Na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, existem museus que expõem escrituras de venda de escravos, datadas de 1876, bem como anúncios de jornais de circulação à época, século XIX, em que se prometiam recompensas pela recuperação de escravos “fujões”.
De fato, o ordenamento jurídico brasileiro daquele momento histórico autorizava a escravidão.
Os negros, embora também, obviamente, seres humanos eram considerados coisas e negociados como se fossem bens semoventes, equiparados aos animais.
Diante de tal realidade histórica, podemos dizer que aquela legislação tinha a mesma finalidade jurídica, econômica e social que ordenamento jurídico brasileiro atual possui? JUSTIFIQUE sua resposta.
Não, pois, resumidamente, nosso ordenamento atual está baseado na dignidade da pessoa humana, não observada na época.
A Constituição de 1824 não tinha nenhum dispositivo que falasse acerca da liberação para ter escravos no Brasil, de tal forma que José Bonifácio, visando a até iminente separação do Brasil com Portugal, sugeriu na Assembleia Constituinte, acabar com o processo de escravização. Todo esse processo demonstra que naquele período, a Constituição não contemplava as garantias fundamentais que a atual CRF/88 garante, apesar da Constituição de 1824 ter reflexos da Declaração do Homem e do Cidadão de 1789, não conseguiu extinguir diferenças sociais alarmantes e tinha por objetivo principal legitimar o novo império, enquanto a atual tem por objetivo consolidar os direitos fundamentais, naturais e humanos conquistados depois de todo esse percurso histórico.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar