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https://lp.concursosgg.com.br/combo-caixa/?utm_source=disparo_whats&utm_campaign=lancamento&utm_medium=venda&utm_term=organico&utm_content=link_pg_venda 2 3Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SUMÁRIO PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA ..............................................................05 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH ....................................59 REDAÇÃO | LUANA SCHONARTH .........................................................................................115 REDAÇÃO OFICIAL | LUANA SCHONARTH .............................................................................139 MATEMÁTICA FINANCEIRA | MARCOS LUCIANO ..................................................................205 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA| MARCOS LUCIANO ............................................................457 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU...................................................................581 DIREITO ADMINISTRATIVO | TATIANA MARCELLO ................................................................719 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS | BRUNA FRANCESCHI .................................................725 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - CÓDIGO DE CONDUTA | GIULIANO TAMAGNO ...................787 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - CÓDIGO DE ÉTICA | GIULIANO TAMAGNO ..........................809 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO | GIULIANO TAMAGNO ..........817 INFORMÁTICA | MARIANO BITELO ......................................................................................835 ATENDIMENTO BANCÁRIO | BRAYAN SOUZA .......................................................................1351 ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA | BRUNA KATZ .....................................................1367 ATENDIMENTO BANCÁRIO | TATIANA MARCELLO ................................................................1435 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR | GUILHERME KOENIG .............................................1453 3 4 3Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Português Prof. Carlos Zambeli e Profª Thaís Oliveira CLASSES DE PALAVRAS (MORFOLOGIA) Começando a entender Português! Na Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente, geralmente se desconsiderando a função que exercem dentro da frase ou do período, estudo realizado pela Sintaxe. Nos estudos morfológi- cos, as palavras estão agrupadas em dez classes, que podem ser chamadas de classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advér- bio, Preposição, Conjunção e Interjeição. 1. SUBSTANTIVO A palavra que dá nome aos seres, coisas, lugares, ideias, sentimentos. O substantivo faz parte da classe de palavras variáveis da língua portuguesa. Isso quer dizer que pode apresentar flexões de gênero, número e grau. • lugares: Itália, Porto Alegre... • sentimentos: raiva, ciúmes ... • estados: alegria, tristeza... • qualidades: honestidade, sinceridade... • ações: corrida, leitura... 2. ARTIGO Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos. 5 4 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Detalhe zambeliano 1 Substantivação! O jantar foi servido às 20h30min. A Psicologia interessa-se pelo estudo do eu. Detalhe zambeliano 2 Artigo facultativo diante de nomes próprios. Tati chegou. / A Tati chegou. Detalhe zambeliano 3 Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos. Sua turma é pequena no curso. A sua turma é pequena no curso. 3. ADJETIVO Adjetivo – palavra variável que caracteriza o substantivo, indicando-lhe qualidade, defeito, estado, condição • Material bom, menino agitado, moça elegante. O adjetivo pode aparecer antes ou depois do substantivo. • Elegante senhora / Senhora elegante 6 5Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Morfossintaxe do Adjetivo: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). • Você estava nervosa. • A estudante nervosa foi mal na prova. Locução adjetiva Noite de chuva (chuvosa) Atitudes de anjo (angelicais) Pneu de trás (traseiro) Seleção do Brasil (brasileira) Detalhe zambeliano! 4. ADVÉRBIO Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. Dica do Zambeli! Aqui dormi nesta semana. Hoje eu estudei gramática no curso. 7 6 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Classificação dos advérbios: Lugar – ali, aqui, aquém, atrás, cá, dentro... Tempo – agora, amanhã, antes, ontem... Modo – a pé, à toa, à vontade... Dúvida – provavelmente, talvez, quiçá... Afirmação – sim, certamente, realmente... Negação – não, nunca, jamais... Intensidade – bastante, demais, mais, menos 5. PREPOSIÇÃO Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido. Regência verbal: Assisti ao vídeo do curso. Regência nominal: Estou alheio a tudo isso. Zambeli, quais são as preposições? a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante – por – sem – sob – sobre – trás. Locuções Adjetivas – É uma pessoa de respeito. Locuções Adverbiais – Tive de agir com medo. De – Vim de carro. / Sou de Porto Alegre. / Gramática do Zambeli. Em – Estou em apuros. / Sairemos em 15min. / Durmo em casa. 8 7Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA 6. PRONOME Indefinidos Não encontrei nenhum conhecido na aula do Zambeli. Não encontrei nem um conhecido na aula do Zambeli. DEMONSTRATIVOS ESPAÇO Este, esta, isto – perto do falante. Esse, essa, isso – perto do ouvinte. Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois. TEMPO Este, esta, isto – presente/futuro Esse, essa, isso – passado breve Aquele, aquela, aquilo – passado distante DISCURSO Este, esta, isto – vai ser dito Esse, essa, isso – já foi dito RETOMADA As crianças da classe média têm um futuro mais promissor do que os filhos de pais das classes me- nos favorecidas, porque àquelas se dão oportunidades que se negam a estes. E se fosse 3 elementos para retomar, Zambeli? Emprego de este, esse e aquele em relação a três termos Este: indica o que se referiu por último. Esse: se refere ao penúltimo. Aquele: indica o que se mencionou em primeiro lugar. 9 8 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Pessoais – retos e oblíquos Retos – eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. Oblíquos – Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição. Átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. • Enviaram aquele material do curso para mim. • Enviaram-me aquele material do curso. • Enviaram aquele material do curso para eu usar na aula. 7. NUMERAL Indicam quantidade ou posição – um, dois, vinte, primeiro, terceiro. 8. INTERJEIÇÃO Expressam um sentimento, uma emoção... 9. VERBOS Indicam ação, estado, fato ou fenômeno da natureza. • Guilherme passeava pelas ruas de Butiá. • A Mari está enferma. • Geou muito na serra. 10. CONJUNÇÕES Ligam orações ou, eventualmente, termos.São divididas em: Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas. Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais, temporais, finais, proporcionais. 10 9Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA QUE – Pronome Relativo ou Conjunção Integrante? Pronome Relativo Conjunção Integrante Deixa Ser (O Teatro Mágico) Dentro de mim Uma reza uma certeza Um canto-correnteza Que me leva a ti A te explicar que a dor Talvez venha nos visitar Aquela Pessoa (Henrique e Juliano) Você também tem Aquela pessoa Não adianta negar Que tem passe livre Carta branca na sua vida Pra ir e voltar quando quiser Nunca vai deixar de ser o que é Meu Sol (Vanguart) Minha alma Sabe que viver é se entregar Sabendo que ninguém pode julgar Se teve que olhar pra trás ou não Talvez Se a vida me trouxer o que eu pedi Te encontro e faço tudo o que quiser EXERCÍCIOS 01. Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio). 1. A cerveja que desce redondo. 2. A cerveja que eu bebo gelada. 3. Zambeli é um professor exigente. 4. O bom da aula é o ensinamento que fica para nós. 5. Carlos está no meio da sala. 6. Leu meia página da matéria. 11 10 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 7. Aquelas jovens são meio nervosas. 8. Ela estuda muito. 9. Não faltam pessoas bonitas aqui. 10. O bonito desta janela é o visual. 11. Vi um bonito filme brasileiro. 12. O brasileiro não desiste nunca. 13. A população brasileira reclama muito de tudo. 14. O crescimento populacional está diminuindo no Brasil. 15. Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país. 02. Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados: a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano. b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato. c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo. d) O país atravessa um momento delicado. __________ crise parece nunca acabar. e) Assisti a uma aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim! f) Por que você nunca lava _________ mãos? g) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado. h) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui. 12 11Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA QUESTÕES 01. No texto, Maria José é descrita como alguém que apresenta características muitas vezes opostas, o que a faz possuidora de uma rica personalidade. Um adjetivo usado para caracterizar Maria José é “terna”, que, no texto, se opõe a a) violenta b) alegre c) caridosa d) doce e) carinhosa 02. A palavra destacada em “bem mais portáteis” (parágrafo 4) traz para o trecho uma ideia de a) adição b) adversidade c) comparação d) extensão e) soma 03. O trecho em que a palavra destacada expressa uma opinião do autor é a) “Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros” (parágrafo 1) b) “Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastreado” (parágrafo 3) c) “modo como cada sociedade vem paulatinamente estruturando a sua política” (parágrafo 4) d) “Independentemente da demanda de armazenamento de dados de clientes” (parágrafo 5) e) “época em que todo mundo pode falar permanentemente o que quer.”(parágrafo 9) 04. Possui papel adjetivo no segmento a seguir, o termo em destaque: a) “Falar é fácil, eu dizia a mim mesma [...]” b) “O ciclo da vida e morte é um duro aprendizado.” c) “Se a morte for um sono sem sonhos, será bom; [...]” d) “Recorro à minha profissão de tradutora, que exerci intensamente [...]” 13 12 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 05. As orações a seguir possuem preposição, EXCETO: a) “Cair a ficha é se dar conta.” (4º§) b) “Nascemos, ficamos em pé, crescemos [...]” (5º§) c) “Nossos pregos são feitos de material maciço, [...]” (5º§) d) “Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.” (6º§) e) “Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes.” (1º§) GABARITO 01. A 02. C 03. B 04. B 05. A 14 13Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO Frase: É o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é facultativo o uso do verbo. Oração: É o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo. Período: É a oração composta por um ou mais verbos. SUJEITO – é o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração. • Que é que + verbo? • Quem é que + verbo? • Que é que se + verbo? TIPOS DE SUJEITOS 1) Sujeito simples – é o sujeito determinado que possui um único núcleo, um único vocábulo di- retamente ligado com o verbo. • “Os fracos nunca podem perdoar.” (Gandhi) • “Bate outra vez, com esperanças, o meu coração.” (Cartola) • Discutiu-se esse assunto na aula do Zambeli. “E ela tava mais linda Cada vez que eu olhava. O ciúme não tava batendo, Tava dando porrada” (Henrique e Juliano) 2) Sujeito composto – é o sujeito determinado que possui mais de um núcleo, isto é, mais de um vocábulo diretamente relacionado com o verbo. • Sérgio, Zambeli e Gustavo são amigos. • Ocorreram acidentes, assaltos e sequestros nesta comunidade. 15 14 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 3) Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o predicado da oração se refere. a) com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado anteriormente. • “Perguntaram ao Dalai Lama: – O que mais te surpreende na Humanidade? E ele respondeu: – Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recu- perar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.” (Dalai Lama) b) com o verbo na 3ª p do singular (VI, VTI, VL) + SE • Necessita-se de mantimentos para os desabrigados. • Estuda-se em média 5h por dia. • “Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud) 4) Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na oração. • haver significando existir, ocorrer, acontecer ou indicando tempo decorrido. • Haverá mais concursos neste ano. • Deve haver mais interessados naquela vaga. • Há meses não faço testes de português. • Deve haver aprovações deste curso. • Devem existir aprovações deste curso. • fazer indicando tempo ou temperatura. • Amanhã fará dois dias que me inscrevi no curso. • Irá fazer quatro meses que terminamos o namoro. • Faz dias muito quentes no mês de março. 16 15Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA • estar indicando clima. • Estava muito quente no dia da prova. • ser indicando hora, data ou distância. • Agora são 19h45min. • Hoje são 13 de setembro. • Daqui a minha casa são quatro quadras. • verbos que indicam fenômenos meteorológicos. • Choveu bastante no verão passado. • Está anoitecendo. Obs.: quando empregados em sentido conotativo, haverá sujeito. • Choveram gritos naquela sessão de votação. 5) Sujeito Oracional • “É preciso amaras pessoas como se não houvesse amanhã.” (Legião Urbana) • É necessário que vocês estudem em casa. • Convém que todos sejam honestos sempre! TRANSITIVIDADE VERBAL 1) Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento. • “O coração dispara, tropeça, quase para, me encaixo no teu cheiro” (Tiago Iorc) • “Acorda, meu bem, amanhã já é outra história. Em paz, vamos viver o agora.” (Anavitória) 2) Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição. Perguntamos “o quê? Ou quem?” • “E eu vou contando os dias, vou roubando as horas, quero tanto me encontrar” (Vanguart) • “Se for preciso, eu pego um barco, eu remo por seis meses, como peixe pra te ver.” (Rubel) 17 16 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 3) Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição. • “Hoje me lembrei do teu sabor, do gosto da tua boca antes de dormir.” (Tiago Iorc) • É! Eu me esqueci da luz da cozinha acesa, de fechar a geladeira, de limpar os pés! Me esqueci, Jesus, de anotar os recados, de todas janelas abertas.” (Teatro Mágico) 4) Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – verbo que precisa de 2 complementos. (OD e OI) • “Eu quero partilhar a vida boa com você.” (Rubel) • “Canta para mim qualquer coisa assim sobre você.” (Marcelo Camelo) 5) Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação. Estes verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características são chamadas de predicativo do sujeito. • “Tu é trevo de quatro folhas, é manhã de domingo à toa.” (Anavitória) • “Meninas são bruxas e fadas. Palhaço é um homem todo pintado de piadas! Céu azul é o telhado do mundo inteiro.” (Teatro Mágico) Dica zambeliana: A transitividade de um verbo depende do contexto. ADJUNTO ADVERBIAL – termo que exprime circunstância, modificando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio. É constituído por um advérbio ou por uma locução adverbial. “Entrei na rua dela com meu carro rebaixado. No meu porta-malas, escutando forró pesado, Eu logo percebi, quando ela olhou pra mim, Dei a volta por cima e chamei ela pra sair. Ela aceitou o convite, a gente foi cair na farra. Duas garrafas de vinho, ficou mal intencionada. Foi no banheiro, do nada ela sumiu. Quando fui procurar, com outro cara ela sumiu.” (Barões da pisadinha) APOSTO – termo que apresenta uma explicação extra a respeito de outro, cujo intuito é o esclarecimento. • Porto Alegre, a cidade sorriso, aguarda você. • Chegaram todos: pais, amigos e demais parentes. 18 17Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA VOCATIVO – termo que evidencia o ser a quem nos dirigimos. • “Ai, amor, Será que tu divide a dor do teu peito cansado com alguém que não vai te sarar?” (Anavitória) “Oh Rita, volta, desgramada. Volta, Rita, que eu perdoo a facada. Oh Rita, não me deixa! Volta, Rita, que eu retiro a queixa.” (Tierry) ADJUNTO ADNOMINAL é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, artigos, pronomes, numerais, locuções adjetivas. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que modificara o nome ao qual se refere. Artigo – “ Colombo procurou as Índias, mas a Terra avisto em você.” Adjetivos – A melhor aula é sempre aqui. Pronome – “ E o teu cabelo está enrolado no meu peito?” Numeral – Cinco pessoas reclamara dos dois colegas. Locução adjetiva – “Enquanto o som do paredão toca/Cê gasta o seu batom de cereja” TREINAMENTO ZAMBELIANO Classifique os elementos sublinhados das orações abaixo. a) O candidato voltou do curso. ____________________________________________________ b) Histórias incríveis contou-nos aquele colega. ____________________________________________________ c) O professor Zambeli ofereceu-lhe um lugar melhor no curso. ____________________________________________________ d) Procurei-a por todos os lugares. ____________________________________________________ e) Gabaritaram a prova. ____________________________________________________ f) Talvez ainda haja concursos neste ano. ____________________________________________________ g) Taxa de homicídio cresce em 15 anos no país. ____________________________________________________ h) A prova foi fácil. ____________________________________________________ i) Site oferece promoções aos clientes na internet. ____________________________________________________ 19 18 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. CONCORDÂNCIA VERBAL REGRA GERAL O verbo concorda com o núcleo do sujeito. “Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las, elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente.” (Freud) 1) VERBO HAVER O verbo haver é impessoal (permanecendo na 3º pessoa do singular) quando significa: existir, acon- tecer, ocorrer. Formando locução com outro verbo, a impessoalidade a ele se estenderá. • Nunca havia pessoas nesta sala. • Está havendo oportunidades neste curso. • Houve um assalto no banco. 