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Nutrição e Classificação Animal

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Nutrição animal
· Classificação dos animais domésticos
Herbívoros- Exclusivamente de plantas como ruminantes, bubalinos, caprinos, ovinos, equideos e coelhos. Equideos são equinos, asinos (jumentos), lemuares (mula e burro, híbridos quando um jumento cobre uma égua, quando um cavalo cobre uma mula é chamado de bardoto e bardota). Animais ruminantes e não ruminantes.
Granívoros- Somente grãos e sementes como frango, poedeiras e peru. Subgrupo dos herbívoros.
Frugíveros- Herbívoros que se alimentam de frutos como esquilo e arara.
Carnívoros- Alimentam-se de outros animais como cão, gato e algumas espécies de peixes.
*Peixes podem ser onívoros, herbívoros e carnívoros.
Insetívoros- São carnívoros mas preferem insetos como aranha, toupeira, sapo e camaleão. Subgrupo dos carnívoros.
Onívoros- Alimentam-se de animais e de vegetais como suínos.
· Características dos ruminantes
Em não ruminantes a digestão ocorre no intestino grosso e em ruminantes no rúmen pelos microrganismos que o digerem. A anatomia do animal está relacionada ao seu alimento.
Ruminantes são bovinos, caprinos e ovinos (não necessariamente tem lã, o rabo é mais baixo, tem glândulas interdigitais, foceta lacrimosa e sai 'lágrima'. Fêmeas mãe são chamadas de matriz e é dela que se aproveita a lã, suas filhas são para carne geralmente). Ruminantes se adaptam em todos os climas por isso comem de tudo, em climas temperados há maior quantidade e qualidade de comida. 
Abrigam microorganismos MOS que digerem de forma eficiente os CF-celulose beta. O amido as enzimas do corpo quebram a ligação de oxigênio entre as cadeias já a celulose o corpo não consegue quebrar as cadeias. 
O principal fornecedor de energia para esses animais é a fibra. Lignina compõe a fibra (celulose, hemicelulose e lignina) que compõem a FDN= Representa uma aproximação química da fibra insolúvel em meio aquoso como o rúmen ou em outros segmentos do trato gastrointestinal. Fibra insolúvel FDA (celulose e lignina), fibra insolúvel em detergente ácido, digestão lenta.
O abomaso é o estômago, porção química. O alimento que está no rúmen/retículo retorna para a boca para ocorrer a regurgitação, enche o rúmen com alimento e quando está cheio começa o processo de digestão com a regurgitação pela remastigação, o animal pega o máximo de alimento que ele consegue. Se o animal deixa alguém se aproximar, principalmente se estiver ruminando indica bem-estar e saúde.
 A ruminação é importante para: 
· Reduzir o tamanho das partículas, 
· aumentar a superfície específica das partículas,
· inocular microorganismos na digesta,
· estimular a produção de saliva,
· homogenizar o conteúdo ruminal. 
Na saliva há substâncias tamponantes, mantêm o pH na faixa ideal. Quanto menos fibra menos saliva, fibra de baixa qualidade também. Além das substâncias tamponantes há bicarbonato, uréia (fundamental para microorganismo que digerem a fibra, há um grupo que para sintetizar aas para eles, eles utilizam o nitrogênio não protéico que está na uréia) e nitrogênio.
A saliva tem função:
· umectante,
· lubrificante, 
· tamponante, 
· nutritiva, 
· anti-espumante. 
Com menos fibra há menor produção de saliva.
No rúmen após a alimentação há a estratificação do conteúdo onde os concentrados e consumidos no dia anterior vão ficar mais ventralmente, o capim consumido no dia fica no meio (mat ruminal) e os gases (eructação) mais dorsalmente, produzidos pelos microorganismos durante a fermentação que quebra as ligações da celulose gerando glicose, utiliza como energia e nessa rota há a produção desses gases . MAT ruminal de forma grosseira quer dizer que a dieta desse animal não está boa, está pobre em fibra e tamanho de partícula, diretamente relacionado com o que o animal está comendo, pH, acidose, tempo de ruminação. Leva até 76h pro alimento deixar o rúmen, quanto pior a fibra mais tempo para a digestão e demora mais como 2 dias. O tempo de ruminação deve ser 10-12h/dia. 
Logo após a alimentação o pH cai.
Rúmen- Câmara de fermentação. pH de 6,8, queda após a ingestão, temperatura de 38-42ºC e média de 39ºC, ambiente com baixo O2/ ambiente anaeróbio. Altos pH queratinizam as papilas fazendo com que haja baixa absorção, em algumas situações há a ausência das papilas. AGVs é a principal fonte de energia para os ruminantes. Microorganismos digerem vitaminas do complexo B e K a partir de fatores anti-nutricionais.
