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LEAN SIX SIGMA Carlos Sander O GUIA BÁSICO DA METODOLOGIA CAPÍTULO 5 QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Seus processos precisam de melhoria contínua? Para lhe ajudar a determinar se seus processos empresariais precisam ou não… merecem ou não, atenção e programas de melhoria contínua, responda mentalmente as seguintes perguntas: • Sua organização acredita que metas de zero defeitos, ou zerar erros em processos, não são realísticas, nem atingíveis? Se você trabalha com gestores conformados, ou seja, profissionais que sempre proferem as palavras: “Isso sempre foi dessa forma”, “É impos- sível mudar isso”, “Já tentamos e não dá”, saiba que você tem uma ótima oportunidade para desenvolver um bom projeto de melhoria contí- nua utilizando o Six Sigma ou outros conceitos e abordagens. • Tem 10 vezes o número de fornecedores necessários para o negócio? Isso não funciona a longo prazo. Pegue como exemplo a Toyota, empre- sa reconhecida pela implementação do Lean Manufacturing e pela alta padronização e qualidade em seus produtos e serviços. O que a Toyota faz quando abre uma nova planta em determinada região? Traz também os seus fornecedores, que basicamente é o que nós chamamos de “empresas satélites”. Assim, você já pode perceber que ter inúmeros fornecedores pode não funcionar. Seus fornecedores precisam ser capazes de atender seus requisitos críticos como cliente. Por isso, na prática, iremos selecionar fornecedores utilizando o conceito de capabi- lidade. Índices de capacidade. • Tem de 5 a 10% de clientes insatisfeitos com o produto ou serviço? Em algumas organizações esse índice é mais importante, em outras, menos. Porém, satisfazer os clientes (consumidor final ou próximo processo) é uma necessidade. Se você coleta essa métrica, saiba que existe uma máxima no qual: 1 cliente satisfeito influencia outros 5. 1 cliente insatisfeito influencia outros 10. Atender com excelência a demanda dos seus clientes é primordial. Um exemplo pessoal: aqui na CAE, ao final dos nossos cursos, passamos uma pesquisa de satisfação e também dos pontos passíveis de melho- ria. Essa métrica é levada a sério. Buscamos ao máximo a satisfação e já formamos diversas turmas por feedbacks e indicações positivas. Customer-based organization. Sinta os benefícios dessa modalidade e visão de empresa. • Gasta uma porcentagem significativa do faturamento em reparo e retrabalho antes da entrega do produto ou do serviço? Veja… se os produtos da sua empresa sofrem com reparos e retrabalho constantemente, é possível concluir que há espaço e necessidade de melhoria. Reparo e retrabalho são atividades da fábrica oculta, que não agregam valor e que devemos eliminar a todo custo. Se criarmos uma tabela comparativa com o nível sigma e a porcenta- gem gasta de faturamento com atividades como reparo, retrabalho, reinspeção, etc., temos a seguinte relação: Por isso, é tão impactante e importante olharmos para os processos visando zero aceitável de falhas. Zero defeitos… basicamente, viver melhoria contínua. • Tem número crescente de concorrentes? Bom.. sobreviver não é obrigatório, mas se você quiser otimizar proces- sos e superar seus concorrentes, terá de “matar um leão por dia”. Isso é o que acontece no meio corporativo. Entre estagnar e vencer os desa- fios, você pode escolher um dos dois. Porém, se escolher vencer, é melhor que estruture suas ações e não desperdice o tempo com aquilo que não agrega valor. O Lean Six Sigma e outras metodologias de melhoria contínua lhe trarão essa abordagem. Quais as diferenças na prática? As diferenças são muitas! Podemos começar dizendo que: no modelo tradi- cional para a solução de problemas nós sempre atuamos na correção. Concor- da? O que acontece mais no seu dia a dia? Prevenção de problemas ou corre- ção quando eles já estão dando as caras e mostrando as consequências? Pois é, essa realidade se inverte no modelo Six Sigma. Iremos atuar de uma maneira expressiva na prevenção de problemas, focando nas causas raiz e possibilitando uma minimização das atividades da fábrica oculta. E não para só por aí. Vamos utilizar a tomada de decisão, por exemplo. O que você vê mais no seu dia a dia profissional: gestores e funcionários tomando decisões analisando histogramas, gráficos de cp, cpk ou apenas com base em “achismo”, nos anos de “experiência”? Muito provavelmente com base em expe- riência, certo? Modelos Six Sigma de empresas deixarão que os dados revelem os verda- deiros problemas e isso diminuirá (e muito) a solução (ou, pelo menos, tentati- vas) no método tentativa e erro. Redução de custos e otimização do tempo são resultados diretos dessa abordagem. O quadro abaixo contém um resumo das principais diferenças entre os dois modelos de empresa. Ficam nítidas as diferenças. Na prática, tente encaixar o seu dia a dia e sua empresa em um dos lados. Em qual você encaixaria? Veja a explicação dessa tabela nesse vídeo e faça uma pontuação de como está sua empresa: Do nível 2 ao 6 Sigma, quanto tempo? A resposta para essa questão, assim como para quase todas envolvendo a metodologia é: depende. Mas dessa vez, lhe trarei os motivos do “depende”. Imagine você, trabalhando em um processo totalmente bagunçado e desorgani- zado. Você consegue oferecer com pequenas melhorias, ganhos excelentes, concorda? Se você trabalhar em uma empresa que já possui um programa de melhoria contínua e desenvolve procedimentos operacionais padrão, verifica a qualidade, executa auditorias, etc., muito provavelmente, você precisará mostrar mais resultados para observar na prática algum ganho financeiro relevante. Então, já fica claro que avançar o nível de um processo pode ser fácil ou difícil dependendo dos meios em que vamos atuar. Ainda assim, podemos estabelecer uma relação conforme o gráfico abaixo. Aplicando uma taxa de 10% de melhoria ao ano, levaremos em média, 90 anos para melhorar, do nível 2 sigma para 6 sigma, determinados processos organizacionais. Se pegarmos, por exemplo, uma taxa de melhoria igual a 90% ao ano, em um ou alguns anos, isso estaria resolvido. Porém, uma questão surge: qual o grande empecilho em aplicarmos uma taxa de melhoria de 90% ao ano? Se você pensou em custo, sua resposta está correta. Aplicar uma taxa eleva- da de melhoria em processos e projetos pode ser extremamente custoso para a empresa. Isso levará em consideração recursos destinados a determinadas situações, envolvimento de todos os gerentes, gestores e profissionais colabora- dores em vários níveis e, claro, tempo. Se colocarmos na balança, o tempo de payback para um projeto com 90% de melhoria real pode não ser tão rápido e isso fará com que as coisas sejam reprovadas logo no início. Pense em você, chegando para a alta administração de uma empresa e infor- mando que você tem um roadmap completo, um plano de ação, dados e que consegue entregar 90% de melhoria em um processo em “X” meses. Porém, seu tempo de payback, ou seja, seu tempo de retorno do capital investido será de quatro (4) anos. Dependendo do que você quiser melhorar e levando-se em consideração as variabilidades que podem ocorrer em um tempo tão longo, seu projeto tem altas chances de não ser aprovado. Por isso, uma das diretrizes que passo dentro do treinamento Green Belt em Lean Six Sigma é: desenvolver projetos de melhoria contínua PEQUENOS e ESPECÍFICOS para que o orçamento não seja comprometido e não tenhamos problemas com coleta de dados e outros módulos da metodologia. Uma vez que você desenvolveu um projeto pequeno e específico e agora tem toda essa documentação, fica muito mais fácil de replicar os conceitos e alçar vôos ainda maiores. “Mas então, Prof., eu nunca sei quais são as melhorias possíveis? Digo, nunca sei a porcentagem que posso estimar?” Nós iremos aprender ferramentas específicas para conseguir tomar essas decisões, mas tenha em mente, se você for atuar em um processoou empresa no qual não há padronização, procedimentos operacionais e tudo é realizado de forma “bagunçada”, naturalmente você conseguirá prometer ganhos em torno de 50-40% em cima do cenário encontrado. Vivenciamos isso no nosso dia a dia e é algo que levamos em consideração em análises e diagnósticos empresariais. Ok... qual o resumo de tudo isso? Após comentar todos os benefícios do Six Sigma e também tudo aquilo de valor que essa metodologia pode agregar, podemos afirmar: o Six Sigma é uma metodologia que reduz variabilidades, aumenta a produtividade (quando asso- ciado ao Lean Manufacturing), e gera lucros para as organizações. Demming, grande contribuidor e guru da qualidade afirma que: 85% das falhas encontradas pelos clientes são relatadas como deficiências em sistemas e processos, não em funcionários. Mas pensando bem, o que mais acontece na sua empresa? Ou o que você acha que mais acontece nas empresas? Quando algum profissional erra… colocam a culpa no colaborador ou em todo o processo envolvido na tarefa que esse colaborador executa? Em 90% dos casos, sendo conservador, podemos dizer que a culpa recai sobre o funcionário. A contribuição de Demming é tão importante, pois nos revela 2 (dois) pontos: • Se você possui uma abordagem ou um método que resolve variabilida- des e nós concluímos que são as variabilidades responsáveis por tirar nossos produtos das especificações, consequentemente, produzir “defeitos”, temos em mãos uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a controlar processos reduzindo defeitos e entregando cada vez mais, valor ao cliente; • Se você costuma enxergar o processo da seguinte forma: fulano errou, então preciso evitar que ele erre, repense sua abordagem. Precisamos olhar para o processo e sistema. Então se fulano errou, eu preciso evitar que ele cometa esse erro ou que suas ações sejam passíveis de erros como esse. CAPÍTULO 5 QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Seus processos precisam de melhoria contínua? Para lhe ajudar a determinar se seus processos empresariais precisam ou não… merecem ou não, atenção e programas de melhoria contínua, responda mentalmente as seguintes perguntas: • Sua organização acredita que metas de zero defeitos, ou zerar erros em processos, não são realísticas, nem atingíveis? Se você trabalha com gestores conformados, ou seja, profissionais que sempre proferem as palavras: “Isso sempre foi dessa forma”, “É impos- sível mudar isso”, “Já tentamos e não dá”, saiba que você tem uma ótima oportunidade para desenvolver um bom projeto de melhoria contí- nua utilizando o Six Sigma ou outros conceitos e abordagens. • Tem 10 vezes o número de fornecedores necessários para o negócio? Isso não funciona a longo prazo. Pegue como exemplo a Toyota, empre- sa reconhecida pela implementação do Lean Manufacturing e pela alta padronização e qualidade em seus produtos e serviços. O que a Toyota faz quando abre uma nova planta em determinada região? Traz também os seus fornecedores, que basicamente é o que nós chamamos de “empresas satélites”. Assim, você já pode perceber que ter inúmeros fornecedores pode não funcionar. Seus fornecedores precisam ser capazes de atender seus requisitos críticos como cliente. Por isso, na prática, iremos selecionar fornecedores utilizando o conceito de capabi- lidade. Índices de capacidade. • Tem de 5 a 10% de clientes insatisfeitos com o produto ou serviço? Em algumas organizações esse índice é mais importante, em outras, menos. Porém, satisfazer os clientes (consumidor final ou próximo processo) é uma necessidade. Se você coleta essa métrica, saiba que existe uma máxima no qual: 1 cliente satisfeito influencia outros 5. 1 cliente insatisfeito influencia outros 10. Atender com excelência a demanda dos seus clientes é primordial. Um exemplo pessoal: aqui na CAE, ao final dos nossos cursos, passamos uma pesquisa de satisfação e também dos pontos passíveis de melho- ria. Essa métrica é levada a sério. Buscamos ao máximo a satisfação e já formamos diversas turmas por feedbacks e indicações positivas. Customer-based organization. Sinta os benefícios dessa modalidade e visão de empresa. • Gasta uma porcentagem significativa do faturamento em reparo e retrabalho antes da entrega do produto ou do serviço? Veja… se os produtos da sua empresa sofrem com reparos e retrabalho constantemente, é possível concluir que há espaço e necessidade de melhoria. Reparo e retrabalho são atividades da fábrica oculta, que não agregam valor e que devemos eliminar a todo custo. Se criarmos uma tabela comparativa com o nível sigma e a porcenta- gem gasta de faturamento com atividades como reparo, retrabalho, reinspeção, etc., temos a seguinte relação: Por isso, é tão impactante e importante olharmos para os processos visando zero aceitável de falhas. Zero defeitos… basicamente, viver melhoria contínua. • Tem número crescente de concorrentes? Bom.. sobreviver não é obrigatório, mas se você quiser otimizar proces- sos e superar seus concorrentes, terá de “matar um leão por dia”. Isso é o que acontece no meio corporativo. Entre estagnar e vencer os desa- fios, você pode escolher um dos dois. Porém, se escolher vencer, é melhor que estruture suas ações e não desperdice o tempo com aquilo que não agrega valor. O Lean Six Sigma e outras metodologias de melhoria contínua lhe trarão essa abordagem. Quais as diferenças na prática? As diferenças são muitas! Podemos começar dizendo que: no modelo tradi- cional para a solução de problemas nós sempre atuamos na correção. Concor- da? O que acontece mais no seu dia a dia? Prevenção de problemas ou corre- ção quando eles já estão dando as caras e mostrando as consequências? Pois é, essa realidade se inverte no modelo Six Sigma. Iremos atuar de uma maneira expressiva na prevenção de problemas, focando nas causas raiz e possibilitando uma minimização das atividades da fábrica oculta. E não para só por aí. Vamos utilizar a tomada de decisão, por exemplo. O que você vê mais no seu dia a dia profissional: gestores e funcionários tomando decisões analisando histogramas, gráficos de cp, cpk ou apenas com base em “achismo”, nos anos de “experiência”? Muito provavelmente com base em expe- riência, certo? Modelos Six Sigma de empresas deixarão que os dados revelem os verda- deiros problemas e isso diminuirá (e muito) a solução (ou, pelo menos, tentati- vas) no método tentativa e erro. Redução de custos e otimização do tempo são resultados diretos dessa abordagem. O quadro abaixo contém um resumo das principais diferenças entre os dois modelos de empresa. Ficam nítidas as diferenças. Na prática, tente encaixar o seu dia a dia e sua empresa em um dos lados. Em qual você encaixaria? Veja a explicação dessa tabela nesse vídeo e faça uma pontuação de como está sua empresa: Do nível 2 ao 6 Sigma, quanto tempo? A resposta para essa questão, assim como para quase todas envolvendo a metodologia é: depende. Mas dessa vez, lhe trarei os motivos do “depende”. Imagine você, trabalhando em um processo totalmente bagunçado e desorgani- zado. Você consegue oferecer com pequenas melhorias, ganhos excelentes, concorda? Se você trabalhar em uma empresa que já possui um programa de melhoria contínua e desenvolve procedimentos operacionais padrão, verifica a qualidade, executa auditorias, etc., muito provavelmente, você precisará mostrar mais resultados para observar na prática algum ganho financeiro relevante. Então, já fica claro que avançar o nível de um processo pode ser fácil ou difícil dependendo dos meios em que vamos atuar. Ainda assim, podemos estabelecer uma relação conforme o gráfico abaixo. Aplicando uma taxa de 10% de melhoria ao ano, levaremos em média, 90 anos para melhorar, do nível 2 sigma para 6 sigma, determinados processos organizacionais. Se pegarmos, por exemplo, uma taxa de melhoria igual a 90% ao ano, em um ou alguns anos, issoestaria resolvido. Porém, uma questão surge: qual o grande empecilho em aplicarmos uma taxa de melhoria de 90% ao ano? Se você pensou em custo, sua resposta está correta. Aplicar uma taxa eleva- da de melhoria em processos e projetos pode ser extremamente custoso para a empresa. Isso levará em consideração recursos destinados a determinadas situações, envolvimento de todos os gerentes, gestores e profissionais colabora- dores em vários níveis e, claro, tempo. Se colocarmos na balança, o tempo de payback para um projeto com 90% de melhoria real pode não ser tão rápido e isso fará com que as coisas sejam reprovadas logo no início. Pense em você, chegando para a alta administração de uma empresa e infor- mando que você tem um roadmap completo, um plano de ação, dados e que consegue entregar 90% de melhoria em um processo em “X” meses. Porém, seu tempo de payback, ou seja, seu tempo de retorno do capital investido será de quatro (4) anos. Dependendo do que você quiser melhorar e levando-se em consideração as variabilidades que podem ocorrer em um tempo tão longo, seu projeto tem altas chances de não ser aprovado. Por isso, uma das diretrizes que passo dentro do treinamento Green Belt em Lean Six Sigma é: desenvolver projetos de melhoria contínua PEQUENOS e ESPECÍFICOS para que o orçamento não seja comprometido e não tenhamos problemas com coleta de dados e outros módulos da metodologia. Uma vez que você desenvolveu um projeto pequeno e específico e agora tem toda essa documentação, fica muito mais fácil de replicar os conceitos e alçar vôos ainda maiores. “Mas então, Prof., eu nunca sei quais são as melhorias possíveis? Digo, nunca sei a porcentagem que posso estimar?” Nós iremos aprender ferramentas específicas para conseguir tomar essas decisões, mas tenha em mente, se você for atuar em um processo ou empresa no qual não há padronização, procedimentos operacionais e tudo é realizado de forma “bagunçada”, naturalmente você conseguirá prometer ganhos em torno de 50-40% em cima do cenário encontrado. Vivenciamos isso no nosso dia a dia e é algo que levamos em consideração em análises e diagnósticos empresariais. Ok... qual o resumo de tudo isso? Após comentar todos os benefícios do Six Sigma e também tudo aquilo de valor que essa metodologia pode agregar, podemos afirmar: o Six Sigma é uma metodologia que reduz variabilidades, aumenta a produtividade (quando asso- ciado ao Lean Manufacturing), e gera lucros para as organizações. Demming, grande contribuidor e guru da qualidade afirma que: 85% das falhas encontradas pelos clientes são relatadas como deficiências em sistemas e processos, não em funcionários. Mas pensando bem, o que mais acontece na sua empresa? Ou o que você acha que mais acontece nas empresas? Quando algum profissional erra… colocam a culpa no colaborador ou em todo o processo envolvido na tarefa que esse colaborador executa? Em 90% dos casos, sendo conservador, podemos dizer que a culpa recai sobre o funcionário. A contribuição de Demming é tão importante, pois nos revela 2 (dois) pontos: • Se você possui uma abordagem ou um método que resolve variabilida- des e nós concluímos que são as variabilidades responsáveis por tirar nossos produtos das especificações, consequentemente, produzir “defeitos”, temos em mãos uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a controlar processos reduzindo defeitos e entregando cada vez mais, valor ao cliente; • Se você costuma enxergar o processo da seguinte forma: fulano errou, então preciso evitar que ele erre, repense sua abordagem. Precisamos olhar para o processo e sistema. Então se fulano errou, eu preciso evitar que ele cometa esse erro ou que suas ações sejam passíveis de erros como esse. CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO AO SIX SIGMA Onde surgiu e como descobriram? O que é de fato a metodologia LSS? 11 12 15 CAPÍTULO 2 - O QUE É LEAN SIX SIGMA? Six Sigma Lean Como o Lean Six Sigma funciona? A ferramenta na prática Como essa metodologia pode ajudar uma empresa a alcançar a excelência? Como implementar a metodologia Lean Six Sigma na minha empresa? 