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S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O LIVRO 06 @ O ABAIVO UEU 1 PROCESSO CIVIL 13 PROCESSO PENAL 28 DIREITO PENAL 36 ÉTICA 42 DIREITO CIVIL 44 CONSUMIDOR Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do "DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS OABENÇOADAS para que você consiga obter o máximo de resultado durante a sua preparação. Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, aprender de forma prática e direta os conceitos e institutos dos temas que mais caem na prova da OAB! Agora você pode estudar os temas diários propostos no cronograma diretamente das DICAS OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da aprovação! Í N D I C E D E C O N T E Ú D O 1 linha reta até o AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV DICAS OABENÇOADAS 1. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO O QUE VOCÊ DEVE SABER As causas de impedimento e de suspeição estão elencadas junto aos artigos 144 e 145, do NCPC. No artigo 144, estão as causas de IMPEDIMENTO, já no 145, as causas de SUSPEIÇÃO. Começaremos, então, com as causas de IMPEDIMENTO: Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive (o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.); IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. DICA DO DIA 43 PROCESSO CIVIL FIQUE ATENTO: OS MOTIVOS DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO TAMBÉM SE APLICAM AOS 2 MEMBROS DO MP, AUXILARES DE JUSTIÇA E DEMAIS SUJEITOS IMPARCIAIS DO PROCESSO. Nesses casos, a parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, ademais, o incidente deve ser processado em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária. Atenção, o Juiz pode se declarar SUSPEITO por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. PRAZO DE ALEGAÇÃO: No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. Portanto, o prazo é de QUINZE DIAS a contar do CONHECIMENTO DO FATO. Deve a arguição ser feita em PETIÇÃO ESPECÍFICA PARA ESTE FIM. Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. Portanto, pode o Juiz ACATAR, situação em que encaminha os autos ao seu substituto ou, ainda, NÃO ACATAR, e se defender, no prazo de QUINZE DIAS. O incidente de suspeição ou impedimento pode ser recebido pelo relator em dois efeitos: I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. O Tribunal, obviamente, pode julgar PROCEDENTE ou IMPROCEDENTE o incidente, sendo certo que: § 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. § 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á. § 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. (O juiz será condenado em custas quando devidamente constatado que tratava-se, de fato, de inequívoca hipótese de impedimento ou manifesta de suspeição). § 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado. § 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição. (portanto, os atos devem ser tidos como NULOS acaso sua prática ocorreu quando já existente o motivo de suspeição ou impedimento. 2. MEDIADORES E CONCILIADORES O QUE VOCÊ DEVE SABER Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 3 Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastrode tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. Portanto, todos eles devem ter o devido REGISTRO. Demais disso, preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público (PORTANTO, O TRIBUNAL PODE OPTAR POR CONCURSO PARA AS VAGAS), o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. MUITA ATENÇÃO: Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. Ambos, tanto o conciliador como o mediador, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação, isso se dá pelo DEVER DE SIGILO INERENTE Á FUNÇÃO. ATENÇÃO – ESCOLHA DO CONCILIADOR: As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. Nesse caso, o conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal. Quando não houver acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá registro do tribunal, observada a respectiva formação. Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. ATENÇÃO – TÉCNICAS DE NEGÓCIO: Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO: distribuição entre aqueles cadastrados no FIQUE ATENTO: CONCILIADOR = PREFERENCIALMENTE SEM VÍNCULO ANTERIOR ENTRE AS PARTES; MEDIADOR = PREFERENCIALMENTE VÍNCULO ANTERIOR ENTRE AS PARTES. 4 São eles: independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. Ou seja, podem definir as regras do jogo (da mediação ou conciliação). ATENÇÃO – REMUNERAÇÃO DOS CONCILIADORES/MEDIADORES: Quando não for instituído o cargo por concurso, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO: Em caso de impedimento ou suspeição do conciliador ou mediador, estes deverão comunicar imediatamente o Juízo, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador. PERÍODO DE QUARENTENA: O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. EXCLUSÃO DA QUALIDADE DE CONCILIADOR/MEDIADOR: I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º (NOTADAMENTE O DEVER AO SIGILO E CONFIDENCIALIDADE); II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. OBS: OS CASOS DEVERÃO SER APURADOS ATRAVÉS DA PROCESSO ADMINISTRATIVO. AFASTAMENTO DO MEDIADOR/CONCILIADOR: O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo. 3. ATOS PROCESSUAIS O QUE VOCÊ DEVE SABER Atos processuais são as ações e movimentos praticados no processo, pelas partes e pelo órgão jurisdicional, com objetivo de produzir uma consequência jurídica. São atos processuais: Petições, despachos, decisões, recursos e demais movimentações. Inicialmente, saiba que os atos e os termos processuais independem de forma determinada (Princípio da liberdade das formas), SALVO quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. É muito simples, mas cai muito, inclusive