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Teoria e prática profissional do guia de atrativos

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Teoria e prática profi ssional
do guia de atrativos
Renato Gonzalez de Medeiros
José Carlos de Souza Dantas
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
2
3
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
MINISTÉRIO DO TURISMO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Luíz Inácio Lula da Silva
 
 
 
SECRETÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO, SUSTENTABILIDADE E 
COMPETITIVIDADE NO TURISMO
 
 
NO TURISMO
COORDENADORA DE QUALIFICAÇÃO DE PRESTADORES DE SERVIÇOS 
TURÍSTICOS (COPRES)
 
COORDENADORA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO TURISMO
Jéssica de Oliveira Queiroga
MINISTRA DE ESTADO DO TURISMO
Daniela Mote de Souza Carneiro
SECRETÁRIO-EXECUTIVO
 Wallace Nunes da Silva
 Marcelo Lima Costa
DIRETOR DE QUALIDADE, SUSTENTABILIDADE E AÇÕES CLIMÁTICAS
Leandro Luiz de Jesus Gomes
COORDENADOR-GERAL DE QUALIDADE NO TURISMO
 Daniel Wills
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
4
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
REITOR 
Antonio Claudio Lucas da Nóbrega 
VICE-REITOR
Fabio Barboza Passos
DIRETORA DO CEAD/UFF 
Regina Célia Moreth Bragança
DIRETOR DA FACULDADE DE TURISMO E HOTELARIA 
João Evangelista Dias Monteiro 
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE TURISMO 
Fábia Trentin 
COORDENADORA DO PROJETO 
Fábia Trentin
Vice-coordenador 
Carlos Lidizia 
 
Equipe LabPGTUR 
Beatriz Cardoso 
Lays Evangelista 
Maria Eduarda Teixeira 
Rafaellen Franklin
Revisoras: 
Nathália de Ornelas N. de Lima 
Camila Louzada Coutinho
 
Capa e Designer: 
Paulo Carvalho
 
5
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
Direitos desta edição reservados ao Laboratório de Políticas, 
Governança e Turismo (LabPGTUR) e a Coordenação de Educação a 
Distância (CEAD/UFF)
Todo o conteúdo é de responsabilidade dos autores.
É permitida a reprodução total ou parcial desta obra desde que citada a 
fonte.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Medeiros, Renato Gonzalez de 
Teoria e prática profissional do guia de atrativos [livro eletrônico] / Renato 
Gonzalez de Medeiros, José Carlos de Souza Dantas. -- Niterói, RJ : Laboratório de 
Políticas, Governança e Turismo (LabPGTUR) : Cead - Coordenação de Educação 
a Distância - UFF, 2023. 
 PDF 
Bibliografia. 
ISBN 978-65-84620-18-6 1
1. Guias de turismo (Pessoas) 2. Turismo Aspectos econômicos 3. Turismo - 
Guias I. Dantas, José Carlos de Souza. II. Título. Índices para catálogo sis
23-167367 CDD-338.4791
Índices para catálogo sistemático:
1. Turismo : Economia 338.4791
Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
6
Teoria e Prática Profissional 
do Guia de Atrativos
Renato Gonzalez de Medeiros
E-mail: renatomedeiros@id.uff.br
José Carlos de Souza Dantas
E-mail: jdantas@id.uff.br
CEAD/UFF
(LabPGTUR)
2023
7
Teoria e Prática Profi ssional do Guia de Atrativos
Renato Gonzalez de Medeiros
Professor da Faculdade de Turismo e Hotelaria da 
Universidade Federal Fluminense (UFF), desde 2006, 
é doutor em Sociologia e Direito pela UFF, mestre em 
Ciências da Comunicação pela USP, especialista em 
Turismo pela FGV e graduado em Administração de Empresas pela 
UFRJ. Atuou profi ssionalmente como guia de turismo, gerente de operações e na 
formação e aperfeiçoamento de guias de turismo, por mais de 30 anos. Também 
trabalhou como agente de viagens, consultor de planejamento turístico e de 
gestão de negócios.
Contato: renatomedeiros@id.uff .br
Lattes:http://lattes.cnpq.br/1944130523813923
José Carlos de Souza Dantas
Professor da Faculdade de Turismo e Hotelaria da 
Universidade Federal Fluminense (UFF), Professsor da 
Universidade Veiga de Almeida, Mestre em Turismo 
pelo Centro Universitário Ibero Amerciano, Especialista 
em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade 
Estácio de Sá, Graduado em Turismo pelo Centro Universitário 
Plínio Leite e Graduado em Formação de Professores pelas Faculdade Niteroiense 
de Formação de Professores. Experiência na área de turismo no setor do 
agenciamento de viagens. Atuou profi ssionalmente em consultoria em turismo, 
gestão de negócios e capacitação profi ssional para o turismo. Atua como gestor 
de agência de viagens.
Contato: jdantas@id.uff .br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4696734213649495
Turismo pela FGV e graduado em Administração de Empresas pela 
em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade 
Estácio de Sá, Graduado em Turismo pelo Centro Universitário 
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
8
9
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
Sumário:
Introdução _______________________________________ 09
1. Transformando passeios em experiências 
inesquecíveis_____________________________________ 11
1.1. Turismo em transformação ________________________________ 12
1.2. Perfis de viajantes que todo guia deve conhecer ______________ 13
1.3. O coreógrafo das experiências personalizadas ________________ 19
2. O guia de turismo e sua relação com os turistas _____ 22
2.1. Papéis do guia de turismo e sua relação com os turistas _________ 22
3. Descobrindo um mundo de possibilidades _________ 32
3.1. As diferenças entre guias regionais e guias especializados ______ 33
3.2. As vantagens de uma experiência mais 
profunda e personalizada ____________________________________ 34
3.3. O problema das definições e o risco de aventura ______________ 36
3.4. Algumas formas de especialização do guia 
de atrativos naturais _________________________________________ 38
3.5. Algumas formas de especialização 
do guia de atrativos culturais __________________________________ 41
4. Informação é encantamento _____________________ 46
4.1. Interpretando cidades e paisagens __________________________ 47
4.2. Contando histórias ______________________________________ 57
4.3. Criando o tour com o turista _______________________________ 60
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
10
5. Planejamento do roteiro _________________________ 63
5.1. Roteiro da operadora x roteiro do próprio guia ________________ 64
5.2. Identificando os objetivos do tour __________________________ 66
5.3. Adaptando o roteiro original aos objetivos do tour _____________ 68
5.4. Revisando e ajustando o tema central e a abordagem __________ 70
5.5. Pontos críticos e plano de contingência ______________________ 71
5.6. Verificando a logística ____________________________________ 73
5.7. Fazendo as reservas, agendando as visitas e providenciando os 
equipamentos _____________________________________________ 76
5.8. A inspeção prévia do percurso _____________________________ 78
5.9. Atualizando as informações _______________________________ 79
5.10. Acompanhando a previsão do tempo ______________________ 79
5.11. A vestimenta adequada para os turistas ____________________ 80
5.12. Fazendo contato prévio com os turistas _____________________ 81
5.13. Imprimindo a documentação e separando o material _________ 82
6. Recepção e operação do tour _____________________ 84
6.1. A recepção do tour 87
6.2. A apresentação do tour ___________________________________ 91
6.3. Técnicas de condução de tours _____________________________ 93
6.4. Finalização do tour _____________________________________ 100
Considerações finais _____________________________ 100
Referências _____________________________________ 104
11
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
Introdução
Olá, guia de turismo apaixonado pelo seu trabalho! Chegou a hora de 
aprimorar suas habilidades e mergulhar em uma jornada de aprimoramento 
profissional. Neste módulo, vamos explorar as técnicas e os processos necessários 
para proporcionar passeios turísticos personalizados, inesquecíveis e seguros, 
seja no turismo cultural ou nos atrativos naturais.
Mas, calma, não estamos aqui para ensinar o que você já sabe tão bem! Nós 
reconhecemos e valorizamos sua experiência no dia a dia dessa profissão cheia de 
desafios e emoções. Nossoobjetivo é complementar seu conhecimento com uma 
nova perspectiva, sistematizando técnicas e abordagens utilizadas no Brasil e no 
exterior. Nós nos dedicamos a juntar o conhecimento prático que você já possui 
com uma leitura inovadora da profissão. Queremos expandir seus horizontes e 
abrir novas possibilidades para que você se torne um guia de turismo ainda mais 
completo e diferenciado.
Este módulo foi cuidadosamente elaborado por uma dupla de profissionais 
especializados na formação de profissionais de turismo e que já atuaram 
como guias, supervisores de guias e gerentes de operações. Estamos aqui para 
apoiar você nessa jornada de aprendizado e crescimento e para compartilhar 
conhecimentos adquiridos ao longo de muitos anos de experiências e reflexões.
Para entregar essa proposta, dividimos o tema em seis tópicos.
Em “O Guia de Turismo e sua Relação com os Turistas” procuraremos falar 
sobre os diversos papéis que um guia de turismo executa em seu trabalho diário e 
provocar uma reflexão sobre como esse profissional pode usar de suas habilidades 
para proporcionar um tour especializado mais relevante para o turista e criar mais 
valor para o seu trabalho.
No tópico “Transformando Passeios em Experiências Inesquecíveis” vamos 
discutir as mudanças que estão acontecendo na atividade turística e alguns tipos 
de turistas que estão surgindo em um mundo em transformação. Compreender 
esses perfis ajudará os guias de turismo a personalizar suas abordagens e oferecer 
experiências sob medida.