21 21 22 23 23 24 24 CAPÍTULO 3 - REALIDADE DAS EMPRESAS O custo da má qualidade Casos de Sucesso do Lean Six Sigma GE e o Six Sigma 29 29 33 34 CAPÍTULO 4 - PRIMEIROS PASSOS De�nição de Six Sigma Como escolher a metodologia correta? Aplique a melhoria contínua diariamente Conheça o método japonês de melhoria contínua — Ciclo Kaizen Explore o método americano — Ciclo PDCA Lean Manufacturing Six Sigma Por que escolher o método adequado? O que é tão atrativo no Lean Six Sigma? 37 37 38 38 39 40 41 41 42 44 CAPÍTULO 5 - QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Sua empresa ou seus processos precisam de melhoria contínua? Quais as diferenças na prática? Do nível 2 ao 6 Sigma, quanto tempo? Ok... qual o resumo de tudo isso? 47 47 49 51 53 CAPÍTULO 5 QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Seus processos precisam de melhoria contínua? Para lhe ajudar a determinar se seus processos empresariais precisam ou não… merecem ou não, atenção e programas de melhoria contínua, responda mentalmente as seguintes perguntas: • Sua organização acredita que metas de zero defeitos, ou zerar erros em processos, não são realísticas, nem atingíveis? Se você trabalha com gestores conformados, ou seja, profissionais que sempre proferem as palavras: “Isso sempre foi dessa forma”, “É impos- sível mudar isso”, “Já tentamos e não dá”, saiba que você tem uma ótima oportunidade para desenvolver um bom projeto de melhoria contí- nua utilizando o Six Sigma ou outros conceitos e abordagens. • Tem 10 vezes o número de fornecedores necessários para o negócio? Isso não funciona a longo prazo. Pegue como exemplo a Toyota, empre- sa reconhecida pela implementação do Lean Manufacturing e pela alta padronização e qualidade em seus produtos e serviços. O que a Toyota faz quando abre uma nova planta em determinada região? Traz também os seus fornecedores, que basicamente é o que nós chamamos de “empresas satélites”. Assim, você já pode perceber que ter inúmeros fornecedores pode não funcionar. Seus fornecedores precisam ser capazes de atender seus requisitos críticos como cliente. Por isso, na prática, iremos selecionar fornecedores utilizando o conceito de capabi- lidade. Índices de capacidade. • Tem de 5 a 10% de clientes insatisfeitos com o produto ou serviço? Em algumas organizações esse índice é mais importante, em outras, menos. Porém, satisfazer os clientes (consumidor final ou próximo processo) é uma necessidade. Se você coleta essa métrica, saiba que existe uma máxima no qual: 1 cliente satisfeito influencia outros 5. 1 cliente insatisfeito influencia outros 10. Atender com excelência a demanda dos seus clientes é primordial. Um exemplo pessoal: aqui na CAE, ao final dos nossos cursos, passamos uma pesquisa de satisfação e também dos pontos passíveis de melho- ria. Essa métrica é levada a sério. Buscamos ao máximo a satisfação e já formamos diversas turmas por feedbacks e indicações positivas. Customer-based organization. Sinta os benefícios dessa modalidade e visão de empresa. • Gasta uma porcentagem significativa do faturamento em reparo e retrabalho antes da entrega do produto ou do serviço? Veja… se os produtos da sua empresa sofrem com reparos e retrabalho constantemente, é possível concluir que há espaço e necessidade de melhoria. Reparo e retrabalho são atividades da fábrica oculta, que não agregam valor e que devemos eliminar a todo custo. Se criarmos uma tabela comparativa com o nível sigma e a porcenta- gem gasta de faturamento com atividades como reparo, retrabalho, reinspeção, etc., temos a seguinte relação: Por isso, é tão impactante e importante olharmos para os processos visando zero aceitável de falhas. Zero defeitos… basicamente, viver melhoria contínua. • Tem número crescente de concorrentes? Bom..sobreviver não é obrigatório, mas se você quiser otimizar proces- sos e superar seus concorrentes, terá de “matar um leão por dia”. Isso é o que acontece no meio corporativo. Entre estagnar e vencer os desa- fios, você pode escolher um dos dois. Porém, se escolher vencer, é melhor que estruture suas ações e não desperdice o tempo com aquilo que não agrega valor. O Lean Six Sigma e outras metodologias de melhoria contínua lhe trarão essa abordagem. Quais as diferenças na prática? As diferenças são muitas! Podemos começar dizendo que: no modelo tradi- cional para a solução de problemas nós sempre atuamos na correção. Concor- da? O que acontece mais no seu dia a dia? Prevenção de problemas ou corre- ção quando eles já estão dando as caras e mostrando as consequências? Pois é, essa realidade se inverte no modelo Six Sigma. Iremos atuar de uma maneira expressiva na prevenção de problemas, focando nas causas raiz e possibilitando uma minimização das atividades da fábrica oculta. E não para só por aí. Vamos utilizar a tomada de decisão, por exemplo. O que você vê mais no seu dia a dia profissional: gestores e funcionários tomando decisões analisando histogramas, gráficos de cp, cpk ou apenas com base em “achismo”, nos anos de “experiência”? Muito provavelmente com base em expe- riência, certo? Modelos Six Sigma de empresas deixarão que os dados revelem os verda- deiros problemas e isso diminuirá (e muito) a solução (ou, pelo menos, tentati- vas) no método tentativa e erro. Redução de custos e otimização do tempo são resultados diretos dessa abordagem. O quadro abaixo contém um resumo das principais diferenças entre os dois modelos de empresa. Ficam nítidas as diferenças. Na prática, tente encaixar o seu dia a dia e sua empresa em um dos lados. Em qual você encaixaria? Veja a explicação dessa tabela nesse vídeo e faça uma pontuação de como está sua empresa: Do nível 2 ao 6 Sigma, quanto tempo? A resposta para essa questão, assim como para quase todas envolvendo a metodologia é: depende. Mas dessa vez, lhe trarei os motivos do “depende”. Imagine você, trabalhando em um processo totalmente bagunçado e desorgani- zado. Você consegue oferecer com pequenas melhorias, ganhos excelentes, concorda? Se você trabalhar em uma empresa que já possui um programa de melhoria contínua e desenvolve procedimentos operacionais padrão, verifica a qualidade, executa auditorias, etc., muito provavelmente, você precisará mostrar mais resultados para observar na prática algum ganho financeiro relevante. Então, já fica claro que avançar o nível de um processo pode ser fácil ou difícil dependendo dos meios em que vamos atuar. Ainda assim, podemos estabelecer uma relação conforme o gráfico abaixo. Aplicando uma taxa de 10% de melhoria ao ano, levaremos em média, 90 anos para melhorar, do nível 2 sigma para 6 sigma, determinados processos organizacionais. Se pegarmos, por exemplo, uma taxa de melhoria igual a 90% ao ano, em um ou alguns anos, isso estaria resolvido. Porém, uma questão surge: qual o grande empecilho em aplicarmos uma taxa de melhoria de 90% ao ano? Se você pensou em custo, sua resposta está correta. Aplicar uma taxa eleva- da de melhoria em processos e projetos pode ser extremamente custoso para a empresa. Isso levará em consideração recursos destinados a determinadas situações, envolvimento de todos os gerentes, gestores e profissionais colabora- dores em vários níveis e, claro, tempo. Se colocarmos na balança, o tempo de payback para um projeto com 90% de melhoria real pode não ser tão rápido e isso fará com que as coisas sejam reprovadas logo no início. Pense em você, chegando para a alta administração de uma empresa e infor- mando que você tem um roadmap completo, um plano de ação, dados e que consegue entregar 90% de melhoria em um processo em “X” meses. Porém, seu tempo de payback, ou seja, seu tempo de retorno do capital investido será de quatro (4) anos. Dependendo do que você quiser melhorar e levando-se em consideração as variabilidades que podem ocorrer em um tempo tão longo, seu projeto tem altas chances de não ser aprovado. Por isso, uma das diretrizes que passo dentro do treinamento Green Belt em Lean Six Sigma é: desenvolver projetos de melhoria contínua PEQUENOS e ESPECÍFICOS para que o orçamento não seja comprometido e não tenhamos problemas com coleta de dados e outros módulos da metodologia. Uma vez que você desenvolveu um projeto pequeno e específico e agora tem toda essa documentação, fica muito mais fácil de replicar os conceitos e alçar vôos ainda maiores. “Mas então, Prof., eu nunca sei quais são as melhorias possíveis? Digo, nunca sei a porcentagem que posso estimar?” Nós iremos aprender ferramentas específicas para conseguir tomar essas decisões, mas tenha em mente, se você for atuar em um processo ou empresa no qual não há padronização, procedimentos operacionais e tudo é realizado de forma “bagunçada”, naturalmente você conseguirá prometer ganhos em torno de 50-40% em cima do cenário encontrado. Vivenciamos isso no nosso dia a dia e é algo que levamos em consideração em análises e diagnósticos empresariais. Ok... qual o resumo de tudo isso? Após comentar todos os benefícios do Six Sigma e também tudo aquilo de valor que essa metodologia pode agregar, podemos afirmar: o Six Sigma é uma metodologia que reduz variabilidades, aumenta a produtividade (quando asso- ciado ao Lean Manufacturing), e gera lucros para as organizações. Demming, grande contribuidor e guru da qualidade afirma que: 85% das falhas encontradas pelos clientes são relatadas como deficiências em sistemas e processos, não em funcionários. Mas pensando bem, o que mais acontece na sua empresa? Ou o que você acha que mais acontece nas empresas? Quando algum profissional erra… colocam a culpa no colaborador ou em todo o processo envolvido na tarefa que esse colaborador executa? Em 90% dos casos, sendo conservador, podemos dizer que a culpa recai sobre o funcionário. A contribuição de Demming é tão importante, pois nos revela 2 (dois) pontos: • Se você possui uma abordagem ou um método que resolve variabilida- des e nós concluímos que são as variabilidades responsáveis por tirar nossos produtos das especificações, consequentemente, produzir “defeitos”, temos em mãos uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a controlar processos reduzindo defeitos e entregando cada vez mais, valor ao cliente; • Se você costuma enxergar o processo da seguinte forma: fulano errou, então preciso evitar que ele erre, repense sua abordagem. Precisamos olhar para o processo e sistema. Então se fulano errou, eu preciso evitar que ele cometa esse erro ou que suas ações sejam passíveis de erros como esse. CAPÍTULO 6 - OS BELTS DO SIX SIGMA O que é White Belt? O que é Yellow Belt? O que é Green Belt? O que é Black Belt? 57 57 61 63 67 CAPÍTULO 7 - CONHECIMENTO BÁSICO Conceitos de Membros Quais são as categorias de custos? DMAIC, módulos e subetapas Quais são os pontos fortes do DMAIC? 