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U M P O E M A PA R A C A D A D I A E M Q U E N Ã O T E V I Igor Marcondes Publicação independente Copyright © 2018 Igor Marcondes Todos os direitos reservados Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão expressa por escrito da editora. Design da capa por: Fernanda Serra Revisão dos textos em espanhol: María José Verdugo. Revisão dos textos em inglês: Gisele Rocha, Jessica Borges e Kate Sales. Ilustrações: Geraldo Domingos. Impresso nos Estados Unidos da América CONTENTS Title Page Copyright Dia 1. Dia 2. Dia 3. Dia 4. Dia 5. Dia 6. Dia 7. Dia 8. Dia 9. Dia 10. Dia 11. Dia 12. Dia 13. Dia 14. Dia 15. Dia 16. Dia 17. Dia 18. Dia 19. Dia 20. Dia 21. Dia 22. Dia 23. Dia 24. Dia 25. Dia 26. Dia 27. Dia 28. Dia 29. Dia 30. Dia 31. Dia 32. Dia 33. Dia 34. Dia 35. Dia 36. Dia 37. Dia 38. Dia 39. Dia 40. Dia 41. Dia 42. Dia 43. Dia 44. Dia 45. Dia 46. Dia 47. Dia 48. Dia 49. Dia 50. Dia 51. Dia 52. Dia 53. Dia 54. Dia 55. Dia 56. Dia 57. Dia 58. Dia 59. Dia 60. Dia 61. Dia 62. Dia 63. Dia 64. Dia 65. Dia 66. Dia 67. Dia 68. Dia 69. Dia 70. Dia 71. Dia 72. Dia 73. Dia 74. Dia 75. Dia 76. Dia 77. Dia 78. Agradecimentos About The Author Books By This Author A trilha sonora de Um poema para cada dia em que não te vi pode ser ouvida na playlist abaixo. Basta usar seu celular para escanear o código no app do Spotify. A ordem das músicas corresponde à dos poemas. DIA 1. Hoje começo pelo ontem, pois consegui sorrir sozinho. Acho que você precisa saber que tento seguir meu caminho. Ainda que eu prefira esperar, a dor é muito forte pra mim. A vida, sozinha, vai continuar e eu provavelmente também. Este é um poema despretensioso, somente introduzo o que virá. Faço rimas apenas pra você, que meu coração sempre amará. DIA 2. Dia de sol esquenta meu lençol No chão esfrio o coração Dói o peito recuso meu leito Não divido é sua minha libido Frio e quente fico e você ausente DIA 3. Eu sou a flor e a dor Da vida, a despedida Carência afetiva Desinibida Clareira na floresta Proibição que se acumulou O escuro que clareou E deito cansado no seu colo Que é alento em dia de desespero Suspiro em noite de prazer Manto que cobre a tormenta E sagrado que enobrece o sexo Queima, burla, impressiona Depois desata Castra E abandona Me deixando livre e ao seu Deus dará Caído morto por viver da ausência Da genuína tristeza que é solidão Saltando sobre a vista As lágrimas doces E os temores Que só o que sou sem você traz Um mundo infinito Sem paz DIA 4. O que restou: ossos, carne, indigestão; dedo na ferida verga na virilha membro duro e sujo teu não teve jeito, amoleceu; pode doer, mas quem dói sou eu; clarividência percorrida, carinho, afago, vida; cantou no tom errado boca cheia de leite derramado gosto amargo e viscoso tem amou seu ego, amou ninguém goza na cara de quem vem; meu bem revolucione me impressione; previsível sempre será: comigo errou, com todos errará. DIA 5. Oi, tudo bem? Como vai tudo aí? Faz tempo desde a última vez que te vi. Imagino você lendo e vendo Os passos lentos que nem vi e você deu ou você correu? E eu não percebi em nenhum momento o abismo em que caí Depois que aconteceu E eu não aconteci pois fiquei aqui sofrendo a morte de um amor que não morreu. DIA 6. Eu tenho tudo o que eles não têm E ainda assim não tenho nada daquilo que você quer tenho tentado acontecer sair do normal que era ser seu O medo de não conseguir mudar me petrifica Mas eu sei que você não se importa porque agora você cuida deles Nem sei quantos são Tenho medo de saber como eles são Só sei que não tenho mais espaço e que você o ocupa com desconhecidos