em provas de concursos, veja você: 1) Os atos e termos processuais Alternativas A) não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando- se válidos os que, realizados de 5 outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. B) dependem sempre de forma determinada, a ser estabelecida pelo juiz em caso de omissão da lei, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. C) não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando- se inválidos os realizados de outro modo, ainda que Ihe preencham a finalidade essencial. D) dependem sempre de forma determinada, a ser estabelecida pelo juiz em caso de omissão da lei, reputando-se inválidos os realizados de outro modo, ainda que Ihe preencham a finalidade essencial. E) dependem sempre de forma determinada, conforme previsto em lei, reputando-se inválidos os realizados de outro modo, ainda que Ihe preencham a finalidade essencial. Tá vendo? Fica ligado, a simplicidade e literalidade da LEI caem muito! Outro ponto que você deve ter conhecimento, é que os atos processuais SÃO PÚBLICOS, salvo os que tramitam em segredo de justiça. E quando deve ser atribuído o segredo de justiça? Confere abaixo: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Ah, e como já estudamos, o direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. Também é importante você saber que quando o processo versar sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. E claro, obviamente, nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade,o JUIZ deve intervir. Obviamente, em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. Quando houver documento oriundo de língua estrangeira, este somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado. Também fique atento ao artigo 191, do CPC: Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. 6 Os atos processuais podem, além de físicos, se dar por meio eletrônico. É o que prevê o artigo 193, do CPC: “Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei”. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Atenção: Em se tratando de desistência da ação, esta só produzirá efeitos após homologação judicial. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório (É UMA GARANTIA PARA A PARTE). Já os atos e pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. A sentença (via de regra devem ser proferidas pelo Juiz no prazo de 30 dias – art. 226, III) é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 (extinção sem resolução do mérito) e 487 (julga o mérito), põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (ISSO VAI DEPENDER DE QUE FASE ESTÁ O PROCESSO). Decisão interlocutória (via de regra devem ser feitas pelo Juiz no prazo de 10 dias – art. 226, II) é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre como sentença, ou seja, não tem natureza de extinguir o processo (são decisões QUE NÃO POEM FIM AO PROCESSO - atos pelos quais o juiz resolve questões que surgem durante o processo, mas não são o julgamento dele). São despachos (via de regra devem ser feitos pelo Juiz no prazo de 5 dias – art. 226, I) todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte (Meras movimentações administrativas para impulsionar o processo). Note que o CPC prevê prazos para que o Juiz profira suas sentenças, despachos e decisões interlocutórias, contudo, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido. Os atos meramente ordinatórios (atos dos servidores), como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes (a assinatura pode ser feita eletronicamente, na forma da lei). Em razão do princípio da publicidade dos atos processuais, os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. TEMPO DOS ATOS: Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Obs: Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. Portanto, perceba, o fato de o ato ser iniciado antes das 20h não quer dizer que ele pode ser continuado após isso, mas tão somente deve ser continuado/concluído quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. MUITA ATENÇÃO AGORA: O artigo 212, §2º, estabelece que, Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal. Isso quer dizer que NÃO É PRECISO MAIS a autorização expressa do Juiz para a VALIDADE 7 das citações, intimações e penhoras feitas fora do horário previsto no caput do artigo 212, desde que sejam OBSERVADOS E RESPEITADOS os DIREITOS E GARANTIAS DETERMINADOS pela Constituição: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Em resumo, então, tem-se que ainda que o oficial de justiça chegue na casa de alguém para cumprir um mandado de citação ou intimação ANTES das 06h ou APÓS as 20h, e independente do dia (seja ele sábado, domingo ou feriado), a medida citatória/intimatória será considerada válida SE o morador houver consentido e recebido. ATENÇÃO – JUIZADO ESPECIAL: Os mandados dos juizados especiais podem ser realizados em qualquer dia/ hora. Isto porquê a Lei 9.099/95, em seus artigos 12 e 13, autoriza a prática de atos processuais durante a noite e estabelece que, se os atos atingirem sua finalidade, serão considerados válidos. Quando se tratar de ATO ELETRÔNICO, este pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo. Via de regra, durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, exceto TUTELA DE URGENCIA e os atos previstos no art. 212, § 2º, do CPC. Importante: Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas: I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador; III - os processos que a lei determinar. FERIADOS: Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense. LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS: Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz. PRAZOS DOS ATOS: Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. Prazos processuais: São divididos em próprios e impróprios; peremptórios e