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CONTEMPORANEA QUESTIONÁRIO UNIDADE III

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· Pergunta 1
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Antropologicamente, o conceito de cultura se refere a toda produção simbólica, aos modos de ser, de fazer, de pensar, trazendo em si todas as contradições da sociedade. Em sociedades capitalistas como a nossa, a produção cultural estaria relacionada às próprias relações capitalistas de produção, relações estas que opõem classes sociais. Com base nessa perspectiva, é correto afirmar que:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
A cultura pode ser entendida como os modos de ser, de fazer e de pensar de uma classe social, de um grupo social etc.
	Respostas:
	a. 
A cultura pode ser entendida como os modos de ser, de fazer e de pensar de uma classe social, de um grupo social etc.
	
	b. 
A cultura é um fenômeno independente das relações econômicas de uma sociedade.
	
	c. 
A cultura, ao se referir à produção simbólica, restringe-se apenas a uma classe social: a classe dominante.
	
	d. 
A cultura não pode ser produto de uma ralé de excluídos.
	
	e. 
A cultura, vista nas classes sociais, internamente, não comporta diferenças, pois todos os membros de uma classe social se comportam de maneira idêntica.
	Comentário da resposta:
	Resposta: A
Comentário: É correto o que se afirma em A. É correto dizer que a cultura pode ser entendida a partir das culturas de cada classe ou grupo social. No entanto, é preciso ponderar que mesmo dentro de cada grupo haverá diferenças culturais. É justamente aqui que a afirmativa E dispõe o contrário; afirma-se nessa sentença que não há, internamente aos grupos sociais, diferenças nos modos de ser, de fazer e de pensar. A alternativa B está incorreta, pois, como está explícito no próprio enunciado, a cultura – no caso de sociedades capitalistas – está relacionada às próprias relações capitalistas de produção. Em C e em D, nota-se uma perspectiva reducionista do conceito antropológico de cultura, e por isso são afirmativas incorretas.
	
	
	
· Pergunta 2
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	As categorias “cultura erudita” e “cultura popular”, antropologicamente falando, nos ajudam a compreender – na sua oposição ou fusão – como as classes dominantes existem em relação às classes dominadas, e como essas classes passam a partilhar de um processo social comum, mas do qual as elites continuam a exercer um controle importante. Assim, toda a produção cultural é resultado dessa existência comum, da história coletiva, por mais que seus benefícios e suas formas de controle sejam desiguais. Considerando essas categorias, é correto afirmar que:
 
I. Haveria uma oposição entre o que é erudito e o que é popular, oposição esta que se faz quando consideramos os diferentes interesses, visões de mundo e manifestações das classes sociais.
II. A existência de classes dominadas demonstra a existência das desigualdades sociais e a “obrigação” de superá-las, e por isso a cultura popular pode ser vista como contendo um conteúdo transformador; ao passo que a cultura erudita pode ser compreendida por meio de sua expansão colonizadora.
III. Há um abismo intransponível entre cultura popular e cultura erudita, isto é, entre cultura do povo e cultura de elite. O que é própria da cultura erudita jamais será popular, assim como o inverso também se aplica.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
I e II, apenas.
	Respostas:
	a. 
I, apenas.
	
	b. 
II, apenas.
	
	c. 
III, apenas.
	
	d. 
I e II, apenas.
	
	e. 
II e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: D
Comentário. É correto o que se afirma em I e II. Ambas as afirmativas colocam um tipo de análise interpretativa em perspectiva: “haveria uma oposição...”, “a cultura popular pode ser vista...”. Não se trata de imprecisão teórica, mas de uma ponderação acerca da relação entre as categorias “cultura erudita-cultura popular” numa sociedade de classes. Em I, vemos como a oposição “cultura erudita-cultura popular” se faz em meio a interesses distintos, visões de mundo e manifestações que têm a ver com a sociedade de classes. Em II, vemos como a cultura popular pode ter um conteúdo transformador da sociedade, visando superar desigualdades sociais. Em III, vemos uma afirmativa que em nada pondera sobre o tema; é taxativa ao dizer que o que é próprio da cultura erudita jamais será popular; bem como o inverso também; mas isso está errado, pois a cultura é dinâmica e tais categorias apenas ajudam na compreensão desse dinamismo. Sabe-se, por exemplo, que o futebol – de origem inglesa, e que foi introduzido no Brasil pela elite no começo do século XX –, num dado momento, passou a ser de domínio de uma grande maioria, ou seja, o futebol, que era próprio de uma elite, passou a ser parte da nossa cultura popular.
	
