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Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais APRESENTAÇÃO O aumento das áreas urbanas, a industrialização e a expansão da agropecuária estão atrelados ao desenvolvimento; porém, traz, como consequência, a redução da cobertura vegetal natural, já que o desmatamento é uma manifestação muito importante no uso da terra, sendo uma grande ameaça ao habitat de muitas espécies. O Sistema de Informação Geográfica (SIG) está sendo vastamente utilizado em pesquisas interdisciplinares sobre demandas ambientais, com o objetivo de analisar diferentes cenários, como as condições locais que ocasionam o desmatamento e a utilização do solo, assim como suas consequências. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá saber qual a importância do SIG para projetos ambientais e sua utilização para resolver problemas apresentados nesses projetos. Você, ainda, irá saber como descrever um projeto ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a importância do SIG para projetos ambientais.• Descrever um projeto ambiental.• Utilizar o SIG para resolver problemas apresentados em um projeto ambiental.• DESAFIO Por meio dos SIG, é possível analisar diversos elementos, tanto humanos, quanto físicos e biológicos. Dessa forma, é possível prever a provável dimensão do uso da terra, o que ajuda na resolução de problemas apresentados em um projeto ambiental. Imagine a seguinte situação: você trabalha em uma Organização Não Governamental (ONG), voltada ao meio ambiente de seu Município, sendo responsável por um projeto que visa revitalizar uma área. Essa área sofreu uma degradação muito significativa, de mata nativa, que corresponde a uma área de Mata Atlântica. O local foi desmatado para produção agropecuária e isso prejudicou tanto a fauna como a flora dessa região tão importante para o Município em questão. Frente a esse desafio, sendo você o profissional responsável pelo projeto, responda a seguinte questão. Com base em seus conhecimentos em projetos ambientais e desenvolvimento de Sistemas de Informação Geográfica, disserte sobre como você irá começar esse projeto de revitalização. Explique quais informações você precisa ter antes de poder, de fato, tomar decisões com vistas a revitalizar a área? E como irá obter essas informações? INFOGRÁFICO A crescente expansão das atividades humanas sobre o meio ambiente gera um aumento de demanda por tecnologias de manejo ambiental. Surge, então, a necessidade de monitoramento e mapeamento dos recursos naturais e da intervenção antrópica, que são realizados por intermédio dos Sistemas de Informações Geográficas. Dessa forma, uma das novas tecnologias, denominada Sistema de Posicionamento Global (GPS), tornou-se um grande aliado do SIG e do monitoramento ambiental. Neste Infográfico, você vai conhecer algumas características e utilidades do GPS, vinculado às demandas ambientais. CONTEÚDO DO LIVRO O SIG se utiliza de diversas ferramentas de geoprocessamento que possibilitam a representação e o estudo da superfície terrestre. Essas informações e representações são essenciais para as demandas ambientais, pois, por intermédio delas, é possível criar projetos e analisar diferentes cenários. No capítulo Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais, da obra Geoprocessamento, você vai estudar a importância dos SIGs em projetos ambientais, por meio de descrição e resolução de demandas. Boa leitura. GEOPROCESSAMENTO Cristina Marin Ribeiro Gonçalves Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a importância do SIG para projetos ambientais. Descrever um projeto ambiental. Utilizar o SIG para resolver problemas apresentados em um projeto ambiental. Introdução O nosso planeta está em constante modificação e passando por alterações que são denominadas antrópicas, quando realizadas pelo ser humano, e naturais, se ocorrem sem interferência humana direta. As demandas desenfreadas são ocasionadas por crescimento da população, produção, uso do solo e recursos minerais, assim como pelo desenvolvimento industrial desordenado, gerando grandes impactos ambientais. Por esse motivo, a preocupação ambiental foi impulsionada nas últimas décadas do século XX e ampliada no século XXI. Sendo assim, ter informação sobre toda atividade humana e natural em nosso planeta é essencial para o gerenciamento e planejamento de nossos recursos e atividades, o que pode ser feito a partir dos sistemas de informação geográfica (SIGs). Neste capítulo, você vai identificar a importância do SIG