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Nutrição Materno Infantil

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Nutrição 
Materno-Infantil 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Fernanda Trigo Costa
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Lactação e Leite Materno
Lactação e Leite Materno
 
 
• Compreender as mudanças fisiológicas do período de lactação que interferem nas necessidades 
nutricionais da nutriz;
• Conhecer as características nutricionais do leite materno para ser capaz de planejar e elaborar 
orientações alimentares para esse público.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Fisiologia da Lactação;
• Recomendações Nutricionais para a Nutriz;
• Composição Nutricional do Leite Materno: 
Aspectos Nutricionais e Imunológicos;
• Técnicas de Aleitamento Materno ;
• Aspectos Psicológicos do Aleitamento Materno.
UNIDADE Lactação e Leite Materno
Contextualização
O aleitamento materno envolve diversos fatores: fisiológicos, ambientais, emo-
cionais e socioculturais. É composto pela lactação e a amamentação, que são bem 
diferentes uma da outra: a lactação diz respeito apenas às condições fisiológicas do 
estado materno/bebê, a amamentação vai muito além.
Almeida e Novak (2004), no artigo “Amamentação: um híbrido natureza-cultura”, 
relatam que:
As questões relacionadas à prática da amamentação têm sido objeto de 
interesse para diferentes atores e grupos sociais ao longo da história. Em 
todas as épocas, o ser humano foi levado a construir rotas alternativas 
para responder à demanda das mulheres que, por opção ou imposição, 
trilharam o caminho do desmame precoce. Desde a secular figura da 
ama-de-leite até a emblemática vanguarda científica construída pelo ma-
rketing dos fabricantes de leites modificados, a alimentação do lactente 
tem servido a propósitos que não se circunscrevem exclusivamente às 
questões ligadas à saúde, denotando, em muitas situações, interesses re-
lacionados à modulação de comportamento social e à oportunidade de 
auferir lucros de toda espécie. (ALMEIDA; NOVAK, 2004)
Esses autores discutem os aspectos culturais que permeiam o aleitamento materno e nos 
fazem refletir sobre o papel da mulher como nutriz e as dificuldades encontradas para que 
esse gesto de amor e promoção de saúde seja concretizado. Vale a pena a leitura!
“Amamentação: um híbrido natureza-cultura”. Disponível em: https://bit.ly/31j9zzC
Além de entendermos os aspectos socioculturais que estão associados ao aleita-
mento materno, é essencial o conhecimento das alterações fisiológicas e necessidades 
nutricionais da lactante ou nutriz, bem como a composição nutricional do leite materno 
e seus benefícios, para que possamos defender e promover condições para o manejo 
adequado e facilitado.
Todos esses assuntos serão abordados nessa unidade e as principais questões são: 
como o corpo da mãe se ajusta para a produção do leite materno? Quais são as vanta-
gens da amamentação natural em comparação com a amamentação com outros tipos de 
leite? Como é possível ajustar algumas técnicas de aleitamento para facilitar o processo?
Vamos juntos nessa descoberta?
8
9
Fisiologia da Lactação
As mamas, embora rudimentares nos homens, existem em ambos os sexos e são 
estruturas anexas à pele especializadas na produção de leite. Nas mulheres, desen-
volvem-se e se diferenciam na puberdade, atingindo o seu maior desenvolvimento na 
gravidez e na lactação (ÓRFÃO; GOUVEIA, 2009). São compostas internamente por 
ductos lactíferos, alvéolos, células mioepiteliais, lóbulos, tecido conjuntivo e, externa-
mente, por mamilo, aréola e corpúsculos de Montgomery (Figura 1) (VÍTOLO, 2015).
Parede torácica
Costelas
Músculos peitorais
Lóbulos
Aréola
Mamilo
Ducto lactíferos
Tecido adiposo
Pele
Figura 1 – Glândula mamária e estruturas
Fonte: Adaptado de Getty Images
A mamogênese (desenvolvimento da glândula mamária) apresenta dois momentos 
de desenvolvimento: na puberdade e na gestação. Logo no início da gestação, p ela 
ação dos hormônios do corpo lúteo e da placenta, ocorre a proliferação dos ductos, ra-
mificações e formação lobular, a aréola aumenta de tamanho e escurece, porém, após 
o período de lactação, o grau de pigmentação vai diminuindo embora não retorne em 
absoluto à cor original. Na aréola, é possível observar pequenas papilas constituídas 
por uma glândula sebácea, que correspondem às glândulas de Montgomery, que se 
hipertrofiam na gravidez e lactação e produzem secreções oleosas e antissépticas com 
função protetora da aréola e do mamilo.
Há também a neoformação de ácinos, responsável pelo aumento de volume da 
glândula mamária (Figura 2). No final da gestação, o desenvolvimento da mama é 
evidente e a secreção do colostro identificada pela maioria das grávidas (ÓRFÃO; 
GOUVEIA, 2009; VÍTOLO, 2015).
Ácino: conjunto de células que se assemelha a muitos lóbulos “bagos’”, semelhante a 
cachos de uva.
9
UNIDADE Lactação e Leite Materno
Lóbulos
Pele
Ductos
Papila
Gordura
Não Grávida Grávida
Figura 2 – Desenvolvimento das mamas durante a gestação
Fonte: Adaptado de Getty Images
A prolactina também tem uma ação importante no desenvolvimento mamário, 
promovendo, em torno do terceiro mês de gestação, a secreção de um líquido que 
lembra o colostro. A partir do segundo trimestre, o hormônio lactogênio placentário 
(após o desenvolvimento mamário promovido pelo estrogênio e progesterona) é res-
ponsável pela síntese do colostro.
O processo de lactação acontece em quatro estágios, com características distintas 
(VÍTOLO, 2015):
Tabela 1
Estágio 1
No último trimestre da gravidez, inicia-se a lactogênese – aumento significa-
tivo na produção de lactose, proteínas totais e imunoglobulinas, além da dimi-
nuição de sódio e cloretos. No pós-parto, é quando a lactação se inicia de fato, 
decorrente da queda dos níveis de progesterona e manutenção dos níveis de 
prolactina elevados. Até o terceiro ou quarto dia, esse processo não depende 
da sucção da criança.
Estágio 2 Apojadura ou descida do leite: há um aumento de fluxo sanguíneo e captação de glicose e oxigênio, durando de dois a três dias após o parto.
Estágio 3
Galactopoese: manutenção da lactação por meio da ação do eixo hipotálamo-hipó-
fise, que deve manter a produção de prolactina e ocitocina. O processo de lactação 
exige a produção de leite no alvéolo e a sua saída pelos ductos lactíferos. Quando o 
leite não é extraído, ocorre um aumento de pressão nos capilares, inibindo a nova 
síntese de leite. Por isso é tão importante que o bebê faça a sucção nesta fase, para 
que a produção de leite seja estimulada a partir do sinal enviado ao hipotálamo que 
irá estimular a hipófise anterior de modo a produzir prolactina e a hipófise posterior 
a produzir ocitocina (Figura 3).
10
11
Prolactina de sangue
Impulsos sensoriais
do mamilo
A visão da criança
ajuda o re�exo
Impulsos sensoriais
do mamilo ajudam
o re�exo
Ocitocina no 
sangue
Ansiedade, dor ou 
dúvidas podem 
inibir o re�exo Som da voz 
da criança
ajuda o re�exo
Figura 3 - Refl exo da prolactina ou estímulo da produção de 
leite (esquerda) e refl exo da ocitocina, ou ejeção do leite (direita)
Fonte: Adaptado de Getty Images
Durante o processo de amamentação, o nível basal de prolactina irá se manter 
sempre elevado e aumentará ainda mais cada vez que o bebê mamar. Cerca de 3 
horas após a mamada, o nível de prolactina atinge o seu pico para ir baixando gra-
dualmente. Se o bebê voltar a mamar antes de esse hormônio alcançar o seu nível 
basal, o novo pico de prolactina irá alcançar valores ainda mais altos. Isso explica 
por que dar de mamar frequentemente, mesmo que de forma breve, estimula mais 
a produção de leite do que mamadas prolongadas, bem como reforça a importância 
de amamentar de maneira correta, possibilitando que o bebê sugue adequadamente.
Durante a noite, tanto os níveis basais como os picos de prolactina apresentam 
valores mais elevados, justificando a importância das mamadas noturnas para a ma-
nutenção da amamentação. Após alguns meses de amamentação, o nível basal e os 
picos de prolactina diminuem, mesmo a quantidadede leite produzida sendo maior. 
(ÓRFÃO; GOUVEIA, 2009).
A progesterona é considerada o principal hormônio inibidor da prolactina, sendo 
necessária sua redução para o início da lactogênese. O estrogênio, por ser antago-
nista da prolactina, também tem efeito negativo na lactação.
Por que não se recomenda o uso de anticoncepcionais à base de estrogênio e/ou progeste-
rona durante a lactação?
A ocitocina irá atuar nas células mioepiteliais, que circundam as células alveola-
res, contraindo-as, assim, o leite dentro das células alveolares vai ser ejetado para 
dentro dos ductos lactíferos. Também atua na musculatura lisa do útero, contraindo-a 
e possibilitando às mulheres que amamentam uma involução do útero mais rápida 
(VÍTOLO, 2015). 
 O reflexo de ocitocina, ou reflexo de ejecção do leite, pode ser desencadeado 
de forma espontânea (estímulos visuais, táteis, olfatórios ou auditivos), não sendo 
11
UNIDADE Lactação e Leite Materno
imprescindível a estimulação física da mama. O fato de ouvir o bebê chorar, ou 
pensar carinhosamente no bebê, mesmo estando longe dele, já é suficiente para es-
timular a ejeção. Há mulheres que relatam essa sensação como “formigamento” da 
mama acompanhada de gotejamento, mas há mulheres que não experimentam essa 
sensação, mesmo amamentando normalmente.
A insegurança ou o medo podem inibir temporariamente o reflexo de ejeção do 
leite e dificultar a amamentação através de dois mecanismos: com a inibição direta 
do reflexo de oxitocina e a libertação de um antagonista, a adrenalina (ÓRFÃO; 
GOUVEIA, 2009; VÍTOLO, 2015). Podemos nos embasar neste fato para explicar-
mos porque algumas mulheres passam por períodos conturbados durante a lactação 
e acabam por diminuir a produção de leite.
