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1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 UNIDADE 1 – NOÇÕES BÁSICAS AO DIREITO AMBIENTAL ................................. 3 1.1 DIREITO AMBIENTAL: DEFINIÇÃO ............................................................................ 3 1.2 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL ............................................................................. 3 1.3 HISTÓRICO ........................................................................................................... 4 1.4 CONCEITOS IMPORTANTES .................................................................................... 7 1.4.1 MEIO AMBIENTE ................................................................................................. 7 1.4.2 BEM AMBIENTAL ................................................................................................ 7 1.4.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................................... 7 1.4.4 DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL ............................................................. 7 1.4.5 POLUIÇÃO ......................................................................................................... 7 1.4.6 POLUIDOR ......................................................................................................... 8 1.4.7 RECURSOS AMBIENTAIS ..................................................................................... 8 1.4.8 DIREITO AMBIENTAL ........................................................................................... 8 1.5 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ....................................................................... 8 1.6 ÉTICA AMBIENTAL ............................................................................................... 13 1.7 CLASSIFICAÇÕES DO MEIO AMBIENTE ................................................................... 17 1.8 RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL .................................................................. 18 1.9 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ........................................................................................... 21 1.10 PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE NA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL.............................. 24 1.11 DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA NA QUESTÃO AMBIENTAL ..................... 26 UNIDADE 2 – LEI 6.938/81....................................................................................... 29 2.1 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ............................................................... 31 2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE ....................................................... 33 UNIDADE 3 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .............................................................. 39 3.1 RELAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PRINCIPAL .................................................. 39 3.2 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO E AFINS ............................................................. 55 3.2.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ........................................................... 55 3.2.2. ÁREAS DE RESERVA LEGAL ............................................................................. 55 3.2.3 FAUNA ............................................................................................................ 56 3.2.4 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ........................................................................... 56 3.3 CRIMES AMBIENTAIS ........................................................................................... 59 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 INTRODUÇÃO Atualmente, estamos vivenciando um novo drama social, que se desenrola num palco que é, ao mesmo tempo, o cenário e um dos atores, junto com a sociedade e o Poder Público. Trata-se do drama da sobrevivência no planeta em que vivemos. A vida no planeta Terra depende da água, do ar e do solo, para salvaguardar todos os aspectos da vida humana no que concerne à saúde e ao bem-estar de seus habitantes e à qualidade do meio ambiente que precisa ser preservada. É iminente que os problemas relacionados aos recursos naturais e sociais, intimamente associados, sejam considerados como uma cadeia complexa de inter- relacionamentos, já que a má utilização desses recursos gera riscos e danos à vida humana; as atividades humanas, em conjunto com os avanços tecnológicos faz com que estes riscos e danos se agigantem em ocorrência e escala de comprometimento, ameaçando não só a saúde e a qualidade da vida no planeta, mas o próprio bem-estar público, financeiro e ocupacional da sociedade. Entretanto, os efeitos indesejáveis, traduzidos por esses riscos, poderão ser mitigados ou evitados a partir da consciência ecológica de todos os atores envolvidos nesse drama, quando puderem modificar as ações causadoras desses efeitos, resultando num processo que poderíamos chamar de gerenciamento ambiental, obtido principalmente através do desenvolvimento sustentável. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 UNIDADE 1 – NOÇÕES BÁSICAS AO DIREITO AMBIENTAL 1.1 Direito Ambiental: definição Direito Ambiental é um conjunto de normas jurídicas relacionadas à proteção do meio ambiente. Pode ser conceituado como direito transversal ou horizontal, pois abrange todos os ramos do direito, estando intimamente relacionado com o Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Penal, Direito Processual e Direito do Trabalho. O Direito Ambiental diz respeito à proteção jurídica do meio ambiente. Para facilitar a sua abordagem didática, CELSO ANTÔNIO PACHECO FIORILLO (2015) divide o meio ambiente em natural, artificial, cultural e do trabalho. Essa divisão não é a única, pois muitos autores costumam não incluir o meio ambiente do trabalho dentro do objeto do direito ambiental. A legislação ambiental faz o controle de poluição em suas diversas formas. A quantidade de normas dificulta a complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação do Direito nesse ramo do Direito. O ideal é a extração de um sistema coerente, cuja finalidade é a proteção do meio ambiente. Para a aplicação das normas de Direito Ambiental, é importante compreender as noções básicas e adequá-las à interpretação dos direitos ambientais. 1.2 Direito Ambiental no Brasil Os antecedentes históricos da legislação ambiental brasileira remontam às Ordenações Filipinas1 que estabeleciam normas de controle da exploração vegetal no país, além de disciplinar o uso do solo, conspurcação de águas de rios e regulamentar a caça. Sobre a evolução histórica da legislação, o principal trabalho nessa matéria é o livro de Ann Helen Wainer (1992). Na Lei n° 4.717/652 foram tratados de forma pioneira assuntos relacionados ao Direito Material Fundamental. Todavia, a matéria do meio ambiente só foi 1 As Ordenações Filipinas, ou Código Filipino, é uma compilação jurídica que resultou da reforma do código manuelino, por Filipe II de Espanha (Felipe I de Portugal), durante o domínio castelhano. Ao fim da União Ibérica (1580-1640), o Código Filipino foi confirmadopara continuar vigente em Portugal por D. João IV. 2 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4717.htm que regula a ação popular Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 introduzida em nosso ordenamento jurídico através da Lei 6.938/813, que estabeleceu a PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente. Em 1985, foi editada a Lei nº 7.3474, que proporcionou a oportunidade de agir processualmente, através da Ação Civil Pública, toda vez que houvesse lesão ou ameaça ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e aos direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. No projeto da citada Lei, em seu artigo 1º, inciso IV, foi a primeira oportunidade de se falar de defesa dos direitos difusos e coletivos do cidadão. A Constituição Federal de 19885, no entanto, trouxe ao nosso ordenamento jurídico a defesa dos bens coletivos, através da inclusão da redação constante no artigo 225. Admite, inclusive, a existência de uma terceira espécie de bem: o bem ambiental. Esse bem é caracterizado por não ter uma propriedade definida, isto é, não é interesse único do particular, nem tampouco é considerado bem público: é um bem comum, de uso coletivo de todo um povo. A ação civil pública, entretanto, foi introduzida novamente em nosso ordenamento jurídico quando da edição da Lei 8.078/906, que acrescentou o inciso IV, do artigo 1º, da Lei 7.347/85, anteriormente vetado. A Lei nº 8.078/90 também definiu os direitos metaindividuais, criando os institutos dos direitos difusos, coletivos, individuais e homogêneos. 