73 73 74 76 78 CAPÍTULO 8 - UM GUIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO Primeiro passo: Lançamento do Programa Segundo passo: Entrevista com os Gestores Terceiro passo: reunião com o sponsor do programa Quarto passo: Workshop para formação de Champions Quinto passo: executar o project charter Sexto passo: reunião com o sponsor do Lean Six Sigma Sétimo passo: formação de Green e Black Belts 81 82 83 84 87 91 94 95 CAPÍTULO 9 - NEM TODOS SERÃO BLACK BELTS Primeira etapa: apresentação do per�l requerido Segunda etapa: indicação de nomes Terceira etapa: comunicação de indicação aos candidatos Quarta etapa: apresentação do programa Lean Seis Sigma aos candidatos Quinta etapa: veri�car se há desistentes Sexta etapa: mapeamento do per�l e comunicação Sétima etapa: seleção e atribuição do projeto 97 CAPÍTULO 10 - A “DURA” REALIDADE PARA RECEBER SUA CERTIFICAÇÃO 105 COMENTÁRIOSDO AUTOR111 ARQUIVOS E DOCUMENTOS EXTRAS115 97 98 98 99 100 100 101 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO SIX SIGMA O processo de Six Sigma pode ser definido muito mais do que a simples utilização de ferramentas estatísticas. É considerado, atualmente, o melhor método para reduzir a variabilidade dos processos, tendo como aceitação o nível 6 sigma que remete a um zero aceitável de falhas (competitividade e novo padrão mundial). Pode ser descrito como um conjunto de práticas, originalmente desenvolvido pela Motorola, para melhorar sistematicamente o processo de fabricação ou prestação de serviços, eliminando possíveis variabilidades que causam erros. A metodologia Seis Sigma está transformando o mundo e impul- sionando a competitividade das companhias de maiores sucessos: GE, Motoro- la, Toyota e 3M são apenas alguns exemplos de empresas que reduziram seus custos através da metodologia e acabaram aumentando consideravelmente o market share por décadas. As mídias dos negócios sempre veiculam e descrevem o Six Sigma como “um método altamente tecnológico usado por engenheiros e estatísticos para refinar produtos e processos”. Verdade, em parte. Medidas e estatísticas são os ingredientes chave para que haja melhoria contínua com a aplicação da metodo- logia, mas não descrevem a história como um todo. Uma outra definição que pode ser atribuída é a meta de quase-perfeição em alcançar as necessidades e desejos dos clientes. Essa também é uma definição verdadeira, já que em termos estatísticos, deve-se buscar apenas 3,4 defeitos por milhão de “oportunidades”, ou seja, praticamente zero produtos fora das especificações dos clientes. Não se preocupe com os termos e definições como: defeitos por milhão de oportunidades, zero aceitável de falhas, ppm’s e outros que serão citados nesta introdução. Todos esses conceitos serão amplamente explicados durante esse material e consolidados em nossos treinamentos e especializações de Lean Six Sigma. Ao ler todo esse material, você terá em mãos um roadmap completo e um conhecimento ímpar. Estará pronto para aprender como ganhar ainda mais destaque profissional e melhorar consideravelmente os processos empresariais com o uso do Six Sigma. Esse será o meu compromisso com você e esse livro. Onde surgiu e como descobriram? O Six Sigma surgiu na Motorola por Bill Smith e foi adotado pelo CEO da organização na época, Bob Galvin. Em meados de 1987, Bill conseguiu compro- var que se um processo mantivesse sua variação entre 6σ, ou seja, seis vezes o desvio padrão (e dentro de determinados requisitos críticos), ele seria um processo altamente capaz de produzir produtos com qualidade. Ok, mas o que significa manter um produto com seis vezes o desvio padrão de especificação? Para ilustrar esse conceito, vamos imaginar uma distribuidora. Uma empresa que faz entregas rotineiras ou possui um trajeto comum entre São Paulo e Santa Catarina. No seguinte cenário, vamos supor que o tempo médio de entrega do produto seja de dez dias (considerando o tempo desde o pedido até a chegada do produto final nas mãos do consumidor). Certamente teremos muitas variabili- dades atuando em todo o processo de entrega e que poderão afetar o lead time de tal serviço. Algumas entregas acontecerão em nove (9) dias… outras em doze (12) dias. Com uma grande quantidade de dados coletados, de várias entregas, conse- guimos construir uma curva que irá assumir a característica da curva normal. Suponhamos que o desvio padrão seja de um (1) dia e o requisito crítico do cliente seja de quatro (4) dias no mínimo para entrega e dezesseis (16) dias no máximo. No parágrafo anterior, acabamos de exemplificar o que nesse livro será chamado de “requisito crítico de cliente”, ou apenas, CCR. Toda vez que eu preciso, em qualquer processo, atender determinada característica que já foi imposta pelo cliente, eu estou procurando atender um requisito crítico. Mais tarde veremos que em muitos cenários meu cliente será meu próximo processo. Por exemplo, para a montagem de uma peça específica, o processo anterior precisa atender determinado “range” aceitável de dimensão, caso contrário, as peças não irão se encaixar, correto? A esse “range” damos o nome de requisito crítico. Para o exemplo do caminhão e da logística de entrega, o que significa ter um CCR entre quatro (4) e dezesseis (16) dias? Significa que nós, como clientes, aceitamos receber após 4 dias de compra aceita (supondo esse cenário como mínimo possível de entrega) e no máximo, aguardamos até dezesseis (16) dias totais para entrega. Nesse cenário didático e hipotético, obviamente, não seria possível receber um produto desse antes de quatro (4) dias, pois é o tempo mínimo que ele leva para ser fabricado. Seria como se a produção finalizasse e o produto já pudesse estar em nossas mãos. Se há muita variabilidade presente em nosso processo de entrega, em nossa logística, seria fácil pensar que o desvio padrão de um (1) poderia passar a ser dois (2) ou três (3), correto? Pois bem, olhe a figura na próxima página: Essa imagem representa um cenário indesejável para a grande maioria das empresas: alto desvio padrão e, consequentemente, alta variabilidade, produtos fora do requisito crítico (considerando limite superior de especificação), clientes insatisfeitos. Todos os projetos de Six Sigma e por lógica, todos de melhoria contínua envolvendo a metodologia, buscam otimizar processos e reduzir custos através da redução das variabilidades do mesmo. O que é de fato a metodologia LSS? Também conhecido como uma metodologia gerencial, altamente disciplinada para conquistar resultados de qualidade e financeiro, com o objetivo de atingir mudanças significativas na organização, o Six Sigma possui foco total na satisfa- ção dos seus clientes. Como? Atendendo requisitos críticos dos mesmos e focan- do na redução dos defeitos nos processos e ótimo desempenho empresarial. Muitas pessoas que tentam aplicar o Six Sigma em sua organização, falham. Sim. Acredite e leve isso consigo, em seus projetos de Six Sigma, para evitar ao máximo esse cenário tão comum. O motivo pode ser explicado por ninguém menos que Jack Welch: “o grande engano é supor que o Seis Sigma trate de controle de qualidade e de fórmulas estatísticas. Em parte é isso, mas não fica só nisso. Vai muitíssimo além. Em última instância, impulsiona a melhoria da liderança, ao fornecer instrumentos para que se raciocine sobre assuntos difíceis. No âmago do Seis SIgma, agita-se uma ideia capaz de virar uma empre- sa pelo avesso, deslocando o foco da organização para fora de si própria e convergindo-o no cliente” Em outras palavras, o Six Sigma é uma mudança de visão. De cultura. Portanto, só é possível atingir máxima qualidade nos processos com a adesão de todos os profissionais dentro da organização. Todos os colaboradores devem se sentir envolvidos nas mudanças provocadas pela metodologia e nos ganhos resultantes. Nenhum processo de melhoria contínua, aplicando DMAIC (road- map para o Six Sigma), PDCA ou outro método terá sucesso se todos os colabo- radores não se sentirem engajados desde o ínicio. Parte da metodologia ser dividida em Belts é para solucionar tal questão. Profissionais White Belts possuem seu escopo específico de trabalho. Yellow Belts têm uma importância enorme para que os projetos de Six Sigma saiam do papel. Green, Black e Master Belts, todos possuem atribuições e competências indispensáveis para o sucesso do programa. Um dos cenários mais comuns que eu vejo, como consultor e diretor de cursos da CAE Consultoria e Treinamentos, é de empresas solicitando orçamen- tos para treinar um (1) ou dois (2) profissionais Green Belts. Acompanhe comigo: para que a metodologia atinja seu ápice e funcione corretamente, é necessário que uma equipe capacitada em Lean Six Sigma esteja diante do processo para