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Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá Data: 05/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. Problema 1 – Sistema Nervoso Divino • Diferenciar Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP); • Listar as estruturas do Sistema Nervoso e suas funções básicas. • Divisão do Sistema Nervoso O sistema nervoso divide-se em Sistema Nervoso Central (SNC), que é composto por en- céfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo e tronco cefálico, que se divide em: bulbo, situado caudal- mente, mesencéfalo, situado cranialmente e ponte, situada entre ambos. O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é formado por nervos encarregados de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. Conceitos Básicos: SNC • Substância cinzenta – formada pelos corpos dos neurônios. • Substância branca – formada por seus prolongamentos. 1. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais exter- namente e a substância branca mais in- ternamente. • Telencéfalo – o telencéfalo, ou cérebro, é dividido em dois hemisférios cere- brais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória dos ner- vos sensitivos e motores. 2 • Ventrículos Cerebrais – localizam-se entre os hemisférios e são reservató- rios do Líquido Céfalo-Raquidiano, ou Liquor, participando da nutrição, proteção e excreção do Sistema Ner- voso. • Tálamo – é uma região de sustância cinzenta localizada entre o tronco en- cefálico e o cérebro. Ele atua como uma estação retransmissora de impul- sos nervosos para o córtex cerebral, ou seja, ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processa- dos. • Hipotálamo – também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais res- ponsáveis pela homeostase corporal. Ele faz a ligação entre o sistema ner- voso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócri- nas. 1. A associação do tálamo e do hipotá- lamo forma o diencéfalo. • Tronco encefálico – interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ven- tralmente ao cerebelo. Ele possui três funções principais: 1. Recebe informações sensitivas de estru- turas cranianas e controla os músculos da cabeça; 2. Contém circuitos nervosos que transmi- tem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas, e em dire- ção contrária, do encéfalo para a me- dula espinhal. (Sendo assim: o lado es- querdo do cérebro controla os movi- mentos do lado direito do corpo; lado direito do cérebro controla os movi- mentos do lado esquerdo do corpo). 3. Regula a atenção. • Cerebelo – situa-se atrás do cérebro, que é primariamente um centro para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas cone- xões com o cérebro e a medula espi- nhal). (Ao contrário dos hemisférios ce- rebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo). Ele avalia as in- formações dos movimentos que preten- dem ser executados e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo e avalia o movimento real- mente executado, após uma compara- ção entre ambos, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que ele tenha o desempenho real igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo re- laciona-se com os ajustes dos movi- mentos, equilíbrio, postura e tônus muscular. • Córtex – vem do latim “casca”, porque é a camada mais externa do cérebro. O lado esquerdo e o lado direito do cór- tex cerebral são ligados pelo corpo ca- loso (um feixe grosso de fibras nervo- sas). Os lóbulos são as principais divi- sões físicas do córtex cerebral. 1. Lobo Frontal – responsável pelo pla- nejamento consciente e pelo controle motor; 2. Lobo Temporal – tem centros impor- tantes de memória e audição; 3. Lobo Parietal – lida com os sentimen- tos corporal e espacial; 4. Lobo occipital – direciona a visão. 3 • Medula Espinhal – ocupa o canal ver- tebral, desde a região do atlas – primeira vértebra – até o nível da segunda vérte- bra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de im- pulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de ner- vos a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens de vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cé- rebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema des- cendente e o sistema ascendente. 1. Sistema descendente – controla fun- ções motoras dos músculos, regula fun- ções como pressão, temperatura e trans- porta sinais originados no cérebro até o seu destino; 2. Sistema ascendente – transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro. 3. Ne medula a massa cinzenta, localiza- se internamente e a massa branca, lo- caliza-se externamente (o contrário do que se observa no encéfalo). Conceitos Básicos: SNP 1. Nervo – é a reunião de várias fibras ner- vosas, que podem ser formadas de axô- nios ou de dendritos. 1. Nervos sensoriais – que levam infor- mações da periferia do corpo para o SNC, também chamados de aferentes ou nervos sensitivos. 2. Nervos motores – aqueles que transmi- tem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas, também chamados de efe- rentes. 3. Nervos cranianos – partem do encé- falo. 4. Nervos raquidianos – partem da me- dula. 4 5 Referências 1. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia Médica HALL, J.E. 13ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2016. 2. Anatomia orientada para a clínica MOORE, K.L.; AGUR, A.M.R.; DALLEY, A.F. 7ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2014. 3. Fisiologia humana: uma abordagem integrada SILVERTHORN, D.U. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 4. Princípios de anatomia e fisiologia TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. 14ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2016. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá Data: 09/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. A Indigestão e a Propagação do Impulso • Compreender a unidade funcional do Sistema Nervoso (neurônio) e sua função (sinapse) Neurônios • Unidade Funcional Fundamental do Sis- tema Nervoso e sua função básica é rece- ber, processar e enviar informações. • Após o nascimento, geralmente não são produzidos novos neurônios. São células altamente excitáveis que se comu- nicam entre si ou com células efetuadoras (cé- lulas musculares e secretoras), usando basica- mente uma linguagem elétrica, qual seja, mo- dificações do potencial de membrana As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo estabelecimento de um potencial elétrico de membrana. Movimento de íons através da membrana permitem altera- ções desse potencial. • Canais iônicos – formados por proteína e caracterizam-se pela seletividade, ou seja, pela capacidade de fechar-se ou abrir-se para passagem de íons específicos. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônio. Corpo Celular Contém núcleo e citoplasma, com as organelas citoplasmáticas usualmente encontradas em outras células. • Nucléolo – bem definido • Núcleo – grande e denso • Citoplasma – recebe o nome de pericário, termo que às vezes é utilizado como sinô- nimo de corpo celular 1. Riqueza de ribossomos, retículoendo- plasmático granular e agranular e apa- relho de Golgi, ou seja, organelas envolvi- das em síntese; 2. Ribossomos – Podem concentrar-se em pequenas áreas citoplasmáticas onde ocor- rem livres ou aderidos a cisternas do retí- culo endoplasmático; 3. Presença de grumos basófilos conhecidos como corpúsculos de Nissl ou substância cromidial; 4. Mitocôndrias – abundantes e geralmente pequenas, estão distribuídas por todo o pe- ricário, especialmente ao redor dos corpús- culos de Nissl, sem, no entanto, penetrá- los; 5. Microtúbulos e microfilamentos de ac- tina são idênticos aos de células não-neu- rais, mas os filamentos intermediários diferem possua constituição bioquímica, dos das demais células, são específicos dos neurônios, razão pela qual se denominam microfilamentos; 6. Lisossomos – em a função de degradação dos constituintes celulares, podem ser cha- mados de grânulos de lipofuscina. • Centro trófico – o pericário é o centro me- tabólico do neurônio, responsável pela sín- tese de todas as proteínas neuronais, bem como pela maioria dos processos de degra- dação e renovação de constituintes celula- res, inclusive de membranas. As funções de degradação justificam a riqueza em li- sossomos. Esses corpos aumentam em nú- mero conforme a idade. A forma e o tamanho do corpo celular são ex- tremamente variáveis, conforme o tipo de neu- rônio. Do corpo celular, partem os prolonga- mentos (dendritos e axônio). O corpo celular é, como os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos si- nápticos. Nas áreas da membrana plasmática do corpo neuronal que não recebem contatos sinápticos apoiam-se elementos gliais. Dendritos Geralmente são curtos, ramificam-se profusa- mente, à maneira de galhos de uma árvore, em ângulo agudo, originando dendritos de menor diâmetro, apresentando contorno irregular. Po- dem apresentar os mesmos constituintes cito- plasmáticos do pericário. 1. Aparelho de Golgi – limita-se às porções mais calibrosas, próximas ao pericário; 2. Substância de Nissl – penetra nos ramos mais afastados, diminuindo gradativa- mente até ser excluída das divisões meno- res; 3. Microtúbulos – são elementos predomi- nantes nas porções iniciais e ramificações mais espessas. São especializados em receber estímulos, tra- duzindo-os em alterações do potencial de re- pouso da membrana. 