Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
cálculo II Diva Marília Flemming Elisa Flemming Luz Christian Wagner UnisulVirtual Palhoça, 2009 Disciplina na modalidade a distância 4a edição revista Design instrucional Karla Leonora Dahse Nunes Calculo II.indb 1 26/2/2009 09:25:48 Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 - Cidade Universitária Pedra Branca Palhoça – SC - 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 E-mail: cursovirtual@unisul.br Site: www.virtual.unisul.br Reitor Unisul Gerson Luiz Joner da Silveira Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Fabian Martins de Castro Pró-Reitor Administrativo Marcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter Campus UnisulVirtual Diretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt Biblioteca Soraya Arruda Waltrick Capacitação e Assessoria ao Docente Angelita Marçal Flores (Coordenadora) Adriana Silveira Caroline Batista Cláudia Behr Valente Elaine Surian Patrícia Meneghel Simone Perroni da Silva Zigunovas Coordenação dos Cursos Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Bernardino José da Silva Charles Cesconetto Daiane Teixeira (auxiliar) Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Fabiana Lange Patrício (auxiliar) Fabiano Ceretta Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janete Elza Felisbino João Kiyoshi Otuki Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos de Oliveira Noronha Jucimara Roesler Lauro José Ballock Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marciel Evangelista Catâneo Maria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (auxiliar) Mauro Faccioni Filho Michelle Denise D. L. Destri Moacir Fogaça Moacir Heerdt Nazareno Marcineiro Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Raulino Jacó Brüning Rose Clér Estivalete Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Criação e Reconhecimento de Cursos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Desenho Educacional Carolina Hoeller da Silva Boeing (Coordenadora) Design Instrucional Ana Cláudia Taú Carmen Maria Cipriani Pandini Cristina Klipp de Oliveira Daniela Erani Monteiro Will Flávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Lucésia Pereira Luiz Henrique Milani Queriquelli Márcia Loch Marcelo Mendes de Souza Marina Cabeda Egger Moellwald Michele Correa Nagila Cristina Hinckel Silvana Souza da Cruz Soraya Medeiros Falqueiro Viviane Bastos Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coordenadora) Débora Inácio do Nascimento Eloísa Machado Seemann Gabriella Araújo Souza Esteves Lis Airê Fogolari Simone Soares Haas Carminatti Design Visual Vilson Martins Filho (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Elusa Cristina Sousa Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Rafael Pessi Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coordenador) Franciele Arruda Rampelotti (auxiliar) Gerência Acadêmica Márcia Luz de Oliveira Gerência Administrativa Renato André Luz (Gerente) Marcelo Fraiberg Machado Naiara Jeremias da Rocha Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt Clarissa Carneiro Mussi Gerência de Produção e Logística Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Ana Paula Pereira Francisco Asp Gestão Documental Janaina Stuart da Costa Josiane Leal Juliana Dias Ângelo Lamuniê Souza Roberta Melo Platt Rubens Amorim Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coordenadora) Aracelli Araldi Hackbarth Daiana Cristina Bortolotti Douglas Fabiani da Cruz Edésio Medeiros Martins Filho Fabiana Pereira Fernando Steimbach Letícia Cristina Barbosa Marcelo Faria Marcelo Jair Ramos Rodrigo Lino da Silva Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers Logística de Materiais Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador) Carlos Eduardo Damiani da Silva Geanluca Uliana Luiz Felipe Buchmann Figueiredo José Carlos Teixeira Monitoria e Suporte Anderson da Silveira Andréia Drewes Bruno Augusto Estácio Zunino Claudia Noemi Nascimento Cristiano Dalazen Ednéia Araujo Alberto Fernanda Farias Jonatas Collaço de Souza Karla Fernanda Wisniewski Desengrini Maria Eugênia Ferreira Celeghin Maria Isabel Aragon Maria Lina Moratelli Prado Poliana Morgana Simão Priscilla Geovana Pagani Rafael Cunha Lara Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni Albuquerque (Secretária de ensino) Andréa Luci Mandira Andrei Rodrigues Djeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva Bruchado Fylippy Margino dos Santos James Marcel Silva Ribeiro Jenni�er Camargo Liana Pamplona Luana Tarsila Hellmann Marcelo José Soares Micheli Maria Lino de Medeiros Rafael Back Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tenille Nunes Catarina (Recepção) Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) André Luis Leal Cardoso Júnior Je�erson Amorin Oliveira José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Calculo II.indb 2 26/2/2009 09:25:48 3 cálculo II SumárIo Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Disciplina Cálculo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Plano de estudo da disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Unidade 1 Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Unidade 2 Integral definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Unidade 3 Técnicas de integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Unidade 4 Tópicos especiais de integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Unidade 5 Aplicações geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Unidade 6 Aplicações físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 Unidade 7 Aplicações no contexto econômico-financeiro . . . . . . . 235 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258 Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 Respostas e comentários dos exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261 Calculo II.indb 3 26/2/2009 09:25:48 Calculo II.indb 4 26/2/2009 09:25:48 5 cálculo II Este livro didático corresponde à disciplina Cálculo II. O material foi elaborado, visando a uma aprendizagem autôno- ma . Aborda conteúdos especialmente selecionados e adota lin- guagem que facilite seu estudo a distância . Por falar em distância, isso não significa que você estará sozinho/a . Não se esqueça de que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorialda UnisulVir- tual . Entre em contato, sempre que sentir necessidade, seja por cor- reio postal, fax, telefone, e-mail ou Espaço UnisulVirtual de Apren- dizagem . Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo/a, pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo . Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual ApreSentAção Calculo II.indb 5 26/2/2009 09:25:48 Calculo II.indb 6 26/2/2009 09:25:49 7 cálculo II Díva Marília Flemming Elisa Flemming Luz Christian Wagner Programa da Disciplina Unidade 1 Integração Unidade 2 Integral definida Unidade 3 técnicas de integração Unidade 4 tópicos especiais de integração Unidade 5 Aplicações geométricas Unidade 6 Aplicações físicas Unidade 7 Aplicações no contexto econômico-financeiro Calculo II.indb 7 26/2/2009 09:25:49 515 F62 Flemming, Diva Marília Cálculo II : livro didático / Diva Marília Flemming, Elisa Flemming Luz, Christian Wagner ; design instrucional Karla Leonora Dahse Nunes ; [assistente acadêmico Michele Antunes Corrêa]. – 4. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2009. 348 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-060-8 1. Cálculo. I. Luz, Elisa Flemming. II. Wagner, Christian. III. Nunes, Karla Leonora Dahse. IV. Corrêa, Michele Antunes. V. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2009 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Edição - Livro didático Professores Conteudistas Diva Marília Flemming Elisa Flemming Luz Christian Wagner Design Instrucional Karla Leonora Dahse Nunes [3a ed. rev. e atual.] Assitente Acadêmico Michele Antunes Corrêa [4a ed. revista] Capa Equipe UnisulVirtual Projeto Gráfico e Diagramação Daniel Blass Revisão B2B Calculo II.indb 8 26/2/2009 09:25:49 9 pAlAvrAS doS profeSSoreS Ao fazer a escolha de um curso na modalidade a distância você assume uma grande responsabilidade, pois você vai ser o principal personagem da construção dos seus conhecimentos . Mas, não se preocupe, pois você não estará sozinho nesta caminhada . Estamos bem perto de você com cada uma das palavras, fórmulas ou alge- brismos colocados neste texto didático . Você está lidando com uma área de conhecimento que para mui- tos pode ser considerada difícil e pesada . Entretanto, podemos ter um outro olhar – a Matemática que promove mudanças na sua vida, na sua mente, no seu coração . É isso mesmo! O seu envolvi- mento emocional com a Matemática vai promover mudanças na sua vida, afinal é aqui que vamos discutir problemas! Calculo II.indb 9 26/2/2009 09:25:49 10 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Estamos felizes por poder compartilhar com você toda a nossa motivação e inspiração pela educação matemática . No Cálculo I, você teve a oportunidade de conhecer quatro per- sonagens que nos acompanharam no desenvolvimento das fun- ções, limites e derivadas . Agora estamos iniciando novas aventu- ras com o SiSoSi, o Phil, o Rec e a Teca . Seja bem vindo à nossa comunidade virtual, na qual estamos in- seridos, compartilhando dúvidas, dificuldades, vitórias e alegrias! Um grande abraço! Profa . Diva Marília Flemming Profa . Elisa Flemming Luz Prof . Christian Wagner Calculo II.indb 10 26/2/2009 09:25:49 11 plAno de eStudo dA dIScIplInA O plano de estudo orienta você no desenvolvimento da Discipli- na . Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto do Cálculo Diferencial e Integral II e a organizar o seu tempo de estudos . O processo de ensino e aprendizagem da UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portan- to, a construção de competências e habilidades se dá a partir da articulação de metodologias envolvendo diversas formas de ações e estratégias mediadoras . São elementos desse processo: O livro didático; O espaço virtual de aprendizagem (EVA); As atividades de avaliação (complementares, a distância e presenciais) . Calculo II.indb 11 26/2/2009 09:25:49 12 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Ementa da disciplina Integral indefinida . Métodos de integração . Integral definida . Aplicações da Integral definida . Integrais impróprias . Carga horária 60 horas ou 4 créditos Objetivo(s) Geral Dar ao universitário a oportunidade de construir competências e habilidades para analisar, refletir e delinear conclusões no contex- to da resolução de situações problemas . Específicos Analisar situações problemas cuja modelagem envolve deriva- das e integrais . Calcular integrais por substituições simples e por substituições trigonométricas . Calcular integrais de funções racionais usando diferentes téc- nicas de integração . Discutir problemas no contexto da Geometria Plana e Espa- cial . Analisar problemas no contexto econômico e financeiro . Discutir soluções para problemas da Física que são modelados com integrais . Utilizar corretamente procedimentos que envolvem o uso de ferramentas tecnológicas na resolução de problemas . Calculo II.indb 12 26/2/2009 09:25:49 13 cálculo II Conteúdo programático/objetivos Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conheci- mentos que você deverá construir para o desenvolvimento de ha- bilidades e competências necessárias a sua formação . Veja a seguir as sete unidades que compõem o Livro Didático desta disciplina, bem como os seus respectivos objetivos . Unidade 1 – Integração Nesta unidade você terá o primeiro contato com os métodos de integração a partir da discussão inicial do conceito de primitivas . Você terá a oportunidade de observar nos exemplos, que o pro- cesso de integração é um processo operacional inverso do proces- so de derivação . Unidade 2 – Integral definida Analisar, discutir e calcular integrais definidas será um dos ob- jetivos iniciais desta unidade . A discussão de propriedades e a aplicação de teoremas vão permitir a modelagem de diferentes situações problemas como os que envolvem o cálculo de áreas de figuras planas com formatos variados e não convencionais . Unidade 3 – Técnicas de integração A variedade de funções que surgem no momento de modelar pro- blemas exige competências para lidar com técnicas de integração mais específicas . Dessa forma, nesta unidade serão discutidas as técnicas que envolvem funções trigonométricas e funções racionais . Unidade 4 – Tópicos especiais de integração O uso de recursos computacionais facilita muito no momento de desenvolver integrais cuja técnica exige tempo adicional para de- senvolver os algebrismos . Assim, nesta unidade serão discutidos exemplos diversos que envolvem expressões quadráticas e exem- plos que abarcam integrais impróprias . Calculo II.indb 13 26/2/2009 09:25:49 14 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Unidade 5 – Aplicações geométricas Considerando-se o grande número de aplicações práticas das integrais no contexto geométrico, nesta unidade, dedica-se um tempo adicional ao estudo de áreas, volumes e comprimento de arcos . Todos os exemplos serão ilustrados com representações gráficas envolvendo o uso de recursos tecnológicos . Unidade 6 – Aplicações físicas A Matemática e a Física estão interligadas, pois, é a partir dos conceitos da Física que temos a oportunidade de discutir proble- mas de massa, trabalho e pressão . Será importante observar que em todos esses problemas citados, as ferramentas básicas da mo- delagem são as integrais . Unidade 7 – Aplicações no contexto econômico-financeiro Nesta unidade você vai observar e analisar problemas do contexto econômico e financeiro cuja modelagem envolve os conceitos e o cálculo de integrais definidas . De forma bastante simples, os pro- blemas são modelados e resolvidos . Calculo II.indb 14 26/2/2009 09:25:49 15 unIdAde 1 IntegrAção Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá estar apto a: Identificar primitivas de funções elementares. calcular integrais imediatas. calcular integrais usando o método de substituição. calcular integrais usando o método de integração por partes. Plano de estudo da unidade Para início de conversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Seção 1 primitivas e Integrais Indefinidas. . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Seção 2 método de Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Seção 3 método de Integração por partes . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Síntese da Unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 À primeira vista, o que você vê! Você vê uma taça? Ou você vê algo mais? Olhe com mais atenção!!! Calculo II.indb 15 26/2/2009 09:25:55 Calculo II.indb 16 26/2/2009 09:25:55 17 Para início de conversa Nesta unidade, você dará continuidade ao estudo do Cálculo Di- ferencial e Integral que foi iniciado no Cálculo I . Para entender o processo de integração, será importante rever os conceitos de derivação que foram estudados no Cálculo I . Já na primeira seção, o estudo das integrais irá considerar um procedimento matemático que consiste no processo inverso da derivação . O termo integral como utilizamos no Cálculo foi abordado por Johann Bernoulli (1667-1748) e publicado por seu irmão mais velho Jakob Bernoulli (1654-1705). As integrais eram consideradas simplesmente como derivadas “inversas”. Apesar de serem irmãos, Johann e Jakob tinham uma relação que se caracterizou como ciumenta e melindrosa. No entanto, a famí- lia Bernoulli tem destaque importante na história do Cálculo. Calculo II.indb 17 26/2/2009 09:25:56 18 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Após entender a integral como procedimento inverso à deriva- ção, será o momento de realizar cálculos a partir de fórmulas que estarão relacionadas na tabela de integrais . Você irá utilizar alge- brismos matemáticos elementares e, principalmente, as regras de derivação que foram estudadas no Cálculo I . Nas últimas seções, você conhecerá importantes métodos de inte- gração: substituição e por partes . Estes métodos estarão presentes em várias integrais que serão resolvidas nas demais unidades e, sendo assim, formarão uma base conceitual para sua caminhada no estudo do Cálculo . Já nesta primeira unidade, vale lembrar a importância de um es- tudo sistemático para que os conceitos relacionados à integração sejam construídos por etapas . Assim como no Cálculo I, será importante a resolução de exercícios para que os conteúdos sejam fixados e você possa seguir em frente sem lacunas em seu apren- dizado . Calculo II.indb 18 26/2/2009 09:25:56 19 cálculo II unidade 1 Para introduzir a integral indefinida, é importante termos sempre em mente que estamos diante de um procedimento matemático que lembra uma operação inversa ao processo de derivação . Lembre-se: subtração é uma operação inversa da adição; divisão é uma operação inversa da multiplicação etc . Agora vamos dizer que integração é um procedimento inverso à derivação . Seção 1 Primitivas e integrais indefinidas Calculo II.indb 19 26/2/2009 09:25:56 20 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Observe a tabela que segue: Derivada f(x) = F'(x) Função (observar que C é uma constante arbitrária) F(x) x 2x 2 2x 2 + 4 2x 2 – 1 2x 2 + C x2 3x 3 3x 3 + 5 3x 3 + C x3 4x 4 4x 4 + 5 4x 4 + C ex ex ex + 4 ex + C 1 x ln x ln x + 2 ln x + C Tente responder às seguintes perguntas simplesmente observan- do os dados da tabela: Qual é a função cuja derivada é f (x) = x ? Qual é a função cuja derivada é f (x) = x2 ? Qual é a função cuja derivada é f (x) = x3 ? Qual é a função cuja derivada é f (x) = ex ? Qual é a função cuja derivada é f (x) = 1 x ? Calculo II.indb 20 26/2/2009 09:25:56 21 cálculo II unidade 1 Você deve ter percebido que basta olhar a tabela para verificar que a resposta não é única . Por exemplo, você tem as funções F(x) = 3 3 x ; F(x) = 3 3 x + 5 ; F(x) = 3 3 x + C cujas derivadas são exatamente iguais à f(x) = x2 . Estamos prontos para definir Primitiva de uma função ou Anti- derivada de uma função . Definição 1 Uma função F(x) é uma Primitiva ou Antiderivada de f (x) num intervalo I se F'(x) = f (x) para todo x ∈ I. Assim, na tabela dada, as funções da segunda coluna são Primiti- vas ou Antiderivadas das respectivas funções listadas na primeira coluna . Exemplos (a) Seja 4 21 3 F(x) x – x 5x 2 4 2 = + + . mostre que F(x) é uma primitiva de f(x) = x3 – 3x +5. para desenvolver este exemplo, basta fazer a derivada da função F(x) e cons- tatar que o resultado é exatamente igual a f(x). veja: = ⋅ ⋅ + = − + 3 3 1 3 F'(x) 4x – 2x 5 4 2 x 3x 5. (b) Seja a função F(x) = 2x + C. usando a definição de primitiva, encontre a função f(x) tal que F(x) seja a sua primitiva. observe que C é uma constante arbitrária e como a sua derivada é nula, ela não determina modificações