2) SE Pronome Apassivador Índice de Indeterminação do Sujeito • Procuram-se alunos interessados. • Não se sabe tudo na hora da prova. • Nunca se estudaram tantos artigos. • Ligar-se-ão as pessoas certas neste curso. • Procura-se uma questão sobre o tema. • Vende-se este carro. • Vive-se triste nesta época do ano. • Mora-se bem no bairro aqui. • Não se necessita de mais aula. • Nunca se trata só de uma questão. • Assistiu-se a outras palestras. • É-se muito estressado durante os estudos. 20 19Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Treina aqui rapidinho! 1) se – partícula apassivadora 2) se – índice de indeterminação do sujeito a) Precisa-se de uma boa resposta. ( ) b) Não se perdoam certas palavras. ( ) c) Para chegar aqui, anda-se muito. ( ) d) Bergamota, nos dias de frio no sul, come-se no sol. ( ) e) Aqui se vive em paz! ( ) f) Discutiu- se, nesta semana, quando o gerente estava aqui, esse projeto. ( ) g) Alugam-se, durante o ano, quartos para estudantes. ( ) h) Repreendia-se o aluno e nada acontecia ( ) i) Necessitava-se de novas soluções. ( ) 3) Expressões fracionárias ou partitivas = o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural. • A maioria desses acidentes pode (podem) ser evitado (evitados). • Três quintos do teste foi (foram) de questões objetivas. • Mais da metade dos professores utiliza (utilizam) o quadro-branco. 4) Sujeito oracional Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular. • Estudar e aprovar constitui seu projeto. • Seria legal se todos acordassem durante a aula. • Não se indica que as pessoas fiquem aqui. 21 20 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. CONCORDÂNCIA NOMINAL REGRA GERAL Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles se referem. CASOS ESPECIAIS 1) Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo. • Gosto de comer deliciosos bolos, pizzas e salgadinhos. • Gosto de comer deliciosas pizzas, bolos e salgadinhos. 2) Substantivos de gênero e número diferentes mais adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso do masculino plural. • Gostaria de pedir frango e costela bem passados. • Gostaria de pedir frango e costela bem passada3) ANEXO • Seguem anexos os contratos. • As cartas anexas devem conter envelope. 4) SÓ • Edgar ficou só em casa. • Sérgio e Edgar ficaram sós. • Depois da guerra só restaram cinzas. • Eles queriam ficar só na sala. 22 21Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Observação: A locução adverbial a sós é invariável. 5) OBRIGADO – adjetivo • “Muito obrigada”, disse a aniversariante aos convidados! 6) BASTANTE Adjetivo = vários, muitos Advérbio = muito, suficiente • Recebi bastantes flores. • Estudei bastante. • Tenho bastantes motivos para estudar com você! 7) TODO, TODA – qualquer TODO O, TODA A – inteiro • Todo aluno tem dificuldades nos estudos. • Todo o clube comemorou a chegada do jogador. 8) É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO, É PERMITIDO Com determinante = variável Sem determinante = invariável • A sabedoria é necessária, sobretudo durante a prova! • É proibida a entrada de concurseiros despreparados. • A receita de pizza com requeijão é muito boa. • É proibido cola durante as provas! • É necessário inteligência na resolução das questões. 23 22 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 9) MEIO Adjetivo = metade Advérbio = mais ou menos • Adicione meia colher de açúcar. • Isso pesa meio quilo. • A porta estava meio aberta. • Ela sempre fica meio nervosa nas provas. 24 23Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL A regência estuda a relação entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos), ou as circunstâncias relacionadas a eles (adjuntos adverbiais). É importante ressaltar que um verbo pode assumir valores semânticos diferentes com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Esse fato é um dos principais causadores de dúvida, tam- bém, quando aprendemos crase, por exemplo. O estudo da regência verbal exige, assim como diversos outros conteúdos da gramática, sabermos mais também sobre os pronomes relativos. PRONOME RELATIVO 1. QUE: • Retoma pessoas ou coisas. O programa de computador de que preciso chegou. O amigo em que confio é o Betinho. A série a que eu assisto chama-se “Casas Extraordinárias” 2. CUJO: • Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído. A prova cujo assunto eu não sei será amanhã! A namorada com cuja opinião concordo estava me criticando. A rainha a cujas ordens obedeço é a mais bela do reino. 3. ONDE: • Só retoma lugar. Seu sinônimo é EM QUE, o qual pode ser usado em mais contexto. O país aonde irei é perto daqui. O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje. PRINCIPAIS VERBOS • Assistir Sentido de ajudar, dar assistência, auxiliar: VTD O professor não assistiu os alunos durante a prova O professor não os assistiu. A polícia assiste todas as vítimas de trânsito. 25 24 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Sentido de ver, olhar, presenciar: VTI (preposição “a” obrigatória) Assisti ao espetáculo “Fuerzabruta” Assisti a ele. O filme a que eu assisti chama-se “Divertidamente”. • Aspirar Sentido de inalar, cheirar, sorver: VTD Aspirei esse fedor de fritura. As pessoas aspiram o ar poluído das cidades. Sentido de desejar, ambicionar: VTI (preposição “a” obrigatória) Quem não aspira ao cargo? Quem não aspira a ele? A vaga a que todos aspiram está neste concurso. • Pagar e Perdoar Quando se refere a alguma coisa: VTD Pagou a conta. Perdoei o incidente. Quando se refere a uma pessoa: VTI (preposição “a”) Pagou ao garçom. Perdoei ao meu pai Quando se refere a alguma coisa a alguém: VTDI Pagou a dívida ao banco. Pagamos ao garçom as contas da mesa. • Visar Sentido de pôr o visto, assinar: VTD Você precisa visar atrás do cheque. Sentido de apontar, mirar: VTD O Capitão Nascimento visou o traficante. Sentido de desejar, almejar, ambicionar: VTI Os estudantes visam ao cargo público. Aquela era a vaga a que eu visava. • Implicar Sentido de acarretar, ter consequência: VTD Passar no concurso implica sacrifícios. Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida. 26 25Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Sentido de ter birra, implicância: VTI (preposição “com”) Ela sempre implica com meus amigos! • Preferir Esse verbo é transitivo direto e indireto, assim exige a preposição “a”: X a Y Prefiro concursos federais a concursos estaduais. Gabriel preferia a massa ao vegetal. • Ir, Voltar, Chegar Usamos as preposições “A”, ou “DE”, ou “PARA” com esses verbos. Chegamos a casa. Foste ao curso? • Esquecer, Lembrar Esses dois verbos são pronominais, ou seja, quando acompanhados de pronome, precisam de com- plemento preposicionado: VTI (preposição “de”) Eu nunca me esqueci de você! Esqueça aquilo. O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado. O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado. 27 26 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. CRASE OCORRE CRASE 1) Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO, haverá crase. • Eles não se referem às brigas da turma. • Não consigo ser indiferente à desumanização das pessoas. 2) Àquele = a este, àquela = a esta, àquilo = a isto • Ele fez referência àquele aluno. • Nunca disseram a verdade àquelas pessoas. • Suas queixas são idênticas às de seus colegas. 3) Nas locuções femininas • à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pres- sas; à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc. • Vamos estudar à noite. • Sinto-me à vontade nesta sala, Zambeli. 4) Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”; se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A. • Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia) • Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia). 5) Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento. • Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de). Obs.: se o nome do lugar estiver acompanhado de uma característica (adjunto adnominal), o acen- to será obrigatório. 