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Analista de Qualidade RENATO MIRANDA Gestão da Qualidade Princípios Melhoria da qualidade Normas de qualidade O que é um analista de qualidade? O que faz um analista de qualidade? ÍNDICE A gestão da qualidade assegura que uma organização, produto ou serviço seja consistente. Ela possui quatro componentes principais: planeamento de qualidade, garantia de qualidade, controle de qualidade e melhoria da qualidade. A gestão da qualidade está centrada não só na qualidade do produto e do serviço, mas também nos meios para alcançá-la. A gestão da qualidade, portanto, utiliza a garantia e o controle de qualidade dos processos, bem como dos produtos, para alcançar uma qualidade mais consistente. O que um cliente quer e está disposto a pagar por isso determina a qualidade. É um compromisso escrito ou não escrito para com um consumidor conhecido ou desconhecido no mercado. Assim, a qualidade pode ser definida como adequação ao uso pretendido ou, por outras palavras, como o produto desempenha bem a sua função pretendida. 02 Gestão da qualidade Gestão da Qualidade é um fenômeno recente porém importante para uma organização. Civilizações que apoiavam as artes e criações permitiram que clientes escolhessem bens de maior qualidade a outros bens. Em sociedades onde artes e artesanatos são responsabilidades de mestres artesãos ou artistas, estes iriam liderar suas oficinas, treinar e supervisionar outros. A importância dos artesãos diminuiu conforme a produção em massa e trabalho repetitivo foram instituídos. O objetivo era produzir grandes números dos mesmos bens. O primeiro proponente nos EUA desta abordagem foi Eli Whitney quem propôs a produção de partes substituíveis para mosquetes, então produzindo os componentes idênticos e criando uma linha de montagem. Mais evoluções foram feitas por várias pessoas incluindo Frederick Winslow Taylor, um engenheiro mecânico que procurou melhorar a eficiência industrial. Muitas vezes ele é chamado de “o pai da gestão científica.”Frederick foi um dos líderes intelectuais do Movimento da Eficiência e parte da sua abordagem levou posteriormente à fundação para gestão da qualidade, incluindo aspectos como a padronização e a adoção de práticas melhoradas. Henry Ford também foi importante em trazer processos e práticas na operação em suas linhas de produção. 03 Na Alemanha, Karl Benz, comumente chamado de inventor do carro a motor, estava seguindo práticas de produção similares, apesar da produção em massa ter sido propriamente iniciada na Volkswagen após a Segunda Guerra Mundial. Deste período em diante, empresas Norte Americanas focaram predominante na produção de menor custo e com maior eficiência. Walter A. Shewhart teve uma grande importância na evolução para a gestão da qualidade criando um método para controle de qualidade para produção, usando métodos estatísticos, primeiro proposto em 1924; O que se tornou a fundação para seu então trabalho em controle de qualidade estatístico. W. Edwards Deming posteriormente aplicou métodos de controle de processo estatístico nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, melhorando a qualidade na manufatura de munições e outros produtos estrategicamente importantes. A liderança de qualidade por uma perspectiva nacional mudou com o passar das décadas. Após a segunda guerra mundial, o Japão decidiu fazer da melhora da qualidade uma obrigação nacional como parte da reconstrução da sua economia, e procurou ajuda de Shewhart, Deming and Juran, entre outros. W. Edwards Deming defendeu as ideias de Shewhart a partir de 1950. 04 Quebrar barreiras entre departamentos Gestores deveriam aprender suas responsabilidades e liderar Supervisão deve ser feita para ajudar pessoa e máquinas fazer um trabalho melhor Constantemente melhorar o sistema de produção e serviço Instituir um programa vigoroso de educação e auto evolução Ele é provavelmente mais conhecido pela sua filosofia de gestão, estabelecendo qualidade, produtividade e posição competitiva. W. Edwards tem formulado 14 pontos de atenção para gestores, que são uma abstração de alto nível de vários de seus profundos insights. Eles deveriam ser interpretados aprendendo e entendendo as percepções mais profundas. Estes 14 pontos incluem conceitos chave como: Nos anos 1950 e 1960, os bens japoneses eram sinônimos de coisa barata e de baixa qualidade, mas com o tempo suas iniciativas de qualidade começaram a ser bem sucedidas com o Japão alcançando níveis de qualidade alto a partir dos anos 1970. Por exemplo, carros japoneses regularmente atingem o topo do ranking de satisfação do consumidor, J.D. Power. 