	
	
· Pergunta 3
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Na Antropologia, a categoria conhecida como folclore se confunde com a categoria chamada de cultura popular. Embora possam guardar diferenças conceituais, os dois termos servem para as mesmas realidades; remetem à história, e se associam às maneiras de o povo viver; remetem às festas, aos ritos e, também, ao cotidiano e seus produtos: a comida, a casa, a vestimenta, os artefatos de trabalho etc. Se, por exemplo, na conhecida “Folia de Santos Reis”, um antropólogo se deparasse com participantes que dizem fazer sua máscara de plástico, porque é difícil fazer a de palha como tradicionalmente se fazia, provavelmente ele concluiria que:
 
I. A “Folia de Santos Reis” acabou, ou seja, não é mais como era tradicionalmente e por isso deixa de fazer parte da cultura popular.
II. Participantes com máscaras de plástico demonstram desprezo pela tradição.
III. A cultura popular ou o folclore, muitas vezes para continuar a existir, passam a incorporar e ressignificar elementos da vida urbana e da sociedade de consumo.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I e III, apenas.
	
	b. 
II, apenas.
	
	c. 
I, apenas.
	
	d. 
III, apenas.
	
	e. 
II e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: D
Comentário: É correto o que se afirma em III, apenas. O suposto antropólogo do enunciado provavelmente não concluiria que os participantes com máscaras de plástico têm desprezo pela tradição (o que está em II); muito menos que a festa popular teria acabado, no sentido de não fazer mais parte da cultura popular (o que está em I); o que está em III é uma conclusão correta, pois, como demonstra o exemplo, o uso de máscaras de plástico – e não mais de palha – revela o dinamismo cultural presente na própria festa popular; que incorpora, então, elementos da vida urbana e de consumo, ressignificando suas fantasias – enquanto ressignifica o plástico.
	
	
	
· Pergunta 4
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	No artigo “Folclore e sociologia em Florestan Fernandes”, Sylvia Garcia (2001, p. 149-150) apresenta a análise desse grande intelectual brasileiro acerca dos folguedos – festas populares de espírito lúdico que se realizam em diversas regiões do Brasil – e da função social do grupo infantil nesse contexto: “É a opinião pública tradicional que fala nos folguedos, ensinando ludicamente às crianças como se vive em certa sociedade, o que se deve fazer, como se deve fazer e o que é proibido e castigado. Desse modo, revela-se a função que o grupo infantil exerce para a continuidade cultural. Ainda que de modo sucinto, Florestan aponta [...] que o grupo [infantil] incorpora antigos elementos transferidos da cultura adulta do passado para a cultura lúdica do presente [...]”. Nesse sentido, é correto dizer que:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
Se a função social dos folguedos é a de ensinar ludicamente às crianças como se vive em sociedade, a função que o grupo infantil exerce tem a ver com a continuidade cultural e a manutenção de uma certa identidade coletiva.
	Respostas:
	a. 
Se a função social dos folguedos é a de ensinar ludicamente às crianças como se vive em sociedade, a função que o grupo infantil exerce tem a ver com a continuidade cultural e a manutenção de uma certa identidade coletiva.
	
	b. 
As criançasnão exercem qualquer função social nesse contexto.
	
	c. 
Os folguedos constituem uma maneira de romper ou superar tradições – por meio das crianças.
	
	d. 
As crianças não têm capacidade para interferir na identidade coletiva, pois essa é uma função da “cultura adulta”.
	