liderar e atuar nas melhorias. Éclaro que, você terá ganhos satisfatórios treinando apenas um Green Belt, mas um profissional só… somente um colaborador, não trará resultados a curto prazo visto que as mudanças de maior impacto acontecem quando todos buscam melhoria contínua. Logo, o ideal é que todos os envolvidos não só domi- nem a metodologia, como também estejam cientes sobre o seu papel dentro da mudança global e conheçam as atribuições e competências a serem colocadas em prática no dia a dia. Caso contrário, existem grandes chances de que comportamentos, como resistência, não colaboração e sabotagem se mantenham presentes, especial- mente em setores operacionais. A imagem abaixo ilustra um pouco desse cená- rio. Mudanças não só podem, como devem acontecer, e os profissionais Green e Black Belt irão focar em novos projetos. Dessa forma, se não houver um "contro- le" ou acompanhamento constante dos ganhos conquistados, tudo aquilo irá se perder, invariavelmente. Assim, fica claro que Green e Black Belts são importantes, mas gestores e profissionais da alta administração também possuem papéis importantíssimos como "sponsors" (patrocinadores), facilitadores e que apoiarão todo o desenvol- vimento do programa. CAPÍTULO 5 QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Seus processos precisam de melhoria contínua? Para lhe ajudar a determinar se seus processos empresariais precisam ou não… merecem ou não, atenção e programas de melhoria contínua, responda mentalmente as seguintes perguntas: • Sua organização acredita que metas de zero defeitos, ou zerar erros em processos, não são realísticas, nem atingíveis? Se você trabalha com gestores conformados, ou seja, profissionais que sempre proferem as palavras: “Isso sempre foi dessa forma”, “É impos- sível mudar isso”, “Já tentamos e não dá”, saiba que você tem uma ótima oportunidade para desenvolver um bom projeto de melhoria contí- nua utilizando o Six Sigma ou outros conceitos e abordagens. • Tem 10 vezes o número de fornecedores necessários para o negócio? Isso não funciona a longo prazo. Pegue como exemplo a Toyota, empre- sa reconhecida pela implementação do Lean Manufacturing e pela alta padronização e qualidade em seus produtos e serviços. O que a Toyota faz quando abre uma nova planta em determinada região? Traz também os seus fornecedores, que basicamente é o que nós chamamos de “empresas satélites”. Assim, você já pode perceber que ter inúmeros fornecedores pode não funcionar. Seus fornecedores precisam ser capazes de atender seus requisitos críticos como cliente. Por isso, na prática, iremos selecionar fornecedores utilizando o conceito de capabi- lidade. Índices de capacidade. • Tem de 5 a 10% de clientes insatisfeitos com o produto ou serviço? Em algumas organizações esse índice é mais importante, em outras, menos. Porém, satisfazer os clientes (consumidor final ou próximo processo) é uma necessidade. Se você coleta essa métrica, saiba que existe uma máxima no qual: 1 cliente satisfeito influencia outros 5. 1 cliente insatisfeito influencia outros 10. Atender com excelência a demanda dos seus clientes é primordial. Um exemplo pessoal: aqui na CAE, ao final dos nossos cursos, passamos uma pesquisa de satisfação e também dos pontos passíveis de melho- ria. Essa métrica é levada a sério. Buscamos ao máximo a satisfação e já formamos diversas turmas por feedbacks e indicações positivas. Customer-based organization. Sinta os benefícios dessa modalidade e visão de empresa. • Gasta uma porcentagem significativa do faturamento em reparo e retrabalho antes da entrega do produto ou do serviço? Veja… se os produtos da sua empresa sofrem com reparos e retrabalho constantemente, é possível concluir que há espaço e necessidade de melhoria. Reparo e retrabalho são atividades da fábrica oculta, que não agregam valor e que devemos eliminar a todo custo. Se criarmos uma tabela comparativa com o nível sigma e a porcenta- gem gasta de faturamento com atividades como reparo, retrabalho, reinspeção, etc., temos a seguinte relação: Por isso, é tão impactante e importante olharmos para os processos visando zero aceitável de falhas. Zero defeitos… basicamente, viver melhoria contínua. • Tem número crescente de concorrentes? Bom.. sobreviver não é obrigatório, mas se você quiser otimizar proces- sos e superar seus concorrentes, terá de “matar um leão por dia”. Isso é o que acontece no meio corporativo. Entre estagnar e vencer os desa- fios, você pode escolher um dos dois. Porém, se escolher vencer, é melhor que estruture suas ações e não desperdice o tempo com aquilo que não agrega valor. O Lean Six Sigma e outras metodologias de melhoria contínua lhe trarão essa abordagem. Quais as diferenças na prática? As diferenças são muitas! Podemos começar dizendo que: no modelo tradi- cional para a solução de problemas nós sempre atuamos na correção. Concor- da? O que acontece mais no seu dia a dia? Prevenção de problemas ou corre- ção quando eles já estão dando as caras e mostrando as consequências? Pois é, essa realidade se inverte no modelo Six Sigma. Iremos atuar de uma maneira expressiva na prevenção de problemas, focando nas causas raiz e possibilitando uma minimização das atividades da fábrica oculta. E não para só por aí. Vamos utilizar a tomada de decisão, por exemplo. O que você vê mais no seu dia a dia profissional: gestores e funcionários tomando decisões analisando histogramas, gráficos de cp, cpk ou apenas com base em “achismo”, nos anos de “experiência”? Muito provavelmente com base em expe- riência, certo? Modelos Six Sigma de empresas deixarão que os dados revelem os verda- deiros problemas e isso diminuirá (e muito) a solução (ou, pelo menos, tentati- vas) no método tentativa e erro. Redução de custos e otimização do tempo são resultados diretos dessa abordagem. O quadro abaixo contém um resumo das principais diferenças entre os dois modelos de empresa. Ficam nítidas as diferenças. Na prática, tente encaixar o seu dia a dia e sua empresa em um dos lados. Em qual você encaixaria? Veja a explicação dessa tabela nesse vídeo e faça uma pontuação de como está sua empresa: Do nível 2 ao 6 Sigma, quanto tempo? A resposta para essa questão, assim como para quase todas envolvendo a metodologia é: depende. Mas dessa vez, lhe trarei os motivos do “depende”. Imagine você, trabalhando em um processo totalmente bagunçado e desorgani- zado. Você consegue oferecer com pequenas melhorias, ganhos excelentes, concorda? Se você trabalhar em uma empresa que já possui um programa de melhoria contínua e desenvolve procedimentos operacionais padrão, verifica a qualidade, executa auditorias, etc., muito provavelmente, você precisará mostrar mais resultados para observar na prática algum ganho financeiro relevante. Então, já fica claro que avançar o nível de um processo pode ser fácil ou difícil dependendo dos meios em que vamos atuar. Ainda assim, podemos estabelecer uma relação conforme o gráfico abaixo. Aplicando uma taxa de 10% de melhoria ao ano, levaremos em média, 90 anos para melhorar, do nível 2 sigma para 6 sigma, determinados processos organizacionais. Se pegarmos, por exemplo, uma taxa de melhoria igual a 90% ao ano, em um ou alguns anos, isso estaria resolvido. Porém, uma questão surge: qual o grande empecilho em aplicarmos uma taxa de melhoria de 90% ao ano? Se você pensou em custo, sua resposta está correta. Aplicar uma taxa eleva- da de melhoria em processos e projetos pode ser extremamente custoso para a empresa. Isso levará em consideração recursos destinados a determinadas situações, envolvimento de todos os gerentes, gestores e profissionais colabora- dores em vários níveis e, claro, tempo. Se colocarmos na balança, o tempo de payback para um projeto com 90% de melhoria real pode não ser tão rápido e isso fará com que as coisas sejam reprovadas logo no início. Pense em você, chegando para a alta administraçãode uma empresa e infor- mando que você tem um roadmap completo, um plano de ação, dados e que consegue entregar 90% de melhoria em um processo em “X” meses. Porém, seu tempo de payback, ou seja, seu tempo de retorno do capital investido será de quatro (4) anos. Dependendo do que você quiser melhorar e levando-se em consideração as variabilidades que podem ocorrer em um tempo tão longo, seu projeto tem altas chances de não ser aprovado. Por isso, uma das diretrizes que passo dentro do treinamento Green Belt em Lean Six Sigma é: desenvolver projetos de melhoria contínua PEQUENOS e ESPECÍFICOS para que o orçamento não seja comprometido e não tenhamos problemas com coleta de dados e outros módulos da metodologia. Uma vez que você desenvolveu um projeto pequeno e específico e agora tem toda essa documentação, fica muito mais fácil de replicar os conceitos e alçar vôos ainda maiores. “Mas então, Prof., eu nunca sei quais são as melhorias possíveis? Digo, nunca sei a porcentagem que posso estimar?” Nós iremos aprender ferramentas específicas para conseguir tomar essas decisões, mas tenha em mente, se você for atuar em um processo ou empresa no qual não há padronização, procedimentos operacionais e tudo é realizado de forma “bagunçada”, naturalmente você conseguirá prometer ganhos em torno de 50-40% em cima do cenário encontrado. Vivenciamos isso no nosso dia a dia e é algo que levamos em consideração em análises e diagnósticos empresariais. Ok... qual o resumo de tudo isso? Após comentar todos os benefícios do Six Sigma e também tudo aquilo de valor que essa metodologia pode agregar, podemos afirmar: o Six Sigma é uma metodologia que reduz variabilidades, aumenta a produtividade (quando asso- ciado ao Lean Manufacturing), e gera lucros para as organizações. Demming, grande contribuidor e guru da qualidade afirma que: 85% das falhas encontradas pelos clientes são relatadas como deficiências em sistemas e processos, não