráfico de drogas, decide empreender diligência na residência e logra êxito em encontrar no interior da casa 300 quilos de maconha, 100 quilos de cocaína, balanças de precisão, plástico filme para acondicionar a droga e um caderno de anotações dando conta de movimentações financeiras. Diante disso, o casal foi preso, a droga apreendida e, posteriormente, instaurada ação penal. A respeito do caso, considerando a garantia de inviolabilidade do domicílio e sua interpretação pelos tribunais superiores:

a) A prova que embasa a ação penal é lícita, pois o delito de tráfico é, em alguns de seus verbos nucleares, crime permanente, razão pela qual configurado crime em flagrante, exceção expressa à inviolabilidade domiciliar.

b) A prova que embasa a ação penal é lícita pois a denúncia anônima que motivou a diligência confere esteio à ação policial.

c) A prova que embasa a ação penal é ilícita, pois a diligência foi realizada por policiais militares, enquanto o correto seria que o fosse por policiais civis, caso em que seria lícita.

d) A prova que embasa a ação penal é ilícita, pois seria indispensável a demonstração de existência de fundadas razões que indicassem que no interior da casa estava em curso o crime, sendo que, no caso, tais fundadas razões inexistiram.