na função f(x). desenvolva uma representação gráfica simulando valores para C e discuta as características gráficas no contexto do estudo das primitivas de uma função. Em tempo Veja que C é uma constante arbitrária e, portanto, você pode dar infinitas respostas para as perguntas formuladas. Calculo II.indb 21 26/2/2009 09:25:56 22 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA para encontrar a função f(x) tal que F(x) = 2x + C seja a sua primitiva, basta fazer a derivada: F(x) = 2x + C F'(x) = 2 portanto, encontramos uma função constante, ou seja, f(x) = 2. Observe a representação gráfica da Figura 1 .1 que mostra diver- sas funções estabelecidas a partir de F(x) = 2x + C, variando-se valores para a constante C . Figura 1.1 função f(x) = 2x + c para diferentes valores de c. Estamos diante de uma família de funções que atende a caracte- rística de ter como derivada a função constante f (x) = 2 . Isto nos leva a lembrar que realmente temos infinitas retas cuja declivida- de é igual a 2 . Calculo II.indb 22 26/2/2009 09:25:58 23 cálculo II unidade 1 É possível constatar que o cálculo de Primitiva de uma função sempre vai levar a uma família de curvas . Proposição: Se F(x) é a primitiva de f (x), então se c é uma constante qualquer, a função G(x) = F(x) + c também é primiti- va de f (x). Perceba que você está diante de um novo processo no contexto da Matemática . Trata-se do processo para determinar todas as pri- mitivas de uma função, o qual será denominado de Integração . Ao analisar a próxima definição, você irá observar o uso de uma simbologia própria para esse processo em discussão . Definição 2 Se F(x) é uma primitiva de f(x), a expressão F(x) + C é chama- da Integral Indefinida da função f(x) e é denotada por: ∫ f(x)dx = F(x) + C. Veja os significados das notações usadas: O símbolo ∫ é chamado sinal de integração; f (x) é a função integrando; f (x)dx é o integrando . O símbolo dx que aparece no integrando serve simplesmente para identificar a variável de integração . Em tempo Veja que estamos usando letra maiús- cula na função Primitiva para diferenciar da função dada, ou f(x) = F'(x) Veja como é simples provar a proposição! Como F(x) é a primitiva de f(x), é possível dizer que F'(x) = f(x). Desta forma: G'(x) = (F(x) + c)' = F'(x) + 0 = f(x), ou seja, G(x) é uma primitiva de f(x). Calculo II.indb 23 26/2/2009 09:25:58 24 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Você deve estar se perguntando: Como vou calcular a integral de uma função? Lembrando que na disciplina Cálculo I você usou uma tabela com as regras de derivação, é possível imaginar que podemos olhar a ta- bela em ordem contrária, isto é, olhar o resultado da derivada para achar a função . Podemos, inclusive, formar uma nova tabela deno- minada Tabela das Integrais Imediatas ou Regras de Integração . De imediato, você terá a oportunidade de verificar que vai ser preciso obter caminhos diferentes para as funçõesque não estão contempla- das na tabela . A formalização desses caminhos conduz à discussão de propriedades da integral indefinida e métodos de integração . Propriedades: Sejam f(x) e g(x) duas funções definidas em um conjunto I e K uma constante. Então: 1. ∫ Kf(x)dx = K∫ f(x)dx 2. ∫ [ f(x) + g(x)]dx = ∫ f(x)dx + ∫ g(x)dx. O cálculo integral se originou com problemas de: quadratura – encontrar o valor exato da área de uma re- gião bidimensional cuja fronteira consiste de uma ou mais curvas, ou de uma superfície tridimensional cuja fronteira consiste de pelo menos uma superfície curva; cubatura - determinar o volume exato de um sólido tridi- mensional limitado, pelo menos em parte, por superfícies curvas. Hoje, o uso do termo quadratura não mudou muito: mate- máticos, cientistas e engenheiros comumente dizem que “reduziram um problema a uma quadratura”, o que significa que tinham um problema complicado, o simplificaram de várias maneiras e agora o problema pode ser resolvido avaliando uma integral. Calculo II.indb 24 26/2/2009 09:25:58 25 cálculo II unidade 1 Observe que com essas duas propriedades podemos garantir que a integral de uma constante multiplicada por uma função é igual à constante multiplicada pela integral da função . Também, vale que a integral de uma soma ou diferença de funções é igual à soma ou diferença das integrais . Para que possamos usar essas propriedades em diversos exemplos, vamos começar a utilizar a Tabela das Integrais Imediatas que é a tabela das derivadas visualizadas da direita para a esquerda . Esta tabela está disponível ao final deste livro didático, incluindo uma versão em que há a previsão de recorte . Tenha a tabela em mãos para acompanhar os exemplos apresentados . Exemplos calcule as integrais indefinidas usando as propriedades e a tabela das inte- grais imediatas. observe que em todos os exemplos iniciais, ao usar a tabela, estamos considerando que u = x e du = dx. Assim, a variável de integração é x. verifique o desenvolvimento a seguir de cada exemplo, acompanhando, na coluna da direita, as propriedades e integrais imediatas utilizadas. (a) ∫ (x2 + x + 1)dx A integral de uma soma e a soma da integral (propriedade 2). = ∫ x2dx + ∫ xdx + ∫ dx os resultados de cada integral foram ob- tidos usando-se as integrais imediatas da tabela (3) com m = 3; (3) com m = 2 e (1). 3 2 1 2 3 x x C C (x C ) 3 2 = + + + + + reescrevendo a expressão. 3 2 1 2 3 x x x (C C C ) 3 2 = + + + + + como as constantes são arbitrárias, pode- mos fazer C = C1 + C2 + C3. 3 2x x x C 3 2 = + + + Calculo II.indb 25 26/2/2009 09:25:58 26 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA (b) ∫ 4x5dx Uso da propriedade 2 • informalmente, podemos dizer que a constante saiu para fora da integral, pois está multiplicando a função. = 4 ∫ x5dx uso da integral imediata (3) com m = 5. = ⋅ + 6x 4 C 6 Simplificando a resposta. 62 x C 3 = + Agora, continue acompanhando de forma mais rápida os demais exemplos: (c) 3 2 3 2 4 3 4 3 (2x 3x 1)dx 2 x dx 3 x dx dx x x 2 3 x C 4 3 1 x x x C 2 + − = + − = + − + = + − + ∫ ∫ ∫ ∫ observe que usamos as duas proprieda- des na primeira linha da resolução; apli- camos os resultados da tabela para cada uma das integrais da soma e, finalmente, simplificamos o resultado final. (d) 3 2 2 3 2 1 3 5 3 5 3 x dx x dx x C 2 1 3 x C 5 3 3 x C 5 + = = + + = + = + ∫ ∫ neste exemplo, foi necessário, inicialmen- te, reescrever a raiz cúbica para usar a integral imediata (3). Após a aplicação da regra de integração ou integral imediata (3), as simplificações foram realizadas para apresentar o resultado de forma mais resumida. Calculo II.indb 26 26/2/2009 09:25:59 27 cálculo II unidade 1 (e) 1 2 2 3 2 2 3 2 (x x )dx xdx x dx x x C 2 3 2 1 2 x x C 2 3 + = + = + + = + + ∫ ∫ ∫ verifique o uso da propriedade 2 e da regra de integração (3). (f ) ∫ ex dx = ex + C observe que esta é uma função especial, pois a integral indefinida é a própria fun- ção, podendo diferir apenas na constante de integração. verifique o uso da regra de integração (5). (g) 2dx dx 2 2ln |x | C x x = = +∫ ∫ neste exemplo, foram usadas a proprieda- de 1 e a regra de integração (2). (h) cos x 1 dx cos x dx 3 3 1 sen x C 3 = = + ∫ ∫ neste exemplo, foram usadas a proprieda- de 1 e a regra de integração (7). (i) 2 sen x dx tg x sec x dx cos x sec x C = ⋅ = + ∫ ∫ para este exemplo, foram usadas as re- lações trigonométricas sen x tg x cos x = e 1 sec x cos x = e a regra de integração (14). (j) 1 2 2 3 2 2 3 2 2 (t t )dt t dt tdt t dt 2 t t t 2ln |t | C 2 3 2 1 2 t t 2ln |t | C 2 3 + + = + + = + + + = + + + ∫ ∫ ∫ ∫ observe o uso das duas propriedades e das regras de integração (1), (2) e (3). Procure fazer os exercícios propostos para que você tenha certeza de que está preparado para seguir em frente! Em tempo Verifique que neste exemplo (j), ao com- parar com as regras de integra- ção, a variável de integração é t. Calculo II.indb 27 26/2/2009 09:25:59 28 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Agora é a sua vez! Calcule a integral das seguintes funções usando as propriedades e as integrais imediatas . (a) ∫ (5x3 +2x – 1)dx (b) 7(x 2 x )dx+∫ (c) x( x e )dx+∫ (d) x2 3e dx x + ∫ Calculo II.indb 28 26/2/2009 09:25:59 29 cálculo II unidade 1 Após ter estudado a definição de integral indefinida, você agora já deve ter exercitado o cálculo de integrais usando diretamente a tabela de integrais . Assim, talvez já tenha percebido que a tabela não esgota as possibilidades de funções a serem calculadas . Sendo assim, você pode se perguntar: Como vou calcular a integral de funções mais complexas? É possível determinar a integral de uma dada função, aplicando uma das regras de integração discutidas na seção anterior, depois de ser feita uma mudança de variável . Este processo é análogo à regra da cadeia para derivação, discutida no Cálculo I . Na prá- tica, você precisa escolher uma função conveniente, de tal forma que a integral obtida seja mais simples . Os exemplos que seguem ilustram esse método de integração, destacando-se sempre quatro passos fundamentais: Seção 2 Método de Substituição Calculo II.indb 29 26/2/2009 09:25:59 30 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA 1 . Substituir a variável por meio de uma escolha conveniente; 2 . Fazer as simplificações possíveis podendo ocorrer a aplica- ção das propriedades; 3 . Identificar e aplicar a regra de integração; 4 . Retornar à variável original . Exemplos (a) ∫ 2(3x2 + 2x – 1)10 (6x + 2)dx para este exemplo, a escolha