1. Essas alterações envolvem entrada ou sa- ída de determinados íons e podem expres- sar-se por uma pequena despolarização ou hiperpolarização. A despolarização é ex- citatória e significa redução da carga ne- gativa do lado citoplasmático da mem- brana. A hiperpolarização é inibitória e significa aumento da carga negativa do lado de dentro da célula ou, então, aumento da positiva do lado de fora; 2. Distúrbios elétricos que ocorrem no nível dos dendritos e do corpo celular constituem potenciais graduáveis (podem somar-se), também chamados eletrotônicos, de pe- quena amplitude, que percorrem pequenas distâncias, até se extinguirem. Esses poten- ciais propagam-se em direção ao corpo e, neste, em direção ao cone de implantação do axônio. Axônio Tem prolongamento longo e fino que se ori- gina do corpo ou de um dendrito principal, em região denominada cone de implantação, pra- ticamente desprovida de substância cromi- dial. • Apresenta comprimento muito variável, dependendo tipo de neurônio, podendo ter, na espécie humana, de alguns milíme- tros a mais de um metro. 1. Quando se ramifica, faz um ângulo obtuso, originando colaterais de mesmo diâmetro do inicial. Podem emitir um número inva- riável de colaterais, gerando uma arboriza- ção terminal. • Estruturalmente, apresenta, além da membrana plasmática ou axoplasma, con- tendo microtúbulos, neurofilamentos, mi- crofilamentos, retículo endoplasmático agranular, mitocôndrias e vesículas. É capaz de gerar, em seu segmento inicial, uma alteração do potencial de membrana, denominado potencial de ação ou impulso nervoso, ou seja, despolarização da membrana de grande amplitude, que é capaz de repetir-se ao longo do axônio, conservando sua ampli- tude até atingir a terminação axônica. É especializado em gerar e conduzir o poten- cial de ação. O local onde o primeiro potencial de ação é gerado denomina-se também zona gatilho. Tal especialização da membrana plasmática, deve-se a presença de canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem. O potencial gerado na zona gatilho repete-se ao longo do axônio porque ele próprio origina dis- túrbio local eletrotônicos que se propaga até novos locais ricos em canais de sódio e potás- sio sensíveis à voltagem. Alguns neurônios, entretanto, especializam-se em secreção. Seus axônios terminam próxi- mos a capilares sanguíneos, que captam o produto de secreção liberado, geralmente um polipeptideo. Neurônios desse tipo são deno- minados neurossecretores e ocorrem na região do cérebro denominada hipotálamo. Sinapses Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Esses locais de contato são denominados si- napses, ou, mais precisamente, sinapses inter- neuronais. No sistema nervoso periférico, ter- minações axônicas podem relacionar-se tam- bém com células não neuronais ou efetuado- ras, como células musculares e células secre- toras, controlando suas funções. Os termos si- napses neuroefetuadoras e junções neu- roefetuadoras são usados para denominar tais contatos. Sinapses químicas A comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substância química, denominada neurotransmissor. Entre os neurotransmissores conhecidos estão a acetilcolina, certos aminoácidos, como a glicina, o glutamato, o aspartato, o ácido gama-amino-butírico ou GABA e as monoa- minas dopamina, noradrenalina, adrena- lina e histamina. Muitos peptídeos também podem funcionar como neurotransmissores, como por exemplo a substância P, em neurô- nios sensitivos, e os opioides. Esses últimos pertencem ao mesmo grupo químico da mor- fina, e entre eles estão as endorfinas e as en- cefalinas. Pode ocorrer a coexistência de neu- rotransmissores clássicos (acetilcolina, mono- aminas e aminoácidos) com peptídeos. • As sinapses químicas caracterizam-se por serem polarizadas, ou seja, apenas um dos dois elementos em contato, o chamado ele- mento pré-sináptico, possui o neurotrans- missor, que é armazenado em vesículas especiais, denominadas vesículas sinápti- cas, que podem ser de diferentes tipos: 1. Vesículas agranulares – acetilcolina ou um aminoácido; 2. Vesículas granulares pequenas – monoa- minas; 3. Vesículas granulares grandes – monoami- nas e/ou peptídeos; 4. Vesículas opacas grandes – peptídeos. O tipo de vesícula sináptica predominante no elemento pré-sináptico depende do neuro- transmissor que o caracteriza. Por muito tempo, acreditou-se que as vesículas eram pro- duzidas no pericário, mas elas também podem ser produzidas na própria terminação axônica por brotamento do retículo endoplasmático agranular. • Sinapses Químicas Interneuronais – Na grande maioria dessas sinapses, uma termi- nação axônica entra em contato com qual- quer parte de outro neurônio, formando-se, assim: 1. Sinapses axodendríticas; 2. Sinapses axossomáticas (com o pericário); 3. Sinapses axoaxônicas. É possível que um dendrito ou mesmo o corpo celular seja o elemento pré-sináptico. Sendo assim, podem ocorrer: 1. Sinapses dendrodendríticas; 2. Sinapses dendrossomáticas; 3. Sinapses somatossomáticas; 4. Sinapses somatodendríticas 5. Sinapses somatoaxônicas. Uma sinapse química interneuronal compre- ende o elemento pré-sináptico, que armazena e libera o neurotransmissor, o elemento pós- sináptico, que contém receptores para o neu- rotransmissor e uma fendasináptica, que se- para as duas membranas sinápticas. Desse modo, essas vesículas sinápticas se aproximam adequadamente da membrana pré- sináptica para com ela se fundirem rapida- mente, liberando o neurotransmissor por um processo de exocitose. A densidade pré-sináp- tica corresponde à zona ativa da sinapse, isto é, local no qual se dá, de maneira eficiente, a liberação do neurotransmissor na fenda si- náptica. Sinapses com zona ativa são, por- tanto, direcionadas. A fenda sináptica compreende o espaço que separa as duas membranas em oposição. Esse espaço é atravessado por moléculas que man- têm firmemente unidas as duas membranas si- nápticas. O elemento pós-sináptico é formado pela membrana pós-sináptica e a densidade pós-sináptica. Na membrana inserem-se os re- ceptores específicos para o neurotransmissor, esses receptores são formados por proteínas in- tegrais que ocupam toda a espessura da mem- brana e projetam tanto do lado externo como do lado citoplasmático da membrana. No cito- plasma, junto à membrana, concentram-se mo- léculas relacionadas com a função sináptica. A transmissão sináptica decorre da união do neurotransmissor com seu receptor na mem- brana pós-sináptica. • Sinapses Químicas Neuroefetuadoras – também chamadas de junções neuroefetu- adoras, envolvem os axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. Se a conexão se faz com células musculares estriadas esqueléticas, tem- se uma junção neuroefetuadoras somá- tica; se com células musculares lisas ou cardíacas ou com células glandulares, tem-se uma junção neuroefetuadoras vis- ceral. 1. Junções neuroefetuadoras – compreende as placas motoras, onde, em cada uma, o elemento pré-sináptico é terminação axô- nica de neurônio motor somático, cujo corpo se localiza na coluna anterior da medula espinhal ou no tronco encefálico. 2. Junções neuroefetuadoras viscerais – são os contatos das terminações nervosas dos neurônios do sistema nervoso autô- nomo simpático e parassimpático, cujos corpos celulares se localizam nos gânglios autonômicos. 3. Placas motoras – são sinapses direciona- das, em cada botão sináptico de cada placa há zonas ativas representadas, por acu- mulo de vesículas sinápticas junto a barras densas que se colocam a intervalos sobre a membrana pré-sináptica. 4. As junções neuroefetuadoras viscerais, por sua vez, não são direcionadas, ou seja, não apresentam zonas ativas e densida- des pós-sinápticas. • Mecanismo da Transmissão Sináptica – quando o impulso nervoso atinge a mem- brana do elemento pré-sináptico, origina pequena alteração do potencial de mem- brana capaz de abrir canais de cálcio, o que determina a entrada desse íon. O aumento de íons cálcio no interior do elemento pré- sináptico provoca uma série de fenôme- nos. Alguns deles, culminam com a função de vesículas sinápticas com a membrana pré-sináptica. Ocorre, assim, a liberação de neurotransmissor na fenda sináptica e sua difusão, até atingir seus receptores na membrana pós-sináptica. Um receptor pode ser, ele próprio, um canal iônico, que se abre quando o neurotransmissor se liga a ele (canal sensível a neurotransmis- sor). Um canal iônico deixa passar predomi- nantemente ou exclusivamente um dado íon. Se esse íon normalmente ocorrer em maior concentração fora do neurônio, como Na+ e o Cl-, há entrada. Se sua concentração for maior dentro do neurônio, como no caso do K+, há saída. Esses movimentos iônicos modificam o poten- cial de membrana, causando uma pequena des- polarização, no caso de entrada de Na+, ou uma hiperpolarização, no caso de entrada de Cl- (aumento das cargas negativas do lado de dentro) ou de saída de K+ (aumento de cargas do lado de fora). Quando o receptor não é um canal iônico, sua combinação com o neuro- transmissor causa a formação, no citoplasma do elemento pós-sináptico, de uma nova molé- cula, chamada segundo mensageiro. Esse se- gundo mensageiro é que efetuará modifica- ções na célula pós-sináptica. Os potenciais graduáveis pós-sinápticos exci- tatórios e inibitórios devem ser somados ou in- tegrados. A região integradora desses poten- ciais é o cone de implantação do axônio ou está próxima dele. Se na zona gatilho chegar uma voltagem no limiar de excitabilidade do neurônio, por exemplo, despolarização de 15mV, gera-se um potencial de ação. Referências 1. MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, Lúcia Machado. Neuroanatomia funcional. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 2. HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 3. OLVEIRA, Rithiele Cristina de. Neurofisiologia. 1. Ed. Rio de Janeiro, 2015. 4. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Ale- gre: Artmed, 2017. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Data: 12/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. Problema 3 – Cabeça Cheia • Compreender a estrutura, formação e função das meninges; • Entender a fisiologia (origem, fluxo, função e definição) do liquor e seu acúmulo. • Desenvolvimento das Meninges As meninges (membranas que recobram a me- dula espinhal) se desenvolvem das células da crista neural e do mesênquima entre o 20º e o 35º dias. As células migram para circunda o tubo neural (primórdio do encéfalo e da me- dula espinhal) e formam as meninges primor- diais. A camada externa dessas membranas se es- pessa para formar a dura-máter, e a camada interna, a pia-aracnoide, é composta pela pia-máter e aracnoide-máter (leptomenin- ges). Os espaços preenchidos por líquido apa- recem nas leptomeninges que em breve coales- cem para formar o espaço subaracnoide. A origem da pia-máter e aracnóidea partir de uma camada única é indicada no adulto pelas trabéculas aracnoides, as quais são delicadas e numerosas fibras de tecido conjuntivo que passam entre a pia e a aracnoide. O líquido cerebrospinal (LCE) começa a se formar du- rante a quinta-semana. Importância e Função das Meninges As meninges do encéfalo e da medula espinal constituem três coberturas membranosas con- cêntricas. A coberta mais externa, a dura- máter, serve, graças à sua resistência, para proteger o tecido nervoso subjacente. Protege os nervos cranianos ao formar uma bainha que recobre cada nervo craniano por uma curta distância quando este atravessa um for forames do crânio. A dura-máter também guarnece cada nervo espinal com uma bainha protetora. No crânio, a foice do cérebro, que é uma lâ- mina vertical da dura-máter entre os hemisfé- rios cerebrais, e o tentório do cerebelo, uma lâmina horizontal que se projeta para frente entre o cérebro e o cerebelo, servem para li- mitar os movimentos excessivos do encéfalo dentro do crânio. A aracnoide-máter é uma membrana imper- meável bem mais fina que recobre o encéfalo frouxamente. O intervalo entre a aracnoide e a pia-máter, o espaço subaracnóideo, é pre- enchido com líquido cerebrospinal. O líquido cerebrospinal confere flutuabilidade ao en- céfalo e protege o sistema nervoso das forças mecânicas aplicadas ao crânio. A pia-máter é uma membrana vascular que re- veste estreitamente e sustenta o encéfalo e a medula espinhal. Líquido Cerebrospinal O líquido cerebrospinal encontra-se nos ven- trículos do encéfalo e no espaço subaracnói- deo em volta do encéfalo e da medula espi- nal. Seu volume é de 150ml. É um líquido claro e incolor e possui, em solução, sais inor- gânicos semelhantes àqueles do plasma san- guíneo. O nível de glicose é aproximadamente metade da glicemia e há apenas uma pequena quantidade de proteína. Apenas algumas células estão presentes, e são linfócitos. A contagem normal de linfócitos é de 0 a 3 células pormilímetro cúbico. A pres- são do líquido cerebrospinal é mantida nota- velmente constante. • Funções – o líquido cerebrospinal, que ba- nha as superfícies externa e internas do en- céfalo e da medula espinhal, serve como amortecedor entre o sistema nervoso cen- tral e os ossos circundantes, desse modo, protegendo-o contra traumatismos mecâ- nicos. Como a densidade do encéfalo é apenas um pouco maior que a do líquido cerebrospinal, ele proporciona flutuabili- dade mecânica e sustentação para o encé- falo. A relação estreita do líquido com o tecido ner- voso e sangue lhe permite servir de reservató- rio e auxiliar na regulação do conteúdo do crâ- nio. Por exemplo, se o volume cerebral ou o volume sanguíneo aumentar, o volume de líquido cerebrospinal diminui. Como é um substrato fisiológico ideal, o líquido cerebros- pinal provavelmente exerce um papel ativo na nutrição do tecido nervoso; quase certamente auxilia na remoção dos produtos do metabo- lismo neuronal. É possível que as secreções da glândula pineal influenciem as atividades da hipófise ao circularem através do líquido cere- brospinal no terceiro ventrículo. • Formação – é formado principalmente nos plexos corióideos dos ventrículos laterais e o terceiro e quarto ventrículos; parte que origina-se das células ependimárias que revestem os ventrículos e da substân- cia cerebral, através dos espaços perivas- culares. Os plexos corióideos exibem uma superfície bastante pregueada, e cada prega compõe-se de um cerne de tecido conjuntivo vascular coberto por epitélio cuboide do epêndima. O exame à microscopia eletrônica das células epiteliais mostra que suas superfícies livres são cobertas com microvilosidades. O sangue dos capilares é separado da luz ventricular por endotélio, membrana basal e o epitélio da superfície. As células epiteliais são fenestra- das e permeáveis a grandes moléculas. Os plexos corióideos secretam ativamente o líquido cerebrospinal, e isso cria um pequeno gradiente de pressão. Ao mesmo tempo, eles transportam ativamente metabólitos do sis- tema nervoso do líquido cerebrospinal para o sangue. Transporte ativo também explica o fato de que as concentrações de potássio, cál- cio, magnésio, bicarbonato e glicose são me- nores no líquido cerebrospinal do que no plasma sanguíneo. O líquido cerebrospinal é produzido continua- mente à taxa aproximada de 0,5ml por minuto, com um volume total de cerca de 150mL; isso corresponde a um tempo de renovação de cerca de 5 horas. É importante saber que a produção de líquido cerebrospinal não é regulada por pressão (como no caso da pressão arterial), e a produção continua ainda que os mecanismos de reabsorção estejam obstruídos. • Circulação – começa com sua secreção pelos plexos corióideos nos ventrículos (e uma pequena quantidade pela superfície cerebral). O líquido segue dos ventrículos laterais para o terceiro ventrículo, através dos forames interventriculares. Então, passa para o quarto ventrículo, através do estreito aqueduto do mesencéfalo. 1. A circulação é facilitada pelas pulsações arteriais dos plexos corióideos e pelos cí- lios das células ependimárias, que reves- tem os ventrículos. • Do quarto ventrículo, o líquido atravessa lentamente a abertura mediana e as aber- turas laterais nos recessos laterais e ga- nha o espaço subaracnóideo. Então, o lí- quido move-se através das cisternas cerebelobulbar e pontocerebelar e flui superiormente através da incisura do ten- tório do cerebelo para alcançar a face infe- rior do cérebro. • Move-se, então, superiormente sobre a face lateral de cada hemisfério cerebral, auxiliado pelas pulsações das artérias ce- rebrais. Parte do líquido cerebrospinal, desloca-se inferiormente no espaço suba- racnóideo em volta da medula espinal e cauda equina. Aqui, o líquido está em um fundo cego, e sua circula adicional depende das pulsações das artérias espinais e dos movimentos da coluna vertebral, respi- ração, tosse e mudanças de posição do corpo. • O líquido cerebrospinal não apenas banha as superfícies ependimária e pial do encéfalo e da medula espinal, como tam- bém penetra o tecido nervoso ao longo dos vasos sanguíneos. • Absorção Os principais locais de absorção do líquido ce- rebrospinal são as vilosidades aracnóideas, que se projetam dentro dos seios da dura-má- ter, especialmente no seio sagital superior. As vilosidades aracnóideas tendem a agru- par-se formando elevações chamadas de gra- nulações aracnóideas. Estruturalmente, cada vilosidade aracnóidea é um divertículo do es- paço subaracnóideo que perfura a dura-máter. O divertículo aracnóideo é coberto por uma fina camada celular que, por sua vez, é reco- berta pelo endotélio do seio venoso. As granu- lações aracnóideas aumentam em número e ta- manho com a idade e tendem a calcificar-se na idade avançada. A absorção de líquido cerebrospinal no seios da dura-máter ocorre quando a pressão li- quórica excede a pressão venosa no seio. Es- tudos de microscopia eletrônica das vilosidades aracnóideas indicaram que túbulos finos revestidos com endotélio permitem fluxo direto do líquido do espaço subaracnói- deo para a luz dos seios venosos. Caso a pres- são venosa suba e exceda a pressão do líquido cerebrospinal, a compressão das pontas das vilosidades fecha os túbulos e impede o re- fluxo de sangue para dentro do espaço suba- racnóideo. Assim, as vilosidades aracnói- deas servem como válvulas. Parte do líquido cerebrospinal é provavelmente absorvida diretamente para as veias no es- paço subaracnóideo, e parte possivelmente escapa através dos vasos linfáticos perineu- rais dos nervos cranianos e espinais. Como a produção de líquido cerebrospinal pe- los plexos corióideos é constante, a taxa de ab- sorção de líquido cerebrospinal através das vilosidades aracnóideas controla a pressão do líquido cerebrospinal. Referências 1. SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. MOORE, Keith L. et al. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 2 – 15/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. Problema 4 – Visita à Neurocirurgia • Compreender a vascularização dos lobos cerebrais Artérias do Encéfalo O encéfalo é suprido por duas artérias caró- tidas internas e duas vertebrais. As quatros ar- térias situam-se dentro do espaço subarac- nóideo, e seus ramos anastomosam-se sobre a face inferior do encéfalo formando o círculo arterial do cérebro, também chamado de polí- gono de Willis. Artéria Carótida Interna Começa a sua bifurcação da artéria carótida comum, na qual geralmente há uma dilatação localizada, denominada seio carótico. Ela as- cende no pescoço e perfura a base do crânio atravessando o canal carótico do osso tem- poral. Então, a artéria segue horizontalmente para frente através do seio cavernoso e emerge no lado medial do processo clinoide anterior ao perfurar a dura-máter. Agora, ela entra no espaço subaracnóideo ao perfurar a aracnoide-máter e volta-se posteriormente até a extremidade medial do sulco lateral do cé- rebro. Aqui divide-se nas artérias cerebrais an- terior e média. Ramos da Parte Cerebral Artéria oftálmica - origina-se quando a artéria carótida interna deixa o seio cavernoso. Entra na órbita através do canal óptico embaixo e lateral ao nervo óptico. Supre o olho e outras estruturas orbitais, e seus ramos terminais suprem a área frontal do couro cabeludo, os seios et- moidais e frontais e o dorso do nariz. Artéria comunicante posterior – é um pequeno vaso que se origina da artéria carótida interna próximo a sua bifurcação terminal. Segue posteriormenteacima do nervo oculomotor para juntar-se à artéria cerebral posterior, formando assim parte do polígono de Willis. Artéria corióidea – um ramo pequeno, também se origina da artéria carótida interna perto de sua bifurcação próxima. Segue posteriormente perto do trato óptico, entra no corno temporal do ventrículo lateral e termina no plexo coriói- deo. Emite numerosos ramos pequenos para es- truturas circundantes, como o pilar do cérebro, o corpo geniculado lateral, o trato óptico e a cápsula interna. Artéria cerebral anterior – é o menor ramo ter- minal da artéria carótida interna. Segue para a frente e medialmente, superior ao nervo óptico, e entra na fissura longitudinal do cérebro. Aqui, é unida á artéria cerebral anterior do lado oposto pela artéria comunicante anterior. Curva-se para trás sobre o corpo caloso e, fi- nalmente, anastomosa-se com a artéria cerebral posterior. 1) Ramos Corticais suprem toda a face medial do córtex cerebral em direção posterior até o sulco parieto-occipital. Também suprem uma faixa do córtex com largura aproximada de 2,5 cm na face lateral contígua. Portanto, a artéria cerebral anterior supre a “área da perna” do giro pré-central. 2) Ramos centrais perfura a substância perfu- rada anterior e ajuda a suprir partes dos nú- cleos lentiforme e caudado e a cápsula in- terna. Artéria Cerebral Média – O maior ramo da ca- rótida interna, segue lateralmente no sulco late- ral do cérebro. 1) Ramos Corticais suprem toda a face lateral do hemisfério, exceto pela estreita faixa su- prida pela artéria cerebral anterior, o polo occipital e a face inferolateral do hemisfério, que também são supridos pela artéria cere- bral posterior. Logo, essa artéria supre toda a área motora, exceto a “área da perna”. 2) Ramos Centrais entram na substância perfu- rada anterior e suprem os núcleos lentiforme e caudado e a cápsula interna. Artéria Vertebral A artéria vertebral, ramo da primeira parte da artéria subclávia, ascendo no pescoço atra- vessando os forames nos processos transversos das seis vértebras cervicais superiores. Entra no crânio através do forame magno e perfura a dura-máter e aracnoide-máter para alcançar o espaço subaracnóideo. Então, segue para cima, para frente e medialmente sobre o bulbo. Na margem inferior da ponte, une-se ao vaso do lado oposto formando a artéria basilar. • Ramos da Parte Intracraniana Ramos meníngeos são pequenos e suprem o osso e a dura-máter na fossa posterior do crâ- nio. Artéria espinal posterior – pode originar-se da artéria vertebral ou da artéria cerebelar inferior posterior. Descende sobre a face posterior da medula espinal próximo às raízes posteriores dos nervos espinais. Os ramos são reforçados por ar- térias radiculares que entram no canal vertebral através dos forames intervertebrais. Artéria espinal anterior – é formada a partir de dois ramos, um de cada artéria vertebral próximo à sua terminação. A artéria única descende so- bre a face anterior do bulbo e da medula espi- nal e é incrustada na pia-máter ao longo da fissura mediana anterior. A artéria é reforçada por artérias radiculares que entram no canal ver- tebral através dos forames intervertebrais. Artéria cerebelar inferior posterior – o maior ramo da artéria vertebral, segue um trajeto irre- gular entre o bulbo e o cerebelo. Supre a face inferior do verme do cerebelo, os núcleos centrais cerebelares e a face inferior do hemisfério cere- belar; também supre o bulbo e o plexo corióideo do quarto ventrículo. Artérias medulares – são ramos muito pequenos que se distribuem ao bulbo. Artéria Basilar A artéria basilar, formada pela união das duas artérias vertebrais, ascende em um sulco na face anterior da ponte. Na margem superior da ponte, divide-se nas duas artérias cerebrais posteriores. • Ramos Artérias da ponte – são numerosos vasos pe- quenos que penetram a substância da ponte. Artéria do labirinto – é uma artéria longa e es- treita que acompanha os nervos facial e vesti- bulococlear no meato acústico interno e supre a orelha interna. Com frequência, origina-se como ramo da artéria cerebelar inferior anterior. Artéria cerebelar inferior anterior – segue pos- terior e lateralmente e supre as partes anterior e inferior do cerebelo. Alguns ramos dirigem-se à ponte e parte superior do bulbo. Artéria cerebelar superior – nasce próximo à terminação da artéria basilar. Curva-se ao redor do pedúnculo cerebral e supre a face superior do cerebelo. Também supre a ponte, a glândula pineal e o véu medular superior. Artéria cerebral posterior – curva-se lateral- mente e para trás ao redor do mesencéfalo e recebe o ramo comunicante posterior da artéria carótida interna. Ramos corticais – suprem as faces inferolateral e medial do lobo temporal e as faces lateral e medial do lobo occipital. Portanto, a artéria ce- rebral posterior supre o córtex visual. Ramos centrais – perfuram a substância cerebral e suprem partes do tálamo e do núcleo lenti- forme, bem como o mesencéfalo, a glândula pi- neal e o corpo geniculado medial. Ramo corióideo – entra no corno temporal do ventrículo lateral e supre o plexo corióideo; tam- bém supre o plexo corióideo do terceiro ventrí- culo. Círculo Arterial do Cérebro O círculo arterial do cérebro, ou polígono de Willis, localiza-se na fossa interpeduncular na base do cérebro. É formado pela anastomose entre as duas artérias carótidas internas e as duas artérias vertebrais. As artérias comuni- cante anterior, cerebrais anteriores, carótidas internas, comunicantes posteriores e basilar contribuem para o círculo. O polígono de Willis permite que o sangue suprido pelas artérias ca- rótidas internas ou vertebrais seja distribuído a qualquer parte dos dois hemisférios cerebrais. Ramos corticais e centrais originam-se do polí- gono e suprem a substância cerebral. Variações nos tamanhos das artérias que cons- tituem o polígono são comuns e descreveu-se a ausência de uma ou das duas artérias comuni- cantes posteriores. Artérias para Áreas Específicas do Encéfalo O corpo estriado e a cápsula interna são su- pridos principalmente pelos ramos centrais es- triados mediais e laterais da artéria cerebral média. O tálamo é suprido principalmente por ramos das artérias comunicante anterior, basilar e cerebral posterior. O mesencéfalo é suprido pelas artérias cere- bral posterior, cerebelar superior e basilar. A ponte é suprida pelas artérias basilar e ce- rebelares inferior anterior e superior. O bulbo é suprido pelas artérias vertebral, es- pinais anterior e posterior, cerebelar inferior posterior e basilar. O cerebelo é suprido pelas artérias cerebela- res superior, inferior anterior e inferior poste- rior. Suprimento Nervoso das Artérias Cerebrais As artérias cerebrais recebem um suprimento rico em fibras nervosas pós-ganglionares simpáticas. Tais fibras provêm do gânglio cervical superior do tronco simpático. A estimulação desses nervos causa vasoconstrição das artérias cerebrais. Sob condições normais, contudo, o fluxo sanguí- neo local é controlado principalmente pelas concentrações de dióxido de carbono, íons hidrogênio e oxigênio presentes no tecido nervoso; elevação das concentrações de dió- xido de carbono e íons hidrogênio e redução da tensão de oxigênio ocasionam vasodilata- ção. Veias Cerebrais Externas As veias cerebrais externas seguem para cima sobre a face lateral do hemisfério cerebral e de- ságuam no seio sagital superior. A veia cerebral superficial média drena a face lateral do hemisfério cerebral. Segue inferior- mente no sulco lateral e desemboca no seio ca- vernoso. A veia cerebral profunda média drena a ínsula e se junta às veias cerebrais anteriores e es- triadas formando a veiabasilar. A veia basilar junta-se finalmente à veia cerebral magna, que por sua vez drena para o seio reto. Veias Cerebrais Internas Existem duas veias cerebrais internas, e elas são formadas pela união da veia tálamo-estriada e veia corióidea no forame inter-ventricular. As duas veias seguem posteriormente na tela coriói- dea do terceiro ventrículo e unem-se embaixo do esplênio do corpo caloso