	e. 
O que se deve fazer, como se deve fazer e as maneiras de viver em certa sociedade são questões disciplinares, racionais, de modo que os folguedos, ao pretenderem assumir esse papel, rebaixam a cultura da sociedade. As crianças acabam sendo vítimas desse tipo de “cultura popular”.
	Comentário da resposta:
	Resposta: A
Comentário: É correto o que se afirma em A. A função social dos folguedos passa pelo ensinamento lúdico ao grupo infantil acerca da vida em sociedade; ao passo que esse grupo assume a função de dar continuidade à cultura e à identidade coletiva dessa sociedade. Portanto, o que está em B é incorreto; as crianças têm, sim, uma função social no contexto dos folguedos. O que está em C é incoerente com o que está posto no enunciado. Os folguedos não constituem uma ruptura com tradições por meio das crianças, mas, antes, uma transferência da cultura adulta do passado para a cultura lúdica do presente – para a “cultura infantil”. A alternativa E está errada, pois a cultura – e as formas de transmissão cultural – não se limitam às dimensões disciplinares ou racionais; são, antes dessas, transmitidas simbolicamente, ludicamente. E afirmar que crianças são vítimas dos folguedos ou da cultura popular é pretender que sua cultura fosse substituída por outra melhor – o que demonstra uma postura de intolerância e incompreensão do “outro”.
	
	
	
· Pergunta 5
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Pode-se contextualizar o surgimento de uma “indústria cultural” a partir dos séculos XVIII e XIX. O fato histórico que marca esse século é a multiplicação dos jornais na Europa, já que, até a Idade Média, a leitura e a escrita eram privilégios do clero e de parte da nobreza. Isso muda com o capitalismo, pois o novo modelo socioeconômico trouxe como características a urbanização, a industrialização e o aumento do mercado consumidor. Desta forma, as cidades se tornaram polos de importância econômica, social e cultural. E por isso também a população deixa o campo rumo à cidade para trabalhar nas fábricas. Com a introdução das máquinas na produção de mercadorias, tem-se o barateamento dos produtos e, com isso, o aumento do mercado consumidor. Assim, a burguesia comercial e industrial se constitui como classe dominante e passa a exercer uma hegemonia sobre as classes médias que aumentam; esse público seria, então, “conquistado” pelas forças de mercado, que passavam a produzir – também de modo industrial – os bens culturais. Com base nessas considerações, é correto afirmar que:
 
I. Numa sociedade capitalista, a classe dominante detém a hegemonia mediante a produção de uma ideologia dominante; ou seja, mediante a própria indústria cultural que veicula a sua visão de mundo.
II. Os bens culturais são patrimônio público e por isso não podem se tornar “produtos culturais” ou mercadorias.
III. A produção de bens culturais, no contexto da indústria cultural, se assemelha à produção padronizada e em série de veículos, por exemplo.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I e III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I, apenas.
	
	b. 
II, apenas.
	
	c. 
III, apenas.
	
	d. 
I e II, apenas.
	
	e. 
I e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: E
Comentário: É correto o que se afirma em I e III, apenas. A afirmativa II está errada, pois o sentido de indústria cultural é mesmo o de que os bens culturais passaram a ser produzidos de modo industrial; em série, padronizados, reprodutíveis em escala (o jornal, a telenovela, o cinema). A sentença romantiza os bens culturais como se fossem patrimônio público e não mercadorias. Acontece que mesmo mercadorias podem ser consideradas bens culturais; além de, muitas delas, fazerem parte de uma espécie de patrimônio público. O chocolate na Suíça, por exemplo, é um bem de consumo material, mas ele se apresenta sob diversas marcas, símbolos etc., fazendo parte da identidade coletiva daquele país. No caso da sentença I, é correto dizer que numa sociedade capitalista, sobretudo no contexto histórico do enunciado, a classe dominante exerce uma hegemonia através da própria indústria cultural de que é detentora. Assim, ela veicula de modo massivo a sua ideologia, que passa a ser a ideologia dominante. Em III, vemos uma correta leitura que compara a produção de veículos à produção de bens culturais, como séries de TV, por exemplo.
	
