Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APOSTILA PROFESSOR – GEOGRAFIA SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA 1. Compreensão e Interpretação de textos ..................................................................... 1 2. Características dos diversos gêneros textuais ............................................................ 7 3. Tipologia Textual .................................................................................................... 12 4. Sequências Textuais ................................................................................................ 13 4.1 Sequência narrativa ............................................................................................... 13 4.2 Sequência descritiva .............................................................................................. 15 4.3 Sequência argumentativa ....................................................................................... 17 4.4 Sequência injuntiva ............................................................................................... 18 4.5 Sequência dialogal ................................................................................................ 19 5. Elementos de coesão e coerência textual .................................................................. 19 6. Funções da linguagem ............................................................................................. 24 7. Ortografia Oficial .................................................................................................... 27 8. Acentuação Gráfica ................................................................................................. 38 9. Pontuação ................................................................................................................ 40 10. Crase ..................................................................................................................... .44 11. Emprego e descrição das classes de palavras ......................................................... 48 12. Sintaxe da oração e do período .............................................................................. 55 13. Ênfase em concordância e regência ....................................................................... 63 14. Significação das palavras e inferência lexical através do contexto ......................... 102 15. Paráfrase .............................................................................................................. 107 HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE VERDEJANTES-PE 16. Contexto histórico ............................................................................................... 109 16.1 Formação Administrativa ................................................................................... 110 16.2 Hino do Município ............................................................................................. 111 16.3 Aspectos geográficos .......................................................................................... 112 16.4 Localização Geográfica ...................................................................................... 113 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 17. Meio ambiente: a questão ambiental e as relações entre a natureza e a sociedade ... 115 17.1 As perspectivas e desafios da sociedade atual com relação ao meio ambiente ..... 119 17.2 Mudanças climáticas .......................................................................................... 128 17.3 Evolução da humanidade e o clima ..................................................................... 134 17.4 Fontes de energia no mundo ............................................................................... 142 17.5 Políticas Nacionais e Internacionais sobre mudanças climáticas .......................... 148 17.6 O Brasil e o meio ambiente Antártico ................................................................. 164 17.7 Recursos naturais: localização e potencialidades .................................................. 179 17.8 Os recursos energéticos (biomassa, hidroeletricidade, outras fontes de energia) ... 183 17.9 Geografia e Educação Ambiental ........................................................................ 196 18. Meio Físico: forma, dimensões, movimentos e estrutura do planeta terra .............. 200 18.1 Caracterização do meio físico ............................................................................ 205 18.1.1 Geologia .......................................................................................................... 205 18.1.2 Geomorfologia ................................................................................................ 207 18.1.3 Relevo ............................................................................................................. 212 18.1.4 Vegetação ....................................................................................................... 233 18.1.5 Domínios ......................................................................................................... 245 18.1.6 Biomas ............................................................................................................ 250 18.1.7 Processos erosivos e de formação do solo, solos .............................................. 257 18.1.8 Transformações naturais e antrópicas, etc ........................................................ 266 18.1.9 As paisagens naturais ...................................................................................... 270 18.1.10 Áreas degradadas: identificação e recuperação ............................................... 273 18.1.11 Climatologia: conceitos, camadas da atmosfera ............................................. 276 18.1.12 Caracterização, funções, processos e composição da atmosfera, climas .......... 278 19. Geografia Humana ............................................................................................... 285 19.1 Epistemologia da Geografia ................................................................................ 285 19.2 Conceitos e linguagem geológico-geomorfológico, metodologias ....................... 286 20. Geografia da população ......................................................................................... 295 21. Geografia dos espaços rural e urbano ................................................................... 305 22. Geografia Econômica: a geopolítica mundial do século XXI .................................. 306 23. Cartografia: meios de orientação e de representação cartográfica .......................... 309 23.1 Localização de pontos por coordenadas geográficas ........................................... 317 23.2 Sistema de projeções .......................................................................................... 323 23.3 Cartografia digital .............................................................................................. 330 23.4 Cartografia no ensino de Geografia ..................................................................... 331 24. Geotecnologias Sistemas de Informações Geográficas – SIGs - e as técnicas de Geoprocessamento ..................................................................................................... 336 24.1 Sistemas de Posicionamento por Satélite ............................................................. 343 24.2 Sensoriamento Remoto ....................................................................................... 344 24.3 Aplicação das geotecnologias no ensino ............................................................. 345 25. Recursos Hídricos: o ciclo da água ....................................................................... 353 25.1 Identificação das bacias hidrográficas .................................................................358 25.2 Identificação de sistemas de drenagem ............................................................... 364 25.3 Ecossistema costeiro e o uso racional do mar ...................................................... 366 25.4 Fenômenos oceanográficos e climatológicos no Brasil ....................................... 371 25.5 Abundância e distribuição da água doce no Planeta ............................................ 380 25.6 Demanda da água ............................................................................................... 382 25.7 A água subterrânea ............................................................................................. 385 25.8 Atividades antrópicas nos recursos hídricos ....................................................... 