05 Nos anos 1980, a Companhia de Motores Ford pediu à Deming para começar uma iniciativa de qualidade depois deles perceberem que estavam ficando para trás de manufatureiros japoneses. Um número de iniciativas de qualidade bem sucedidas foi inventado pelos japoneses (veja exemplos nas páginas: Genichi Taguchi, QFD, Toyota Production System). Muitos dos métodos não só oferecem técnicas mas também têm cultura de qualidade associada (i.e. fatores de pessoas). Estes métodos agora são adotados pelos mesmos países ocidentais que décadas atrás ridicularizaram métodos japoneses. Consumidores reconheceram que qualidade é um atributo importante nos produtos e serviços. Fornecedores reconhecem que qualidade pode ser um diferenciador importante entre suas mercadorias e as de competidores (diferenciação de qualidade também é chamada em inglês de quality gap). Nas duas décadas passadas, essa diferença tem sido enormemente diminuída entre produtos e serviços competitivos. Isto é parcialmente devido à terceirização da produção, a países como China e Índia, assim como a internacionalização entre troca e competição. Estes países, entre vários outros, têm aumentado seus padrões de qualidade para atingir padrões internacionais e a demanda de consumidores. A série ISO 9000 de padrões é provavelmente o melhor padrão de qualidade reconhecido internacionalmente pela gestão da qualidade. 06 - -- - Satisfação de Consumidores (Customer satisfaction) é a espinha dorsal da Gestão da Qualidade, consolidar uma empresa de um milhão de dólares sem tomar conta das necessidades do consumidor irá diminuir seu lucro. Alguns temas têm se tornado mais significativos, incluindo cultura de qualidade, a importância da gestão do conhecimento e o papel da liderança em promover e atingir alta qualidade. Disciplinas como pensamentos de sistema estão trazendo abordagens mais holísticas para qualidade, assim pessoas, processos e produtos são considerados juntos ao invés de fatores independentes em gestão da qualidade. Agências do governo e organizações industriais que regulam produtos têm reconhecido, que cultura de qualidade pode ajudar empresas a produzir esses produtos. A influência do pensamento de qualidade tem se espalhado para aplicações não tradicionais além da manufatura se estendendo em setores de serviço e em áreas como vendas, marketing e serviço do consumidor. 07 Q Uma série de princípios de gestão é adotado pela Norma Internacional de Gestão da Qualidade (ISO 9001: 2015), e podem ser usados pela alta administração para orientar suas organizações em direção a um melhor desempenho. Foco no cliente O foco principal da gestão da qualidade é atender ao requisitos do cliente, e dessa forma, se esforçar para superar as expectativas deste. Justificativa O sucesso sustentado é alcançado quando uma organização atrai e mantém a confiança dos clientes e outras partes interessadas das quais depende. Cada aspecto da interação com o cliente proporciona uma oportunidade de criar mais valor para o mesmo. A compreensão das necessidades atuais e futuras dos clientes e outras partes interessadas contribui para o sucesso sustentado de uma organização. 08 Princípios Liderança Em todos os níveis de uma organização os líderes estabelecem propósitos e direções com intuito de criar condições nas quais as pessoas fiquem engajadas em alcançar os objetivos voltados para a qualidade da organização. Aliderança deve assumir a responsabilidade pelas mudanças necessárias exigidas para a melhoria da qualidade, além de estimular um senso de importância da qualidade em toda a organização. Justificativa A criação de unidades de propósito, direção e engajamento de pessoas permite com que uma organização alinhe suas estratégias, políticas, processos e recursos para atingir seus objetivos. Engajamento de pessoas Pessoas competentes, que são capacitadas e engajadas em todos os níveis da organização são essenciais para aprimorar essa capacidade de criar e entregar valor. Justificativa Para gerir uma organização de forma eficiente e eficaz, é importante envolver pessoas de todos os níveis e respeitá-las como indivíduos. 