“Descobrindo um Mundo de Possibilidades” é uma conversa sobre as 
diferenças entre o guia regional e o guia especializado em atrativos naturais e 
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
12
culturais e como essa distinção pode representar para o turista a oportunidade 
de uma experiência mais profunda e personalizada e ser uma forma de o guia de 
turismo se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
Em “Informação é Encantamento” vamos conversar sobre como usar as 
informações sobre história, geografia, cultura e natureza para transformar um 
tour em uma experiência encantadora para os turistas, por meio de técnicas de 
interpretação e contação de histórias.
No tópico “Preparando a Operação do Roteiro” abordaremos a importância 
de um planejamento minucioso e as diversas etapas do processo da preparação 
prévia para a realização de um tour. Discutiremos, ainda, a diferença entre um 
programa fornecido por uma operadora e um roteiro personalizado desenvolvido 
pelo próprio guia, de acordo com a legislação vigente.
Por fim, no tópico “Recepção e Operação do Tour”, vamos conversar sobre 
algumas técnicas de guiamento com o objetivo de fornecer conhecimentos 
essenciais, dicas práticas e insights valiosos para aprimorar suas habilidades como 
guia de turismo e valorizar a sua atuação profissional.
Então, prepare-se para explorar novos caminhos e descobrir como elevar 
sua profissão a um novo patamar. Estamos ansiosos para acompanhá-lo nessa 
aventura, ajudando-o a se tornar um guia de turismo ainda mais capacitado, 
inspirador e preparado para encantar seus clientes. Vamos começar essa jornada 
juntos?
13
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
1. Transformando passeios em experiências 
inesquecíveis
Olá, guia de turismo! Neste tópico, vamos mergulhar no fascinante tema 
dos novos turistas1, em face do crescente avanço de um mundo cada vez mais 
digital. 
No cenário turístico atual, é fundamental que os guias de turismo estejam 
preparados para atender aos diferentes perfis de viajantes que surgiram no século 
XXI. Com a evolução da sociedade e o avanço das tecnologias, novas formas de 
viajar e conhecer destinos têm surgido. Vamos explorar algumas mudanças e 
suas implicações para a prática profissional dos guias especializados em atrativos 
culturais ou naturais.
Objetivo geral
Fornecer uma visão abrangente sobre as transformações no setor do 
turismo, os perfis de viajantes mais comuns e o papel do guia de turismo como 
o coreógrafo das experiências turísticas personalizadas. Ao final deste tópico, 
esperamos que você esteja preparado para compreender as demandas do 
mercado atual, conhecer alguns dos perfis de viajantes que irá encontrar em seu 
trabalho e utilizar as técnicas de guiamento (tour guiding) adequadas para criar 
experiências inesquecíveis para os turistas.
Objetivos específicos 
Ao final deste tópico, esperamos que você seja capaz de:
• reconhecer as mudanças e tendências atuais no setor do turismo e se 
adaptar a essas transformações como guia de turismo;
• identificar os impactos da tecnologia, sustentabilidade e diversificação 
dos destinos no contexto do turismo em transformação;
• identificar e compreender os diferentes perfis de viajantes, como 
o turista consciente, o turista conectado e o turista de experiência; 
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
14
• desenvolver estratégias para adaptar as técnicas de guiamento de 
acordo com cada perfil de viajante, visando proporcionar experiências 
enriquecedoras e satisfatórias; e
• reconhecer o papel fundamental do guia de turismo como 
criador e coordenador das experiências turísticas personalizadas. 
1.1 Turismo em transformação
Antes de mais nada, é importante entender a conceituação da experiência 
turística e sua relação com a vida cotidiana. Para nos ajudar com esse percurso, 
vamos usar as ideias de Uriely (2005). Por muito tempo, acreditava-se que o 
turismo era uma forma de escapar da rotina, uma inversão temporária das 
atividades cotidianas em busca de novidades, estranheza e autenticidade. No 
entanto, a partir dos anos 90, uma nova perspectiva foi se estabelecendo.
O autor argumenta que as experiências turísticas estão se entrelaçando cada 
vez mais com a vida diária por meio dos meios de comunicação e ambientes 
simulados. Pense em como as redes sociais e os blogs de viagem nos transportam 
para destinos distantes sem sair de casa. Ou mesmo como a realidade virtual nos 
permite explorar lugares incríveis sem sair do sofá. O turismo está se tornando 
parte integrante de nosso dia a dia, misturando-se com nossas atividades 
15
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
rotineiras de maneiras inimagináveis.
O turismo também está se infiltrando no ambiente de trabalho, uma vez que 
os turistas de negócios estão aproveitando suas viagens para combinar atividades 
turísticas. Há até um nome para isso: bleisure2. Antigamente, os viajantes a negócio 
focavam puramente as reuniões e os compromissos profissionais, mas, atualmente, 
eles exploram a cidade, visitando pontos turísticos e mergulhando na cultura 
local. Essa fusão de trabalho e turismo traz uma nova dimensão à experiência da 
viagem, transformando-a em algo mais enriquecedor e memorável.
A diversidade de motivações e significados atribuídos às experiências 
turísticas também é um ponto importante a ser considerado. Cada pessoa tem 
suas próprias razões para viajar e suas próprias expectativas em relação a essa 
experiência. Alguns viajam em busca de aventura e adrenalina, enquanto outros 
procuram relaxamento e tranquilidade. Existem aqueles que buscam imersão 
cultural, desejando explorar a história e a arte de um destino. E há também os 
viajantes que buscam conexões sociais, desejando interagir com pessoas de 
diferentes origens e culturas.
Por último, mas não menos importante, é crucial enfatizar o papel 
fundamental da subjetividade na experiência turística. Cada pessoa que se 
aventura como turista tem a capacidade singular de atribuir significados 
pessoais às suas vivências. Esses significados vão além das expectativas e objetos 
estabelecidos pelo mercado do turismo. Na verdade, a experiência de viajar é 
moldada tanto pela influência dos prestadores de serviços turísticos quanto pela 
prática individual e pela interpretação pessoal dos turistas. É por meio dessa 
interação subjetiva que a experiência turística se torna verdadeiramente única e 
significativa para cada indivíduo.Imagine visitar um museu e se deparar com uma obra de arte que te 
emociona profundamente. O significado dessa experiência não é apenas o que o 
mercado turístico definiu para você, mas sim a interpretação pessoal e emocional 
que você atribui àquela obra. É essa subjetividade que torna cada experiência 
turística única e especial.
Portanto, as mudanças no turismo nos levam a repensar nossas perspectivas 
2 Bleisure é um termo em inglês que mistura outros dois termos, o Business (negócios) e o Leisure 
(lazer).
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
16
e abordagens como guias de turismo. Precisamos estar atentos a essas 
transformações e entender como elas afetam a experiência dos nossos turistas. 
Devemos buscar constantemente formas inovadoras de proporcionar vivências 
autênticas, explorar a fusão entre trabalho e lazer e compreender as motivações 
individuais dos viajantes.
Ao nos adaptarmos a essas mudanças, nos tornamos guias de turismo mais 
preparados e capazes de oferecer um serviço de qualidade. Vamos explorar juntos 
as técnicas de guiamento que nos ajudarão a proporcionar experiências incríveis 
em visitas e passeios voltados ao turismo cultural ou atrações naturais. Afinal, 
o turismo está em constante evolução, e nós, como profissionais, precisamos 
acompanhar essa jornada emocionante.
1.2 Alguns perfis de viajantes que todo guia de turismo 
deve conhecer
A complexidade do mercado turístico é algo fascinante! São tantos 
segmentos e tipos de turismo, que às vezes fica até difícil acompanhar. O mercado 
turístico é extremamente diversificado, com uma infinidade de segmentos que 
atendem a diferentes interesses, preferências e necessidades dos viajantes. Cada 
tipo de turismo possui suas próprias características e propósitos, o que torna esse 
mercado tão complexo e atraente.
Para capturar essa rica diversidade, foram propostas diferentes tipologias de 
turistas. Essas classificações nos ajudam a entender melhor as motivações e os 
comportamentos dos viajantes. Os motivos são disposições internas distintas que 
despertam, direcionam e integram o comportamento de uma pessoa. Eles são 
influenciados por características psicossociológicas como necessidades, valores 
ou atitudes (KAY, 2009).
Cabe ressaltar que a sustentabilidade, pilar do turista contemporâneo, 
deve permear todo o trabalho do guia de turismo. Dessa forma, entender que 
o conceito da sustentabilidade é atender às necessidades da sociedade atual, 
sem comprometer às necessidades das gerações futuras (OMT, 2003), deve ser 
um compromisso constante desse profissional que proporciona experiências 
turísticas nos atrativos naturais e culturais.
17
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
Neste módulo do curso, esperamos capacitar você para se tornar um 
especialista em atrativos naturais e culturais. Por isso, vamos apresentar três tipos 
de turistas interessantes que você deve conhecer para adaptar e personalizar 
suas abordagens, de modo a atender às expectativas e necessidades específicas 
de cada grupo. É claro que nem todos os seus clientes vão se enquadrar nessas 
categorias, mas é uma forma de você compreender esses turistas um pouco 
melhor e adaptar seus conhecimentos a qualquer tipo de passageiro com o qual 
você irá trabalhar. Vamos conhecer um pouquinho desses viajantes?