conveniente é: u = 3x2 + 2x – 1. então du = (6x + 2)dx. observe que não se têm regras maceteadas para identificar a substituição conveniente. mas a idéia é escolher uma relação em que, após a substituição e simplificação, a integral fique perfeitamente identificável com uma ou mais regras de integração. + − +∫ 2 102(3x 2x 1) (6x 2)dx u du veja que, neste exemplo, tem-se: 2 10 10 10 11 2 11 2 11 2(3x 2x 1) (6x 2)dx 2u du 2 u du u 2 C 11 (3x 2x 1) 2 C 11 2 (3x 2x 1) C 11 + − + = = = + + − = + = + − + ∫ ∫ ∫ Calculo II.indb 30 26/2/2009 09:25:59 31 cálculo II unidade 1 observe que, após a substituição, a integral ficou na variável u e perfeitamen- te identificável com uma regra de integração da tabela. Aplicou-se a proprie- dade 1 e a regra de integração (3) e, para finalizar, volta-se à variável original do exercício, substituindo-se u = 3x2 + 2x – 1. (b) 2 3 3x dx 1 x+∫ fazendo u = 1 + x3, então du = 3x2dx. portanto, 2 3 3 3x du dx 1 x u ln u C ln 1 x C = + = + = + + ∫ ∫ (c) 5 dx (5x 7)−∫ podemos reescrever a integral como ∫ (5x – 7)–5 dx. fazendo u = 5x – 7, então du = 5dx ou du dx 5 = . fazendo as substituições, obtemos: − − − − − − − = ⋅ = = ⋅ + − = − + = − − + − = + −∫ ∫ ∫ 5 5 5 4 4 4 4 du (5x 7) dx u 5 1 u du 5 1 u C 5 4 1 u C 20 1 (5x 7) C 20 1 C 20(5x 7) Calculo II.indb 31 26/2/2009 09:25:59 32 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA (d) ∫ e2x – 1 dx fazendo u = 2x – 1, então, du = 2dx ou du dx 2 = . portanto, 2x 1 u u u 2x 1 du e dx e 2 1 e du 2 1 e C 2 1 e C 2 − − = ⋅ = = + = + ∫ ∫ ∫ (e) 2x2e x dx∫ fazendo u = x2, então du = 2x dx ou du dx 2x = . portanto, 2x u du 2e x dx 2e x 2x =∫ ∫ Simplificando o x e o dois, tem-se: 2 u u x e du e C e C = + = + ∫ (f ) 2(ln x) dx 3x∫ fazendo u = ln x, então dx du x = ou dx = xdu. portanto, 2 2(ln x) u dx x du 3x 3x = ⋅∫ ∫ . Vamos falar um pouco sobre computador? O cálculo de integrais indefinidas usando software matemáti- co não é tão simples. O Derive pode ser um grande aliado nes- te processo. Você pode fazer download de sua versão demo no site www.derive.com e então fazer alguns testes. Vale a pena!! Calculo II.indb 32 26/2/2009 09:26:00 33 cálculo II unidade 1 Simplificando o x, vem: 2 2 3 3 3 1 1 u du u du 3 3 1 u C 3 3 1 u C 9 1 (ln x) C 9 = = + = + = + ∫ ∫ (g) ∫ (e–2x + x3)dx Aplicando inicialmente a propriedade 2, tem-se: ∫ (e–2x + x3)dx = ∫ e–2x dx + ∫ x3 dx observe que na primeira integral é necessário usar o método da substituição, mas a segunda integral é obtida diretamente das regras de integração. veja: 1ª integral: 2x u du e dx e 2 − = −∫ ∫ sendo u = –2x e du = –2dx ou du dx 2 = − . portanto, 2x u u 1 2x 1 1 e dx e du 2 1 e C 2 1 e C 2 − − = − = − + = − + ∫ ∫ 2ª integral: 4 3 2 x x dx C 4 = +∫ . podemos, agora, finalizar reunindo os dois resultados: 2x 3 2x 3 4 2x (e x )dx e dx x dx 1 x e C 2 4 − − − + = + = − + + ∫ ∫ ∫ lembre-se da simplificação das constantes de integração C = C1 + C2. Calculo II.indb 33 26/2/2009 09:26:00 34 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA (h) 2 dx x 4x 11+ +∫ para resolver esta integral, será necessário completar o quadrado do polinô- mio do denominador da fração: x2 + 4x + 11 = x2 + 2·2x + 4 – 4 + 11 = (x + 2)2 + 7 portanto, a integral pode ser escrita da seguinte forma: 2 2 dx dx x 4x 11 (x 2) 7 = + + + +∫ ∫ fazendo u = x + 2, então du = dx. portanto, 2 2 dx du (x 2) 7 u 7 = + + +∫ ∫ . usando a regra (17) da tabela de integrais, sendo que a2 = 7 ⇒ a = 7 , tem-se: = + + + = + ∫ 2 du 1 u arc tg C u 7 7 7 1 x 2 arc tg C. 7 7 Agora é a sua vez! Calcule as seguintes integrais usando as tabelas de derivadas, in- tegrais e o método da substituição . (a) ∫ (5x3 – 2x + 3)8 (15x2 – 2)dx (b) ∫ (7x + 20)7 dx Calculo II.indb 34 26/2/2009 09:26:00 35 cálculo II unidade 1 (c) ∫ (x2 + 2x – 3)4 (x + 1)dx (d) 2 23 (x 1) x dx+∫ (e) ∫ 7e5x + 2 dx (f ) ∫ x ln (x2 + 1) dx (g) 2 2x 1 dx x x 1 + + −∫ (h) 2 ln x dx x + ∫ (i) 54 xx e dx−⋅∫ (j) 2 3x 2x 4 dx+∫ Calculo II.indb 35 26/2/2009 09:26:00 36 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Outro método de integração muito usado é o Método de Inte- gração por Partes . Em geral, a função do integrando pode ser vi- sualizada como um produto de funções, ou seja, ∫ f(x) g(x) dx . Sejam f(x) e g(x) duas funções deriváveis em um intervalo I . Considere a seguinte expressão: [ f(x)·g(x) ]' = f(x)·g'(x) + g(x)·f '(x). Observe o uso da regra de derivada de um produto . A expressão anterior pode se reescrita como: f(x)·g'(x) = [ f(x)·g(x) ]' – g(x)·f '(x). Integrando ambos os lados da igualdade, você obterá: ∫ f(x)·g'(x)dx = ∫ [ f(x)·g(x) ]'dx – ∫ g(x)·f '(x)dx Seção 3 Método de Integração por Partes Calculo II.indb 36 26/2/2009 09:26:01 37 cálculo II unidade 1 Lembrando que derivação e integração são procedimentos opera- tórios inversos, podemos reescrever a última relação: ∫ f(x)·g'(x)dx = f(x)·g(x) – ∫ g(x)·f '(x)dx Para visualizar melhor a expressão anterior, use: u = f(x) ⇒ du = f '(x)dx dv = g'(x)dx ⇒ v = g(x) Assim, ∫ u dv = uv – ∫ v du que é a fórmula para o método de integração por partes . Agora, é o momento de analisar os exemplos apresentados para que o método de integração por partes fique claro! Exemplos (a) ∫ xe–2x dx observe que a escolha de u e v deve ser feita de modo que as integrais obti- das possam ser resolvidas. Falar da história do Cálculo é também falar de Newton! O seu último trabalho sobre cálculo, e também o primeiro a ser publicado, foi um ensaio “On the Quadrature of Curves”, escrito entre 1691 e 1693. Neste trabalho, ele montou uma tabela extensa de integrais de funções algébricas e, para as curvas as quais não podia desenvolver fórmulas de integração, inventou técnicas geométricas de quadraturas. Desenvolveu as técnicas básicas para avaliar as integrais comumente usadas, incluindo os métodos de substituição e integração por partes. Calculo II.indb 37 26/2/2009 09:26:01 38 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA neste exemplo, u = x ⇒ du = dx dv = e–2xdx ⇒ v = ∫ e–2xdx = 2x1 e C 2 −− + neste momento, a constante de integração pode ser deixada de lado sem perda de generalidade. tem-se: 2x 2x 2x 2x 2x 2x 1 1 xe dx x e e dx 2 2 ou 1 1 xe dx xe e dx 2 2 − − − − − − − − = ⋅ − − = + ∫ ∫ ∫ ∫ observe que a integral ∫ e–2x dx é resolvida por substituição. Assim, 2x 2x 2x1 1 xe dx xe e c 2 4 − − −= − − +∫ (b) ∫ ln x dx Seja u = ln x ⇒ du = 1 x dx dv = dx ⇒ v = ∫ dx = x + C Aplicando a fórmula de integração por partes: ∫ u dv = uv – ∫ v du ∫ ln x dx = ln x · x – ∫ x · 1 x dx = x ln x – ∫ x dx = x ln x – x + C Calculo II.indb 38 26/2/2009 09:26:01 39 cálculo II unidade 1 em geral, a integral da função logarítmica é muito usada e, assim, é usual visualizá-la como uma regra de integração: ∫ ln u du = u ln u – u + C (c) ∫ x ln 2x dx A escolha de u e v é feita como nos exemplos anteriores, de modo que as integrais possam ser resolvidas: u = ln 2x ⇒ 2 du dx 2x = ⇒ du = 1 x dx dv = x dx ⇒ v = ∫ x dx = 2x 2 + C Substituindo na fórmula de integração por partes: ∫ u dv = uv – ∫ v du ⋅ = − ⋅ = − = − ⋅ + = − + ∫ ∫ ∫ 2 2 2 2 2 2 2 x x 1 ln 2x x dx ln 2x. dx 2 2 x x 1 ln 2x xdx 2 2 x 1 x ln 2x C 2 2 2 x x ln 2x C 2 4 ou ainda, ⋅ = − + ∫ 2x 1 ln 2x x dx ln 2x C 2 2 Calculo II.indb 39 26/2/2009 09:26:01 40 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA (d) 23 tt e dt∫ para resolver esta integral, é muito comum, num primeiro momento, esco- lhermos u = t3 e = 2tdv te dt . no entanto, para calcular ∫ dv = 2te dt∫ teremos dificuldade, visto que esta integral não pode ser resolvida com métodos algé- bricos. Assim, para que a resolução da integral de dv seja possível, faremos a seguin- te escolha: u = t2 ⇒ du = 2t dt = 2tdv te dt ⇒ v = 2tte dt∫ para resolver a integral que determina o valor de v, usamos o método da substituição. Assim, v = 2tte dt∫ u = t2 ⇒ du = 2t dt ⇒ du dt 2t = portanto, 2 u u u t du 1 v te e du 2t 2 1 e C 2 e C 2 = = = + = + ∫ ∫ Olá pessoal, aí vai uma dica! Estava navegando na Internet e encontrei este site: http://integrals.wolfram.com. Apesar de estar em inglês, neste local você encontrará o Integrator que usa a tecnologia do webMathematica para apresentar na web as funcionalida- de do Mathematica. O Integrator calcula as integrais indefini- das. Que tal dar uma olhadinha? Em tempo Na disciplina de Mé- todos Numéricos, você estudará a resolução numérica de integrais como esta: 2te dt∫ Calculo II.indb 40 26/2/2009 09:26:01 41 cálculo II unidade 1 retornando à substituição inicial para resolver 23 tt e dt∫ u = t2 ⇒ du = 2t dt = 2tdv te dt ⇒ v = 2tte dt∫ = 2te C 2 + Assim, 2 2 2 2 2 t t 3 t 2 2 t t e e t e dt t 2t dt 2 2 t e te dt 2 = ⋅ − ⋅ = − ∫ ∫ ∫ observe que a integral 2tte dt∫ já foi resolvida pelo método de substituição. finalizando, teremos: 2 2 2 2 2 t t 3 t t 2 t e e t e dt C 2 2 e (t 1) C 2 = − + = − + ∫ (e) ∫ ex cos x dx na resolução desta integral,além de aplicar duas vezes a fórmula da integra- ção por partes, observe que usaremos um artifício para o cálculo final. então, acompanhe a resolução: u = ex ⇒ du = ex dx dv = cos x dx ⇒ v = ∫ cos x dx = sen x + C ∫ ex cos x dx = ex · sen x – ∫ sen x · ex dx = ex · sen x – ∫ ex sen x dx Agora, resolvemos a integral ∫ ex sen x dx por partes, fazendo: u = ex ⇒ du = ex dx dv = sen x dx ⇒ v = ∫ sen x dx = – cos x + C ∫ ex sen x dx = ex · –cos x – ∫ –cos x · ex dx = –ex · cos x + ∫ ex cos x dx Em tempo Observe que também seria possível fazer: u = cos x e dv = ex dx, visto que tanto a derivada quanto a inte- gral destas funções são