em funcionários. Mas pensando bem, o que mais acontece na sua empresa? Ou o que você acha que mais acontece nas empresas? Quando algum profissional erra… colocam a culpa no colaborador ou em todo o processo envolvido na tarefa que esse colaborador executa? Em 90% dos casos, sendo conservador, podemos dizer que a culpa recai sobre o funcionário. A contribuição de Demming é tão importante, pois nos revela 2 (dois) pontos: • Se você possui uma abordagem ou um método que resolve variabilida- des e nós concluímos que são as variabilidades responsáveis por tirar nossos produtos das especificações, consequentemente, produzir “defeitos”, temos em mãos uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a controlar processos reduzindo defeitos e entregando cada vez mais, valor ao cliente; • Se você costuma enxergar o processo da seguinte forma: fulano errou, então preciso evitar que ele erre, repense sua abordagem. Precisamos olhar para o processo e sistema. Então se fulano errou, eu preciso evitar que ele cometa esse erro ou que suas ações sejam passíveis de erros como esse. CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO SIX SIGMA O processo de Six Sigma pode ser definido muito mais do que a simples utilização de ferramentas estatísticas. É considerado, atualmente, o melhor método para reduzir a variabilidade dos processos, tendo como aceitação o nível 6 sigma que remete a um zero aceitável de falhas (competitividade e novo padrão mundial). Pode ser descrito como um conjunto de práticas, originalmente desenvolvido pela Motorola, para melhorar sistematicamente o processo de fabricação ou prestação de serviços, eliminando possíveis variabilidades que causam erros. A metodologia Seis Sigma está transformando o mundo e impul- sionando a competitividade das companhias de maiores sucessos: GE, Motoro- la, Toyota e 3M são apenas alguns exemplos de empresas que reduziram seus custos através da metodologia e acabaram aumentando consideravelmente o market share por décadas. As mídias dos negócios sempre veiculam e descrevem o Six Sigma como “um método altamente tecnológico usado por engenheiros e estatísticos para refinar produtos e processos”. Verdade, em parte. Medidas e estatísticas são os ingredientes chave para que haja melhoria contínua com a aplicação da metodo- logia, mas não descrevem a história como um todo. Uma outra definição que pode ser atribuída é a meta de quase-perfeição em alcançar as necessidades e desejos dos clientes. Essa também é uma definição verdadeira, já que em termos estatísticos, deve-se buscar apenas 3,4 defeitos por milhão de “oportunidades”, ou seja, praticamente zero produtos fora das especificações dos clientes. Não se preocupe com os termos e definições como: defeitos por milhão de oportunidades, zero aceitável de falhas, ppm’s e outros que serão citados nesta introdução. Todos esses conceitos serão amplamente explicados durante esse material e consolidados em nossos treinamentos e especializações de Lean Six Sigma. Ao ler todo esse material, você terá em mãos um roadmap completo e um conhecimento ímpar. Estará pronto para aprender como ganhar ainda mais destaque profissional e melhorar consideravelmente os processos empresariais com o uso do Six Sigma. Esse será o meu compromisso com você e esse livro. Onde surgiu e como descobriram? O Six Sigma surgiu na Motorola por Bill Smith e foi adotado pelo CEO da organização na época, Bob Galvin. Em meados de 1987, Bill conseguiu compro- var que se um processo mantivesse sua variação entre 6σ, ou seja, seis vezes o desvio padrão (e dentro de determinados requisitos críticos), ele seria um processo altamente capaz de produzir produtos com qualidade. Ok, mas o que significa manter um produto com seis vezes o desvio padrão de especificação? Para ilustrar esse conceito, vamos imaginar uma distribuidora. Uma empresa que faz entregas rotineiras ou possui um trajeto comum entre São Paulo e Santa Catarina. No seguinte cenário, vamos supor que o tempo médio de entrega do produto seja de dez dias (considerando o tempo desde o pedido até a chegada do produto final nas mãos do consumidor). Certamente teremos muitas variabili- dades atuando em todo o processo de entrega e que poderão afetar o lead time de tal serviço. Algumas entregas acontecerão em nove (9) dias… outras em doze (12) dias. Com uma grande quantidade de dados coletados, de várias entregas, conse- guimos construir uma curva que irá assumir a característica da curva normal. Suponhamos que o desvio padrão seja de um (1) dia e o requisito crítico do cliente seja de quatro (4) dias no mínimo para entrega e dezesseis (16) dias no máximo. No parágrafo anterior, acabamos de exemplificar o que nesse livro será chamado de “requisito crítico de cliente”, ou apenas, CCR. Toda vez que eu preciso, em qualquer processo, atender determinada característica que já foi imposta pelo cliente, eu estou procurando atender um requisito crítico. Mais tarde veremos que em muitos cenários meu cliente será meu próximo processo. Por exemplo, para a montagem de uma peça específica, o processo anterior precisa atender determinado “range” aceitável de dimensão, caso contrário, as peças não irão se encaixar, correto? A esse “range” damos o nome de requisito crítico. Para o exemplo do caminhão e da logística de entrega, o que significa ter um CCR entre quatro (4) e dezesseis (16) dias? Significa que nós, como clientes, aceitamos receber após 4 dias de compra aceita (supondo esse cenário como mínimo possível de entrega) e no máximo, aguardamos até dezesseis (16) dias totais para entrega. Nesse cenário didático e hipotético, obviamente, não seria possível receber um produto desse antes de quatro (4) dias, pois é o tempo mínimo que ele leva para ser fabricado. Seria como se a produção finalizasse e o produto já pudesse estar em nossas mãos. Se há muita variabilidade presente em nosso processo de entrega, em nossa logística, seria fácil pensarque o desvio padrão de um (1) poderia passar a ser dois (2) ou três (3), correto? Pois bem, olhe a figura na próxima página: Essa imagem representa um cenário indesejável para a grande maioria das empresas: alto desvio padrão e, consequentemente, alta variabilidade, produtos fora do requisito crítico (considerando limite superior de especificação), clientes insatisfeitos. Todos os projetos de Six Sigma e por lógica, todos de melhoria contínua envolvendo a metodologia, buscam otimizar processos e reduzir custos através da redução das variabilidades do mesmo. O que é de fato a metodologia LSS? Também conhecido como uma metodologia gerencial, altamente disciplinada para conquistar resultados de qualidade e financeiro, com o objetivo de atingir mudanças significativas na organização, o Six Sigma possui foco total na satisfa- ção dos seus clientes. Como? Atendendo requisitos críticos dos mesmos e focan- do na redução dos defeitos nos processos e ótimo desempenho empresarial. Muitas pessoas que tentam aplicar o Six Sigma em sua organização, falham. Sim. Acredite e leve isso consigo, em seus projetos de Six Sigma, para evitar ao máximo esse cenário tão comum. O motivo pode ser explicado por ninguém menos que Jack Welch: “o grande engano é supor que o Seis Sigma trate de controle de qualidade e de fórmulas estatísticas. Em parte é isso, mas não fica só nisso. Vai muitíssimo além. Em última instância, impulsiona a melhoria da liderança, ao fornecer instrumentos para que se raciocine sobre assuntos difíceis. No âmago do Seis SIgma, agita-se uma ideia capaz de virar uma empre- sa pelo avesso, deslocando o foco da organização para fora de si própria e convergindo-o no cliente” Em outras palavras, o Six Sigma é uma mudança de visão. De cultura. Portanto, só é possível atingir máxima qualidade nos processos com a adesão de todos os profissionais dentro da organização. Todos os colaboradores devem se sentir envolvidos nas mudanças provocadas pela metodologia e nos ganhos resultantes. Nenhum processo de melhoria contínua, aplicando DMAIC (road- map para o Six Sigma), PDCA ou outro método terá sucesso se todos os colabo- radores não se sentirem engajados desde o ínicio. Parte da metodologia ser dividida em Belts é para solucionar tal questão. Profissionais White Belts possuem seu escopo específico de trabalho. Yellow Belts têm uma importância enorme para que os projetos de Six Sigma saiam do papel. Green, Black e Master Belts, todos possuem atribuições e competências indispensáveis para o sucesso do programa. Um dos cenários mais comuns que eu vejo, como consultor e diretor de cursos da CAE Consultoria e Treinamentos, é de empresas solicitando orçamen- tos para treinar um (1) ou dois (2) profissionais Green Belts. Acompanhe comigo: para que a metodologia atinja seu ápice e funcione corretamente, é necessário que uma equipe capacitada em Lean Six Sigma esteja diante do processo para liderar e atuar nas melhorias. É claro que, você terá ganhos satisfatórios treinando apenas um Green Belt, mas um profissional só… somente um colaborador, não trará resultados a curto prazo visto que as mudanças de maior impacto acontecem quando todos buscam melhoria contínua. Logo, o ideal é que todos os envolvidos não só domi- nem a metodologia, como também estejam cientes sobre o seu papel dentro da mudança global e conheçam as atribuições e competências a serem colocadas em prática no dia a dia. Caso contrário, existem grandes chances de que comportamentos, como resistência, não colaboração e sabotagem se mantenham presentes, especial- mente em setores operacionais. A imagem abaixo ilustra um pouco desse cená- rio. Mudanças não só podem, como devem acontecer, e os profissionais Green e Black Belt irão focar em novos projetos. Dessa forma, se não houver um "contro- le" ou acompanhamento constante dos ganhos conquistados, tudo aquilo irá se perder, invariavelmente. Assim, fica claro que Green e Black Belts são importantes, mas gestores e profissionais da alta administração também possuem papéis importantíssimos como "sponsors" (patrocinadores), facilitadores e que apoiarão todo o desenvol- vimento do programa. 