28 27Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA • Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações. 6) Antes da palavra “casa”, haverá o acento indicativo de crase somente quando ela estiver es- pecificada. • Retornou a casa. Retornou à casa dos pais. 7) Antes da palavra “terra”, haverá o acento indicativo de crase, se ela estiver especificada, se for empregada como planeta ou for possível substituí-la por solo. • O navegador retornou a terra. Ele chegou à terra das cucas. • O aviador desceu à terra. • Lançou a semente à terra que comprara. 8) Antes da palavra “distância”, haverá o acento indicativo de crase, se ela estiver especificada. • Ficou à distância de 10m. • Ficou a distância. CRASE OPCIONAL 1) Antes de nomes próprios femininos. • Entreguei o presente a Tati (ou à Tati). 2) Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular. • Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua. 3) Depois da preposição ATÉ. • Fui até a escola. (ou até à escola). NÃO OCORRE CRASE 1) Antes de palavrasmasculinas. • Ele saiu a pé. 29 28 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. • Nunca vendemos a prazo. 2) Antes de verbos. • Estou disposto a colaborar com ele. • Começou a chover. 3) Antes de artigo indefinido. • Fomos a uma empresa especializada. • Entreguei meu material a uma funcionária do curso. 4) Antes de alguns pronomes • Passamos os dados do projeto a ela. • Eles podem ir a qualquer restaurante. • Refiro-me a esta aluna. • A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada. • O restaurante a cuja dona me referi é ótimo. 5) Depois de preposição. • Eles foram para a praia. • A aula começou após as 9h. 6) Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural. • Refiro-me a pessoas que são competentes. • Nunca obedeça a pessoas que você não conhece. 7) Em locuções formadas pela mesma palavra. • Tomei o remédio gota a gota. • (cara a cara, lado a lado, face a face, passo a passo, frente a frente, dia a dia, etc.) 30 29Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA EXERCÍCIO 01. Utilize o acento indicativo de crase quando necessário a) Enviarei a você as informações referentes as nossas atuais atividades. b) Com relação a suas habilidades, procure dar mais ênfase as que se referem a pintura. c) Você vai a aula hoje? d) Escreveram a ti antes de escreverem a mim! e) Telefone a ela, depois a você e a todas as nossas amigas. f) A cena a qual assistimos foi lamentável. g) Prefiro maçã a pera. h) Prefiro a maçã a pera. i) Os preços continuam a subir. j) Prefiro aquela maçã aquele mamão. k) Entreguei a bolsa aquela que atendeu ao portão. l) Refiro-me as exportações e não as importações. 31 30 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. QUESTÕES 01. “A primeira marca do príncipe soberano é o poder de dar lei a todos em geral, e a cada em particu- lar. Mas isso não basta, e é necessário acrescentar: sem o consentimento de maior nem igual nem menor que ele.” “O soberano de uma República, seja ele uma assembleia ou um homem, não está absolutamente sujeito ..I.. leis civis. [...] E, para medirmos a inovação assim introduzida, basta re- corrermos ..II.. frase de um teólogo do século XII: “A diferença entre o príncipe e o tirano é que o príncipe obedece à Lei e governa ..III.. seu povo em conformidade com o Direito.” Preenchem corretamente as lacunas I, II e III do texto, na ordem dada: a) às – à – o b) às – a – ao c) as – à – ao d) às – a – o e) as – à – o 02. Quanto ...... origens do ruído, o pensador David le Breton ...... associa ao utilitarismo, com que se relaciona, por vezes, ...... racionalismo, que dispõe a experiência dos sentidos em segundo plano. Preenche as lacunas da frase acima, correta e respectivamente, o que se encontra em: a) as − às − ao b) a − a − ao c) às − às − ao d) as − as − o e) às − as − o 03. O sinal indicativo de crase pode ser acrescido, por ser facultativo, à expressão destacada em: a) Meditar é aprender a estar aqui, agora. (5º parágrafo) b) se voltavam ávidos a técnicas milenares de relaxamento... (2º parágrafo) c) Agora sente o sol aquecendo as escamas. (3º parágrafo) d) o macarrão que esfria, a minha frente. (6º parágrafo) e) Esquece as moscas. (3º parágrafo) 04. A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo... (último parágrafo) No segmento acima, o sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso se substitua “mídia” por a) imprensa. b) programas. c) meio de comunicação. d) debates. e) propagandas. 32 31Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA 05. O sinal indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão em: a) Tenho preocupações referentes à questões ambientais. b) Medidas de proteção à infância precisam ser tomadas por governos. c) Devem-se fazer campanhas para aumentar às preocupações sanitárias. d) À partir do início da faculdade é necessário estudar muito. e) Você confere, à seguir, os documentos dos clientes. GABARITO 01. A 02. E 03. D 04. A 05. B 33 32 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. ORAÇÕES ORAÇÕES COORDENADAS Orações Coordenativas – ligam termos que exercem a mesma função sintática, ou orações inde- pendentes. Subdividem-se: 1) Assindéticas – não se unem por meio de conjunção. • “E ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora.” (Natiruts) • “Voltou do trabalho, tomou banho, foi deitar-se”. 2) Sindéticas – unem-se por meio de conjunção. Classificam-se como 1) aditivas: expressam ideia de adição, soma, acréscimo. e, nem, não só... mas também, mas ainda, etc. • A corrupção atinge todas as camadas da sociedade e incide em alguns comportamentos. • “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia) • Ela não trabalha nem estuda. 34 33Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA 2) adversativas: expressam ideia de oposição, contraste. mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc. • “Eu queria querer-te e amar o amor, (...) tudo métrica, rima e nunca dor, mas a vida é real e de viés” (Caetano Veloso) • “A minha vontade é forte, porém minha disposição de obedecer-lhe é fraca.” (Carlos Drummond de Andrade) 3) alternativas: expressam ideia de alternância ou exclusão. ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja...seja • “A amizade é o grande palavrão das mulheres, quer para permitir que o amor entre, quer para o pôr fora da porta.” (Charles Saint-Beuve) • “Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza” 4) conclusivas: expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse antes. logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista disso então, pois (depois do verbo) etc. • “Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.” • “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se cha- ma amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” (Dalai Lama) 5) explicativas: a segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira ora- ção. pois, porque, que. • “Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar. Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.” (Jeneci) • “Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa” (Chico Buarque) 35 https://www.pensador.com/autor/carlos_drummond_de_andrade/ http://pensador.uol.com.br/autor/charles_saint_beuve/ 34 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. ORAÇÕES SUBORDINADAS Dependem de uma oração principal. Podem ser: adverbiais, substantivas ou adjetivas. Orações Subordinadas Adverbiais – ligam duas orações sintaticamente dependentes e mostram circunstâncias. Causais: exprimem o motivo (a causa, a razão) da ação da oração principal. porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, pois (anteposto ao verbo). • As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. • Já que você não vai, eu não vou Condicionais: exprimem circunstância, uma condição para outra ação ocorrer. se, caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que, uma vez que (+ verbo no subjun- tivo) • Uma vez que você aceite a proposta, assinaremos o contrato. • Se não fosse a liberdade de expressão, algumasmanifestações artísticas só existiriam entre quatro paredes. Consecutivas: exprimem consequência, o resultado de uma ação. {tão, tal, tamanho, tanto} ...que, de modo que, de maneira que, de forma que “Tenho tanto sentimento Que é frequente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal.” (Fernando Pessoa) Comparativas: expressam semelhança, relações, diferenças. como, que (precedido de mais ou menos), assim como, tanto ...quanto • “O amor é como o sol, sabe como renascer.” (Natiruts) • É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação. (Friedrich Nietzsche) 36 35Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Conformativas: expressam conformidade. como, conforme, segundo, consoante, de acordo com*... • “Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo.” (J. Petit Senn) • Segundo atesta recente relatório do Banco Central, a economia brasileira é viável. Concessivas: expressam um fato que poderia opor-se à realização do que se declara na oração prin- cipal. embora, se bem que, ainda que, apesar de que, mesmo que, conquanto, posto que, por mais que. • “Mesmo que ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” • “Você é um problema que eu quero ter, mesmo sabendo que eu não consigo resolver.. (Maiara e Maraisa) • Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar. (Caio Fernando Abreu) Temporais: exprimem o tempo, o momento, de um acontecimento. A relação pode ser de simulta- neidade, anterioridade, posterioridade… quando, logo que, assim que, mal, sempre que, antes que, enquanto, depois que, desde que, sempre que, cada vez que • “Quando eu estiver cantando, fique em silêncio” (Cazuza) • Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remé- dio. (William Shakespeare) Finais: indicam a finalidade ou o objetivo da ação expressa na oração principal. a fim de que, para que, para*. • Eu queria estudar para gabaritar essa prova. • “Você tem um segundo para aprender a me amar; você tem a vida inteira para me devorar.” (Cazuza) 37 http://pensador.uol.com.br/autor/j_petit_senn/ https://www.pensador.com/autor/caio_fernando_abreu/ http://pensador.uol.com.br/autor/cazuza/ 36 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Proporcionais: destacam a intensidade de um fato, da qual depende a intensidade do fato expresso na principal. à proporção que, à medida que, quanto mais ...., (tanto) mais, quanto menos... • “O erro só é bom enquanto somos jovens. À medida que avançamos na idade, não convém que o arrastemos atrás de nós.” (Johann Goethe) • Quanto mais vivo a minha vida, mais experiências vão acontecendo. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS Geralmente são introduzidas pelas conjunções integrantes “que” e “se”. As orações subordinadas substantivas exercem uma função sintática em que, normalmente, o nú- cleo é um substantivo. 1. Subjetivas – funcionam como sujeito. • “É imprescindível que você estude com o Zambeli”. • Convém que você revise hoje. • Pareceu-me que a criança chorava. 2. Objetivas Diretas – funcionam como objeto direto. • Eu disse que estudaria português! • O colega avisou que só faltavam quinze minutos para o término da prova. 3. Objetivas Indiretas – funcionam como objeto indireto, ainda com preposição. • Eles gostaram de que eu falasse vinte vezes a mesma coisa! • A professora insistiu muito em que os alunos tivessem aulas de recuperação.. 4. Completivas Nominais – funcionam como complemento nominal. • Tenho convicção de que ele estudará um dia! • Os eleitores tinham crença em que o candidato fosse honesto. 38 http://pensador.uol.com.br/autor/johann_goethe/ 37Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA 5. Predicativas – funcionam como predicativo do sujeito. Ou seja, há verbo de ligação. • “O problema de estudar é que, na aula, eu entendo tudo!” • O certo é que ninguém se responsabilizou pelo crime. 6. Apositivas – funcionam como aposto. Lembre-se da pontuação. • Desejo-lhe uma coisa: que entenda um dia a matéria! • Isto é certo: que seremos aprovados. 39 38 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO A oração pode estar enunciada na ordem direta, observando a seguinte sequência: Sujeito + Verbo + Complementos Verbais + Adjunto Adverbial O bancário oferecerá o produto aos clientes após a demonstração. Todas as turmas do primeiro andar da ala esquerda do prédio sairão hoje. Não se separam por vírgula: → Predicado de sujeito = “Acontecerá, alguma coisa amanhã!” → Objeto de verbo = “Contamos, aos alunos, todos os detalhes”. → Adjunto adnominal de nome = “A questão, de Português, foi anulada facilmente!” EMPREGO DA VÍRGULA • Coordenados • Deslocados • Intercalados • Elipses 40 39Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA COORDENADOS 1) para separar itens de uma série. (Enumeração) • Um arquiteto, um engenheiro e um empreiteiro foram contratados pela empresa. • “Eu tenho uma proposta para te fazer: eu, você, dois filhos e um cachorro; Um edredom, um filme bom no frio de agosto. E aí, cê topa?” (Luan Santana) 2) para separar orações coordenadas assindéticas. • “A garrafa precisa do copo, o copo precisa da mesa, a mesa precisa de mim e eu preciso da cer- veja.” (Marília Mendonça) • Alguns reclamam, outros protestam, ninguém reivindica. 3) As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque, pois). • Ela me convidou, pois sou sua amiga! • Siga o mapa, ou peça informações. • O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória 4) para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam dife- rentes. • “Acordei mais uma vez embriagado, e o seu cheiro impregnado na minha roupa.” (Marília Mendonça) • Os sentimentos podem mudar com o tempo, e as pessoas não entendem isso! • Inúmeros alunos só comem e dormem nas férias DESLOCADOS 1) para separar o adjunto adverbial deslocado. Na terça-feira, a comissão temporária que examina a modernização do Código de Defesa do Consu- midor (CDC) debateu a necessidade de regras para publicidade infantil. Encontrei, hoje pela manhã, alguns professores reunidos com o diretor. 41 40 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Quando o adjunto é pequeno, mesmo estando deslocado, não é necessário isolá-lo por vírgula, a não ser que a ênfase o exija Amanhã irei rever alguns amigos. Todos os envolvidos na criação precisam hoje preencher o formulário. 2) para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas. No final da aula, Paulo escreveu uma fórmula, porque era importante! Estudou bastante, para que pudesse obter um bom resultado nas avaliações. 3) para separar as orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto desenvolvidasquanto reduzidas. Nossas intenções, conforme todos podem comprovar, são as melhores. Os alunos, terminada a aula, saíram sem despedir-se. Ao ver o estrago, retirou-se apavorado, mas, como estava escuro, derrubou tudo. INTERCALADOS 1) para separar o aposto. Sempre segui duas dicas: estude e seja feliz! “Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.” (Drummond) 2) para separar o vocativo. Caros alunos, vocês estão entendendo? Mariana, aquela professora de português já chegou? 42 41Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA 3) para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor, por exemplo, etc). Além disso, precisamos completar as tarefas. Queremos, por exemplo, fazer algumas provas antigas. Enfim, faça o que você decidir. 4) Orações Subordinadas Adjetivas a) Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma qua- lidade que não é inerente ao substantivo. As emoções que nos atormentam nos momentos de raiva acabam mais atrapalhando do que aju- dando! As rosas que são vermelhas embelezam meu jardim. b) Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente (com vírgula sempre). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo. A telefonia móvel, que facilitou a vida do homem moderno, provocou também situações constran- gedoras. Nossa família, que sempre foi unida, amparou-a afetuosamente. Preocupava-se demais com o colega, que nunca lhe retribuía os favores. ELIPSES 1) para assinalar supressão de um verbo. “Os tristes acham que o vento geme; os alegres, que ele canta.” (Veríssimo) Eu preciso de ajuda; meu colega, de uma boa explicação. A vida é um jogo; o destino, um parceiro temível. 43 42 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. EMPREGO DO PONTO-E-VÍRGULA 1) para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que en- cerrem comparações e contrastes. Havia vários fatores que corroboravam sua personalidade agressiva: morava numa região muito violenta, na qual tiros e facadas eram algo comum; nunca teve acesso à escola e à boa informação, por não desfrutar as condições econômicas básicas para isso; era espancado pelo pai quando tinha seis anos de idade; etc. Muitos se esforçam; poucos conseguem. 2) para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam deslocadas. O colega sempre conversava durante as aulas; as pessoas da turma, todavia, não suportavam aque- la atitude. Vamos terminar este namoro; considere-se, portanto, livre deste compromisso. EMPREGO DOS DOIS-PONTOS Aparece após uma oração completa. Foram escolhidas três cores diferentes: verde, amarelo e lilás Joana entregou à Maria: uma pasta e duas fotos. Joana entregou à Maria os documentos: uma pasta e duas fotos. 