09 O reconhecimento, a capacitação e o aprimoramento da competência facilitam o engajamento das pessoas no cumprimento dos objetivos de qualidade da organização. Processo de abordagem Para se alcançar resultados consistentes e previsíveis de forma mais eficiente e eficaz é necessário que as atividades sejam compreendidas e gerenciadas como processos inter-relacionados que funcionam como um sistema coerente. Justificativa O sistema de gestão da qualidade é representado por processos inter-relacionados. Compreender como os resultados são produzidos por este sistema permite que uma organização otimize o sistema e seu desempenho. Melhoria O foco de organizações bem sucedidas é a melhoria contínua. Justificativa Para que uma organização mantenha seus níveis de desempenho é necessário que ocorram melhorias, reaja às mudanças em suas condições internas e externas e crie novas oportunidades. 10 Tomada de decisão baseada em evidências Os resultados desejados possuem chances maiores de acontecerem se as decisões forem baseadas na análise e avaliação de dados e informações. Justificativa A tomada de decisão pode ser um processo complexo e sempre envolve alguma incerteza. Frequentemente, envolve diversos tipos e fontes de entradas, bem como sua interpretação, que pode ser subjetiva. É importante compreender as relações de causa e efeito e as possíveis consequências indesejadas que possam vir a aparecer. Fatos, evidências e análise de dados levam a uma maior objetividade e credibilidade na tomada de decisões. Gestão de relacionamento Para o sucesso sustentado, uma organização gerencia seus relacionamentos com as partes interessadas, como seus fornecedores, os varejistas. Justificativa O desempenho de uma organização e de seus setores são influenciados pelas partes interessadas. 11 O sucesso sustentado é mais provável de ser alcançado quando a organização gerencia seus relacionamentos com todas as suas partes interessadas, para otimizar seu impacto sobre seu desempenho. A gestão do relacionamento com suas redes de fornecedores e parceiros é de particular importância. 12 ISO 9004:2008 — guia de melhoria de performance. Existem muitos métodos de melhora de qualidade. Esses abrangem melhora do produto, melhoria de processo e melhora baseada em pessoas. Na lista a seguir há métodos de gestão de qualidade e técnicas que incorporam e guiam a melhoria de qualidade: 1. 2. ISO 9001:2015 - um sistema de gestão de qualidade certificado para organizações que querem provar sua habilidade de consistentemente prover produtos e serviços que atendam as necessidades dos consumidores e outros aplicadores financeiros. 3. ISO 15504-4: 2005 — tecnologia da informação — avaliação de processo — Parte 4: guia em uso para melhoria de processo e determinação de capacidade de processo. 4. QFD — implantação de função de qualidade, também conhecido como a casa da abordagem de qualidade. 5. Kaizen — 改 善 , mudar para melhor em japonês; o termo comum em inglês é continuous improvement. 13 Melhoria da qualidade 6. Zero Defect Program — criado por NEC Corporation of Japan, baseada em controle de processos estatísticos e uma das entradas para os inventores do Sexto Sigma. 7. Six Sigma — 6σ, Six Sigma combina métodos estabelecidos como controle de processos estatísticos, design de experimentos e modo de falha e análise de efeitos (FMEA) em um sistema como um todo. 8. PDCA — planejar, fazer, verificar, agir no ciclo de ações para fins de controle de qualidade. (Método Six Sigma DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar e controlar) pode ser visto como uma implementação particular disto.) 9. Quality circle — uma abordagem em grupo para melhoria. 10. Taguchi methods — método estatístico orientado incluindo robustez de qualidade, funçao de perda de qualidade e especificações de meta. 11. The Toyota Production System — processado no oeste para lean manufacturing. 14 12. Kansei Engineering — uma abordagem que foca em capturar feedback emocional de consumidores sobre produtos para guiar a melhoria. 13. TQM — Gestão da Qualidade Total é a estratégia de gestão focada em combinar noção de qualidade em todos os processos organizacionais. Primeiramente promovido no Japão com o Deming prize que foi adotado e adaptado nos EUA como o Malcolm Baldrige National Quality Award e na Europa como o European Foundation for Quality Management award (cada um com suas próprias variações). 