similares. Calculo II.indb 41 26/2/2009 09:26:02 42 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Substituindo este resultado na integral inicial: ∫ ex cos x dx = ex · sen x – ∫ sen x · ex dx = ex · sen x – ( –ex · cos x + ∫ ex cos x dx ) = ex · sen x + ex · cos x – ∫ ex cos x dx observe que a integral do lado direito da equação é igual à integral que que- remos calcular. veja, então, que é possível adicionar as duas integrais iguais, da seguinte forma: ∫ ex cos x dx = ex · sen x + ex · cos x – ∫ ex cos x dx ] ∫ ex cos x dx ] + ∫ ex cos x dx = ex · sen x + ex · cos x 2 ∫ ex cos x dx = ex · sen x + ex · cos x ∫ ex cos x dx = 1 2 (ex · sen x + ex · cos x) + C Agora é a sua vez! Calcule as seguintes integrais usando o método de integração por partes . (a) ∫ x e4x dx (b) ∫ x ln 2x dx (c) ∫ x ln x dx (d) ∫ x2 ex dx Calculo II.indb 42 26/2/2009 09:26:02 43 cálculo II unidade 1 Antes de seguir em frente, veja só como a matemática pode ser mágica!!! O truque consiste em solicitar a alguém o número do mês de seu nascimento (Janeiro 1, Fevereiro 2, Março 3...). Em seguida, peça-lhe que: multiplique o número por 2;1. some 5 ao resultado;2. multiplique por 50;3. some sua idade ao resultado.4. Após a pessoa lhe informar o resultado, você deve subtrair 250. Os dois últimos números do resultado final darão a ida- de da pessoa, enquanto o primeiro número (ou primeiros nú- meros) será o mês de nascimento. Com essa informação, fica fácil determinar o ano. Por exemplo, para uma pessoa que tem 20 anos e nasceu em janeiro, teríamos as seguintes operações: Multiplica-se 1 ( janeiro) por 2 => 1×2 = 1. 2 Soma-se 5 => 2+5 = 2. 7 Multiplica-se por 50 => 7×50 = 3. 350 Soma-se a idade => 20+350 = 4. 370 Subtrai-se 250 => 370–250 = 5. 120 De 120, o primeiro número revela o mês ( janeiro), e os dois últimos (20) são a idade da pessoa. Basta, então, deduzir o ano, de acordo com a data em que se faz a demonstração. Agora não vai errar o ano, não é mesmo? Afinal, depois de tan- tas integrais, isto parece simples... Fonte: http://www.somatematica.com.br/curiosidades2.php Calculo II.indb 43 26/2/2009 09:26:02 44 Síntese da Unidade Nesta unidade, você teve a oportunidade de analisar dois procedi- mentos operacionais matemáticos que são considerados inversos um do outro: derivação e integração . É importante ressaltar que, para seguir em frente, você precisará exercitar estes primeiros métodos para que consiga acompanhar o desenvolvimento das unidades posteriores . Além de estudar outros métodos de integração, você poderá veri- ficar que muitas aplicações podem ser estabelecidas, pois o mun- do ao nosso redor é repleto de situações físicas e econômicas que requerem o uso das taxas de variações . Recorra ao seu professor para dirimir as suas dúvidas e não es- queça que são os exercícios que irão proporcionar-lhe segurança para seguir em frente! Calculo II.indb 44 26/2/2009 09:26:03 45 AtIvIdAdeS de auto-avaliação 1. mostre que F(x) = 5 4 x4 + x3 – 4x + 7 é uma primitiva de f(x) = 5x3 + 3x2 – 4 2. calcule as integrais indefinidas usando as devidas propriedades e a tabela de integrais. a) 4 2 4 x 3x x dx x + + ∫ b) 3 x dx x∫ Calculo II.indb 45 26/2/2009 09:26:03 46 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA c) 2 2 x 1 dx x + ∫ d) 2 2 x dx x 1+∫ e) ∫ cotg θ · sen θ dθ f ) 2 sen t dt cos t∫ 3. calcule as integrais indefinidas. a) 26x 2x 3 dx+∫ b) x x3e cos(3e ) dx∫ c) cos x sen x dx⋅∫ d) 3ln x dx x∫ e) 2 2dt t ln (2t)∫ f ) 2 2dx x 3x 1− +∫ Calculo II.indb 46 26/2/2009 09:26:03 47 cálculo II unidade 1 g) 2 2dr 3r 9r 9+ +∫ h) 65 3x2x e dx∫ i) 2 cos x dx (4 sen x)−∫ j) x 2 dx x 1 + +∫ 4. resolva as integrais usando integração por partes. a) ∫ ln (2 – 3x)dx b) ln x dx∫ c) ∫ xe2x dx d) 35 xx e dx∫ e) ∫ x cos 3x dx f ) 3 t t sen dt 2∫ Calculo II.indb 47 26/2/2009 09:26:04 48 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA g) 2x cosec (x 1) dx 2 +∫ h) ∫ ex sen x dx i) 3 22x 4 x dx−∫ j) ∫ x cos2 x dx Saiba mais Para aprofundar os conteúdos estudados nesta unidade ou mesmo resolver outros exercícios, você pode utilizar livros de Cálculo Diferencial e Integral . O livro Cálculo A, cuja referência é apresentada abaixo: FLEMMING, Diva Marília; GONÇALVES, Mirian Buss . Cálculo A: funções, limite, derivação, integração . 5 . ed . São Paulo: Makron, 1992 . Calculo II.indb 48 26/2/2009 09:26:04 49 unIdAde 2 IntegrAl defInIdA Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá estar apto a: Analisar historicamente o conceito de área. discutir o conceito e as propriedades da integral definida. Aplicar teoremas que propiciam o cálculo da integral definida. discutir procedimentos algébricos para o cálculo de áreas de figuras planas não regulares. Plano de estudo da unidade Para início de conversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Seção 1 Analisando áreas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Seção 2 Integral definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Seção 3 estudo de áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Síntese da Unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Parece que a parte circular do meio está separada do resto da figura? Parece estar em uma profundidade diferente? O que está acontecendo? Calculo II.indb 49 26/2/2009 09:26:04 Calculo II.indb 50 26/2/2009 09:26:04 51 Para início de conversa Nesta unidade você vai iniciar a discussão dos objetos da ma- temática que são usados sistematicamente em várias áreas do conhecimento . Trata-se das integrais definidas, cujas idéias no decorrer da história já estão alicerçadas no cálculo de áreas . Muitos matemáticos podem ser citados, mas o nosso tempo é limitado e, por esta razão, vamos nos limitar a resgatar pontual- mente alguns nomes . Não se apresse para entender toda a História do Cálculo Diferencial e Integral, pois é uma longa história. Inicialmente, destaca-se o Método da Exaustão, lembrando que este ter- mo é moderno, usado nos dias de hoje por caracterizar bem o exaustivo processo iniciado por Eudoxo e formalizado por Arquimedes. No decorrer da história, muitas sugestões foram feitas para calcular a área do círculo usando-se a inscrição de polígonos regulares, mas foi o método da exaustão que tornou esse processo rigoroso. Calculo II.indb 51 26/2/2009 09:26:04 52 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Será uma caminhada histórica e conceitual, lembrando de Arqui- medes com o seu Método de Exaustão, Cauchy que assumiu a re- forma total do cálculo para seus alunos da École Polytechnique, na década de 1820, e Riemann que deixou claro nos seus estudos que a integral exigia uma definição mais cuidadosa que a de Cauchy . Nas próximas seções, você vai acompanhar a definição da integral definida e um teorema muito famoso para facilitar os cálculos das integrais definidas . Como o processo vai ser inserido por meio de situações práticas, você ficará de imediato diante do Cálculo de áreas de figuras planas com formatos não-convencionais da Geo- metria Elementar . Vale lembrara importância de você caminhar passo a passo, de- senvolvendo as atividades propostas e buscando a compreensão de todos os novos conceitos e definições . Calculo II.indb 52 26/2/2009 09:26:05 53 cálculo II unidade 2 Seção 1 Analisando Áreas Um dos conceitos da Geometria mais antigo é o conceito de área . Historicamente tem-se muitas pessoas envolvidas na busca de fórmulas e resultados para cálculos de área de figuras planas . Um método muito discutido é o chamado Método da exaustão que estabelece a partição da área em polígonos regulares . Por exemplo, para calcular a área de um círculo, você poderá conside- rar a inscrição de polígonos regulares de n lados e seguir os pas- sos que delineiam o raciocínio do Método da Exaustão: (1) Considere um polígono regular, com n lados, inscrito no círculo, denotado por Pn, por exemplo, observe a figura 2 .1; (2) A área do polígono Pn, denotada por An, pode ser escrita como An = n × nTA , sendo nTA a área do triângulo de base ln e altura hn, visualizado na figura 2 .2; Calculo II.indb 53 26/2/2009 09:26:05 54 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Figura 2.1 círculo com polígono regular inscrito Figura 2.2 triângulo de altura hn e base ln. (3) Observe que × = 2n n n T l hA , ou seja, a área do triângulo está sendo calculada como base vezes altura dividido por dois; (4) Observe que Pn = n × ln, ou seja, o perímetro do polígono é a soma dos n lados iguais; (5) Usando os resultados de (3) e (4) pode-se escrever que: × × × = × = × = 2 2 2 n n n n n n n n n l h P l h P hA n l Você deve estar se perguntando: Para que estamos fazendo tudo isto? Para concluir a idéia é necessário fazer n crescer cada vez mais e usar a idéia de limite que você já discutiu no Cálculo I . Se n crescer cada vez mais, o perímetro Pn torna-se uma aproximação cada vez mais perfeita do comprimento da circunferência, ou seja, igual a 2πr e a altura hn aproxima-se do raio . Com esta idéia, po- demos escrever que: Área do círculo = →∞ π × = = π 22lim 2nn r rA r Calculo II.indb 54 26/2/2009 09:26:05 55 cálculo II unidade 2 Usando os passos deste método, você poderá encontrar a área da região representada na figura 2 .3 . A região está delimitada pela curva da função y = f(x), pelo eixo dos x e por retas x = a e x = b . Figura 2.3 área delimitada por uma função y = f(x), pelo eixo dos x e por retas x = a e x = b. Para entender o cálculo da área da região, veja os passos: (1) Faça