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UC: INTRODUÇÃO ÀS ORGANIZAÇÕES E À GESTÃO Docente: MSc. Laurinda Sacala Ano Lectivo: 2022/2023 1. Introdução 1.1. Organização: definição e objectivos O que é uma organização? Organização é o conjunto de indivíduos agregados a recursos tecnológicos, administrativos e financeiros, com o objectivo de alcançar soluções colectivas. É portanto, caracterizada pela existência de objectivos, planeamento, divisão de trabalho e estrutura hierarquizada (Lisboa et al., 2004). Ao fixar esses objectivos e ao desenvolver o programa para os atingir, deve ser tida em conta a viabilidade da sua concretização, bem como o acordo de outros responsáveis e trabalhadores envolvidos nas actividades necessárias a implementar para os alcançar, uma vez que todas as organizações possuem interesses distintos desde questões culturais, políticas e económicas. Objectivo das organizações De acordo com Chiavenato (2014), os objectivos das organizações orientam as suas acções em relação ao futuro e ao ambiente interno e externo. Portanto, os objectivos organizacionais são a razão de ser das organizações e variam de acordo com cada organização. Quando as organizações percebem claramente os seus objectivos e conseguem identificar e definir os mesmos, tendo recursos suficientes para os alcançar com o pessoal engajado e comprometido para o alcance dos mesmos demonstram de alguma forma uma melhor percepção e importância entre os seus recursos. Os objectivos organizacionais visam atender a um conjunto de funções e servem como base justificativa para a existência da organização, constituindo de igual modo uma fonte de motivação e envolvimento para os colaboradores. 1.2. Fases preliminares na formação de uma organização O que é pessoa física e pessoa jurídica? Pessoa jurídica é a entidade abstrata com existência e responsabilidade jurídicas como, por exemplo, uma associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas. Podem ser de direito público (União, Unidades Federativas, Autarquias etc.), ou de direito privado (empresas, sociedades simples, associações etc.). Pessoa física é a pessoa natural, isto é, todo indivíduo (homem ou mulher), desde o nascimento até a morte. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida. Para efeito de exercer actividade económica, a pessoa física pode actuar como autónomo ou como sócio de empresa ou sociedade simples, conforme o caso. A concepção de uma organização, seja ela grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos, não se torna possível sem a adopção de uma série de princípios administrativos que irão orientar todos os processos inerentes e o consequente desenvolvimento da mesma. Portanto, estes princípios administrativos são gerados pelos factores abaixo descritos: ✓ Planeamento; ✓ Organização; ✓ Direcção; ✓ Controle. A organização combina as pessoas e recursos ao reunir líderes, especialistas, operários, máquinas e matérias-primas. Portanto, este processo leva as organizações a satisfazerem de forma eficiente, as diversas necessidades da sociedade e, ao mesmo tempo faz com que haja influência por parte dos líderes. Define-se Projecto de Investimento, como o conjunto de informações necessárias para a tomada de decisão em alocar recursos (financeiros, humanos, tecnológicos e físicos) à instalação e operação de novos activos fixos. Que informações são estas? Em que quantidades e a que nível de qualidade devem ser obtidas? Depende evidentemente dos tipos de projectos em consideração. Geralmente, um projecto deve conter os seguintes dados: 1- Estudos de Mercado Neste aspecto, o projecto representa (ou deveria representar) uma base racional para a criação de um novo empreendimento, com vista à satisfação de alguma necessidade. Entretanto, surge a importância de se conhecer as condições de mercado para as quais o novo produto ou serviço será destinado. Por outro lado, os estudos de mercado são indispensáveis porque deles retiram-se informações pertinentes para a formação do preço de venda, dos custos envolvidos na produção e/ou comercialização, a localização e a escala do empreendimento. 