Turista consciente
Esse tipo de turista é uma tendência crescente no setor do turismo, 
impulsionada pelo desejo de muitos viajantes por experiências conectadas com 
a contemporaneidade. O turista consciente está cada vez mais preocupado com 
questões éticas e sustentáveis em suas viagens (WAGNER, 2005).
Diferentes segmentos têm surgido para atender a essa demanda. O 
ecoturismo, o geoturismo e o turismo rural são exemplos de nichos populares que 
buscam abordar essas preocupações éticas. O turista consciente quer saber qual 
hotel protege mais o meio ambiente ou qual oferece um melhor suporte para a 
comunidade local. Essas questões se tornam mais importantes para os viajantes do 
que a proximidade do hotel com a praia ou o tipo de brinde deixado no travesseiro.
É importante destacar que a oferta de passagens aéreas de baixo custo tem 
aumentado a quantidade de viagens internacionais, resultando em mais poluição 
no ar e em outros custos ambientais que não são considerados no preço do 
turismo. No entanto, agora o viajante consciente tem a opção de escolher uma 
companhia aérea que compense suas emissões de carbono, adquirindo créditos 
correspondentes às milhas percorridas. Embora isso possa resultar em um custo 
adicional para o voo, o viajante tem a garantia de que o dinheiro extra é investido 
em tecnologias verdes, projetos de reflorestamento ou outras iniciativas para 
neutralizar as emissões produzidas pelo voo. No entanto, a busca por atrair os 
dólares éticos pode levar a práticas de marketing antiéticas, levantando o espectro 
do chamado greenwashing (ou “maquiagem verde”). Muitas empresas adotam 
nomes que sugerem responsabilidade ambiental, mas podem não corresponder 
verdadeiramente a isso. É importante estar atento a essas práticas e procurar por 
opções autenticamente responsáveis.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
18
No contexto do turismo consciente, são utilizadas diferentes terminologias 
para descrever abordagens e práticas específicas. Algumas delas incluem 
(WAGNER, 2005):
Ecoturismo. Diz respeito a viagens a locais onde o meio ambiente é 
preservado e o bem-estar das comunidades locais é promovido.
Geoturismo. Sustenta ou realça as características geográficas de um lugar, 
incluindo seu ambiente, patrimônio e sua estética e cultura.
Turismo baseado na natureza. Apoia-se na promoção do ambiente natural 
de uma região.
Turismo responsável. Qualquer forma de turismo que maximize os benefícios 
para as comunidades locais e minimize os impactos negativos no meio ambiente 
e na cultura local.
Turismo sustentável. Atende às necessidades dos viajantes atuais e dos 
países anfitriões, ao mesmo tempo que protege e aprimora as oportunidades 
para futuras experiências turísticas.
Essas terminologias descrevem diferentes abordagens para garantir que o 
turismo seja benéfico para as comunidades locais, respeite o meio ambiente e 
preserve a cultura e o patrimônio. Os guias de turismo conscientes desempenham 
um papel fundamental na promoção dessas práticas éticas, fornecendo 
informações e orientações aos turistas para que eles possam tomar decisões 
responsáveis durante seus passeios.
Turista conectado
O termo se refere ao turista que está conectado digitalmente por meio do 
uso de tecnologias de informação e comunicação durante sua experiência de 
viagem. Essas tecnologias podem incluir o uso de dispositivos móveis, como 
smartphones e tablets, e o acesso a redes sociais, sites, aplicativos de viagem e 
outras plataformas online que facilitam a vida do viajante, desde a pesquisa e o 
planejamento da viagem até a experiência no destino.
Wang e outros autores (2016) mostram que, com um telefone em mãos, os 
turistas podem buscar informações sobre os destinos, encontrar atrações turísticas, 
fazer reservas de hospedagem e transporte, interagir com outros viajantes em 
19
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
comunidades virtuais, 
compartilhar fotos e 
experiências nas redes 
sociais e muito mais. 
Os smartphones se 
tornaram verdadeiros 
guias de bolso, 
permitindo que 
os turistas tenham 
acesso imediato a 
informações atualizadas 
e relevantes. Além de 
smartphones, outras 
tecnologias também 
estão ganhando destaque no turismo conectado. Temos os cartões inteligentes, 
que facilitam o acesso a serviços e atrações turísticas, oferecendo praticidade e 
agilidade aos visitantes. Também temos a realidade aumentada, que possibilita 
aos turistas terem experiências interativas e imersivas nos destinos, explorando 
informações e elementos virtuais sobre o ambiente real.
O turista conectado busca por experiências personalizadas, flexíveis e 
convenientes.Ele valoriza o acesso rápido à informação, a facilidade de realizar 
reservas e transações online e a possibilidade de interagir com outros viajantes. 
Além disso, o turista conectado é mais exigente e crítico em relação aos serviços 
oferecidos e busca mais qualidade, valor pelo dinheiro investido e segurança.
Para os guias de turismo, essa nova realidade traz desafios e oportunidades. 
É necessário compreender as necessidades e expectativas do turista conectado 
para poder adaptar as técnicas de guiamento e oferecer uma experiência 
enriquecedora e alinhada às demandas atuais. Os guias podem utilizar a 
tecnologia a seu favor, como aplicativos e recursos digitais, para complementar 
suas informações e proporcionar uma visita mais interativa e envolvente, além 
de oferecer seus serviços para compras online. No entanto, é importante lembrar 
que, mesmo com toda a tecnologia disponível, a presença humana e o contato 
pessoal ainda são fundamentais no turismo. Os guias de turismo têm o papel de 
criar conexões emocionais com os turistas, oferecendo informações adicionais, 
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
20
histórias interessantes e uma abordagem acolhedora. A tecnologia pode ser uma 
aliada, mas o toque humano faz toda a diferença na experiência do turista.
Turista de experiência
Esse é um tipo de turista que busca vivenciar experiências únicas e autênticas 
durante suas viagens. Ele não está apenas interessado em visitar os pontos 
turísticos tradicionais, mas, sim, se conectar com a cultura, história e natureza do 
destino de uma maneira mais profunda.
Segundo Zhang e Walsh (2020), quando falamos em experiência turística, 
estamos nos referindo ao conjunto de sentimentos e sensações que uma pessoa 
vivencia ao interagir com um evento ou lugar especial durante uma viagem. Essa 
experiência é diferente das vivências do dia a dia e envolve aspectos emocionais, 
físicos, espirituais e intelectuais. Além disso, é importante considerar tanto as 
experiências que acontecem no local visitado quanto as lembranças das viagens 
passadas que ficam na memória do turista. Os mesmos autores destacam que a 
experiência turística é algo subjetivo e pessoal, ou seja, cada indivíduo vivencia 
e interpreta suas experiências de forma única, levando em conta sua própria 
perspectiva e o ambiente específico em que está inserido. Além disso, a motivação 
do turista tem relação com sua satisfação e seu comportamento durante a viagem.
O turista de experiência é motivado pela busca por momentos memoráveis, 
pela imersão na cultura local e pela oportunidade de aprender algo novo. Ele está 
em busca de interações autênticas com os habitantes locais, de experimentar a 
gastronomia típica, de participar de atividades culturais e artísticas, de explorar a 
natureza e de se envolver com as tradições e costumes do lugar que estão visitando.
Diferentemente do turista tradicional, que pode se contentar em apenas 
observar os pontos turísticos de forma passiva, o turista de experiência deseja 
se envolver ativamente no destino. Ele quer participar de tours guiados por 
especialistas, que vão além da transmissão de informações básicas e proporcionam 
insights e histórias interessantes sobre o local. Ele valoriza a interatividade, a 
conexão emocional e a oportunidade de experimentar algo autêntico.
As principais motivações do turista de experiência incluem3: 
1. Aprendizado e enriquecimento cultural. O turista de experiência está 
21
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
interessado em conhecer novas culturas, tradições e costumes. Ele quer 
aprender sobre o patrimônio, a arte, a história, a música, o entretenimento, 
a moda, o vestuário, os eventos culturais, a arquitetura e a culinária do 
destino para ampliar seus conhecimentos e perspectivas. 
2. Envolvimento com a comunidade local. O turista de experiência deseja se 
sentir parte do destino, interagindo com os moradores locais, aprendendo 
com eles e trocando conhecimentos e experiências, participando de 
atividades e eventos locais e explorando os lugares menos turísticos e 
mais autênticos.
3. Autenticidade. O turista de experiência busca autenticidade e não 
quer apenas ver fachadas turísticas típicas, mas sim ter experiências 
reais e locais. A demanda por produtos tradicionais e locais também 
está relacionada a essa busca por autenticidade. Ele quer ir além das 
representações turísticas e das reproduções superficiais da localidade. 
Ele deseja ver o que não é visto comumente, ouvir o que não é ouvido 
normalmente e, por isso, procura oportunidades para mergulhar na 
realidade local. 
4. Conexão emocional. O turista de experiência quer se sentir 
emocionalmente conectado ao destino. Ele busca vivências que 
despertem emoções e sentimentos positivos e que criem memórias 
duradouras.
5. Sustentabilidade e responsabilidade. O turista de experiência valoriza a 
sustentabilidade e a responsabilidade social. Ele é sensível às diferenças 
culturais e valoriza o respeito pela cultura local. Ele deseja vivenciar as 
tradições de forma respeitosa, evitando comportamentos ofensivos 
ou invasivos, e busca experiências que sejam respeitosas com o meio 
ambiente e que contribuam para o desenvolvimento sustentável do 
destino.