388 26. Ensino de Geografia: práticas de ensino de Geografia .......................................... 390 27. Noções e conceitos básicos no ensino de geografia ............................................... 394 28. Parâmetros Curriculares Nacionais ...................................................................... 397 Referências ............................................................................................................... 579 Caderno de questões ................................................................................................ 583 LÍNGUA PORTUGUESA 1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS A compreensão e interpretação de texto são duas ações que estão relacionadas, uma vez que quando se compreende corretamente um texto e seu propósito comunicativo chegamos a determinadas conclusões (interpretação). Hoje em dia é essencial saber interpretar corretamente os textos, entender melhor sobre suas tipologias e as funções da linguagem relacionadas a ele. Resumindo: Compreensão de textos: é a decodificação da mensagem, ou seja, análise do que está no explícito do texto. Interpretação de textos: é a interpretação que fazemos do conteúdo, ou seja, quais conclusões chegamos por meio da conexão de ideias e, por isso, vai além do texto. Compreensão A compreensão faz uma análise objetiva do texto, buscando decodificá-lo e verificar o que realmente está escrito, assimilando as principais palavras e ideias presentes no conteúdo e coletando dados e informações concretas. De maneira geral, os enunciados de questões que pedem a compreensão de um texto utilizam as seguintes expressões: O autor afirma que… O autor sugere… Segundo o texto… 1 2 O autor/narrador do texto diz que… O texto informa que… No texto… De acordo com o autor… Na opinião do autor do texto… Tendo em vista o texto… O autor sugere ainda… De acordo com o texto… Desta forma, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem que é realizada pelo leitor. Quando ouvimos, por exemplo, um noticiário, compreendemos a mensagem passada e qual sua finalidade (informar o ouvinte de algum acontecimento, por exemplo). Para compreender os textos escritos não é diferente, porém requer o conhecimento da língua, do vocabulário e das funções relacionadas com linguagem e a comunicação. Logo, por meio da interpretação das palavras e das frases podemos compreender melhor a mensagem que está sendo transmitida. Por isso, ter um dicionário por perto é sempre uma dica boa, se caso houver algum termo desconhecido. Interpretação A interpretação de texto trata-se daquilo que podemos concluir sobre ele, estabelecendo conexões entre o que está escrito e a realidade. Essas conclusões são feitas analisando as ideias do autor, sendo que essa análise é subjetiva. Esse recurso envolve a capacidade de chegar a determinadas conclusões após fazer a leitura de algum tipo de texto (visual, auditivo, escrito, oral). Por isso, a interpretação de texto é algo subjetivo e que pode variar de leitor para leitor. Isso porque cada um possui um repertório interpretativo que foi sendo adquirido ao longo da vida. 3 A interpretação de um texto requer: Existência de conhecimento prévio quanto ao assunto/conceito abordado no texto; Apreciação pessoal e crítica por parte do leitor já que, de alguma forma, ainterpretação sempre depende das considerações feitas por quem está lendo o texto. De forma geral, os enunciados de questões que pedem a interpretação de um texto utilizam as seguintes expressões: Conclui-se do texto que… O texto permite deduzir que… Diante do que foi exposto, podemos concluir… É possível subentender-se a partir do texto que… Qual a intenção do autor quando afirma que… O texto possibilita o entendimento de que… Infere-se do texto que… Com o apoio do texto, infere-se que… O texto encaminha o leitor para… Vale lembrar que o repertório interpretativo do leitor advém, em grande parte, da leitura. Portanto, ler é um ato essencial e que auxilia na melhor interpretação dos textos e conexão das ideias. Como esses dois conceitos podem ser confundidos em alguns contextos, preparamos uma tabela que contém as principais diferenças entre a compreensão textual e a interpretação textual. 4 Podemos, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 1 - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 2 - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 3 - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes ou mais; 4 - Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 5 - Volar ao texto quantas vezes precisar; 6 - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 7 - Partir o texto em pedações (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 8 - Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, partes) do texto correspondente; 9 - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10 - Cuidado com os vocábulos: destoa (= diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 5 11 - Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 12 - Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13 - Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14 - Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15 - Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; 16 - Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definido o tema e a mensagem; 17 - O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18 - Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantissimos na interpretação do texto. Ex: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato ( = morte de "ele" ). Ex: ele morreu faminto faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu. Textos verbais e não verbais A leitura é uma atividade de captação de ideias de um autor e, para isso, espera-se que o leitor processe, critique ou avalie a informação que possui para obter um sentido e significado à leitura. De acordo com o dicionário Michaelis, interpretar é determinar com precisão o sentido de um texto. Logo, o leitor deve não só ler um texto, mas sim prestar atenção aos detalhes presentes na leitura, por exemplo, os elementos verbais(palavras) e não verbais (imagens, símbolos). Para interpretar um texto verbal é necessário, primeiramente, identificar se é um texto literário ou nãoliterário. Observe a estrutura, se é escrito em prosa ou em verso e parta 6 para a bibliografia para investigar outras informações, por exemplo, se a fonte é de um periódico ou de um livro de um autor conhecido da literatura. Dessa forma, pode-se inferir que o texto não literário apresenta uma informação e a importância é no que se diz, enquanto o texto literário o mais importante é a forma, o como se diz.. Além disso, os elementos verbais e não verbais, podem aparecer em um texto de forma integrada ou independente, apenas compartilhando o mesmo espaço. Logo, deve-se perceber o nível de interação entre os elementos para melhor interpretar um texto e saber decodificar a interação que os elementos possuem e que mensagem veiculam ao leitor. Por fim, em um texto verbal, deve-se: - Observar quem fala no texto: eu lírico (poema), narrador, cronista, articulista (prosa); - Perceber o ponto de vista do enunciador, ou seja, a utilização da 1ª pessoa pessoa (visão particular) ou da 3º pessoa (visão coletiva); - Analisar os aspectos linguísticos (gramaticais), lexicais (escolha vocabular) e estilística (como se faz o uso da gramática); - Descobrir o estilo do poema; -Identificar recursos expressivos (figuras e funções da linguagem); -Relacionar à época contextual. Como Interpretar textos não-verbais Interpretar textos não verbais ou mistos envolve as seguintes operações: analisar, explicar, identificar, comparar, etc. Porém esses tipos de texto requerem do estudante sensibilidade para ler outros códigos, como os gestos, as expressões fisionômicas, as cores, a própria imagem, e aquilo que está nas entrelinhas. 7 Orientações para ler e Interpretar textos mistos 1. Olhe quadro a quadro; 2. Perceba objetos, pessoas, atividades; 3. Note frases e palavras; 4. Observe se há intertextualidade; 5. Considere as expressões faciais, os gestos, as cores e outros códigos não verbais. 2. CARACTERÍSTICAS DOS DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS Gêneros textuais são formas de redação que apresentam características peculiares, definidas por seu conteúdo, seu estilo, sua estrutura e sua função. Existem inúmeros tipos de gêneros textuais, cada qual com suas características específicas. ●A intenção é transmitir a mensagem ao interlocutor de forma efetiva - foca na função comunicativa e não nos aspectos estruturais; ●Possuem função social específica da língua (comunicar algo) e se adequam ao uso que se faz deles, sendo assim, ocorrem em situações cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção comunicativa bem definida; ●Possuem um conjunto ilimitado de características determinadas com o estilo do autor, conteúdo, composição e função, porém, características comuns em alguns facilitam o argumento; Elementos dos gêneros Podemos dizer que existem três elementos básicos na formação dos gêneros textuais, os quais são formadores do discurso: tema, forma composicional e estilo. 