2- Localização e Escala É importante conhecer a distribuição geográfica da procura a ser atendida pelo projecto, porque vai ajudar na determinação da melhor localização para a instalação do empreendimento. Muitas vezes para que haja sucesso de um negócio, é necessário uma localização adequada, porque permite uma redução de custos de produção, distribuição e/ou comercialização, uma redução no preço final de venda do produto ou serviço que de alguma forma irá influenciar a procura. 3- Investimentos, Receitas e Despesas Para se realizar um empreendimento, é necessário investir numa certa quantidade de recursos para a sua instalação e funcionamento. Porém, espera-se que tais aplicações gerem receitas e, por esta razão nos estudos de um projecto devem constar investimentos iniciais necessários para o seu arranque e os fluxos de capitais (receitas e despesas) esperados ao longo da sua vida útil. 4- Financiamento do Projecto e Organização do Empreendimento Para a realização de um projecto, além dos investimentos necessários à sua execução, é importante também ter em atenção as fontes de financiamento. Diferentes formas de financiamento podem implicar em diferentes rentabilidade para o projecto. Além disso, algumas formas de financiamento estarão disponíveis para determinadas estruturas empresariais, outras não. Por esta razão, a definição da estrutura de capital que melhor se adeque aos obejctivos do projecto deve ser analisada com a estrutura organizacional compatível com as fontes de financiamento esperadas. 5- Avaliação do Projecto Depois de se estimar o fluxo de capitais do projecto, é importante fazer a avaliação económico-financeira da sua viabilidade. Do ponto de vista empresarial, um projecto deve mostrar-se lucrativo ou rentável e auto-sustentável. Do ponto de vista governamental, deve atender a alguma medida de bem-estar social estabelecida em termos de política económica. Em activos financeiros ou activos reais, o investimento diz respeito à aplicação de recursos, por forma a obter um excedente financeiro. Deste modo, podemos afirmar que um projecto de investimento refere-se a investimento em activos reais, isto é, capital fixo, corpóreo ou incorpóreos, que tem por base um plano de negócios, com o objectivo de obter um rendimento futuro adequado durante um determinado período de tempo. Portanto, o projecto de investimento pode ser percepcionado como uma proposta de aplicação no presente de uma série de recursos escassos, com o objectivo de gerar no futuro um fluxo de bens e serviços de valor, de forma bem orientada para se atingir objectivos de natureza empresarial e social. É importante realçar que, o projecto de investimento é pertinente porque está inerente à decisões de longo prazo, o que por sua vez, implica perda de flexibilidade, suposição de expectativas para o aumento de benefícios e, implica de igual modo orientações estratégicas. 1.3. O ciclo de vida da organização Tal como todos os seres vivos, as organizações, têm um ciclo de vida e, por isso, vivenciam crises que as levam a passar por períodos de crescimento e de envelhecimento até atingirem a morte. No entanto, essas crises podem servir como instrumentos de alavancagem para o desenvolvimento da organização. Para Darwin (2003), a selecção natural na luta pela sobrevivência é o mecanismo, a força propulsora que está por trás da evolução. Acrescenta dizendo que ela é responsável pela sobrevivência dos mais fortes, dos que melhor se adaptarem ao seu meio. Tolle (2002) diz que quando a sobrevivência de uma forma de vida ou de uma espécie é ameaçada por problemas aparentemente incontornáveis, esta morrerá ou ultrapassará os limites de sua condição por meio de um salto evolutivo. Segundo Stein (2007), até o tempo tem seu tempo, ou seu ciclo de vida. Afirma ele que o século é como a vida de qualquer um oude qualquer nação, significando que tem o seu início, passa pela infância, depois pela adolescência, atinge a idade adulta, envelhece e termina, e então se inicia um novo ciclo de vida – um novo século. Segundo Marques (1994, p.21), "a vida das organizações apresenta um razoável grau de semelhança com o ciclo de vida dos organismos vivos: nascem, têm infância e adolescência, atingem a maioridade, envelhecem e morrem". Para melhor elucidar essa questão, existem várias perspectivas de