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Teoria complementar Solo

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MÓDULO 4 - SOLO
TEORIA COMPLEMENTAR
1. O Solo
O solo é uma mistura de compostos minerais e orgâ- nicos, formados pela ação 
de agentes físicos, químicos e biológicos inicialmente sobre a rocha primária.
Para as plantas, os solos são, além de meio de fixa- ção, fonte de nutrientes ne-
cessários ao seu desenvolvimento.
Três fases são encontradas no solo: sólida, líquida e gasosa.
A fase sólida é formada pelos minerais e pela matéria orgânica e ocupa em média 
50% do solo, em volume, dos quais os minerais são responsáveis por 45% e a 
matéria orgânica por 5%.
A fase líquida é a solução do solo e encontra-se nos espaços da fase sólida, ocu-
pando de 15 a 35% do volume do solo. Na solução do solo, encontram-se nutrien-
tes na forma iônica (K+, Ca2+, NO–3, H2PO4– etc.), daí a sua grande importância 
nos solos agrícolas.
A fase gasosa é o ar do solo e encontra-se nos poros da fase sólida, disputando o 
mesmo espaço com a solução do solo. O ar do solo responde por 20 a 30% do 
solo em volume. O ar do solo provém do ar atmosférico. Nor- malmente a concen-
tração do CO2 no ar do solo é maior que a concentração de CO2 no ar atmosfé-
rico, pois a ati- vidade de micro-organismos e raízes consome O2 e libera CO2.
Na agricultura, define-se fertilidade do solo como a capacidade de produção dele.
2. A Matéria Orgânica
A matéria orgânica resulta da decomposição de restos de animais e vegetais. 
Essa degradação é bioquímica e envolve uma série de micro-organismos, como 
bactérias, fungos e actinomicetos. Na degradação, ocorrem dois processos: miner-
alização e humificação.
Mineralização
Nada mais é do que a combustão do material orgânico.
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SOLO
1. Ciclo do Carbono
2. Ciclo do Nitrogênio
3. Carbono e Suas Classificações
4. Representação das Cadeias Carbônicas
5. Classificação das Cadeias Carbônicas
6. O Petróleo
7. Velocidade das Reações Químicas
8. Isomeria Plana
9. Isomeria Espacial
10. Poluição do Solo
Além do CO2, formam-se também compostos inorgânicos (minerais) e orgânicos, 
dos quais depende a libe- ração de nutrientes para o meio (NO3-, K+, H2PO4– e 
etc.).
Humificação
Corresponde à polimerização dos compostos orgâ- nicos resultantes da minerali-
zação, formando macro- moléculas (massa molecular até 50000u) que contêm 
núcleos benzênicos e grupos funcionais carboxílicos, fenólicos, carbonílicos, ami-
nas etc.
Exemplo de polímero componente do húmus:
Os grupos carboxílicos e fenólicos são os mais atuan- tes nos processos em que 
se encontram os ácidos húmicos. A matéria orgânica atua nas propriedades físi-
cas, químicas e biológicas do solo, corrigindo e melhorando a fertilidade deste. A 
matéria orgânica aumenta a tonalidade escura do solo.

Atualmente, a matéria orgânica é preparada nas usinas de compostagem e é apli-
cada ao solo.
3. Poluição do Solo
A atuação do homem (ação antrópica) no equilíbrio dos ciclos biogeoquímicos es-
tabelecidos ao longo de milhões de anos pode ser construtiva ou destrutiva.
4. Fertilizantes
A utilização de fertilizantes de alta solubilidade, ao mesmo tempo que disponibiliza 
os nutrientes para as plantas, deixam-nos em condições de serem carreados para 
as redes de drenagem e lençóis freáticos. Estes, com o passar do tempo, poderão 
apresentar níveis de contaminação indesejáveis para o consumo humano.
Os fertilizantes usados na agricultura contêm grandes concentrações de ni-
trogênio e fósforo na forma de nitratos (NO3-) e fosfatos (H2PO4-). Essas substân-
cias são nutrientes e provocam multiplicação em excesso das algas, consumindo 
grandes quantidades de oxigênio. A falta de oxigênio provoca a morte de animais 
e plantas, e a decomposição de cadáveres aumenta a poluição. Eutrofização é o 
excesso de nutrientes na água, o que provoca o crescimento exagerado de organ-
ismos, como algas. Um desastre ecológico desse tipo ocorreu no Lago Paranoá, 
em Brasília. O mau cheiro provocado pela decomposição das algas obrigou 
famílias a abandonarem suas casas, situadas nas margens do lago. A atividade 
de produção de animais domésticos (por exemplo, suinocultura) deixa os dejetos 
armazenados na superfície dos solos. Ao sofrerem degradação (mineralização), 
geram grandes quantidades de nutrientes, entre eles o nitrato(NO3), que pode ser-
carregado para as redes de drenagem ou lençóis freáticos.
5. Praguicidas
As pragas são seres vivos que atacam as plantas cultivadas pelo homem. São pra-
gas:
a) os insetos que se alimentam das plantas;