a cama que dividiu comigo. DIA 7. Eu conhecia o cheiro de todas as partes do seu corpo Eu sentia seus toques e com seu beijo ficava louco Toda vez que me abraçava, para mim, era pouco Queria uma eternidade preso a ti, mas estou solto Eu me encantava com a sua beleza todos os dias Eu ouvia seus gemidos como se fossem sinfonias E queria gemer junto a ti, criando nossa harmonia Mas descobri que o mesmo você já não queria Eu amava a cada segundo alimentar-me de te ver Eu fiz de tudo, e faria novamente, para você saber Que o que eu sentia não mudou, não vou esquecer Mas temo que você o fez e não vai mais me querer. DIA 8. Você consegue ler as entrelinhas? (eu te amo) Entender suas palavras por trás das minhas? (eu também te amo) O significado. Você enxerga? (nós) Eu te deixo esta mensagem, releia. Ela contém o supremo e doloroso medo da realidade. Tem o que te dei e era minha responsabilidade. Releia. DIA 9. Você pegou a faca e me deu duas punhaladas no coração. Eu senti quando a primeira entrou e quando a segunda saiu. Aos poucos, você começou a se afastar, dizendo que era a distância que iria estancar o sangue. Eu vi o seu futuro nos braços de um novo rapaz, enquanto a mácula ainda pulsava dentro do meu peito solitário. Você guardou a faca e sempre me acena com ela. De longe, consegue me matar todos os dias um pouco mais. DIA 10. Somos o choque de dois planetas constelações que se mesclaram criando um universo infinito chamado amor nossos satélites perderam a força e atingiram nossas órbitas vulcões e torrentes gritaram anunciando o terror nossas partículas se espalharam meteorizamos nossos corpos corremos o vazio espacial compartilhando calor. Acho que hoje estou cósmico. DIA 11. Lágrimas que chorei hoje: lembranças que terei sempre. O que você me disse ontem: altera toda superfície parada. Hoje caiu uma lágrima quente: relembrando a lástima fria. A dor selará a alegria amanhã: talvez eu ainda sorria sozinho. DIA 12. Papel em branco novo; caneta usada; marcas de mordida na tampa, carga já pela metade Papel em branco, sem margens e sem linhas; caneta de ponta fina, quase rasga o papel em branco ao escrever: amor. DIA 13. Será que você sentia o mesmo que me dava alegria? Será que gozava o tanto que eu me doava? Será que você me queria como eu a você, noite e dia? Será que quando me beijava o amor, como eu, saboreava? Será que você sorria como eu quando te via? Será que você me amava ou só me enganava? Responde. DIA 14. Você anda visitando meus sonhos e transformando eles em pesadelos. Neles, eu me desrespeito querendo saber da sua vida, te cobrando pelos erros e me torturando pelos desejos. Preferia perder a capacidade de sonhar, pra esquecer a vontade de entender, pois o que aconteceu entre nós é fim e não importa o que nos trouxe até aqui, já que não estamos mais juntos. Por favor, saia da minha cabeça. DIA 15. Eu sei que não deveria te dar este poder, mas quero que saiba que vou te esperar sempre. Esperei uma eternidade em outras vidas, esperarei outra para te encontrar outra vez e sempre. Eu me cansarei de viver esperando você, mas sei que não desistirei, como nunca fiz antes. E cada vez que eu te encontrar ao meu lado vou te dar todo meu ser como sempre fiz antes. DIA 16. Ah, seu misticismo! Ele fazia parte de mim, quando eu fazia parte de nós. E quando nós viraram dois, a minha fé desatou, correu de mim. É como se a minha fé fosse parte da fé que eu tinha no nosso amor. E no instante em que o nosso amor virou pó, pra você, eu perdi a fé no resto e sobrou nada pra acreditar. DIA 17. Te quiero olvidar Te quiero Y ya no me puedo olvidar Lo que hiciste está adentro Y lo