14. TRIZ — "teoria da solução inventiva de problema" 15. BPR — business process reengineering, abordagem de gestão focando na otimização de fluxo de trabalho e processos com uma organização. 16. OQRM — Qualidade orientada a objetos e gestão de risco, um modelo de gestão de qualidade e risco. 17. Top Down & Bottom Up Approaches— Abordagem de liderança para mudança 15 Proponentes de cada abordagem tem procurado melhorá-los assim como aplicá-los a pequenos, médios e grandes ganhos. Simples é a abordagem do processo, que forma a base da ISO 9001:2008 padrão do sistema da gestão da qualidade, pontualmente guiados pelos “Oito Princípios da Gestão da Qualidade”, abordagem de processos sendo um deles. Thareja escreve sobre o mecanismo e benefícios: “O processo pode ser limitado em palavras mas não em sua aplicabilidade. Enquanto ele preenche o critério de ganhos a todo o redor: em termos de competências aumentadas pelos participantes; a organização procura direções novas para o sucesso dos negócios, a imagem individual de ambos, a organização e as pessoas, por vez, aumenta. As competências que são até aqui colocadas como menores, são melhores reconhecidas como agora aclamadas por serem mais potentes e fértil”. As ferramentas mais complexas de melhoria de qualidade são usadas por tipos de empresas que geralmente não são o objetivo. Por exemplo, Six Sigma foi desenhada por manufatura porém tem expandido para empresas de serviços. Cada uma dessas abordagens e métodos têm tido sucesso, mas também com falhas. 16 Alguns dos diferenciais mais comuns entre sucesso e falha incluem comprometimento, conhecimento e expertise para guiar a melhoria, escopo da mudança/melhoria (Mudanças de tipo de Big Bang tendem a falhar com mais frequência em comparação com mudanças menores) e adaptação a culturas de empresas. Por exemplo, círculos de qualidade não funcionam bem com toda empresa (são inclusive desencorajados por alguns gestores), e relativamente poucas empresas participantes de TQM têm ganhado prêmios de qualidade nacional. Há falhas da BPR publicadas, assim como SIX Sigma. Empresas então precisam considerar cuidadosamente qual melhoria de qualidade adotar, e certamente nao deveriam adotas todas aquelas aqui listadas. É importante subestimar os fatores de pessoas, como cultura, ao selecionar uma abordagem de melhoria de qualidade. Qualquer mudança leva tempo para ser implementada, ganhar aceitação e estabilizar como prática aceita. Melhoria deve permitir pausar entre novas mudanças para que assim a mudança esteja estabilizada e acessada como uma melhoria real antes da próxima mudança acontecer. 17 Melhorias que mudam a cultura demoram mais, uma vez que precisam superar uma maior resistência à mudança. É mais fácil e muitas vezes mais eficaz trabalhardentro dos limites culturais existentes e fazer pequenas melhorias (isso é 'Kaizen') do que fazer grandes mudanças transformacionais. O uso de Kaizen no Japão foi uma das maiores razões para a criação da força econômica e industrial japonesa. Por outro lado, a mudança transformacional funciona melhor quando uma empresa enfrenta uma crise e precisa fazer grandes mudanças para sobreviver. No Japão, a terra do Kaizen, Carlos Ghosn liderou uma mudança transformacional na Companhia Nissan Motor durante uma crise financeira e operacional. Programas de melhoria de qualidade bem organizados levam todos esses fatores em consideração ao selecionar os métodos de melhoria de qualidade. 18 Normas da ISO A Organização Internacional de Normalização (International Organization for Standardization - ISO) criou as normas do Sistema de Gestão da Qualidade (Quality Management System - QMS) [24] em 1987. Eram as séries de normas ISO 9000:1987, compreendendo as normas ISO 9001:1987, ISO 9002:1987 e ISO 9003:1987; que eram aplicáveis em diferentes tipos de indústrias, com base no tipo de atividade ou processo: concepção, produção ou prestação de serviços. As normas são revistas no intervalo de poucos anos pela Organização Internacional de Normalização. A versão em 1994 foi chamada a série ISO 9000:1994; consistindo nas versões ISO 9001:1994, 9002:1994 e 9003:1994. A última grande revisão foi no ano 2000 e a série foi chamada série ISO 9000:2000. As normas ISO 9002 e 9003 foram integradas numa única norma certificável: ISO 9001:2000. Depois de Dezembro de 2003, as organizações detentoras das normas ISO 9002 ou 9003 tiveram de completar uma transição para a nova norma. 