b) os vermes que comem as raízes das plantas;

c) os fungos e bactérias que causam doenças às plantas;

d) as ervas invasoras que crescem junto com as plantas cultivadas.
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Praguicidas, pesticidas, agrotóxicos (designação pre- ferida pelos ecologistas e 
defensores do meio ambiente) ou defensivos agrícolas (designação usada pelas 
indús- trias produtoras) são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, destina-
das a matar, controlar ou combater de algum modo as pragas.
Entre os inseticidas orgânicos sintéticos, são ampla- mente utilizados os organo-
clorados.
Exemplos de inseticidas organoclorados (não é necessário memorizar as fórmu-
las)
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O emprego dos praguicidas deve ser feito com muito cuidado, pois provocam de-
sequilíbrios ecológicos.
a) Matam os inimigos naturais da praga.
Exemplo: o homem usa um inseticida para matar um tipo de lagarta que se ali-
menta da maçã. Além das lagar- tas, morrem as abelhas, que são insetos úteis. 
Um pássaro pode morrer ao comer a lagarta envenenada por praguicida.
b) Envenenam o solo.
c) Envenenam a água.
Os inseticidas organoclorados têm efeito cumulativo, isto é, vão-se acumulando 
no organismo à medida que nele entram. Esses inseticidas provocam lesões no 
fígado e nos rins, mutação gênica e câncer. Não se degradam com facilidade, per-
manecendo no solo durante dezenas de anos.
Os inseticidas apresentam aspectos positivos e ne- gativos. Sabe-se que os inse-
tos transmissores de doenças (dengue, maleita) levam cerca de sete anos para 
desen- volver formas resistentes ao DDT. Sabe-se também que, pela aplicação 
correta desse inseticida, é possível erradicar esses insetos, durante o prazo de 
cinco anos.
Assim, o emprego correto do DDT tem efeito saneador. No entanto, o produto foi 
mal usado e contaminou o capim, o gado e seres humanos, o que levou à sus-
pensão do uso desse agrotóxico. Verificou-se um recrudescimento das doenças 
transmitidas por insetos nos últimos anos.
A utilização de defensivos agrícolas é fonte preocupante de contaminações ambi-
entais. O químico des- cobriu inseticidas de origem natural, destacando-se os deri-
vados do ácido crisantêmico, conhecidos com o nome de piretrinas, que ocorrem 
nos crisântemos, flores bastante apreciadas. As piretrinas são relativamente não 
tóxicas para os mamíferos.
6. Desenvolvimento Sustentável
Não se deve esquecer dos impactos ambientais que podem decorrer da explo-
ração indiscriminada, ou do mau uso, dos recursos oferecidos pela natureza. A 
consciência ecológica, recentemente surgida, indica-nos que a sobrevivência da 
Terra e do ser humano precisa ser repensada. É necessário concretizar o desen-
volvimento sustentável continuando com a extração de recursos da atmosfera, hi-
drosfera, litosfera e biosfera de maneira tal que não sejam completamente 
exauridos, mas renovados, respeitando-se o harmonioso equilíbrio da natureza.
Na agricultura, o modelo de maximização da produção tem sido colocado como a 
única forma de saciar a fome mundial. Esse modelo tem forte impacto ambiental, 
pois utiliza fertilizantes de alta solubilidade, defensivos agrícolas e provoca o des-
matamento para aumentar a área cultivável. Os adeptos da agricultura sustentável 
afirmam que é possível implantar formas de agricultura alternativa sem grandes 
prejuízos na produtividade, aumentando desse modo a qualidade de vida.
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