6. Autoconhecimento e crescimento pessoal. O turista de experiência vê 
as viagens como oportunidades de autoconhecimento e crescimento 
pessoal. Ele está aberto a novas experiências, desafios e aprendizados e 
busca expandir suas próprias fronteiras.
7. Serviços. Embora o turista de experiência busque novidade e 
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
22
autenticidade, ele também deseja um certo grau de familiaridade, 
segurança e previsibilidade em suas experiências. A experiência geral do 
turismo pode ser prejudicada se esses aspectos de apoio não estiverem 
em um padrão adequado. A paz de espírito, como conforto físico, higiene 
e segurança, é uma dimensão importante da experiência turística.
8. Tecnologia. O turista de experiência faz uso da tecnologia para planejar 
suas viagens, buscar informações atualizadas e criar interações digitais 
durante as visitas. A tecnologia, portanto, desempenha um papel 
significativo na rotina desse tipo de turista.
Para os guias de turismo, é fundamental compreender as motivações dos 
turistas de experiência e adaptar suas técnicas de guiamento para atender a 
essas expectativas. É importante oferecer roteiros e atividades que proporcionem 
uma imersão autêntica na cultura local, estimulem a interação com os habitantes 
locais, promovam a sustentabilidade e transmitam informações relevantes e 
enriquecedoras sobre o destino. 
1.3 O Coreógrafo das 
experiências turísticas 
personalizadas
O trabalho de um coreógrafo 
que concebe e concretiza ações que 
estão ligadas a uma construção cênica 
deve estar no radar de atuação do 
guia de turismo, pois, como vimos, 
os turistas desejam ter um papel 
mais ativo em suas visitas e passeios 
e buscam experiências interativas 
e personalizadas que ajudem a dar 
significado à viagem. Weiler e Black 
(2015) mostram que os estudos sobre 
o turismo costumam adotar uma 
abordagem centrada na experiência 
do turista, utilizando metáforas 
23
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
dramatúrgicas para descrever como o turismo acontece por meio de encontros e 
representações. A experiência turística é composta por diferentes componentes, 
como estímulos sensoriais, reações afetivas, habilidades cognitivas, ações 
realizadas e relacionamentos relevantes.
Diante desse contexto, as autoras sugerem a necessidade de repensar o 
papel do guia de turismo e sua comunicação com os turistas. A comunicação 
tradicional do guia para o turista, realizada em modo unidirecional, parece 
limitada em uma indústria do turismo centrada na experiência e no consumidor. 
A revisão sistemática de estudos sobre guias e condução de tours revelou a 
necessidade de uma mudança na comunicação do guia. Ele deixa de ser um 
meroapresentador e passa a ser visto como um mediador ou coreógrafo da 
experiência, enquanto os turistas são considerados participantes ativos.
O conceito de cocriação do turista no produto turístico pode ser definido 
como a participação do turista no processo de criação e desenvolvimento de sua 
própria experiência turística (BEEVOR, 2021). Em vez de ser um mero receptor 
passivo dos serviços e atrações turísticas, o turista se envolve ativamente na 
criação e personalização da sua experiência de viagem.
Esse conceito envolve uma mudança de perspectiva, na qual o turista é 
visto como um cocriador e colaborador no design da sua própria experiência. 
Isso significa que o turista não apenas consome os produtos e serviços turísticos 
oferecidos, mas também contribui com ideias, preferências e interesses 
pessoais para moldar a experiência de acordo com suas necessidades e 
desejos.
Existem várias maneiras pelas quais a cocriação do turista pode ocorrer. 
Por exemplo, ele pode participar ativamente na elaboração do itinerário 
da viagem, selecionando os locais que deseja visitar e as atividades que 
deseja realizar. Ele também pode interagir com os moradores locais, obter 
recomendações personalizadas e participar de eventos culturais ou atividades 
tradicionais. Cabe destacar que a cocriação na elaboração do itinerário da 
viagem pode não se adequar aos roteiros pré-determinados para o turismo 
de massa.
Além disso, a tecnologia desempenha um papel importante na cocriação 
do turista, fornecendo ferramentas e plataformas que permitem aos turistas 
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
24
personalizar sua experiência, como a reserva de acomodações, a escolha de roteiros 
turísticos específicos, a interação com aplicativos de viagem e compartilhamento 
de experiências em mídias sociais.
O processo de cocriação no produto turístico oferece benefícios tanto 
para os turistas quanto para os locais visitados. Os turistas têm a oportunidade 
de criar uma experiência mais significativa e personalizada, adaptada às suas 
preferências individuais. Ao mesmo tempo, os destinos turísticos podem se 
beneficiar pelo aumento na satisfação dos turistas, ganhar mais engajamento e 
fidelidade, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável do turismo 
local.
E como isso impacta o trabalho do guia de turismo? Como o guia 
especializado em atrativos vai conseguir entregar aprendizado cultural, imersão 
local, autenticidade, conexão emocional, sustentabilidade, responsabilidade, 
autoconhecimento e crescimento pessoal, proporcionar experiências 
enriquecedoras, facilitar a imersão local, promover interações com moradores, 
explorar locais autênticos e menos turísticos, permitindo que os turistas 
participem ativamente na definição dos roteiros, atividades e experiências, de 
acordo com seus interesses e desejos individuais? 
Calma! Mais à frente, no tópico 4, vamos ver como o guia de turismo 
especializado dispõe de ferramentas para agregar valor à experiência do turista, 
permitindo que o visitante participe de forma ativa da produção do seu próprio 
produto turístico.
25
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
Sugestões de atividades para reflexão
O estudo individual é uma oportunidade valiosa para aprimorar suas 
habilidades profissionais e se destacar no mercado. As atividades propostas, ao 
final de cada tópico, têm como objetivos aprofundar seu conhecimento sobre 
teoria e prática no trabalho de guia de turismo, bem como estimular a reflexão e 
a aplicação dos conceitos apresentados no material.
1. Para oferecer experiências autênticas e personalizadas, é essencial 
compreender os diferentes perfis de turistas que surgiram no século 
XXI. Realize uma pesquisa, explorando fontes diversas, como sites 
especializados em turismo, blogs de viagem, revistas ou até mesmo vídeos 
de viagens. Busque exemplos sobre os perfis de turistas contemporâneos, 
levando em consideração fatores como idade, interesses, motivações 
e expectativas. Explore como esses perfis impactam as preferências e 
necessidades dos turistas durante as visitas e passeios. Com base nessa 
análise, identifique estratégias para adaptar seu serviço e atender às 
demandas específicas de cada perfil.
2. Elabore roteiros personalizados para cada um dos tipos de turistas 
apresentados, considerando as características e preferências de cada grupo 
ao criar os itinerários. Utilize destinos específicos da sua área de atuação 
para desenvolver roteiros que explorem os aspectos que mais interessam a 
cada tipo de turista. Por exemplo, para o turista consciente, o roteiro pode 
incluir visitas a locais de preservação ambiental, projetos sociais e atividades 
que promovam o turismo responsável. Para o turista conectado, o roteiro 
pode incluir paradas em pontos turísticos que permitam fotografias 
“instagramáveis”, com boa conectividade à internet e sugestões de aplicativos 
ou recursos digitais para complementar a experiência. Já para o turista 
de experiência, o roteiro pode destacar atividades que ofereçam imersão 
cultural, interações com a comunidade local e experiências autênticas.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
26
2. O guia de turismo e sua relação com os turistas
No tópico anterior, conversamos sobre novos tipos de turistas, suas 
motivações e como eles participam ativamente da criação do seu próprio produto 
turístico. Neste tópico, vamos discutir quais são os papéis tradicionalmente 
desempenhados pelos guias de turismo e como eles ainda dão conta de lidar com 
esses novos turistas.
Objetivo geral
Explorar os papéis desempenhados pelo guia de turismo, como os da 
liderança e mediação no turismo. Ao final deste tópico, esperamos que você 
esteja preparado para desempenhar efetivamente os diferentes papéis do guia 
de turismo e utilize as técnicas apresentadas para criar experiências turísticas 
significativas.
Objetivos específicos
Ao final deste tópico, esperamos que você seja capaz de:
• identificar os diferentes papéis desempenhados pelo guia de turismo, 
como educador, animador, mediador cultural e líder;
• compreender a importância de cada papel na criação de experiências 
turísticas de qualidade;
• analisar os conceitos de liderança instrumental e social no contexto do 
turismo;
• aplicar as habilidades de mediação interativa e comunicativa para lidar 
com diferentes situações e públicos durante as visitas e tours; e
• aplicar as habilidades de liderança instrumental e social para enfrentar e 
conduzir seus passageiros durante passeios turísticos.
2.1 Papéis do guia de turismo e sua atuação profissional
Para muitos autores, o guia de turismo é um profissional que desempenha 
inúmeros papéis (FINE e SPEER (1985); HOWARD; THWAITES e SMITH (2001); 
27
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
REISINGER e STEINER (2006). De acordo com Ap e Wong (2001), a mediação e 
intermediação cultural são duas funções interpretativas do trabalho dos guias de 
turismo. Os guias fazem a mediação entre os turistas e os habitantes locais e o 
ambiente. A mediação vai além de dizer aos turistas como devem pensar e sentir as 
suas experiências. Ela deve levá-los às suas próprias conclusões e a aprender. 