Tanto a oxitocina como a prolactina são transportadas no sangue e chegam simul-
taneamente a ambas as mamas. Porém, é comum observarmos mães que amamen-
tam apenas em uma das mamas, deixando a outra inativa, o que pode contribuir para 
um desequilíbrio no autocontrole. Embora saibamos que o não esvaziamento da mama 
pressione os capilares e atrapalhe o estímulo de produção dos hormônios, também 
já é conhecida a ação do fator de inibição da lactação (FIL – peptídeo identificado no 
leite humano e no de outros mamíferos) que atua localmente, sendo responsável pelo 
controle autócrino da glândula mamária. Quando o bebê mama, extrai o inibidor e de-
sencadeia a produção de mais leite. Se, pelo contrário, não mamar ou mamar pouco, 
o inibidor permanece na mama e frena a produção (ÓRFÃO; GOUVEIA, 2009). 
Diante do que falamos até agora, é possível observar que a maior parte das dificul-
dades no processo de amamentação que poderia estar relacionada à fisiologia está 
associada à secreção de ocitocina, que é mais fácil de ser controlada e manejada, 
desde que a mãe receba orientação e apoio adequados.
Após a compreensão das alterações pelas quais a mulher passa para estar pronta 
para o processo de amamentação, podemos iniciar os estudos sobre as recomenda-
ções nutricionais para esse estado fisiológico.
Recomendações Nutricionais para a Nutriz
Considerando a necessidade de um desempenho adequado na lactação, podemos 
afirmar que o acompanhamento do estado nutricional da mulher durante a ama-
mentação é tão importante quanto a assistência nutricional pré-natal. Nesta fase, um 
bom acompanhamento nutricional é capaz de reduzir os riscos à saúde tanto da mãe 
quanto do filho, por garantir à lactante suas necessidades nutricionais (preservação 
do estado nutricional materno), bem como do recém-nascido, já que uma mãe, em 
estado nutricional adequado, será capaz de produzir leite de qualidade.
Em relação aos aspectos fisiológicos, espera-se uma perda de peso gradual de 
0,6 a 0,8 kg/mês, nos primeiros 6 meses pós-parto. Caso as perdas de peso sejam 
12
13
superiores a 2 kg/mês, podem representar risco ao processo de lactação e à saúde 
materna, especialmente para mulheres eutróficas ou com baixo peso. Mesmo que a 
perda de peso durante a lactação seja algo fisiológico, aproximadamente 20% das 
mulheres em lactação podem manter ou, até mesmo, ganhar peso.
O mais importante na avaliação nutricional da nutriz é o acompanhamento da 
perda de peso e das reservas gordurosas, bem como os aspectos qualitativos da 
dieta, com o objetivo de prevenir perdas acentuadas da reserva gordurosa adquirida 
no período gestacional, garantindo substratos para a produção adequada de leite 
materno (ROSSI, 2015).
Em relação às necessidades energéticas, estima-se que sejam necessários cerca 
de 900kcal para a produção de 1L de leite. Considerando que a média de produção 
materna é de aproximadamente 850mL/dia, é considerado um adicional energético 
de 500kcal para a lactante (OMS, 1985). 
Porém, visto que a produção de leite diminui após o bebê iniciar a introdução 
alimentar, o IOM (Institute of Medicine) recomenda que esse adicional seja reduzido 
para 400kcal após os seis meses de lactação (VÍTOLO, 2015).
A utilização do adicional calórico irá depender do peso atual e pré-gestacional da 
mãe, e, também, da perda de peso identificada durante a lactação. Caso seja neces-
sário, é possível ajustar o adicional calórico ou, até mesmo, não o utilizar. 
Para lactantes com estado nutricional normal, o Gasto Energético Total (GET) 
deve ser realizado com a utilização do peso pré-gestacional; para lactantes obesas, 
deve-se utilizar o peso pré-gestacional visando ao restabelecimento do estado nu-
tricional e, para lactantes com baixo peso, utilizar o peso desejável que pode ser 
calculado por meio do IMC ideal (MUSSOI, 2014).
Para o cálculo das necessidades energéticas, considerar o GET mais o adicional 
de lactação.
As recomendações de proteína para mulheres que estão amamentando baseiam-
-se na composição do leite e na quantidade média produzida por dia. Recomenda-se 
1,3 g/kg/dia (peso pré-gestacional) ou de 10 a 35% do valor energético total do 
intervalo aceitável de distribuição de macronutrientes (IOM,1992). 
Em relação aos carboidratos, o consumo da mãe não influencia a composição do 
leite, o que já não acontece com os lipídios, cuja composição de ácidos graxos pode 
interferir na qualidade do leite. Os percentuais desses macronutrientes no total da 
dieta seguem as recomendações para mulheres não gestantes.
A alimentação da lactante deve oferecer variedade qualitativa, principalmente em 
relação aos micronutrientes, para garantir que suas reservas não sejam utilizadas para 
a produção do leite, comprometendo sua saúde e, também, a composição do leite.
Uma dieta variada e baseada nas recomendações dos guias alimentares pode 
garantir a disponibilidade desses nutrientes. Mas, nos casos em que a alimentação 
13
UNIDADE Lactação e Leite Materno
materna não segue um padrão adequado, muitas vezes, torna-se necessário lan-
çar mão de suplementação para garantir as condições de saúde da mãe e do bebê 
(VÍTOLO, 2015; ROSSI, 2015).
A ingestão adequada de líquidos favorece a produção de leite e recomenda-se a 
ingestão de 2 a 3L/dia, podendo ser composta por água, sucos, chá de ervas claras, 
leite e outros, exceto bebidas açucaradas.
Composição Nutricional do Leite Materno: 
Aspectos Nutricionais e Imunológicos
O aleitamento materno é o modo mais apropriado e seguro de alimentação na 
primeira infância. Proporciona uma combinação única de proteínas, lipídios, carboi-
dratos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas, assim como benefícios nutricio-
nais, imunológicos, psicológicos e econômicos reconhecidos e inquestionáveis.
O leite secretado do nascimento até uma semana depois é denominado colostro, 
do sétimo ao décimo dia é chamado de leite de transição e somente após o décimo 
dia é classificado como leite maduro.
O colostro é um líquido amarelado e espesso, rico em proteínas (imunoglobulinas) 
e com menor conteúdo de gorduras e lactose. As proteínas do colostro estão muito 
mais relacionadas com os aspectos imunológicos do que nutricionais, visto a necessi-
dade de proteçãoque o recém-nascido apresenta nessa fase extrauterina. A coloração 
amarelada do colostro é decorrente da grande concentração de vitaminas lipossolúveis 
e carotenoides. Há notória concentração de Na, K, Cl e Zn e a presença de imunoglo-
bulinas é altíssima, mas vai diminuindo até o terceiro dia, o que torna muito importante 
que o bebê receba o colostro nas primeiras 48h (VÍTOLO, 2015).
Além dos anticorpos, o colostro humano contém inúmeros fatores bioquí-
micos e células imunocompetentes, que interagem entre si e com a muco-
sa dos tratos digestivo e respiratório do lactente, conferindo não apenas 
imunidade passiva, como também estímulo ao desenvolvimento e matu-
ração do próprio sistema imune de mucosas do neonato. (PASSANHA; 
CERVATO-MANCUSO; SILVA, 2010)
Na tabela a seguir, podemos observar uma síntese dos principais nutrientes e como 
compõem o leite materno maduro.
Tabela 2 – Composição Nutricional do Leite Humano (LH)
Nutriente Descrição
Água Compõe 88% do leite e o aleitamento em livre demanda mantém o bebê hidratado.
Proteínas
Em comparação com os leites de outros mamíferos, o LH tem o menor teor de 
proteínas. Inclui caseína e lactoalbuminas (proteínas do soro), principalmente 
a alfa-lactoalbumina, importante para a síntese de lactose, e os fatores de pro-
teção, como lactoferrina, lisozima e imunoglobulinas. A relação soro/proteína 
forma um coalho gástrico mais suave, reduzindo o tempo de esvaziamento do 
estômago e facilitando a digestão. Contém glutamina e carnitina.
14
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Nutriente Descrição
Aminoácidos
Composição perfeitamente adequada, com reduzida quantidade de fenilalanina 
e tirosina. Presença de taurina (que não está presente no leite de vaca) e relação 
metionina/cistina adequada.
Lipídios
Componente mais variável do LH, fornece de 35 a 50% do total de energia ne-
cessária ao bebê. Incluem os triglicérides, os fosfolípides e o colesterol, além dos 
ácidos graxos livres, e são derivados de gordura circulante proveniente da dieta e 
da reserva corporal materna ou sintetizados na própria mama a partir da glicose.
Colesterol
Altas concentrações, elevando os níveis sanguíneos de bebês em aleitamento 
natural em comparação com aleitamento artificial. Isso promove melhor dispo-
nibilidade de colesterol para o cérebro em desenvolvimento.
Ácidos graxos 
essenciais
Melhor fonte desses nutrientes, com maiores concentrações de ácidos graxos 
poli-insaturados de cadeia longa, que são essenciais para o desenvolvimento 
normal dos lactentes, com destaque para o ácido docosahexaenoico (DHA), pela 
importância no desenvolvimento cerebral e da retina, e o ácido araquidônico, 
como precursor de prostaglandinas e leucotrienos.
Carboidrato
O principal é a lactose que metaboliza galactose (matéria prima para a substân-
cia branca do cérebro em crescimento), facilita a absorção de cálcio e a coloniza-
ção da microbiota intestinal.
Minerais
Concentração 1/3 menor quando comparado ao leite de vaca. Junto ao teor pro-
teico reduzido, contribui para uma dissolução dos compostos sólidos. Propor-
ciona alta biodisponibilidade de cálcio (relação cálcio/fósforo adequada), ferro e 
zinco, além de conter quantidades adequadas de sódio.
Vitaminas do Com-
plexo B e Vitaminas C 
(hidrossolúveis)
A concentração depende da alimentação da nutriz, sendo necessária a atenção, 
principalmente na presença de práticas de restrição alimentar, como vegetaria-
nismo ou dietas inadequadas em aspectos qualitativos.
Adaptado de GUILHERME; NASCIMENTO (2013)
Quanto aos aspectos imunológicos, eles estão associados à sua perfeita compo-
sição e pureza, de forma a garantir um efeito protetor em relação à morbidade e à 
mortalidade da criança. Os anticorpos presentes no leite materno podem combater 
diversos microrganismos com os quais a mãe entrou em contato durante toda sua 
vida, e que ela já desenvolveu alguma defesa. 