8 Com relação ao tema, é importante dizer que não se trata apenas do assunto que será tratado no texto, mas é aquilo que parte também de um determinado ponto de vista ou intencionalidade de quem diz ou escreve. Assim, o tema será o conteúdo trabalhado com base em um determinado valor ou ideologia, de acordo com estudiosos da área. Já a forma composicional e o estilo ligam-se às escolhas com relação ao vocabulário, estrutura e registro, ou seja, à forma como o texto irá organizar-se para que cumpra com seu papel de intervir socialmente. Esses elementos demonstram, portanto, que os textos, de acordo com as condições de produção que são dadas no momento da fala e da escrita, observando-se os papéis sociais dos envolvidos nos atos comunicativos, aproximam-se ou distanciam-se uns dos outros, a depender da forma como quer-se intervir por meio deles. Os gêneros textuais possuem características específicas que diferenciam um texto do outro. Porém, os textos não são, necessariamente, exclusivos de um gênero específico. Por isso, ao analisar um texto se faz necessário observar as características predominantes, para assim identificar qual o gênero. Cabe ressaltar que o gênero textual não exclui o tipo textual, pelo contrário, as características dos tipos textuais são apresentadas de forma mais ampla, pois elas passam a ser analisadas com base no contexto nas quais são usadas. Gêneros textuais inseridos em cada tipo textual: Texto narrativo: um texto classificado no tipo narrativo possui uma estrutura básica formada por: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Os textos desse tipo se caracterizam pela apresentação das ações de personagens em determinado tempo e espaço. Entre os gêneros textuais pertencentes ao tipo textual narrativo estão: romances, contos, fábulas, novelas e crônicas. 9 Texto descritivo: o tipo descritivo possui textos que relatam ou descrevem acontecimentos, lugares ou seres. O texto narrativo, geralmente, possui adjetivos que transmitem as sensações do emissor. Os gêneros textuais que fazem parte dos textos descritivos são: diários, relatos de viagens, folhetos turísticos, cardápios de restaurantes, classificados, entre outros. Texto expositivo: os textos expositivos têm a função de expor ideias empregando recursos de comparação, conceituação, definição, informação e descrição. Os gêneros textuais que fazem parte do tipo textual expositivo são: jornais, enciclopédias, resumos escolares, verbetes de dicionário, entre outros. Texto argumentativo: esse tipo textual é usado com o objetivo de abordar um tema utilizando argumentações, ou seja, é um texto caracterizado por defesas de ponto de vista. Sua estrutura é formada por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os artigos de opinião, os abaixo-assinados e manifestos são exemplos de gêneros textuais que pertencem aos textos argumentativos. Texto injuntivo: o tipo textual injuntivo se caracteriza por indicar instruções, de modo que o emissor busque persuadir e orientar o interlocutor. Por isso, uma de suas característica é o uso de verbos no imperativo. Os gêneros que pertencem aos textos injuntivos são receitas culinárias, manuais de instruções, bula de remédio, entre outros. Texto prescritivo: os textos prescritivos são aqueles têm por objetivo instruir o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele siga o que diz o texto. Essa tipologia textual abarca os gêneros textuais como leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos, entre outros. 10 Características Romance: É uma descrição longa de ações e sentimentos de personagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No romance é usado muitas formas de narração estilizadas e harmoniosas para dar mais emoção ao texto. No romance nós temos uma historia central e várias histórias secundárias. Conto É uma obra de ficção em que são criados seres e locais totalmente imaginários. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho. A diferenciação entre o conto, a novela e o romance também se baseia na sua extensão, ou seja, dos três ele é o que tem o texto mais curto. Outro diferencial do conto com o romance é que só tem uma história central, ou seja, não se desenvolve outras histórias secundárias. Novela: A novela é muito parecida com o conto e o romance, diferenciado por sua extensão. ela fica entre o conto e o romance. Ela tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela ébaseada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias dos personagens. Se for uma novela de época é usado a linguagem da época. Outra característica é a quantidade de personagem, ou seja, é bem superior ao de um conto. A história (enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto. 11 Crônica É um texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal característica é a brevidade. Na crônica o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos. O cronista descreve os acontecimentos em ordem cronológica e desafiando o leitor dando a sensação de diálogo mostrando uma visão própria dos fatos. Poesia Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo- o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens. Editorial É um texto dissertativo argumentativo em que expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é convencer o leitor a concordar com ele. Normalmente o editorial reflete não só a opinião e princípios do editor, mas também da empresa que ele trabalha. Entrevista Ele é um texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Ela também tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero. 12 Receita É um texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa liberdade para quem recebe a informação. Cantiga de roda Concebida como um gênero empírico, que na escola se materializa em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a identificar o nível de alfabetização delas. 3. TIPOLOGIA TEXTUAL Tipologia textual: relaciona-se com a forma com que um texto se apresenta - caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes. Características dos Tipos Textuais: ●Relacionados à estrutura física do texto; ●É a forma como o texto se apresenta; ●Características definidas do texto; ●Classificada de acordo com a estrutura, objetivo, finalidade do texto. Exemplos: 13 ● Injuntivo: conhecido como texto instrucional busca orientar receptor - usa verbos no imperativo no sentido de persuadi-lo (receitas, manual, bula etc.). ●Texto narrativo: conta uma história (real ou imaginária) por meio de ações que têm tempo, espaço, narrador, personagens, enredo etc. A estrutura tem apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho (romance, fábula, conto etc.). ● Texto dissertativo: A dissertação é extremamente utilizada no dia a dia. Trata-se de uma tipologia textual que objetiva expor, analisar e defender uma tese ou ponto de vista acerca de um determinado assunto. ● Texto descritivo: Nesses tipos de textos, o autor se coloca na posição de mero observador e explica como é determinada coisa. Há a exposição de uma opinião ou sentimentos. Normalmente, a partir da descrição, é possível que o leitor crie, em sua mente, uma imagem do que está sendo descrito. Prescritivo: Como o injuntivo, seu objetivo é instruir guiando a pessoa como deva proceder.Mas ele não dá nenhuma liberdade de ação à pessoa que recebe a informação, ela obriga, ou seja, ordena que deve ser cumprida a risca a determinação. Ex.: Leis e editais de concursos 4. SEQUÊNCIAS TEXTUAIS 4.1 Sequência narrativa Podemos definir uma sequência narrativa como uma maneira de encadernar os fatos na hora de contá-los. 14 A sequência narrativa é construída basicamente de verbos que expressam ação e encadeiam causas e conseqüências, revelando a interação de elementos (personagens, por exemplo) para a realização de fatos. Em um sentido geral, toda sequência narrativa tem que manter uma estrutura e a mais tradicional é aquela que se fundamenta em três aspectos: planejamento da história, o nó e o desenlace. Estes três elementos estão sempre presentes, embora sua ordem possa ser alterada, assim o narrador pode da mesma forma utilizar técnicas diferentes para relacionar as demais sequências (o reconto, o flashback e o flashforward são alguns dos métodos empregados para explicar certos acontecimentos). De qualquer forma, em toda sequência narrativa há uma combinação da temporalidade, por exemplo, o reconto narra algo do passado até o presente. Assim é possível distinguir três dimensões do tempo para relacionar uma ação à outra: a anterioridade (algo que aconteceu antes de outra coisa), a simultaneidade (algo ocorre enquanto outro acontecimento diferente está ocorrendo) ou a posterioridade (por exemplo, “após as minhas férias surgiram dias de preocupação”). A ideia de sequência narrativa expressa uma ordem estabelecida para relatar e contar uma história. Deve-se levar em conta que qualquer relato tem uma série de estruturas (as várias sequências) que vão combinando entre si com o uso das diversas formas verbais que situam o leitor no passado, presente ou futuro. Quando contamos algo há um fenômeno curioso: são combinados tempos diferentes. Se, por exemplo, alguém escreve sua autobiografia, precisa organizar os momentos de sua vida em determinado espaço. Esta disparidade no tempo é conhecida como anacrônica e é um aspecto fundamental em qualquer sequência narrativa. 