1) para anunciar uma citação. Lembrando um poema de Fernando Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro.” 2) para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência ou um esclare- cimento. Conheço três pessoas legais neste curso: meu vizinho, meu primo e meu irmão. Não há razão para tanto estresse: tudo já está resolvido. 44 43Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA ACENTUAÇÃO A acentuação tem grande importância no nosso cotidiano porque não só nos auxilia a pronunciar as palavras corretamente, como também a identificar a classe gramatical a que pertencem, a compre- ender qual o seu sentido, entre outras funções. Sílaba VOGAL • Pode ser formada por uma vogal, um ditongo ou um tritongo, acompanhados ou não de consoante. Eu U.ru.guai A.plau.dir Sa.pa.to Trans.por Fór.ceps • A sílaba pode ser definida pela sua intensidade como: Tônica: forte Átona: fraca • Dessa forma, a sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade e pode ou não ter um acento gráfico. Todas as palavras com mais de uma sílaba têm uma tônica. Sor.te A.le.gri.a Ó.ti.mo Me.do Li.vro A.ca.bou Dessa forma, dependendo da posição da sílaba tônica nas palavras, há como classificá-las de três formas: • Proparoxítona: a antepenúltima sílaba é tônica. rá.pi.do lâm.pa.da leu.có.ci.to • Paroxítona: a penúltima sílaba é tônica. ba.na.na sa.pa.to sa.bi.a • Oxítona: a última sílaba é tônica. u.ru.bu sa.ci sa.bi.á • Monossílabo: há apenas uma sílaba, que pode ser tônica ou átona. mês pé mau pois com 45 44 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. ACENTUAÇÃO GRÁFICA Esse acento é uma marca da escrita que indica a vogal tônica de algumas palavras. Apesar de nem todas as sílabas tônicas serem acentuadas, essa marca aparecerá na mesma posição do acento tô- nico. REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO → Proparoxítonas Todas são acentuadas. Á.ra.be Plás.ti.co Pês.se.go → Paroxítonas e Oxítonas Essas duas regras de acentuação são longas, por isso é preferível verificar o quadro a seguir e saber as etapas de identificação da acentuação. A(s), E(s), O(s), EM, ENS Restante Paroxítonas Oxítonas 46 45Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA E.lé.tron Bên.ção Pa.ra.béns Ca.fé Ca.fe.zi.nho His.tó.ri.co His.to.ri.ca.men.te Hí.fen Hi.fens REGRAS ESPECIAIS Os acentos a seguir só ocorrem devido a fenômenos fonológicos. • Ditongo Aberto -EI -EU -OI: apenas em oxítonas e monossílabos. Pa.péis Céu He.rói Cha.péu An.zóis Dói • Paroxítona terminada em Ditongo*: assegura a pronúncia como ditongo e não hiato. Má.goa Sé.rie Gló.ria Far.má.cia Re.ló.gio Mé.dia • Hiatos – acentuam-se I e U quando: • Sozinhos ou acompanhados de -s. • Não forem precedidos de ditongo. • Não forem seguidos de -nh. Ra.i.nha E.go.ís.mo Vi.ú.va Tra.mam.da.í Bai.u.ca Ba.ú 47 46 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. ACENTOS DIFERENCIAIS • Forma verbal pôr é acentuada para diferenciá-la da preposição por. • Forma verbal pôde (pretérito perfeito do indicativo) é acentuada para diferenciá-la de pode (presente do indicativo). • Os verbos ter e vir, e seus derivados, quando conjugados na terceira pessoa do plural do pre- sente do indicativo, são acentuados para diferenciá-los da conjugação da terceira pessoa do singular. 48 47Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL USO DOS PORQUÊS Existem 4 possibilidades de uso dos porquês. Cada uma delas representa uma mudança não só na escrita do termo, como também na classe gramatical da qual faz parte. Devido a isso, é importante compreender que o contexto – ou seja, a apicação dentro de uma frase ou de um texto – é o princi- pal responsável por nos mostrar qual dos 4 tipos deve ser utilizado. 1) POR QUE → Utiliza-se para introduzir perguntas; → Utiliza-se quando se troca por “motivo” “razão”; → Utiliza-se quando se troca por “pelo qual” – nesse caso, há uma preposição e um pronome rela- tivo na nossa construção. “Por que as pessoas sadias adoecem? Bem alimentadas, ou não… Por que perecem? Tudo está guardado na mente!” (Criolo) • Ainda não se sabe por que houve o rompimento das barragens de rejeito de minério em Mariana. • A tragédia por que passam as pessoas dessa cidade é triste. 2) POR QUÊ → Aplica-se esse porquê pelos mesmo motivosdo porquê anterior. Porém, este é acentuado devi- do ao fato de estar no final da frase. A pontuação, portanto, é o que faz ele ser acentuado. • “Já não me preocupo se eu não sei por quê. Às vezes, o que eu vejo quase ninguém vê.” (Legião Urbana) • Você não estuda muito, por quê? 49 48 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 3) PORQUE → Este introduz ideia de causa e explicação. Equivale a “pois”, “já que”. Este porquê pertence à classe das conjunções. “Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.” (Cecília Meireles) • Não saiam da aula porque o professor já vem. 4) PORQUÊ → Vem sempre acompanhado de um artigo, pronome, numeral (um determinante). Este porquê pertence à classe dos substantivos. • Você tem seus porquês para estar aqui! • Preciso de cinco porquês neste caso! Além dos porquês, para estudarmos a ortografia da nossa língua, é bastante importante compreen- der o sentido das palavras a partir dessa escrita. A ortografia é responsável por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Para se desenvolver essas regras, utilizam-se ou critérios etimo- lógicos (ligados à origem da palavra), ou critérios fonológicos (ligados aos fonemas representados). A partir disso, parece fazer mais sentido confundirmos a escrita de alguns termos específicos. Por isso, estudaremos agora essas convenções. Til – deve ser usado para indicar a nasalização das vogais a e o. põem, lã, chão, visões. Cedilha – coloca-se debaixo de c antes de a, de o e de u para representar um som específico e não pode iniciar palavras. Assim, antes de e e i, deve-se usar c. caça, maciço, açúcar. Homônimos – são palavras com significados diferentes, mas que são pronunciadas de forma pare- cida. Essas palavras podem ser divididas em homônimos perfeitos, homônimos homófonos e ho- mônimos homógrafos. • Homônimos perfeitos Grafia (escrita): igual Fonética (som): igual Significado: diferente 50 49Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA manga são cedo rio morro sexta leve verão caminho • Homônimos homófonos Grafia (escrita): diferente Fonética (som): igual Significado: diferente assento acento alto auto cinto sinto conselho concelho concerto conserto • Homônimos homógrafos Grafia (escrita): igual Fonética (som): diferente Significado: diferente gosto cor molho jogo começo colher Parônimos – são palavras que apresentam significados diferentes embora sejam parecidas na grafia ou na pronúncia. A princípio: no início Em princípio: em tese Ao encontro de: favorável De encontro a: contra Emergir: vir à tona Imergir: afundar Amoral: indiferente à moral Imoral: contrário à moral Delatar: denunciar Dilatar: ampliar Descrição: ato de descrever Discrição: modéstia Descriminar: inocentar Discriminar: separar, segregar, discernir Eminente: elevado, célebre. Iminente: próximo. Emigrar: sair da pátria. Imigrar: entrar em país estranho. 51 50 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Flagrante: evidência Fragrante: aromático Ratificar: confirmar Retificar: corrigir Tráfego: movimentação de veículos Tráfico: negócio ilícito Infligir: aplicar pena Infringir: transgredir Mandado: ordem judicial Mandato: delegação de poder Absolver: perdoar Absorver: aspirar 52 51Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS As palavras, em basicamente todas as línguas, são formadas por partes que podem ou não apresen- tar um significado. Chamamos essas partes carregadas de sentido de “morfemas”. des-leal-dade Nosso estudo inicia-se, então, a partir dos tipos de morfemas que podemos identificar nas palavras. RADICAL É a menor unidade (morfema) portadora de significado na qual podemos alocar afixos. É a base, também, para identificarmos uma família de palavras. pedra pedreiro – pedregulho – pedrada – pedraria A base comum entre todas as palavras é o que identificamos como radical. Assim, pedr- é o morfe- ma que permanece o mesmo entre os exemplos apresentados. 