uma partição do intervalo [a,b] em n subintervalos, escolhendo pontos tais que: a = x0 < x1 < … < xi–1 < xi < … < xn = b. (2) Observe com mais detalhes o intervalo [ xi–1,xi ] . (3) Escolha um ponto qualquer Ci neste intervalo . (4) Para cada i, i = 1, 2, …, n, construa um retângulo de base ∆xi = xi – xi–1 e altura f(Ci ) . (5) Agora observe a figura 2 .4 . Perceba que podemos formar n retângulos com área f(Ci )·∆xi , com ∆xi = xi – xi–1 para i = 1, 2, …, n . Calculo II.indb 55 26/2/2009 09:26:05 56 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA (6) Agora, some a área dos n retângulos da seguinte forma: = = ∆ + ∆ + + ∆ = ∆∑ 1 1 2 2 1 ( ) ( ) ( ) ( ) . n n n n i i i S f C x f C x f C x f C x Esta soma é chamada de soma de RIEMANN da função f(x) . (7) Observe que à medida que n cresce muito, cada ∆xi torna-se muito pequeno e a soma de (6) aproxima-se da área da re- gião que será denotada por A . Figura 2.4 retângulos destacados Definição 1: Seja y = f(x) uma função contínua, não negativa em [a,b]. A área sob a curva y = f(x), de a até b é definida por: ∆ → = = ∆∑max 0 1 lim ( ) , i n i ix i A f C x sendo i = 1, 2, …, n e Ci um ponto qualquer do intervalo [ xi–1,xi ]. Exemplos usando o método da exaustão, calcule a área delimitada pela curva y = x2 – 6x + 11 pelo eixo dos x e pelas retas x = 1 e x = 4. posteriormente, reflita sobre a aplicação da definição de área formalizada na definição 1. Calculo II.indb 56 26/2/2009 09:26:06 57 cálculo II unidade 2 Figura 2.5 área delimitada pela função y = x2 – 6x + 11 pelo eixo dos x e pelas retas x = 1 e x = 4. Olá queridos alunos! Estou aqui para ajudar! Os softwares podem auxiliar no desenvolvimento e na ilustra- ção deste exemplo. Basta usar o Graph! Vou ajudar, basta seguir os passos: Usar Inserir Função. No quadro coloque: Função: x^2-6x+11 Intervalo: De: 1 A: 4. Usar Editar Eixos Lapela eixo-x Lapela eixo-y Mínimo: –1 Rótulo: x Máximo: 6 Unid. Marca: 1 Unid. Grade: 1 Mínimo: –2 Rótulo: y Máximo: 8 Unid. Marca: 1 Unid. Grade: 1 Obs.: Deixe assinaladas as opções ‘mostrar números’ e ‘mostrar marcas’. Usar a opção Função > Inserir sombra Lapela sombreando: Assinale entre a função e o eixo dos x. Lapela opções: De: 1 A: 4 Obs.: Escolha o tipo de sombreamento e a cor conforme a sua preferência. Pronto! Sua construção mostra a Figura 2.5 (a) Calculo II.indb 57 26/2/2009 09:26:07 58 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Para calcular a área delimitada, inicialmente faça uma partição do intervalo [1,4] em 3 subintervalos (veja a figura 2 .5 (b)) . Forme os retângulos R1 , R2 , R3 com base nessas partições e altu- ras f (1,5); f (2,5); f (3,5) respectivamente . Veja que: A1 = área de R1 = 1.f (1,5) = 4,25. A2 = área de R2 = 1.f (2,5) = 2,25. A3 = área de R3 = 1.f (3,5) = 2,25. A área a ser calculada será aproximadamente igual a: A = A1 + A2 + A3 = 4,25 + 2,25 + 2,25 = 8,75 unidades de área. Você poderá obter exatamente a área usando a definição 1, mas para calcular usando a definição, você terá um trabalho algébrico muito grande ou até mesmo impossível de ser feito em alguns casos, daí a importância de avançarmos as discussões fazendo a inserção de propriedades e teoremas . Observe na seção a seguir que a Definição 1 é precisamente a definição da Integral Definida . Agora é a sua vez! usando o método da exaustão, calcule a área da figura delimitada pela fun- ção y = x + 1, pelo eixo dos x e pelas retas x = 1 e x = 5. faça o gráfico e ob- serve que a área pode ser calculada por geometria elementar. confronte os resultados obtidos. Calculo II.indb 58 26/2/2009 09:26:07 59 cálculo II unidade 2 Agora você está pronto para acompanhar um pouco do formalis- mo da definição da Integral Definida . Definição 2: Seja y = f(x) uma função definida em [a,b] e seja P uma partição qualquer de [a,b], a integral definida de y = f(x), de a até b, é dada por: ∆ → = = ∆∑max 0 1 lim ( ) , i n i ix i A f C x desde que o limite exista. Você pode estar imaginando qual será a notação utilizada para estes casos? A notação da integral definida é dada por: ∆ → = = ∆∑∫ max 0 1 ( ) lim ( ) i b n i ix ia f x dx f C x Seção 2 Integral Definida Calculo II.indb 59 26/2/2009 09:26:07 60 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Observe que os valores que delimitam o intervalo a e b são deno- minados limites de integração . Se ∆ → = = ∆∑∫ max 0 1 ( ) lim ( ) i b n i ix ia f x dx f C x existe, você poderá afirmar que a função y = f(x) é integrável no intervalo [a,b] . Em geral, o número de funções integráveis é muito grande, pode-se afirmar que se a função é con- tínua no intervalo dado, então, ela é integrável neste intervalo . No início do estudo, vamos trabalhar somente com funções contínuas . Posteriormente, na Unidade 4, você terá a oportunidade de observar situações em que as funções não são contínuas no intervalo dado . Como vamos calcular as integrais definidas? Para responder esta questão será necessário formalizar proprieda- des e teoremas . De forma similar às propriedades da integral indefinida tem-se: Propriedade 1: Sejam f(x) e g(x) duas funções definidas em um conjunto I e K uma constante. Então: = + = + ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ 1 . ( ) ( ) 2 . [ ( ) ( )] ( ) ( ) b b a a b b b a a a Kf x dx K f x dx f x g x dx f x dx g x dx Você deve ter observado que a soma ao lado, definida na seção anterior foi de- notada como Soma de Riemann, mas as idéias iniciais sãodevidas a Cauchy. Cauchy precisava provar que o limite existia para todas as fun- ções contínuas sobre um intervalo dado. Infelizmente ele não conseguiu observar suas falhas lógicas. Posteriormente, outros matemáticos perceberam as falhas, e é devido a Riemann a generalização dessas idéias. A maior parte da teoria de integra- ção foi verificada por Riemann e seus seguidores. Até o século XX ainda se discutia elementos no contexto de séries infinitas. = = ∆∑ 1 ( ) n n i i i S f C x Em tempo Observe que a Integral Definida representa cálculo de uma área sempre que a função for contínua e não negati- va no intervalo dado. Calculo II.indb 60 26/2/2009 09:26:07 61 cálculo II unidade 2 Outras propriedades podem ser enunciadas: Propriedade 2: Se a > b, então = −∫ ∫( ) ( ) b a a b f x dx f x dx , se a integral existir. Propriedade 3: Se a = b existe, então =∫ ( ) 0 b a f x dx . Uma propriedade muito importante para ser aplicada no contex- to do cálculo de áreas é enunciada a seguir . Propriedade 4: Se a < c < b e f(x) é uma função integrável no intervalo [a,c] e em [c,b], então f(x) é integrável em [a,b] e vale a relação: = +∫ ∫ ∫( ) ( ) ( ) . b c b a a c f x dx f x dx f x dx Todas as propriedades citadas podem ser demonstradas como proposições matemáticas . Essas provas podem ser encontradas em FLEMMING e GONÇALVES (2006) . Para ver um exemplo de demonstração, o nosso amigo SiSóSi está lá no ambiente virtual mostrando a propriedade 4 . Acesse e confira! Tem-se novas propriedades que possibilitam o uso das integrais definidas em diferentes aplicações . Propriedade 5: Se f(x) é integrável e se f(x) ≥ 0 para todo x ∈ [a,b], então: ≥∫ ( ) 0 . b a f x dx Propriedade 6: Se f(x) e g(x) são integráveis em [a,b] e f(x) ≥ g(x) para todo x ∈ [a,b], então: ≥∫ ∫( ) ( ) . b b a a f x dx g x dx Em tempo Observe as proprie- dades e mais adiante você poderá comprová-las por meio de exemplos. Neste mo- mento, simplesmente observe que ao trocar os limites de inte- gração o resultado da integral troca de sinal e quando os limites de integração são iguais o resul- tado da integral é nulo. Calculo II.indb 61 26/2/2009 09:26:08 62 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Propriedade 7: Se f(x) é uma função contínua em [a,b], então: ≥∫ ∫ ( ) ( ) . b b a a f x dx f x dx Propriedade 8: Se f(x) é uma função contínua em [a,b], existe um ponto c entre a e b tal que = −∫ ( ) ( ) ( ) . b a f x dx b a f c Agora, você deve refletir bastante sobre o Teorema que segue e, posteriormente, poderá mais facilmente retornar às propriedades para fazer exemplos formais ou exemplos mais práticos . Teorema Fundamental do Cálculo O teorema fundamental do cálculo fornece uma maneira rápida e simples para resolver uma integral definida e, conseqüentemente, problemas práticos que são modelados com uma integral defini- da . É possível relacionar as operações de derivação e integração, ou seja, conhecendo a primitiva de uma função contínua f(x) definida em um intervalo [a,b], pode-se calcular a sua integral definida ∫ ( ) b a f x dx . Usando o Teorema Fundamental do Cálculo, Newton desen- volveu as técnicas básicas para avaliar integrais usadas hoje em dia, incluindo os métodos de substituição e integração por partes. Isaac Newton, (1642 – 1727) era um erudito com grande capacidade para a resolução de problemas. En- tre 1670 e 1680, ele construiu sua reputação como um gênio científico. Foi um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Sua influência na matemática foi tão grande que hoje existe a divisão: matemática “pré-newtoniana” e a “pós- newtoniana”. As contribuições de Newton incluíram a teoria da gravitação universal, as leis do movimento, métodos de cálculo e a composição da luz branca. Ele é considerado por muitos o maior cientista que já existiu. Calculo II.indb 62 26/2/2009 09:26:08 63 cálculo II unidade 2 Duas proposições garantem essa formulação: Proposição 1: Seja f(t) uma função contínua num intervalo [a,b], então a função G(x) definida por: = ∫( ) ( ) x a G