para formar a veia cerebral magna, que deságua no seio reto. Veias para Áreas Específicas do En- céfalo O mesencéfalo é drenado por veias que desá- guam na veia basilar ou cerebral magna. A ponte é drenada por veias que desembocam na veia basilar, veias cerebelares ou seios veno- sos contíguos. O bulbo é drenado por veias que se juntam às veias espinais e aos seios venosos vizinhos. O cerebelo é drenado por veias que deságuam na veia cerebral magna ou nos seios venosos adjacentes. Capilares do Encéfalo O suprimento sanguíneo capilar para o encéfalo é maior na substância cinzenta do que na subs- tância branca. Isso é esperado, pois a atividade metabólica nos corpos celulares neuronais na substância cinzenta é muito maior que nos pro- cessos nervosos na substância branca. A bar- reira hematoencefálica isola o tecido encefá- lico do resto do corpo e é formada pelas zônu- las de oclusão que existem entre as células en- doteliais nos leitos capilares. Circulação Cerebral O fluxo sanguíneo para o cérebro deve trans- portar oxigênio, glicose e outros nutrientes para o tecido nervoso e remover dióxido de carbono, ácido láctico e outros subprodutos metabólicos. Mostrou-se que o cérebro é suprido com sangue arterial pelas duas artérias carótidas internas e duas artérias vertebrais. O suprimento sanguíneo para metade do encéfalo é fornecido pelas ar- térias carótida interna e vertebral daquele lado, e suas respectivas correntes se encontram na artéria comunicante posterior em um ponto onde a pressão das duas é igual e elas não se mistu- ram. Contudo, se a artéria carótida interna ou verte- bral for ocluída, o sangue prossegue ou recua daquele ponto para compensar a redução no fluxo sanguíneo. O círculo arterial do cérebro também permite que o sangue flua através da linha média, como ocorre quando a artéria ca- rótida interna ou vertebral de um lado é ocluída. Também se mostrou que as duas correntes san- guíneas das artérias vertebrais permanecem se- paradas e no mesmo lado da luz da artéria ba- silar e não se misturam. Embora as artérias cerebrais se anastomosem en- tre si no polígono de Willis e por meio de ramos na superfície dos hemisférios cerebrais, depois que elas entram na substância cerebral, não há anastomoses adicionais. O fator mais importante que impele o sangue através do encéfalo é a pressão arterial. Esta contraposta por fatores como hipertensão in- tracraniana, aumento de viscosidade sanguí- nea, estreitamento do diâmetro vascular. O fluxo sanguíneo cerebral permanece notavel- mente constante despeito de alterações na pressão arterial geral. Essa autorregulação da circulação é realizada por diminuição compen- satória da resistência vascular cerebral quando a pressão arterial é reduzida e au- mento da resistência vascular quando a pres- são arterial é elevada. Desnecessário dizer que a autorregulação não mantém um fluxo sanguí- neo adequado quando a pressão arterial cai a níveis muito baixos. O diâmetro dos vasos sanguíneos cerebrais é o principal fator que contribui para a resistência vascular cerebral. Embora se saiba que os va- sos sanguíneos cerebrais são inervados por fi- bras nervosas simpáticas pós-ganglionares e respondam à norepinefrina, eles aparentemente exercem um papel pequeno ou nulo no controle da resistência vascular cerebral em seres huma- nos normais. A influência vasodilatadora mais poderosa so- bre os vasos sanguíneos cerebrais é o aumento da concentração de dióxido de carbono ou de íons hidrogênio; redução da concentra- ção de oxigênio também causa vasodilatação. Demonstrou-se por intermédio de PET que um au- mento da atividade neuronal em diferentes par- tes do cérebro causa aumento local do fluxo sanguíneo. Por exemplo, a visão de um objeto aumenta o consumo de oxigênio e glicose no córtex visual dos lobos occipitais. Isso resulta em elevação das concentrações locais de dióxido de carbono e íons hidrogênio e ocasiona au- mento local do fluxo sanguíneo. O fluxo sanguíneo cerebral pode ser medido em pacientes mediante a injeção intracarótica ou inalação de criptônio ou xenônio radioativo. Um fluxo sanguíneo cerebral de 50 a 60mL por 100g de tecido cerebral por minuto é considerado normal. Referências 1. SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, Lúcia Machado. Neuroanatomia funcional. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2006. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 3 – 20/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. Problema 5 - Olhe na faixa antes de atravessar • Entender a segmentação cerebral relacionando-a com a parte sensitiva e motora. • Compreender a organização funcional da medula. Dermátomos A pele de todo o corpo é inervada por neurônios sensitivos somáticos que levam impulsos nervosos para a medula espinal e para o encéfalo. Cada nervo espinal contém neurônios sensitivos que su- prem um segmento específico do corpo. Um dos nervos cranianos, o nervo trigêmeo (NC V), inerva a maior parte da pele da face e do escalpo. A área da pele que fornece a aferência sensitiva para o SNC por meio de um dos pares de nervos espinais ou do nervo trigêmeo (NC V) é chamada de der- mátomo. A inervação em dermátomos contíguos por vezes se sobrepõe. O reconhecimento de quais segmentos medulares estão relacionados com cada dermátomo possibi- lita a localização de lesões na medula espinal. Se apele de uma região específica for estimulada, mas a sensação não for percebida, os nervos da- quele dermátomo provavelmente estão lesados. Em regiões onde ocorre sobreposição considerável, existe pouca perda de sensibilidade se um dos ner- vos responsáveis pelo dermátomo for danificado. As informações sobre os padrões de inervação dos nervos espinais também podem ser utilizadas para fins terapêuticos. A secção de raízes posteriores ou a infusão de anestésicos locais podem blo- quear a sensação de dor, permanente ou transi- toriamente. Como os dermátomos se sobrepõem, a produção deliberada de anestesia completa de uma região pode demandar o bloqueio farmacoló- gico ou a secção de pelo menos três níveis espinais adjacentes. Tratos sensitivos e motores A medula espinal tem duas funções principais na manutenção da homeostasia: propagação do im- pulso nervoso e integração de informações. Os tra- tos de substância branca são vias rápidas para propagação dos impulsos nervosos. As aferências sensitivas trafegam por estas vias em direção ao encéfalo, e as eferências motoras são enviadas pelo encéfalo, por essas vias, para os músculos esqueléticos e outros tecidos efetores. A substância cinzenta recebe e integra as aferências e eferên- cias. Uma das maneiras pelas quais a medula espinal contribui para a homeostasia é por meio da con- dução dos impulsos nervosos ao longo de tratos. Geralmente o nome de um trato indica sua posi- ção na substância branca, bem como onde se inicia e onde termina. Por exemplo, o trato corti- cospinal anterior está localizado no funículo an- terior; ele se inicia no córtex cerebral (substância cinzenta superficial do telencéfalo) e termina na me- dula espinal. Note que a localização das termina- ções axônicas aparece no fim do nome. Esta con- venção permite que você determine a direção do fluxo das informações ao longode qualquer trato. Como o trato corticospinal transmite impulsos nervo- sos do encéfalo para a medula espinal, ele é um trato motor (descendente). Os impulsos nervosos provenientes dos receptores sensitivos se propagam na medula espinal até o en- céfalo por meio das seguintes vias principais em cada lado da medula: o trato espinotalâmico e os tratos do funículo posterior. 1. Tratoespinotalâmico – transmite impulsos ner- vosos relacionados com dor, calor, frio, prurido, cócegas, pressão profunda e tato grosseiro. 2. Funículo posterior – é formada por dois tratos: o fascículo grácil e o fascículo cuneiforme. Os tratos do funículo posterior conduzem impulsos nervosos associados a tato discriminativo, pres- são leve, vibração e propriocepção consciente (a percepção consciente das posições e movi- mentos dos músculos, tendões e articulações). Os sistemas sensitivos mantêm o SNC informado sobre mudanças nos ambientes externo e interno. As informações sensitivas são integradas (proces- sadas) por interneurônios na medula espinal e no encéfalo. Respostas a estas decisões integrativas são executadas por meio de atividades motoras – contrações musculares e secreções glandulares. O córtex cerebral, a camada externa do encéfalo, exerce um papel importante no controle dos movi- mentos musculares voluntários. Outras regiões encefálicas integram informações para a regulação de movimentos automáticos. As eferências motoras para os músculos esqueléticos trafegam pela medula espinal em dois tipos de tra- tos descendentes: direto e indireto: 1. Vias diretas - incluem os tratos corticospinal lateral, corticospinal anterior e corticonucle- ares. Elas transmitem impulsos nervosos que se originam no córtex cerebral e são responsáveis pelos movimentos voluntários dos músculoses- queléticos. 