que está adentro no se olvida Te quiero odiar Te quiero Y ya no puedo amar Lo que hice se me olvidó Y lo que olvidé ya no puedo recordar No permitas, cariño, que se me olvide jamás. No permitas, cariño, que me olvide de amarte. DIA 18. Quanto do meu medo foi você quem me deu? A luz não estava acesa, eu sei que escureceu. Pensei que era minha vida, mas era tudo seu.Foi você que tomou a decisão egoísta, não eu. Agora, sigo o caminho sem lanterna, no breu. Não escuto meu coração, pois ele já morreu e você mentiu, sei que no fim, não sofreu, pois a história apenas em mim permaneceu e o sol no seu caminho sempre amanheceu. Só me resta questionar: você já me esqueceu? DIA 19. Espelho não é tela Sangue não é tinta Mente não é pincel Dor não é inspiração Corpo não é objeto Sou obra inacabada Você não será o pintor. DIA 20. Corre, corre Pra bem longe Foge, foge Vai, se esconde Veja, veja Pra aonde vai Corre, corre Erra e cai Força, força Pra se levantar Respira, inspira Em busca de ar Vai, vai Quero te ver Longe, longe Pra te esquecer. DIA 21. Às vezes penso que preciso do seu amor Às vezes penso que preciso te amar Mas tenho certeza de toda essa dor E não tenho dúvida de que ela vai acabar Às vezes penso que quero você do meu lado Às vezes penso que quero te abraçar Mas lembro de quanto tenho esperado E me recordo de que sempre me fará esperar Às vezes penso que entendo as suas razões Às vezes penso que entendo a vida Mas sinto tudo no calor das emoções E me esqueço de que você é uma proibida DIA 22. Não é exagero dizer que você me derrotou, pois na minha cama, restam as ruínas do que sou. Não é mentira quando te chamo de egoísta, pois já me ofendeu para se sentir mais altruísta. Não é coincidência que você queira sexo, pois sua satisfação sempre foi além do complexo. Não é à toa que eu tenha me dedicado a nós, pois sentia que, no fim, você me deixaria a sós. DIA 23. Eu não sei se é verdade, mas se você tiver um novo ele, espero que não o troque pelo trabalho; não jogue as preocupações com o seu corpo no corpo dele; não me faça fazer parte do relacionamento de vocês; não fale de mim pra ele; não coloque suas frustrações na cabeça dele; consiga assumi-lo para o mundo; consiga beijá-lo na rua; consiga ver o casamento como algo possível; consiga priorizá-lo; consiga dar a ele mais do que dinheiro; consiga vê-lo além do sexo; enfim, que você seja tudo o que não foi comigo. E se você conseguir, isso doerá em mim, mas será o correto. DIA 24. A gota tentou encher o copo Mas sempre que ela caía Ela era bebida A gota caía quente no copo Mas ela sempre esfriava Em contato com ele Ela nunca transbordou o copo Ele sempre se dizia completo Mas abria a torneira O copo sempre foi transparente E a gota nunca foi suficiente Por isso, ela secou. DIA 25. É possível transformar a dor em poesia, porém hoje, a dor foi tão grande que eu não consegui transformá-la em nada bonito. DIA 26. Dor física tremores Me limita os amores Dor física horrores Me muda as flores Dor física clamores Me deturpa os valores. DIA 27. Há dias em que penso não ter nada pra escrever, mas me basta lembrar do seu rosto, dos seus olhos e não posso esquecer: seu cheiro seu beijo seu toque você inteiro. Um dia, pode ser que eu olhe pra trás e te supere, mas me bastará lembrar que fui seu durante anos e talvez eu recupere: a alegria a ambição a autoestima meu coração. DIA 28. Possessivo. meu, meu, meu, meu, meu, meu, meu, meu, meu meu, meu, meu, meu, meu, meu, meu meu, meu, meu, meu, meu meu, meu, meu seu DIA 29. Minha poesia pra você: vai se foder! DIA 30. Minha língua treme: é o sangue correndo, é a vida vibrando, crescendo. Espero