15 A anacrônica é a não coincidência ou discordância entre duas realidades temporais: a ordem da história e a ordem ou sucessão no relato. As duas áreas não são necessariamente coincidentes na qual o narrador de um romance ou de um conto deve apresentar sempre um fio condutor, ou seja, uma sequência narrativa que combine os diversos planos temporais e tudo isso a um ritmo na narração. A dificuldade técnica de administrar o tempo em uma narração é uma das questões mais difíceis no ofício de escrever. Na verdade, quando se comunica algo de maneira literária não só são recriados alguns acontecimentos e personagens, mas também há uma reconstrução do tempo, por sua vez, o tempo transcorre com maior ou menor lentidão (é comum escutar que um filme demora muito). 4.2 Sequência descritiva A seqüência descritiva caracteriza-se pela apresentação da imagem de um determinado objeto (coisa, pessoa, animal, ambiente, cena rotineira...). Para construir essa imagem, o enunciador assume três atitudes: nomeia, localiza/situa e qualifica o objeto. Se, em um texto, esse tipo de seqüência (completa ou não) for exclusiva ou dominante (uma vez que outras seqüências podem fazer-se presentes), diz-se que se trata de um texto descritivo. Essa seqüência é composta de fases que não se organizam em uma ordem linear obrigatória e sim são combinadas e encaixadas em uma ordem hierárquica ou vertical, em forma de protótipo ela se constitui de três fases principais: - Fase de ancoragem: o tema da descrição é assinalado, geralmente, por uma forma nominal ou tema-título, o qual é introduzido no início da seqüência (ancoragem), podendo, entretanto aparecer no final (afetação) ou no seu curso e ser retomado posteriormente (reformulação); - fase de aspectualização: o tema é decomposto em partes, às quais são atribuídas propriedades; 16 - fase de relacionamento: os elementos descritos são assimilados a outros por comparação ou metáfora. Do ponto de vista discursivo,a escolha da sequência descritiva estaria ligada ao objetivo de guiar o olhar do destinatário, ressaltando determinados detalhes do objeto do discurso, através de procedimentos que são determinados pelo objetivo que o produtor busca alcançar e o efeito que deseja produzir, de acordo com os procedimentos espaciais, temporais ou hierárquico. A sequência descritiva, também pode possuir elementos como a seqüência narrativa, tendo como marca de distinção a não interação desses elementos para a realização de fatos. Leia: Enquanto a casa pegava fogo, um bebê chorava no quarto dos fundos e dois garotos brincavam de bola na rua em frente. Nesse período, percebemos a presença de verbos de ação (pegava, chorava, brincavam) em uso com os demais elementos de uma narrativa (personagens, tempo, espaço), porém, cada elemento permanece em seu lugar, não apresentando uma interação que gere conseqüências; o que temos é um panorama de uma situação, lembrando até mesmo uma pintura impressionista. Note a diferença quando se toma os mesmos elementos, mas constrói-se uma sequência narrativa: Enquanto a casa pegava fogo, um bebê chorava no quarto dos fundo, alertando, assim, os dois meninos que brincavam de bola na rua em frente. 17 Sem precisar dar continuidade ao enredo, é possível constatar que, a partir do momento que o choro é percebido pelos dois garotos, uma reação em cadeia ocorrerá: os meninos, preocupados ao notarem uma casa pegando fogo e uma criança chorando, procurarão, de alguma maneira, solucionar o problema, representando assim uma interação entre elementos e possíveis conseqüências para os fatos. Eis a distinção entre um panorama de uma situação (sequência descritiva) e a interação de elementos para a realização de fatos (sequência narrativa). 4.3 Sequência argumentativa A sequência argumentativa é constituída com base em “algo já dito” e consiste essencialmente, na contraposição de enunciados. O esquema argumentativo é constituído a partir de três elementos básicos: os dados (premissas), o escoramento de inferências (raciocínio, justificativas) e a conclusão. Para um texto ser caracterizado como argumentativo, é necessário a predominância da disposição lógica de indícios, suposições, deduções e opiniões que busquem respaldar uma verdade potencial. Portanto, necessário um conjunto de sequências argumentativas. Acompanhe o fragmento de um texto: “Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.” (adap.: Luis Fernando Veríssimo) 18 Por mais que existam seqüências descritivas que caracterizem a pessoa certa no fragmento acima, estas seqüências são utilizadas para justificar (respaldar) uma idéia que o autor do texto julga ser verdadeira: “Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.” Assim, sem perder o valor adjetivo que as expressões dispostas na seqüência descritiva possuem, passam, em conjunto, a valerem como indícios e opiniões que justificarão com o desenvolvimento textual o juízo de valor do autor. 4.4 Sequência injutiva Comum em manuais de aparelhos eletrônicos e em receitas culinárias, a seqüência injuntiva prioriza a presença de verbos no imperativo com o intuito de orientar o leitor, por meio de comandos, na realização de tarefas. Nesse poema de Décio Pignatari, notamos como ele vê o consumo de um produto da indústria internacional. Sem utilizar-se de seqüência argumentativa, expõe o repúdio que tem pelo produto, grafado com letra minúscula. 19 4.5 Sequêncial dialogal Possui como característica fundamental, o fato de ser formada por mais de um interlocutor. A sequência dialogal é a mais comum das sequências textuais, porque funciona como a “espinha dorsal” de vários gêneros orais do dia a dia, como a conversa informal, o debate e a entrevista. Também pode, é claro, assumir forma escrita e surgir nos contos, nos romances e nas piadas. Assim como as demais sequências, a sequência dialogal tem uma estruturação peculiar. Quando se mostra de forma completa, ela apresenta três partes: SEQUÊNCIA FÁTICA INICIAL – SEQUÊNCIA TRANSACIONAL – SEQUÊNCIA FÁTICA FINAL Como o elemento presente em toda sequência dialogal é o diálogo, imagina-se que, antes de iniciá-lo, os interlocutores cumprimentem-se, abrindo o canal de comunicação, para depois tratarem do assunto devido e, ao final, cumprimentem-se novamente. Nos momentos inicial e final, portanto, surgem expressões fáticas típicas, como “oi”, “bom dia”, “alô” e “diga aí”, por exemplo, para o início, e “tchau”, “até logo” e “boa noite”, por exemplo, para o fecho. Entre as saudações iniciais e finais, há uma troca de falas entre os interlocutores. 5. ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL Coesão textual são os mecanismos linguísticos que permitem uma conexão lógico- semântica entre as partes de um texto. A ligação e harmonia que possibilitam a amarração de ideias dentro de um texto é feita com o uso de conjunções, preposições, advérbios ou locuções adverbiais. 