2. Vias indiretas - incluem os tratos rubrospinal, tectospinal, vestibulospinal, reticulospinal la- teral e reticulospinal medial. Estes tratos con- duzem impulsos do tronco encefálico que são responsáveis pelos movimentos involuntários e auxiliam na coordenação dos movimentos cor- porais com os estímulos visuais. As vias indiretas também exercem influência sobre o tônus muscu- lar esquelético, mantêm a contração de múscu- los posturais e desempenham uma função impor- tante no equilíbrio por meio da regulação do tônus muscular em resposta aos movimentos da cabeça. Reflexos e arcos reflexos A segunda maneira pela qual a medula espinal mantém a homeostasia é servindo como centro de integração de alguns reflexos. Reflexo é uma se- quência de ações automática, rápida e involun- tária que ocorre em resposta a um determinado estímulo. Alguns reflexos são naturais, como quando você tira a mão de uma superfície quente mesmo antes de ter apercepção consciente que ela de fato está quente. Outros reflexos são aprendi- dos ou adquiridos. Por exemplo, você adquire mui- tos reflexos enquanto está aprendendo a dirigir. Pisar no pedal do freio durante uma situação de emergência é um destes reflexos. Quando a integração ocorre na substância cin- zenta da medula espinal, o reflexo é chamado de reflexo espinal. Um exemplo é o conhecido reflexo patelar. Se, por outro lado, a integração acontece no tronco encefálico, o reflexo então é chamado de reflexo craniano. Um exemplo é a movimenta- ção de seus olhos enquanto você lê esta frase. Você provavelmente conhece melhor os reflexos somáticos, que envolvem a contração de múscu- los esqueléticos. Igualmente essenciais, no entanto, são os reflexos autônomos (viscerais), os quais geralmente não são percebidos conscientemente. Eles envolvem res- postas dos músculos lisos, dos músculos cardíacos e das glândulas. Funções corporais como a frequên- cia cardíaca, a digestão, a micção e a defeca- ção são controladas pela divisão autônoma do sis- tema nervoso por meio de reflexos autônomos. Os impulsos nervosos que se propagam em direção ao SNC, dentro dele ou para fora dele seguem pa- drões específicos, dependendo do tipo de informa- ção, de sua origem e de seu destino. A via seguida pelos impulsos nervosos que produzem um reflexo é conhecida como arco reflexo (circuito reflexo). Um arco reflexo inclui os cinco componentes funcionais a seguir: 1. Receptor sensitivo – A terminação distal de um neurônio sensitivo (dendrito) ou de uma estru- tura sensitiva associada exerce a função de re- ceptor sensitivo. Ela responde a um estímulo específico – modificação dos ambientes interno ou externo – por meio da geração de um po- tencial graduado chamado de potencial ge- rador (ou receptor). Se um potencial gerador atinge o limiar de despolarização, ele irá ge- rar um ou mais impulsos nervosos no neurônio sensitivo. 2. Neurônio sensitivo – Os impulsos nervosos se propagam, a partir do receptor sensitivo, pelo axônio do neurônio sensitivo até as termina- ções axônicas, que estão localizadas na subs- tância cinzenta da medula espinal ou do tronco encefálico. Nestes pontos, interneurô- nios enviam impulsos nervosos para a área do encéfalo responsável pela percepção consci- ente de que aconteceu um reflexo. 3. Centro de integração - Uma ou mais regiões de substância cinzenta no SNC atuam como um centro de integração. No tipo mais simples de reflexo, o centro de integração é uma sim- ples sinapse entre um neurônio sensitivo e um neurônio motor. A via reflexa que apresenta apenas uma sinapse no SNC é chamada de arco reflexo monossináptico. Os centros de integração são mais frequentemente compos- tos por um ou mais interneurônios, os quais po- dem transmitir impulsos para outros interneurô- nios ou para um neurônio motor. Um arco reflexo polissináptico envolve mais de dois tipos de neurônios e mais de um tipo de sinapse no SNC. 4. Neurônio motor - Impulsos gerados pelos cen- tros de integração se propagam para fora do SNC em um neurônio motor que se estende até a parte do corpo que executará a resposta. 5. Efetor - parte do corpo que responde ao im- pulso nervoso motor, como um músculo ou uma glândula, é chamada de efetor. Esta resposta é conhecida como reflexo. Se o efetor é um músculo esquelético, o reflexo é chamado de reflexo somático. Se o efetor é um músculo liso, um músculo cardíaco ou uma glândula, então o reflexo é conhecido como reflexo autônomo Como os reflexos são de modo geral previsíveis, eles fornecem informações úteis sobre a saúde do sistema nervoso e podem ajudar muito no diagnóstico de doenças. Lesões ou doenças em qualquer parte do arco reflexo podem causar a ausência de reflexos ou sua exacerbação. Por exemplo, a percussão do ligamento da patela normalmente causa a extensão reflexa da articulação do joelho. A ausência do reflexo patelar pode indicar uma lesão de neurônios sensitivos ou motores, bem como uma lesão na região lombar da medula espinal. Os reflexos somáticos geralmente podem ser testados por meio da percussão da superfície corporal. Referências 1. NELL, R. S. Neuroanatomia clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, Lúcia Machado. Neuroanatomia funcional. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 3. Crossman, R. A.; Neary, D. Neuroanatomia: ilustrado e colorido. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1997. 4. TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 2016. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 4 – 27/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. Interneurônios – substância cinzenta, são neurônios de associação. Reflexo – tipo básico de comportamento. Parte Ventral e Lateral – tratos ascendentes e descendentes Parte Dorsal – tratos descendentes Problema 6 – Questão de Segundos • Entender o caminho da propagação do impulsona medula espinhal, integrando o SNC e SNP (Sensorial e Motor) • Tratos sensitivos e motores Como ressaltado anteriormente, uma das maneiras pelas quais a medula espinal contribui para a homeostasia é por meio da condução dos impulsos nervosos ao longo de tratos. Geralmente o nome de um trato indica sua posição na substância branca, bem como onde se inicia e onde termina. Por exemplo, o trato corticospinal anterior está localizado no funículo anterior; ele se inicia no córtex cerebral (substância cinzenta superficial do telencéfalo) e termina na medula espinal. Note que a localiza- ção das terminações axônicas aparece no fim do nome. Esta convenção permite que você determine a direção do fluxo das informações ao longo de qualquer trato. Como o trato corticospinal transmite impulsos nervosos do encéfalo para a medula espinal, ele é um trato motor (descendente). Os impulsos nervosos provenientes dos receptores sensitivos se propagam na medula espinal até o encéfalo por meio das seguintes vias principais em cada lado da medula: o trato espinotalâmico e os tratos do funículo posterior. 1. O trato espinotalâmico transmite impulsos nervosos relacionados com dor, calor, frio, prurido, cócegas, pressão profunda e tato grosseiro. 2. O funículo posterior é formado por dois tratos: o fascículo grácil e o fascículo cuneiforme. Os tratos do funículo posterior conduzem impulsos nervosos associados a tato discriminativo, pressão leve, vibração e propriocepção consciente (a percepção consciente das posições e movimentos dos músculos, tendões e articulações). Os sistemas sensitivos mantêm o SNC informado sobre mudanças nos ambientes externo e interno. As infor- mações sensitivas são integradas (processadas) por interneurônios na medula espinal e no encéfalo. Res- postas a estas decisões integrativas são executadas por meio de atividades motoras – contrações muscu- lares e secreções glandulares. O córtex cerebral, a camada externa do encéfalo, exerce um papel impor- tante no controle dos movimentos musculares voluntários. Outras regiões encefálicas integram informações para a regulação de movimentos automáticos. As eferências motoras para os músculos esqueléticos trafegam pela medula espinal em dois tipos de tratos descendentes: direto e indireto. As vias motoras diretas incluem os tratos corticospinal lateral, corticospinal anterior e corticonucleares. Elas transmitem impulsos nervosos que se originam no córtex cerebral e são res- ponsáveis pelos movimentos voluntários dos músculos esqueléticos. As vias motoras indiretas incluem os tratos rubrospinal, tectospinal, vestibulospinal, reticulospinal lateral e reticulospinal medial. Estes tratos conduzem impulsos do tronco encefálico que são responsáveis pelos movimentos involuntários e auxiliam na coordenação dos movimentos corporais com os estímulos visuais. As vias indiretas também exercem influência sobre o tônus muscular esquelético, mantêm a contração de músculos posturais e desempenham uma função importante no equilíbrio por meio da regulação do tônus muscular em resposta aos movimentos da cabeça. Termos Essenciais • Substância cinzenta – tecido nervoso constituído de neuroglia, corpos de neurônios e fibras predominan- temente amielínicas (axônios menores); • Substância branca – tecido nervoso formado de neuroglia e fibras predominantemente mielínicas; • Núcleo – massa de substância cinzenta dentro de substância branca, ou grupo delimitado de neurônios com aproximadamente a mesma estrutura e mesma função; • Córtex – substância cinzenta que se dispõe em uma camada fina na superfície do cérebro e do cerebelo; • Trato – feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, mesma função e mesmo destino. • Fascículo – usualmente, o termo se refere a um trato mais compacto; • Lemnisco – o termo significa fita. É empregado para alguns feixes de fibras sensitivas que levam impulsos nervosos ao tálamo; • Funículo – o termo significa cordão e é usado para a substância branca da medula. Um funículo contém vários tratos ou fascículos; • Decussação – formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano e que têm aproximadamente a mesma direção; • Comissura – formação anatômica constituídas por fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano mediano e que têm, por conseguinte, direções diametralmente opostas; • Fibras de projeção – fibras que saem fora dos limites de uma área ou de um órgão; • Fibras de associação – são fibras que associam pontos mais ou menos distantes de uma área ou de um órgão sem, entretanto, abandoná-lo. Referências 1. NELL, R. S. Neuroanatomia clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, Lúcia Machado. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 3. Crossman, R. A.; Neary, D. Neuroanatomia: ilustrado e colorido. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1997. 4. TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 2016. Círculo - Ascendente Retângulo - Descendente Parte Ventral (Anterior) Parte Dorsal (Posterior) Parte Lateral ´Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 4 – 27/02/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. As terminações nervosas livres e encapsuladas produzem potenciais geradores que disparam impulsos ner- vosos nos neurônios de primeira ordem. Os receptores sensitivos separados produzem um potencial recep- tor que promove a liberação de um neurotransmissor. O neurotransmissor, então, dispara impulsos nervosos em um neurônio de primeira ordem. Problema 7 – Chapa Quente • Compreender a organização dos receptores sensitivos; • Estudar quais áreas do encéfalo são responsáveis pelo processamento das informações sensoriais e como ele ocorre. Receptores Sensitivos Várias características funcionais e estruturais dos receptores sensitivos podem ser utilizadas para agrupa-los em classes diferentes. Elas incluem: 1. sua estrutura microscópica; 2. a localização dos receptores e a origem dos estímulos que os ativam; 3. os tipos de estímulos detectados Estrutura Microscópica Em nível microscópico, os receptores sensitivos po- dem ser dos seguintes tipos: 1. Terminações nervosas livres dos neurônios sen- sitivos de primeira ordem. São dendritos sem re- vestimento; eles não possuem qualquer espe- cialização estrutural que possa ser observada na microscopia óptica. Os receptores de dor, temperatura, cócegas, prurido e de algumas sensações de tato são terminações nervosas livres. 2. Terminações nervosas encapsuladas dos neu- rônios sensitivos de primeira ordem. Seus dendri- tos se encontram em uma cápsula de tecido conjuntivo que se apresenta como uma estru- tura microscópica distinta – por exemplo, os cor- púsculos lamelares. Receptores para outras sensações somáticas e viscerais, como pres- são, vibração e algumas sensações de tato, são terminações nervosas encapsuladas. Os di- ferentes tipos de cápsulas aumentam a sensi- bilidade ou a especificidade do receptor. 3. Células separadas que formam sinapses com os neurônios sensitivos de primeira ordem. Os re- ceptores sensitivos para alguns tipos de senti- dos especiais são células separadas especiali- zadas que formam sinapses com os neurônios sensitivos. Elas incluem as células ciliadas para a audição e o equilíbrio na orelha interna, as células receptoras gustatórias nos calículos gustatórios e os fotorreceptores na retina para a visão. Os receptores sensitivos produzem dois tipos di- ferentes de potenciais graduados – os potenciais geradores e os potenciais receptores – em res- posta a um estímulo. 1. Quando um potencial gerador é grande o bastante para alcançar o limiar, ele dispara um ou maisimpulsos nervosos no axônio do neurônio sensitivo de primeira ordem. O im- pulso nervoso resultante se propaga pelo axônio e se propaga para o SNC. Desse modo, os potenciais geradores produzem po- tenciais de ação. 2. Os receptores sensitivos que são células se- paradas produzem potenciais graduais que são chamados de potenciais receptores. Os potenciais receptores disparam a liberação de neurotransmissores por intermédio de exocitose de vesículas sinápticas. As moléculas do neu- rotransmissor liberadas a partir das vesículas sinápticas se difundem através da fenda si- náptica e produzem um potencial pós-sináp- tico (PPS) no neurônio de primeira ordem. Por sua vez, o PPS pode disparar um ou mais impul- sos nervosos, que se propagam pelo axônio e são encaminhados para o SNC. Localização dos Receptores e Origem dos Estímulos de Ativação Outro modo de agrupar os receptores sensitivos toma como base a localização dos receptores e a origem dos estímulos que os ativam. • Os exteroceptores estão localizados na su- perfície externa do corpo ou próximos a ela; eles são sensíveis a estímulo que se originam fora do corpo e fornecem informações a res- peito do ambiente externo. As sensações de audição, visão, olfato, gustação, tato, pres- são, vibração, temperatura e dor são trans- mitidas por exteroceptores. • Os interoceptores ou visceroceptores estão localizados nos vasos sanguíneos, nos órgãos viscerais, nos músculos e no sistema nervoso e monitoram as condições do ambiente interno. Os impulsos nervosos produzidos pelos intero- ceptores em geral não são percebidos cons- cientemente; entretanto, ocasionalmente a ati- vação dos interoceptores por estímulos fortes pode ser percebida como dor ou pressão. • Os proprioceptores estão localizados nos músculos, nos tendões, nas articulações e na orelha interna. Eles fornecem informações a res- peito da posição do corpo, da força e da tensão musculares e da posição e do movi- mento de suas articulações. Tipo de Estímulo Detectado Um terceiro modo de agrupar os receptores sensiti- vos se baseia no tipo de estímulo que eles detec- tam. A maior parte dos estímulos se encontra na forma de energia mecânica, como as ondas sono- ras ou as mudanças de pressão; de energia ele- tromagnética, como a luz ou o calor; ou de ener- gia química, como em uma molécula de glicose. • Os mecanoceptores são sensíveis aos estímulos mecânicos como deformação, estiramento ou dobramento das células. Os mecanoceptores fornecem informações a respeito das sensações de tato, pressão, vibração, propriocepção e audição e equilíbrio. Eles também monitoram o estiramento dos vasos sanguíneos e dos ór- gãos internos. • Os termoceptores detectam mudanças na temperatura • Os nociceptores respondem a estímulos dolo- rosos resultantes de danos físicos ou químicos a um tecido. • Os fotorreceptores detectam a luz que al- cança a retina dos olhos • Os quimiorreceptores detectam substâncias químicas na boca (paladar), no nariz (odor) e nos líquidos corporais • Os osmorreceptores detectam a pressão os- mótica nos líquidos corporais. Adaptação nos Receptores Sensitivos Uma característica da maioria dos receptores sen- sitivos é a adaptação, na qual o potencial gera- dor ou o potencial receptor diminuem de ampli- tude durante um estímulo mantido constante- mente. Como você já deve ter adivinhado, isso faz com que a frequência dos impulsos nervosos no neurônio de primeira ordem diminua. Por causa da adaptação, a percepção de uma sensação pode diminuir ou desaparecer mesmo se o estímulo persistir. Por exemplo, quando você entra em um banho quente, a água pode parecer muito quente inicialmente, mas logo a sensação diminui para uma de temperatura confortável mesmo que o estímulo (a temperatura alta da água) não mude. Os receptores podem variar na velocidade de adaptação. Os receptores de adaptação rápida se adaptam muito rapidamente. Eles são especiali- zados para a sinalização de mudanças em um es- tímulo. Receptores associados a pressão, tato e ol- fato se adaptam rapidamente. Os receptores de adaptação lenta, por sua vez, continuam a dis- parar impulsos nervosos por tanto tempo quanto o estímulo persistir. Os receptores de adaptação lenta monitoram estímulos associados a dor, posi- ção do corpo e composição química do sangue. A sensibilidade somáticas de tato, pressão, vibração, calor, frio e dor se origina em receptores sensitivos localizados na pele, na tela subcutânea e nas túnicas mucosas. Sensibilidade Dolorosa A dor é indispensável para a sobrevivência. Ela exerce função protetora, pois sinaliza condições nocivas e que possam danificar os tecidos. Do ponto de vista médico, a descrição subjetiva e a indicação do local de dor podem ajudar a identi- ficar a causa de uma doença. Os nociceptores, os receptores de dor, são termi- nações nervosas livres encontradas em todos os te- cidos do corpo, exceto no encéfalo. Estímulos tér- micos, mecânicos ou químicos intensos podem ativar os nociceptores. A irritação ou a lesão te- cidual liberam substâncias químicas como pros- taglandinas, cininas e íons potássio (K+) que estimu- lam os nociceptores. A dor pode persistir mesmo após a remoção do estímulo doloroso porque as substâncias químicas que medeiam a dor perma- necem e esses receptores apresentam pouca adaptação. Condições que desencadeiam a dor incluem distensão excessiva de uma estrutura, contrações musculares prolongadas, espasmos musculares ou isquemia (fluxo sanguíneo inade- quado em um órgão). Tipos de Dor Existem dois tipos de dor: a rápida e a lenta. • A percepção da dor rápida ocorre muito rapi- damente, em geral até 0,1 s após a aplicação de um estímulo, porque os impulsos nervosos são propagados por fibras A mielinizadas e de diâmetro médio. Esse tipo de dor também é conhecido como dor aguda, ou dor em ferro- ada. A dor sentida por causa da inserção de uma agulha ou por um corte com faca na pele é a dor rápida. Essa dor