x f t dt tem derivada em todos os pontos x ∈ [a,b] que é dada por: G'(x) = f(x) ou =∫ ( ) ( ) x a d f t dt f x dx . Proposição 2: Se f(t) é uma função contínua num intervalo [a,b] e se F(t) é uma primitiva de f(t) neste intervalo, então: = −∫ ( ) ( ) ( ) b a f t dt F b F a . Em uma linguagem menos formal, você poderá dizer que esta última proposição é o Teorema Fundamental do Cálculo . Obser- ve bem, pois esta proposição ou teorema vai acompanhá-lo por algum tempo . Confira as demonstrações no material on-line des- ta disciplina . Antes de seguir para os exemplos, pois você já deve estar espe- rando a visualização deles, vamos formatar uma notação que vai auxiliar muito nas situações de resolução da integral definida . = = −∫ ( ) ( ) ( ) ( ) b b a a f x dx F x F b F a Essa expressão, resultante das proposições dadas, indica um método para calcular a integral definida usando a tabela das in- tegrais imediatas discutidas na Unidade 1, para o cálculo da inte- gral indefinida . Calculo II.indb 63 26/2/2009 09:26:08 64 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Observe que para calcular a integral definida, você pode iniciar fazendo o cálculo da integral indefinida, não considerando a constante de integração . O resultado da integral definida será a função primitiva aplicada no ponto do limite superior menos a função primitiva aplicada no ponto do limite inferior da integral definida . Vamos aos exemplos? Exemplos calcule as integrais definidas nos intervalos indicados. (a) + −∫ 2 2 1 (x x 1)dx para calcular a integral, lembre-se da relação: = = −∫ ( ) ( ) ( ) ( ) b b a a f x dx F x F b F a portanto, inicialmente utilize a tabela de integrais para encontrar a primitiva . posteriormente, aplique os limites de integração. Acompanhe: + − = + −∫ 22 3 2 2 1 1 x x (x x 1)dx x 3 2 Substituindo os limites de integração no resultado da integral, teremos: + − = + − − + − = + − − + − − = − = + = ∫ 2 3 2 3 2 2 1 2 2 1 1 (x x 1)dx 2 1 3 2 3 2 8 4 1 1 2 1 3 2 3 2 8 1 8 1 3 6 3 6 17 . 6 Calculo II.indb 64 26/2/2009 09:26:08 65 cálculo II unidade 2 (b) +∫ 3 2 2dx x 3 em alguns exemplos é interessante calcular a integral indefinida em separado para, posteriormente, aplicar os limites de integração. para calcular esta integral indefinida, fazemos a substituição: u = x + 3 ⇒ du = dx Assim, = = + = + + +∫ ∫ 3 2 2dx du 2 2ln u C 2ln (x 3) C. x 3 u Aplicando agora esse resultado para o cálculo de integral definida dada: = ⋅ + + = ⋅ + − ⋅ + = ⋅ − ⋅ = ⋅ − = ⋅ ∫ 3 3 2 2 2dx 2 ln (x 3) x 3 2 ln (3 3) 2 ln (2 3) 2 ln 6 2 ln 5 2 (ln 6 ln 5) 6 2 ln . 5 (c) +∫ 8 0 x 1 dx para resolver esta integral na forma indefinida, você deve reescrever + = + 1 2x 1 (x 1) e usar o método da substituição: u = x + 1 ⇒ du = dx + + = + =∫ ∫ 1 3 2 2 (x 1) x 1 dx (x 1) dx . 3 2 Agora, basta substituir os limites de integração: + = + − + = ⋅ − ⋅ − = ⋅ − = − = = ∫ 8 3 2 3 2 3 2 3 2 0 2 2 2 2 x 1 dx (8 1) (0 1) 9 1 3 3 3 3 2 2 2 5.4 2 52 27 18 . 3 3 3 3 3 Em tempo Uma das propriedades dos logaritmos diz que: − = a ln a ln b ln b Calculo II.indb 65 26/2/2009 09:26:08 66 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA (d) −∫ 1 2x 0 xe dx lembre-se de que para resolver esta integração vai ser preciso usar a técnica de integração por partes discutida na unidade 1. observe que a escolha de u e v deve ser feita de modo que as integrais obti- das possam ser resolvidas. neste exemplo, u = x ⇒ du = dx dv = e–2xdx ⇒ v = ∫ e–2xdx = 2x1 e C 2 −− + neste momento a constante de integração pode ser deixada de lado sem perda de generalidade. tem-se: − − − − − − − − = ⋅ − − = + ∫ ∫ ∫ ∫ 2x 2x 2x 2x 2x 2x 1 1 xe dx x e e dx 2 2 ou 1 1 xe dx xe e dx 2 2 observe que a integral ∫ e–2xdx é resolvida por substituição.Assim, − − −− = − +∫ 2x 2x 2x1 1 xe dx xe e c 2 4 para finalizar o exemplo, vamos aplicar os limites de integração: − − ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅− − = ⋅ ⋅ − − ⋅ ⋅ − − = − + ∫ 1 2x 2 1 2 1 2 0 2 0 0 2 2 1 1 1 1 xe dx 1 e e 0 e e 2 4 2 4 1 1 1 . 2e 4e 4 Calculo II.indb 66 26/2/2009 09:26:09 67 cálculo II unidade 2 Agora é a sua vez! calcule as seguintes integrais definidas. (a) − +∫ 1 3 0 (2x 2x 3)dx (b) +∫ 2 2 1 2x dx x 1 (c) 14 10 ( (x 5) 4)dx− −∫ (d) 0 x sen x dx π ∫ Vamos Relaxar? Dizem que matemático é um pouco louco, mas tem muita gente por aí que pensa cada coisa!!! Você já pensou por que um espelho inverte a imagem da esquerda para a direita e não de cima para baixo? Calculo II.indb 67 26/2/2009 09:26:09 68 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Agora você está preparado para calcular a área de diferentes tipos de regiões planas . Os exemplos serão básicos, mas suficientes para que você possa visualizar o potencial das integrais definidas para calcular áreas de regiões com diferentes formatos . Na Unidade 5, você terá a oportunidade de retornar ao estudo de áreas com o uso de outro tipo de coordenadas . A apresentação de exemplos será precedida de uma apresentação geral do formato da região e também das funções envolvidas . Situação 1 Nesta situação, você vai analisar problemas de cálculo de área que são limitadas por uma função y = f(x); o eixo dos x; x = a e x = b . Observe que podem ocorrer duas diferentes situações (ver figuras 2 .6 e 2 .7) . Seção 3 Estudo de Áreas Calculo II.indb 68 26/2/2009 09:26:09 69 cálculo II unidade 2 Figura 2.6 Área = ∫ ( ) b a f x dx Observe que, neste caso, a função é positiva no intervalo considerado. Figura 2.7 Área = – ∫ ( ) b a f x dx Observe que, neste caso, a função é negativa no intervalo considerado. Exemplos 1. calcular a área da região delimitada por: = − 2 2 y (x 1) ; o eixo dos x; x = 2 e x = 4. Solução: A figura 2.8 mostra a área solicitada. observe que a função é toda positiva, pois está acima do eixo dos x. Assim, = −∫ 4 2 2 2dx Área (x 1) Em tempo Pela propriedade 5, sabemos que a integral definida da situação da figura 2.6 vai ter um resultado positivo e na situação da figura 2.7, um resultado negativo, daí o fato de aparecer o sinal negativo antes da integral para o cálculo da área na figura 2.7. Calculo II.indb 69 26/2/2009 09:26:10 70 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Figura 2.8 você pode, inicialmente, calcular a integral indefinida: − − = − − − = + − = − + − ∫ ∫ 2 2 1 2dx 2 (x 1) dx (x 1) (x 1) 2 C 1 2 C x 1 Aplicando os limites de integração, você pode calcular a área solicitada. = −∫ 4 2 2 2dx Área (x 1) − + = − = − − − = − + = − − − = 4 2 2 2 2 2 2 6 Área 2 x 1 4 1 2 1 3 3 4 Área unidades de área. 3 2. calcular a área da região delimitada por: y = (x – 2)(x – 4); o eixo dos x; x = 2 e x = 4. Solução: A figura 2.9 mostra a área solicitada. observe que no intervalo a função é negativa. Assim, em acordo com a Situação 1 tem-se que: = − − −∫ 4 2 Área (x 2)(x 4)dx Calculo II.indb 70 26/2/2009 09:26:10 71 cálculo II unidade 2 Figura 2.9 observe o sinal negativo antes da integral, exatamente pelo fato da função ser negativa no intervalo considerado. Acompanhe, a seguir, a resolução da integral, lembrando que estamos usan- do as regras de integração e o teorema fundamental do cálculo para aplicar os limites de integração. veja que estamos também usando as propriedades I citadas na seção anterior. = − − − = − − + = − − ⋅ + = − + ⋅ − ⋅ − − + ⋅ − ⋅ = − + − − − + − − = − − = ∫ ∫ 44 4 3 2 2 2 2 2 3 2 3 2 x x Área (x 2)(x 4)dx (x 6x 8)dx 6 8x 3 2 4 4 2 2 6 8 4 6 8 2 3 2 3 2 64 8 48 32 12 16 3 3 16 20 4 . 3 3 3 Agora é a sua vez! calcular a área da região delimitada por: (a) y = x2 + 1; o eixo dos x; x = –1 e x = 1. Calculo II.indb 71 26/2/2009 09:26:11 72 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Situação 2 Nesta situação, você vai analisar problemas de cálculo de área de- limitada por duas funções ( y = f(x) e y = g(x) ); x = a e x = b . Observe que podem ocorrer duas diferentes situações (ver figuras 2 .10 e 2 .11) . Figura 2.10 = −∫ b a Área [f(x) g(x)]dx Observe que, neste caso, tem-se f(x) ≥ g(x). Figura 2.11 = −∫ b a Área [g(x) f(x)]dx Observe que, neste caso, tem-se f(x) ≤ g(x). Em tempo Lembre-se de observar na figura dada quando uma função for maior que a outra. A maior sempre está em posição mais acima do que a me- nor, pois a numeração do eixo dos y aumenta de baixo para cima. Calculo II.indb 72 26/2/2009 09:26:12 73 cálculo II unidade 2 A relação anterior permanece válida para o caso em que ambas as funções ou apenas uma delas está completamente na posição ne- gativa, isto é, totalmente abaixo do eixo dos x . Veja que na figura 2 .12 a área é dada por = −∫ b a Área [f(x) g(x)]dx Figura 2.12 Exemplo calcular a área da região delimitada por f(x) = –x2 – 4x + 5 e g(x) = 0,5x + 2,5. Solução: para encontrar os limites de integração é necessário, neste caso, encontrar a intersecção entre as duas funções. para tal, o uso de um software para fazer os gráficos ajuda muito. veja a figura 2.13 e observe os pontos de intersecção. É possível constatar que a intersecção entre os gráficos está nos pontos em que x = –5 e x = 1 2 . observe que é possível encontrar esses pontos algebricamente igualando as duas funções. veja: –x2 – 4x + 5 = 0,5x + 2,5 –x2 – 4x – 0,5x + 5 – 2,5 = 0 –x2 – 4,5x + 2,5 = 0 x2 + 4,5x – 2,5 = 0 Em tempo Lembre-se da fórmula de Bhaskara para a resolução da equação do segundo grau ax2 + bx + c = 0. Tem-se que: − ± − = 2b b 4ac x 2a Para o exemplo em resolução, os valores para serem aplicados na fórmula são: a = 1; b = 4,5 e c = –2,5. Mãos à obra! Calculo II.indb 73 26/2/2009 