	
	
· Pergunta 6
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Os jornais, como produtos culturais que são, assumem grande importância na sociedade do tipo moderno. As primeiras décadas de 1800 serão marcadas pelas consequências sociais das revoluções burguesas. Nacionalismo, socialismo e liberalismo vão disputar pela adesão das massas. Vemos as lutas sociais ganharem as ruas, o direito estendido do voto a todos os homens adultos... Vemos grandes partidos políticos, inclusive os operários, reivindicarem o poder da imprensa para a conquista de adeptos... Depois, na França, com a revolução de 1848, vemos campanhas nacionalistas e socialistas contra a aristocracia que voltava ao poder... Neste mesmo ano, vemos a reivindicação da liberdade de imprensa igualmente na Alemanha. Mas, como explica Marcondes Filho (2014, p. 270), no seu “Dicionário da Comunicação”, é na segunda metade do século XIX que se delineava “a grande clivagem” na imprensa: “[...] enquanto a imprensa popular ganhava as ruas, estimulando as campanhas operárias, as lutas socialistas, as conquistas sociais, os donos das empresas jornalísticas já estavam dando seu pulo do gato. A atividade que se iniciaria com as discussões político-literárias aquecidas, emocionais, relativamente anárquicas, começava agora a se constituir como grande empresa capitalista: todo o romantismo da primeira fase será substituído por uma máquina de produção de notícias e de lucros com os jornais populares e sensacionalistas”. Sob a perspectiva crítica acerca da indústria cultural, e considerando o contexto descrito acima, é correto afirmar que:
 
I. O jornalismo popular e sensacionalista evidencia como as manifestações culturais e populares podem ser cooptadas pela indústria capitalista.
II. “Imprensa popular” e “jornais populares e sensacionalistas” são expressões equivalentes no enunciado.
III. O “popular” assume uma ambivalência tal no enunciado da questão, já que está tanto do lado dos trabalhadores, quanto do lado dos capitalistas.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I e III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I, apenas.
	
	b. 
II, apenas.
	
	c. 
III, apenas.
	
	d. 
I e II, apenas.
	
	e. 
I e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: E
Comentário: É correto o que se afirma em I e III, apenas. A sentença II está incorreta, pois a categoria “popular” em “imprensa popular” e “jornais populares e sensacionalistas” não cumpre o mesmo papel; ou senão as expressões não são equivalentes, pois que, contextualizadas, elas mostram como a imprensa popular se associava inicialmente a campanhas operárias, a lutas socialistas e conquistas sociais. A expressão “jornais populares e sensacionalistas” é usada no enunciado da questão para mostrar justamente como esses últimos substituíram a imprensa popular. Em I, vemos uma afirmativa correta; pois que, sendo um produto cultural no contexto capitalista, o jornalismo expressa como manifestações culturais e populares podem ser cooptadas pela indústria cultural/capitalista. Em III, vemos uma correta reflexão acerca da ambivalência da palavra “popular” no enunciado da questão. Uma leitura atenta revela como o termo se associa a classes sociais distintas, em momentos distintos, e atribuindo significados particulares em cada caso.
	
	
	
· Pergunta 7
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	O termo Indústria Cultural aparecerá pela primeira vez no livro Dialética do Esclarecimento (textoiniciado em 1942 e publicado em 1947), de Max Horkheimer e Theodor Adorno. A questão que se colocava por esses teóricos da Escola de Frankfurt, sobretudo ao analisarem a transformação cultural da sociedade americana entre os anos 30 e 40, era a de que os produtos ligados à intelectualização passavam a existir – no capitalismo – como mercadoria. Sendo assim, toda a atividade intelectual produzida pelos meios de comunicação estaria associada à marca da indústria cultural, algo que ocorre através de um processo de serialização-padronização-divisão do trabalho. O modelo se baseia na lógica do desenvolvimento da tecnologia e sua função na economia. Daí o termo identificado como “racionalidade técnica”. Na redação definitiva de Dialética do Esclarecimento, os autores usaram a expressão “cultura de massa”, que mais tarde foi substituída por “indústria cultural” a fim de se evitar a interpretação de que essa cultura emergiria das massas, espontaneamente, como uma forma de arte popular. À luz desse tipo de interpretação crítica da indústria cultural, é correto afirmar que:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
A indústria cultural fixa de maneira exemplar a derrocada da cultura, ou seja, sua queda na condição de mercadoria e a alienação das massas.
	Respostas:
	a. 
A indústria cultural fixa de maneira exemplar a derrocada da cultura, ou seja, sua queda na condição de mercadoria e a alienação das massas.
	
	b. 
A produção industrial permite a livre expressão do papel filosófico-existencial da cultura.
	
	c. 
O modo industrial de produção da cultura não corre o risco de padronização com fins de rentabilidade econômica e controle social.
	