As propriedades do leite humano capazes de estimular o sistema imunológico incluem 
o fornecimento de imunoglobulinas, IgA, IgM, IgD, IgE, IgG, (predominância da IgA), 
lisozima, lactoferrina, componentes do sistema do complemento (C3, C4), peptídeos 
bioativos, oligossacarídeos e lipídios com fator antiestafilococos e ação de inativação de 
vírus, além de fagócitos polimorfonucleares, linfócitos, macrófagos, nucleotídeos, plas-
mócitos e células epiteliais (PASSANHA; CERVATO-MANCUSO; SILVA, 2010).
O sistema imunológico. Disponível em: https://youtu.be/9tTKXhcLpf4
O que é uma imunoglobulina. Disponível em: https://youtu.be/Ct5wrqvfjs4
Além disso, o aleitamento prolongado traz benefício extra ao final do primeiro 
e segundo anos de vida, quando a incidência de diarreia é maior. A presença de 
leite no lúmen intestinal estimula o desenvolvimento de sua mucosa e a atividade da 
enzima lactase. Também é marcante a influência que o LH exerce sobre a compo-
sição da microbiota intestinal do RN. Há a predominância das bifidobactérias e os 
oligossacarídios auxiliam na promoção do desenvolvimento da flora bífida, através 
15
UNIDADE Lactação e Leite Materno
da queda do pH, que impedem a multiplicação de enterobactérias, exercendo papel 
importante na prevenção de doenças infecciosas no recém-nascido. 
No que diz respeito às diferenças que podem trazer prejuízos ao bebê, além 
das diferenças nutricionais (Tabela 3), no leite de vaca há predomínio de beta-
-lactoglobulina, proteína altamente alergênica e detectada no leite humano em 
pequenas quantidades, provavelmente originada de da ingestão de leite de vaca 
pela nutriz. O contato precoce do bebê com essas substâncias pode desenca-
dear reações de curto, médio e longo prazo, relacionadas à produção de hista-
mina ou imunoglobulinas em defesa a substâncias alergênicas (GUILHERME; 
NASCIMENTO, 2013). 
Tabela 3 – Comparação nutricional entre o leite materno e o leite de vaca
Nutriente Leite Materno Leite de vaca
Leite modificado 
(Fórmula)
Proteína Quantidade adequada, fácil de digerir Excesso, difícil de digerir Parcialmente modificado
Lipídios Suficiente em ácidos graxos essenciais, lipase para digestão
Deficiente em ácidos graxos 
essenciais, não apresenta lipase
Deficiente em ácidos graxos 
essenciais, não apresenta lipase
Minerais Quantidade correta/ equilibrado Em excesso (desequilibrado) Parcialmente correto/ parcial-mente equilibrado
Ferro Pouca quantidade, bem absorvido Pouca quantidade, mal absorvido Adicionado, mal absorvido
Vitaminas Quantidade suficiente Deficiente A e C Vitaminas adicionadas
Água Suficiente Necessário extra Necessário extra
Fonte: Adaptado de OMS, 2005
Fica claro que o leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido e o bebê nos 
primeiros meses de vida. O uso de outros tipos de leites, fórmulas ou alimentos, além de 
não oferecer componentes protetores, pode provocar doenças no recém-nascido.
Técnicas de Aleitamento Materno 
Embora a amamentação seja a maneira mais natural de alimentar do bebê, tanto 
as mães, quanto os bebês e a família precisam de um tempo para adaptação. Ama-
mentar nem sempre é fácil, principalmente nos primeiros dias, e exige muita paciên-
cia e persistência, além de apoio e informação.
Para a promoção adequada da amamentação, é importantíssimo que o modo como 
se amamenta esteja correto, ou seja, posição e pega adequadas, para proporcionar 
bem estar à mãe e ao bebê. Para tanto, são necessários alguns requisitos (TERUYA; 
BUENO, 2013):
Posição adequada:
• cabeça e corpo do bebê alinhados; 
• boca de frente para a região mamilo-areolar; 
16
17
• corpo do bebê próximo e voltado para a mãe; 
• nádega do bebê apoiada (se for recém-nascido).
Pega adequada (encaixe adequado da boca do bebê ao peito da mãe):
• boca bem aberta; 
• lábios virados para fora; 
• queixo tocando o peito; 
• visualização maior da parte de cima da aréola.
Quando cumpridos esses requisitos, a sucção é favorecida e não machuca e nem 
causa dores na mãe. Se, durante a amamentação, a mãe sentir dor, é sinal de pega 
incorreta, sendo necessário retirar cuidadosamente o bebê da mamae colocá-lo de 
novo, de forma correta.
A posição da amamentação deve ser confortável e há formas variadas de ser feita, 
conforme interação da mãe com o bebê (Figura A). O apoio à mama deve ser sempre 
em formato de “C” (Figura 5), evitando o apoio em forma de tesoura, que impede a 
passagem do leite pelos ductos.
A B C
D
A
D E
B C
Figura 4 – Tipos de posição para a amamentação
Adaptado de Getty Images
A) Posição Tradicional: sentada, a mulher posiciona o bebê no colo (barriga 
com barriga). B) Posição Invertida: a mãe posiciona o bebê com os pés em 
direção à cabeceira da cama ou poltrona. C) Posição de Jogador de Futebol 
Americano: mulher sentada com o bebê posicionado na sua lateral. D) Po-
sição deitada: mulher deitada, junto ao bebê, com apoio de um travesseiro 
para que a cabeça do bebê fica mais alta que o corpo. E) Posição cavalinho: 
mulher sentada com o bebê apoiado ao seu corpo verticalmente. A mãe 
apoia a cabeça do bebê com uma mão e com a outra posiciona a mama.
17
UNIDADE Lactação e Leite Materno
Figura 5 – Apoio da mama em formato “C”
Fonte: Getty Images
Para favorecer e estimular a amamentação, é essencial que o bebê tenha tempo 
para mamar por completo o leite de uma mama antes de passar para a outra. A dura-
ção das mamadas não está relacionada com a quantidade de leite ingerido. O volume 
de leite ingerido por unidade de tempo varia muito de um lactente para outro, de uma 
mamada para outra e ao longo de uma mesma mamada. No entanto, o teor de lipídios 
do leite materno aumenta gradativamente à medida que o bebê mama. O leite disponí-
vel no final da mamada, ou seja, quando o bebê esvazia a mama, pode conter 5 vezes 
mais lipídios do que o do início, sendo ideal que primeiro o bebê esvazie a primeira 
mama, para depois ocorrer a oferta da segunda mama (GOUVEIA; ÓRFÃO, 2009).
Quais são as vantagens nutricionais para o bebê quando a mamada ocorre até o final?
Outra forma de promover a amamentação saudável e contínua é amamentar sob 
livre demanda, ou seja, no momento em que o bebê desejar. Em locais onde o clima 
é muito quente, o bebê terá mais sede e irá mamar com maior frequência, mesmo 
sem estar com fome. 
Destaque: Recomenda-se que a criança seja amamentada desde a primeira hora 
de vida e sempre que quiser mamar. A quantidade de leite produzida pela mulher 
depende principalmente do quanto a criança mama. Mais mamadas, mais leite, mais 
saúde! (BRASIL, 2019).
Aspectos Psicológicos 
do Aleitamento Materno
O desenvolvimento da criança depende de suas próprias características, mas tam-
bém da interação com o meio em que vive. Tanto as necessidades físicas, quanto as 
emocionais, como se sentir segura, amada e protegida, precisam ser atendidas. 
18
19
Amamentar direto do peito possibilita, através da troca de calor, cheiro, olhares, 
sons e toques, estimular a criança de forma a ajudá-la a se desenvolver. Sentir-se 
num colo que a sustente, traz segurança. Receber o leite associado ao carinho do 
processo de amamentação é importante para o desenvolvimento da criança e o 
estabelecimento de laços afetivos. Traz benefícios incontestáveis ao bebê, mas tam-
bém à mãe (BRASIL, 2019).
Embora natural, amamentar é um processo de escolha e persistência. Escolher 
por amamentar e não conseguir é uma frustração. Escolher não amamentar é um 
risco ao julgamento, um risco social, um risco à saúde. Escolhas envolvem riscos e 
resiliência. E, nesse processo de escolha, muitas vezes, a mulher se vê sozinha, por 
isso é tão importante uma rede de apoio para que o aleitamento materno seja esti-
mulado e viabilizado (ALMEIDA; NOVAK, 2004).
A mulher precisa de auxílio da família, das empresas, do governo para que possa 
desempenhar seu papel de mãe e de nutriz. Também precisa de informação, que 
pode ser obtida através de profissionais da saúde, capazes de orientar de forma 
acolhedora e humanizada neste momento tão importante da vida da mãe e do bebê.
Ao final desta unidade, pudemos compreender como os aspectos fisiológicos, 
sociais e psicológicos influenciam o estado da nutriz, bem como conhecer algumas 
formas de auxiliar o binômio mãe-bebê no período de lactação, promovendo saúde e 
estimulando o aleitamento materno, condição essencial de saúde pública e uma das 
formas mais simples de prevenir doenças ao longo da vida. 
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UNIDADE Lactação e Leite Materno
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Mês do Aleitamento Materno
https://youtu.be/FPNmyUAUTDw
 Leitura
Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira 
de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
https://bit.ly/3a2lOVj
Diagnóstico, tratamento e prevenção. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira 
de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
https://bit.ly/33yZ3qM
Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos
https://bit.ly/31sXqbo
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21
Referências
ROSSI, L. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. Rio de Janeiro: Roca, 2015.
IOM. Institute of Medicine. Nutrition during pregnancy and lactation. An 
Implementation Guide. Washington: National Academy Press, 1992. 
VÍTOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Rubio, 2015.
OMS. Organización Mundial de la Salud. Necesidades de energía y de proteínas: 
informe de una reunión consultiva conjunta FAO/OMS/UNU de expertos. Ginebra: 
OMS, 1985. (Série de Informes Técnicos, 724.)
ALMEIDA, J. A. G. de; NOVAK, F. R. Amamentação: um híbrido natureza-
cultura. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 80, n. 5, supl. p. s119-s125, Nov. 2004. 
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-
-75572004000700002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11/03/20.
ÓRFÃO, A.; GOUVEIA, C. Apontamentos de anatomia e fisiologia da lactação. Rev. 
