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1º Trabalho Avaliativo Online (Data de Entrega até o dia 17 de abril) Ana Flávia Coelho Marques - 4° período, turma D 1) Diferencie “Impedimento” e “Vacância”, enfatizando os impactos práticos dessas categorias jurídicas. O cargo de Presidente da República é central no sistema político brasileiro, sendo ocupado por meio de eleições diretas, conforme estabelecido pelo artigo 77 da Constituição Federal. Uma característica importante desse processo eleitoral é que a escolha do Presidente é simultânea à escolha do Vice-Presidente, formando uma chapa única. A posse do Presidente e do Vice-Presidente ocorre em uma cerimônia conjunta no Congresso Nacional, durante a qual eles fazem o compromisso solene de respeitar a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do país, conforme estipulado no artigo 78 da Constituição Federal. No entanto, se o Presidente ou o Vice-Presidente não assumirem seus cargos dentro de dez dias após a data da posse previamente fixada, a vaga será considerada vaga, ou seja, haverá vacância do cargo. Quando ocorre a vacância da presidência, o Vice-Presidente tem o direito de suceder o cargo de Presidente. Porém, se houver vacância tanto na presidência quanto na vice-presidência (uma vacância dupla), o processo muda de acordo com a proximidade do término do mandato. Se a dupla vacância acontecer nos dois primeiros anos do mandato presidencial, novas eleições diretas devem ser convocadas em até 90 dias após a declaração da vacância. Já se a dupla vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato, as eleições são indiretas, realizadas pelo Congresso Nacional, e devem ser convocadas em até 30 dias após a declaração da vacância. Além disso, há situações em que o Presidente ou o Vice-Presidente podem temporariamente não conseguir exercer suas funções, como em casos de viagens, problemas médicos ou férias. Essas situações são chamadas de impedimento. Para casos de impedimento, a Constituição estabelece uma ordem de sucessão dos cargos de Presidente e Vice-Presidente, conforme o artigo 80. Essa ordem é a seguinte: 1. Vice-presidente. 2. Presidente da Câmara dos Deputados. 3. Presidente do Senado Federal. 4. Ministro presidente do Supremo Tribunal Federal. Se o Presidente ou o Vice-Presidente se ausentarem do país por mais de quinze dias sem autorização do Congresso Nacional, isso resultará na perda do cargo. Esses mecanismos garantem a estabilidade e a continuidade do governo, mesmo em situações de ausência ou vacância dos cargos mais altos do país. Em resumo, temos que nas situações de impedimento, estamos lidando com uma incapacidade temporária, como por exemplo, período de férias, questões de saúde, viagens ao exterior, entre outros. Por outro lado, as situações de vacância envolvem incapacidades permanentes, como renúncia, processo de impeachment, falecimento, entre outras. É importante ressaltar que, enquanto o impedimento refere-se a uma impossibilidade temporária de exercício das funções, o qual pode ser superado após um período determinado, a vacância representa uma impossibilidade definitiva, na qual não há retorno ao cargo ocupado. Além disso, é fundamental observar que as consequências do impedimento do presidente são limitadas à sua substituição temporária por outra autoridade na linha sucessória, mantendo-se a estrutura institucional intacta e operante. 2) Marladow foi eleito Presidente da República, sendo diplomado e, posteriormente, no dia 01 de janeiro de 1995, tomado posse em conjunto com o seu Vice-Presidente, dando início a um mandato de 4 anos. Em março de 1997, por complicações de saúde, o Vice-Presidente decidiu renunciar. Posteriormente, em setembro de 1997, triste pela renúncia do VicePresidente, o Presidente também renunciou ao cargo, como forma de solidariedade ao colega. A partir dos seus estudos sobre a “linha sucessória” e das disposições normativas contidas na Constituição de 1988, analise as situações acima descritas, emitindo uma opinião fundamentada Quando o Vice-Presidente renunciou em março de 1997, isso não afetou diretamente a sucessão presidencial, pois a Constituição não prevê uma linha sucessória explícita para o cargo de Vice-Presidente. Portanto, o Presidente Marladow continuou em seu cargo. No entanto, quando o Presidente renunciou em setembro de 1997, a linha sucessória prevista na Constituição entrou em vigor. De acordo com o artigo 80 da Constituição, em caso de vacância do cargo de Presidente, o Vice-Presidente é o primeiro na linha sucessória. Mas como o Vice-Presidente já havia renunciado anteriormente, não havia um sucessor direto. Nesse cenário, a Constituição determina que o Presidente da Câmara dos Deputados assuma interinamente a presidência até que seja realizada uma eleição indireta pelo Congresso Nacional, conforme o artigo 81 da Constituição. Portanto, após a renúncia do Presidente Marladow, o Presidente da Câmara dos Deputados assumiria a presidência interinamente até a realização de uma nova eleição indireta pelo Congresso Nacional. 3) Em relação aos “Crimes Comuns”, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal possuem as mesmas Imunidades e Prerrogativas que o Presidente da República? Justifique sua resposta. Os governadores dos estados e do Distrito Federal não possuem as mesmas imunidades e prerrogativas que o Presidente da República em relação aos crimes comuns. Isso se deve principalmente às diferenças na estrutura e na esfera de atuação dos cargos. O Presidente da República, por ser o chefe do Poder Executivo federal e ocupar uma posição central na estrutura do Estado brasileiro, possui certas imunidades e prerrogativas estabelecidas pela Constituição Federal. Por exemplo, durante o exercício do mandato, o Presidente não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, salvo em caso de crime comum, após autorização da Câmara dos Deputados, conforme previsto no artigo 86 da Constituição. Por outro lado, os governadores dos estados e do Distrito Federal são chefes do Poder Executivo em suas respectivas unidades federativas, mas não possuem as mesmas imunidades e prerrogativas que o Presidente da República. As constituições estaduais podem estabelecer algumas imunidades e prerrogativas para os governadores, mas geralmente não são tão abrangentes quanto as do Presidente da República. Além disso, a responsabilização criminal dos governadores por crimes comuns segue um procedimento diferente. Eles podem ser processados e julgados conforme as leis e as normas estabelecidas em cada estado, sem a necessidade de autorização prévia de órgãos legislativos, como no caso do Presidente da República. Portanto, embora os governadores exerçam uma função semelhante à do Presidente da República em nível estadual, suas imunidades e prerrogativas em relação a crimes comuns são diferentes e estão sujeitas às normas estabelecidas nas respectivas constituições estaduais e na legislação aplicável. Referências: ● ARAUJO, Luiz Alberto David, e JUNIOR, Vidal Serrano Nunes. Curso de direito constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. ● BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo. 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2020. ● BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 14. ed., São Paulo: Saraiva, 2021.