	d. 
A indústria cultural fixa de maneira exemplar que há um interesse difuso na reflexão e no pensamento.
	
	e. 
A indústria cultural é um conceito que sugere que as massas passaram a produzir uma cultura das massas e para as massas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: A
Comentário: É correto o que se afirma em A. As demais afirmações poderiam ser lidas corretamente no seu inverso sentido. Em B, por exemplo, a afirmação ficaria correta se dissesse que “a produção industrial não permite a livre expressão do papel filosófico-existencial da cultura”. Em C, a sentença deveria dizer que “o modo industrial de produção da cultura está ligado à padronização com fins econômicos e de controle social”; em D, a sentença deveria negar o que se diz; isto é, pela indústria cultural não há um interesse difuso na reflexão e no pensamento. Em E, vemos uma sentença que contraria o que está posto no próprio enunciado da questão acerca do uso da expressão “indústria cultural” por seus autores. Em resumo, é preciso compreender o conceito no seu contexto teórico; e é isso o que está em A. Embora possa ser criticada, a perspectiva crítica do conceito de indústria cultural indica que a própria indústria cultural fixa de maneira exemplar a derrocada da cultura, ou seja, sua queda na condição de mercadoria e a alienação das massas.
	
	
	
· Pergunta 8
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Acerca da “Mass Communication Research” (MCR) e da “Teoria Crítica” da Escola de Frankfurt (EF), pode-se admitir uma diversidade entre os autores de cada uma dessas correntes/escolas da Comunicação, mas também pode-se admitir uma coerência no seio de cada uma delas. A distinção feita por Umberto Eco entre apocalípticos e integrados (In: ECO, U. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1993, 5ª ed.) serve para acentuar que os autores da Escola de Frankfurt estariam mais para “apocalípticos”, enquanto os autores da Mass Communication Research estariam mais para “integrados”. Apocalípticos, os que veem na cultura de massa uma ameaça para a democracia. Integrados, os que se contentam com a democratização do acesso de “milhões” a essa cultura do lazer. Tendo em vista essas duas correntes de estudo, assinale as afirmativas corretas:
 
I. A MCR tem uma visão instrumental e administrativa dos meios de comunicação, entendendo que esses meios, como a propaganda, são meros instrumentos, nem mais morais nem mais imorais que a manivela da bomba d’água.
II. A MCR tem uma visão crítica acerca das consequências do desenvolvimento dos meios de produção/comunicação e transmissão cultural.
III. A escola de pensamento crítico (EF) recusa-se a tomar como evidente a ideia de que com as inovações técnicas a democracia sai mais fortalecida. Essa corrente de estudos compreenderia que o terreno em que a técnica adquire seu poder sobre a sociedade é o terreno dos que a dominam economicamente.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
I e III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I, apenas.
	
	b. 
II, apenas.
	
	c. 
III, apenas.
	
	d. 
I e II, apenas.
	
	e. 
I e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: E
Comentário: É correto o que se afirma em I e III, apenas. A sentença II está incorreta, pois, como está posto no enunciado, os representantes da MCR estão associados aos “integrados” e não aos “apocalípticos”, esses últimos os que têm uma visão crítica acerca dos meios de comunicação de massa. O enunciado da questão permite que se compreenda, assim, a visão instrumental e administrativa da MCR (o que está em I); bem como permite que se compreenda que a EF assume posição contrária à da MCR (o que está em III). Acentua-se aí uma visão crítica dos meios de comunicação de massa, entendidos no terreno da técnica e da dominação econômica.
	
	
	
· Pergunta 9
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Leia o texto a seguir:
 
Fonte: WATTERSON, B. Os dias estão simplesmente lotados: um livro de Calvin e Haroldo por Bill Watterson. São Paulo: Best News, 1995, p. 55.
 