1.3 Histórico No Século XXI, é fácil observar que a sobrevivência humana no planeta esteve sempre condicionada à sua interação com o meio ambiente. Historicamente, essa percepção nem sempre se deu de forma tão nítida como a que temos nos dias de hoje, já que a primeira ideia de proteção da natureza foi concebida não pela consciência de sua necessidade e utilidade na vida do homem, mas sim pelo temor a Deus. Ao longo do tempo, com as descobertas e revoluções tecnológicas, adquire- 3 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm com inclusões diversas. 4 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm 5 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 6 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm, com alterações dadas pela Lei nº 13.425/17. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 se o entendimento de que a preservação do meio ambiente como um todo é questão primordial para a manutenção da vida na Terra. Esse despertar ecológico é bastante recente, dado que até os anos 1960, poluir era permitido. Espantoso também é o teor da Lei Federal 2.126/60 que definia padrões para o lançamento de esgotos domésticos e industriais nos cursos d’água, estabelecendo o prazo de um ano para que as prefeituras com mais de 10 mil habitantes e indústrias se adequassem às absurdas exigências. Mesmo assim, alguns passos importantes foram dados, como a edição do Código Florestal abordando conceitos utilizados ainda hoje. A relação homem-natureza foi consagrada em 1972 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que reuniu representantes de diversos países para discutirem a responsabilidade de cada um na busca da implementação de um modelo que levasse em conta a grave crise ambiental, econômica e social pelo qual a humanidade passava. No entanto, os representantes brasileiros, na contramão daquela tendência, afirmaram que em nosso território a poluição era bem vinda, por gerar o tão almejado desenvolvimento industrial, fato que foi amplamente criticado pela comunidade internacional. No Brasil, algumas medidas foram tomadas para mitigar a postura adotada, mas é certo que o marco inicial se deu com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente de 1981 (Lei nº 6.938/81), ainda vigente, substituindo a antiga legislação antes setorizada. A referida lei instituiu o SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente (art. 6), visando harmonizar o desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, mediante a adoção de condições para o desenvolvimento sustentável, ou seja, explorando os recursos naturais conscientemente, de acordo com os interesses da segurança nacional, garantindo principalmente à proteção da dignidade da vida humana. Posteriormente, a Constituição da República consagra esse entendimento, ao dedicar pela primeira vez um capítulo ao meio ambiente. E mais, busca nossa Lei Maior preservar não só o bem jurídico vida, como também a sadia qualidade de vida em um ambiente ecologicamente equilibrado, minimizando os riscos para as presentes e futuras gerações. Em 1983, o Secretário-Geral da ONU convidou a médica Gro Harlem Brundtland para estabelecer e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 Desenvolvimento. Burtland foi uma escolha natural para este papel, à medida que sua visão da saúde ultrapassa as barreiras do mundo médico para os assuntos ambientais e de desenvolvimento humano. Em abril de 1987, a Comissão Brundtland, como ficou conhecida, publicou um relatório inovador, “Nosso Futuro Comum”, que traz o conceito de desenvolvimento sustentável para o discurso público. De acordo com o relatório, o desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades. A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento de 1992 põe fim a qualquer questionamento externo sobre a posição adotada pelo Brasil, já que sediou o evento popularmente conhecido como ECO-92. Foi debatido o paradigma de desenvolvimento sustentável direcionado para o crescimento com responsabilidade, cujo alicerce é o fortalecimento das ações integradas da sociedade, fazendo com que as decisões contemplem aspectos ambientais, sociais e econômicos. A “Cúpula da Terra”, como ficou conhecida, adotou a ‘Agenda 21’, um diagrama para a proteção do nosso planeta e seu desenvolvimento sustentável, a culminação de duas décadas de trabalho que se iniciou em Estocolmo em 1972. Para assegurar o total apoio aos objetivos da Agenda 21, a Assembleia Geral estabeleceu, em 1992, a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável como uma comissão funcional do Conselho Econômico e Social. A Cúpula da Terra também levou à adoção da Convenção da ONU sobre a Diversidade Biológica (1992) e a Convenção da ONU de Combate à Desertificação em Países que sofrem com a Seca e/ou a Desertificação, Particularmente na África (1994). Dez anos depois, em 2002, ocorreu em Joanesburgo, na África do Sul, a Rio+10; e em 2012, novamente no Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Em setembro de 2015, ocorreuem Nova York, na sede da ONU, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. Nesse encontro, todos os países da ONU definiram os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável que deve finalizar o trabalho dos ODM e não deixar ninguém para trás. Com prazo para 2030, mas com o trabalho Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 começando desde já, essa agenda é conhecida como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 1.4 Conceitos Importantes 1.4.1 Meio Ambiente Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem Física, Química e Biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Conceito extraído do Art. 3, § I, da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente). Obs.: o conceito legal não abrange amplamente todos os bens jurídicos tutelados, restringindo-se ao meio ambiente natural, como se verá. 1.4.2 Bem Ambiental Definido constitucionalmente como sendo de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações. (Art. 225, caput, CF/88). 1.4.3 Desenvolvimento Sustentável Modelo de desenvolvimento amplamente discutido na ECO-92, resultando no documento conhecido como Agenda 21, em que se busca basicamente a harmonia entre o desenvolvimento econômico e a utilização dos recursos naturais de forma consciente, equilibrada ou sustentável. 1.4.4 Degradação da qualidade ambiental Alteração adversa das características do meio ambiente (Conceito extraído do Art. 3, § I, da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente). 1.4.5 Poluição Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades, que ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 a biota7; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. (Conceito extraído do Art. 3, § I, da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente). 1.4.6 Poluidor Pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (Conceito extraído do Art. 3, § IV, da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente). 1.4.7 Recursos Ambientais A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora (Conceito extraído do Art. 3, § V, da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente). 1.4.8 Direito Ambiental O Direito Ambiental, como o meio ambiente, não possui um conceito preciso acerca de sua definição. Contudo, pode-se afirmar que o Direito Ambiental trabalha as normas jurídicas dos vários ramos do direito, bem como se relaciona com outras áreas do saber humano como a Biologia, a Física, a Engenharia, o Serviço Social, entre outras. É, portanto, o Direito Ambiental, uma matéria multidisciplinar que busca adequar o comportamento humano com o meio ambiente que o rodeia. Outra importante constatação é o fato de ser um direito difuso, ou seja, pertence a todos os cidadãos e não a uma ou outra pessoa ou conjunto de pessoas determinadas. 1.5 Princípios do Direito Ambiental Princípios são os mandamentos básicos e fundamentais nos quais se alicerça uma ciência. São as diretrizes que orientam uma ciência e dão subsídios à aplicação das suas normas. 7 Biota representa o conjunto de todos os seres vivos de uma determinada região. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 Os princípios são considerados como normas hierarquicamente superiores às demais normas que regem uma ciência. Em uma interpretação entre a validade de duas normas, prevalece aquela que está de acordo com os princípios da ciência. Apesar de ser uma ciência jurídica nova, o Direito Ambiental já conta com princípios específicos que o diferenciam dos demais ramos do Direito, apesar dos autores divergirem um pouco na colocação dos princípios. Aliás, nomes de alguns princípios diferenciam de autor para autor. Abaixo seguem os princípios norteadores do Direito Ambiental, que entendemos ocorrer. São eles: Princípio da Legalidade: necessidade de suporte legal para obrigar-se a algo. Obrigatoriedade de obediência às leis (art. 5, II da Constituição Federal). Princípio da Supremacia do Interesse Público: a proteção ambiental é um direito de todos, ao mesmo tempo em que é uma obrigação de todos (art. 225, CF). Isto demonstra a natureza pública desse bem, o que leva a sua proteção a obedecer ao princípio de prevalência do interesse da coletividade, ou seja, do interesse público sobre o privado na questão de proteção ambiental. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: por ser o meio ambiente equilibrado um direito de todos (art. 225, CF) e ser um bem de uso comum do povo, é um bem que tem caráter indisponível, já que não pertence a este ou aquele. Princípio da Obrigatoriedade da Proteção Ambiental: esse princípio está estampado no art. 225, caput, da Constituição Federal, que diz que o Poder Público e a coletividade devem assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente sadio e equilibrado. Princípio da Prevenção ou Precaução: baseado no fundamento da dificuldade e/ou impossibilidade de reparação do dano ambiental. Artigo 225, §1º, IV da Constituição Federal, que exige o EIA/RIMA; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, princípio 15, que diz: De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com as suas necessidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 Princípio da Obrigatoriedade da Avaliação Prévia em Obras Potencialmente Danosas ao Meio Ambiente: a obrigatoriedade da avaliação prévia dos danos ambientais em obras potencialmente danosas ao público está disciplinada pelo art. 225 da Constituição Federal que obriga o Estudo de Impacto Ambiental e o seu respectivo relatório (EIA, RIMA). Princípio da Publicidade: os Estudos de Impacto Ambiental e os seus respectivos relatórios (EIA, RIMA) têm caráter público, portratar do envolvimento de elementos que compõe um bem de todos, ou seja, o meio ambiente sadio e equilibrado (art. 225, CF). Por essa razão, deve haver publicidade ante sua natureza pública. A Resolução nº 9, de dezembro de 19878 do CONAMA, disciplina a audiência pública na análise do RIMA. Princípio da Reparabilidade de Dano Ambiental: esse princípio vem estampado em vários dispositivos legais, iniciando-se na Constituição Federal, art. 225, §3º, em que se diz que “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. O art. 4º, VII, da Lei 6.938/85, também obriga o poluidor e o predador a recuperar e/ou indenizar os danos causados. Princípio da Participação: princípio 10 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992; art. 225, CF, esclarece que a coletividade deve preservar o meio ambiente. Participação na elaboração de leis; participação nas políticas públicas através de audiências públicas e participação no controle jurisdicional através de medidas judiciais como ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e ação popular. Princípio da Informação: em se tratando do tema ambiental, a sonegação de informações pode gerar danos irreparáveis à sociedade, pois poderá prejudicar o meio ambiente que além de ser um bem de todos, deve ser sadio e protegido por todos, inclusive pelo Poder Público, nos termos do art. 225, da Constituição Federal. Ademais, pelo inciso IV do citado artigo, o Poder Público, para garantir o meio ambiente equilibrado e sadio, deve exigir estudo prévio de impacto ambiental para 8 Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 obras ou atividades causadoras de significativa degradação do meio ambiente, ao que deverá dar publicidade; ou seja, tornar disponível e público o estudo e o resultado, o que implica na obrigação de fornecimento de informação ambiental. - Art. 216, § 2º, da CF: disciplina o patrimônio cultural, traz especificamente que “cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear a sua consulta a quantos dela necessitem”. - Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente): prevê a divulgação de dados e informações ambientais para a formação de consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico (art. 4º, V). No art. 9º, XI, diz que entre os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente está a garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las quando inexistentes, inclusive. - Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor): traz a obrigação de informação em vários de seus artigos. - Lei 8.974/959 (Lei da Biossegurança): está previsto que os órgãos responsáveis pela fiscalização dos Ministérios envolvidos na temática e ali citados devem “encaminhar para publicação no Diário Oficial da União, resultado dos processos que lhe forem submetidos a julgamento, bem como a conclusão do parecer técnico”. (art. 7º VIII). - Lei 9.433/9710 (Política Nacional de Recursos Hídricos): estabelece como um de seus instrumentos, o sistema de informações sobre os recursos hídricos (art. 5º). - Lei 7.661/9811 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro): determina em seu art. 8º que os dados e as informações resultantes do monitoramento exercido sob responsabilidade Municipal, Estadual ou Federal na Zona Costeira, comporão o Subsistema Gerenciamento Costeiro, integrante do Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente – SINIMA. 9 Revogada pela Lei nº 11.105, de 2005 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004- 2006/2005/Lei/L11105.htm#art42). 10 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm 11 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7661.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 - Agenda 21, capítulo 40: determina, em suma, que no processo do desenvolvimento sustentável, tanto o usuário, quanto o provedor de informação devem melhorar a disponibilidade da informação. - Decreto 2.51912, de 1998: a Convenção sobre Diversidade Biológica aderida pelo Brasil pelo citado decreto prevê (art. 17º) a obrigatoriedade do intercâmbio de informações, disponibilizando-as ao público. - Dec. 2.741, de 199813: na Convenção Internacional de Combate à Desertificação, determina a divulgação das informações obtidas nos trabalhos científicos sobre a temática (art. 18). Princípio da Função Sócio-Ambiental da Propriedade: com o advento da Constituição Federal de 1988, a propriedade passou a ter seu uso condicionado ao bem-estar social e a ter, assim, uma função social e ambiental, conforme consta dos seus artigos. 