não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo. • A percepção da dor lenta, por sua vez, co- meça mais de um segundo após a aplicação de um estímulo. Ela aumenta então gradual- mente de intensidade ao longo de um período de vários segundos ou minutos. Os impulsos de dor lenta são conduzidos por fibras C não mielinizadas e de diâmetro curto. Esse tipo de dor, que pode ser excruciante, também é cha- mado de dor crônica, em queimação, ou late- jante. A dor lenta pode ocorrer tanto na pele quanto nos tecidos mais profundos ou nos ór- gãos internos. Um exemplo é a dor associada aos problemas den- tários. Você pode perceber a diferença no início desses dois tipos de dor quando a lesão ocorre em uma parte do corpo que está longe do encéfalo porque a distância de condução é longa. Por exemplo, quando você bate com seu pé, primeiro você sente a sensação aguda da dor rápida e então sente a sensação da dor lenta, que se pro- longa por mais tempo. A dor que surge pelo estímulo de receptores na pele é chamada de dor somática superficial; o estímulo de receptores em músculos esqueléticos, articulações, tendões e fáscias causa a dor so- mática profunda. A dor visceral é resultante do estímulo de nociceptores localizados nos órgãos viscerais. Se o estímulo for difuso (envolver áreas grandes) a dor visceral pode ser grave. O estímulo difuso dos nociceptores viscerais pode ser resul- tante de distensão ou de isquemia em um órgão interno. Por exemplo, um cálculo renal ou um cálculo biliar podem causar dor grave por obstruírem e dis- tenderem um ureter ou um ducto biliar. Localização da dor A dor rápida é localizada com bastante precisão na área estimulada. Por exemplo, se alguém te es- peta com um objeto pontiagudo, você sabe exa- tamente qual parte do corpo foi estimulada. A dor somática lentatambém é bem localizada, porém é mais difusa (envolve áreas maiores); ela em ge- ral parece se originar de uma área maior da pele. Em alguns casos de dor visceral lenta, a área afe- tada é aquela em que a dor foi sentida. Por exem- plo, se as membranas pleurais ao redor dos pulmões estiverem inflamadas, você experimentará uma dor no peito. Entretanto, em muitos casos de dor visceral, a dor é sentida na pele sobrejacente ao órgão estimulado ou imediatamente abaixo ou ainda em uma área superficial distante do órgão estimulado. Esse fenô- meno é chamado de dor referida. Em geral, o ór- gão visceral envolvido e a área na qual a dor é referida são inervados pelo mesmo segmento da medula espinal. Por exemplo, fibras sensitivas do coração, da pele próxima ao coração e da pele que recobre a face medial do braço esquerdo en- tram nos segmentos da medula espinal T1 a T5. Desse modo, a dor de um ataque cardíaco em geral é sentida na pele sobre o coração e ao longo do braço esquerdo. Referências 1. NELL, R. S. Neuroanatomia clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. MACHADO, Angelo B.M.; HAERTEL, Lúcia Machado. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 3. Crossman, R. A.; Neary, D. Neuroanatomia: ilustrado e colorido. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1997. 4. TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 2016. Pedro Lucas Cariri Moura – 2º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/1. Semana 5 – 05/03/2020 Sistemas Orgânicos Integrados II – SOI II, APG. Problema 8 – Penfield e o Caminho da Ação • Correlacionar a divisão dos lobos cerebrais com a divisão do córtex Figura 1. Localização funcional do córtex cerebral. A: Vista lateral do hemisfério cerebral esquerdo. B: Vista medial do hemisfério cerebral esquerdo. Lobo Frontal A área pré-central situa-se no giro pré-central e in- clui a parede anterior do sulco central e as partes posteriores dos giros frontais superior, médio e infe- rior; estende-se sobre a margem superior medial o hemisfério até o lóbulo paracentral. A área pré- central divide-se em regiões posterior e anterior. A região posterior, chamada de área motora, área motora primária, ocupa o giro pré-central e estende-se da margem superior ao lóbulo paracen- tral. A região anterior é conhecida como área pré-motora, área motora secundária, ocupa a parte anterior do giro pré-central e as portes pos- teriores dos giros frontais superior, médio e inferior. • Área motora primária – quando estimulada ele- tricamente, produz movimentos isolados no lado oposto do corpo, bem como contração de gru- pos musculares implicados na execução de um movimento específico. As áreas dos movimentos corporais são representa- das em forma invertida no giro pré-central. Come- çando inferiormente e seguindo para cima estão as estruturas envolvidas na deglutição e a lín- gua, mandíbula, lábios, laringe, pálpebras e so- brancelhas. A área seguinte é uma região extensa para os mo- vimentos dos dedos das mãos, especialmente do polegar, mão, pulso, cotovelo, ombro e tronco. Os movimentos do quadril, joelho e tornozelo são representados nas áreas mais altas do giro pré- central; os movimentos dos dedos dos pés situam- se na face medial do hemisfério cerebral, no ló- bulo paracentral. Os movimentos dos esfíncteres anal e vesical também se localizam no lóbulo paracentral. A área do córtex que controla um determinado mo- vimento é proporcional à habilidade envolvida na execução do movimento e não depende da massa muscular que participa do movimento. Assim, a função da área motora primária é reali- zar os movimentos individuais de diferentes par- tes do corpo. Para ajudar nessa função, recebe numerosas fibras aferentes da área pré-motora, córtex sensitivo, tálamo, cerebelo e núcleos da base. O córtex motor primário não é responsável pela concepção do padrão de movimento, mas é a estação final para conversão da concepção na execução do movimento. A área pré-motora recebe numerosos inputs do córtex sensitivo, tálamo e núcleos da base. Sua fun- ção é armazenar programas de atividade mo- tora concebidos em decorrência da experiência prévia. Assim, a área pré-motora programa a ati- vidade da área motora primária. Está particular- mente implicada no controle de movimentos pos- turais grosseiros através de suas conexões com os núcleos da base. A área motora suplementar está situada no giro frontal medial na face medial do hemisfério e an- terior ao lóbulo paracentral. Estimulação dessa área acarreta movimentos dos membros contrala- terais, porém um estímulo mais forte é necessário do que quando a área motora primária é estimulada. A remoção da área motora suplementar não pro- duz perda permanente de movimento. O campo ocular frontal estende-se da área fa- cial do giro pré-central para a frente, até o giro frontal médio (partes das áreas 6, 8 e 9 de Brod- mann). Estimulação elétrica dessa região causa mo- vimentos conjugados dos olhos, especialmente em direção ao lado oposto. A via exata seguida pelas fibras nervosas a partir dessa área é desco- nhecida, mas acredita-se que elas sigam para o colículo superior do mesencéfalo. O colículo superior é conectado aos núcleos dos músculos extraoculares pela formação reticular. Considera-se que o campo ocular frontal controla os movimentos de varredura do olho e atua in- dependentemente de estímulos visuais. O acom- panhamento involuntário de objetos em movi- mento pelos olhos envolve a área visual do cór- tex occipital, à qual o campo ocular frontal está conectado por fibras de associação. A área motora da fala de Broca (Fig. 8.4) está localizada no giro frontal inferior, entre os ramos anterior e ascendente e os ramos ascendente e posterior da fissura lateral (áreas 44 e 45 de Bro- dmann). Na maioria dos indivíduos, essa área é importante no hemisfério esquerdo ou dominante, e sua abla- ção resulta em paralisia da fala. Nos indivíduos cujo hemisfério dominante é o direito, a área no lado direito é importante. A ablação dessa região no hemisfério não dominante não tem efeito na fala. A área da fala de Broca executa a formação de palavras por suas conexões com as áreas moto- ras primárias adjacentes; os músculos da laringe, boca, língua, palato mole e os músculos respira- tórios são estimulados apropriadamente. O córtex pré-frontal é uma área extensa situada anterior à área pré-central. Inclui as maiores par- tes dos giros frontais superior, médio e inferior; os giros orbitais; a maior parte do giro frontal me- dial; e a metade anterior do giro do cíngulo (áreas 9, 10, 11 e 12 de Brodmann). Vias aferentes e eferentes, em grande número, conectam a área pré-frontal com outras áreas do córtex cerebral, o tálamo, o hipotálamo e o corpo estriado. As fibras frontopontinas também conectam essa área com o cerebelo através dos núcleos pontinos. As fibras comissurais do fórceps frontal e o joelho do corpo caloso unem essas áreas dos hemisférios ce- rebrais. A área pré-frontal está implicada na constituição da personalidade do indivíduo. Em razão do input de muitas fontes corticais e subcorticais, essa área exerce um papel como regulador na profun- didade do sentimento da pessoa. Também exerce sua influência para determinar a iniciativa e o dis- cernimento do indivíduo. Lobo Parietal A área somestésica primária (córtex sensitivo so- mático primário S1) ocupa o giro pós-central na face lateral do hemisfério e a parte posterior do lóbulo paracentral na face medial. As áreas somestésicas primárias do córtex cerebral recebe fibras de projeção dos núcleos ventrais posterolateral e posteromedial do tálamo. A me- tade oposta do corpo é representada de maneira invertida. Informações