Port. Clin. Geral. n. 25, p.347-54, 2009.
MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica. Rio de Janeiro Guanabara 
Koogan, 2014.
GUILHERME, J. P.; NASCIMENTO, M. P. R. O leite humano – anatomia e fisiolo-
gia da lactação. In: BORGES, S. L. Manual de aleitamento materno. Sociedade 
Brasileira de Pediatria. Barueri: Manole, 2013.
TERUYA, K. M.; BUENO, L. G. S. Manejo clínico da amamentação com aconselha-
mento e referência. In: BORGES, S. L. Manual de aleitamento materno. Socieda-
de Brasileira de Pediatria. Barueri: Manole, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção Primária à Saúde. Depar-
tamento de Promoção à Saúde. Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 
2 anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
PASSANHA, A.; CERVATO-MANCUSO, A. M.; SILVA, M. E. M. P. Elementos 
protetores do leite materno na prevenção de doenças gastrintestinais e respiratórias.
Rev. Bras. Cresc. e Desenv. Hum. 20(2): 351-360, 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Aconselhamento em Alimentação de 
Lactentes e Crianças de Primeira Infância: um curso integrado. Tradução de Ana 
Carolina Mesquita e Luiza Toma Ribeiro. Geneva: OMS, 2005.
21
Nutrição 
Materno-Infantil 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Fernanda Trigo Costa
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro 
Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
Alimentação nos Primeiros 
Anos de Vida – Lactação
 
 
• Compreender as mudanças fisiológicas durante o primeiro ano de vida e os protocolos de de-
terminação das necessidades nutricionais de forma a poder desenvolver planos e intervenções 
alimentares tanto para crianças em aleitamento materno quanto em aleitamento artificial.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Fisiologia da Nutrição no Primeiro Ano de Vida e 
Determinação das Necessidades Nutricionais;
• Lactação: Cuidados e Complicações;
• Aleitamento Artificial.
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
Contextualização
Dentre as diversas espécies mamíferas, a humana é a única que precisa apren-
der a mamar e a desmamar, pois esses dois processos não são instintivos.O que 
vem ocorrendo, principalmente nas sociedades modernas, é que as mulheres 
pouco têm acesso às fontes tradicionais de aprendizagem, visto que os vínculos 
com as mulheres mais experientes nem sempre são mantidos, pelo convívio mais 
comum o com as famílias nucleares do que com as extensões familiares. Isso faz 
com que as mulheres se tornem mães com muito pouca ou nenhuma habilidade 
em manter a amamentação, ficando vulneráveis a ter dificuldades ou complica-
ções ao longo do processo (GIUGLIANI, 2004). 
As mães mais persistentes e autônomas lançam mão da associação às redes 
maternas, buscam informações e pedem ajuda da forma que podem, mas sabe-
mos que nem sempre é assim. Apesar de indiscutíveis os privilégios associados 
à amamentação, seja para a nutriz ou lactente, ainda é frequente o abandono da 
amamentação quando a mãe se vê sem saber como fazer o manejo adequado 
(GUINÉ; GOMES, 2015).
Além disso, muitas mães não dispõem de leite ou as suas circunstâncias pes-
soais não permitem dar de mamar aos seus filhos ou, ainda, existem contrain-
dicações médicas nesse sentido. Diante desse cenário, o profissional da saúde é 
essencial e tem crescido muito a demanda de profissionais qualificados para atuar 
frente à essa demanda, a exemplo do profissional Consultor em Aleitamento Ma-
terno (GASPARIN et al., 2020).
Leia mais sobre a atuação e benefícios do Consultor em Aleitamento Materno no artigo: 
“Fatores associados à manutenção do aleitamento materno exclusivo no pós-parto 
tardio”. Disponível em: https://bit.ly/3iAXPjU
Embora seja essencial o incentivo ao aleitamento materno, na impossibilidade de 
fazê-lo, as fórmulas infantis existentes no mercado contribuem para uma alimentação 
equilibrada do lactente, muito embora não ofereçam os mesmos benefícios, quando 
comparadas com o leite materno (GUINÉ; GOMES, 2015).
Nesta unidade, vamos conhecer as formas de avaliação nutricional do lactente 
conforme seu crescimento, bem como as diretrizes para a determinação das neces-
sidades nutricionais, sejam para lactentes em aleitamento materno ou artificial. Tam-
bém vamos discutir pontos importantes sobre as possíveis complicações na lactação 
e os cuidados necessários, além da prescrição de fórmulas lácteas ou leite de vaca na 
impossibilidade da realização do aleitamento materno.
No decorrer dos estudos desta unidade, propomos como questões norteadoras: 
quais são os aspectos essenciais a serem avaliados para a determinação do estado 
nutricional de lactentes e suas necessidades nutricionais? Como proceder para ofere-
cer condições que atendam às recomendações nutricionais neste período, seja para 
8
9
lactentes em aleitamento materno ou em aleitamento artificial? Quais são as orienta-
ções que podem ser oferecidas às mães com dificuldades no aleitamento, de forma 
a favorecer o processo?
Fisiologia da Nutrição no Primeiro
Ano de Vida e Determinação das 
Necessidades Nutricionais 
O acompanhamento do estado nutricional da criança abaixo de um ano deve levar 
em consideração o peso, comprimento e perímetro cefálico. Essas medidas devem ser 
obtidas com precisão, a melhor possível, considerando a velocidade do crescimento 
neste período de vida. Até o sexto mês, o ganho de peso mensal é a medida de maior 
importância na avaliação nutricional da criança, pois possibilita o diagnóstico e a 
intervenção rápida, no caso da identificação de ganho de peso insuficiente. Agindo 
no tempo certo, evita-se que haja prejuízo no ganho de comprimento, pois efeitos de 
má nutrição aparecem primeiramente na curva de ganho de peso (VÍTOLO, 2015).
Avaliação Nutricional do Lactente
Para o acompanhamento do crescimento infantil, é importante que as medidas 
das variações físicas sejam aferidas de forma padronizada, para que se possa diag-
nosticar a má nutrição tanto por deficit quanto por excesso (ROSSI, 2015).
Em relação ao peso, por volta dos 5 meses de idade, a criança deve ter cerca de 
duas vezes o peso do nascimento e, aos 12 meses, cerca de três vezes. Pode-se, tam-
bém, usar uma regra prática para saber o peso “ideal” para a idade no primeiro ano 
de vida: somar o peso do nascimento e o ganho ponderal mensal. Com base nessa 
regra, espera-se que, no primeiro trimestre de vida, o bebê ganhe 700 g de peso, no 
segundo trimestre de 600 g, no terceiro trimestre de 500g e no quarto trimestre de 
400g. Outra forma para os primeiros meses de vida é considerar que o lactente deve 
obter um ganho de peso de cerca de 20 a 30g/dia (CARVALHO, 2017).
Quando se fala sobre o comprimento, considera-se adequado que o lactente cresça 
em torno de 15 cm no primeiro semestre de vida e 10 cm no segundo, totalizando um 
crescimento de 25 cm no primeiro ano de vida. Como exemplo, um bebê que nasce com 
52cm, com um ano de idade deve ter um comprimento de 77cm (CARVALHO, 2017). 
Além do peso e do comprimento, a medida do perímetro cefálico (PC) até os 
6 meses de idade tem relação direta com o tamanho do encéfalo, sendo que seu au-
mento proporcional indica crescimento adequado e melhor prognóstico neurológico. 
Em pediatria, o PC é utilizado como forma de diagnosticar estados patológicos de 
microcefalia, macrocefalia ou hidrocefalia (ROSSI, 2015).
Para a interpretação e o diagnóstico dos dados antropométricos de uma criança, é 
necessária a elaboração de índices antropométricos, que têm a função de relacionar 
9
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
as medidas, principalmente peso e estatura/comprimento, com as variáveis idade 
e gênero, comparando-as com um padrão de referência e estipulando pontos de 
corte. Esses padrões ou pontos de corte possibilitarão classificar a situação dos 
indivíduos avaliados dentro de uma faixa aceita ou não como normal/adequada 
nutricionalmente, de acordo com o esperado no referido padrão. Os três índices 
mais amplamente utilizados para essa finalidade (Tabela I) são peso para a idade 
(P/I), peso para a estatura (P/E) e estatura para a idade (E/I) (VÍTOLO, 2015).
Como referência para a interpretação dos dados antropométricos, são utilizadas as tabelas 
da Organização Mundial da Saúde, disponíveis em: https://bit.ly/3iHLQkJ
Tabela 1 – Definições dos Índices Antropométricos
Índice Definição e considerações
Peso por idade (P/I)
Reflete o peso corporal em relação à idade cronológica da 
criança. A variação do peso em uma criança oscila quase ime-
diatamente em resposta a qualquer problema ou melhora do 
estado de saúde e nutrição.
Estatura por 
idade (E/I)
Reflete o crescimento linear. O ganho da estatura é lento, por 
isso demora a refletir processos de carência de saúde e nutri-
ção. É importante atentar-se que as crianças que são genetica-
mente baixas podem não estar em condições nutricionais ina-
dequadas nem em situações patológicas, apenas apresentam 
sua própria curva abaixo da média populacional.
Peso por estatura 
(P/E) ou IMC
Reflete a distribuição do peso corporal em relação à altura. 
Pode ser utilizado para o diagnóstico de excesso de peso, mas 
precisa de medidas complementares para o diagnóstico preci-
so. Vale a atenção para crianças com curvas de peso abaixo ou 
acima da média populacional, pois a curva fora do “padrão” 
pode ser decorrente das características individuais da criança.
Fonte: Adaptado de ROSSI, 2015
A relação de Peso para Idade indica déficit global, o que significa que não permite 
diferenciar se é um deficit agudo (resulta de um processo intenso de fome ou de 
doença, levando à acentuada perda de peso) ou um deficit crônico (resulta de um 
processo contínuo de subnutrição e/ou doença, que afeta o crescimento linear nor-
mal da criança). Dessa forma, é essencial avaliar todos os parâmetros em conjunto, 
considerando a adequação conforme os pontos de corte – Percentis e/ou Escore-Z 
(Tabelas de 2 a 4).