 Erik Cohen (1985) publicou um trabalho, considerado um clássico, para 
explicar os diferentes papéis desempenhados pelos guias de turismo. Todos os 
que pesquisam e escrevem sobre essa profissão usam seu trabalho como base 
para seus estudos. Ele dividiu os papéis do guia em duas esferas: a da liderança e 
a da mediação. Cada uma dessas esferas foi dividida em outros dois componentes, 
conforme vemos na figura 1, abaixo.
Figura 1 − Representação esquemática dos principais componentes dos papéis do guia de 
turismo.
Fonte: Cohen (1985).
A seguir, você, guia de turismo, poderá identificar os principais componentes 
do papel do guia e as sugestões práticas para trabalhar com esse novo turista.
A esfera da liderança instrumental abarca os elementos: 
a) Direção – Essafunção corresponde às origens do guia, que é mostrar o 
caminho aos turistas, orientando-os sobre como chegar aos locais desejados e 
indicando as possíveis alternativas para alcançarem os pontos de interesse. O 
guia é responsável por conduzir os turistas e garantir que eles se locomovam 
de forma eficiente e segura durante o passeio. 
Direcionado para 
fora do grupo
Direcionado para 
dentro do grupo
Esfera da Liderança Instrumental Social
Esfera da Mediação Interação Comunicação
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
28
 A liderança instrumental e sua componente de direção desempenham um 
papel fundamental ao atender aos “turistas conectados”, que utilizam a 
tecnologia como aliada em suas viagens. Esses turistas usam blogs e sites 
de viagens para planejar suas viagens, seja para preparar roteiros e visitas 
ou comprar os serviços que irá utilizar. Com o auxílio de GPS e aplicativos de 
orientação, eles podem até traçar o caminho a ser percorrido. 
 Isso soa como uma ameaça ao trabalho do guia? Talvez! Com certeza uma 
parcela desses turistas irá prescindir do trabalho do guia, mas outra parcela 
pode se beneficiar grandemente da ajuda desse profissional.
 Guias de turismo, portanto, precisam estar atualizados sobre as ferramentas 
tecnológicas disponíveis e saber como integrá-las em suas práticas profissionais. 
Isso permite que os guias proporcionem uma experiência interativa, seja 
oferecendo seus serviços para compra online, seja oferendo informações 
sob medida, de acordo com o interesse dos turistas, a respeito dos pontos 
de visitação, ou mesmo propondo roteiros diferenciados com atividades e 
imagens compartilháveis nas redes sociais e que atendam às expectativas 
desses turistas. Nem sempre as rotas propostas pelos aplicativos aproveitam 
todos os aspectos que podem ser explorados durante um passeio. O olhar de 
um local e seu conhecimento especializado do cotidiano da localidade e de 
seus moradores podem ser muito mais proveitosos do que o caminho mais 
curto para se chegar a um 
atrativo.
b) Acesso – Esse elemento 
refere-se à capacidade do 
guia de proporcionar aos 
seus clientes o acesso a locais 
que normalmente não estão 
abertos ao público em geral. 
Com a presença do guia, os 
turistas têm a oportunidade 
de visitar lugares exclusivos ou restritos, onde, sem a sua assistência, seria 
difícil ou mesmo impossível entrar.
 O componente “acesso”, da liderança instrumental, pode ser uma ferramenta 
inigualável para o guia especializado. Um “turista de experiência”, que deseja 
29
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
autenticidade em sua visita, necessita de ajuda especializada para descobrir os 
atrativos escondidos do circuito turístico tradicional da localidade, descobrir 
os locais frequentados pelos moradores da cidade que ainda não foram 
“descobertos” pelas multidões de turistas. Muitas vezes também desejarão 
conhecer pessoalmente um artista local e precisarão de alguém que os 
apresente e seja capaz de agendar uma visita ou ainda precisarão de alguém 
que dê uma indicação para um restaurante de “portas fechadas”4. 
c) Controle – Esse aspecto está relacionado à responsabilidade do guia 
pelo conforto e segurança dos turistas durante o passeio. O guia tem 
a responsabilidade de garantir que os horários e a programação sejam 
cumpridos, para que os turistas possam aproveitar ao máximo a experiência.
 O componente “controle da liderança instrumental” muitas vezes separa os 
amadores dos profissionais. Nada impede de que os viajantes elaborem seus 
próprios roteiros de visitas, no entanto o desconhecimento das peculiaridades 
operacionais do destino costuma levar a erros no planejamento do tempo 
para deslocamentos e visitações, acarretando ser comum que o roteiro não 
seja cumprido na íntegra por falta de tempo ou que termine muito antes do 
previsto, gerando a necessidade de novos planos feitos às pressas. O guia de 
turismo especializado possui a experiência necessária, já testada e ajustada em 
inúmeros passeios anteriores, para realizar o roteiro adaptado às necessidades 
e ao ritmo de cada tipo de turista, entregando o que foi prometido no tempo 
correto.
 A esfera da liderança social envolve os elementos: 
a) Administração das tensões – Essa função refere-se à capacidade do guia em 
prevenir a existência de tensões entre os membros do grupo e suavizar os 
conflitos que possam surgir durante o passeio. O guia deve estar atento às 
dinâmicas sociais do grupo e intervir quando necessário para garantir um 
ambiente harmonioso e positivo. 
 
 
 
4 Negócio de alimentação de caráter bem intimista, operado muitas vezes na própria residência do 
chef, que recebe poucos convidados a cada noite. Normalmente esses lugares não contam com muita 
divulgação, sendo conhecido por um restrito número de pessoas, necessitando de indicações para que 
novos clientes tenham acesso.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
30
Grandes grupos, com mais diversidade entre os seus membros, costumam 
ter mais tensões internas. Mas, mesmo em pequenos grupos familiares ou de 
amigos, podem existir diferenças de interesses em cada visita. A componente 
“administração das tensões” foi descrita como um papel do guia para gerir os 
conflitos resultantes desses interesses divergentes ou de aspectos culturais 
diversos dentro dos grupos. Sejam quais forem os tipos de turistas presentes 
no passeio, cabe ao guia administrar essas tensões, seja na base da negociação, 
com foco nos objetivos comuns, seja ajustando o ritmo da programação ou da 
informação para contemplar todos os interesses.
b) Integração – Esse elemento está relacionado à responsabilidade do guia 
em promover o entrosamento social dos participantes do passeio. O guia 
deve facilitar a interação entre os turistas e encorajar a comunicação, o 
compartilhamento de experiências e a formação de laços entre os membros 
do grupo, desempenhando um papel importante ao criar um senso de coesão 
e pertencimento durante a viagem.
 Uma das motivações dos “turistas de experiência” é o desejo de aprendizado 
e enriquecimento cultural, quando estamos visitando um lugar diferente, 
com modos de vida bem distantes do nosso. Sem dúvida, é uma ótima 
oportunidade para satisfazer esse desejo. Quando temos a chance de estar 
em um grupo de diferentes origens, os contrastes entre as diferentes culturas 
se tornam ainda maiores. O guia de turismo deve desempenhar o seu papel 
31
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
de integração entre todos os turistas com o objetivo de tornar as trocas dos 
viajantes ainda mais ricas, pois as oportunidades de aprendizado não são 
apenas em relação à cultura do destino, mas também em relação aos demais 
participantes do grupo.
c) Moral – Nessa função, o guia é responsável por manter o moral elevado e garantir 
o bom humor dos turistas ao longo do passeio. Ele deve ser capaz de criar um 
ambiente positivo e estimulante, proporcionando informações interessantes, 
histórias divertidas e experiências agradáveis. O guia desempenha um papel 
crucial de influenciar o estado de espírito dos turistas e de garantir que eles se 
divirtam e desfrutem da experiência. 
 Mesmos “turistas conectados”, capazes de passar horas em sites e redes 
sociais, quando viajam desejam a presença humana e o contato pessoal. A 
componente de manutenção da moral do grupo, da liderança social, cria um 
ambiente positivo e estimulante, com informações interessantes, histórias 
divertidas e experiências agradáveis, permite que o tour seja agradável, 
divertido e culturalmente enriquecedor, o que faz do passeio um sucesso, 
como também é capaz de gerar imagens e comentários positivos nas redes 
sociais, não só gerando satisfação pessoal aos turistas conectados, como 
também uma divulgação maior do trabalho do guia.
 d) Animação – Esse elemento envolve a capacidade do guia de incentivar os 
passageiros a participarem de jogos, brincadeiras e atividades organizadas por 
eleou oferecidas pela estrutura turística. O guia pode propor jogos interativos, 
apresentar curiosidades, promover atividades de grupo e criar momentos de 
descontração e entretenimento. A animação do grupo pelo guia contribui para 
uma experiência mais dinâmica e envolvente para os turistas.
 “Turistas conscientes” estão preocupados com os impactos que sua viagem 
e o turismo como um todo podem causar no destino. Contudo, ainda que esses 
turistas sejam conscientes e procurem minimizar os problemas causados por sua 
visita, eles não deixam de aproveitar a viagem e se divertir. Quando o guia de 
turismo especializado em atrativos utiliza a animação para apresentar a localidade 
de maneira divertida, em atividades organizadas que promovem o conhecimento 
a respeito do ambiente cultural ou natural, de forma agradável e de mais fácil 
compreensão, ele está cumprindo com seu papel e satisfazendo às necessidades de 
seu cliente.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
32
A esfera da mediação também é composta por duas partes: interação e 
comunicação. A componente “interação” é constituída pelos elementos: 
a) Representação – Nesse aspecto, o guia de turismo atua como um elemento de 
interposição entre o grupo de turistas e o ambiente em que estão inseridos. 
