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TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA Yasmim Morais Neves Cruz – Mat. 20200018393 – Direito Ambiental Contemporâneo - 06 de junho de 2024 No contexto empresarial contemporâneo, a busca por soluções que conciliem o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental tem se tornado uma prioridade. O Termo de ajustamento de conduta (TAC) emerge como um recurso fundamental para a salvaguarda dos interesses e direitos coletivos, notadamente no que concerne ao acesso a um ambiente ecologicamente equil ibrado. Este acordo, pactuado entre as partes envolvidas, tem por desiderato primordial a proteção desses direitos transindividuais, constituindo-se em um expediente célere e eficaz na regulação e prevenção de danos ambientais. Seu arcabouço legal encontra-se alicerçado na Lei 7.347/85, também conhecida como Lei da Ação Civil Pública, mais especificamente em seu § 6º ao art. 5º, outorgando a competência para estabelecer compromissos de conformidade com a legislação ambiental, conferindo-lhes eficácia de título executivo extrajudicial. Enquanto dispositivo executivo extrajudicial, se distingue pela imposição de obrigações aos signatários, abarcando tanto medidas a serem adotadas quanto aquelas a serem evitadas, sob pena de sanções previamente definidas em caso de inobservância. Esta abordagem almeja corrigir condutas lesivas ao meio ambiente e acelerar a resolução de litígios, minimizando, assim, os impactos derivados das atividades empresariais. Para além de sua função preventiva, o TAC exerce um papel crucial na reparação de danos ambientais, ajustando-se às peculiaridades e estabelece medidas específicas para restaurar o ambiente degradado. Ademais, também fomenta a plena recuperação do ecossistema afetado, em consonância com a promoção da sustentabilidade e a restauração do equilíbrio ambiental. Nessa esteira, o TAC representa um instrumento jurídico de suma importância para atender às demandas sociais e assegurar a proteção ambiental no Brasil. É amplamente empregado pelo Ministério Público, garantindo os direitos coletivos, especialmente os relacionados à tutela ambiental, superando, assim, as limitações do processo civil tradicional. Sob essa perspectiva, o TAC contribui para uma administração mais eficaz da justiça e uma alocação mais racional dos recursos disponíveis. O TAC difere da transação convencional do Direito Civil, constituindo-se, contudo, em um instrumento análogo no qual o agente se compromete a cumprir as exigências legais, embora sem uma disposição explícita. Este mecanismo, de caráter preventivo e inibitório, concentra-se na adaptação da atividade empresarial às normativas legais. Para assegurar o cumprimento efetivo, torna-se essencial a reparação integral dos danos, dado o caráter indisponível do direito violado, sendo imperativo que os termos do acordo abranjam o objeto do pedido da ação civil. Reconhecido pela lei como título executivo extrajudicial, o TAC pode ser ratificado judicialmente, devendo, durante o processo, ser submetido à apreciação do juiz para homologação, garantindo a conformidade com os objetivos propostos. Embora represente uma solução temporária para empreendimentos irregulares, o TAC não visa perpetuar as irregularidades, mas sim estabelecer medidas para sua correção, sob pena de descumprimento. Apesar de sua não obrigatoriedade legal, a homologação judicial confere maior credibilidade a este instrumento de ajuste. O Ministério Público detém a autoridade primordial para estabelecer Termos de Ajustamento de Conduta TAC. No escopo dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, os TACs são firmados por partes que, tendo perpetrado ações irregulares, se comprometem diante do procurador da República ou do Promotor de Justiça a cumprir as condições estipuladas, visando resolver os problemas causados por elas ou compensar danos já ocorridos. Além do Ministério Público, os signatários podem incluir órgãos como a Defensoria Pública, União, Estados, Municípios e Distrito Federal, bem como entidades e órgãos da Administração Pública Direta ou Indireta destinados à defesa de direitos coletivos, e empresas públicas e sociedades de economia mista voltadas à prestação de serviços públicos. Ademais, a inclusão do artigo 79-A na Lei 9.605/98 pela Medida Provisória 2.163-41, de 23/08/2001, permite a celebração de TAC entre órgãos ambientais e pessoas físicas e jurídicas que exerçam atividades efetivamente ou potencialmente poluidoras. A definição do procedimento para a celebração do TAC é atribuída à Secretaria de Meio Ambiente de cada estado com as particularidades de cada localidade. Quanto ao conteúdo do documento, o TAC deve obedecer a forma escrita e incluir a identificação das partes envolvidas, bem como estabelecer prazos. As obrigações devem ser claramente especificadas, contemplando ações de fazer, não fazer, entregar bens específicos ou pagar multas, e devem ser proporcionais à natureza e extensão dos danos, além de prever sanções pecuniárias em caso de descumprimento. Referências: MANUCCI ADVOGADOS. (org.). Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental. Disponível em: https://manucciadv.com.br/termo-de-ajustamento-de-conduta-ambiental/. Acesso em: 10 maio de 2024. SOARES, Janceline. Termo de Ajustamento de Conduta ambiental. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/termo-de-ajustamento-de-conduta-ambiental/1105743674. Acesso em: 10 maio de 2024. MPF. Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental. Disponível em: http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/atividade-fim/termos-de-ajustamento-de-conduta. Acesso em 10 de maio de 2024. http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/atividade-fim/termos-de-ajustamento-de-conduta