Tabela 2 – Pontos de corte de Peso/Idade para crianças de 0 a 10 anos
Valores Críticos Diagnóstico Nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixo pesa para a idade
≥ Percentil 0,1 e 
< Percentil 3
≥ Escore-z-3 e 
< Escore-z -2
Baixo peso para a idade
≥ Percentil 3 e 
≤ Percentil 97
≥ Escore-z -2 e 
≤ Escore-z +2
Peso adequado para a idade
> Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para a idade
Fonte: Ministério da Saúde, 2011
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Tabela 3 – Pontos de corte de Estatura/Idade para crianças de 0 a 10 anos
Valores Críticos Diagnóstico Nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Muito baixa estatura para a idade
≥ Percentil 0,1 e
< Percentil 3
≥ Escore-z -3 e
< Escore-z -2
Baixa estatura para a idade
≥ Percentil 3 > Escore-z -2 Estatura adequada para a idade
Fonte: Ministério da Saúde, 2011
Tabela 4 – Pontos de corte de Peso/Estatura ou IMC para crianças de 0 a 5 anos
Valores Críticos Diagnóstico Nutricional
< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e
< Percentil 3
≥ Escore-z -3 e
< Escore-z -2
Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ 
Percentil 85
≥ Escore-z -2 e ≤ 
Escore-z +1
Eutrofia
> Percentil 85 e ≤ 
Percentil 97
> Escore-z +1 e 
≤ Escore-z +2
Risco de sobrepeso
> Percentil 97 e ≤ 
Percentil 99,9
> Escore-z +2 e 
≤ Escore-z +3
Sobrepeso
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde, 2011
A avaliação nutricional individual por meio das curvas de crescimento, além de 
comparar os dados da criança com as medianas populacionais, também permite 
avaliar a evolução nutricional da criança, comparando-a com ela mesma (ROSSI, 
2015). Com esse tipo de avaliação, é possível observar três tipos de traçados nas 
curvas de crescimento:
• Ascendente: apresenta velocidade de ganho de peso e estatura adequada, ou 
seja, crescimento satisfatório. Vale ressaltar que a intensidade de inclinação do 
traçado é importante, uma vez que a criança pode estar, por exemplo, com 
ganho de peso excessivo;
Figura 1 – Comprimento/Altura por Idade de Meninos de Nascimento até os 5 anos (Percentis)
Fonte: Adaptado de World Health Organization
11
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
• Estacionado: o traçado apresenta-se como uma reta, indicando uma “para-
da” no crescimento da criança. É considerado sinal de alerta. A intervenção 
nutricional deve ser feita de acordo com a evolução nas próximas consultas e 
é importante investigar os possíveis fatores de risco que estão proporcionando 
essa evolução;
Figura 2 – Comprimento/Altura por Idade de Meninos de Nascimento até os 5 anos (Percentis)
Fonte: Adaptado de World Health Organization
• Descendente: indica diminuição ou perda no ganho de peso. Neste caso, é 
necessário investigar os possíveis fatores de risco que estão levando a esse pro-
cesso e iniciar a intervenção nutricional caso a criança já esteja na faixa de risco 
de deficit. 
Figura 3 – Comprimento/Altura por Idade de Meninos de Nascimento até os 5 anos (Percentis)
Fonte: Adaptado de World Health Organization
Recomendações Nutricionais do Lactente
A necessidade energética do lactente é proporcionalmente muito mais alta do que 
a de um adulto, em decorrência da alta taxa metabólica de repouso pelo requerimen-
to para o crescimento e desenvolvimento (VÍTOLO, 2015).
As Tabelas 5 e 6 trazem as informações necessárias para a estimativa energéticas 
de crianças até 1 ano:
12
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Tabela 5 – Equações diretas para estimativa de Necessidade
Energética Total (NET) ou Gasto Energético Total (GET)
Idade Sexo Equação (kcal/ dia)
0 a 3 meses
Masculino
(89 x P) – 100 + 75
Feminino
4 a 6 meses
Masculino
(89 x P) – 100 + 56
Feminino
7 a 12 meses
Masculino
(89 x P) – 100 + 22
Feminino
Fonte: IOM, 2005
Tabela 6 – Requerimentos energéticos no primeiro ano de vida – fórmulas rápidas
Idade (meses) Kcal/ dia Kcal/ kg/ dia
Meninos
0 a 1 518 113
1 a 2 570 104
2 a 3 596 95
3 a 4 569 82
4 a 5 608 81
5 a 6 639 81
6 a 7 653 79
7 a 8 680 79
8 a 9 702 79
9 a 10 731 80
10 a 11 752 80
11 a 12 775 81
Meninas
0 a 1 464 107
1 a 2 517 101
2 a 3 550 94
3 a 4 537 84
4 a 5 571 83
5 a 6 599 82
6 a 7 604 78
7 a 8 629 78
8 a 9 652 78
9 a 10 676 79
10 a 11 694 79
11 a 12 712 79
Fonte: FAO/OMS/ONU, 2004 
Em relação aos macronutrientes, a adequada ingestão de proteínas é muito im-
portante, diante da necessidade de anabolismo decorrente da construção de novos 
13
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
tecidos, típica desta fase. Durante os 6 primeiros meses, o aleitamento materno 
garante as necessidades proteicas: a ingestão de 800mL de leite materno, garante 
cerca de 1,4g/kg de peso corporal/dia. Em 2002, foi estabelecida a recomendação 
proteica de 9,1g/dia ou 1,52g/kg/dia como ingestão adequada (AI) para crianças 
de 0 a 6 meses, saudáveis e em aleitamento materno exclusivo. Para crianças entre 
7 a 12 meses, foi determinada a ingestão diária recomendada (RDA) de 11g/dia ou 
1,2g/kg/dia (VÍTOLO, 2015).
As gorduras ingeridas pelo lactente devem oscilar entre 30 a 54% do consumo 
calórico total. Quando o bebê é amamentado com leite materno, o aporte lipídico até 
o sexto mês é de 3,8 a 6 g por cada 100 ml, sendo a fonte energética predominante. 
Os carboidratos são muito importantes até os 12 meses, pois garantem energia e 
poupam as proteínas para a construção dos tecidos. Os percentuais de carboidratos 
e lipídios em relação a energia diária ficam em torno de 30 a 40% e 35 a 40%, res-
pectivamente (GUINÉ; GOMES, 2015).
As recomendações de micronutrientes (Tabela 7) são diferentes no primeiro e no 
segundo semestre. O aleitamento materno garante a ingestão adequada de micronu-
trientes desde que os estoques e alimentação maternos sejam adequados.
Tabela 7 – Ingestão dietética de referência da Food and Nutrition Board do 
Insitute of Medicine da National Academy of Sciences – Dietary Reference Intakes (DRIs)
Idade
Vitamina A 
(mcg/dia)
RDA
Vitamina D 
(mcg/dia) 
RDA
Vitamina E 
(mg/dia) RDA
Vitamina K 
(mcg/dia) AI
Vitamina C 
(mg/dia) RDA
Tiamina B1 
(mg/dia) RDA
0 a 6 meses 400 10 4 2 40 0,2
7 a 12 meses 500 10 5 2,5 50 0,3
Idade
Riboflavina 
B2 (mg/dia) 
RDA
Niacina B3 
(mg/dia) 
RDA
Piridoxina B6 
(mg/dia)
RDA 
Folato B9 
(mcg/dia)
RDA 
Cobalamina 
B12 (mcg/dia)
RDA
 Ác. Pantotênico 
B5 (mg/ dia) AI
0 a 6 meses 0,3 2 0,1 65 0,4 1,7
7 a 12 meses 0,4 4 0,3 80 0,5 1,8
Idade
Biotina B7 
(mcg/dia) AI
Colina (mg/
dia) AI
Cálcio (mg/
dia) RDA
Ferro (mg/
dia) RDA
Fósforo (mg/
dia) RDA
Iodo (mg/ dia) 
RDA
0 a 6 meses 5 125 200 0,27 100 110
7 a 12 meses 6 150 260 11 275 130
Idade
Magnésio
(mg/dia) 
RDA
Manganês
(mg/dia) 
AI
Potássio 
(mg/dia) 
AI
Selênio 
(mcg/dia) 
RDA
Sódio 
(mg/dia) 
AI
Zinco
(mg/dia) 
RDA
0 a 6 meses 30 0,0003 400 15 120 2
7 a 12 meses 75 0,6 700 20 310 3
14
15
Lactação: Cuidados e Complicações
Alguns problemas enfrentados pelas mães durante o aleitamento materno preci-
sam ser precocemente identificados e tratados, para que não se tornem causas de 
interrupção da amamentação (BRASIL, 2015). Os profissionais de saúde têm um 
papel importante na prevenção e no manejo dessas dificuldades, e as observações 
durante as mamadas podem ser de suma importância para auxiliar as mães a evita-
rem as complicações (Tabela 8).
Porém, mesmo com o auxílio durante a amamentação, é possível que as compli-
cações apareçam, sendo importante ter informações de como realizar o manejo para 
superá-las. A seguir, iremos abordar algumas das complicações mais comuns durante 
o aleitamento: 
• Ingurgitamento mamário: consiste na obstrução dos ductos mamários em de-
corrência da retenção do leite nos alvéolos, o que ocorre devido ao esvaziamen-
to incorreto da mama. O ingurgitamento dificulta a manutenção da amamen-
tação por causar edema das mamas, com aumento considerável de tamanho, 
temperatura e dor, podendo ocorrer mal-estar geral. Para o manejo nesse caso, 
é recomendada a ordenha manual antes da amamentação (para amolecer as 
mamas) e aumentar as mamadas, para evitar o acúmulo de leite. Massagens 
leves na mama auxiliam na saída do leite e ter o apoio frequente da mama e o 
uso constante do sutiã, também aliviam a dor e facilitam a saída do leite queestá 
obstruindo os canais (GIUGLIANI, 2004);
• Mamilos doloridos/trauma mamilar: as mães normalmente sentem uma 
discreta dor ou desconforto no início das mamadas, o que pode ser considerado 
normal. Porém, mamilos muito dolorosos e machucados, apesar de muito 
comuns, não são normais. Os traumas mamilares incluem eritema, edema, 
fissuras, bolhas, marcas brancas, amarelas ou escuras (PEDROSA; SILVA; 
MUNIZ-SILVA, 2016). As causas mais comuns são pega ou posicionamento 
inadequado do bebê, mas outras causas também provocam as fissuras, como: 
mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais na criança, freio de 
língua excessivamente curto, sucção não nutritiva prolongada, uso impróprio 
de bombas de extração de leite, não interrupção adequada da sucção da criança 
quando for necessário retirá-la do peito, uso de cremes e óleos que causam 
reações alérgicas nos mamilos, uso de protetores de mamilo (intermediários) e 
exposição prolongada a forros úmidos. Para o manejo, a correção das causas 
auxilia a evitar maiores complicações e também auxilia na cicatrização do 
mamilo, assim como o uso de conchas, manter o mamilo seco e o uso de 
pomadas cicatrizantes que não prejudiquem o bebê (BRASIL, 2015);
• Candidíase: a infecção da mama por Candida albicans no puerpério é bastante 
comum. A infecção pode ser superficial ou atingir os ductos lactíferos, e costuma 
ocorrer na presença de mamilos úmidos (cândida cresce em meio com carboidrato) 
e com lesão. Mãe e bebê devem ser tratados simultaneamente, mesmo que a 
criança não apresente sinais evidentes de candidíase. O tratamento inicialmente 
15
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
é local, com nistatina, clotrimazol, miconazol ou cetoconazol tópicos por duas 
semanas. As mulheres podem aplicar o creme após cada mamada e ele não 
precisa ser removido antes da próxima mamada (GIUGLIANI, 2004).