20 A coesão textual assegura a ligação entre palavras e frases, interligando as diferentes partes de um texto. Ela pode ser percebida ao se verificar que as frases e os parágrafos estão entrelaçados no texto, de modo que um elemento dá sequência ao outro, determinando a transição das ideias presentes no texto. A coesão é essencial para garantir que o texto seja harmonioso, que transmita a mensagem com clareza e que faça sentido para o leitor. Para isso é necessário empregar elementos de coesão, utilizando conjunções, pronomes, advérbios, entre outras expressões que têm como objetivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto. Elementos que garantem a coesão textual: Os conectores são os elementos coesivos que fazem a coesão entre as frases. Eles instituem as relações de dependência e conexão entre os termos. Esses elementos são formados por conjunções, preposições e advérbios conectivos. A correlação dos verbos trata da correta utilização dos tempos verbais a fim de garantir a coesão temporal ordenando os acontecimentos de maneira lógica e linear, o que possibilita uma compreensão da sequência dos fatos. Tipos de coesão textual : coesão referencial, coesão lexical, coesão por elipse, coesão sequencial e coesão por substituição. Coesão referencial Consiste na menção de elementos que já apareceram ou ainda vão aparecer no texto. Esses elementos são chamados de anáforas (usada para se referir aos termos já citados 21 no texto) e catáforas (usada para se referir aos termos que serão citados na sequência do texto). Na coesão referencial, os termos conectivos anunciam ou retomam as frases, sequências e palavras presentes em um texto. Para fazer essas retomada geralmente são utilizados pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos ou expressões adverbiais de lugar. A coesão referencial é uma das mais usadas. Esse tipo de coesão evita o uso de diversas repetições no mesmo texto usando um termo para fazer referência a outro. Ou seja, é o tipo de coesão que reitera algo que já foi dito antes, substituindo uma palavra por outra que possui com ela alguma relação semântica. Coesão lexical Ocorre quando um termo é substituído por outro dentro do texto. Esse tipo de coesão estabelece uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia. Por meio de sinônimos, pronomes, heterônimos ou hipônimos,que estabelecem uma corrente de sentido fazendo remissão às mesmas ideias por meio de diferentes termos. Dessa forma, a coesão lexical usa palavras ou expressões análogas para substituir termos já utilizados e para identificar e nomear elementos textuais que já foram citados. Esse tipo de coesão textual é essencial para manutenção da unidade temática do texto que necessita de uma carga de redundância. A coesão lexical constrói uma cadeia de sentidos fazendo remissão das mesmas ideias através diferentes expressões. Coesão por elipse 22 Esse tipo de coesão ocorre quando há a omissão de algumas palavras sem que o entendimento das ideias da oração seja comprometido. Isso quer dizer que a coesão lexical consiste na supressão de elementos que são facilmente identificados ou que já tenham sido mencionados no texto. A omissão dos termos acontece, geralmente, com a substituição por uma vírgula, que pode ser usada em lugar de um pronome, um verbo, nomes e frases inteiras. Coesão por substituição Esse tipo de coesão consiste na substituição de uma palavra por outra ou por uma locução adverbial. Assim como em outros tipos de coesão textual, ela usa termos que retomam outros que já foram mencionados. A coesão por substituição emprega palavras e expressões que retomam termos por meio da anáfora. A coesão por substituição acontece à medida em que substantivos, verbos, períodos ou trechos de textos são substituídos por conectivos ou expressões que resumem ou fazem remissão ao que já foi dito. Coesão sequencial Esse tipo de coesão textual faz uso de conjunções, conectivos e expressões que dão sequência aos assuntos, estabelecendo uma continuidade em relação ao que já foi dito. A coesão sequencial usa expressões como: diante do exposto, a partir dessas considerações, embora, logo, com o fim de, diante desse quadro, em vista disso, tudo o que foi dito, esse quadro, por conseguinte, caso, entre outras. Ela dá sequência ao texto por meio das relações semânticas que ligam as orações. 23 Coerência textual: informatividade, intertextualidade e inferências A coerência textual está diretamente ligada à estrutura global do texto, ou seja, o seu sentido. Para que um texto seja coerente ele deve manter a mesma referência temática (assunto) em toda sua extensão. A coerência pode ser entendia como um fator que se estabelece no processo de comunicação. “A coerência está ligada diretamente à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido deste texto. Esse sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global” (KOCH, TRAVAGLIA, cap.21, 2003). Intencionalidade: refere-se ao esforço do produtor do texto em construir uma comunicação eficaz, ou seja, o texto produzido deverá ser compatível com as intenções comunicativas de quem o produz. Informatividade: responde pela suficiência de dados no texto, ou seja, para que um texto cumpra seu papel informativo, é necessário trazer informações em equilíbrio, pois se o texto trouxer informações demais ele pode afastar o leitor. O mesmo ocorre se o texto trouxer poucas informações. Deve haver um equilíbrio de informações. Intertextualidade: concerne aos fatores que fazem a utilização de um texto dependente do conhecimento de outro (os) texto (s), isto é, a intertextualidade acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, como música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. 24 Dentre os tipos de intertextualidade podemos citar a epígrafe, citações, paráfrase, paródias, tradução, referências e etc. Inferências Inferência é a operação pela qual, utilizando seu conhecimento de mundo, o receptor de um texto estabelece uma relação não explicita entre dois elementos (normalmente frases ou trechos) deste texto que ele busca compreender e interpretar; ou, então, entre segmentos de textos e os conhecimentos necessários para a sua compreensão. 6. FUNÇÕES DA LINGUAGEM As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante. Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática, função conativa e função metalinguística. Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos comunicativos. Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num mesmo texto. 1) Função referencial ou denotativa Palavra-chave: referente Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. Exemplo: 25 Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial). 2) Função expressiva ou emotiva Palavra-chave: emissor Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação. Exemplos: a) Ah, que coisa boa! b) Tenho um pouco de medo... c) Nós te amamos! 3) Função apelativa ou conativa Palavra-chave: receptor Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Exemplos: a) Você já tomou banho? b) Mãe, vem cá! c) Não perca esta promoção! 26 4) Função poética Palavra-chave: mensagem É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade. Exemplos: a) “... a lua era um desparrame de prata” (Jorge Amado) b) Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. (Texto publicitário) 5) Função fática Palavra-chave: canal Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, 27 sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Exemplo: Alô? Está me ouvindo? 6) Função metalinguística Palavra-chave: código Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto quecomenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem. Exemplo: Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. (Para dar a definição de frase, usamos uma frase.) Observações: - Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo. 7. ORTOGRAFIA OFICIAL A ortografia oficial da Língua Portuguesa é a parte da gramática que tem a finalidade de estudar a forma correta de escrever as palavras. Para isso, são observados os padrões, regras e o uso correto dos sinais de pontuação e acentuação. A palavra grega orthos faz referência a ideia daquilo que é reto, exato e direito. Já a palavra latina graphia significa escrever. Portanto, a prática da ortografia está ligada, 28 além da escrita correta, ao conhecimento das regras que enquadram a escrita nas condições da Língua Portuguesa, observando características etimológicas e fonológicas. Para tanto, aqui serão apresentados as regras ortográficas determinadas pela Língua Portuguesa. Acentos Em síntese, a acentuação tem como finalidade mudar o som de alguma letra, portanto, fazendo com que palavras escritas de forma semelhante sejam lidas de um jeito diferente e tenham significados diferentes. Na Língua Portuguesa há quatro acentos gráficos, que podem ser definidos da seguinte forma: Acento agudo (´) – é usado em vogais para indicar que a sílaba em que ela se encontra é tônica, ou seja, possui o som mais forte. O acento agudo faz com que as palavras sejam pronunciadas de forma aberta: célebre, acarajé, filé. Acento circunflexo (^) – pode ser usado apenas nas vogais, A, E e O, indicando que elas devem ser pronunciadas de forma fechada: ângulo, ônus, ônibus, bônus. Til (~) – é ele que dá o som anasalado às vogais A e O: propõem, constituição, preposição, ação. Acento grave (`) – é usado para indicar a ocorrência de crase, assunto que será aprofundado em um tópico seguinte. X e CH 29 Na hora de escrever, uma das dúvidas mais recorrentes diz