Retículo- Importante papel na regurgitação e fluxo da digesta, o formato também facilita aumentando a absorção de AGVs.
Omaso- Conecta o compartimento químico com o retículo/digesta, aumenta superfície de AGVs e água, retêm partículas grandes que precisam ser digeridas.
Abomaso- pH ácido de 2-3, secreta pepsinogênio e ácido clorídrico. 
A goteira esofágica conduz o alimento no animal filhote, que não é um ruminante ativo ainda. A colonização de bactérias se inicia pelo ambiente como o teto da mãe, lamber ao nascer. A ingestão de colostro permite a criação de imunidades pelas imunoglobulinas pois pela placenta não há transferência. Animais novos que se alimentam de cabeça baixa correm risco de aspirarem e terem pneumonia e não estimulam a goteira esofágica que precisa ser estimulada.
O animal se alimenta do que sobra dos microorganismos. Quando nascem estão desfaunados. O que estimula o crescimento das papilas são os carboidratos não fibrosos. 
As papilas são responsáveis pela absorção dos gases produzidos pelos microorganismo. Na produção de energia (glicose) dos microorganismos são produzidos AGVs que vão para o animal, a absorção dos gases deve ser muito boa. Crescem pelo estímulo da digestão de carboidratos não fibrosos (concentrado). 
O ruminante oferece aos microorganismo casa, fornecimento contínuo de comida e água, temperatura, pH (saliva), remoção dos produtos finais da fermentação como absorção ou passagem.
Os microorganismo oferecem para os ruminantes energia, serve como fonte de proteína de alto valor biológico, elimina compostos tóxicos e enzimas que digerem celulose (ligação beta1-4 glicosídica). Se aderem ao alimento para digeri-lo, as bactérias produzem tipo um cemento, um exopolissacarídeo para se aderir. Bactérias que utilizam NH3 são fibrolíticas, as que utilizam peptídeos ou aminoácidos (carboidratos não estruturais como amido de digestão lenta e sacarose de digestão intermediárias). As arqueobactérias são metanogênicas, preferem metano, quanto mais delas, melhor é. 
Protozoários se locomovem loucamente para digerir o alimento e com o tempo vão ficando mais lentos com a exposição ao oxigênio e morrem. São maiores, digerem por fagocitose
Fungos eram confundidos com protozoários flagelas, associados às partículas de alimentos, digestão da fibra, estão presentes em dietas baseadas em forragens de baixa qualidade, capacidade de romper a parede celular (rizóides), produzem AGV, gases, etc.
Quanto mais fibra mais ácido acético (Gordura como leite e corporal), quanto mais amido mais ácido propiônico (Glicose como lactose do leite), ácido butiríco - energia. *A gordura também protege as fibras musculares além de dar o sabor.
Tipo de alimento ingerido molda o trato gastrointestinal
· Animais não ruminantes
Suíno tem o ceco mais dilatado. Equinos e coelhos possuem um ceco funcional, onde ocorrerá a fermentação, pasteja o dia inteiro 'acaba com o pasto' por ter um esvaziamento gástrico muito rápido. Alta ingestão de amido quando cai no intestino grosso faz com que o pH caia e haja cólica. Principal local de fermentação é o ceco-cólon, utilizam 30-40% dos AGVs, digestão da celulose de 60% da eficiência dos ruminantes. Limitações são aproveitamento da proteína microbiana baixa e incidência de cólicas.
Aves- Possui 2 estômagos, um químico e um físico. 
· Digestão de proteínas em animais não ruminantes
Não há digestão na boca mas começa lá. São desnaturadas pelo ambiente ácido. A presença de células G estimulam a produção de gastrina, que estimula glândulas parientais produzindo o HCL (função de desnaturar a proteína para facilitar as proteases). Gastrina estimula células enterocromoafins-like-ECLproduzindo histamina que potencializa a produção de HCL que também estimula liberação de proteinase, enzima que quebra ligação entre aminoácidos de cadeia peptídica, produzida pelas células principais e armazenadas inativas (pepsinogênio) e o HCL ativa (pepsina). A digesta ácida lá, inibe a produção de HCL pelo estimulo da Enterogastrina nas células parientais. A digesta ácida estimula secretina que ativa no pâncreas e vesícula biliar, estimula colicistoquinina CCK estimulando o pâncreas. A digesta ácida precisa ser tamponada assim como o suco pancreático e os sais biliares.