Tabela 8 – Observações das mamadas
Sinais de que a 
Amamentação vai bem
Sinais de possível 
dificuldade na Amamentação
Mãe
Mãe parece estar saudável
Mãe relaxada e confortável
Sinai de vínculo entre a mãe e o bebê
Mãe
Mãe parece estar mal e deprimida
Mãe parece tensa ou desconfortável
Sem contato visual com o bebê
Bebê
Bebê parece saúdavel
Bebê calmo e relaxado
Bebê procura o peito, se com fome
Bebê 
Bebê parece sonolento ou doente
Bebê está impaciente ou chorando
Bebê não procura o peito
Mamas
Mama parece saudável
Sem dor ou desconforto
Mama apoiada com dedos longe do mamilo
Mamas
Mama vermelha, inchada ou ferida
Mama ou mamilo dolorosos
Mama apoiada com os dedos na aréola
Posição do bebê
Cabeça e tronco do bebê alinhados
Corpo do bebê bem perto do corpo da mãe
Nádegas do bebê apoiadas
Nariz do bebê na altura do mamilo
Posição do bebê
Bebê com pescoço ou tronco torcidos
Bebê longe da mãe
Bebê apoiado pela cabeça ou costas somente
Nariz do bebê acima ou abaixo do mamilo
Pega do bebê
Mais aréola acima da boca do bebê
Boca do bebê bem aberta
Lábio inferior virado pra fora
Queixo do bebê toca a mama
Pega do bebê
Mais aréola abaixo da boca do bebê
Bebê com boca pouco aberta
Lábios para frente ou para dentro
Queixo do bebê não toca a mama
Sucção
Sugadas lentas e profundas, com pausas
Bochecha redonda durante a mamada
Bebê solta o peito quando termina a mamada
Mãe apresenta sinais do reflexo da ocitocina
Sucção
Sugadas rápidas
Esforço da bochacha durante a mamada
Mãe tira o bebê do peito
Mãe sem sinais do reflexo da ocitocina
Fonte: World Health Organization – WHO, 2004
• Fenômeno de Raynaud: trata-se de uma isquemia intermitente causada por 
vaso espasmo, que costuma ocorrer nos dedos das mãos e dos pés, mas tam-
bém pode acometer os mamilos. Em geral, ocorre em resposta à exposição ao 
frio, compressão anormal do mamilo na boca da criança ou trauma mamilar 
importante. Deve-se buscar identificar e tratar a causa básica que está con-
tribuindo para a isquemia do mamilo e melhorar a técnica de amamentação 
(pega), quando esta for inadequada. Compressas mornas ajudam a aliviar a dor 
na maioria das vezes. O uso de analgésico e anti-inflamatório também é reco-
mendado (BRASIL, 2015);
• Bloqueio de ductos lactíferos: ocorre quando o leite produzido numa determi-
nada área da mama, por alguma razão, não é drenado adequadamente. É ob-
servado quando a mama não está sendo esvaziada adequadamente, quando a 
amamentação é infrequente ou quando a criança não está conseguindo remover 
o leite da mama de maneira eficiente. O tratamento dessa condição deve ser 
instituído precocemente, para que o processo não evolua para mastite. Como 
medidas, estão: mamadas frequentes, compressas quentes, troca de posição nas 
16
17
mamadas e retirada do ponto branco (sinal de bloqueio), caso esteja presente 
(GIUGLIANI, 2004).
• Mastite: é um processo inflamatório que ocorre mais comumente na segunda 
e terceira semanas após o parto, mas pode ocorrer em qualquer período da 
amamentação. Pode ocorrer pela complicação do ingurgitamento mamário, ra-
chaduras no mamilo ou obstrução de ductos incorretamente tratados. A estase 
láctea por si só não causa mastite, mas pode lesar o tecido, permitindo a insta-
lação de bactérias Streptococcus (α-,β- e não hemolítico), Staphylococcus (aureus 
e albus) e ocasionalmente pela Escherichia coli. Para o manejo, é importante 
identificar o que causou a mastite e corrigir o possível erro, além do uso de an-
tibioticoterapia (PEDROSA; SILVA; MUNIZ-SILVA, 2016);
• Abcesso mamário: normalmente, é causado por mastite não tratada ou com 
tratamento iniciado tardiamente ou ineficaz. É comum ocorrer após a inter-
rupção da amamentação na mama afetada pela mastite sem o esvaziamento 
adequado do leite por ordenha. Exige intervenção imediata por drenagem cirúr-
gica, de preferência sob anestesia local, com coleta de secreção purulenta para 
cultura e teste de sensibilidade a antibióticos, seguida de antibioticoterapia e o 
esvaziamento regular da mama afetada (BRASIL, 2015);
• Pouco leite: muitas vezes, essa percepção é o reflexo da insegurança materna 
quanto à sua capacidade de nutrir plenamente o seu bebê. Essa insegurança, 
com frequência reforçada por pessoas próximas, faz com que o choro do bebê e 
as mamadas frequentes (que fazem parte do comportamento normal em bebês 
pequenos) sejam interpretados como sinais de fome (GIUGLIANI, 2004). 
A suplementação com outros leites muitas vezes alivia a tensão materna e 
essa tranquilidade é repassada ao bebê, que passa a chorar menos, vindo 
a reforçar a ideia de que a criança estava passando fome. Uma vez iniciada 
a suplementação, a criança passa a sugar menos o peito e, como conse-
quência, vai haver menor produção de leite, processo que com frequência 
culmina com a interrupção da amamentação. (BRASIL, 2015, p. 65)
Quando há insuficiência de leite de fato, o bebê não fica saciado após as mama-
das, chora muito, quer mamar com frequência, faz mamadas muito longas e não 
ganha peso adequadamente (< 20 g por dia). O número de micções por dia (menos 
que seis a oito) e poucas evacuações, com fezes em pequena quantidade, secas e 
duras, são indicativos de pouco volume de leite ingerido. Ou seja, o bebê dá sinais de 
que está com fome e que precisa de mais leite (GIUGLIANI, 2004).
Dessa forma, é importante tentar acalmar a mãe e realizar o manejo com uso das 
seguintes técnicas: melhorar a pega do bebê, se necessário; aumentar a frequência 
das mamadas; oferecer as duas mamas em cada mamada; dar tempo para o bebê 
esvaziar bem as mamas; trocar de seio várias vezes numa mamada se a criança esti-
ver sonolenta ou se não sugar vigorosamente; evitar o uso de mamadeiras, chupetas 
e protetores (intermediários) de mamilos; consumir dieta balanceada; ingerir líquidos 
em quantidade suficiente (líquidos em excesso não aumentam a produção de leite, 
podendo até diminuí-la); e repousar (BRASIL, 2015).
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UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
Aleitamento Artificial
Além das possíveis complicações, algumas situações impedem que o aleitamento 
maternoseja realizado (Tabela 9), sendo necessário iniciar o aleitamento artificial.
Tabela 9 – Razões médicas aceitáveis para uso de substitutos 
do leite materno definidas pela Organização Mundial de Saúde
Condições que justificam contraindicar a amamentação permanente
Infecção pelo HIV Se a alimentação substituta é aceitável, factível, acessível, sustentável e segura.
Condições que justificam contraindicar a amamentação temporariamente
Doenças maternas graves Septicemia ou outras condições clínicas que impe-dem a mãe de cuidar do seu filho.
Vírus do Herpes simples tipo 1
Deve ser evitado o contato direto entra as lesões ma-
márias da mãe e a boca do bebê até que as lesões 
estejam curadas.
Doença de Chagas Na fase aguda da doença ou quando houver sangra-mento mamilar evidente.
Uso de alguns medicamentos como:
drogas edativas, psicoterápicas, 
antiepilépticas e opiáceos e 
suas combinações
Provocam efeitos colaterais tais como tontura e de-
pressão respiratória. Se Posível buscar alternativas 
de drogas compatíveis com a amamentação.
Uso de radiofármacos como 
o Iodo-131 radioativo
A mãe pode voltar a amamentar cerca de dois meses 
após o uso. eta substância pode ser evitada, uma vez 
que existem alternativas mais seguras.
Uso em excesso de iodo tópico 
(ex. povidone-iodato)
Pode resultar em anormalidade eletrolíticas ou su-
pressão da tireoide no bebê.
Recomendam-se usar alternativas mais seguras e 
manter a amamentação.
Uso de medicamentos 
antineoplásicos
Interromper a amamentação durante a terapia.
Álcool, opiáceos, benzodiazepínicos 
e maconha (cannabis)
Podem causar sedação tanto na mãe como no bebê.
As mães devem ser incentivadas a não usar tais subs-
tâncias e ter apoio para abstinência.
Fonte: World Health Organization – WHO, 2009
Considerando essas possíveis condições, vamos abordar, na sequência, as reco-
mendações de como realizar o aleitamento artificial conforme e idade do lactente.