19 Normas de qualidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Normaliza%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_Qualidade#cite_note-24 https://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_9000 A ISO lançou uma pequena revisão, ISO 9001:2008 em 14 de outubro de 2008. Esta não continha novos requisitos. Muitas das alterações foram para melhorar a coerência gramatical, facilitando a tradução da norma para outras línguas para utilização por mais de 950.000 organizações certificadas nos 175 países (em dezembro de 2007) que utilizam a norma. O documento ISO 9004:2009 fornece diretrizes para a melhoria do desempenho para além da norma básica (ISO 9001:2000). Esta norma fornece um quadro de medição para uma melhor gestão da qualidade, semelhante e baseado no quadro de medição para avaliação do processo. As normas do Sistema de Gestão da Qualidade criadas pela ISO destinam-se a certificar os processos e o sistema de uma organização, não o produto ou serviço em si. As normas ISO 9000 não certificam a qualidade do produto ou serviço. 20 m 2005, a Organização Internacional de Normalização lançou uma norma, ISO 22000, destinada à indústria alimentar. Esta norma cobre os valores e princípios da ISO 9000 e das normas HACCP. Dá uma única norma integrada para a indústria alimentar e espera-se que se torne mais popular nos próximos anos nessa indústria. A ISO também lançou normas para outras indústrias. Por exemplo, a Norma Técnica TS 16949 define requisitos para além dos da ISO 9001:2008, especificamente para a indústria automóvel. A ISO tem uma série de normas que apoiam a gestão da qualidade. Um grupo descreve processos (incluindo ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 15288) e outro descreve a avaliação e melhoria de processos ISO 15504. 21 https://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_20000 https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_de_Perigos_e_Pontos_Cr%C3%ADticos_de_Controle https://pt.wikipedia.org/wiki/ISO/IEC_12207 Analista de qualidade é o cargo do profissional que tem objetivo apoiar na estruturação, manutenção e melhoria de um sistema de gestão da qualidade. Na prática, o Analista da Qualidade pode cumprir muitos papéis diferentes em uma empresa, desde os mais operacionais aos mais estratégicos, vai depender muito do estágio que essa empresa está e do nível de maturidade do seu sistema de gestão. O grande objetivo de um sistema de gestão da qualidade, é assegurar que os requisitos especificados por todas as partes interessadas sejam atendidos e continuamente melhorados. Na rotina do analista, ele precisa estar atento a tudo o que pode influenciar no alcance desse objetivo, e é sobre isso que vamos falar na sequência, com mais detalhes. 22 O que é o Analista da Qualidade? https://blogdaqualidade.com.br/carreira-profissional-na-qualidade-o-que-eu-aprendi-e-voce-deve-considerar/ https://blogdaqualidade.com.br/lucre-com-sistema-gestao-da-qualidade-iso-900/ Por mais que essa seja uma função que a maioria das empresas com sistemas de gestão possuem, há diversas particularidades que vão determinar efetivamente o que faz um analista da qualidade. É importante entender que o analista não é o único responsável pelo sucesso do sistema de gestão. Até porque não é ele quem “carrega o piano sozinho”, como muitos pensam. Ele deve atuar como um facilitador, já que a qualidade de verdade não é um trabalho “a mais”, ela está enraizada em tudo o que fazemos. Ele tem sua responsabilidade sim. Geralmente se concentra em direcionar e apoiar as pessoas, em suas respectivas atividades, apoiando na estruturação de seus processos, validando e conectando aos objetivos. O objetivo dele é fazer com que o sistema de gestão aconteça no dia a dia e que os requisitos das partes interessadas sejam plenamente atendidos. Levando isso em consideração, vou descrever algumas atividades e responsabilidade que são atribuições do analista da qualidade. 23 O que faz um Analista de Qualidade? 