Ele desempenha um papel de representante, integrando o grupo ao ambiente 
visitado ou o isolando quando necessário, mas também representa o destino, 
os moradores, os prestadores de serviços e o ambiente perante o grupo. 
Ao agir como um elo entre o grupo e o ambiente cultural ou natural, o guia 
contribui para uma experiência mais enriquecedora e significativa.
 A componente “representação” coloca o guia como um elemento de 
interposição entre o grupo de turistas e o ambiente em que estão inseridos. 
Quando “turistas conscientes” ou “de experiências” dão importância para 
a sustentabilidade e responsabilidade, reforçam a importância do papel do 
guia como elemento para suavizar e harmonizar as relações entre o turista e a 
comunidade local ou o ambiente natural. O guia assume a função de mostrar 
como os turistas podem ser justos e responsáveis com a comunidade que os 
acolhe.
b) Organização – Esse elemento diz respeito ao provimento de serviços e 
facilidades para o grupo durante os passeios ou viagens. O guia de turismo é 
responsável por garantir que o grupo tenha acesso aos serviços necessários, 
33
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
como transporte, acomodação, alimentação e outras necessidades logísticas. 
Ele pode fazer a contratação direta dos serviços ou executar a programação 
prevista, assegurando que tudo esteja organizado e funcionando de acordo 
com o planejado. O guia desempenha um papel fundamental na logística da 
viagem, coordenando horários, atividades e recursos para garantir o conforto 
e a comodidade dos turistas.
 Já vimos que “turistas conectados” gostam de planejar suas viagens usando a 
tecnologia. Por sua vez, o guia de turismo cadastrado como MEI pode oferecer 
seus próprios roteiros especializados para pessoas e/ou empresas, inclusive 
para compras online. A função organização, que garante ao o grupo o acesso 
aos serviços necessários, como transporte, acomodação, alimentação e outras 
necessidades logísticas, faz parte da mediação entre “viajante” e “viajado”, 
negando a belíssima expressão cunhada por Krippendorf (1989), que dizia 
não haver um encontro verdadeiro entre eles. O conjunto do trabalho do guia 
coloca em xeque tal visão. O desejo dos turistas por serviços que garantam um 
certo grau de familiaridade, segurança e previsibilidade em suas experiências 
também pode ser atendido pelas escolhas que o guia fizer no seu papel de 
organizador, reforçando uma interação verdadeira entre eles.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
34
 A componente “comunicação”, considerada por Holloway (1981), outro 
clássico, a mais importante, é formada pelos elementos, ainda de acordo com 
Cohen (1985): 
a) Seleção – O guia desempenha um papel fundamental na seleção dos pontos 
de interesse a serem mostrados aos turistas. Ele utiliza seu conhecimento e 
expertise para identificar os locais mais relevantes e interessantes, levando em 
consideração os interesses e preferências do grupo. A seleção cuidadosa dos 
pontos de interesse contribui para uma experiência turística enriquecedora e 
satisfatória. 
 Um dos desejos dos “turistas de experiências” é o envolvimento com 
a comunidade local e a exploração de lugares menos turísticos e mais 
autênticos. A componente “seleção”, da mediação comunicativa, atende a 
essa necessidade dos turistas, ao usar o conhecimento e a experiência do guia 
para perceber as preferências e os interesses do turista e escolher os atrativos 
e atividades que melhor atenderão a esses desejos.
b) Informação – O guia de turismo é responsável por transmitir informações aos 
turistas sobre fatos históricos, artísticos, econômicos, sociais ou geográficos 
das localidades e atrativos visitados. Ele compartilha conhecimentos 
relevantes para que o grupo possa compreender e apreciar o contexto cultural 
e ambiental da localidade visitada. A informação fornecida pelo guia enriquece 
a experiência dos turistas, permitindo-lhes obter uma compreensão mais 
profunda e significativa do destino. 
 Vimos anteriormente que “turistas de experiências” e “turistas conscientes” 
ambicionam aprendizado e enriquecimento cultural. É a componente 
informação, da mediação comunicativa, que oferecerá aos turistas os dados 
sobre os fatos históricos, artísticos, econômicos, sociais ou geográficos das 
localidades e atrativos visitados.
c) Interpretação – Além de fornecer informações, o guia de turismo desempenha 
um papel de intérprete, tornando possível o entendimento da cultura do local 
visitado. Ele busca estabelecer conexões entre a cultura local e a vivência 
dos turistas, de modo que o exótico possa ser compreendido e apreciado de 
forma familiar. A interpretação realizada pelo guia ajuda a tornar a experiência 
turística mais significativa, promovendo a empatia e a compreensão mútua 
35
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
entre os visitantes e o destino. Mas essas informações ganharão sentido no 
momento em que o guia apresentar seu papel de intérprete dessas informações, 
“traduzindo” os significados específicos daquela cultura ou daquele ambiente 
para a cultura dos turistas e estabelecendo as conexões entre a cultura local e 
a vivência que os visitantes estão experimentando.
d) “Fabricação” – Desvio ético de alguns profissionais não aceito pela categoria, 
de um modo geral, que consiste na criação de falsos atrativos com o objetivo 
de enganar os turistas. Essa prática não condiz com os princípios e padrões 
éticos da profissão de guia de turismo, que se baseiam na transmissão de 
informações verídicas e na promoção de experiências autênticas e genuínas.
A última motivação que iremos analisar, em face dos papéis do guia, é o desejo 
por autenticidade por parte dos “turistas conscientes” e dos “de experiências”. O 
desvio ético da fabricação de atrativos, relatado por Cohen (1985), é um ponto 
delicado e importante para a satisfação do turista. Não é necessário enfatizar que 
a descoberta de uma mentira a respeito de um ponto tão desejado pelo cliente se 
transformará em uma grande decepção e na sensação de que a viagem inteira foi 
uma fraude. Um péssimo negócio para um profissional que conta com o retorno do 
cliente e na divulgação boca a boca que ele pode fazer, ainda mais em tempos de 
redes sociais, para manter seu trabalho. Em casos assim, é sempre bom lembrar de 
Chico Buarque, que, na Ópera do Malandro, afirma “Se malandro soubesse como é 
bom ser honesto, seria honesto só por malandragem”.
 O quadro de Cohen com a análise teórica, complementado com as dimensões 
práticas, fornece ao guia de turismo o entendimento sobre a necessidade de se 
respeitar as comunidades de acolhimento, o ambiente e os destinos, e pode ajudar na 
compreensãodas ferramentas de que o guia especializado em atrativos dispõe para 
lidar com seus desafios. Destaca, ainda, o papel do guia de turismo na garantia de 
uma experiência ambiental, cultural e eticamente responsável por parte do visitante. 
 Para finalizar este tópico, é bom lembrar que o guia de turismo, ao 
desempenhar corretamente os seus papéis e atender bem às motivações do 
turista, contribui para a construção de uma boa reputação, o aumento do número 
de clientes e a criação de experiências personalizadas e memoráveis, e para o 
estabelecimento de relações de confiança e empatia e da fidelização dos turistas, 
além da, não menos importante, satisfação pessoal por realizar bem o seu trabalho.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
36
Sugestões de atividades pós-leitura
1. Leia atentamente o trecho que descreve os papéis do guia de 
turismo e suas esferas de liderança e mediação. Em seguida, reflita 
sobre a importância desses papéis e como eles se relacionam com as 
necessidades dos seus turistas e suas práticas profissionais. Faça uma 
lista de ações que você pode adaptar para enriquecer seu trabalho a 
partir dos conceitos estudados no tópico.
2. Busque exemplos reais de situações em que você teve que atuar como 
líder e mediador em visitas a atrativos naturais ou culturais. Você deve 
analisar os diferentes componentes dos papéis do guia descritos no 
texto (liderança instrumental, liderança social, interação e comunicação) 
e identificar como esses aspectos foram aplicados nos casos que você 
listou. Pense no que você poderia ter feito de diferente em cada exemplo, 
a partir do que viu no tópico acima.
37
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
3. Descobrindo um mundo de possibilidades
No tópico anterior, apresentamos uma visão mais abrangente sobre as 
mudanças no setor do turismo e falamos da importância de os guias se adaptarem 
a essas novas demandas. Agora, neste tópico, vamos conversar sobre como os 
guias de turismo especializados podem oferecer uma experiência mais profunda 
e personalizada aos turistas nesse mundo em transformação. Prepare-se para 
descobrir um mundo de possibilidades e aprofundar sua carreira como guia de 
turismo especializado!
Objetivo geral
Mostrar as diferenças entre o trabalho dos guias especializados em atrativos 
e o dos guias regionais e apresentar algumas formas de especialização tanto em 
atrativos naturais quanto culturais. Ao final deste tópico, esperamos que você esteja 
familiarizado com diferentes áreas de especialização e tenha conhecimentos para 
buscar aprofundamento em uma área específica de seu interesse, ampliar sua atuação 
profissional e, assim, oferecer experiências mais enriquecedoras aos turistas.
 
Objetivos específicos
Ao final deste tópico, esperamos que você seja capaz de:
• diferenciar as características e atribuições dos guias regionais e 
especializados;
• apontar as vantagens e os desafios da especialização em atrativos 
turísticos;
• explorar as possibilidades de especialização como guia de turismo em 
atrativos naturais e culturais;
• reconhecer o desafio de definir claramente as atividades de turismo de 
aventura e seus riscos;
• discutir as habilidades, os conhecimentos e as técnicas necessárias para 
atuar como guia especializado em atrativos culturais; e
• explorar formas de transmitir informações históricas, culturais e artísticas 
aos turistas, tornando as visitas mais enriquecedoras e memoráveis.