01. A flutuação entre as pronúncias de v e b perceptível em palavras como vassoura e bassoura, verga- mota e bergamota, esteve também presente na formação da Língua Portuguesa, de tal forma que atualmente, palavras da mesma família podem apresentar uma ou outra letra na mesma posição. É o caso da família de palavras a que pertence a) aborrecimentos b) embalagens c) envolvem d) inviolabilidade e) lambuzados 53 52 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. VOGAL TEMÁTICA É uma parte da palavra que a auxilia na mudança de forma, principalmente em verbos, substantivos e adjetivos (sim, as classes de palavras). bonita mares cantar Nos verbos, a vogal temática nos auxilia a verificar o tipo de conjugação à qual o verbo pertence. Para essa classe, são apenas 3 tipos de vogais: amar 1ª conjugação beber 2ª conjugação sorrir 3ª conjugação Para os substantivos e adjetivos, há também apenas 3 tipos de vogais: casa vogal temática em a pente vogal temática em e cachorro vogal temática em o A partir disso, é interessante perceber que a vogal temática é como um extensor e é importante ter esse conhecimento porque, ao unirmos alguns sufixos às palavras, a vogal temática tem papel fun- damental nesse novo contato. AFIXOS Os afixos são morfemas que também vão se unir a um radical. Há dois tipos: os sufixos, que se unem ao final do radical; e os prefixos, que se unem ao início do radical. Vamos observar a palavra usada no início da nossa aula: des-leal-dade prefixo radical sufixo Percebam que esse tipo de morfema, por mais que tenha uma carga de sentido, não aparece livre- mente em um texto. Ou seja, os afixos devem sempre estar unidos a um radical base. Prefixos Sufixos indeciso infeliz imigrar levemente jornaleiro jornalista 54 53Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA DESINÊNCIAS Nesta parte, estudaremos as possíveis flexões dos morfemas. Há dois grupos de palavras que se enquadram aqui: os nomes (substantivos, adjetivos, artigos, pronomes, numerais) e os verbos. Dá para começar a perceber a importância desse conteúdo, pois, no estudo das classes de palavras, fica mais evidente ainda a forma como cada classe se relaciona à outra. No estudo dos morfemas, há as desinências nominais e as desinências verbais. Nas classes dos no- mes, as desinências indicam gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural). leitor leitora Na classe dos verbos, as desinências indicam modo-tempo ou número-pessoa. cantássemos cant á sse mos radical vogal temática modo-tempo número-pessoa A partir de nossos estudos sobre a estrutura das palavras, podemos iniciar outro: os processos de formação de palavras. O processo de criação de novas palavras precisa acompanhar a evolução social. Assim, novas pala- vras são desenvolvidas basicamente todos os dias, ou você acha que o termo fax sempre existiu? Inclusive, se pararmos para pensar, ele já nem é tão usado assim. Os dois processos que mais apa- recem em prova são derivação e composição. DERIVAÇÃO Nesse processo, as palavras são originadas de outros vocábulos. Isso pode acontecer a partir do acréscimo ou da supressão de afixos. DERIVAÇÃO PREFIXAL Ocorre quando há o acréscimo de um prefixo ao radical. contrapor incapaz desligar Há alguns prefixos que merecem a nossa atenção,pois é comum de aparecer em questões o valor semântico de alguns: a-, an- Provação, negação, insuficiência, carência, contradição. afônico, anemia, anônimo, anoxia, amoral. 55 54 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. cum-, com-, con-, co-, cor- Companhia, sociedade, concomitância cumplicidade, compadre, condutor, colaborar. de(s)-, di(s)- Negação, ação contrária, cessação de um ato ou estado. desventura, discordância, difícil, desinteressante. ex-, es-, e- Movimento para fora, mudança de estado. esforço, esvaziar, evadir, expatriar, expectorar, emigrar, esforçar in-, im-, i- Sentido contrário, negação, privação impenitente. incorrigível, ilegal, ignorância DERIVAÇÃO SUFIXAL Ocorre quando há o acréscimo de um sufixo ao radical. felizmente sapataria maresia Lembre-se de que os sufixos derivacionais podem mudar a classe gramatical da palavra, transfor- mando um verbo em um substantivo, por exemplo. DERIVAÇÃO PREFIXAL SUFIXAL Ocorre quando há o acréscimo de um prefixo e de um sufixo ao radical. Neste caso, é importante ressaltar que, caso seja necessário remover um dos afixos acoplados, a palavra ainda existirá e fará sentido no português. Outro fato importante é que a palavra deve ser derivada, primeiramente, no âmbido da classe gramatical a que ela já está. Somente depois é que se deriva a palavra para outra classe gramatical. IN FELIZ MENTE DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA Aqui, há também a soma de um prefixo e de um sufixo a um radical. Porém, isso acontece AO MES- MO TEMPO (simultaneamente). Ou seja, caso removamos um dos afixos, a palavra não existe e não faz sentido no português. EN TARDE CER DERIVAÇÃO REGRESSIVA Ocorre quando a criação de uma palavra é feita pela eliminação do sufixo da palavra derivante (ou seja, palavra que forma a derivada). Além disso, a palavra que perde o sufixo muda de classe gra- matical. 56 55Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA beijar beijo consumir consumo pescar pesca DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA Ocorre quando há troca na categoria de classe gramatical da palavra sem mudança na forma da palavra, o que não aconteceu em nenhum dos casos anteriores. Meu pai adora ouvir o pássaro cantar. O cantar do pássaro é muito melódico e bonito. COMPOSIÇÃO Nesse processo, diferente do que acontece nos processos de derivação, em que há uma palavra como base e outras formadas a partir dela, iremos ter novas palavras a partir da união de radicais. sofá-cama passatempo embora Para uma classificação mais estrutural quanto à união dos radicais, o processo de composição pode ser dividido em duas partes JUSTAPOSIÇÃO Aqui um radical é justaposto ao outro. Isso significa que não há alteração em relação à fonética dos radicais sendo usados. Pode-se usar hífen aqui couve-flor pontapé guarda-chuva AGLUTINAÇÃO Já nesse caso, os radicais são combinados e há, portanto, a perda de elementos fonéticos. planalto hidrelétrica fidalgo 57 56 PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI E THAÍS OLIVEIRA Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. OUTROS PROCESSOS Hodiernamente, há outros processos que são considerados para a prova como base de formação de novas palavras para as línguas. Vejamos alguns mais recorrentes. HIBRIDISMO Neste caso, é necessária uma análise sobre a etimologia da palavra (sua origem). automóvel televisão empipocar NEOLOGISMO Aqui ocorre o emprego de novas palavras, derivadas ou formadas de outras já existentes, na mes- ma língua ou não (ou seja, podem ocorrer com elementos de outras línguas). É basicamente qual- quer palavra nova. temakeria abobado deletar ESTRANGEIRISMO Ocorre, diferente do hibridismo, a incorporação de uma palavra ou expressão estrangeira a outra língua receptora. Pode-se manter a pronúncia e grafia ou adaptá-las. xampu abajur design 58 3Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. Compreensão e Interpretação Textual Prof. Luana Schonarth COMPREENSÃO E DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL Olá, concurseiro! Meu nome é Luana Schonarth, tenho 28 anos, sou professora de Língua Portuguesa e de Redação. Terminei minha Graduação em Letras, em 2016, na UNISC. Logo iniciei o Mestrado, o qual finalizei em 2019. De lá pra cá, mergu-hei nos estudos alusivos à linguagem, às questões gramaticais e ao processo de escrita, especialmente de Redação. Agora, você tem em mãos a apostila de Compreensão e de Interpretação Textual disponibilizada pelo GG Concursos e produzida por mim. Um dos meus grandes desejos é construir uma apostila objetiva, que vá direto ao ponto, que destaque o conteúdo que é necessário para a sua autonomia e para o seu sucesso na execução da prova. Esta apostila contém os conteúdos que fundamentam a execução de uma prova de Compreensão e de Interpretação Textual de forma consciente e segura, conhecendo as características dos diferen- tes textos existentes e as principais técnicas de leitura para garantir compreensão plena da mensa- gem. Ainda, de forma a materializar a teoria e treinar as habilidades de execução de prova, há uma seleção de questões considerando os conteúdos exigidos nos últimos editais e as bancas seleciona- das para a organização das provas anteriores, como CESGRANRIO (concurso CAIXA 2021) e CESPE (concurso CAIXA 2014). Aproveito também o espaço para agradecer a confiança no meu trabalho e para desejar um proces- so de preparação carregado de ESTUDO e de DETERMINAÇÃO. Que você viva intensamente tudo o que o GG Concursos oferece, que você esteja em cada aula de corpo e de alma. Nossos concur- seiros são tão felizes nos resultados porque, além de suporte técnico, eles têm vontade, desejo de vencer e, consequentemente, trabalham para isso. Que este desejo e esta força também acompanhem vocês! Acredita em mim: sua meta é nossa meta também. Bons estudos! Professora Luana Schonarth Instagram: @luanaschonarth 59 http://instagram.com/luanaschonarth 4 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 1. LINGUAGEM, LÍNGUA, TEXTO, CONTEXTO E DISCURSO “O homem não está programado para aprender física ou matemática, mas está programado para falar, para aprender línguas, quaisquer que elas sejam.” José Luiz Fiorin 1.1 A LINGUAGEM E A LÍNGUA Dentre as