1 – O sistema de gestão precisa estar em ordem Isso significa que a principal atribuição do analista da qualidade é assegurar que o sistema de gestão esteja em dia com os requisitos aplicáveis. Para que isso aconteça, existem diversas questões que precisam estar sob controle do analista, vou citar aqui algumas delas: Processos Os processos precisam estar atualizados e sendo conduzidos conforme os procedimentos e outros requisitos aplicáveis. Muitas empresas definem procedimentos, instruções e políticas, porém na hora da prática, tudo acontece bem diferente do que foi definido. Uma das responsabilidades do analista da qualidade é estar atento a isso, que os procedimentos estejam condizentes com as rotinas e que as rotinas realmente atendam os requisitos aplicáveis. Indicadores Os indicadores dos processos e do sistema de gestão devem estar definidos e atualizados e efetivamente sendo utilizados para a tomada de decisões. 24 https://blogdaqualidade.com.br/voce-sabe-a-diferenca-entre-politica-processo-e-procedimento Em muitas empresas os indicadores existem muito mais para cumprir requisitos do que para a tomada de decisões, e isso é um erro muito comum. É papel do analista acompanhar na definição e na correta utilização dos indicadores, para que eles realmente revelem o status adequado. Seja do projeto, do processo ou propriamente do sistema de gestão e que o responsável possa manter e/ou modificar o que for necessário com base nessa informação. Riscos Os riscos abordados são a base para a estruturação dos processos e para a sustentabilidade do sistema de gestão. A mentalidade de risco se dá, quando os envolvidos entendem que sempre que há um objetivo a ser alcançado, há riscos inerentes que precisam ser avaliados e se aplicável, tomar ações para eliminá-los ou reduzi-los. É papel do analista da qualidade assegurar que em todas essas fases, os riscos sejam abordados, analisados e monitorados. 25 https://blogdaqualidade.com.br/qual-a-diferenca-entre-gestao-de-risco-e-mentalidade-de-risco Não Conformidades As não conformidades precisam estar em dia e com tratativas em andamento, conforme o planejamento. Em muitas empresas, as não conformidades não são levadas a sério como deveriam, em alguns lugares só se busca culpados, em outras nem analisadas são. A questão é que quando não aproveitamos as não conformidades como oportunidadesde melhorias, estamos negligenciando nossas próprias atitudes e inclusive sabotando os nossos resultados. Auditorias internas As auditorias internas, ferramenta base para a melhoria contínua, precisam acontecer periodicamente ou quando necessário. Em muitos lugares, as auditorias acontecem somente para cumprir o requisito da norma e é subutilizada, pois é uma ferramenta fundamental para que os processos e as pessoas possam evoluir. 26 O Analista da Qualidade tem um papel de disseminar esse entendimento de que a auditoria é mais uma ferramenta da qualidade e como todas as outras, vai nos ajudar a evoluir, desde que conduzida adequadamente. Para isso ela precisa ser conduzida por profissionais capacitados, gerando saídas claras que possibilitem a tomada de decisões. Análises Críticas pela direção As análises críticas pela direção, outra ferramenta de controle do sistema de gestão, dessa vez com um olhar mais estratégico, pois o responsável é a alta direção. Em muitos lugares essa análise crítica também não gera o real valor para a empresa, muito pela falta de entendimento e de adequação ao contexto da organização. É também papel do Analista da Qualidade apoiar no planejamento e na coleta das informações de entrada das análises críticas. Essas informações devem ser utilizadas para que a alta direção possa analisar e direcionar da melhor forma as saídas, consolidando as saídas para que o sistema de gestão possa se manter ativo e em funcionamento. 27 Objetivos da Qualidade Os objetivos da qualidade precisam ser planejados e monitorados, quando o requisito for a ISO 9001, o analista de qualidade também é responsável por acompanhar o andamento dessas ações e de coletar evidências de cada uma delas. O objetivo dessa atividade é manter a rastreabilidade e correta adequação nesse processo. Análise de dados Estipular ou monitorar índices estatísticos que mostram tendências ou possibilidades que possam comprometer a qualidade dos processos e até de produtos, também pode ser uma atribuição do Analista da Qualidade. Aqui o analista vai coletar informações importantes e levá-las as pessoas aplicáveis para que eles possam agir e solucionar possíveis divergências e anomalias. 