dilatórios. Próprios: Prazos que são impostos às partes, gerando a preclusão no seu termo final. Impróprios: Prazo fixado na lei e usado como parâmetro para a prática do ato. A perda de prazo improprio não acarreta preclusão temporal, persistindo a possibilidade de praticar-se o ato mesmo depois de ultimado o mesmo. Dilatório: Prazo que permite a sua ampliação ou redução pela vontade das partes. Peremptório: Prazo que não comporta qualquer dilação ou redução. EXCEÇÃO: Art. 222 (VER TABELA ABAIXO)! Em casos de omissão da lei quanto à fixação do prazo, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. Art. 218, § 2º: Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas. Art. 218, § 3º: Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. ATENÇÃO: O ATO QUE FOR PRATICADO ANTES MESMO DO SEU TERMO INICIAL SERÁ TIDO COMO VÁLIDO E TEMPESTIVO!8 Na contagem de prazo SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS DIAS ÚTEIS (aplica-se somente aos prazos processuais)! RECESSO FORENSE: Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. ATENÇÃO: Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313 , devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação. VEJA QUE O PRAZO NÃO VOLTA DO COMEÇO!!! IMPORTANTE – ARTIGO 222, CPC: Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses. § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. § 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos poderá ser excedido. MAS SEMPRE LEMBRE-SE: O Novo Código de Processo Civil permite o juiz ampliar os prazos peremptórios nas seguintes hipóteses: Em caso de processo tramitando em comarcas de difícil transporte, por até dois meses (art. 222, caput) Em caso de calamidade pública, podendo a ampliação do prazo ultrapassar dois meses (222, § 2º); Quando ocorre evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário. (art. 223, § 1º) – leia o artigo inteiro. Valer dizer que, além das hipóteses acima previstas, o CPC/2015 inovou ao incluir a possibilidade de alteração dos prazos peremptórios, permitindo ao juiz adequá-los às necessidades das partes, tudo com o objetivo de dirimir eventual desigualdade processual decorrente da exiguidade de prazos em causas de maior complexidade. É o que dispõe o artigo 139, IV: "incumbe ao juiz dilatar os prazos processuais e alterar a ordem dos meios de produção de prova, adequando- as às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito". CONTAGEM DOS PRAZOS: os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. E lembre-se: Na contagem de prazo SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS DIAS ÚTEIS (aplica-se somente aos prazos processuais)! ATENÇÃO: Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. FICA ATENTO: Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Então, a contagem (dia 01 do prazo) tem início no dia seguinte à publicação, acaso este dia seja útil (Vide artigo 224, §3º, do CPC). RENÚNCIA AO PRAZO: A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa. PRAZO EM DOBRO - ATENÇÃO: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações. CONTUDO, se somente um dos réus oferece contestação, O PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS EXISTE. TAMBÉM NÃO SE APLICA PRAZO EM DOBRO SE O PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 229, §2º). MAIS SOBRE PRAZO EM DOBRO: O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal. No mesmo sentido, a União, os Estados, o Distrito Federal, os 9 Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. Ainda, A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais (O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público). Passado isto, ressalte-se que SOBRE O DIA DO COMEÇO DO PRAZO, VALE LER A ÍNTEGRA DO ARTIGO 231, DO CPC, EIS QUE CONSISTE EM IMPORTANTE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA QUE CERTAMENTE SERÁ COBRADA NO EXAME: Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio; II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria; IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital; V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta; VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria. IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico. § 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput . § 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente. § 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação. § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. 4. CITAÇÃO O QUE VOCÊ DEVE SABER Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. A citação completa a relação processual, estabilizando, assim, a lide. Em virtude disso, a citação é ato obrigatório em qualquer tipo de processo e procedimento (Vide artigo 239, do CPC). A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura da ação MAS FIQUE ATENTO: O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, a partir desta data, então, começa a fluir o prazo para 10 apresentação de contestação ou de embargos à execução. Obviamente, acaso a citação seja válida e o réu não comparece, HAVERÁ REVELIA. Acaso o executado não compareça, o processo de execução seguirá o seu fluxo normal. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor. A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação (também se aplica à decadência – art. 240, §4º, do CPC). FORMA DE CITAÇÃO: A citação será pessoal, no entanto, pode ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. Ainda, prevê o artigo 246, do CPC, que a citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça. Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seumandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. LUGAR DA CITAÇÃO: A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado. FIQUE ATENTO: Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu estado. Também não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. Como anteriormente adiantado, a Lei nº 14.195, de 2021, que alterou o CPC, passou a prever que a citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça. Em razão disso, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. De acordo com o artigo 246, § 1º-A, a ausência de confirmação da citação, em até 3 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação eletrônica, implicará a realização da citação: I - pelo correio (Art. 247 e 248 – leia os artigos); II - por oficial de justiça (Art. 249 ao 255 – leia os artigos); III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; IV - por edital (Art. 256 ao 259 – leia os artigos). 11 Abaixo, veremos as consequências em razão da AUSÊNCIA DE CONFIRMAÇÃO: § 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado nas formas previstas nos incisos I, II, III e IV do § 1º-A do artigo 246 deverá apresentar justa causa para a ausência de confirmação do recebimento da citação enviada eletronicamente. § 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) § 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta. § 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. § 4º As citações por correio eletrônico serão acompanhadas das orientações para realização da confirmação de recebimento e de código identificador que permitirá a sua identificação na página eletrônica do órgão judicial citante. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) § 5º As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto no § 1º deste artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) § 6º Para os fins do § 5º deste artigo, deverá haver compartilhamento de cadastro com o órgão do Poder Judiciário, incluído o endereço eletrônico constante do sistema integrado da Redesim, nos termos da legislação aplicável ao sigilo fiscal e ao tratamento de dados pessoais. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 5. DAS INTIMAÇÕES O QUE VOCÊ DEVE SABER Citação e intimação não se confundem. A intimação, ao contrário da citação (anteriormente estudada), é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo. OU SEJA, O PROCESSO JÁ EXISTE E O RÉU/EXECUTADO JÁ FOI CITADO! As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública o disposto no § 1º do art. 246. Ou seja, estes órgãos devem manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações. O juiz determinará de ofício as intimações em processos pendentes, salvo disposição em contrário. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial. IMPOSSIBILIDADE DE INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO E POR ÓRGÃO OFICIAL PARA PUBLICAÇÃO: Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do processo os advogados das partes: I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo; II - por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domiciliados fora do juízo. Por fim, vale a atenta leitura dos artigos 273 ao 275, do CPC: 12 Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do processo os advogados das partes: I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo; II - por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domiciliados fora do juízo. Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria. Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço. Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo correio. § 1º A certidão de intimação deve conter: I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o expediu; II - a declaração de entrega da contrafé; III - a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado. § 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital. ATENÇÃO: Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados. Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público CIÊNCIA E SAI INTIMADO. Em caso de eventual nulidade de intimação, a parte a arguiráem capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido. 5. DAS NULIDADES (BÔNUS) O QUE VOCÊ DEVE SABER As nulidades são previstas entre os artigos 276 e 283, do CPC. Uma das regras básicas, acerca do tema, é que a NULIDADE NÃO PODE SER ARGUIDA POR QUEM LHE DEU CAUSA (Princípio do interesse). Além disso, vale dizer que quando a lei prescrever determinada forma para a prática do ato, o juiz o considerará válido se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade (princípio da instrumentalidade das formas). A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão (Princípio da convalidação ou preclusão). FIQUE ATENTO: Não se aplica tal princípio quando o juiz deva decretar de ofício a nulidade, nem prevalece a implicará intimação de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação. Ou seja, ele TOMA 13 DICA DO DIA 44 DIREITO PROCESSUAL PENAL preclusão provando a parte legítimo impedimento. INTERVENÇÃO DO MP: É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais. ATENÇÃO MÁXIMA: Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. Obviamente, o ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte (NÃO HÁ NULIDADE SEM PREJUÍZO). Outro importante ponto é que quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 1. COMPETÊNCIA O QUE DEVO SABER: Ao falarmos de competência faz-se necessário fazer um breve estudo sobre jurisdição, afinal competência nada mais é que as limitações e a medida desta. 