11 CAPÍTULO 5 QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Seus processos precisam de melhoria contínua? Para lhe ajudar a determinar se seus processos empresariais precisam ou não… merecem ou não, atenção e programas de melhoria contínua, responda mentalmente as seguintes perguntas: • Sua organização acredita que metas de zero defeitos, ou zerar erros em processos, não são realísticas, nem atingíveis? Se você trabalha com gestores conformados, ou seja, profissionais que sempre proferem as palavras: “Isso sempre foi dessa forma”, “É impos- sível mudar isso”, “Já tentamos e não dá”, saiba que você tem uma ótima oportunidade para desenvolver um bom projeto de melhoria contí- nua utilizando o Six Sigma ou outros conceitos e abordagens. • Tem 10 vezes o número de fornecedores necessários para o negócio? Isso não funciona a longo prazo. Pegue como exemplo a Toyota, empre- sa reconhecida pela implementação do Lean Manufacturing e pela alta padronização e qualidade em seus produtos e serviços. O que a Toyota faz quando abre uma nova planta em determinada região? Traz também os seus fornecedores, que basicamente é o que nós chamamos de “empresas satélites”. Assim, você já pode perceber que ter inúmeros fornecedores pode não funcionar. Seus fornecedores precisam ser capazes de atender seus requisitos críticos como cliente. Por isso, na prática, iremos selecionar fornecedores utilizando o conceito de capabi- lidade. Índices de capacidade. • Tem de 5 a 10% de clientes insatisfeitos com o produto ou serviço? Em algumas organizações esse índice é mais importante, em outras, menos. Porém, satisfazer os clientes (consumidor final ou próximo processo) é uma necessidade. Se você coleta essa métrica, saiba que existe uma máxima no qual: 1 cliente satisfeito influencia outros 5. 1 cliente insatisfeito influencia outros 10. Atender com excelência a demanda dos seus clientes é primordial. Um exemplo pessoal: aqui na CAE, ao final dos nossos cursos, passamos uma pesquisa de satisfação e também dos pontos passíveis de melho- ria. Essa métrica é levada a sério. Buscamos ao máximo a satisfação e já formamos diversas turmas por feedbacks e indicações positivas. Customer-based organization. Sinta os benefícios dessa modalidade e visão de empresa. • Gasta uma porcentagem significativa do faturamento em reparo e retrabalho antes da entrega do produto ou do serviço? Veja… se os produtos da sua empresa sofrem com reparos e retrabalho constantemente, é possível concluir que há espaço e necessidade de melhoria. Reparo e retrabalho são atividades da fábrica oculta, que não agregam valor e que devemos eliminar a todo custo. Se criarmos uma tabela comparativa com o nível sigma e a porcenta- gem gasta de faturamento com atividades como reparo, retrabalho, reinspeção, etc., temos a seguinte relação: Por isso, é tão impactante e importante olharmos para os processos visando zero aceitável de falhas. Zero defeitos… basicamente, viver melhoria contínua. • Tem número crescente de concorrentes? Bom.. sobreviver não é obrigatório, mas se você quiser otimizar proces- sos e superar seus concorrentes, terá de “matar um leão por dia”. Isso é o que acontece no meio corporativo. Entre estagnar e vencer os desa- fios, você pode escolher um dos dois. Porém, se escolher vencer, é melhor que estruture suas ações e não desperdice o tempo com aquilo que não agrega valor. O Lean Six Sigma e outras metodologias de melhoria contínua lhe trarão essa abordagem. Quais as diferenças na prática? As diferenças são muitas! Podemos começar dizendo que: no modelo tradi- cional para a solução de problemas nós sempre atuamos na correção. Concor- da? O que acontece mais no seu dia a dia? Prevenção de problemasou corre- ção quando eles já estão dando as caras e mostrando as consequências? Pois é, essa realidade se inverte no modelo Six Sigma. Iremos atuar de uma maneira expressiva na prevenção de problemas, focando nas causas raiz e possibilitando uma minimização das atividades da fábrica oculta. E não para só por aí. Vamos utilizar a tomada de decisão, por exemplo. O que você vê mais no seu dia a dia profissional: gestores e funcionários tomando decisões analisando histogramas, gráficos de cp, cpk ou apenas com base em “achismo”, nos anos de “experiência”? Muito provavelmente com base em expe- riência, certo? Modelos Six Sigma de empresas deixarão que os dados revelem os verda- deiros problemas e isso diminuirá (e muito) a solução (ou, pelo menos, tentati- vas) no método tentativa e erro. Redução de custos e otimização do tempo são resultados diretos dessa abordagem. O quadro abaixo contém um resumo das principais diferenças entre os dois modelos de empresa. Ficam nítidas as diferenças. Na prática, tente encaixar o seu dia a dia e sua empresa em um dos lados. Em qual você encaixaria? Veja a explicação dessa tabela nesse vídeo e faça uma pontuação de como está sua empresa: Do nível 2 ao 6 Sigma, quanto tempo? A resposta para essa questão, assim como para quase todas envolvendo a metodologia é: depende. Mas dessa vez, lhe trarei os motivos do “depende”. Imagine você, trabalhando em um processo totalmente bagunçado e desorgani- zado. Você consegue oferecer com pequenas melhorias, ganhos excelentes, concorda? Se você trabalhar em uma empresa que já possui um programa de melhoria contínua e desenvolve procedimentos operacionais padrão, verifica a qualidade, executa auditorias, etc., muito provavelmente, você precisará mostrar mais resultados para observar na prática algum ganho financeiro relevante. Então, já fica claro que avançar o nível de um processo pode ser fácil ou difícil dependendo dos meios em que vamos atuar. Ainda assim, podemos estabelecer uma relação conforme o gráfico abaixo. Aplicando uma taxa de 10% de melhoria ao ano, levaremos em média, 90 anos para melhorar, do nível 2 sigma para 6 sigma, determinados processos organizacionais. Se pegarmos, por exemplo, uma taxa de melhoria igual a 90% ao ano, em um ou alguns anos, isso estaria resolvido. Porém, uma questão surge: qual o grande empecilho em aplicarmos uma taxa de melhoria de 90% ao ano? Se você pensou em custo, sua resposta está correta. Aplicar uma taxa eleva- da de melhoria em processos e projetos pode ser extremamente custoso para a empresa. Isso levará em consideração recursos destinados a determinadas situações, envolvimento de todos os gerentes, gestores e profissionais colabora- dores em vários níveis e, claro, tempo. Se colocarmos na balança, o tempo de payback para um projeto com 90% de melhoria real pode não ser tão rápido e isso fará com que as coisas sejam reprovadas logo no início. Pense em você, chegando para a alta administração de uma empresa e infor- mando que você tem um roadmap completo, um plano de ação, dados e que consegue entregar 90% de melhoria em um processo em “X” meses. Porém, seu tempo de payback, ou seja, seu tempo de retorno do capital investido será de quatro (4) anos. Dependendo do que você quiser melhorar e levando-se em consideração as variabilidades que podem ocorrer em um tempo tão longo, seu projeto tem altas chances de não ser aprovado. Por isso, uma das diretrizes que passo dentro do treinamento Green Belt em Lean Six Sigma é: desenvolver projetos de melhoria contínua PEQUENOS e ESPECÍFICOS para que o orçamento não seja comprometido e não tenhamos problemas com coleta de dados e outros módulos da metodologia. Uma vez que você desenvolveu um projeto pequeno e específico e agora tem toda essa documentação, fica muito mais fácil de replicar os conceitos e alçar vôos ainda maiores. “Mas então, Prof., eu nunca sei quais são as melhorias possíveis? Digo, nunca sei a porcentagem que posso estimar?” Nós iremos aprender ferramentas específicas para conseguir tomar essas decisões, mas tenha em mente, se você for atuar em um processo ou empresa no qual não há padronização, procedimentos operacionais e tudo é realizado de forma “bagunçada”, naturalmente você conseguirá prometer ganhos em torno de 50-40% em cima do cenário encontrado. Vivenciamos isso no nosso dia a dia e é algo que levamos em consideração em análises e diagnósticos empresariais. Ok... qual o resumo de tudo isso? Após comentar todos os benefícios do Six Sigma e também tudo aquilo de valor que essa metodologia pode agregar, podemos afirmar: o Six Sigma é uma metodologia que reduz variabilidades, aumenta a produtividade (quando asso- ciado ao Lean Manufacturing), e gera lucros para as organizações. Demming, grande contribuidor e guru da qualidade afirma que: 85% das falhas encontradas pelos clientes são relatadas como deficiências em sistemas e processos, não em funcionários. Mas pensando bem, o que mais acontece na sua empresa? Ou o que você acha que mais acontece nas empresas? Quando algum profissional erra… colocam a culpa no colaborador ou em todo o processo envolvido na tarefa que esse colaborador executa? Em 90% dos casos, sendo conservador, podemos dizer que a culpa recai sobre o funcionário. A contribuição de Demming é tão importante, pois nos revela 2 (dois) pontos: • Se você possui uma abordagem ou um método que resolve variabilida- des e nós concluímos que são as variabilidades responsáveis por tirar nossos produtos das especificações, consequentemente, produzir “defeitos”, temos em mãos uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a controlar processos reduzindo defeitos e entregando cada vez mais, valor ao cliente; • Se você costuma enxergar o processo da seguinte forma: fulano errou, então preciso evitar que ele erre, repense sua abordagem. Precisamos olhar para o processo e sistema. Então se fulano