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
38
3.1 As diferenças entre guias regionais e especializados
De acordo com a legislação brasileira, as atividades do guia de turismo 
regional compreendem “a recepção, o traslado, o acompanhamento, a prestação de 
informações e assistência a turistas, em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais 
de uma determinada unidade da federação, para visita a seus atrativos turísticos”. Já 
as funções do guia especializado em atrativos turísticos abrangem “a prestação de 
informações técnico-especializadas sobre determinado tipo de atrativo natural ou 
cultural de interesse turístico, na unidade da federação para qual o profissional se 
submeteu à formação profissional específica” (BRASIL, 2021).
Em uma primeira leitura, não parece haver muita diferença entre as duas 
categorias, visto que o campo de atuação do guia especializado em atrativos deve 
ser cadastrado na mesma unidade da federação para a qual está cadastrado como 
guia regional. Além disso, o guia regional pode prestar informações e assistência 
para visitas aos atrativos turísticos, sem que haja nenhuma qualificação desses 
atrativos, podendo, portanto, serem naturais ou culturais. A diferença está em 
uma expressão no meio da definição: “a prestação de informações técnico-
especializadas sobre determinado tipo de atrativo” (BRASIL, 2021).
Para entendermos melhor essa diferenciação, precisamos nos debruçar 
sobre o que é ser um especialista. Ser um especialista em determinado assunto 
significa ter um conhecimento profundo, amplo e detalhado sobre esse tema 
específico. Um especialista é alguém que adquiriu um nível avançado de 
conhecimento, habilidades e experiência em uma área específica e é reconhecido 
como autoridade nesse campo.
Para se tornar um especialista, geralmente é necessário dedicar um tempo 
significativo ao estudo, à pesquisa e à prática em um determinado domínio. Isso 
envolve a obtenção de uma educação formal, como um diploma universitário ou 
por meio de cursos especializados. Esse conhecimento também pode vir de uma 
grande vivência prática sobre um determinado assunto. 
Além disso, um especialista é capaz de aplicar seu conhecimento em 
situações práticas, resolver problemas complexos relacionados ao seu campo de 
expertise, além de identificar sutilezas em um determinado ambiente, oferecendo 
insights valiosos e perspectivas únicas. Ele possui uma compreensão abrangente 
dos conceitos e das teorias e metodologias relevantes para o assunto em questão 
39
Teoria e Prática Profissional do Guia de Atrativos
e é capaz de analisar criticamente informações e tomar decisões embasadas em 
seu conhecimento especializado.
Ser um especialista também implica acompanhar as últimas tendências, 
pesquisas e desenvolvimentos em sua área de atuação, para se manter atualizado 
e continuar aprofundando seu conhecimento. 
É importante ressaltar que tanto um guia regional quanto um guia 
especializado desempenham papéis valiosos no turismo. O guia regional oferece 
uma visão ampla da região, fornecendo informações gerais e orientando os 
visitantes de forma abrangente. Já o guia especializado complementa essa 
experiência, adicionando conhecimentos específicos e aprofundados sobre 
os atrativos naturais ou culturais, enriquecendo a visita e proporcionando uma 
experiência mais especializada e imersiva.
3.2 As Vantagens de uma experiência mais profunda e personalizada
Um guia especializado em atrativos naturais ou culturais possui um 
conhecimento mais aprofundado e detalhado em alguma área específica, 
permitindo oferecer uma experiência mais especializada e enriquecedora aos 
visitantes. Aqui estão algumas maneiras pelas quais um guia especializado pode 
se diferenciar de um guia regional.
Conhecimento especializado. Um 
guia especializado em atrativos naturais 
possui um conhecimento aprofundado 
sobre flora, fauna, geografia ou 
ecossistemas específicos de uma região. 
Ele pode compartilhar informações 
detalhadas sobre a biodiversidade 
local ou explicar processos geológicos, 
fornecendo informações relevantes 
sobre a conservação e preservação 
ambiental. Da mesma forma, um guia 
especializado em atrativos culturais tem 
um conhecimento aprofundado sobre 
história, arte, tradições ou manifestações 
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culturais da região, podendo fornecer 
aprofundar as informações, com mais detalhes 
e perspectivas específicas sobre algum desses 
aspectos.
Abordagem aprofundada. Um guia 
especializadoé capaz de aprofundar os aspectos 
técnicos e detalhados dos atrativos naturais 
ou culturais. Ele pode explicar conceitos mais 
complexos, fornecer informações científicas 
ou históricas mais aprofundadas e responder 
a perguntas específicas com maior precisão. 
Essa abordagem aprofundada permite que os 
visitantes obtenham uma visão mais crítica 
dos aspectos envolvidos e uma compreensão mais rica dos atrativos que estão 
explorando.
Narrativa especializada. Um guia especializado pode contar histórias e criar 
narrativas mais envolventes e detalhadas sobre os atrativos naturais ou culturais 
que estão sendo visitados. Ele pode compartilhar mitos e lendas relacionados à 
região, conectar eventos históricos específicos aos atrativos culturais ou destacar 
a importância de certas espécies ou fenômenos naturais na ecologia local. Essa 
narrativa especializada permite que os visitantes tenham uma compreensão mais 
profunda e significativa dos atrativos.
Personalização da experiência. Um guia especializado em atrativos naturais 
ou culturais tem a capacidade de personalizar a experiência de acordo com 
os interesses e preferências dos visitantes. Ele pode adaptar o itinerário, as 
informações compartilhadas e as atividades propostas com base nos interesses 
específicos do grupo ou indivíduo. Isso cria uma experiência única e sob medida, 
atendendo às expectativas e desejos dos visitantes de forma mais precisa.
Aprofundamento de experiências. Um guia especializado pode oferecer 
atividades e experiências mais específicas relacionadas aos atrativos naturais ou 
culturais. Por exemplo, um guia especializado em atrativos naturais pode conduzir 
trilhas temáticas, identificar espécies de flora e fauna e realizar explorações em 
áreas remotas e preservadas. Já um guia especializado em atrativos culturais pode 
organizar visitas a locais históricos menos conhecidos, facilitar encontros com 
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artistas locais, proporcionar aulas práticas sobre artesanato tradicional, culinária 
local ou promover interações com membros da comunidade que preservam 
tradições culturais únicas.
Relacionamento com os visitantes. Um guia especializado em atrativos 
naturais ou culturais geralmente desenvolve um relacionamento mais próximo 
e envolvente com os visitantes. Ele tem a oportunidade de compartilhar seu 
entusiasmo e sua paixão pelo assunto, despertar um senso de admiração e 
curiosidade nos visitantes e criar um ambiente acolhedor e envolvente durante 
a visita. Esse relacionamento mais próximo contribui para uma experiência mais 
significativa e memorável para os visitantes.
Atualização contínua. Um guia especializado tende a investir em 
constante atualização e no aprimoramento de conhecimentos em suas 
áreas de especialização. Ele acompanha as últimas pesquisas, tendências e 
desenvolvimentos em relação aos atrativos naturais ou culturais que explora. Isso 
lhe permite fornecer informações atualizadas e precisas aos visitantes, além de 
responder a perguntas mais específicas e complexas.
No final, a escolha entre um guia regional e um guia especializado dependerá 
dos interesses e expectativas dos visitantes. Alguns podem preferir uma visão 
geral da região, enquanto outros desejam explorar os atrativos de forma mais 
aprofundada. Portanto, a presença de guias especializados oferece uma opção 
adicional e enriquecedora para os visitantes que desejam vivenciar uma experiência 
mais detalhada e especializada nos atrativos naturais ou culturais da região.
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3.3 O Problema das definições e o risco no turismo de aventura
Discutimos nos tópicos anteriores que não era tão simples diferenciar a área de 
atuação de um guia regional da de um guia especializado em determinados atrativos. 
Neste tópico vamos tratar de uma outra confusão conceitual, desta vez a que trata 
de segmentos que possuem várias interseções nas suas definições. Estamos nos 
referindo aos chamados ecoturismo, turismo cultural e turismo de aventura. 
Para não complicar ainda mais a discussão, vamos utilizar somente as 
definições propostas no Brasil, já que definições internacionais podem trazer 
grandes diferenças em relação àquelas usadas no país. Vejamos as três definições 
citadas pelo Ministério do Turismo.
Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma 
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca 
a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do 
ambiente, promovendo o bem-estar das populações (BRASIL, 2010, p.17).
Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência 
do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e 
dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais 
da cultura (BRASIL, S/D, p. 13).
Entende-se como atividades de turismo de aventura aquelas oferecidas 
comercialmente, usualmente adaptadas das atividades esportivas de aventura, 
que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, 
controlados e assumidos. É importante ressaltar que as atividades de turismo 
de aventura podem ser conduzidas em ambientes naturais, rurais ou urbanos 
(BRASIL, 2009, p. 83).
 Ao apresentar uma relação de atividades que podem ser enquadradas 
na categoria de ecoturismo, o Ministério do Turismo afirma que existem muitas 
delas relacionadas com o turismo de aventura, e outras que, “embora possam 
caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos 
e roteiros desse segmento, como atividades turísticas de aventura, de pesca, 
náuticas, culturais e outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e 
atitudes estabelecidas no Ecoturismo” (BRASIL, 2010, p. 30).