respeito ao uso do X e do CH. Ainda mais porque, além de conhecer as regras, é necessário conhecer também as exceções. Para fixar o uso correto de cada uma das situações a seguir, o ideal é ter uma boa rotina de leitura para assimilar a grafia correta das palavras. Observem os usos adequados de cada um deles. Uso do X e CH nas palavras provenientes do latim: CH: quando são traduzidas do latim para o português, as sequências “pl” “fl” e “cl” transformam-se em CH. Exemplos: planus – chão flamma – chama clamare – chamar X: palavras originárias do X latino ou quando há palatização do S em grupos ssi ou sce: Exemplos: examen – exame luxu – luxo laxare – deibar pisce – peixe passione – paixão Casos em que o CH é utilizado: 30 Em palavras de origem francesa (chofer (chauffeur), creche (crèche), debochar (débaucher), fetiche (fétiche), guichê (guichet) e champignon (champignon) Casos em que o X é utilizado: Depois de ditongos (peixe, ameixa e caixa) Algumas exceções são as palavras guache, recauchutar e caucho. Em palavras iniciadas pela sílaba “en”: enxada, enxerto e enxurrada; Neste caso há duas exceções. A primeira diz respeito à palavra enchova, que é um regionalismo da palavra anchova, que tem origem genovesa: anciua. A segunda exceção são as palavras formadas pela sílaba inicial “en”, seguidas por radical com “ch”. Alguns exemplos são: enchente, enchumaçar e encharcar. Em palavras iniciadas pela sílaba: “me” (mexilhão, México e mexer). Aqui, a exceção é a palavra mecha (referindo-se aos cabelos) cuja origem é francesa, da palavra mèche. Algumas vezes a confusão pode ser ocasionada por conta da palavra mexe (do verbo mexer) que é grafada com x. Em palavras de origem tupi (capixaba, caxumba, xaxim, queixada, Pataxó, abacaxi, araxá e Xingu). Um das exceções é a palavra que nomeia a cidade catarinense de Chapecó, que é uma derivação do tupi Xapeco e quer dizer, da donde se avista o caminho da roça. 31 Em palavras de origem africana (afoxé, axé, xingar, xangô, maxixe, orixá, borocoxô, xodó e fuxico) Algumas exceções são as palavras cachaça, chilique, e cachimbo. Em palavras de origem árabe (almoxarifado, elixir, haxixe, xarope, xadrez, xeque e enxaqueca) As exceções são as palavras alcachofra e chafariz. S ou Z Na hora de escrever, outra confusão frequente está relacionada ao uso do S e do Z. Conheça algumas regrinhas que podem auxiliar: Casos em que o S é utilizado: Em palavras que derivam de uma primitiva grafada com s (casa – casinha, casarão, análise – analisar e pesquisa – pesquisar) Como exceção podemos citar: catequese – catequizar. Após ditongo quando houver o som de z (coisa e maisena) Nos sufixos “ês”, “esa”, “esia” e “isia”, quando indicarem nacionalidade, título ou origem (burguesia, portuguesa, poetisa e camponês) A exceção é a palavra juíza, que deriva do masculino, juiz. Na conjugação dos verbos pôr e querer (ele pôs, ele quis, e nós quisemos) 32 Nos sufixos gregos “ase”, “ese”, “ise” e “ose” (crise, tese, frase e osmose) As exceções são as palavras deslize e gaze. Em palavras terminadas em “oso” e “osa” (gostosa e populoso) Casos em que o Z é utilizado: Palavras terminadas em ez e eza serão escritas com z quando se tratarem de substantivos abstratos provenientes de adjetivos, portanto, indicando uma qualidade (certeza, nobreza, maciez e sensatez) Utiliza-se o z nas palavras derivadas com os sufixos “zinho” “zito” “zada” “zarrão”, “zorra”, “zudo”, “zeiro”, “zal” e “zona” (cafezal, homenzarrão, papelzinho e açaizeiro) As exceções ocorrem quando o radical da palavra de origem possui o s: casa – casinha, asa – asinha e Teresa – Teresinha. Quando a derivação resultam em verbos terminados com o som de “izar” (economizar e aterrorizar) Da mesma forma, há exceção quando o radical da palavra de origem possui o s: analisar e improvisar. C, Ç, S e SS Outra parte, ainda mais confusa, são as possibilidades de uso do c, ç, s e ss. Entretanto, as regrinhas são muito simples e fáceis de serem entendidas. 33 O C tem valor de S com as vogais E e I. Antes de A, O ou U, utiliza-se o Ç (ocioso, acetato, açúcar e aço) Depois de consoante, utiliza-se S. Entre vogais, o correto é usar SS (concurso e pessoa) O S é utilizado em palavras que derivam de verbos terminados em “correr” “pelir” e “ergir” (compelir – compulsório, discorrer – discurso e imergir – imersão) Os verbos terminados em “dar” “der” “dir” “ter” “tir” e “mir” recebem o S quando perdem as letras D, T e M em suas derivações (redimir – remissão – remisso, expandir – expansão – expansível e iludir – ilusão – ilusório) Verbos não terminados em “dar” “der” “dir”, “ter” “tir” e “mir” recebem Ç quando mudam o radical (excetuar – exceção e proteger – proteção) Verbos que mantêm o radical recebem Ç em suas derivações (fundir – fundição e reter – retenção) Utiliza-se C ou Ç após o ditongo quando houver som de S (traição e coice) Utiliza-se C ou Ç nos sufixos “aça”, “aço”, “ação”, “çar”, “ecer’, “iça”, “iço”, “nça”, “uça”, “uço” (esperar – esperança, dente – dentuço, rico – ricaço e merece – merecer) Em palavras de origem árabe (açude, alface, alvoroço, celeste, cetim, açoite, açafrão) Algumas exceções são arsenal, safra, salada e carmesim. 34 Em palavras de origem tupi (camaçari, açaí, cacique, piaçava, paçoca, Iguaçu e cupuaçu) Em palavras de origem africana (caçula, cachaça, miçanga, lambança, cangaço e jagunço) G e J Em relação ao uso do G e J é seguida a mesma tendência. Além de ter várias regras,há, ainda, diversas exceções. Confira quais são as principais e nunca mais erre a grafia dessas palavras. Nas palavras originárias do latim e do grego, normalmente, o G da Língua Portuguesa é equivalente. Latim gestu – gesto gelu – gelo agitare – agitar Grego gymnastics – ginástica hégemonikós – hegemônico Em relação ao J, ele não existe nem no latim e nem no grego clássico. Portanto, ele ocorre quando há consonantização do I semiconsoante latino ou palatalização do S + I, ou do grupo DI + Vogal. Casos em que o G é utilizado: 35 Quando a palavra é derivada de outras palavras grifadas com G (faringite – faringe e selvageria – selvagem) Algumas exceções são coragem – corajoso e viagem – viajar. Quando as palavras terminam nos sufixos “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio” e “úgio” (refúgio, prestígio e sacrilégio) Utiliza-se G quando os substantivos são terminados em “gem” (sondagem, viagem e passagem) Exemplos de exceção são as palavras pajem e lambujem. Quando os verbos são terminados em “ger” e “gir” (eleger e rugir) Depois de R (divergir e submergir) Casos em que o J é utilizado: Nas palavras derivadas de outras que são grafadas com J (lojista – loja, gorjeta – gorja). Nos verbos terminados em “jar” (arranjar, encorajar, enferrujar) Palavras de origem árabe (azulejo, berinjela, jaleco, jarra, laranja) Algumas exceções são giz, girafa e álgebra Em palavras de origem tupi (jururu, maracujá, jerimum, marajó, jibóia). Sergipe é uma exceção. 36 Palavras que possuem origem africana (jabá, Iemanjá, acarajé, jiló, Jurema) Mal e mau É uma das dúvidas mais frequentes, que as duas palavras são muito parecidas. Vejamos, A palavra mal é oposto de bem, enquanto a palavra mau é oposto de bom. Basta fazer a substituição para perceber se o uso é correto, ou não. Vale lembrar, ainda, que quando estiver acompanhado de artigo ou pronome, mal será um substantivo. Exemplo: Sofro desse mal desde os dez anos de idade. Porém, quando modificar um verbo ou adjetivo, mal será um advérbio. Exemplo: Chegou em casa e mal olhou para o marido. Na direção contrária, a palavra mau sempre é usada como um adjetivo. Exemplo: Os maus exemplos não devem ser seguidos. Uso dos porquês Há quatro categorias distintas e cada uma delas com um uso. Entretanto, depois de entender com elas funcionam, o uso dos porquês se tornará muito mais simples. Porque (junto e sem acento) – é usado basicamente em respostas e explicações, indicando a causa ou explicação de algo. Pode ser substituído por: pois, uma vez que, dado que, visto que, etc. 37 Exemplo: Não vou ao shopping porque estou me sentindo mal. Por que (separado e sem acento) – é usado para fazer perguntas ou para fazer relação com um termo anterior da oração. Confira algumas formas de substituí-lo: por qual razão e por qual motivo. Exemplo: Por que você não cumpriu o acordo de venda? Por quê (separado e com acento) – é usado no final de frases interrogativas, podendo ser seguido tanto por ponto de interrogação, quanto por ponto final. Exemplos: Minha irmã foi embora sem que eu soubesse o por quê. Você deixou o caderno em casa por quê? Porquê (junto e com acento) – é usado para indicar o motivo, razão ou causa de alguma coisa. Sempre aparece acompanhado de artigos definidos ou indefinidos, mas pode aparecer, ainda, acompanhado de numeral ou pronome. Exemplo: Gostaria de saber os porquês de eu não ter sido convidada para a festa do condomínio. Resumindo: Porque – Usado em respostas. Por que – Usado no início de uma questão. Por quê – Usado no fim de perguntas. Porquê – Usado como substantivo. 