Zimogênios, proteínas proteolíticas na forma inativa estão assim para desnaturarem.
· Tripsinogênio - tripsina
· Quimotripsinogênio - quimiotripsina
· Proelastase - elastase
· Procarboxipeptidase A - carboxipeptidase A
· Procarboxipeptidase B - carboxipeptidase B
A enteropepidase é uma enzima produzida na parede intestinal que ativa as enzimas. Aas com mais de 6 não serão absorvidas na corrente sanguínea. 2-3 aas enzimas na membrana e citoplasma. 4-6 aas enzimas na membrana.
Animais onívoros também precisam de outro local para a fermentação/dilatação. 
· Digestão de proteínas em ruminantes
Para ruminantes é preciso acrescentar fibra.
Colostro é a primeira secreção da glândula mamária, úbere fica mais dilatado, há muitas imunoglobulinas, muito importante pela placenta não transferir imunoglobulinas. Não há secreção de ácido clorídrico e pepsinogênio anda e isso faz com que ela passe direto e não seja digerida. A concentração de imunoglobulinas no colostro vai diminuído gradativamente após o parto, deve ser ingerido preferencialmente após o parto ou no máximo 6h após, após ainda esse tempo o animal recebe imunidade mas não em condições adequadas e quanto mais colostro ingerir melhor e mais cedo melhor ainda. A concentração de imunoglobulinas também varia de acordo com a raça por serem fatores genéticos. 
Ruminantes ativos- N verdadeiro forma proteínas,peptídeos e aas, os não protéicos ureia e amônia. O NNP são fornecidos para as bactérias fibrolíticas que preferem para formar proteína. Microrganismo não conseguem comer tudo que está/chega no rúmen. Há a porção que degrada no rúmen e a porção de não degrada no rúmen e vai para o intestino. A PDR são quebradas peptídeos, aminoácidos e amônia e quebram para formar outras proteínas e se multiplicar. Os aderidos e os não aderidos são carregados junto com a digesta para o intestino. A uréia provinda do NNP é quebrada pela urease formando amônia e dependendo pode haver um acúmulo e ela tem efeito neurotóxico, vai precisar voltar para o fígado para ser convertida em uréia novamente, ela pode ir para a corrente sanguínea. Para uma molécula de uréia é gasto 2 ATPs. Os mesmos mecanismos de digestão vão ocorrer no rúmen.
Fatores necessários para a síntese da Pmic no rúmen
Fração b2, digestão intermediária, garante que a Pmic seja ideal, tem que saber o perfil dos alimentos.
Energia (CNF x CF)- Proporção entre carboidratos não fibrosos como amido e sacarose que possuem degradação rápida e fibrosos. Para crescerem os microorganismos precisam de energia e carboidratos.
Enxofre- Necessário por conta dos aas sulfurados e dos que sintetizam metionina, císteina e cistina. A forma mais utilizada é o sulfato de amônio. Fornecer enxofre potencializa a síntese dos microorganismos.
PB: Menor que 7% há limitações e prejudicação da síntese de proteínas e o animal como um todo.
*Proteína e carboidrato devem estar proporcionados e em proporção de degradação. Carboidrato de baixa qualidade + proteína acima do nível de exigência= acúmulo de nitogênio.
Em situações de fibra de baixa qualidade se oferece NNP para as bactérias fibrolíticas que são as que estão em maiores quantidades alcançarem sua exigência mínima. Se não fornecer, essas bactérias fibrolíticas ofertando NNP o alimento vai demorar a sair do rúmen e o animal estará com fome porém cheio. 
Produção à pasto- A suplementação protéica proporciona aumento de ganho de peso com o aumento no consumo de MS.
Parâmetros reprodutivos- Excesso de proteína na dieta tem efeitos negativos sobre parâmetros reprodutivos em vacas:
· Redução da concentração plasmática de progesterona
· Alteração na composição iônica do fluido uterino e redução do pH uterino
· Exacerbação do balanço energético negativo (redução insulina)
· Aumento da secreção endometrial de PGF2a.
Intoxicação pela Uréia- A uréia não é tóxica, mas a NH3 sim que é liberado pela digestão da uréia, dose tóxica 40-50g/100KgPC, em casos de intoxicação fornecer vinagre 6-12L, esvaziamento ruminal, água gelada. Uréia com cana dá problema. Assim o NH3 se transforma em NH4 que não vai pra corrente sanguíneo o problema é o que vai para a corrente sanguínea é excretada na saliva. 
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