09:26:12 74 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Figura 2.13 resolvendo a equação encontrada usando a fórmula de Bhaskara obtém-se x = –5 e x = 1 2 . para concluir o exemplo, basta verificar que a área solicitada está delimitada pelas duas funções dadas no intervalo [–5, 1 2 ]. Assim, − = − − + − +∫ 1 2 2 5 Área [( x 4x 5) (0,5x 2,5)]dx observe que a parábola está acima da reta, assim f(x) ≥ g(x) no intervalo [–5, 1 2 ]. fazendo o cálculo da integral definida tem-se: − − − = − − + − + = − − + = − − ⋅ + ⋅ − − = − − ⋅ + ⋅ − − − ⋅ + ⋅ − + = + = = ≅ ∫ ∫ 1 2 2 5 1 2 2 5 1 23 2 5 3 2 3 2 Área [( x 4x 5) (0,5x 2,5)]dx [( x 4,5x 2,5)dx x x 4,5 2,5 x 3 2 (1 2) (1 2) 1 ( 5) ( 5) 4,5 2,5 4,5 2,5 ( 5) 3 2 2 3 2 31 325 31 1300 1331 48 12 48 48 Área 27,73 unidades de área. Calculo II.indb 74 26/2/2009 09:26:13 75 cálculo II unidade 2 Agora é a sua vez! calcular a área da região delimitada entre as funções: (b) y = x3 + 1 e y = 4x + 1. Situação 3 A região está delimitada por várias funções e o cálculo da área requer partições para que se tenha a situação 1 ou 2 . Veja no exemplo que segue . Exemplo calcular a área da região apresentada na figura 2.14. Figura 2.14 Calculo II.indb 75 26/2/2009 09:26:13 76 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA A visualização da figura 2.14 nos mostra que as áreas A1 e A2 estão enquadra- das na situação 1 e que a área A3 está enquadrada na situação 2. tem-se que: Área = A1 + A2 + A3 você pode então constatar que: área A1 = ∫ 1 0 A1 xdx área A2 = − − −∫ 1,5 1 1 A2 (x )(x 3)dx 2 área A3 = − − − − +∫ 2 1,5 1 A3 [ (x )(x 3) 3x 4,5]dx 2 fazendo os cálculos obtém-se: = = =∫ 11 2 0 0 x 1 A1 xdx . 2 2 = − − − = − + − = − + ⋅ − = − + ⋅ − − − + ⋅ − ⋅ = + = ∫ ∫ 1,5 1 1,5 2 1 1,53 2 1 3 2 3 2 1 A2 (x )(x 3)dx 2 7 3 x x dx 2 2 x 7 x 3 x 3 2 2 2 (1,5) 7 (1,5) 3 1 7 1 3 (1,5) 1 3 2 2 2 3 2 2 2 9 116 12 31 . 48 Calculo II.indb 76 26/2/2009 09:26:14 77 cálculo II unidade 2 = − − − − + = − + + = − + ⋅ + = − + ⋅ + ⋅ − − + ⋅ + ⋅ = ∫ ∫ 2 1,5 2 2 1,5 23 2 1,5 3 3 2 1 A3 [ (x )(x 3) 3x 4,5]dx 2 1 x x 3 dx 2 x 1 x 3x 3 4 2 1 (1,5) 1 4 3 2 (1,5) 3 (1,5) 3 4 3 4 19 . 48 para finalizar o exemplo, vamos adicionar as áreas parciais encontradas. Assim, 1 31 19 Área 2 48 48 37 Área unidades de área 24 = + + = Agora é a sua vez! calcular a área da região delimitada entre as funções: (c) y = x2 – 1 ; y = 3x + 17 e y = 1 2 x – 1 2 . Calculo II.indb 77 26/2/2009 09:26:14 78 Síntese da Unidade Nesta unidade, discutimos as integrais definidas, consideradas como ponto de partida para a utilização do Cálculo Integral em aplicações práticas . É comum dizer que o Cálculo veio para re- solver problemas que a Álgebra e a Geometria não resolvem . De fato, com os recursos do Cálculo Integral, podemos calcular áreas de diferentes formas, por exemplo, áreas delimitadas por diversas curvas . Nas unidades seguintes, aprimoramos o estudo do Cálculo Integral, inicialmente com novas técnicas de integração e, poste- riormente, será possível visualizar a sua grande aplicabilidade em outras áreas como na Física e no contexto econômico-financeiro . Antes de prosseguir seus estudos, não esqueça de realizar as ati- vidades de auto-avaliação . Não deixe suas dúvidas acumularem, converse com o seu professor! Bons estudos! Calculo II.indb 78 26/2/2009 09:26:14 79 AtIvIdAdeS de auto-avaliação 1. calcule as seguintes integrais definidas: −∫ 2 2 1 (a) (5x 2x)dx ∫ 5 0 (b) x dx − +∫ 1 2 1 (c) (x 2) dx +∫ 3 2 2 2dx (d) (x 1) ∫ 1 t 0 (e) e dt +∫ 3 3 0 (f ) ( 2x x )dx −∫ 2 0 dx (g) 4 x π ∫ 2 0 (h) sen x dx Calculo II.indb 79 26/2/2009 09:26:14 80 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA 2. calcule a área da região limitada pela parábola y = 4x – x2 e pelo eixo dos x. 3. calcule a área da região delimitada por: y = 1 x ; y = 8x + 2 ; x = 0 e x = 1. 4. calcule a área delimitada pelas seguintes curvas: a) y = x2 – 5x + 1 e y = – x2 – 5x + 3 b) y = (x + 4)(x – 2) e y = 5x + 10 Calculo II.indb 80 26/2/2009 09:26:14 81 cálculo II unidade 2 5. calcule a integral π ∫ 0 cos x dx . Interprete geometricamente o resultado obtido. 6. observe a figura dada. Identifique as três funções que estão representadas graficamente: y = (x – 2)(x – 4)·x - função polinomial do terceiro grau; y = | 2x – 8 | - função modular; y = 15 - função constante. calcule a área das regiões A1 , A2 e A3. Calculo II.indb 81 26/2/2009 09:26:15 Saiba mais Para saber mais sobre a história do cálculo e das integrais definidas, você pode consultar o livro de História da Mate- mática de Howard Eves, “Introdução à história de matemá- tica”, da Editora da Universidade de Campinas . Recomen- damos pesquisar no índice remissivo o termo integral . Vale a pena conferir! Calculo II.indb 82 26/2/2009 09:26:16 83 unIdAde 3 tÉcnIcAS de IntegrAção Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá estar apto a: Identificar procedimentos e técnicas de integração. calcular integrais que envolvam funções trigonométricas. calcular integrais que envolvam as substituições trigonométricas. calcular integrais de funções racionais pelo método das frações parciais. Plano de estudo da unidade Para início de conversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Seção 1 Integração no contexto das funções trigonométricas . . . 86 Seção 2 Integração por substituição trigonométrica. . . . . . . . . 102 Seção 3 Integração de funções racionais . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Síntese da Unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Que curioso! Isto é possível? Calculo II.indb 83 26/2/2009 09:26:16 Calculo II.indb 84 26/2/2009 09:26:16 85 Para início de conversa Nesta unidade, continuaremos o estudo das integrais . Na unidade 1, você teve contato com dois métodos básicos de in- tegração: o método da substituição e o método da integração por partes . Aqui você vai estudar outras técnicas de integração que, na sua maioria, necessitam dos métodos da Unidade 1 para serem resolvidos . O bom entendimento desta unidade depende muito de você, a prática o ajudará a chegar à perfeição . Bons estudos! Você vai ficar diante de integrais cujos integrandos envolvem funções trigonométricas, potências de funções trigonomé- tricas, integrandos do tipo +2 2u a , −2 2u a e −2 2a u e, finalmente, integrandos que são funções racionais. Particu- larmente gostamos muito das fórmulas de recorrência. Você terá a oportunidade de saber o porquê. Até lá! Calculo II.indb 85 26/2/2009 09:26:16 86 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA Seção 1 Integração no contexto das funções trigonométricas Usando a tabela das integrais imediatas que você já conheceu na Unidade 1 fica estabelecido que: ∫ sen x dx = –cos x + C, pela própria definição de primitiva . ∫ cos x dx = sen x + C, pela própria definição de primitiva . ∫ tg x dx = ln | sec x | + C, por substituição . ∫ cotg x dx = ln | sen x | + C, por substituição . Agora, vamos calcular as integrais de f(x) = sec x e g(x) = cossec x . Usaremos um artifício matemático para o cálculo destas integrais, para, em seguida, usarmos o método da substituição . Na integral da secante, vamos multiplicar e dividir o integrando por sec x + tg x, pois, assim, não alteramos em nada o integrando . Calculo II.indb 86 26/2/2009 09:26:16 87 cálculo II unidade 3 Veja como isso fica interessante: ⋅ + + ⋅ = = + +∫ ∫ ∫ 2 sec x (sec x tg x ) sec x sec x tg xsec x dx dx dx. sec x tg x sec x tg x Fazendo u = sec x + tg x, temos que du = sec x ∙ tg x + sec 2 x, ou seja, du é exatamente o numerador, perfeito não? Deste modo, temos que: = = + = + +∫ ∫ dusec x dx ln| u | C ln| sec x tg x | C. u Agora é a sua vez! prove que ∫ cossec x dx = ln | cossec x – cotg x | + C. use o mesmo artifício do exercício anterior, agora com cossec x – cotg x. Exemplos 1. calcular ∫ x2 cos (x3 – 2)dx. fazendo u = x3 – 2, tem-se du = 3x2 dx, ou seja, = 2du x dx 3 . Assim, − = = = + = − + ∫ ∫ ∫2 3 3 du 1 1 x cos (x 2)dx cos u cos u du sen u C 3 3 3 1 sen (x 2) C. 3 Calculo II.indb 87 26/2/2009 09:26:16 88 unIverSIdAde do Sul de SAntA cAtArInA 2. calcular ∫ tg (ln x) dx x . fazendo u = ln x, tem-se du = 1 x dx. Assim, tg (ln x) dx tg u du ln| sec u| C ln| sec (ln x)| C. x = = + = +∫ ∫ 3. calcular ∫ 4cossec (6t + 1)dt. fazendo u = 6t + 1, tem-se du = 6dt, ou seja, = du dt 6 . portanto, du 4 cossec (6t 1)dt 4 cossec u 6 4 cossec u du 6 2 ln| cossec u cot u| C 3 2 ln| cossec (6t 1) cot (6t 1)| C. 3 + = = = − + = + − + + ∫ ∫ ∫ Agora, vamos deduzir uma série de fórmulas que nos ajudam a calcular integrais que envolvem funções trigonométricas de po- tências de qualquer grau, são as chamadas fórmulas de recorrên- cia . A idéia é reduzir a integral em outra mais simples e do mes- mo tipo . Aplicamos esta fórmula repetidas vezes até conseguir calcular a integral dada . Fórmulas de recorrência (a) encontrar as fórmulas de recorrência para calcular as integrais de: ∫ senn x dx e ∫ cosn x dx. primeiramente, podemos reescrever esta integral de uma outra maneira, acompanhe o raciocínio e veja como fica interessante! ∫ senn x dx = ∫ senn–1 x·sen x dx. Olá amigos, para encontrarmos uma fórmula geral que nos ajude a calcular as integrais de potência de seno, usaremos o método de integração por partes. Calculo II.indb 88 26/2/2009 09:26:17 89 cálculo II unidade 3 fazendo, u = senn–1 x ⇒ du = (n – 1)senn–2 x·cos x dx dv = sen x dx ⇒ v = ∫ sen x dx = –cos x Aplicando a fórmula de integração por partes, tem-se: ∫ senn x dx = senn–1
Compartilhar