que cresça uma sequoia inteira. DIA 31. Em nome do pau, da ereção e do leite gozado, adeus. DIA 32. Fruta que amadurece no pé e ninguém colhe, apodrece e cai no chão. Do chão não passo. Ou melhor, passarei. Adubarei. DIA 33. Anjo pra virar demônio basta querer. Eu te quero. DIA 34. Sozinho com você era triste. Sozinho sem você sou triste. O problema era que, estando, você me deixava sozinho. DIA 35. Em sua meditação, eu peço, me transforme em oração. DIA 36. Minha vida é muito curta para tentar te esquecer. DIA 37. We have two things in common after all: 1. we both love you; 2. we both think I am stupid for it. DIA 38. Você é karma resolvido É benção recebida O tal fruto proibido Carne apodrecida Na cruz É carrasco com machado Cadeira elétrica ligada Revólver engatilhado Artéria rasgada Sangrando Morte. DIA 39. Se bem me lembro, sua pele era macia. E eu me lembro bem: ela me tocava de leve. E se lembro direito, sua pele era quente. E eu me lembro, sim: ela me esquentava. Se lembro corretamente, sua pele me despertava. E eu me lembrei hoje que não posso mais tocá-la. DIA 40. Em boca calada não entra mosca e em coração aberto entra qualquer um. DIA 41. Cuidado. Perigo. Não atravesse. Entrada proibida. Cão bravo. Você. DIA 42. Joelho ralado Mãos no chão Corpo arqueado Dói a palpitação No peito furado Queima o coração Para ser curado E voltar à razão Da qual foi tirado Pela doce ilusão De ser amado Por quem diz não Estando ao lado Do que era então Feito de bom grado Agora levanta a mão Fica em pé, parado Recebendo a benção Que tinha esperado Dentro do caixão Jaz um amor enterrado. DIA 43. Don’t you ever give me any hopes again ‘Cause till these days Your words have only brought me pain Right after you decided to leave me Trust in what I say I realized that I was finally free So don’t come back in the future ‘Cause, mama’s boy, Your indecisions bring me torture Now it's time for you to find your luck To believe and to want Something other than money and fuck. DIA 44. O trabalho era um problema até que me tornei o problema, e você entende de problemas, pois você é um problema para mim. Qual foi o maior problema que te fez me ver como problema e não como a solução do problema que era, na verdade, seu problema refletido? Eu me cansei de ser seu problema, mas te deixo ser meu problema, porque não sei resolver o problema que me leva ao maior problema que é te amar. DIA 45. Hoje eu chorei escondido no trabalho pois queria te fazer sentir culpado por tudo o que você me tirou quando se retirou da minha vida. Hoje eu chorei na frente do computador pois queria sentir de novo tudo o que eu sentia quando você estava ao meu lado. Hoje eu chorei sozinho em casa no escuro pois queria simplesmente me matar pra acabar com tudo o que eu sinto sem você. DIA 46. A porta se abre e se fecha. Na cama se dorme e se desperta. Você me ama e me nega. DIA 47. Que mistério é esse que se instaurou? Pisou na Terra sem medo. Começou. Respirou e abriu os olhos para ver a realidade e não a recusou nem a usou. Sofreu e não negou. Aceitou, pois carrega em si o tempo ilimitado do amor. DIA 48. Meu coração é vagabundo, gosta de sofrer. Seu coração é cigano, gosta de arriscar. Meu abraço é seu, gosta de te abraçar. Seu abraço é invejável, escolhe a dedo. Meu beijo é carícia, ama com a saliva. Seu beijo é carente, engana como a sativa. Minha mente é divina, ama e dá vida. Sua mente é confusa, não se decide e mata. Meu amor é universo, explode pra se recriar. Seu amor é inverso, se ama pra explodir. DIA 49. Quem semeia vento, colhe tempestade. Afinal, o que, em mim, você plantou? Regada por você e pela sua