28 controle de equipamentos de monitoramento e medição; calibrações; verificações; gestão do conhecimento organizacional; gestão de fornecedores; entre outros. Garantir os controles operacionais Existem outras atividades, como por exemplo: Em muitos lugares, essas atividades possuem outros responsáveis para executar, mas o analista da qualidade precisa fazer um acompanhamento, para garantir que realmente aconteça como deveria e que também gere o valor que tem que gerar. 29 2 – Promover o engajamento na qualidade Essa talvez seja a responsabilidade mais desafiadora do analista da qualidade, e com certeza, a que exige mais da sua energia e atenção. Se trata de promover o engajamento de toda a empresa para a Qualidade. Eu sei que isso pode ter relação com a cultura organizacional, com postura dos profissionais, visão da alta direção e até princípios e valores, mas todo o trabalho, para que ele tenha resultado, vai depender e muito do engajamento. A empresa toda precisa entender que qualidade é muito mais do que cumprir um requisito. É sobre fazer o que tem que ser feito e gerar valor para as partes interessadas, é simplesmente ir além. Para tornar isso possível é fundamental entender que Qualidade se constrói com atitudes e não com palavras. De nada adianta falar de padrões, de excelência, de melhoria, de gestão e na hora de colocar em prática fazer todo inverso. 30 https://www.youtube.com/live/MN6qCo2349o?feature=share Isso não significa que, se a empresa não está engajada com a qualidade a culpa é do analista. De jeito nenhum. O engajamento acontece de um esforço conjunto de toda organização. Mas é responsabilidade do analista facilitar esse engajamento, identificar os gaps onde isso é latente, dar ideias e promover ações que apoiem o engajamento. Promover capacitações A primeira forma de engajar as pessoas é através de capacitação. O Analista da Qualidade, normalmente é a pessoa que mais conhece de qualidade na empresa, estar disposto a ensinar é um fator preponderante nesse processo. Agir como um facilitador Outra questão importante é estar disposto a adaptar o sistema de gestão de acordo com a realidade da organização, o contexto e as pessoas. Não existe fórmula pronta, não dá para copiar a qualidade da outra empresa, o que precisa ser entendido é que cada empresa tem suas características. 31 É preciso ter a condição de adaptar as rotinas, as atividades, os processos, de acordo com a sua necessidade. É claro, sempre assegurando o atendimento aos requisitos aplicáveis, mas entendendo que isso não precisa ser complicado e nem burocrático. Quando o analista da qualidade dá voz as pessoas e adapta o sistema de gestão de acordo com essas necessidades, o sentimento de pertencimento aflora gerando valor em todos os sentidos. As pessoas começam a querer a qualidade em suas atividades. Comunicar-se com assertividade Comunicar-se com assertividade é outro fator indispensável para conseguir o engajamento de todos. Nesse caso ser assertivo não tem a ver com falar corretamente, com base técnica e com um conteúdo robusto. Ser assertivo na comunicação tem a ver com se fazer compreender. Não é sobre o que você fala, é sobre o que o outro entende. Muitas vezes nos preocupamos somente com o que vamos dizer, com o resultado que queremos e nos esquecemos do receptor da mensagem. 32 https://blogdaqualidade.com.br/engajamento-de-pessoas-sgq Desta forma, utilizamos uma linguagem incompatível com a outra parte, falando de normas, requisitos, cláusulas, ferramentas, termos técnicos etc. Questões que não fazem nenhum sentido para o outro. Ser assertivo na comunicação é assegurar que o outro compreendeu a mensagem e acima disso, conseguiu absorver aquilo que foi comunicado. Conseguimos isso apenas quando exercitamos MUITO, mas MUITO MESMO a empatia. Levando em consideração os itens anteriores, o Analista da Qualidade precisa dar suporte, orientar, esclarecer tudo o que for aplicável ao sistema de gestão e suas características para pessoas dos diferentes níveis da organização. Esse suporte vai aproximar todas as áreas e tornar o sistema de gestão mais adequado. 