38 8. ACENTUAÇÃO GRÁFICA Inicialmente, o mais importante, antes de conhecer as regras específicas de acentuação, é conhecer a tonicidade das palavras. Assim, elas se divides em: Oxítonas: última sílaba tônica – VOCÊ Paroxítonas: penúltima sílaba tônica – HISTÓRIA Proparoxítonas: antepenúltima sílaba tônica – MÉDICO Monossílabos: possuem uma única sílaba e ela é tônica – MÊS Regras Gerais de Acentuação Hiatos 39 Acentuam-se o I e o U, quando são a segunda vogal tônica de hiato, ou seja, quando essas letras aparecem sozinhas (ou seguidas de s) numa sílaba. Ex: sa-í-da, e-go-ís-mo, sa-ú-de, ba-ú, ba-la-ús-tre. Observações: ● Se junto ao I e U vier qualquer outra letra (na mesma sílaba), não haverá acento: Ra-ul, ru-im, ju-iz, sa-ir. ● Se o I for seguido de nh, não haverá acento. É o caso de rainha, moinho, campainha. Ditongos a) Acentuam-se os ditongos abertos, orais e tônicos das palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis: papéis. b) O trema deve ser usado apenas em palavras estrangeiras: Müller Acentos diferenciais Como o nome diz, o acento diferencial serve para marcar a diferença entre palavras que são escritas da mesma forma (homógrafas). a) Primeiramente, vamos nos lembrar do acento que diferencia os verbos ter e vir (e seus derivados) no presente do indicativo, caso estejam na terceira pessoa: ● ele tem – eles têm ● ele vem – eles vêm ● ele mantém – eles mantêm ● ele intervém – eles intervêm ● ele detém – eles detêm 40 ● ele provém – eles provêm b) Há um caso de acento diferencial de timbre (aberto/ fechado): pode (verbo no presente) – pôde (verbo no pretérito) c) Usa-se o acento circunflexo no verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por, que não é acentuada. 9. PONTUAÇÃO O conteúdo de Pontuação refere-se aos Sinais de Pontuação que são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de textos, bem como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica. São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—). Nos próximos tópicos, vejamos como usá-los e alguns exemplos. Ponto (.) O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de um período. O ponto é, ainda, utilizado nas abreviações. Exemplos: Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e pedir perdão. O filme recebeu várias indicações para o óscar. 41 Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos historiadores. Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado. Vírgula (,) A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode mudar o significado quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula também serve para separar termos com a mesma função sintática, bem como para separar o aposto e o vocativo. Exemplos: Vou precisar de farinha, ovos, leite e açúcar. Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas vegetarianas. (aposto) Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você. (vocativo) Ponto e Vírgula (;) O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para separar uma relação de elementos. É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais longa que a vírgula e ora mais breve que o ponto. Exemplos: 42 Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram, reclamam igualmente. Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas. Os conteúdos da prova são: Geografia; História; Português. Dois Pontos (:) Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma enumeração. Exemplos: Na matemática as quatro operações essenciais são: adição, subtração, multiplicaçãoe divisão. Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque. Ponto de Exclamação (!) O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam sentimentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto. Exemplos: Que horror! Ganhei! Ponto de Interrogação (?) 43 O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das frases diretas ou indiretas-livre. Exemplos: Quer ir ao cinema comigo? Será que eles preferem jornais ou revistas? Reticências (...) As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai muito mais além do que está expresso na frase. Exemplos: Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças… Não sei… Preciso pensar no assunto. Aspas (" ") É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações de obras. Exemplos: Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia o “bom”. Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas." 44 Parênteses ( ( ) ) Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação acessória. Exemplos: O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos artigos. Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e adormeci no sofá. Travessão (—) O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem como para substituir os parênteses ou dupla vírgula. Exemplos: Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois teremos problemas mais tarde. Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim. 10. CRASE Crase é o resultado da união dos sons de duas vogais idênticas. Na fala, ela significa apenas uma emissão de som. Na escrita, é marcada pelo uso do acento grave [ ` ] na vogal [ à ]. Regras de uso da crase 45 Antes de palavras femininas Fui à escola. Fomos à praça. Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir) Vou à padaria. Fomos à praia. Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas Saímos à noite. À medida que o tempo passa as amizades aumentam. Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às vezes, em frente a, à moda de. Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele No verão, voltamos àquela praia. Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa. Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida Veste roupas à (moda de) Luís XV. 46 Dribla à (moda de) Pelé. Uso da crase na indicação das horas Utiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas: Termino meu trabalho às cinco horas da tarde. Saio da escola às 12h30. Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após, perante, com), não se utiliza a crase, por exemplo: Ficamos na reunião desde as 12h. Chegamos após as 18h. O congresso está marcado para as 15h. Quando não usar a crase Antes de palavras masculinas Jorge tem um carro a álcool. Samuel comprou um jipe a diesel. Antes de verbos que não indiquem destino Estava disposto a salvar a menina. 47 Passava o dia a cantar. Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo Falamos a ela sobre o ocorrido. Ofereceram a mim as entradas para o cinema. Os pronomes do caso reto são: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Os pronomes do caso oblíquo são: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, o, lhe. Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa Era a isso que nos referíamos. Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata. Crase Facultativa Depois da preposição “até”: Fui até a praça. Ou fui ate a praça. Antes de nomes próprios femininos: Entrega à Ana, por favor. Ou Entrega a Ana, por favor. Antes de pronomes possessivos: Mandou presente de Natal à sua família. Ou Mandou presente de Natal a sua família. 48 11. EMPREGO E DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE PALAVRAS As classes gramaticais fazem parte da morfologia. O principal objetivo da morfologia é tratar da função das palavras em si mesmas. Ainda que o contexto seja importante para a classificação de uma palavra, o foco maior será na função primeira de um termo em uma construção. São 10 as classes gramaticais: artigo, adjetivo, advérbio, conjunção, preposição, verbo, interjeição, substantivo, pronome, numeral. Substantivo O substantivo é a classe de palavras utilizada para nomeação. Assim, ele nomeia pessoas, lugares, sentimentos, ações, estados, ou seja, tudo aquilo que precisa de um nome. Classificação dos substantivos: 1- Concretos: não dependem de ninguém para existir, ainda que sejam imaginários. POLTRONA, LIVRO, URSO, VENTO, DEUS... 2- Abstratos: dependem de alguém para existir. RAIVA, BRINCADEIRA, MEDO, FEIURA... 3- Comuns: não se escrevem com iniciais maiúsculas, são genéricos. CASA, QUADRO, MENINO, CACHORRO, MÚSICA... 4- Próprios: são escritos com iniciais maiúsculas, pois determinam seres, organizações, entidades. JOÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, BRASIL... 5- Coletivos: designam um conjunto de seres da mesma espécie. MATILHA, CORDILHEIRA, ALCATEIA 49 Formação dos substantivos: 1- Primitivos: não derivam de outros. PAPEL, VIDRO, LIVRO. 