errou, eu preciso evitar que ele cometa esse erro ou que suas ações sejam passíveis de erros como esse. CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO SIX SIGMA O processo de Six Sigma pode ser definido muito mais do que a simples utilização de ferramentas estatísticas. É considerado, atualmente, o melhor método para reduzir a variabilidade dos processos, tendo como aceitação o nível 6 sigma que remete a um zero aceitável de falhas (competitividade e novo padrão mundial). Pode ser descrito como um conjunto de práticas, originalmente desenvolvido pela Motorola, para melhorar sistematicamente o processo de fabricação ou prestação de serviços, eliminando possíveis variabilidades que causam erros. A metodologia Seis Sigma está transformando o mundo e impul- sionando a competitividade das companhias de maiores sucessos: GE, Motoro- la, Toyota e 3M são apenas alguns exemplos de empresas que reduziram seus custos através da metodologia e acabaram aumentando consideravelmente o market share por décadas. As mídias dos negócios sempre veiculam e descrevem o Six Sigma como “um método altamente tecnológico usado por engenheiros e estatísticos para refinar produtos e processos”. Verdade, em parte. Medidas e estatísticas são os ingredientes chave para que haja melhoria contínua com a aplicação da metodo- logia, mas não descrevem a história como um todo. Uma outra definição que pode ser atribuída é a meta de quase-perfeição em alcançar as necessidades e desejos dos clientes. Essa também é uma definição verdadeira, já que em termos estatísticos, deve-se buscar apenas 3,4 defeitos por milhão de “oportunidades”, ou seja, praticamente zero produtos fora das especificações dos clientes. Não se preocupe com os termos e definições como: defeitos por milhão de oportunidades, zero aceitável de falhas, ppm’s e outros que serão citados nesta introdução. Todos esses conceitos serão amplamente explicados durante esse material e consolidados em nossos treinamentos e especializações deLean Six Sigma. Ao ler todo esse material, você terá em mãos um roadmap completo e um conhecimento ímpar. Estará pronto para aprender como ganhar ainda mais destaque profissional e melhorar consideravelmente os processos empresariais com o uso do Six Sigma. Esse será o meu compromisso com você e esse livro. Onde surgiu e como descobriram? O Six Sigma surgiu na Motorola por Bill Smith e foi adotado pelo CEO da organização na época, Bob Galvin. Em meados de 1987, Bill conseguiu compro- var que se um processo mantivesse sua variação entre 6σ, ou seja, seis vezes o desvio padrão (e dentro de determinados requisitos críticos), ele seria um processo altamente capaz de produzir produtos com qualidade. Ok, mas o que significa manter um produto com seis vezes o desvio padrão de especificação? Para ilustrar esse conceito, vamos imaginar uma distribuidora. Uma empresa que faz entregas rotineiras ou possui um trajeto comum entre São Paulo e Santa Catarina. No seguinte cenário, vamos supor que o tempo médio de entrega do produto seja de dez dias (considerando o tempo desde o pedido até a chegada do produto final nas mãos do consumidor). Certamente teremos muitas variabili- dades atuando em todo o processo de entrega e que poderão afetar o lead time de tal serviço. Algumas entregas acontecerão em nove (9) dias… outras em doze (12) dias. Com uma grande quantidade de dados coletados, de várias entregas, conse- guimos construir uma curva que irá assumir a característica da curva normal. Suponhamos que o desvio padrão seja de um (1) dia e o requisito crítico do cliente seja de quatro (4) dias no mínimo para entrega e dezesseis (16) dias no máximo. No parágrafo anterior, acabamos de exemplificar o que nesse livro será chamado de “requisito crítico de cliente”, ou apenas, CCR. Toda vez que eu preciso, em qualquer processo, atender determinada característica que já foi imposta pelo cliente, eu estou procurando atender um requisito crítico. Mais tarde veremos que em muitos cenários meu cliente será meu próximo processo. Por exemplo, para a montagem de uma peça específica, o processo anterior precisa atender determinado “range” aceitável de dimensão, caso contrário, as peças não irão se encaixar, correto? A esse “range” damos o nome de requisito crítico. Para o exemplo do caminhão e da logística de entrega, o que significa ter um CCR entre quatro (4) e dezesseis (16) dias? Significa que nós, como clientes, aceitamos receber após 4 dias de compra aceita (supondo esse cenário como mínimo possível de entrega) e no máximo, aguardamos até dezesseis (16) dias totais para entrega. Nesse cenário didático e hipotético, obviamente, não seria possível receber um produto desse antes de quatro (4) dias, pois é o tempo mínimo que ele leva para ser fabricado. Seria como se a produção finalizasse e o produto já pudesse estar em nossas mãos. Se há muita variabilidade presente em nosso processo de entrega, em nossa logística, seria fácil pensar que o desvio padrão de um (1) poderia passar a ser dois (2) ou três (3), correto? Pois bem, olhe a figura na próxima página: Essa imagem representa um cenário indesejável para a grande maioria das empresas: alto desvio padrão e, consequentemente, alta variabilidade, produtos fora do requisito crítico (considerando limite superior de especificação), clientes insatisfeitos. Todos os projetos de Six Sigma e por lógica, todos de melhoria contínua envolvendo a metodologia, buscam otimizar processos e reduzir custos através da redução das variabilidades do mesmo. O que é de fato a metodologia LSS? Também conhecido como uma metodologia gerencial, altamente disciplinada para conquistar resultados de qualidade e financeiro, com o objetivo de atingir mudanças significativas na organização, o Six Sigma possui foco total na satisfa- ção dos seus clientes. Como? Atendendo requisitos críticos dos mesmos e focan- do na redução dos defeitos nos processos e ótimo desempenho empresarial. Muitas pessoas que tentam aplicar o Six Sigma em sua organização, falham. Sim. Acredite e leve isso consigo, em seus projetos de Six Sigma, para evitar ao máximo esse cenário tão comum. O motivo pode ser explicado por ninguém menos que Jack Welch: “o grande engano é supor que o Seis Sigma trate de controle de qualidade e de fórmulas estatísticas. Em parte é isso, mas não fica só nisso. Vai muitíssimo além. Em última instância, impulsiona a melhoria da liderança, ao fornecer instrumentos para que se raciocine sobre assuntos difíceis. No âmago do Seis SIgma, agita-se uma ideia capaz de virar uma empre- sa pelo avesso, deslocando o foco da organização para fora de si própria e convergindo-o no cliente” Em outras palavras, o Six Sigma é uma mudança de visão. De cultura. Portanto, só é possível atingir máxima qualidade nos processos com a adesão de todos os profissionais dentro da organização. Todos os colaboradores devem se sentir envolvidos nas mudanças provocadas pela metodologia e nos ganhos resultantes. Nenhum processo de melhoria contínua, aplicando DMAIC (road- map para o Six Sigma), PDCA ou outro método terá sucesso se todos os colabo- radores não se sentirem engajados desde o ínicio. Parte da metodologia ser dividida em Belts é para solucionar tal questão. Profissionais White Belts possuem seu escopo específico de trabalho. Yellow Belts têm uma importância enorme para que os projetos de Six Sigma saiam do papel. Green, Black e Master Belts, todos possuem atribuições e competências indispensáveis para o sucesso do programa. Um dos cenários mais comuns que eu vejo, como consultor e diretor de cursos da CAE Consultoria e Treinamentos, é de empresas solicitando orçamen- tos para treinar um (1) ou dois (2) profissionais Green Belts. Acompanhe comigo: para que a metodologia atinja seu ápice e funcione corretamente, é necessário que uma equipe capacitada em Lean Six Sigma esteja diante do processo para liderar e atuar nas melhorias. É claro que, você terá ganhos satisfatórios treinando apenas um Green Belt, mas um profissional só… somente um colaborador, não trará resultados a curto prazo visto que as mudanças de maior impacto acontecem quando todos buscam melhoria contínua. Logo, o ideal é que todos os envolvidos não só domi- nem a metodologia, como também estejam cientes sobre o seu papel dentro da mudança global e conheçam as atribuições e competências a serem colocadas em prática no dia a dia. Caso contrário, existem grandes chances de que comportamentos, como resistência, não colaboração e sabotagem se mantenham presentes, especial- mente em setores operacionais. A imagem abaixo ilustra um pouco desse cená- rio. Mudanças não só podem, como devem acontecer, e os profissionais Green e Black Belt irão focar em novos projetos. Dessa forma, se não houver um "contro- le" ou acompanhamento constante dos ganhos conquistados, tudo aquilo irá se perder, invariavelmente. Assim, fica claro que Green e Black Belts são importantes, mas gestores e profissionais da alta administração também possuem papéis importantíssimos como "sponsors" (patrocinadores), facilitadores e que apoiarão todo o desenvol- vimento do programa. 12 CAPÍTULO 5 QUEM DEVE APLICAR O LEAN SIX SIGMA? Seus processos precisam de melhoria contínua? Para lhe ajudar a determinar se seus processos empresariais precisam ou não… merecem ou não, atenção e programas de melhoria contínua, responda mentalmente as seguintes perguntas: • Sua organização acredita que metas de zero defeitos, ou zerar erros em processos, não são realísticas, nem atingíveis? Se você trabalha com gestores conformados, ou seja, profissionais que sempre proferem as palavras: “Isso sempre foi dessa forma”, “É impos- sível mudar isso”, “Já tentamos e não dá”, saiba que você tem uma ótima oportunidade para desenvolver um bom projeto de melhoria contí- nua utilizando o Six Sigma ou outros conceitos e abordagens. • Tem 10