para projetos ambientais, analisando um caso e refletindo sobre as formas de resolução de problemas relativos ao projeto ambiental proposto. A importância do SIG para projetos ambientais Breve histórico sobre a questão ambiental Conforme Machado e Saccol (2016), no ano de 1947, foi fundada, na Suíça, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), cujo objetivo era infl uenciar ideias de conservacionismo ambiental. Somente a partir da década de 1960, a preocupação ambiental foi iniciada de forma mais contundente, fi cando conhecida pelo confl ito entre os desenvolvimentistas e os preservacionistas. Esse debate iniciou em 1962, a partir da publicação do livro de Rachel Carson, Primavera Silenciosa, que alertava sobre os malefícios da utilização de pesticidas nos produtos agrícolas. Essa publicação gerou uma preocupação que até então não existia, contemplando ao impacto das atividades antrópicas sobre o meio ambiente. Frente a isso, nos Estados Unidos, foi proibida a utilização do diclorodifeniltricloroetano (DDT) e outros pesticidas e a criada da Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA — Environmental Protection Agency). O diclorodifeniltricloroetano (DDT) é considerado uma das substâncias sintéticas mais utilizadas e estudadas no século XX. As propriedades inseticidas do DDT foram descobertas em 1939 pelo entomologista suíço Paul Müller, o que lhe valeu poste- riormente o Prêmio Nobel de medicina devido ao uso do DDT no combate à malária. Depois, passou a ser usado na agropecuária, no Brasil e no mundo todo. A Suécia foi o primeiro país a banir o DDT e, pouco depois, foi seguida por outros, excetuando-se o uso em programas de controle de doenças. Em 1985, proibiu-se em todo o territó- rio nacional a comercialização destinada à agropecuária. No entanto, os inseticidas organoclorados continuaram sendo permitidos em campanhas de saúde pública no combate a vetores de agentes etiológicos de moléstias (malária e leishmaniose), bem como em uso emergencial na agricultura, a critério do Ministério da Agricultura (D’AMATO; TORRES; MALM, 2002). O Clube de Roma surgiu em 1968, formado por profissionais de diversas áreas, como empresários, cientistas, educadores, economistas e funcionários governamentais de 10 países, e tinha o objetivo de discutir o uso desordenado dos recursos naturais em termos mundiais. Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais2 A enorme preocupação ambiental na década de 1970 era uma realidade, principalmente na Europa e, para tanto, foi criada a I Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 1972, em Estocolmo, na Suécia. Essa Conferência tratou de temas como o impacto da exploração dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente, culminando com o despertar da consciência ecológica mundial. Nessa mesma década, houve uma grande vitória no que tange à poluição, pois, nesse período, também iniciaram as regulamentações ambientais, a partir do que, em diversos países, a poluição começou a ser considerada crime. Já no inícioda década de 1980, foram retomadas as discussões sobre as questões ambientais, protagonizadas pela ONU, levando à criação da Comis- são Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que buscava uma reavaliação das questões mais críticas sobre o meio ambiente e a reformulação de propostas de mudanças para garantir um desenvolvimento sustentável. Para tanto, foi criado o Relatório Brundtland, publicado com o título “Nosso Futuro Comum”, que buscava a percepção do desenvolvimento com limites da utilização de recursos naturais para o bem-estar da sociedade. Nessa mesma década, surgiu uma preocupação que ainda não existia de maneira global, a redução da camada de ozônio. Então, no ano de 1989, o Protocolo de Montreal entrou em vigor, tratando sobre a preocupação com os impactos gerados pela redução de uma camada tão importante para nosso planeta, a camada de ozônio. Na década de 1990, o Brasil se demonstrou mais preocupado com questões ambientais e, para tanto, sediou, na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, onde estavam presentes líderes mundiais de 108 países, a conferência Cúpula da Terra ou Rio-92, que se fundamentou em cinco documentos: Declaração do Rio, Agenda 21, Convenção da Diversidade Biológica, Princípios sobre Florestas e a Convenção sobre as Mudanças Climáticas. Fique por dentro dos detalhes sobre o Rio-92, segundo o Instituto de Pesquisa Eco- nômica Aplicada, acessando o link a seguir. https://qrgo.page.link/TE4Ha 3Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais Também na década de 1990 aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em que foi anunciado o Protocolo de Quioto, em 1997, que tratava de metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa em nosso planeta. Outro marco importante na década de 1990 foram as normas britânicas que entraram em vigor e que serviram de base para a consolidação de sistemas de normas ambientais mundiais, as séries ISSO 14000 e ISSO 9000, de gestão de qualidade, que simbolizaram um enorme avanço em relação ao meio ambiente. Em 2002, foi realizada pela ONU, na África do Sul, na cidade de Johanes- burgo, a Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável, também denominada Rio+10, em que foram tratados, além de aspectos ambientais, aspectos sociais, sobre disponibilidade de água, saneamento básico, energia, saúde, pobreza, agricultura, dentre outros. Nessa conferência, ficou acordado que os países participantes se comprometiam a reduzir em 50% o número de pessoas que não tinham acesso ao saneamento básico e à água potável. A Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sus- tentável, ocorreu em 2012, na cidade do Rio de Janeiro, trazendo como te- mas primordiais a erradicação da pobreza e a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável. Durante quase 20 anos, o setor empresarial praticamente não havia se manifestado — desde a Rio-92 —, mas conduziu a realização de compromissos voluntários, em que foi reconhecido e valorizado o capital natural, com o comprometimento de uma utilização mais controlada dos recursos naturais. No Peru, em 2014, aconteceu a 20ª Conferência das Partes da Convenção – Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20), que tinha o objetivo de propor inúmeras ações para diminuir o aumento da temperatura em nosso planeta, abrandando os impactos da mudança do clima global. Já em 2015, o COP 21, em Paris, na França, buscou ações relativas a redução dos efeitos climáticos, objetivando, também, o controle do aumento da temperatura do planeta. Essa conferência teve como consequência um documento, denominado Acordo de Paris, em que os países participantes renovaram o pacto que busca manter o aquecimento global abaixo de 2°C, mas tendo como objetivo principal limitar o aumento em 1,5°C. O SIG e os projetos ambientais De acordo com Longley et al. (2013), os sistemas de informação geográfi ca (SIG) são uma classe especial de sistemas de informação que controlam não apenas eventos, atividades e coisas. Esse sistema nos possibilita o controle Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais4 da superfície terrestre, através de imagens, sendo essencial, também, para o controle de projetos ambientais. Observe a Figura 1, que ilustra o monitora- mento para a manutenção de trilhas em um parque nacional. Leitores do material impresso, para visualizar as figuras deste capítulo em cores, acessem o link ou o código QR a seguir. https://qrgo.page.link/8ujyK Figura 1. Manutenção de trilhas em parques nacionais. Fonte: Longley et al. (2013, p. 4). 5Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais O meio ambiente é um dos principais elementos que motivaram o de- senvolvimento e aplicações dos SIG em meados dos anos 1960. No Canadá, nesse mesmo período, o desenvolvimento desse sistema foi alavancado pela necessidade de políticas sobre o uso da terra. Na atualidade, existem modos muito eficientes de monitoramento das alterações do uso da terra, como o sensoriamento remoto orbital, sendo possível a atualização frequente, por exemplo, da perda de floresta em áreas críticas, como a Bacia Amazônica. A Figura 2, de satélite, mostra um exemplo desse problema ambiental, desmatamento com cores reais no estado de Rondônia/Brasil, junto à BR-364, considerada a principal via de acesso da região. Figura 2. Imagem de satélite de Rondônia, 2000, junto à rodovia BR-364. Fonte: Christopherson e Birkeland (2017, p. 605). Para mais informações sobre o monitoramento da Amazônia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acesse o link a seguir. https://qrgo.page.link/6EPeB Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais6 De maneira geral, problemas que envolvem um aspecto de localização, seja na informação usada para resolvê-lo ou na solução propriamente dita, são denomina- dos problemas geográficos, que, com o auxílio dos SIGs, podem ser planejados e executados. Veja, a seguir, alguns exemplos de problemas geográficos: decisão de localização de hospitais e postos de saúde por gestores de