2- Derivados: derivam de outras palavras. PAPELARIA, VIDRAÇARIA, LIVRARIA. 3- Simples: tem apenas um radical. VENTO, CHUVA, MALA. 4- Composto: tem mais de um radical. CATAVENTO, GUARDA-CHUVA, PORTAMALAS. Adjetivo O adjetivo pode indicar: qualidade, modo de ser, estado ou aparência. Qualidade: meninas bonitas, música agradável, menino esperto, quadro horrível. Modo de ser: caminho esburacado, pasta grudenta. Estado: homem cansado, criança triste. Aparência: sapato azul-escuro, roupa transparente. Artigo São palavras que acompanham os substantivos, indicando o seu número (singular ou plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). Podem ser classificados em artigos definidos e indefinidos. 50 São artigos definidos: O, A, OS AS Encontrei A menina perdida pelas ruas do centro. São artigos indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS Encontrei uma menina pedida pelas ruas do centro. Pronomes 51 - Caso reto: desempenham função de sujeito ou predicativo; - Caso Oblíquo: desempenham função de complemento ou adjunto (exceção: sujeito) Oblíquos tônicos: Têm acento tônico e estão precedidos de preposição: Ore por mim. João ficou fora de si. Oblíquos átonos: Não têm acento tônico e não são precedidos de preposição: Ex: Não nos perturbe. Vejo-te em casa. AS FORMAS O, A, OS, AS - Verbos terminados em R, S, Z= cai a consoante no final do verbo e o pronome vira LO, LA, LOS, LAS: Ex: Maria veio vê-LO. 52 - Verbos terminados em M ou nasais= os pronomes viram no, na, nos, nas. Ex: Encontraram-NOS perto do lago. Pronome Integrante Ocorrem com verbos pronominais que podem apresentar ideia de movimento, mudança de estado, sentimento. Queixar-se , Arrepender-se , Alegrar-se Pronome Reflexivo A ação recai sobre aquele que a pratica. Eu me machuquei com o grampeador. Ele se inseriu no grupo. Pronome Recíproco Referem-se ao sujeito plural ou composto que pratica a ação em outrem e a recebe ao mesmo tempo. Tem valor de “um ao outro”. Os deputados se xingaram no debate. Pronomes de tratamento 53 Usados para finalidade comercial ou para tratamento cerimonioso. Pronomes Demonstrativos Situam os seres no tempo ou no espaço com relação às três pessoasgramaticais. 54 Pronomes relativos – Referem-se a um substantivo ou pronome substantivo mencionado anteriormente. VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical. Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc. ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os. Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc. NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem. Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc. PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas. 55 Exemplo: em, de, para, por, etc. CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou subordinação. Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc. INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito. Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh! 12. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções que as palavras desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A sintaxe estuda também as relações existentes entre as diversas orações que formam um período. Estudo da relação entre os termos da oração Segundo uma análise sintática, a oração se encontra dividida em: termos essenciais; termos integrantes; termos acessórios. Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. Os termos integrantes da oração são o objeto direto, o objeto indireto, o predicativo 56 do sujeito, o predicativo do objeto, o complemento nominal e o agente da passiva. Os termos acessórios da oração são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto. Exemplos de análise sintática Amanhã, a Madalena pagará suas dívidas ao banco. Sujeito: a Madalena Predicado: pagará suas dívidas ao banco Objeto direto: suas dívidas Objeto indireto: ao banco Adjunto adverbial: amanhã Adjunto adnominal: a, suas O diretor está livre de compromissos. Sujeito: o diretor Predicado: está livre de compromissos Predicativo do sujeito: livre Complemento nominal: compromissos A roupa foi passada pela vizinha, uma senhora trabalhadora. Sujeito: a roupa Predicado: foi passada pela vizinha Agente da passiva: vizinha Aposto: uma senhora trabalhadora Ela acusou-a de fofoqueira. 57 Sujeito: ela Predicado: acusou-a de fofoqueira Objeto direto: a Predicativo do objeto: fofoqueira Estudo da relação entre as orações Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de subordinação. Período composto por coordenação Os períodos compostos por coordenação são formados por orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmente porque apresentam sentidos completos. As orações coordenadas são classificadas em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas, conforme a ideia que transmitem: de adição, de oposição, de alternância, de conclusão e de explicação relativamente à oração anterior. Oração coordenada aditiva: Gabriel treinou e ganhou a corrida. Oração coordenada adversativa: Gabriel treinou, mas não ganhou a corrida. Oração coordenada alternativa: Ou Gabriel treina ou não ganha a corrida. Oração coordenada conclusiva: Gabriel treinou, logo ganhou a corrida. Oração coordenada explicativa: Gabriel ganhou a corrida porque treinou. Período composto por subordinação Os períodos compostos por subordinação são formados por orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma separada. 58 Conforme a função sintática que desempenham, as orações subordinadas são classificadas em substantivas, adjetivas ou adverbiais. Oração subordinada substantiva subjetiva: Foi anunciado que Jorge será o novo diretor. Oração subordinada substantiva objetiva direta: Nós não sabíamos que isso seria obrigatório. Oração subordinada substantiva objetiva indireta: A empresa precisa de que todos os funcionários sejam assíduos. Oração subordinada substantiva completiva nominal: Tenho esperança de que tudo será melhor no futuro! Oração subordinada substantiva predicativa: O importante é que minha filha é feliz. Oração subordinada substantiva apositiva: Apenas quero isto: que você desapareça da minha vida! Oração subordinada adverbial causal: Ele não pode esperar porque tem hora marcada no médico. Oração subordinada adverbial consecutiva: A Luísa esperou tanto tempo que adormeceu no sofá. Oração subordinada adverbial final: Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em segurança. Oração subordinada adverbial temporal: Mal você foi embora, ele apareceu. Oração subordinada adverbial condicional: Se o Paulo vier rápido, eu espero por ele. Oração subordinada adverbial concessiva: Embora eu esteja atrasada para o trabalho, continuarei esperando por ele. Oração subordinada adverbial comparativa: Júlia se sentia como se ainda tivesse dezesseis anos. Oração subordinada adverbial conformativa: Ficaremos esperando por você, conforme combinamos ontem. 59 Oração subordinada adverbial proporcional: Quanto mais eu estudava, mais tinha a sensação de não saber nada. Oração subordinada adjetiva explicativa: A Júlia, que é a funcionária mais nova da empresa, não teve uma boa avaliação. Oração subordinada adjetiva restritiva: Todos os funcionários que conhecem bem a empresa tiveram uma boa avaliação. Sintaxe de concordância A sintaxe de concordância estuda a concordância nominal e a concordância verbal que ocorrem na oração. Para haver concordância nominal é necessário que haja concordância de gênero e número entre os diversos nomes da oração, ou seja, entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza, entre o substantivo e o artigo que o determina, entre um pronome adjetivo e o substantivo,… Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino. Exemplos de concordância nominal O vizinho novo; A vizinha nova; Os vizinhos novos; As vizinhas novas. Para que haja concordância verbal é necessário que haja concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo. 60 Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa. Exemplos de concordância verbal Eu li; Ele leu; Nós lemos; Eles leram. Sintaxe de regência A sintaxe de regência estuda a regência nominal e a regência verbal que ocorre entre os diversos termos de uma oração. Há um termo regente que apresenta um sentido incompleto sem o termo regido, que atua como seu complemento. A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição. Exemplos de regência nominal favorável a; apto a; livre de; sedento de; intolerante com; compatível com; interesse em; 61 perito em; mau para; pronto para; respeito por; responsável por. A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado). Exemplos de regência verbal preposicionada assistir a; obedecer a; avisar a; agradar a; morar em; apoiar-se em; transformar
Compartilhar