5º, XXIII, 170, III e 186, II. Para o Direito Ambiental, o uso da propriedade só pode ser concebido se respeitada sua função sócio-ambiental, tornando-se assim mais um dos seus princípios orientadores. Princípio do Poluidor-Pagador: declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, princípio 16, art. 4º, Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) e Lei 9.433/9714 (Lei das Águas) e art. 225, § 3º Constituição Federal. Princípio da Compensação: esse princípio não está expressamente previsto na legislação, mas existe em virtude da necessidade de se encontrar uma forma de reparação do dano ambiental, principalmente quando irreversível. O causador do dano irreversível pode fazer uma compensação com uma ação ambiental. Exemplo: o aterro irreversível de uma lagoa onde há vida selvagem, pode ser compensado com medidas de proteção efetiva em um lugar similar, ou mesmo a restauração de uma outra lagoa próxima. O art. 8º, da Lei 6.938/81, diz que compete ao CONAMA, entre outras coisas, homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção 12 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2519.htm 13 Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1998/decreto-2741-20-agosto-1998- 343203-publicacaooriginal-1-pe.html 14 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 ambiental. Estando aí uma possibilidade de se compensar o prejuízo com uma ação ambiental. Princípio da Responsabilidade: todo aquele que praticar um crime ambiental estará sujeito a responder, podendo sofrer penas na área administrativa, penal e civil. Lei 9.605/9815, que trata dos crimes ambientais; Lei 6.938/81,art. 14º, que trata da responsabilidade objetiva do degradador. Princípio do Desenvolvimento Sustentável: declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, Princípio 3, que definiu o desenvolvimento sustentável. Agenda 21. Princípio da Educação Ambiental: Art. 225, § 1º, VI, da Constituição Federal, prevê o princípio da educação ambiental ao dizer que compete ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. A educação ambiental tornou-se um dos principais princípios norteadores do direito ambiental. Está previsto ainda na Agenda 21. Princípio da Cooperação Internacional: como a poluição pode atingir mais de um país, além do que a questão ambiental tornou-se uma questão planetária, assim como a proteção do meio ambiente, a necessidade de cooperação entre as nações, o princípio da cooperação internacional, tornou-se uma regra a ser obedecida, estabelecendo-se assim mais um princípio norteador do Direito Ambiental. Princípio 2 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. Princípio da Soberania dos Estados na Política Ambiental: Agenda 21. 1.6 Ética Ambiental A palavra ética vem do grego ETHOS que significa: modo de ser, caráter enquanto forma de vida do homem. Ética é a forma de proceder ou de se comportar do ser humano no seu meu social, sendo, portanto uma relação intersocial do homem, seus parâmetros são as condutas aceitas no meio social e têm raízes no 15 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 fato da moral como sistema de regulamentação das relações intersociais humanas, assentando-se em um modo de comportamento. Portanto, a ética é uma ciência da moral e pode ser definida como: a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade (VASQUEZ, 1993). Podemos, também, dividi-la em: ética normativa, que são as recomendações; ética teórica, quando explica a natureza da moral relacionada às necessidades sociais. Enquanto teoria, a ética estuda e investiga o comportamento moral dos homens, tendo seu valor como teoria naquilo que explica e não no fato que recomenda ou prescreve. Atualmente, ante as correntes intuitivas, positivas e analíticas, a ética foi reduzida à análise da linguagem moral, abstraindo-se as questões morais (VASQUEZ, 1993). Resultado disso é que a moral e a ética perderam significado social, dando-se hoje em dia importância à obtenção finalista do sucesso pessoal e material a qualquer custo, ficando assim reduzidas a preceitos delimitadores das relações profissionais (Códigos Éticos), restando apenas a ética normatizada e direcionada às profissões, não havendo mais uma ética universal. Dessa forma, passamos por uma crise ética e moral, faltando uma orientação ética geral. Como ciência da moral, a ética como conhecemos está relegada a um plano inferior social, deixando de ser uma orientadora do comportamento humano como dantes. Uma nova forma de relação ética vem surgindo, como pretendemos demonstrar, ante a degradação ambiental em larga escala e o desenvolvimento científico, o qual vem desvendando a origem do homem, tirando-o do pedestal de espécie superior. Toda a sociedade é responsável pela degradação ambiental, pois o rico polui com sua atividade industrial, comercial, entre outras; o pobre polui por falta de condições econômicas de viver condignamente e por falta de informações, já que a maioria é semi-analfabeta; e o Estado polui por falta de informações ecológicas de seus administradores, gerando uma política desvinculada dos compromissos com o meio ambiente. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 Somando isso aos novos conhecimentos científicos que concluem que o homem faz parte da natureza, como vemos, por exemplo, na teoria evolucionista de Darwin, pela qual a raça humana tem origem no mesmo ancestral dos grandes macacos e evolui como todos os demais seres viventes. E, ainda, a Teoria de Gaia de Lovelock para a qual a Terra, Gaia, é um ser vivo que pulsa em vida plena com todos os seus seres, incluindo o homem, em igualdade de condições, surgiu a necessidade do ser humano rever a sua ação predatória e, consequentemente, seu comportamento integral, fazendo com que a visão antropocêntrica que rege a conduta humana, tendo o homem como o centro do universo, comece a perder força. Ética antropocêntrica: a ética antropocêntrica, defendida principalmente por Kant, que orientou e deu base para as doutrinas posteriores, estuda o comportamento social do homem entre si, levando-o a condição de espécie superior pela razão, perde campo para uma nova visão: a visão ecocêntrica. Ética ecocêntrica: essa nova visão ecocêntrica que podemos definir como o homem centrado em sua casa – “oikos” = casa em grego –, ou seja, o homem centrado no tudo ou no planeta como sua morada, permite o surgimento de uma ética que estuda também o comportamento do homem em relação à natureza global; com ela, o ser humano passa a entender melhor a sua atuação e responsabilidade para com os demais seres vivos. Então, surge a necessidade de uma nova forma de conduta em relação à natureza. Uma nova concepção filosófica homem-natureza. A ética passa a ser também, nesse caso, um estudo extrassocial e extrapola os limites intersociais do homem, nascendo assim, uma nova ética diversa da ética tradicional. Surge a ética ambiental. Com ela, nós passamos a ter mais “humildade zoológica” e, consequentemente, passamos a ter um novo entendimento da vida. Mas para que isso ocorra, é necessário que tenhamos uma plena conscientização da problemática ambiental, caracterizando esta como ter pleno conhecimento de algo e o seu processo dá-se internamente, refletindo-se nas ações. Essa nova filosofia ecocêntrica e a conscientização fazem com que o ser humano passe a se preocupar com suas ações entendendo que ele faz parte na natureza, não é o “dono da Natureza”. Assim, espera-se que esse passe a compreender que a Natureza não está ali para servi-lo, mas para que ele possa sobreviver em harmonia com os Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 demais seres. Percebendo