maldade, No meu peito, sua erva daninha brotou. Já tentei colher as flores que nasceram, Mas junto delas os espinhos cresceram. Usarei veneno para te matar em mim, Pois já não te quero no meu jardim. A sua nova plantação deve ter começado, Espero que melhore na próxima colheita. Ainda que comigo tenha fracassado, Devolvi sua terra intacta e perfeita. DIA 50. O tempo é o remédio. O amor-próprio é a moeda. A mente é o vendedor. O coração é o enfermo. Você é a doença. DIA 51. Um dia quero ser um pássaro para sobrevoar você e me convencer da sua pequenez. DIA 52. Tenho tanto amor pra dar e tanto ódio pra receber Tenho um corpo pra amar e muito gozo pra ceder Quero alguém pra amar e o ódio por você esquecer Quero com um corpo deitar e a sua libido talvez entender Tenhoum medo pra superar e vários desejos pra entender Tenho um homem pra evitar e vários pra sem pressa meter. DIA 53. Ontem você me chamou e o fogo que eu tinha apagado queimou Ontem você me confundiu e o que eu tinha decidido se perdeu Meu coração voltou a bater. DIA 54. Nosso amor é ponto-final ou reticências? DIA 55. Segurei a saudade nas mãos não podia te chamar ou te ligar seria um erro guardei a saudade no peito queria te abraçar sentir seu cheiro Dormi abraçado com a saudade não queria chorar por ter sido verdadeiro deixei a saudade ir embora queria me respeitar e alguém que me amasse por inteiro. DIA 56. “Quando serei feliz?” Leram minha sorte nas cartas Foram escolhas que fiz E as que gerarão marcas Você não estava no meu futuro Confesso que fiquei triste Pois nosso amor foi maduro E agora ele não existe O tempo me ajudará a aceitar Mas gostaria de te ter comigo É difícil desistir de te amar E te ver como um novo amigo Você é confuso como o futuro Se não fosse isso, continuaríamos Mas sei que o que sentimos foi puro E que mais amor construiríamos. DIA 57. Você é o espelho do seu ego. Reflexo mimado por si próprio. Emite luz pra se ver refletido. Se apaga pra não dividir o brilho. Não admite rachaduras naturais. Não admite que se rachou sozinho. O seu passado se reflete no presente. E o seu futuro são sete anos de azar. DIA 58. Quando nosso amor morrer, vamos enviá-lo numa barca com uma moeda para fazer a passagem ou mumificaremos o restante dele para algum ritual religioso de pós-vida? Só existe uma resposta para essa pergunta, cuidado... DIA 59. Quando descobri o mundo se refez Quando permiti o mundo se habitou Quando aprendi o mundo se evoluiu Quando insisti o mundo se desfez. DIA 60. o meu medo é o tempo passar e a gente acabar como as ondas do mar num vai e vem num meu mal, meu bem um com, um sem aquela velha história um peso na memória um herói sem glória tenho medo de a dor não passar medo de o amor não secar medo de você não voltar para mim e esse sim ser o meu fim DIA 61. There is nothing left of me Since you’ve been gone I will never forgive you For letting me alone in here For letting me live in fear For letting me lose my poetry For letting me hurt myself I am so afraid I think my energy is gone I think I can’t do anything right Since you’ve been gone There is nothing left of me. DIA 62. A única certeza que temos é a incerteza que existe entre nós. DIA 63. De olhos fechados ou De olhos abertos Perto ou Longe Com você ou Sem você Num sonho ou Na realidade Você me rejeita ou Você me humilha Para se envaidecer ou Para se masculinizar Eu aceito ou Eu aceito Por te amar ou Por não me amar. DIA 64. As árvores brotaram de sementes antigas Os galhos cresceram em troncos místicos Os frutos nasceram e amadureceram no amor As bocas se lambuzaram nos sucos da alegria E cuspiram novas sementes com ferocidade