Prescrição dietética para crianças em aleitamento artificial
A amamentação deve ser protegida, para tanto, a orientação sobre pre-
paro de leites artificiais nunca deve ser feita de forma coletiva. Nos casos 
em que há necessidade de orientar sobre o preparo de leites artificiais, 
essa orientação deve ser realizada de maneira individualizada e por pro-
fissional qualificado. Sendo assim, o profissional de saúde deve orientar 
as famílias e cuidadores sobre a alimentação adequada para a criança 
de acordo com a sua faixa etária, respeitando as condições e desejo da 
família. (BRASIL, 2015, p. 119)
18
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A Sociedade Brasileira de Pediatria (2018), recomenda que, diante da impossi-
bilidade do aleitamento materno, as crianças menores de seis meses de vida sejam 
alimentadas com fórmulas infantis para lactentes (fórmulas de partida) e as de seis 
a doze meses com fórmulas de seguimento para lactentes. Apesar de proporcionar 
o conteúdo nutricional necessário, as fórmulas não são estéreis e estão sujeitas às 
mesmas preocupações de segurança, como cuidados com a higiene na preparação 
e abastecimento de água potável. Esses cuidados devem ser ainda maiores nos pri-
meiros seis meses de vida.
Conforme as Resoluções da Diretoria Colegiada nº 43 e 44, de 19 de setembro 
de 2011, as fórmulas infantis são classificadas como:
• Fórmulas infantis de partida: produto, em forma líquida ou pó utilizado sob 
prescrição, especialmente fabricado para satisfazer, por si só, as necessidades 
nutricionais dos lactentes sadios durante os primeiros meses de vida;
• Fórmulas infantis de segmento: produtos destinados a lactentes sadios a partir 
do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos;
• Fórmulas infantis de segmento para crianças de primeira infância: usadas 
como substituto do leite materno neste período (de 1 a 3 anos).
Além desta classificação geral, há fórmulas com modificações para atender casos 
mais específicos dos lactentes, decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças tem-
porárias ou permanentes e/ou para redução de risco de alergias em indivíduos predis-
postos, descritas na Resolução da Diretoria Colegiada n º45, de 19 de setembro de 2011.
As fórmulas infantis para lactentes correspondem a leites industrializados 
indicados para lactentes que não estão em aleitamento materno. A grande 
maioria das fórmulas existentes no comércio é elaborada a base de leite de 
vaca e seguem as recomendações do “Codex Alimentárius 4”. No entanto, 
apesar de sua adaptação com relação ao carboidrato, proteínas e vitamina, 
os fatores anti-infecciosos e bioativos encontrados no leite materno não são 
encontrados nas fórmulas infantis. (BRASIL, 2015, p. 124)
A alimentação da criança que faz uso das fórmulas infantis deve seguir algumas 
recomendações específicas, na tentativa de repor substâncias que seriam oferecidas 
pelo leite materno, bem como minimizar os efeitos adversos da utilização das fórmu-
las infantis, conforme observado na alimentação de crianças com fórmulas infantis 
(BRASIL, 2015):
Crianças menores de seis meses (< 6 meses)
• Fórmula infantil para lactentes;
• Oferecer água entre as refeições;
• Quando a fórmula é oferecida em diluição e quantidade adequada, não é ne-
cessário oferecer suplementos vitamínicos, nem suplemento de ferro, pois esses 
estão presentes na composição das fórmulas.
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UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
Crianças maiores de seis meses (> 6 meses)
• Fórmula infantil de segmento para lactentes;
• A partir do sexto mês de vida, iniciar a introdução de outros alimentos, confor-
me esquema para crianças amamentadas;
• Oferecer águe entre as refeições;
• Crianças que consomem 500ml de fórmula infantil em diluição adequada devem 
ser avaliadas pelo pediatra quanto a necessidade de suplementação de ferro ou 
de múltiplos micronutrientes.
Em relação à quantidade/volume, durante os primeiros dias de vida, deve-se iniciar 
com 60 ml/kg/dia e aumentar 20ml/kg/dia (Tabela 11), divididos em 6 a 8 alimen-
tações em 24 horas. Depois que os alimentos complementares forem introduzidos, 
a quantidade de leite permanece, aproximadamente, a mesma que ao administrado 
aos seis meses de idade, mas podem variar de acordo com a disponibilidade de leite 
e outros alimentos e as demandas da criança.
Tabela 10 – Volume e número de refeições lácteas por faixa etária no primeiro ano de vida
Idade Volume/ Refeição Número de refeições/ dia
Do nascimento aos 30 dias 60 – 120 ml 6 a 8
30 a 60 dias 120 – 150 ml 6 a 8
2 a 3 meses 150 – 180 ml 5 a 6
3 a 4 meses 180 ml – 200 ml 5 a 6
> 4 meses 180 – 200 ml 2 a 3
Fonte: Ministério da Saúde, 2015
Apesar de o leite de vaca, fluído ou em pó, não ser a melhor opção de alimentação 
para crianças menores de 12 meses, esse alimento pode ser o único alimento dispo-
nível em função do baixo custo, quando comparado às fórmulas infantis disponíveis 
no mercado. Por isso, é importante que os profissionais de saúde estejam preparados 
para orientar as mães, famílias e cuidadores quanto à utilização mais adequada e 
segura, quando esgotadas todas as possibilidade de relactação para manutenção do 
aleitamento materno e impossibilidade financeira para aquisição de fórmula:
Crianças menores de quatro meses
• Diluir o leite de vaca integral, conforme orientações abaixo:
Reconstituição do leite em pó integral:
• 1 colher das de sobremesa rasa para 100ml de água fervida;
• 1 ½ colher das de sobremesa rasa para 150ml de água fevida;
• 2 colheres das de sobremesa rasa para 200ml de água fervida;
• Preparo do leite em pó: primeiro, diluir o leite em pó em um pouco de água 
tratada, fervida e filtrada e, em seguida, adicionar a água restante necessária.
20
21
• Diluição do leite integral fluído:
• 2/3 de leite fluido + 1/3 de água fervida;
• 70ml de leite + 30ml de água = 100ml;
• 100ml de leite + 50ml de água = 150ml;
• 130ml de leite + 70ml de água = 200ml.
• A partir do segundo mês de vida, oferecer suplementação de vitamina C (30 mg/dia);
• Se a criança não estiver em aleitamento materno exclusivo,a suplementação 
profilática de ferro (1 mg de ferro elementar por kg de peso/dia) poderá ser 
realizada a partir dos quatro meses de idade, juntamente com a introdução dos 
alimentos complementares, até a criança completar 24 meses;
• Oferecer água entre as refeições. 
Crianças maiores de quatro meses
• A partir do quarto mês de vida, não é mais necessário diluir o leite de vaca integral;
• A partir do quarto mês de vida, deve-se iniciar a introdução dos alimentos com-
plementares (conforme esquema abaixo para crianças não amamentadas e que 
não fazem uso de fórmula infantil);
• Oferecer água entre as refeições;
• O consumo máximo de leite não deve ultrapassar 500ml por dia.
Até completar quatro meses de idade, o leite diluído deve ser acrescido de óleo, 
ou seja, 1 colher de chá de óleo para cada 100 ml. Após completar quatro meses de 
idade, o leite integral líquido não deverá ser diluído e nem acrescido do óleo, já que 
nessa idade a criança não amamentada receberá outros alimentos (BRASIL, 2015).
No decorrer desta unidade, pudemos compreender como os protocolos de ava-
liação nutricional são específicos para os lactentes e necessários para a avaliação 
do crescimento e identificação de necessidades de intervenção. Passamos pelo en-
tendimento dos fatores e complicações que podem desfavorecer a continuidade do 
aleitamento materno e finalizamos com a descrição das possibilidades de aleitamento 
artificial, inclusive nos casos onde a família não dispõe de recursos ou assistência 
para a aquisição de fórmulas infantis. Todo esse arcabouço de conhecimento traz 
o embasamento adequado para a reflexão e elaboração de orientações alimentares 
que possibilitarão condições para o desenvolvimento adequado e sadio de lactentes.
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UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Resolução – RDC Nº 43, de 19 de Setembro de 2011
Dispõe sobre o regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes.
https://bit.ly/31WYo1N
Resolução – RDC Nº 44, de 19 de Setembro de 2011
Dispõe sobre o regulamento técnico para fórmulas infantis de seguimento para 
lactentes e crianças de primeira infância. 
https://bit.ly/31WDLmf
Resolução – RDC Nº 45, de 19 de Setembro de 2011
Dispõe sobre o regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes destinadas 
a necessidades dietoterápicas específicas e fórmulas infantis de seguimento para 
lactentes e crianças de primeira infância destinadas a necessidades dietoterápicas.
https://bit.ly/3iGilzG
Fatores Relacionados com uma Menor Duração Total do Aleitamento Materno
MENDES, S. C. et al. Fatores relacionados com uma menor duração total do 
aleitamento materno. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 24, n. 5, p. 1821-
1829, May 2019.
https://bit.ly/2ZQpqVS
Growth in Exclusively Breastfed Infants
GIUGLIANI, E. R. J. Growth in exclusively breastfed infants. J. Pediatr. (Rio J.), 
Porto Alegre, v. 95, supl. 1, p. S79-S84, 2019.
https://bit.ly/2VYI64A
22
23
Referências
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Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométri-
cos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar 
e Nutricional - 2 SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, 
Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível 
em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_da-
dos_antropometricos.pdf>. Acesso em 12/04/2020.
________. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saú-
de da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2015.
________. Secretaria de atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção à 
Saúde. Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2019.
CARVALHO, M. F. P. P. Desenvolvimento normal. In: Tratado de pediatria,. v. 1. 
4. ed. São Paulo: Manole, 2017. 
GASPARIN, V. A. et al. Factors associated with the maintenance of exclusive 
breastfeeding in the late postpartum. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, 
v.41, n.spe, e20190060, 2020. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472020000200401&lng=en&nrm=iso>. 
Acesso em: 12/04/2020.
GIUGLIANI, E. R. J. Problemas comuns na lactação e seu manejo. J. Pediatr. Porto 
Alegre, v.80, n.5, supl. p.s147-s154, nov. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000700006&lng=en&nrm
=iso>. Acesso em: 12/04/2020. 
GUINÉ, R.; GOMES, A. L. A Nutrição na Lactação Humana. Millenium, v. 49, 
p. 131-152. 2015.
PEDROSA, B. S.; SILVA, R. M.; MUNIZ-SILVA, C. C. S. Orientações para a ama-
mentação adequada e complicações do aleitamento inadequado - Revisão de Litera-
tura. Rev. Cient. Sena Aires. v.5, n.1, p. 79-86, 2016.