isso, o ser humano passará a se preocupar com suas ações, passará a ter ações coerentes em relação à Natureza e mesmo às suas ações intersociais passam a ser direcionadas à causa da preservação da vida global. Então, estará ele desenvolvendo cada vez mais uma “visão holística” do mundo, ou seja, uma visão global. Essa nova consciência e visão global trazem a necessidade de desenvolver uma nova linha de conduta ética com a Natureza, formando uma nova interligação ética homem-natureza. Ética ambiental: podemos definir essa Ética Ambiental como a conduta, ou a própria conduta, comportamental do ser humano emrelação à natureza, decorrente da conscientização ambiental e consequente compromisso personalíssimo preservacionista, tendo como objetivo a conservação da vida global. Uma nova relação ética: com essa nova ética, diferente da ética tradicional, pautamos toda a sua vida e assim estaremos agindo sempre com um maior compromisso ético. Compromisso criado por nós, dentro de nós. Sem nenhuma lei que não seja a nossa consciência. Esse compromisso ético é personalíssimo, de modo que não está adstrito a nenhum outro compromisso. É um compromisso de todos os conscientes. É um compromisso da sociedade consciente. É ético, não legal. Não se trata de obrigação legal, mas moral e ética de cada um. O compromisso ético reflete-se em ações éticas, isto é, em ações coerentes com os princípios éticos da pessoa, de modo que as ações impulsionadas por essa nova ética homem-natureza trarão resultados favoráveis à preservação ambiental e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida, ficando assim criada uma barreira ética protegendo a natureza como um todo. A ética ambiental aqui exposta passa a ser o início de uma nova ordem mundial, é uma nova filosofia de vida do ser humano alicerçada em novos valores extrassociais humanos. Sua base científica é o estudo da relação homem-natureza, englobando nesse binômio todas as raças humanas e todos os seres existentes, abrangendo também os inanimados como o solo, o ar e a água. Tudo que existe tem sua importância e passa a fazer parte dessa nova relação ética. Essa nova ética ajudará a formar uma humanidade consciente de sua posição perante a vida no planeta Terra e dará origem a uma nova postura, um novo comportamento calcado na preservação global da natureza, sendo uma nova esperança de vida. A Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 colocação em prática dessa nova forma de comportamento ético propiciará uma enorme satisfação subjetiva e íntima em cada indivíduo e, consequentemente, da sociedade humana de estar contribuindo com responsabilidade para a preservação do maior bem que existe, que é a Natureza como um todo. Isso nos dará a esperança de poderemos prolongar a existência de nossa espécie nesse planeta com condições mais dignas, permitindo que possamos usufruir juntamente com os demais seres desse bem que é a vida, só existente por comprovação científica na nave-mãe Terra. Uma nova forma comportamental e uma nova esperança de vida, daí a importância de se conscientizar todos os segmentos da sociedade para essa nova relação ética. 1.7 Classificações do Meio Ambiente Apesar de para muitos ainda persistir a equivocada concepção de que preservar o meio ambiente é proteger somente a fauna e a flora, contemporaneamente, o meio ambiente, enquanto bem jurídico constitucionalmente tutelado, pode ser enquadrado sob cinco prismas diferenciados: i) o meio ambiente natural; ii) o meio ambiente artificial; iii) o meio ambiente cultural; iv) o meio ambiente do trabalho; e, v) o patrimônio genético. i) Cuida dos recursos naturais: interações com a atmosfera, a águas, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna, a flora e a zona costeira. (Lei 6.938/81). Biosfera: conjunto de regiões da Terra onde existe vida. ii) Construído pela ação humana, transformando os espaços naturais em espaços urbanos (Art. 21, XX; 182 e segs., e 225 CF/88). iii) Relacionado com os bens da natureza material e imaterial, os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. iv) Protege o homem em seu local de trabalho mediante observância às normas de segurança (Art. 7º, XXII; 200, VII e VIII CF/88). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 v) Informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos (Lei 13.123/201516). 1.8 Responsabilidade Civil Ambiental Para que tratemos da responsabilidade civil decorrente de danos ambientais, é de suma importância que primeiramente façamos um estudo sobre a responsabilidade civil e sua classificação. A palavra responsabilidade tem sua origem etimológica no verbo latino respondere, de spondeo, primitiva obrigação de natureza contratual do Direito Romano, pela qual o devedor se vinculava ao credor nos contratos verbais, tendo, portanto, a ideia e a concepção de responder por algo. Segundo ÁLVARO VILLAÇA AZEVEDO (2011), responsabilidade civil “é a situação de indenizar o dano moral ou patrimonial decorrente de inadimplemento culposo, de obrigação legal ou contratual, ou imposta por lei”. Quanto à classificação da responsabilidade civil, temos duas teorias: a subjetiva e a objetiva. A teoria subjetiva tem na culpa seu fundamento basilar, só existindo a culpa se dela resulta um prejuízo. Todavia, essa teoria não responsabiliza aquela pessoa que se portou de maneira irrepreensível, distante de qualquer censura, mesmo que tenha causado um dano. Aqui, argui-se a responsabilidade do autor quando existe culpa, dano e nexo causal. A teoria objetiva não exige a comprovação da culpa e hodiernamente tem sido subdividida em pura e impura. A responsabilidade civil é objetiva pura quando resultante de ato lícito ou de fato jurídico, como alguém que age licitamente e, mesmo assim, deve indenizar o prejuízo decorrente de sua ação. Nesse caso, a lei deve dizer, expressamente, que o indenizador deve indenizar independentemente de culpa, como nos danos ambientais (art. 14, § 1º, da Lei 6938/81), nos danos nucleares (art. 4, da Lei nº 6.453/7717) e em algumas hipóteses do Código do Consumidor. 16 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13123.htm 17 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6453.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 Por outro lado, a responsabilidade civil objetiva impura existe quando alguém indeniza, por culpa de outrem, como no caso do empregador que, mesmo não tendo culpa, responde pelo ato ilícito de seu empregado (Súmula 341 do Supremo Tribunal Federal). Responsabilidade Civil por Danos Ambientais: após breve explanação sobre as teorias da responsabilidade civil, podemos finalmente abordar o tema no âmbito dos danos ambientais. O legislador pátrio consagrou a teoria da responsabilidade objetiva no que tange à responsabilização decorrente de danos ambientais, tendo como base a teoria do risco, segundo a qual cabe o dever de indenizar àquele que exerce atividade perigosa, consubstanciando ônus de sua atividade o dever de reparar os danos por ela causados e, assim, para que se prove a existência da responsabilidade por danos ambientais, basta a comprovação do dano existente e do nexo causal, conforme veremos mais detalhadamente a seguir. A culpa não precisará ser provada.Previsão Legal: Decreto-Lei nº 79.437/7718: promulgou a Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por Danos Causados por Poluição por Óleo. Lei nº 6.453, de 17 de outubro de 1977: trata da responsabilidade civil por danos nucleares, prevendo em seu artigo 4º que “será exclusiva do operador da instalação nuclear, nos termos desta Lei, independentemente da existência de culpa, a responsabilidade civil pela reparação de dano nuclear causado por acidente nuclear”. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981: lei na Política Nacional do Meio Ambiente, artigo 14, § 1º: Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. 18 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/D79437.