Onde caíram e quem as regará é um mistério. DIA 65. Reli poemas antigos De quando te conheci Senti vontade de parar de escrever Tudo já parecia em vão Agora, então Penso que todas essas palavras Nunca farão efeito na sua cabeça dura Nunca te convencerei de aceitar meu amor Sempre foi assim... Sempre desejei te dar o que você nunca pediu No começo, no meio (talvez) e no fim. Qual é o sentido, afinal? Para o quê nos preparamos? Nosso fim foi um sinal? Sem nós, continuamos? DIA 66. Sabe quando você sente o chão tremendo Mas na verdade é o seu coração batendo E a pulsação do corpo todo vai crescendo Até que o medo vai embora, se arrependendo... Eu sei. Sabe quando você ouve o movimento do mar Mas na verdade é o sentimento te deixando sem ar E o coração bate mais fraco, aprendendo a se controlar Até que o passado vai embora e você pode novamente amar... Eu sei. DIA 67. O céu azul pode ser mais lindo que os seus olhos mirando na minha direção. DIA 68. Colar de pérolas não repousaram no pescoço O cão sem dono não quer largar o osso Oração pra santo do pau oco não alcança graça O bem do mundo é a própria desgraça Estrume ou adubo só depende de quem vê O futuro tem dono se o dono nele crê. DIA 69. Heartbreak: the prediction of a destiny that doesn’t fulfill itself DIA 70. Eu sempre volto Mas eu sempre voltarei? Se eu sempre voltar Significa que ficarei? DIA 71. Eis que o coração volta a bater Sem a razão principal ser você O alívio que isso dá é enorme E este alívio tem endereço e nome DIA 72. Início, meio e fim E tudo de novo Até que eu saia Da grande roda Que se alimenta Dos meus inícios Dos meus meios Dos meus fins E me alimenta Com inícios Com meios Com fins Meus. DIA 73. Quando Onde Quem São palavras que condenam Se respondidas envenenam O presente que modificaram E o futuro inteiro prejudicam DIA 74. Planos: forma de valorizar o futuro no presente e sobrepô-lo à importância antes dada ao passado. DIA 75. Olhe como cheguei longe Distante de você Veja como ampliarei o tempo Sem te ver Sinta meu espírito indo embora Desatando nosso nó Espere por mim do outro lado Se ainda me amar Ou venha de encontro comigo E me convença a voltar DIA 76. Conte comigo: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e meio. Quando metade de mim sumiu, entendi que não era inteiro. O que terminou pela metade não fomos nós, fui eu, pois estive todo este tempo a sós sendo seu. O fim deu início à construção do todo que sou e que não era, pois durante 6 anos e meio ficou em espera. DIA 77. O pedido de desculpas que devo, Por ter deixado de lado objetivos Por ter cansado o corpo e a mente Por ter rejeitado o reflexo no espelho Por ter investido em algo alheio Por ter acreditado nos discursos, Devo a mim. A você, percebi, não devo mais nada Pois te dei todo o meu amor e a minha atenção Durante horas Durante dias Durante meses Durante anos Durante suas crises Durante seus locais Durante sua família. Eu me desculpo, hoje, por ter perdido minha rota por você Foi necessário pra que eu nunca mais perca minha rota por ninguém. DIA 78. Eu sou amor. “Eu sou muito mais do que o amor que te dei.” Ou pelo menos era isso o que eu pensava. Depois que você se foi, percebi que, na verdade, eu sou em grande parte o amor que te dei e não muito mais do que ele. Eu gostava de pensar que era mais do que isso, pois, para mim, quem era apenas isso era pouco e comum. Eu não queria admitir a minha semelhança e não entendia que ser o amor que te dei era ser muito. Eu percebi que não queria ser apenas o amor que te dei, porque ele me trouxe um sofrimento que eu considerava vulgar se posto ao lado de outras questões da