Já o turismo de aventura é regulamentado por uma série de normas técnicas 
produzidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A norma 
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que regulamenta o turismo de aventura define o segmento como: “Atividades 
oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das atividades de aventura, 
que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, 
controlados e assumidos” (ABNT, 2014).
Por essa razão, vamos considerar que o guia de turismo especializado em 
atrativos naturais ou culturais não deve conduzir pessoa em turismo de aventura, 
se não estiver devidamente capacitado para exercer esse tipo de turismo. É muito 
importante que ele entenda dos riscos que corre, ao organizar e acompanhar 
passeios que exigem o cumprimento de normas de capacitação específicas, se 
não estiver devidamente qualificado. Para se informar melhor, nossa sugestão 
é procurar a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de 
Aventura (ABETA) pelo site www.abeta.tur.br.
Dentre as modalidades de turismo aventura que já são reguladas por 
normas técnicas (ABNT, 2023), podemos destacar aquelas em que há normas 
para competências de profissionais como: condutores de montanhismo e de 
escalada; condutores de caminhada de longo curso; condutores de turismo 
fora de estrada em veículos 4x4 ou buggy; turismo com veículos quadriciclos e 
triciclos; espeleoturismo de aventura e espeleoturismo vertical; canionismo e 
cachoeirismo; e turismo com atividade de caminhada. 
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Há outras atividades cujas normas dizem respeito aos requisitos para o 
produto, como: turismo fora de estrada em veículos 4x4 ou buggy; rafting; turismo 
em atividades aquáticas; espeleoturismo de aventura; turismo com atividade de 
caminhada; cicloturismo; turismo equestre; bungee jump5; e atividades de snorkeling6. 
É importante destacar que algumas atividades como cicloturismo, turismo 
com atividade de caminhada e turismo equestre também possuem normas para 
a classificação do grau de dificuldade dos roteiros.
Neste tópico, discutimos as definições e interseções entreecoturismo, 
turismo cultural e turismo de aventura, mostrando como é importante que 
os guias especializados em atrativos naturais ou culturais evitem conduzir 
passeios de aventura sem a devida capacitação. Conhecer as normas e requisitos 
aplicáveis é fundamental para garantir a segurança de seus turistas e evitar riscos 
desnecessários. Seja profissional, seja responsável!
3.4 Algumas formas de especialização do guia de atrativos naturais
Vamos conhecer agora algumas das especializações possíveis do guia no 
setor de turismo baseado em natureza. O objetivo é familiarizar você com a ampla 
diversidade de segmentos existentes e mostrar as possibilidades de nichos de 
atuação.
Cada uma das especializações vai exigir do guia conhecimentos específicos 
e habilidades para proporcionar experiências enriquecedoras aos turistas, além 
de promover a conscientização sobre a conservação ambiental e a importância 
da sustentabilidade. Nem todas as especializações possuem uma definição 
específica e muitas delas se sobrepõem, mas apresentamos uma breve explicação 
de cada uma, sem o objetivo de conceituá-las legal ou academicamente.
Guia de ecoturismo: especializado em conduzir turistas em ambiente natural 
ou cultural, incentivando sua conservação, por meio da interpretação daquele 
ambiente, promovendo práticas sustentáveis. Vimos que a definição geral 
enquadra todos os tipos de guias especializados.
Guia de aventura: especializado em conduzir atividades de aventura ao ar 
livre, como escalada, trilhas, rafting, canoagem, entre outras. Lembre-se de que 
existe a necessidade de capacitação específica para as modalidades de turismo 
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de aventura.
Guia de geoturismo: especializado em fornecer informações sobre geologia, 
formações rochosas, vulcões, terrenos e fenômenos geológicos para turistas 
interessados em explorar esses aspectos naturais.
Guia de mergulho: especializado em conduzir mergulhadores em locais de 
mergulho, fornecendo informações sobre os recifes de coral, espécies marinhas e 
garantindo a segurança dos mergulhadores. Requer capacitação adicional.
Guia de montanhismo: especializado em liderar expedições de montanhismo 
em áreas montanhosas, orientando os turistas sobre técnicas de escalada, 
segurança e conhecimento das montanhas. Requer capacitação adicional.
Guia de observação de aves: especializado em identificar e localizar 
diferentes espécies de aves em ambientes naturais, proporcionando aos turistas 
uma experiência de observação de aves enriquecedora.
Guia de safári: especializado em conduzir safáris em reservas naturais, 
fornecendo informações sobre a vida selvagem, comportamento animal e 
promovendo a conservação. Normalmente esses passeios têm por objetivos 
apenas a observação dos animais e da paisagem e a produção de fotografias, já 
que a caça esportiva não é legal no país.
Guia de turismo de áreas costeiras: especializado em conduzir turistas em 
áreas costeiras, fornecendo informações sobre a vida marinha, ecossistemas 
costeiros e práticas de conservação.
Guia de turismo de cachoeiras: especializado em conduzir turistas em 
cachoeiras, fornecendo informações sobre a hidrologia, formações rochosas, 
biodiversidade e experiências recreativas relacionadas.
Guia de turismo de cânions: especializado em conduzir turistas por cânions, 
oferecendo informações sobre a formação geológica, ecossistemas únicos e trilhas 
panorâmicas. A prática de canionismo7 é uma modalidade diferente e requer uma 
capacitação adicional.
Guia de turismo de canoagem / caiaques: especializado em conduzir 
turistas em atividades de canoagem ou caiaques em rios, lagos e áreas costeiras, 
7 Canionismo é uma prática esportiva que consiste na exploração progressiva de um rio, transpondo 
os obstáculos verticais e/horizontais por meio do uso de diferentes técnicas e equipamentos.
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fornecendo informações sobre técnicas de remo, segurança e ecologia dos cursos 
d’água. Mais uma vez destacamos a necessidade de capacitação adicional.
Guia de turismo de cavernas: especializado em conduzir turistas em cavernas, 
oferecendo informações sobre a formação geológica, estalactites, estalagmites, 
biodiversidade subterrânea e segurança. Observe que a prática do espeleoturismo 
requer uma capacitação adicional.
Guia de turismo de fotografia de natureza: especializado em auxiliar 
fotógrafos amadores ou profissionais na captura de imagens da natureza, 
oferecendo conhecimentos sobre enquadramento, iluminação, composição e 
identificação de cenários fotográficos.
Guia de turismo de geoparques: especializado em conduzir turistas 
em geoparques, que são áreas com um patrimônio geológico significativo, 
fornecendo informações sobre a história geológica, os pontos de interesse e as 
atividades relacionadas.
Guia de turismo de jardins botânicos: especializado em conduzir visitantes 
em jardins botânicos, fornecendo informações sobre diferentes espécies de 
plantas, jardins temáticos e práticas de conservação.
Guia de turismo de observação de baleias: especializado em conduzir 
turistas em passeios para observação de baleias, fornecendo informações sobre 
as diferentes espécies, seus ciclos migratórios e comportamentos.
Guia de turismo de parques marinhos: especializado em conduzir turistas em 
parques marinhos, destacando a importância da conservação dos ecossistemas 
marítimos. Lembrando que o turismo em atividades aquáticas requer a observação 
de normas específicas.
Guia de turismo de parques nacionais, estaduais, municipais ou reservas 
naturais: especializado em conduzir visitantes em parques e reservas naturais, 
explicando a importância da conservação, a diversidade biológica e os esforços 
de preservação. Não confundir com o condutor de visitantes.
Guia de turismo de parques naturais urbanos: especializado em conduzir 
turistas em parques naturais dentro de áreas urbanas, destacando a importância 
desses espaços verdes, a biodiversidade local e as atividades recreativas 
disponíveis.
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Guia de turismo de reservas de biosfera: especializado em conduzir turistas 
em reservas de biosfera, promovendo a compreensão da interação entre os seres 
humanos e o meio ambiente e destacando as práticas de sustentabilidade.
Guia de turismo de trilhas naturais: especializado em conduzir turistas em 
trilhas naturais, oferecendo informações sobre a fauna, flora, geologia e pontos 
de interesse ao longo do percurso. Observe que há a necessidade de uma 
capacitação adicional.
Guia de turismo rural: especializado em conduzir turistas em regiões rurais, 
apresentando a cultura local, as práticas agrícolas, a gastronomia tradicional e as 
atividades relacionadas à natureza.
Guia de turismo subaquático: especializado em conduzir turistas em 
mergulhos e snorkeling em recifes de coral, naufrágios e outras formações 
subaquáticas, fornecendo informações sobre a vida marinha, segurança e 
preservação dos ecossistemas marinhos. Lembrando que para atividades 
subaquáticas é necessária capacitação adicional.
Guia de turismo de vulcões: especializado em conduzir turistas em vulcões 
ativos ou inativos, explicando a geologia vulcânica, os tipos de erupção, os perigos 
e as medidas de segurança. Embora não haja vulcões em atividade no país, a 
região Sudeste apresenta muitas formações geológicas de origem vulcânica.
Guia de turismo de vida selvagem: especializado em identificar e fornecer 
informações sobre a fauna e a flora local, incluindo mamíferos, répteis, anfíbios e 
plantas em áreas naturais.
Essas são apenas algumas das especializações no setor de turismo baseado 
em natureza. Cada uma delas exige conhecimentos específicos aprofundados, 
habilidades técnicas e um profundo apreço pela natureza e pelo meio ambiente. 
É importante ressaltar que, além da especialização, os guias de turismo também 
devem exercitar suas habilidades em comunicação,

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