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 Lei nº 7.347/85: Ação Civil Pública. Constituição Federal, 1988: Art. 21, inciso XXIII, alínea “c” – referente aos danos causados por atividade de exploração de energia nuclear, sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas19; Art. 225, § 2º e 3º – o primeiro tratando das condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, sujeitando os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados; e o segundo referente àquele que explorar recursos minerais, ficando obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Lei nº 7.797/89: Fundo Nacional do Meio Ambiente. Lei nº 7.802/8920: dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Natureza Jurídica do Meio Ambiente: como expresso no artigo 225, caput da Constituição Federal, o meio ambiente é bem de uso comum do povo. Assim, tratando-se de responsabilidade civil ambiental, deverá ser levada em conta a tutela do direito de toda a qualidade de vida, da compensação pelo equilíbrio ambiental. Dano Ambiental: o dano ambiental pode ser compreendido como qualquer lesão aos recursos ambientais, causando a degradação e, consequentemente, o desequilíbrio ecológico. Caracteriza-se pela pluralidade de vítimas. Quando ocorre o dano ambiental, afeta-se o direito de viver em meio ambiente ecologicamente equilibrado e da fruição desse bem de uso comum de todos, como consagrado no 19Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc49.htm#art1). 20 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7802.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 artigo 225 de nossa Constituição Federal. Assim, não apenas a agressão à natureza que deve ser objeto de reparação, mas também a privação do equilíbrio ecológico, do bem-estar e da qualidade de vida imposta à coletividade. Nexo causal: na responsabilidade objetiva, além do dano supra explanado, também se deve provar o nexo de causalidade, ou seja, a relação entre a ocorrência do dano e a fonte causadora. Se o dano for causado por mais de uma fonte, havendo pluralidade de agente degradadores, todos deverão responder solidariamente, nos termos do artigo 942 do Código Civil (Lei 10.406/200221). Conclusão: os danos causados ao meio ambiente poderão ser tutelados por diversos instrumentos jurídicos, com destaque para a ação civil pública, ação popular e mandado de segurança coletivo, porém, antes que cheguemos a este ponto, é mister que o princípio da prevenção prevaleça, pois é muito melhor prevenir do que reparar, e, além disso, em muitos casos, o prejuízo ao meio ambiente é irreversível. 1.9 Ação Civil Pública Neste item apresentamos um esboço com algumas características da ação civil pública, para que o interessado tenha uma ideia do que se trata. Histórico: os grandes movimentos ambientais mundiais geram conscientização da problemática ambiental. A degradação ambiental mais a impunidade geraram a necessidade de se encontrar formas de proteção jurídica ao meio ambiente e assim surgiram as leis relacionadas à sua proteção, cujo conjunto acabou se tornando o que chamamos de Direito Ambiental. Devido aos reflexos da class actions americana – que é o instrumento adequado à tutela dos interesses coletivos à defesa de grupos de pessoas ou segmentos sociais, surgiu no direito brasileiro a ação civil pública ou coletiva disciplinada pela Lei 7.347/85, tendo sido prevista posteriormente também pelo art. 129, III, da Constituição Federal, que prevê o instrumento de tutela de interesses da sociedade. 21 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 Definição: a ação civil pública é a ação de caráter público que protege o meio ambiente os consumidores e os direitos difusos e coletivos, entre outros. Essa ação é civil porque se processa perante o juízo cível e é pública porque defende o patrimônio público, bem como os direitos difusos e coletivos. Natureza Jurídica: eminentemente processual. Objeto: condenação em pecúnia ou obrigação de fazer ou não fazer (art. 3º da Lei 7.347/85). Protege: o meio ambiente; o consumidor; bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e qualquer outro interesse difuso ou coletivo e infração da ordem pública. INTERESSES DIFUSOS: indivisível, titulares pessoas indetermináveis. INTERESSES COLETIVOS: indivisível, os titulares são grupos, classes ou categorias. Atualmente tem-se entendido que o objeto da ação civil pública é muito amplo, em vista do que dispõe o inc. IV do art. 1º da Lei 7.347/85 quando diz “rege a lei qualquer outro interesse difuso ou coletivo” e o art. 110 do Código do Consumidor. Foro: local do dano (art. 2º). Havendo intervenção ou interesse da União, autarquia ou empresa pública federal, e não houver Vara da Justiça Federal na Comarca, será competente o juízo estadual local e em segunda instância o Tribunal Regional Federal da Região respectiva. De acordo com a Medida provisórianº 2.180-35, de 2001, a propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. Prescrição: ação imprescritível. Cautelar: possibilidade. Atualmente, com a possibilidade do adiantamento da tutela pretendida (art. 300, Código de Processo Civil, Lei 13.105/201522), pode ser pedida liminar no bojo da ação (art. 12º da Lei 7.347/85). Legitimidade Ativa: Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estados, o Distrito Federal, Municípios, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades 22 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 de economia mista e associações que incluam, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (art. 5º da Lei 7.347/85). Legitimidade Passiva: o causador do dano. Denunciação da Lide: não cabe, pois a responsabilidade objetiva não pode ser acumulada com a responsabilidade por culpa. Litisconsorte Ativo Facultativo: possibilidade. Inquérito Civil: procedimento administrativo investigatório, com natureza jurídica inquisitorial. (art. 8º, § 1º da Lei 7.347/85). É peça fundamental, podendo ser dispensável apenas em casos de urgência e relevância assim reconhecidas. A instauração do inquérito civil preparatória da ação civil pública é atribuição do Ministério Público, sendo sua função constitucional, nos termos do art. 129, III, da Constituição Federal. Compromisso de Ajustamento: previsto no inquérito (art. 5º, § 6º da Lei 7.347/85), bem como na ação. Arquivamento: pelo MP (art. 9º da Lei 7.347/85). Código de Processo Civil: aplicação subsidiária (art. 19º da Lei 7.347/85). Reparação de Dano: para reparar dano ambiental que é a lesão aos recursos ambientais (Lei 6.938/81, art. 3º, V): a- retorno ao “status quo ante” pela reparação ou recuperação; b- indenização em dinheiro, forma final. Responsabilidade Objetiva: no caso de dano ambiental, independente de prova de culpa. Pressupostos: ação ou omissão do réu; evento danoso; relação de causalidade. Meio Ambiente: patrimônio indispensável do Estado. Sentença: efeito coisa julgada erga omnes (art. 16 da Lei 7.347/85), exceto se a ação for julgada improcedente por deficiência de provas. Ou seja: a sentença civil fará coisa julgada perante terceiros e frente a todos e não somente perante as partes. Coisa julgada é quando a sentença não está mais sujeita a recurso ordinário Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 ou extraordinário, tornando-se imutável e indiscutível (art. 502 do Código de Processo Civil, CPC/2015). 