acordo com vários autores, mas todos são unânimes na medida em que apresentam fases de crescimento e/ou envelhecimento, com relação à teoria do ciclo de vida das organizações. Modelo de Kaufmann Kaufmann (1990) também compara as empresas aos organismos vivos. Ele afirma que existem estágios de desenvolvimento para cada organização em seu ciclo de vida. Na passagem de um estágio para outro, a organização sofre crises de crescimento. Este modelo abrange quatro estágios de desenvolvimento no ciclo de vida das organizações: Infância, Crescimento, Maturação e Renovação. Ele considera como o mais importante o estágio de Renovação, porque, segundo ele, é neste estágio que a organização se encontra no seu período de plenitude e depende da capacidade de renovação para nele permanecer e se desenvolver. O autor defende que, para cada estágio de desenvolvimento da organização, prevalece um perfil dominante no processo de gestão. Infância – Ao nascer, uma empresa é constituída por um ou mais empreendedores que, para aproveitar uma oportunidade de mercado, reúnem talentos e recursos. Na fase da Infância não existe uma estrutura definida e as comunicações são informais e simples. As prioridades estão voltadas exclusivamente para a produção e as vendas. Praticamente não existem atividades burocráticas. O fundador é quem decide. Ele é o centro de tudo e, por isso, participa de todas as decisões, por menores que sejam. Crescimento – Nesta fase o crescimento da organização é acelerado. Novas funções especializadas vão surgindo e, para exercê-las, são necessários colaboradores mais especializados. As tarefas vão se tornando mais complexas e, em consequência, surgem relatórios para atender às necessidades de informações e de controle. As comunicações vão se tornando formalizadas e, muitas vezes, assumindo a forma escrita. Aparecem os primeiros organogramas e, com eles, um mínimo de estrutura funcional com definição de certas responsabilidades, autoridade e especificação de alguns cargos. Maturação – Na fase de Maturação, a empresa passa a explorar novos produtos, novos mercados e às vezes diversifica para outros produtos que nada têm a ver com a sua actividade inicial. A esta altura, em função da dimensão e da complexidade das operações, já existe uma estrutura hierárquica definida. São implantados centros de resultado ou unidades de negócio. As descrições de cargos são mais definidas e as responsabilidades e autoridades também o são. Há necessidade de delegação. As comunicações são formalizadas e os controles estruturados. Num estágio mais adiantado desta fase, dado o grande crescimento da organização, começam a existir desavenças entre as pessoas. Por isso, as decisões tornam-se lentas, aumenta a burocracia e o risco é desestimulado. Neste estágio de desenvolvimento, em razão do clima organizacional confuso, a cultura da organização começa a se deteriorar. Neste momento a empresa precisa ser dotada de personalidade própria e de uma cultura institucionalizada, para que ela possa seguir o seu curso de desenvolvimento com sucesso. Mas é necessário que seja preservado o espírito empreendedor. Renovação – Na fase de Renovação, a organização estará institucionalizada, profissionalizada e com bons sistemas de controle. O clima organizacional estará baseado na cultura da organização, que nesse momento já terá personalidade própria. Terá também a sua identidade bem conhecida pela comunidade. Enfim, tem todos os atributos para o crescimento, desde que haja renovação. A renovação é necessária porque, neste estágio de crescimento, haverá um peso exagerado das actividades burocráticas. É um retorno ao espírito empreendedor e aos valores básicos que nortearam a organização no passado. A fase de Renovação é extremamente difícil, porque implica adaptar estruturas, restringir funções de staff, reduzir ou eliminar a gestão e, principalmente, mudar a mentalidade das pessoas que fazem parte da organização. Segundo Kaufmann, cada organização é fundamentada em certos fatores que são as variáveis que influenciam o seu ciclo de vida, e que determinam o sucesso ou o fracasso da mesma. Essas variáveis são determinadas como sendo as bases da organização, como a cultura corporativa, o poder, a autoridade, as mudanças culturais, o planeamento e os recursos humanos. 