Com base na leitura e nos seus conhecimentos sobre uma perspectiva crítica dos meios de comunicação de massa, avalie as afirmativas:
 
I. A comunicação midiática é criticada na tirinha a partir da metáfora da comunicação como controle. Fica evidente a diferença entre os papéis dos participantes no processo comunicativo; de um lado o personagem em posição de submissão e, de outro lado, o “poderoso da mídia de massa”.
II. A narrativa mostra como a televisão é um meio de comunicação que estimula o pensamento lógico, racional e crítico.
III. A tirinha é crítica em relação ao poder da comunicação midiática; entende-se que a televisão desestimula a reflexão e a imaginação; e fica implícito que esse poder da mídia de massa tem a ver com o poder dos que a dominam economicamente.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
I e III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I e III, apenas.
	
	b. 
I e II, apenas.
	
	c. 
II e III, apenas.
	
	d. 
I, apenas.
	
	e. 
II, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: A
Comentário: É correto o que se afirma em I e III, apenas; o que está em II é incorreto, pois a narrativa da tirinha mostra exatamente o contrário; em tom de ironia, faz-se um agradecimento à TV por ela estimular a emoção, reduzir o pensamento e aniquilar a imaginação. As sentenças I e III concordam com a perspectiva crítica da tirinha. Em I, destaca-se a dimensão de poder e controle da mídia; e, em III, destaca-se o aspecto de alienação supostamente característico ao meio de comunicação de massa; e propõe-se que está implícito na narrativa da tirinha que o poder da mídia de massa tem a ver com o poder dos que a dominam economicamente; ou seja, dos que detêm os meios de produção de conteúdo televisivo, produzindo aí “artificialidades” e “manipulações” com “fins comerciais”.
	
	
	
· Pergunta 10
0,4 em 0,4 pontos
	
	
	
	Sob um tipo de pensamento crítico, é certo dizer que a chamada “comunicação social” encontrará bases nas estruturas econômicas e nos grandes conglomerados empresariais que acabam por concentrar em seus domínios grande parte do tráfego de informações e dados produzidos em rede. A grande questão colocada pelo historiador Yuval Noah Harari (2018, p. 72), em “21 lições para o século 21”, passa por aí... Liderada por gigantes como Google, Facebook e Tencent, a corrida para obtenção de dados coloca em xeque a simples ideia de liberdadeindividual. Ele explica que, assim como a autoridade divina fora legitimada por mitologias religiosas, e a autoridade humana foi justificada pela narrativa liberal, “a futura revolução tecnológica poderia estabelecer a autoridade dos algoritmos de Big Data, ao mesmo tempo que solapa a simples ideia de liberdade individual”. Quando sabemos que essas empresas querem nos conhecer melhor do que a nós mesmos, agindo como mercadoras de nossa atenção, e nos oferecendo conteúdos hiper personalizados, é correto concluir que:
 
I. O que era, até então, meu inacessível reino interior, agora é compreendido por corporações e agências de governo, de modo que minha ilusão de livre-arbítrio provavelmente vai se desintegrar à medida que eu me deparar, diariamente, com essas instituições.
II. Há uma liberdade irrestrita nos usos e consumos na internet; e é por isso que não se pode questionar a autoridade individual nesse contexto.
III. Com a autoridade cada vez mais crescente dos algoritmos de Big Data, vemos a emergência de sofisticadas formas de vigilância e controle.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
I e III, apenas.
	Respostas:
	a. 
I, apenas.
	
	b. 
II, apenas.
	
	c. 
III, apenas.
	
	d. 
I e III, apenas.
	
	e. 
II e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: D
Comentário: É correto o que se afirma em I e III, apenas. A sentença II está incorreta, pois o enunciado questiona, justamente, a autoridade individual no contexto das mídias sociais; o historiador tensiona, ao máximo, os efeitos dos algoritmos de Big Data no século XXI. As sentenças I e III estão em concordância com esse tensionamento teórico. Em I, questiona-se a “ilusão do livre-arbítrio” no cenário em que certas instituições passam a conhecer meu “reino interior”; sendo assim, minhas decisões serão sempre influenciadas – quando não determinadas – por essas instituições, tão presentes no cotidiano das pessoas. Decorre daí uma “desintegração” da ilusão do livre-arbítrio. Em III, propõe-se uma associação coerente ao contexto, pois que com o aumento da autoridade dos algoritmos de Big Data, vemos novas e mais sofisticadas formas de vigilância e controle. Basta pensar nos usos e consumos via internet; parece que alguém (o algoritmo) sabe o que eu estou precisando; e, oferecendo-me a solução certa, passa a exercer certo controle sobre mim.

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