existência humana. O problema é que, ao te dar todo aquele amor, eu tinha mais forças para enfrentar todas as impossibilidades que a vida trazia. Eu não queria admitir que o amor me era necessário, não apenas dá-lo a alguém que eu acreditava ser merecedor, mas também recebê-lo de alguém que me achava digno disso. Eu pensava que seria fraqueza minha confessar que precisava de amor, porque eu via como as pessoas sofrem por ele. Não conseguia ver um coração ferido por não ter sido amado como algo grave, pois considerava que a fome, os abusos e o poder do dinheiro eram coisas muito mais urgentes de serem acabadas. E provavelmente são. Porém, hoje entendo, também é o amor que sinto por você. Agora, eu aceito que sou em grande parte o amor que te dei e sei que isso não é algo ruim, é apenas uma característica minha carregar o peso de um sentimento tão puro. AGRADECIMENTOS Agradeço a pessoas maravilhosas que me leram nestas e em outras linhas, que me disseram pra escrever e pra viver. Obrigado mãe, por ser sempre doce, pai, por alimentar em mim o amor pela leitura, irmã, por me dar força quando eu não tinha, irmão, por sempre me sorrir com calma. Obrigado Fernanda Serra, pela capa maravilhosa e por dedicar seu tempo a me ouvir. Obrigado Debora Couto, por ler este livro e por ser a fonte de amizade e aprendizado que eu preciso. Obrigado Rebeca Benício, por me provar que amizade não é apenas sobre proximidade física, mas também de alma. Obrigadoa Você que me deu material pra escrever ainda que o resultado de nós seja este livro. ABOUT THE AUTHOR Igor Marcondes Instagram: @igorautor Twitter: @igorautor Contato: autor.igor@gmail.com Igor Marcondes nasceu em Lorena, interior do Vale do Paraíba, é formado em Letras pela Universidade de São Paulo, e viveu em Santiago do Chile, onde estudou linguística e literatura hispânicas na Pontificia Universidad Católica. Tem como principais influências Hermann Hesse, João Guimarães Rosa e Vladímir Maiakóvski. Seu primeiro livro de poemas, “Um poema para cada dia em que não te vi”, atingiu o primeiro lugar na lista de ebooks de poesia mais vendidos da Loja Kindle da Amazon em 2021. BOOKS BY THIS AUTHOR Gozo Poético Onde começa e onde termina uma relação? Em Gozo poético, Igor Marcondes traz uma coletânea de poemas curtos e contundentes que narram o ato sexual em sua simultânea completude e infinitude. O fio condutor das partes é um passeio pelo desenho dos corpos entregues ao delicado prazer e à incineradora luxúria. No princípio, um convite ao espetáculo encenado no palco do deleite. No meio, a provocação dos sentimentos que, às vezes, hesitam em ser estimulados, e aqui são deflagrados sem restrição. No desfecho, o arrebatamento dos amantes que se asseguram de terem se entregado profundamente e de terem preenchido de forma mútua os vazios do físico e do etéreo. Gozo poético é uma indispensável ode ao erótico. Recomendado para maiores de 18 anos. Tudo O Que Dói O autor do best-seller “Um poema para cada dia em que não te vi” retorna com a série “Tudo o que dói”. Dividido em 12 partes, o livro narra poeticamente a história de um personagem fundamentado na realidade e feito puramente de sentimentos. Cada parte foca em uma dor específica, conectando-se à anterior e à próxima pela lógica da existência humana: o cordão umbilical; a lição de casa; a confissão; o armário; a novidade; o sexo; o desejo do fim; a recuperação; o amor; a perda iminente; a perda permanente; a realidade. https://www.amazon.com.br/dp/8595563063/ref=sr_1_2?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=N2E8CGPO5LMP&keywords=gozo+po%C3%A9tico&qid=1654867120&sprefix=gozo+po%C3%A9tico%2Caps%2C187&sr=8-2 https://www.amazon.com.br/Tudo-que-d%C3%B3i-cord%C3%A3o-umbilical-ebook/dp/B09G75F2K2/ref=sr_1_2?