1.3. Os desafios da gestão O que é a gestão? “Existe gestão sempre que se executar continuamente um conjunto de actividades utilizando vários recursos e que, de forma sistematizada, se forem tomando decisões que tornam mais eficiente a execução dessas actividades.” (Santos, 2013). A gestão obedece a um determinado processo que passa pela planificação, organização, liderança e controlo de todas as actividades realizadas por todos os intervenientes de uma organização. A planificação requer que os principais responsáveis pela organização definam os objectivos e a melhor forma para os atingir. O plano é como que um guião, onde são comprometidos os recursos exigidos para alcançar os objectivos pretendidos, onde se definem as actividades dos diversos responsáveis pela organização, de uma forma coerente e de acordo com os objectivos em vista e onde se encontram descritos os métodos de acompanhamento e de recolha de indicadores que permitam efectuar medidas correctivas, se tal for necessário. A planificação começa, assim, por definir os grandes objectivos da organização, seguindo-se a sua decomposição em objectivos dirigidos às unidades que compõem a organização, coerentes com os objectivos principais. Uma vez conhecidos os objectivos de cada uma das unidades, é definido um programa para os alcançar de uma forma sistemática. O processo de gestão: planear, organizar, dirigir e controlar Planear Formular os objectivos e definir os meios para os alcançar. Organizar Desenhar o trabalho, alocar recursos e coordenar as actividades. Dirigir Designar as pessoas, dirigir os seus esforços, motivá-las, liderá-las e comunicar com elas. Controlar Monitorar as actividades e corrigir os desvios. O processo de gestão: planear, organizar, dirigir e controlar Ao fixar esses objectivos e ao desenvolver o programa para os atingir, deve ser tida em conta a viabilidade da sua concretização, bem como o acordo de outros responsáveis e trabalhadores envolvidos nas actividades necessárias a implementar para os alcançar. O tempo de duração destes planos varia em função do nível hierárquico onde são definidos. É vulgar que os gestores de topo efectuem planos com uma duração de cinco a dez anos. No entanto, devido à volatilidade da actual economia a elaboração de um plano deve prever a possibilidade de alterações, de modo a aproveitar as oportunidades de negócio que possam aparecer. Estas alterações só serão possíveis se a empresa possuir uma organização, uma tecnologia e os recursos humanos adequados a uma resposta rápida perante uma necessidade do mercado não prevista quando da realização do plano. A sua existência não deve condicionar o desenvolvimento da empresa, dizendo-se muitas vezes que o seu melhor plano é possuir um conjunto de meios técnicos e humanos que lhe permitam aproveitar rapidamente uma oportunidade de negócio que de repente possa surgir. Nos níveis hierárquicos mais baixos também são efectuados planos que podem ter uma duração muito variável. Pode ser efectuado um plano de trabalho para o dia seguinte ou para a próxima semana, dependendo do âmbito e da importância da actividade a desenvolver.Organizar é a forma de distribuir a autoridade, o trabalho e os recursos pelos elementos da empresa de modo a que estes possam atingir eficientemente os objectivos propostos. A forma como se encontra organizada a empresa define a sua estrutura e esta varia de organização para organização. A liderança diz respeito ao modo como são dirigidos e motivados os trabalhadores no desenvolvimento do seu trabalho. É uma tarefa que exige muito mais acção do que os aspectos de planificação ou organização. O responsável por uma equipa, o líder, tem que saber proporcionar um ambiente propício à execução de um trabalho de qualidade e no qual os trabalhadores se sintam satisfeitos. Na prática, o que se verifica é uma interacção destas quatro funções, sendo a sequência planeamento, organização, liderança e controlo, meramente estabelecida a nível teórico para uma melhor compreensão e desenvolvimento do processo de gestão. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22
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