necessidades humanas, a comunicação é tida como uma das mais essenciais. Diferen- temente dos outros animais, os seres humanos conseguiram desenvolver uma capacidade comu- nicativa articulada, a qual colaborou significativamente para o desenvolvimento social, cultural e histórico de toda a humanidade. Por conta disso, a espécie humana se diferenciou dos outros animais justamente pelo fato de ter um sistema de comunicação complexo e completo. Essa característica tornou-se parte da genética e do biótipo humano e, por isso, hoje, os humanos nascem programados para se comunicar entre si, usando de diversos recursos comunicativos em seu dia a dia. Na antiguidade, as comunidades primitivas começaram a convencionar sons, desenhos, gestos etc. para expressarem seus sentimentos, seus desejos e suas vontades. Nessa perspectiva, a linguagem tornou-se a capacidade de comunicação e interação social por meio de signos, os quais podem ser sons, palavras, gestos, cores, imagens, toques etc. É por conta da presença da linguagem que as coi- sas ao nosso redor ganham sentido, bem como formam o nosso pensamento, nossa cultura, nossas crenças e, sobretudo, a nossa interação social. As convenções sociais promovidas em torno da linguagem foram sendo especializadas ao longo do processo evolutivo humano a ponto de ser criado diversos sistemas comunicativos que pudessem ser usados pelas comunidadeshumanas. Nesse contexto, surgiu a língua, que é conceituada como os sistemas de códigos (palavras) e de leis combinatórias usados para a comunicação humana através da fala e da escrita. A língua é resultado de uma convenção social, por isso todas as palavras (ou signos1) de uma deter- minada língua vão ser reconhecidas e utilizadas por todos os usuários. E, assim como o português, existem, ao redor do mundo, milhares de línguas, tais como o inglês, o espanhol, o hebraico, o mandarim, o polonês, o coreano, o hindu, o tupi, o guarani, as línguas de sinais, o braile etc. Todas essas línguas constroem e seguem uma organização de suas palavras que comporão todo o sistema linguístico cuja finalidade é interação entre os sujeitos e estes com o mundo ao seu redor, estabele- cendo diversos acordos, negociações, diálogos. 1 As línguas de sinais, por exemplo, usam gestos, os quais não são considerados como palavras. 60 5Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH 1.2 OS TIPOS DE LINGUAGEM Como se viu, a linguagem se constitui por meio dos signos. É a partir do tipo de signo que se pode classificar qual tipo de linguagem os seres humanos usam para se comunicarem. 1.2.1 A LINGUAGEM VERBAL O principal elemento deste tipo de linguagem é o uso das palavras. Logo, as palavras assumem o centro da comunicação tanto por meio da fala como por meio da escrita. 1.2.2 A LINGUAGEM NÃO VERBAL Em vez das palavras, este tipo de linguagem vai usar de todos os outros recursos linguísticos para estabelecer a comunicação. Aqui, as imagens, os sons, os gestos, as cores etc. formam a linguagem não verbal. 61 6 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 1.2.3 A LINGUAGEM MISTA Como a própria classificação diz, a linguagem mista mistura a linguagem verbal com a linguagem não verbal. Assim, um texto que contém imagem e palavra se classifica dentro deste tipo de lingua- gem. 1.3 FUNÇÕES DA LINGUAGEM A principal função da linguagem é, sobretudo, a comunicação humana. Esta, por sua vez, é regida pelo princípio da interação, ou seja, é uma ação recíproca na qual os sujeitos agem usando a sua ca- pacidade comunicativa para estabelecer acordos, diálogos, confrontos, conversas, normas etc. No jogo da interação, deve-se considerar, principalmente, os seguintes elementos: • Locutor (emissor): aquele que produz a mensagem, isto é, aquele que escreve ou que fala; • Interlocutor (receptor): aquele que recebe a mensagem, ou seja, aquele que lê ou que ouve; • Mensagem: é o conjunto linguístico da interação; é a materialidade da comunicação, seja esta por meio da linguagem verbal, não verbal ou mista. 62 7Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH • Código: sistema utilizado para compor a mensagem, por exemplo, a fala, a escrita, as cores etc. • Canal: é o meio pelo qual é materializada a mensagem, que pode ser o papel, a tela do compu- tador, as ondas sonoras, a TV etc. • Referente (contexto): contexto em que se encontram relacionados o emissor, o receptor e os demais componentes da interação aos quais se remetem a mensagem. Todos esses elementos vão participar do sistema comunicativo, formando o que se considera hoje como os elementos da comunicação, que podem ser representados pelo o esquema a seguir. Teóricos da área da comunicação perceberam que, nas práticas de linguagem, esta desempenha algumas funções, a depender da intenção comunicativa e do contexto. Além disso, Fiorin, grande teórico da Linguística, afirma que: “A linguagem não se presta apenas para perceber o mundo, para categorizar a realidade, para realizar interações; serve também para informar, para influenciar, para exprimir sentimentos e emoções, para criar e manter laços sociais, para falar da própria linguagem, para ser lugar e fonte de prazer, para estabelecer identidades, para agir no mundo, para criar novas realidades”. (FIORIN, José Luiz. - Linguística: o que é isso?2) A partir disso, depreende-se que a linguagem constitui essencialmente as ações humanas, desem- penhando funcionalidades e, principalmente, influenciando as decisões para as quais se voltam a intenção comunicativa dentro dos mais variados e diversos contextos. Desse modo, têm-se as seguintes funções para os respectivos elementos da comunicação: A) Locutor (emissor) → Função emotiva B) Interlocutor (receptor) → Função apelativa C) Mensagem → Função poética D) Código → Função metalinguística E) Canal → Função fática F) Referente (contexto) → Função referencial 2 Disponível em: https://www.academia.edu/37113753/A_linguagem_humana_do_mito_%C3%A0_ci%C3%AAncia_ Linguagem_e_l%C3%ADngua. Acesso em 03 jan. 2022. 63 https://www.academia.edu/37113753/A_linguagem_humana_do_mito_%C3%A0_ci%C3%AAncia_Linguagem_e_l%C3%ADngua https://www.academia.edu/37113753/A_linguagem_humana_do_mito_%C3%A0_ci%C3%AAncia_Linguagem_e_l%C3%ADngua 8 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. A) FUNÇÃO EMOTIVA: O FOCO É O EMISSOR Por meio dos textos, pode-se exprimir emoções e sentimentos, como a revolta, a raiva, a alegria, o amor, a saudade, o desprezo, a admiração, entre outras. Essas subjetividades se textualizam por meio de alguns mecanismos linguísticos, os quais revelam uma imagem (e seu pensamento) daque- le que emite a mensagem, logo, infere-se que a função emotiva é centrada no próprio emissor. Quando um texto apresenta predominantemente a função emotiva, ele contém, geralmente, em sua composição: • pronomes pessoais de primeira pessoa do singular (eu/me/mim); • verbos conjugados na primeira pessoa do singular; • interjeições; • palavras que exprimem estados de espírito; • pontos de exclamação e reticências; • predomínio das emoções; Esses textos podem ser: cartas pessoais, poesia lírica, músicas sentimentais, opiniões e avaliações. Veja um exemplo. Partilhar - Rubel Se for preciso, eu pego um barco Eu remo por seis meses como peixe, pra te ver Tão pra inventar um mar grande o bastante Que me assuste e que eu desista de você Se for preciso eu crio alguma máquina Mais rápida que a dúvida, mais súbita que a lágrima Viajo a toda força e num instante de saudade e dor Eu chego pra dizer que eu vim te ver Eu quero partilhar, eu quero partilhar A vida boa com você Disponível em: https://www.letras.mus.br/rubel/partilhar/. Acesso em 03 jan. 2022. Adaptado. Observe que, ao longo da letra da canção de Rubel, o emprego de pronomes (eu), o uso dos verbos em primeira pessoa do singular e a presença de sentimentalismo e da amostragem de estados de espírito revelam a predominância da função emotiva neste texto em específico. 64 https://www.letras.mus.br/rubel/partilhar/ 9Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL | LUANA SCHONARTH B) FUNÇÃO APELATIVA/CONATIVA: O FOCO É O RECEPTOR A linguagem influencia aquele para quem se emite a mensagem. Desta forma, interfere-se no com- portamento daquele que ouve ou lê, de modo a influenciar, persuadir, seduzir o comportamento do destinatário. Logo, a função apelativa/conativa é centrada no receptor. Para isto, quem emite a mensagem se vale de recursos linguísticos que visam à persuasão, que são: • emprego de pronomes, como tu, você, vocês; • uso de vocativos; • formas verbais no modo imperativo; Essa função está predominante em anúncios publicitários, placas de advertência, receitas, manuais de instrução, horóscopo etc. Observe o anúncio abaixo. Perceba que nele há a presença de verbos no imperativo “previna-se”,