ROSSI, L. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento de Nutrologia. Manual 
de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na es-
cola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. Sociedade Bra-
sileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 4. ed. São Paulo: SBP, 
2018. Disponível em: <http://www.amape.com.br/wp-content/uploads/2018/12/
MANUAL-NUTRO-SBP-2018.pdf>. Acesso em: 11/04/2020.
VÍTOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Rubio, 2015.
23
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida – Lactação
Sites visitados
<https://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/endocrinologia/graficos-de-
-crescimento/>. Acesso em: 29/06/2020.
24
Nutrição 
Materno-Infantil 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Fernanda Trigo Costa
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro 
Alimentação nos Primeiros Anos 
de Vida: Introdução Alimentar
Alimentação nos Primeiros Anos 
de Vida: Introdução Alimentar
 
 
• Conhecer as recomendações alimentares até os dois anos para desenvolver a capacidade de 
associar essas informações à elaboração de planos e orientações alimentares que busquem 
o desenvolvimento adequado de crianças nesse período de vida.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução Alimentar;
• Recomendações para Bebês em Aleitamento Materno;
• Recomendações para Bebês em Aleitamento Artificial;
• Comportamento Alimentar e Seletividade Alimentar.
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida: Introdução Alimentar
Contextualização
A introdução alimentar é um tema que vem sendo muito discutido em várias áreas 
do conhecimento, pois envolve aspectos que vão além das recomendações nutricio-
nais, sendo um ponto de preocupação e ansiedade para os pais e cuidadores, resul-
tando em condutas variadas, algumas adequadas, mas outras tantas não.
Os lactentes, devido à sua imaturidade biológica, dependem totalmente de outras 
pessoas para se alimentar. Essas pessoas, especialmente as mães, por serem as 
principais cuidadoras das crianças, têm papel fundamental na construção do hábito 
alimentar infantil. Além de decidirem o que as crianças irão comer, elas determinam 
como a criança será alimentada (SILVA; COSTA; GUIGLIANI, 2016). 
Porém, mesmo sob orientação do profissional da saúde, pode ser que essas orien-
tações não sejam seguidas. 
O artigo “Percepção e atitudes maternas a decisão materna sobre o tipo de alimen-
tação a ser oferecido para o lactente é influenciada fortemente pelo parceiro, família 
ou amigos em relação às orientações de profissionais de saúde referentes a práticas 
alimentares no primeiro ano de vida” (BROILO et al., 2013) avalia as razões pelas 
quais as famílias não seguem as orientações recebidas dos profissionais da saúde 
com base nas recomendações dos guias alimentares. Discute que talvez os profissio-
nais não tenham adequada formação quanto à alimentação da criança ouconvicção 
em relação ao tema, o que leva a orientações não alinhadas às condições sociais 
da população, gerando falhas de comunicação de forma a não auxiliar as famílias a 
entenderem o real significado e a importância das condutas corretas para a saúde da 
criança ao longo da vida.
“Percepção e atitudes maternas em relação às orientações de profissionais de saúde refe-
rentes a práticas alimentares no primeiro ano de vida”, disponível em: https://bit.ly/2VikffF
A forma como a mãe cuida do seu filho é determinante para a saúde do bebê e 
está associada ao grau de escolaridade, às informações recebidas acerca de saúde 
pelos profissionais e/ou mídia, ao apoio social recebido, bem como à disponibilidade 
para cumprir o papel de cuidadora. A discussão sobre as condições sociais, bem 
como a pressão exercida sobre o papel de mãe na atualidade não pode deixar de 
ser discutida e promover ações para favorecer contextos em que a mãe possa estar 
presente nos cuidados dos filhos é essencial. Por isso, os profissionais da saúde têm 
a importante responsabilidade de estar preparados para acolher as famílias e fazer 
orientações condizentes com os estudos científicos atualizados, mas que sejam adap-
tadas à compreensão e possibilidades dessas famílias, tornando-as viáveis.
Nesta unidade, vamos estudar as recomendações sobre a introdução alimentar 
para crianças em aleitamento materno e para crianças em aleitamento artificial, bem 
como discutir aspectos relacionados à formação dos hábitos alimentares, essenciais 
para a manutenção da saúde até a vida adulta.
8
9
Durante os estudos, propomos que sejam feitos os seguintes questionamentos: 
quais são as recomendações para a introdução de alimentos complementares para 
as crianças em aleitamento materno? Há diferenças quando as crianças estão em 
aleitamento artificial? Como a introdução alimentar auxilia no desenvolvimento de 
hábitos alimentares adequados e qual é o papel dos cuidadores nesse processo? 
Como devem ser elaborados os planos alimentares para crianças de 6 a 12 meses?
Bons estudos!
9
UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida: Introdução Alimentar
Introdução Alimentar
O conhecimento correto e atualizado sobre a alimentação da criança é essencial 
para a avaliação e a orientação adequadas sobre sua nutrição (SBP, 2018). As práti-
cas alimentares no primeiro ano de vida são essenciais para a formação dos hábitos 
da criança, sendo que esse período pode ser dividido em duas etapas: 
• Primeiro semestre, quando a recomendação é de que seja praticado o aleita-
mento materno exclusivo ou que se atrase quando for possível a introdução de 
outros alimentos; 
• Segundo semestre, quando o leite materno já não satisfaz todas as necessidades 
nutricionais do bebê e é necessário introduzir gradativamente outros alimentos, 
com o foco numa alimentação similar à da família quando o bebê completar os 
12 meses. 
Além disso, até completar 24 meses, é essencial que haja uma preocupação em 
manter uma variedade de alimentos em quantidades adequadas, para a formação 
não somente dos hábitos alimentares, mas, também, de condições que perdurem no 
decorrer da vida desse indivíduo, visto a importância sabida dos primeiros 1000 dias 
para a saúde na vida adulta (VÍTOLO, 2015).
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2009) adota os seguintes princípios 
para a alimentação complementar saudável de crianças em aleitamento materno:
• Praticar aleitamento materno exclusivo do nascimento aos 6 meses de ida-
de e, após, introduzir alimentos complementares, mas manter o aleitamen-
to materno;
• Continuar com o aleitamento materno em livre demanda, frequente, até os 
2 anos ou mais;
• Praticar alimentação responsiva, aplicar o princípio de cuidado psicossocial;
• Praticar boa higiene e manipulação apropriada dos alimentos;
• Iniciar aos 6 meses com pequenas quantidades de alimentos e aumentar a quanti-
dade à medida que a criança for crescendo, mas manter amamentação frequente;
• Aumentar gradualmente a consistência e variedade à medida que a criança for 
crescendo, adaptar às necessidades e habilidades da criança;
• Aumentar o número de vezes que a criança é alimentada com alimentos com-
plementares à medida que ela for crescendo;
• Alimentar com uma variedade de alimentos nutritivos para assegurar que todas 
as necessidades nutricionais sejam atingidas;
• Usar alimentos complementares fortificados ou suplementos vitamínicos para a 
criança, se necessário;
10
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• Aumentar a ingestão de líquidos durante as doenças, incluindo aleitamento materno 
mais frequente, e encorajar a criança a comer alimentos prediletos, macios. Após 
a doença, oferecer alimentos com mais frequência que o habitual e encorajar a 
criança a comer mais.
Como forma de orientar a população e promover saúde e crescimento para que as 
crianças brasileiras desenvolvam todo o seu potencial, o Ministério da Saúde lançou o 
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (BRASIL, 2019) alinha-
do às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014). 
É um instrumento para orientação tanto para as famílias como para os profissionais 
de saúde desenvolverem ações de Educação Alimentar e Nutricional em sua atuação 
no âmbito coletivo e individual.
Além desse material, também podemos contar com o Manual de alimentação da 
infância à adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2018), que orienta es-
pecificamente pediatras, mas que pode ser utilizado pelos demais profissionais da saúde, 
sobre como alimentar de modo adequado os pacientes pediátricos durante todo o seu 
desenvolvimento, do recém-nascido ao adolescente e ainda enfatiza aspectos importan-
tes sobre a alimentação adequada na escola, na gestação e os aspectos fundamentais 
envolvidos na prevenção de doenças que estão relacionados com os erros alimentares.
Guia Alimentar para Crianças brasileiras Menores de 2 anos: https://bit.ly/2YAwqXq
Manual de alimentação da infância à adolescência da SBP: https://bit.ly/2Vp07ZE
A partir dos 6 meses, recomenda-se a introdução de duas refeições à base de 
frutas (lanche da manhã e lanche da tarde) e uma refeição principal (salgada) para 
ser oferecida no almoço. Aos 7 meses, a criança poderá receber a segunda refeição 
salgada no horário do jantar (Quadro 1). Os alimentos devem ser modificados em 
sua consistência natural, frutas cruas ou cozidas raspadas/amassadas (Figura 1) e 
alimentos salgados bem cozidos, para que possam ser amassados com o garfo e não 
batidos. Durante a introdução, é importante avaliar a condição do bebê de aceitar 
a evolução da consistência das refeições, caminhando até os 12 meses para uma 
alimentação similar à da família.
Quadro 1 – Esquema para a introdução dos alimentos complementares 
Faixa etária Tipo de alimento
Até 6º mês Leite materno exclusivo
6º a 24º mês Leite materno complementado
6º mês Frutas (amassadas ou raspadas)
6º mês Primeira papa principal de misturas múltiplas
7º a 8º mês Segunda papa principal de misturas múltiplas
9º a 11º mês Gradativamente, passar para a refeição da família com ajuste da consistência
12º mês Comida da família – observando a adequação dos alimentos
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UNIDADE Alimentação nos Primeiros Anos de Vida: Introdução Alimentar
Figura 1 – Exemplo de formas para oferecer frutas às crianças 
durante a introdução de alimentos complementares
Fonte: Adaptado de Getty Images
Há sempre dúvidas a respeito de quando introduzir determinados alimentos ou 
mudanças, mas não há restrição quanto aos alimentos a serem oferecidos e as etapas 
podem ser superadas com tranquilidade:
• Carnes bovinas e de aves: ao se introduzirem alimentos complementares, as 
carnes já podem ser incluídas para garantir a ingestão de ferro de boa disponi-
bilidade. Recomenda-se o uso de carne moída ou cozida desfiada, misturada aos 
demais alimentos;
• Vísceras: quando utilizadas, deverão ser bem cozidas, assim como as demais 
carnes, para evitar qualquer tipo de contaminação;
• Peixes e Ovos:

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