1.10 Participação da Sociedade na Problemática Ambiental A Constituição Federal, em seu art. 225, caput, diz que o meio ambiente sadio e equilibrado é um bem de uso comum do povo, insuscetível de apropriação por quem quer que seja. Como dito em outras ocasiões, “Meio Ambiente” pode ser definido como o conjunto de condições e de fatores físicos, químicos, climáticos e biológicos, entre outros, que favorece a existência, a manutenção e o desenvolvimento da vida animal e vegetal em interdependência em determinada área. Esse conjunto de condições é necessário à existência de vida animal e vegetal e é de suma importância, devendo ser protegida, daí porque é contemplado pela nossa Carta Magna, mas para sua proteção, é necessária uma sistemática legal eficaz, bem como uma fiscalização concreta na execução das políticas ambientais e na execução de obras que demandem depredação ao meio ambiente. Por último, é importante que seja permitida a provocação e consequente atuação do Poder Judiciário na repreensão dos transgressores para que seja mantida a ordem pública ambiental. Essas medidas referidas já encontram respaldo jurídico no Brasil, uma vez que é possibilitada a participação popular na apresentação de projetos de leis nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal, limitando-se apenas a um certo número de cidadãos. Assim, as entidades ambientais e os cidadãos em conjunto podem iniciar o processo legislativo participando efetivamente na elaboração de leis de proteção ambiental. Também podem participar na fiscalização e na execução de obras e na política ambiental em discussão pública quando da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), peças fundamentais e obrigatórias nas obras com potencial de degradação ao meio ambiente. Dessa forma, a sociedade pode também participar e exarar um controle ambiental na execução de obras que demandem custo ecológico. Observa-se, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 ainda, que a Constituição do Estado de São Paulo em seu artigo 193, caput, e XVIII, garante a participação da coletividade na proteção ao meio ambiente. Por último, para que se possa efetivamente barrar qualquer iniciativa predatória ao meio ambiente, podem e devem os cidadãos e/ou as entidades sociais, provocar a atuação jurisdicional do Estado, dispondo para isso da ação direita da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo; da ação civil pública, ação popular constitucional para o fim de anular ato lesivo ao patrimônio público; mandado de segurança coletivo às entidades associativas, aos partidos políticos e aos sindicatos para defender interesses transindividuais; e ainda o mandado de injunção em se faltando norma regulamentadora a agasalhar um direito reconhecido. Assim, conclui-se que no ordenamento jurídico brasileiro há normas legais suficientes para que a sociedade como um todo possa participar na criação de leis ambientais, na fiscalização das atividades danosas ao meio ambiente, bem como proteger esse com medidas jurídicas eficazes, conforme normas abaixo relacionadas. Basta a boa vontade da coletividade aliada a uma conscientização da importância da preservação da natureza, sendo esse o mais rico legado que podemos deixar aos nossos descendentes. Legislação sobre a temática: Constituição Federal, art. 225, caput - Meio Ambiente como bem de uso comum do povo, insuscetível de apropriação. Meio Ambiente: conjunto de condições e de fatores físicos, químicos, climáticos e biológicos, entre outros, que favorecem a existência, a manutenção e o desenvolvimento da vida animal e vegetal em interdependência em determinada área. PARTICIPAÇÃO POPULAR E DE ENTIDADES NA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE LEIS: arts. 14, II, III; 29, XI e 61, § 2º da Constituição Federal e no caso de São Paulo nos arts. 22, IV e 24, § 3º, 1 e 2 da Constituição Estadual. PARTICIPAÇÃO POPULAR E DE ENTIDADES NA FISCALIZAÇÃO E NA EXECUÇÃODE OBRAS: na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Lei 6.938/80, Lei 6.803/80, Dec. 88.351/83, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 Res. 001/8623, do CONAMA. Constituição do Estado de São Paulo, art.193, caput, XVIII. PARTICIPAÇÃO POPULAR E DE ENTIDADES NA PROTEÇÃO LEGAL: provocando a atuação jurisdicional do Estado mediante: ação direta da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (art. 102, I, “c”, art. 103 da C.F.); ação civil pública art. 129, III, e § 1º da C.F. c.c. Lei 7.347 de 24.07.85; ação popular constitucional art .5º, LXXIII da C.F.) para o fim de anular ato lesivo ao patrimônio público; mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXXI da C.F.) às entidades associativas, aos partidos políticos e aos sindicatos para defender interesses transindividuais; e ainda o mandado de injunção (art. 5º, LXXII da C.F.) em se falando norma regulamentadora a agasalhar um direito reconhecido. 1.11 Desconsideração da Pessoa Jurídica na Questão Ambiental Como se sabe, as pessoas jurídicas não se confundem com as pessoas físicas de seus sócios, sendo essa distinção amplamente reconhecida na legislação e na doutrina brasileiras. Porém, já há algum tempo essa diferenciação clássica vem sofrendo algumas limitações e restrições, notadamente quando se constata que a pessoa jurídica foi utilizada para fraudar ou impedir a responsabilização por atos fraudulentos, como por exemplo, constituição da empresa para acobertar negócios ilegais dos sócios e a delapidação do patrimônio social no correr de processo com o intuito de prejudicar credores. Todas as sociedades civis ou comerciais devem ter como objeto fins lícitos e quando cometem algum ato ilícito devem responder por ele, o que normalmente ocorre de forma monetária como nos casos de indenizações civis, trabalhistas, entre outros. Também pode acabar respondendo drasticamente com o patrimônio pela má-administração, culminando muitas vezes com a falência, o que liquida as suas possibilidades no mercado. Tudo isso forma o contexto de atividade normal de risco da sociedade. 23 Alterada pelas Resoluções nº 11, de 1986, nº 05, de 1987, e nº 237, de 1997. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 Mas quando ela é constituída com o intuito de fraudar, acobertar objetos ilícitos ou ainda passa a dificultar a sua responsabilização patrimonial com mecanismos ilegais, estará sujeita a ser desconsiderada para a recuperação dos bens ou para que seus sócios respondam com seu patrimônio pelos atos praticados por ela, aplicando-se assim o instituto jurídico denominado “desconsideração da personalidade jurídica”. A desconsideração da pessoa jurídica ou da personalidade jurídica, ou ainda do inglês “disregard of legal entity” já vem sendo aplicada no Brasil há alguns anos, estando a matéria praticamente consolidada tanto na doutrina quanto na jurisprudência. Com a entrada em vigor da Lei nº 9.605, de 13.2.98 (Lei dos Crimes Ambientais), o referido instituto voltou à tona já que é previsto especificamente em se tratando de ilícitos de cunho ambiental (art. 4º); pois vejamos. A citada lei ambiental prevê também inovações interessantes como a possibilidade de condenação do diretor, administrador, membro de conselho e órgão técnico, auditor, gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurídica que sabendo da conduta criminosa de outrem elencada na lei deixar de impedir sua prática, quando podia agir para evitá-la (art. 2º). E ainda a possibilidade de responsabilização administrativa, civil e penal das pessoas jurídicas por infrações cometidas por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado no interesse ou benefício da sua entidade (art. 3º). Já seu art. 4º diz que: “poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente”, estando aí prevista expressamente a figura da “desconsideração da personalidade jurídica” na esfera dos crimes ambientais. Isto é muito importante, pois a aplicação desse instituto permite a justiça inibir a fraude de pessoas que utilizam as regras jurídicas da sociedade para fugir de suas responsabilidades ou mesmo agir fraudulentamente. Ademais, não podemos esquecer que no caso dos crimes ambientais o bem tutelado é o meio ambiente que é considerado como bem de uso comum do povo (art. 225 da Constituição Federal), ou seja, é um bem difuso e de interesse de todos, que deve ser defendido por todos. Desse modo, a pessoa jurídica que praticar algum ilícito ambiental responderá juntamente com a pessoa física causadora do dano Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 entre as elencadas no art. 2º, pelos atos praticados por esta em seu nome (art. 3º). Também aquele que se esconder por detrás de uma sociedade, seja qual for, para praticar atos delituosos contra a qualidade do meio ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho, deverá responder administrativa, civil e penalmente por eles, com aplicação do instituto da “desconsideração da pessoa jurídica”. Aliás, é bom observar também, quanto à indenização na esfera civil, que a responsabilidade objetiva está em vigor, bastando ser averiguado o dano e a autoria para gerar a obrigação de indenizar, pois a Lei nº 9.603/98 não excluiu a responsabilidade na esfera civil; e nem poderia por existir previsão constitucional nesse sentido - art. 225, §3º (CF/88) e Lei 6.938/81 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e regulamenta o tema, prevendo-o em seu art. 14, § 1º. Portanto, as empresas ou indústrias em geral devem estar atentas às questões ambientais para que possam adaptar suas atividades e parques industriais aos novos anseios mundiais preservacionistas senão quiserem estar expostas a sanções que poderão inviabilizar seu empreendimento. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 UNIDADE 2 – LEI 6.938/8124 A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências, foi realmente um marco histórico para o Brasil, momento a partir do qual nossos recursos ambientais passaram a vislumbrar proteção e preservação. A Lei de PNMA foi responsável pela inclusão do componente ambiental na gestão das políticas públicas e decisiva inspiradora do Capítulo do Meio Ambiente na Constituição de 1988. Transformou a visão sobre a temática ambiental nos empreendimentosbrasileiros, orquestrando um processo fundamental para a evolução do País rumo ao Desenvolvimento Sustentável (FIORI; LARA; JARDIM, 2006). De acordo com o art. 1º, a lei é fundamentada nos incisos VI e VII do art. 23 e art. 235 da CF/88, estabelecendo a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos e formulação e aplicação, constituindo ainda o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e instituindo o Cadastro de Defesa Ambiental (redação dada pela Lei nº 8.028/90. Segundo LUÍS PAULO SIRVINSKAS (2005), a lei em questão definiu conceitos básicos como o de meio ambiente, de degradação e de poluição e determinou os objetivos, diretrizes e instrumentos, além de ter adotado a teoria da responsabilidade. De acordo com RICARDO CARNEIRO (2003), a política ambiental é a organização da gestão estatal no que diz respeito ao controle dos recursos ambientais e à determinação de instrumentos econômicos capazes de incentivar as ações produtivas ambientalmente corretas. A PNMA se resume no conjunto de metas e mecanismos que visam reduzir os impactos negativos da ação antrópica – aqueles resultantes da ação humana – sobre o meio ambiente. Como toda política, possui justificativa para sua existência, fundamentação teórica, metas e instrumentos, e prevê penalidades para aqueles que não cumprem as normas estabelecidas. Interfere nas atividades dos agentes econômicos e, portanto, a maneira pela 24 Para alterações na referida lei, bem como anexos, verificar em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 qual é estabelecida influencia as demais políticas públicas, inclusive as políticas industriais e de comércio exterior (LUSTOSA et al., 2003, p. 135). Sendo assim, por Política Nacional do Meio Ambiente se compreende as diretrizes gerais estabelecidas por lei que têm o objetivo de harmonizar e de integrar as políticas públicas de meio ambiente dos entes federativos, tornando-as mais efetivas e eficazes. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental para a vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Dessa maneira, o objetivo geral da Política Nacional do Meio Ambiente está dividido em preservação, melhoramento e recuperação do meio ambiente. Preservar é procurar manter o estado natural dos recursos naturais impedindo a intervenção dos seres humanos. Significa perenizar, perpetuar, deixar intocados os recursos ambientais (ANTUNES, 2000). Melhorar é fazer com que a qualidade ambiental se torne progressivamente melhor por meio da intervenção humana, realizando o manejo adequado das espécies animais e vegetais e dos outros recursos ambientais (SIRVINSKAS, 2005). É a atribuição ao meio ambiente de condições melhores do que ele apresenta (ANTUNES, 2000). Recuperar é buscar o status quo ante de uma área degradada por meio da intervenção humana, a fim de fazer com que ela volte a ter as características ambientais de antes (SIRVINSKAS, 2005). A recuperação é o objetivo mais difícil, em alguns casos até impossível, de ser alcançado, tendo em vista as características próprias do dano ambiental, sendo mais importante do que a punição de um degradador a imposição da recuperação do que foi degradado quando isso for possível (ANTUNES, 2000). Em 2012, com a Lei nº 12.651 (Código Florestal), que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e altera as Leis nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e nº 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; dando outras Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 providências e, na sequência, a Lei nº 12.727 de 17 de outubro de 2012, foram estabelecidos limites de uso da propriedade, que deve respeitar a vegetação existente na terra, considerada bem de interesse comum a todos os habitantes do Brasil. Entre as principais atualizações do Código Florestal Brasileiro, podemos destacar a obrigatoriedade de proteger e usar, de forma sustentável, as florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação. Da mesma forma, incentiva a pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa. Outra alteração bastante significativa foi quanto ao uso das faixas marginais de qualquer curso d’água natural, perene e intermitente. Foi incluído também o Capítulo III – A, que aborda o uso ecologicamente sustentável dos apicuns e salgados, estes podendo ser utilizados em atividades de carcinicultura e salinas, contanto que se garanta a manutenção da qualidade da água e do solo. 2.1 Sistema Nacional do Meio Ambiente O Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISAMA, congrega os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, cuja finalidade primordial é dar cumprimento aos princípios constitucionalmente previstos e nas normas instituídas, apresentando a seguinte estrutura: CONSELHO DE GOVERNO: órgão superior de assessoria ao Presidente da República na formulação das diretrizes e política nacional do meio ambiente. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA): órgão consultivo e deliberativo. Assessora o Governo e delibera sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente, estabelecendo normas e padrões federais que deverão ser observados pelos Estados e Municípios, os quais possuem liberdade para estabelecer critérios de acordo com suas realidades, desde que não sejam mais permissivos. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA): planeja, coordena, controla e supervisiona a política nacional e as diretrizes estabelecidas para o meio ambiente, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 executando a tarefa de congregar os vários órgãos e entidades que compõem o SISAMA. INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA): é vinculado ao MMA. Formula, coordena, fiscaliza, controla, fomenta, executa e faz executar a política nacional do meio ambiente e da preservação e conservação dos recursos naturais. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio): autarquia em regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integrada Sisnama. Foi criado pela lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007. É responsável por propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as unidades de conservação federais, além de fomentar e executar programas de pesquisa, proteção,
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