1- Princípios que norteiam a Jurisdição: a) Inafastabilidade da jurisdição: - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (Art. 5º, XXXV da CF) b) Indeclinabilidade: O juiz competente não pode recusar exercer a exercer a sua atividade. c) Inércia da Jurisdição: O juiz não poderá iniciar o processo de oficio, faz-se necessário que o judiciário seja provocado pelas partes. d) Unidade da Jurisdição: No Brasil a jurisdição é una. e) Indelegabilidade da jurisdição: O juiz competente não poderá delegar a outro juiz atos decisórios. f) Improrrogabilidade da jurisdição: salvo em situações excepcionais expressamente previstas, um juiz não pode invadir a competência de outro. g) Princípio da Correlação: o juiz, ao proferir sentença, deverá observar a exata correspondência entre sua decisão e o pedido incorporado à denúncia e à queixa h) Princípio do Juiz Natural: este princípio consiste que ninguém poderá ser processado e julgado, senão por meio de quem tenha competência jurisdicional em regras previamente determinada, e que não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5.º, LIII, XXXVII da CF #linkmental #CPP#CPC Obs. Sentença infra, Extra e Ultra petita: O limite da sentença é o pedido, com a sua fundamentação. A sentença deverá decidir sobre os fatos descritos na denúncia ou queixa, que estabelecem a lide penal, vinculando-se as narrativas ali inseridas. No processo penal, o réu se defende dos fatos que pesam contra ele e não da imputação realizada ao término do libelo acusatório. É o que a doutrina denomina de princípio da adstrição, princípio da congruência da conformidade, da correlação. O afastamento desse limite, ou seja, a violação desses princípios, enseja a nulidade da sentença, pois caracteriza as sentenças infra, ultra e extra petita. 1- Infra petita: neste tipo de decisão o Juiz foi omisso (é mais comum acontecer no 14 processo civil). Ex: Foram feitos dos pedidos e o juiz só acatou um e em nada falou sobre o outro. 2- Ultra Petita: O juiz decidiu além do que o Ministério Público (no caso de um processo penal) pediu. Ex: O MP denunciou o réu por furto simples e juiz condenou por furto qualificado. É o vício de excesso. 3- Extra petita: O juiz decidiu totalmente diferente do que constava na denúncia. Ex: Se um processo penal se inicia sob o argumento da prática de furto e o juiz condena por roubo sem que tenha dado à acusação a oportunidade de emendar a denúncia, o julgamento, então, será extra petita Obs. Emendatio e Mutatio Libelli: A emendatio libelli trata da possibilidade de emendar/reparar/consertar a acusação quando a inicial acusatória contiver um erro de classificação do delito. Nessa situação, não há alteração dos fatos imputados, pois foram corretamente descritos pela acusação, mas sim alteração da classificação jurídica da conduta. “Art. 383 do CPP. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.” PRESTE ATENÇÃO: Na emendatio o juiz não altera os fatos, ele apenas entende que diante dos fatos narrados não se trata do delito, pelo qual o réu foi denunciado, mas por outro delito. Lembra que falei lá em cima, que o réu se defende do quê? DOS FATOS. Logo, se não ocorreu a alteração dos fatos, não tem nulidade, porque o réu exerceu o seu direito de defesa. Entendeu? Já na Mutatio ele MODIFICA a tipificação jurídica, porque encontrou FATOS novos. Neste caso, é preciso que ele envie o Processo Para o MP aditar a denúncia e enviar para que o réu se defenda DOS FATOS NOVOS. Para você não confundir: Emendatio Libeli NÃO modifica a descrição dos fatos, mas a definição Jurídica. Na Mutatio Libeli, MODIFICA a definição jurídica porque modificou os Fatos. LEMBRA QUE MUTATIO TEM M DE MODIFICAR =) 1.1 COMPETÊNCIA Conforme mencionado acima, a competência é o limite a medida da jurisdição. Critérios para distribuição de competência: a)Ratio Materiae: Em razão da matéria. b) Ratio loci: Em razão do local da infração. c) Ratio personae: Em razão da pessoa. Obs. A Ratio Persoanae: Leva em consideração os casos de foro por prerrogativa de função. Ex. deputados federais e senadores serão julgados pelo STF (art. 102, I, “b”, CF); governadores e Desembargadores serão julgados perante o STJ (art. 105, I, “a”, CF); juízes e promotores dos Estados serão julgados pelo respectivo Tribunal de Justiça local, salvo no tocante a crimes eleitorais (art. 86, III, CF). Com a decisão proferida pelo STF em 2018 , ficou como regra a seguinte tese: “o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas”. O entendimento acima não se aplica caso a instrução já tenha se encerrado. Em outras palavras, se a instrução processual já havia terminado, mantém-se a competência do STF para o julgamento de detentores de foro por prerrogativa de função, ainda que o processo apure um crime que não está relacionado com o cargo ou com a função desempenhada. Isso porque o STF definiu, como 2ª tese, que “após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquerque seja o motivo.” STF. 1ª Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. 15 Roberto Barroso, julgado em 16/10/2018 (Info 920) REGRA NA DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA: Art. 69 do CPP - Determinará a competência jurisdicional: I - O lugar da infração: II - O domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - A distribuição; V - A conexão ou continência; VI - A prevenção; VII - a prerrogativa de função. No critério do lugar da infração, o CPP adota a teoria do resultado (o juízo do lugar onde a infração se consumou, ou, sendo hipótese de tentativa, o local onde o último ato de execução foi praticado.), entretanto, admite-se que a competência seja fixada pelo local da atividade como forma de facilitar a produção de provas, como no caso de homicídio. CPP= Como regra é a teoria do RESULTADO. Juizado especial Criminal= Teoria da ATIVIDADE CRIME CONSUMADO = lugar em que se consumar a infração; CRIME TENTADO= lugar em que for praticado o último ato de execução. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1 o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2 o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3 o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar- se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) NOVIDADE LEGISLATIVA, PRESTA ATENÇÃO VIU?! #TOSENTINDOCHEIRINHODEPROVA A lei nº 14.155/21 teve entre suas inúmeras mudanças, a inclusão do §4º ao art. 70 do CPP. Este artigo está relacionado ao delito de estelionato (art. 171 do CP), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima. Vamos lá, tentar entender sobre este tema! Como já mencionado, a regra geral para determinação da competência é do local em que se consumar a infração (teoria do resultado). E quando que o crime de estelionato é consumado? Em qual momento? Se consuma no momento da obtenção da vantagem ilícita em prejuízo alheio, para si ou para outrem, em razão do uso de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Por Ex: Sandy engana Junior na cidade de São Paulo, fazendo-o realizar pagamento para ela ou para terceiro no Rio de Janeiro. Neste caso, o delito se consuma no momento da obtenção da vantagem ilícita, a qual se consuma no Rio de Janeiro. Logo, competência é do Rio de Janeiro, 16 que foi o local da consumação, ainda que a conduta (o meio fraudulento) tenha ocorrido em outro local. Contudo, a lei nº 14.155/21 modificou essa regra geral, pois ela determina a competência do DOMICÍLIO DA VÍTIMA, quando o estelionato for praticado mediante depósito, emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores. Por ex: Sandy, engana Junior (residente e domiciliado em Recife), na cidade de São Paulo, fazendo-o realizar pagamento na cidade do Rio de Janeiro. Caso esse pagamento tenha sido feito por meio de depósito, qual será jurisdição competente para julgar tal delito? A COMPETÊNCIA SERÁ DE RECIFE, ainda que o valor tenha sido sacado na cidade do Rio de JANEIRO. Em resumo: A competência para julgar o crime de estelionato, como regra geral, é do local da consumação, mas caso o estelionato seja praticado mediante as situações já mencionadas, a competência será do DOMICÍLIO DA VÍTIMA. Repare que não se trata de todos os casos de estelionato, mas somente os praticados mediantes (tem muita cara de prova isso!): 1) depósito; 2) cheque sem fundo ou com pagamento frustrado; 3) transferência de valores. Nesses três casos, a competência não será do local da consumação, mas sim do domicílio da vítima. E se forem mais de uma vítima, com domicílios distintos? Fixação pelo critério subsidiário de fixação de competência, que é sempre a prevenção (quem atua primeiro). NÃO CONFUNDA: CHEQUE SEM FUNDO É DIFERENTE DE CHEQUE FALSIFICADO. SE O ESTELIONATO FOR PRATICADO POR CHEQUE SEM FUNDO, COMPETÊNCIA SERÁ DO DOMICÍLIO DA VÍTIMA, MAS SE FOR PRATICADO MEDIANTE CHEQUE FALSIFICADO A COMPETÊNCIA É DO LOCAL DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILÍCITA. Sendo assim, a súmula 521 do STF perde, a princípio, a aplicabilidade, já que diz que “o foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado”. Todavia, a sumula súmula 48 do STJ continua sendo válida e aplicada: “compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque”. DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. REPARE, AQUI É O DOMICÍLIO DO RÉU E NÃO DA VÍTIMA, COMO TRATADO NO ARTIGO ANTERIOR. § 1 o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. § 2 o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 17 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. Obs. Crimes de competência do Tribunal do Júri O Tribunal do Júri é o órgão do poder judiciário que tem a competência para julgar os crimes dolosos, ou intencionais, contra a vida. Atualmente, são de sua competência os seguintes delitos: homicídio doloso, infanticídio, participação em suicídio, aborto - tentados ou consumados – e seus crimes conexos... Obs.: LATROCÍNIO é um crime contra o patrimônio, logo, não é de competência do Tribunal do Júri. § 2 o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. § 3 o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunaldo Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2 o ) DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - Se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 0bs. A conexão está ligada a pluralidade de infrações, já a continência está atrelada a pluralidade de infratores. Quando houver concorrência de jurisdição, no caso de CONEXÃO OU CONTIÊNCIA, a competência segue outras regras. Por ex: Quando várias pessoas, ao mesmo tempo tiverem praticado duas ou mais infrações, ainda quem em locais diferentes, mas em concurso. Qual será o local competente para julgar os crimes? Ou, por exemplo, homicídio do segurança para o fim de se sequestrar o seu patrão (crime praticado para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas. O art. 78 do CPP traz exatamente as regras que deverão ser observadas para determinar a competência de qual juízo irá julgar ambos delitos. Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri Quer dizer que um crime que não seja doloso contra a vida, pode ser julgado pelo tribunal do Júri? Pode. Desde que ele seja conexo com o crime doloso contra a vida. Por ex: Um homicídio e um furto praticados pela mesma pessoa, na mesma situação. Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 18 a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; IV - No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá está. Sendo assim, a conexão se revela como instrumento de unificação de processos que guardam, entre, si algum vínculo. Já a continência, como o próprio nome indica, ocorre quando um fato criminoso contém outros, o que impõe que o julgamento de todos seja realizado em conjunto. Não são regra de fixação de competência, mas de modificação, por economia processual e para evitar contradições. Hipóteses de NÃO CABIMENTO DA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA: Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I - No concurso entre a jurisdição comum e a militar; II - No concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. § 1 o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152. § 2 o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461 DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. CONEXÃO INTERSUBJETIVA (art.76,I do CPP) Por Simultaneidade- Quando várias pessoas praticarem as infrações, ao mesmo tempo, sem vínculo subjetivo Por Concurso- Quando várias pessoas praticarem as infrações, ainda que em lugares diversos, porém possuindo vínculo subjetivo Reciprocidade- Quando as infrações forem cometidas por várias pessoas, umas contra as outras Objetiva Teleológica: Quando as infrações ou a infração foi praticada para assegurar execução de outra Consequencial: Quando para garantir a ocultação de outra infração pratica, para garantir a impunidade do delito, ou para assegurar a vantagem, o produto do crime. 