saúde; rota de entrega de produtos por empresas de entregas; manutenção de trilhas em parques nacionais para utilização de seus visitantes; área desmatada para utilização do solo para agricultura; projeto de recuperação ambiental. Os SIGs proporcionam uma forma para integrar conhecimento sobre os processos sociais e naturais com o objetivo de um planejamento ambiental integrado, permitindo, também, comparar as condições ambientais predomi- nantes em diversas partes do planeta. Descrição de um projeto ambiental Para o desenvolvimento de um projeto ambiental, é necessário um planeja- mento, que pode ser dividido nas etapas que você vê a seguir. Problematização: identificar e caracterizar o meio ambiente em seus aspectos físicos, bióticos e reconhecer cada porção do território em análise para uma tomada de decisão apropriada. Objetivos: armazenar os dados sobre os aspectos físicos, sociais e ambientais; disponibilizar os dados para consulta; gerar uma análise como auxílio à tomada de possíveis decisões. Metodologia: buscar ferramentas que auxiliem essas análises, imagens obtidas através do SIG, vistoria de campo, cruzamento de informações em bancos de dados geográficos. Veremos, então, um exemplo de projeto ambiental que descrito por Longley et al. (2013) e realizado por Verburg e Veldkamp, trabalhando pela Universi- dade e Wageningen, na Holanda, sobre o caso da Ilha Sibuyan, nas Filipinas (Figura 3). Nesta ilha, o desmatamento é a principal ameaça à biodiversidade. 7Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais Figura 3. Localização da Ilha Sibuyan nas Filipinas, mostrando a localização do Parque Nacional e a zona de amortecimento. Fonte: Longley et al. (2013, p. 67). Características da ilha: trata-se de uma ilha pequena, de apro- ximadamente 456 km2, com encostas montanhosas cobertas por f lorestas e área costeira com terras de relevo ondulado, sendo usada predominantemente para assentamentos humanos, mineração e agricultura. Com relação à biodiversidade, a ilha apresenta uma estimativa de 700 espécies de plantas, e aproximadamente 54 são exclusivas da região. Objetivo do estudo: identificar uma variante de diferentes cenários de desenvolvimento que permite prever o uso da terra e mudanças de hábitat e, assim, antecipar mudanças na biodiversidade. Método: o ponto inicial foi uma investigação qualitativa que abarcava entrevistas com habitantes diversos no local para identificar uma gama de fatores que possivelmente afetam os padrões de utilização do solo. O Quadro 1, a seguir, traz os indicadores relacionados diretos e indiretos de pressão sobre as alterações na utilização do solo. Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais8 Fonte: Adaptado de Longley et al. (2013). Uso da terra Manguezais Cultivo comercial de coco Cultivo de arroz irrigado Campo Floresta secundária Agricultura de subsistência Floresta primária (pluvial e paludosa) Fatores locacionais Acessibilidade de rodovias, rios e povoados Altitude Declividade Orientação de encostas Geologia Geomorfologia Densidade populacional Pressão populacional Posse da terra Políticas espaciais Quadro 1. Fontes de dados usados na análise ecológica A partir da obtenção das características da Ilha Sibuyan, da formulação do objetivo e do método, é possível, com os SIGs, desenvolver uma proposta de resolução dos problemas ambientais a partir de projetos ambientais, o que você confere a seguir. 9Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais SIG como ferramenta de resolução de problemas em um projeto ambiental Para a resolução do problema apresentado na Ilha Sibuyan, foram utilizadas as informações das pesquisas qualitativas em uma análise quantitativa, aliadas com base em SIG, para calcular as probabilidades de transição de usos da terra em três cenários diferentes. Esse cenário fi nal acontece ao fi m de um período de 20 anos, terminando em 2019, conforme mostra a Figura 4, em que: cenário 1: não existe nenhuma proteção efetiva das florestas da ilha; cenário 2: há apenas a proteção da área designada para um parque natural; cenário 3: há proteção não apenas do parque natural, mas também de uma faixa de amortecimento definida em um SIG. Figura 4. Área com floresta em 1999 e ao final das simulações no uso da terra em 2019, para três cenários diferentes. Fonte: Longley et al. (2013, p. 68). Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais10 Ambos os cenários resultaram em diferentes extensões de área com floresta em 2019, mas com padrões espaciais diferentes de floresta remanescente, como, por exemplo, o cenário 1, que apresenta lacunas na área florestal que foram ocasionadas pela agricultura itinerante e pelo desmatamento ilegal. O que levou os pesquisadores a esses resultados foram os conhecimentos já existentes de um conjunto de processos ecológicos, resultando na visão de como a biodiversidade seria comprometida. Sendo assim, os pesquisadores utilizaram como referência de análise o padrão atual do uso da terra e sua compreensão dos processos biológicos, físicos e hu- manos para prever mudanças no uso da terra. Para tanto, as diferentes previsões permitiram afirmar que existem possibilidades diferentes para diferentes cenários, nos quais a ecologia da ilha poderia mudar no futuro de forma bastante positiva. Para Longley et al. (2013), a arte e a ciência da modelagem ecológica exigem que tomemos uma solução adequada não somente para identificar a gama de fatores determinantes relevantes, mas também sobre sua importância no estudo de caso específico, com a devida consideração à amplitude da escala em que cada um é relevante. Os SIGs possibilitam abarcar diversos elementos, tanto humanos quanto físicos e biológicos, para prever a provável dimensão do uso da terra. Como no caso do exemplo da Ilha Sibuyan, seu objetivo é predizer os possíveis efeitos do padrão geral sobre a biodiversidade, e não o uso da terra em locais específicos. Para o resultado final deste projeto, podemos elencar como fundamental assumir que o resultado das consequências ecológicas do desmatamento previsto possam sofrer interferências de forma confiável a partir de um mapa previsto de usos da terra, pois a alteração do uso da terra é uma resposta mensurável sobre diversos fatores espacialmente mutáveis. 1. As conferências e os encontros internacionais sobre o meio ambiente são essenciais para a discussão da atual situação ambiental de nosso planeta, bem como para a preocupação com o futuro. Observe as seguintes afirmativas referentes a conferências e encontros internacionais sobre o meio ambiente e assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) O Clube de Roma surgiu em 1968, formado por profissionais de diversas áreas, como empresários, cientistas, educadores, economistas e funcionários 11Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais governamentais de 10 países, e tinha o objetivo de discutir o uso desordenado dos recursos naturais em termos mundiais. ( ) Em 2002, foi realizada pela ONU, na África do Sul, na cidade de Johanesburgo, a Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável, também denominada Rio+10, em que foram tratados, além de aspectos ambientais, aspectos sociais, sobre disponibilidade de água, saneamento básico, energia, saúde, pobreza, agricultura, dentre outros. ( ) No Peru, em 2014, aconteceu a 20ª Conferência das Partes da Convenção — Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20), que tinha o objetivo de propor inúmeras ações para diminuir o aumento da temperatura em nosso planeta, abrandando os impactos da mudança do clima global. a) F, V e F. b) F, F e V. c) V, V e F. d) V, V e V. e) F, F e F. 2. De acordo com Longley et al. (2013), os sistemas de informação geográfica (SIGs) são uma classe especial de sistemas de informação que controlam não apenas eventos, atividades e coisas que acontecem ou existem, possibilitando: a) a inclusão de cidades em seu banco de dados apenas para fins militares e de proteção de fronteiras. b) o monitoramento de cidades e populações restritas aos núcleos urbanos menos povoados e urbanizados. c) o diagnóstico superficial de situações de risco de desastres ambientais, sem parâmetros realmente eficientes. d) a suposição de situações referentes a projetos exclusivamente urbanos, principalmente em metrópoles. e) o controle, a partir de imagens da superfície terrestre, essencial, também, para controle de projetos ambientais. 3. Os SIGs proporcionam uma forma de integrar conhecimento sobre os processos sociais e naturais com o objetivo de um planejamento ambiental integrado, permitindo, também, comparar as condições ambientais predominantes em diversas partes do planeta. Problemas que envolvem um aspecto de localização, seja na informação usada para resolvê-lo ou na solução propriamente dita, são denominados problemas geográficos. Observe as seguintes afirmativas e, em cada uma, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em relação a serem referentes aos diversos problemas geográficos. ( ) Área de uma floresta que foi desmatada para a promoção da agricultura. ( ) Manutenção de trilhas em parques nacionais de preservação com o intuito de impedir a educação ambiental. ( ) Projeto de recuperação ambiental de uma área que sofreu queimada para pecuária. a) V, F e F. b) V, F e V. Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais12 c) V, V e V. d) F, F e F. e) F, F e V. 4. Para a realização de umprojeto ambiental, é necessário um planejamento com algumas etapas. Observe as alternativas a seguir e relacione as colunas correspondentes. (A) Problematização (B) Metodologia (C) Objetivos ( ) Ferramentas que auxiliem na obtenção e análise de dados, como, por exemplo, SIGs. ( ) Área com constantes focos de incêndio, onde predomina floresta equatorial e contínuo uso do solo para agricultura. ( ) Disponibilizar dados para pesquisa e criação de projetos ambientais, com geração de dados para análise. a) B, A e C. b) B, C e A. c) C, A e B. d) C, B e A. e) A, B e C. 5. Para Longley et al. (2013), a arte e a ciência da modelagem ecológica exigem que tomemos uma solução adequada não somente para identificar a gama de fatores determinantes relevantes, mas também sobre : a) sua importância no estudo de caso específico, com a devida consideração à amplitude da escala em que cada um é relevante. b) a irrelevância em resultados e pesquisas, por não obter dados suficientes para uma prospecção. c) as alternativas sem bases quantitativas, pois as pesquisas são apenas qualitativas para a obtenção do resultado. d) a falta de novas tecnologias para aplicação das metodologias necessárias para a obtenção de imagens. e) as poucas alternativas de SIGs que possuimos atualmente no que tange às demandas ambientais. CHRISTOPHERSON, R. W.; BIRKELAND, G. H. Geossistemas: uma introdução à geogra�a física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. D’AMATO, C.; TORRES, J. P. M.; MALM, O. DDT (dicloro difenil tricloroetano): toxicidade e contaminação ambiental ¾ uma revisão. Química Nova, v. 25, n. 6, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422002000600017&script=sci_ arttext&tlng=en. Acesso em: 24 set. 2019. LONGLEY, P. A. et al. Sistemas e ciência da informação geográfica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. MACHADO, V. S.; SACCOL, J. Introdução à gestão ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2016. 13Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais Leituras recomendadas BRASIL. Ministério da Saúde. Inpe monitora Amazônia. Brasília, DF, 2019. Disponível em: https://www.mma.gov.br/florestas/controle-e-preven%C3%A7%C3%A3o-do- -desmatamento/inpe-monitora-amaz%C3%B4nia.html. Acesso em: 24 set. 2019. CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia, 2010. IPEA. Rio-92: mundo desperta para o meio ambiente. História - Rio-92, v. 7, n. 56, 2009. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&v iew=article&id=2303:catid%3D28&Itemid=23. Acesso em: 24 set. 2019. Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais14 DICA DO PROFESSOR O drone é um aliado do SIG, pois permite o acesso a informações de regiões mais inóspitas aos seres humanos, sendo, então, possível o monitoramento, o mapeamento e/ou a realização de estudos de vários tipos. Os drones são aeromodelos ou aeronaves não tripuladas remotamente pilotadas (RPA); inicialmente, foram utilizados para fins militares e de guerra. Atualmente, eles são aliados das questões ambientais de preservação e manutenção do meio ambiente. Nesta Dica do Professor, você vai conferir como os drones auxiliam em demandas ambientais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) As Conferências e Encontros internacionais sobre o meio ambiente são essenciais para discussão da atual situação ambiental de nosso planeta, bem como da preocupação com o futuro. Sobre isso, observe as seguintes afirmativas. Em cada uma, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). I - ( ) O Clube de Roma surgiu em 1968, formado por profissionais de diversas áreas, como empresários, cientistas, educadores, economistas e funcionários governamentais de dez países, que tinham o objetivo de discutir o uso desordenado dos recursos naturais em termos mundiais. II - ( ) Em 2002, foi realizada pela ONU, na África do Sul, na cidade de Johanesburgo, a Cúpula sobre o desenvolvimento sustentável, também denominada Rio+10; onde foram tratados, além de aspectos ambientais, aspectos sociais, sobre disponibilidade de água, saneamento básico, energia, saúde, pobreza, agricultura, entre outros. III - ( ) No Peru, em 2014, aconteceu a 20.a Conferência das Partes da Convenção – Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20), que tinha o objetivo de propor inúmeras ações para diminuir o aumento da temperatura em nosso planeta, abrandando os impactos da mudança do clima global. A) F, V e F. B) F, F e V. C) V, V e F. D) V, V e V. E) F, F e F. 2) De acordo com LONGLEY et al. (2013), os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são uma classe especial de sistemas que controlam, não apenas eventos, mas também atividades e coisas que acontecem ou existem, possibilitando o(a) A) inclusão de cidades em seu banco de dados, apenas para fins militares e de proteção de fronteiras. B) monitoramento de cidades e populações restritas aos núcleos urbanos menos povoados e urbanizados. C) diagnóstico superficial de situações de risco de desastres ambientais, sem parâmetros realmente eficientes. D) suposição de situações referentes a projetos exclusivamente urbanos, principalmente, em metrópoles. E) controle, por meio de imagens da superfície terrestre, essencial, também, para controle de projetos ambientais. Os SIGs proporcionam uma forma de integrar conhecimento sobre os processos 3) sociais e naturais com o objetivo de um planejamento ambiental integrado, permitindo, também, comparar as condições ambientais predominantes em diversas partes do planeta. Problemas que envolvem um aspecto de localização, seja na informação usada para resolvê-lo ou na solução propriamente dita, são denominados problemas geográficos. Observe as seguintes afirmativas e, em cada uma, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) se estão relacionadas aos diversos problemas geográficos. I - ( ) Área de uma floresta que foi desmatada para promoção da agricultura. II - ( ) Manutenção de trilhas em parques nacionais de preservação, com intuito de impedir a educação ambiental. III - ( ) Projeto de recuperação ambiental de uma área que sofreu queimada para uso da pecuária. A) V, F e F. B) V, F e V. C) V, V e V. D) F, F e F. E) F, F e V. Para a realização de um projeto ambiental, é necessário um planejamento, com algumas etapas. Observe as alternativas abaixo e relacione as colunas correspondentes. ( A ) Problematização ( B ) Metodologia ( C ) Objetivos 4) ( ) Ferramentas que auxiliem na obtenção e análise de dados, como, por exemplo, os SIGs. ( ) Área com constantes focos de incêndio, onde predomina floresta equatorial e é contínuo o uso do solo para agricultura. ( ) Disponibilizar dados para pesquisa e criação de projetos ambientais, com geração de dados para análise. A) B, A e C. B) B, C e A. C) C, A e B. D) C, B e A. E) A, B e C. 5) Para LONGLEY et al. (2013), a arte e a ciência da modelagem ecológica exigem que seja tomada uma solução adequada, não somente para identificar a gama de fatores determinantes relevantes, mas é, também, sobre A) sua importância no estudo de caso específico, com a devida consideração à amplitude da escala, em que cada um é relevante. B) a irrelevância em resultados e pesquisas, por não obter dados suficientes para uma prospecção. C) as alternativas sem bases quantitativas, pois as pesquisas são apenas qualitativas para obtenção do resultado. D) a falta de novas tecnologias para aplicação das metodologias necessárias à obtenção de imagens. E) as poucas alternativas de SIGs, que temos atualmente, no que tange às demandas ambientais. NA PRÁTICA Os incêndios são uma das principais causas de degradação de fragmentos florestais e os Sistemas de Informações Geográficas são ferramentas essenciais para mapeamento de risco desse tipo de fenômeno. Acompanhe, Na Prática, como um pesquisador ambiental desenvolveu um projeto,com o objetivo de utilizar os SIGs na identificação de áreas de risco de incêndios em florestas. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Mapeamento do risco de incêndios florestais utilizando técnicas de geoprocessamento Neste link, você pode conferir um artigo sobre a influência de fatores preditores nas ocorrências de incêndios florestais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Degradação ambiental no município de Parari - PB: uma análise por meio de sensoriamento remoto Neste artigo, você pode conferir um estudo sobre a degradação da cobertura vegetal no município de Parari-PB. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ponta Grossa - Drones vão ajudar a monitorar parques Neste vídeo, disponível no canal do YouTube Rede Mercosul - Record News Paraná, veja como os drones podem auxiliar no monitoramento dos parques. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!