33 Lidar com as demandas Avaliar não conformidades reportadas Analisar incidentes Execução com o time (análise de causa, elaboração de procedimento…) Analisar indicadores Verificações de dados no software Monitoramento dos projetos advindos do planejamento estratégico Autodesenvolvimento Promover capacitações Análise de Riscos Auditorias internas 3 – A Rotina do Analista da Qualidade Para dar conta de tudo isso, o analista da qualidade precisa ser organizado. Portanto, é importante que haja na sua agenda horários definidos para executar os trabalhos planejados e espaços para trabalhar os trabalhos não planejados. Cada semana pode ser completamente diferente para o analista, pois ele sempre estará imerso no contexto da organização e suas principais metas. Mas tempo estimado para atividades semanais são essenciais. Por exemplo: 34 É claro que, o analista da qualidade deverá adaptar seu planejamento de acordo com as mudanças do contexto. A prioridade pode mudar, urgências podem surgir, mas ele sempre estará atento do “porquê” essas mudanças e urgências acontecem. Desta forma, ele melhora os processos e desenvolve a qualidade na sua rotina. O que o analista da qualidade precisa para ter sucesso? 1 – Estar em dia com as competências técnicas É claro que uma boa base técnica é indispensável no dia a dia do Analista da Qualidade. Essa base técnica pode ser construída através de uma Graduação, como por exemplo de Engenharia de Produção, Administração de Empresas ou até de Gestão de Qualidade. Pode ser também através de cursos e formações como entendimentodas normas aplicáveis, formação de auditor, domínio nas ferramentas e metodologias necessárias para o dia a dia. Por exemplo: as ferramentas da qualidade, abordagem de riscos, gestão por processos, indicadores e afins. 35 https://blogdaqualidade.com.br/a-resistencia-a-mudancas-e-o-meu-cachorro-chewie/ 2 – Estar em dia com as competências comportamentais Não podemos esquecer também de habilidades comportamentais. Muitas vezes, nós profissionais da qualidade paramos na parte técnica e nos esquecemos das pessoas. 3 – Proatividade Ser proativo na nossa área também é fundamental para se ter sucesso. Um analista de qualidade proativo é aquele que busca ativamente oportunidades de melhoria, identificar problemas antes que eles se tornem críticos e tomar medidas para resolvê-los. Essa característica pode valorizar e muito o seu trabalho, portanto é algo que não pode ser deixado de lado. 4 – Paixão pelo que faz Outro fator que acredito ser fundamental é sim, ser um apaixonado pelo que fazemos. 36 Em resumo, ser um analista de qualidade bem- sucedido requer não apenas conhecimento técnico e habilidades comportamentais. É essencial compreender o que é qualidade e como ela pode ser implementada de maneira certa em uma organização. Além disso, é preciso estar sempre atualizado sobre as normas e requisitos aplicáveis e utilizar as ferramentas e metodologias disponíveis para garantir a eficiência e a eficácia dos processos. Com essas habilidades, conhecimentos e uma boa energia para fazer acontecer, um analista de qualidade pode fazer a diferença na busca pela excelência e no sucesso de uma empresa. 37 https://blogdaqualidade.com.br/aristoteles-e-a-busca-pela-excelencia/ Rose, Kenneth H. (julho de 2005). Project Quality Management: Why, What and How. Fort Lauderdale, Florida: J. Ross Publishing. p. 41. ISBN 978-1-932159-48-6 ↑ Hagerty, J.R. (13 de dezembro de 2013). «Bad News for U.S. Industry: China is Closing the Quality Gap». The Wall Street Journal. Consultado em 16 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 10 de outubro de 2016 ↑ Shirouzu, N. (28 de setembro de 2017). «China carmakers narrow quality gap on global rivals: Report». Reuters. Consultado em 16 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2018 ↑ Research, Center for Drug Evaluation and (12 de março de 2020). «Quality Metrics for Drug Manufacturing». FDA (em inglês) ↑ Administration, Australian Government Department of Health Therapeutic Goods (9 de agosto de 2018). «Presentation: Driving a GMP / Quality Culture to provide supporting evidence of better business outcomes». Therapeutic Goods Administration (TGA) (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2020 ↑ «ISPE Advances Its Focus on Cultural Excellence». 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