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AS COMISSÕES
DAS COMISSÕES ( ART. 58 DA CF)
Comissões são órgãos constituídos de um número menor de parlamentares, com finalidades específicas de examinar determinadas questões.
Na formação das comissões deve ser observada a representação proporcional dos partidos, incluindo-se sempre um membro da minoria.
COMISSÃO PERMANENTE
Instituída em razão da matéria, existindo em todas as legislaturas. Não há Casa Legislativa , por exemplo, sem Comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento.
As Comissões permanentes, instituídas pelo Regimento Interno da Casa, devem 
examinar e emitir parecer prévio a respeito das proposições que serão objeto de discussão e votação em plenário. O parecer dessas comissões limitar-se-ão à sua área de competência, devendo ser emitido com caráter técnico e não político.
Segundo Hely Lopes Meireles:
“ O parecer das comissões é de grande relevância para orientar o plenário na votação das proposições , devendo informá-lo acerca da constitucionalidade, da legalidade do assunto em pauta, sobre a existência ou não de recursos financeiros, sobre a exequibilidade da 
norma que se vai votar, e demais aspectos técnicos necessários à melhor compreensão do plenário. Os pareceres das comissões permanentes não obrigam o plenário, e seu desacolhimento não infringe qualquer princípio informativo do procedimento legislativo, mesmo porque a proposição pode ser inatacável , sob
o prisma técnico , e ser inconveniente ou inoportuna, do ponto de vista político, e esse aspecto é reservado às considerações e deliberações do plenário”.
Cabe à Mesa Diretora estabelecer por quantas e quais comissões permanentes o projeto tramitará, sempre obedecendo
a ordem regimental. Quanto mais complexo os temas de que trate, maior será o número de comissões por onde tramitará.
Convém salientar que a CF de 1988 inovou o processo legislativo quando passou a permitir que um projeto de lei tramite e seja discutido e votado apenas
nas comissões temáticas permanentes sem ir a plenário para fase constitutiva do processo legislativo. Conforme consta no art. 58,§2º, I .
COMISSÃO TEMPORÁRIA OU ESPECIAL
Instituída em razão de uma determinada finalidade, extingue-se pela conclusão dos trabalhos, pelo decurso do prazo ou pelo término da legislatura ( CF, art. 58) . Exemplo dessa Comissão é a Comissão Parlamentar de Inquérito. ( CPI)
COMISSÃO MISTA
Composta de representantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A CF estabelece expressamente uma Comissão Mista de Orçamento , com importantes atribuições. ( CF, art. 166, § 1º).
COMISSÃO REPRESENTATIVA
Instituída para representação do Congresso Nacional, no período de recesso parlamentar, com atribuições definidas no regimento comum. ( CF, art. 58, § 4º)
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO ( CPI)
ORIGEM:
Tem-se indícios de que o uso das investigações por meio de Comissões Parlamentares de Inquérito iniciou-se na Inglaterra no ano de 1571.
No Brasil , somente com a CF de 1934 é que as Comissões Parlamentares de Inquérito passaram a fazer parte do arcabouço constitucional brasileiro.
FUNÇÕES DO PODER LEGISLATIVO:
Art. 49, inc. X da CF :
O Congresso Nacional e suas Casas desempenham as atividades investigatórias através de comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma prevista nos respectivos Regimentos Internos limitados aos 
Preceitos para sua criação dispostos no art. 58 da CF.
As Comissões Parlamentares de Inquérito são de compreensão muito ampla e se destinam não só a apuração de fatos que merecem repressão legal, como também ao exame de problemas de importância
para a vida econômica ou social do País.
O Poder Legislativo , através das Comissões Parlamentares de Inquérito, realiza missão político-fiscalizadora dos atos praticados pelo Poder Executivo, a fim de que este não venha a ferir nenhum dos princípios da administração pública
direta e indireta estabelecidos no art. 37 da CF.
As Comissões investigam e estabelecem mecanismos de controle em qualquer de seus níveis, seja, federal, estadual ou municipal sobre pessoas, instituições, empresas ou órgãos.
A CF ao outorgar às Comissões Parlamentares de Inquérito “ poderes de investigação próprios das autoridades judiciais “ ( art. 58, § 3º ) , claramente delimitou a natureza de suas atribuições institucionais, restringido-as , unicamente, ao campo da investigação probatória, com absoluta exclusão de quaisquer
outras prerrogativas que se incluem , ordinariamente, na esfera de competência dos magistrados e Tribunais.
Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI)
Prevista no art. 58, § 3º da CF e regulamentada pelas Leis nº 1.579/52 , lei 10.001/2000 e pelos Regimentos Internos das Casas Legislativas.
REQUISITOS PARA INSTAURAÇÃO:
A instauração de uma CPI está sujeita a requisitos de forma ( requerimento de um terço dos membros da respectiva Casa Legislativa ) , tempo ( por prazo certo ) e substância ( apuração de fato determinado).
O Regimento Interno da Câmara dos Deputados prevê o prazo de 120 dias , prorrogável por até a metade por deliberação do plenário, para conclusão dos seus trabalhos.
Já o Regimento Interno do Senado estabelece que o prazo deve ser fixado no requerimento de criação da CPI, e pode
ser prorrogado automaticamente ( independente de deliberação plenária) a requerimento de 1/3 dos membros do Senado.
O prazo máximo da CPI ( mista ou de qualquer das Casas) não poderá ultrapassar o prazo da legislatura em que foi criada.
PODERES DA CPI :
As CPIs tem poderes próprios de investigação judicial, sendo assim, podem conforme jurisprudência constitucional do STF : colher depoimentos, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, notificando-as a comparecer perante elas e a depor, bem como requisitar 
Documentos e buscar todos os meios de provas legalmente admitidos e, quanto aos dados, informações e documentos, mesmo que resguardados por sigilo legal, podem as CPIs requisitá-los . Isso significa que podem quebrar o sigilo fiscal , bancário, telefônicos e, ainda, determinar buscas e apreensões.
Há divergências quanto à possibilidade de CPI determinar interceptação telefônica e busca e apreensão domiciliar . Há decisões do STF exigindo prévia decisão judicial.
A CPI não pode decretar a indisponibilidade de bens dos investigados. 
A CPI não pode obrigar membro do Poder Judiciário a comparecer ou a depor ; fora esses caos, qualquer pessoa pode ser obrigada a comparecer.
Cabe ao STF a competência para apreciar Habeas Corpus e Mandado de Segurança contra ato de CPI.
Constitui crime fazer afirmação falso, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a CPI. Possível direito ao silêncio, pois ninguém pode depor contra si mesmo.
LIMITES DA CPI:
Não são órgãos de acusação ou julgamento . Não podem formular acusações , nem punir delitos, nem decretar a prisão de qualquer pessoa, exceto nas hipóteses de flagrância. Não podem praticar atos cuja efetivação a
CF atribui com absoluta exclusividade aos membros do Poder Judiciário . Toda decisão investigatória de uma CPI deve ser devidamente fundamentada, com a indicação específica da diligência a ser realizada , estando sujeita ao controle do Poder Judiciário.
A conclusão da CPI são encaminhadas ao Ministério Público e/ ou às autoridades administrativas ou judiciais competentes para que seja promovida a responsabilização administrativa, civil e criminal dos infratores.

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