19 Competência para processar e julgar nos crimes comuns e de responsabilidade: - Ministros de Estado; Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I (estabelecendo a competência do Senado Federal para julgar os comandantes das forças armadas em crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República e Vice) ; Membros dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas da União - Chefes de missão diplomática em caráter permanente (art. 102, I, c, da CF). Infrações penais comuns: Governadores dos Estados e do Distrito Federal (art. 105, I, a, da CF). Infrações penais comuns e de responsabilidade: Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federa; Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho; Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e do Ministério Público da União que oficiem perante Tribunais. Infrações penais comuns e de responsabilidade: Juízes Estaduais e do Distrito Federal - Membros do Ministério Público, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (art. 96, III, da CF); Prefeitos Municipais que praticarem crimes submetidos à Justiça Estadual (art. 29, X, da CF) Instrumental Quando a prova de uma infração ou elementares influir na prova de outra infração STJ Competência para processar e julgar nos crimes comuns: Presidente da República; Vice- Presidente; Membros do Congresso Nacional; seus próprios Ministros; Procurador-Geral da República (art. 102, I, b, da CF) STF Infrações penais comuns e de responsabilidade: Juízes Federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho; Membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; Prefeitos Municipais que praticarem crimes submetidos à Justiça Federal (Súmula 702 do STF). TRF STF Já Continência poderá ser: Subjetiva, que o caso de concurso de agentes, ou seja, duas ou mais pessoas praticando a mesma infração. Ou Objetiva, podendo ser o caso de concurso formal, aberratio ictus (erro na execução, com resultado duplo) ou aberratio criminis (resultado diverso do pretendido, com resultado duplo) Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função, estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. TJ 20 Para além disso, decidiu o STF que se A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos. O foro por prerrogativa de função foi previsto apenas para os prefeitos (art. 29, X, da CF/88). Diante disso, é inconstitucional norma de Constituição Estadual que crie foro por prerrogativa de função para Vereadores ou Vice-Prefeitos. A CF/88, apenas excepcionalmente,conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021. Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. Art. 53, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Questão de Ordem na Ação Penal 937, adotou, em relação aos parlamentares federais (deputados federais e senadores) nova orientação sobre o tema, estabelecendo as seguintes diretrizes: 1. A prerrogativa de função alcança, unicamente, os crimes praticados no exercício do cargo que a confere, devendo-se considerar o momento da diplomação (e não a data da posse, consoante art. 53, § 1.º, da CF) do parlamentar federal como o marco do início do exercício do mandato eletivo. 2- A prerrogativa de foro subsiste apenas em relação aos crimes que tenham relação com as funções atinentes ao cargo. 3. o STF assentou que "após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo" (STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/5/2018) Privilegiando a regra de que, para ser julgada pelo Tribunal respectivo, a infração penal cometida deve guardar relação com o exercício do cargo, o STF assentou "que o recebimento de doação ilegal destinado à campanha de reeleição ao cargo de Deputado Federal é um crime relacionado com o mandato parlamentar", competindo-lhe o julgamento de tal fato. mostra "desimportante a circunstância de este delito ter sido praticado durante o mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra de sucessiva e ininterrupta reeleição" (STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019). Logo, se o parlamentar cometeu um crime, relacionado com a sua função, ainda que a prática tenha sido no mandato anterior, se ele foi reeleito sucessiva e ininterruptamente haverá o foro privilegiado. CUIDADO COM ESSAS SÚMULAS: Súmula 208-STJ: Compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal. Súmula 209-STJ: Compete a justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. Se a verba foi transferida e já incorporada ao patrimônio do Município, ela pertence ao Município e não mais a Justiça Federal, sendo assim a competência para processar e julgar o prefeito é da Justiça Estadual, contudo, caso a verba seja federal e ainda não foi incorporada ao patrimônio do Município, o prefeito deverá ser processado e julgado na justiça Federal. #JURISNACABEÇA 21 Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda Qual a competência para julgar crimes contra interesse da Sociedade de Economia Mista Federal? Compete a Justiça ESTADUAL julgar crimes no interesse da SEM (banco do Brasil), entretanto cabe a Justiça Federal julgar crimes contra empresas públicas (caixa econômica) ou autarquia federal (INSS). que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. Veja o § 4º do art. 70 que foi inserido no CPP Art. 109 do CF: Aos processar e julgar: compete pela Lei nº 14.155/2021: Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar- se-á pela prevenção. STJ. 3ª Seção. CC 180832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706) compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico, acessível transnacionalmente, envolvendo criança ou adolescente, quando praticados por meio da rede mundial de computadores (arts. 241, 241- A e 241-B da Lei nº 8.069/1990). STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 393) (Info 990) E a competência quanto as infrações de menor potencial ofensivo? Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal- TEORIA DA ATIVIDADE E o que são infrações de menor potencial ofensivo? Art. 61 da Lei nº 9099/1995 Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. I - As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; A JUSTIÇA FEDERAL NÃO É COMPETENTE PARA JULGAR CONTRAVENÇÕES PENAIS, AINDA QUE PRATICADAS EM DETRIMENTO DE BENS OU INTERESSE DA UNIÃO. V - Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico- financeira; juízes federais 22 VII - os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX – Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; Obs. Incidente de deslocamento de competência: Quando houver graves violaçõesa direitos humanos, a fim de assegurar o cumprimento das obrigações decorrente de tratados internacionais que versem sobre Direitos Humanos e que o Brasil seja parte, poderá o PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA, pleitear junto ao STJ o deslocamento de competência DE PROCESSO QUE SE ENCONTRA NA JUSTIÇA ESTADUAL, para julgamento NA JUSTIÇA FEDERAL, em qualquer fase do processo ou investigação. Art. 109. 5º da CF Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador- Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. SE LIGUE: O STJ É QUEM DECIDE SOBRE O DESLOCAMENTO, N ÃO É O STF TA? MEDIDAS CAUTELARES O QUE DEVO SABER: No sistema processual brasileiro, a prisão preventiva é a ultima ratio, devendo ser aplicado, sempre que possível, medidas cautelares, diferentes da prisão. Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I - Necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais II - Adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. § 1 o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. Ou seja, ao receber um pedido de medida cautelar, o juiz intimará o acusado, para que no prazo de 05 dias ele se manifeste a respeito. Todavia, tal regra não precisa ser observada se for caso de urgência ou perigo de ineficácia da medida. § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante 23 la requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. PRESTE ATENÇÃO: O juiz não poderá DECRETAR de ofício as medidas cautelares, contudo, poderá, de ofício REVOGAR OU SUBSTITUIR. § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí- quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem As cautelares diversas da prisão serão sempre concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou representação do delegado de polícia, salvo a fiança que pode ser arbitrada pelo delegado quando a pena máxima do crime for de até 4 anos. Como se sabe, as cautelares no processo penal se prestam a evitar prejuízos à efetividade do processo em razão do decurso do tempo. As cautelares pessoais, por sua vez, são aquelas, como o próprio nome diz, que recaem sobre as pessoas, por exemplo, uma prisão cautelar. Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; . III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; IV - Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; V - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos VI - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial IX - Monitoração eletrônica § 4 o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA O QUE VOCÊ DEVE SABER: Prisão é a restrição da liberdade que o cidadão tem de ir e vir devendo ser executada em casos excepcionais sob pena de violação do princípio da presunção da inocência. Art. 282, § 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária 24 competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado. Existem três espécies de prisão do sistema processual penal brasileiro: prisão preventiva, prisão em flagrante, prisão temporária. Obs. A prisão domiciliar não é uma espécie de prisão, mas uma forma de substituir a prisão preventiva. 1-Prisão preventiva: Poderá ocorrer durante o processo como durante a fase investigativa. Antes do advento da Lei n º 13.964/2019, a prisão preventiva poderia ser decretada pelo juiz na fase processual, cabendo ao delegado de policia representar ao juiz a prisão do investigado na fase de investigação. Ocorre que após a publicação da mencionada lei, não pode o juiz decretar de ofício a prisão preventiva do réu, seja na fase de investigação, seja na fase processual. Art. 311 do CPP Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. Perceba que neste artigo a prisão poderá ser DECRETADA pelo juiz, A REQUERIMENTO do MP, querelante, assistente ou representação da autoridade, não sendo possível a decretação, de ofício. Pressupostos da Prisão preventiva: 1- Fummus commissi delicti- Mediante prova de indícios do crime e de autoria 2- Pericullum Libertatis: Situações em que a liberdade do agente implica prejuízo as investigações. Devendo ser provado este periculum libertatis, para que não seja violado o direito de liberdade que cada cidadão tem. Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
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