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=GB5RKTU2XWC8&keywords=igor+marcondes&qid=1654887006&sprefix=igor+marconde%2Caps%2C220&sr=8-2 Os versos de “Tudo o que dói” não apenas expõem essas doze dores, mas também iniciam o processo de cura pelo simples fato de existirem. Uma Cura Para A Vida Quando o tempo se desprende da linearidade comum, os eventos de uma vida se mesclam e revelam como a atitude mais simples, o menor ser vivo e o sentimento mais puro podem se conectar para oferecer um alívio à ferida aberta que é viver. Autor de “Um poema para cada dia em que não te vi” e “Cinza São Paulo”, Igor Marcondes examina a proximidade entre a morte e a espiritualidade de maneira sincera e sentimental. Realidade Crônica “Realidade Crônica” não é uma prece, mas reza a poesia urbana que permeia a vida e, talvez, louve as desventuras de momentos curtos que podem se estender na mente. Por isso, a fórmula é a mesma: textos rápidos, muitas vezes desafiando a pontuação e os significados correntes. O autor de “Um poema para cada dia em que não te vi” retorna à prosa neste volume complexo e cheio de questionamentos, trazendo elementos reais para compor uma obra que, se o leitor permitir, modificará suas percepções sobre as coisas mais simples da vida. Cinza São Paulo Entre os contos que compõem este livro, existe um, logo nas primeiras páginas, intitulado "Ignorância". O texto fala sobre coisas que sentimos, mas não sabemos dar nome. E é justamente isso que o Igor faz durante toda a obra, dá nomes aos seus sentimentos mais íntimos e mais públicos. Como um dicionário de traumas, medos, amores, ele dá nomes: viado, lobo, silêncio, greve, dor. Cada palavra vem acompanhada do seu significado, https://www.amazon.com.br/cura-para-vida-Igor-Marcondes-ebook/dp/B07Y7N5HX7/ref=sr_1_6?dchild=1&qid=1596290698&refinements=p_27%3AIgor+Marcondes&s=digital-text&sr=1-6&text=Igor+Marcondes https://www.amazon.com.br/Com-deus-deito-com-levanto-ebook/dp/B08F2NC1TQ/ref=sr_1_9?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=igor+marcondes&qid=1631098757&sr=8-9 https://www.amazon.com.br/Cinza-S%C3%A3o-Paulo-Igor-Marcondes/dp/169838436X/ref=tmm_other_meta_binding_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=1619273603&sr=8-4 como um vulcão, destruindo e reconstruindo o universo à sua volta. Em tempos de ódio, esse livro não é só um desabafo, é um gesto político. Uma jornada que vai desde o cordão umbilical, passando por fluídos corporais e culmina no descompasso do capitalismo, das leis trabalhistas, da sociedade do consumo que sufoca, que macula, que acinzenta. Cada texto aqui é como um espelho. As personagens são pessoas que conhecemos, os cenários são lugares que frequentamos, as paredes são as mesmas que batemos de frente e nos machucamos. Tem uma vida inteira escrita aqui. A sua, inclusive. Relações Poéticas Quem passa intacto pela vida? Os sentimentos que formam os poemas do Igor revelam o fruto de todas as relações poéticas descritas neste livro: as marcas. O autor traz a fórmula, nem sempre exata, que mistura experiências que crescem e se transformam em sentimentos e, posteriormente, tornam-se marcas. Ele também traz à tona o significado das nossas escolhas e como elas são determites para o nosso futuro. As relações são inevitáveis? E as marcas oriundas delas também são? Elas podem ser tudo: boas, ruins, indiferentes. "Relações poéticas" fala sobre marcas. Marcas que moram em todos nós. Marcas que ultrapassam a superficialidade da pele e, quando machucam, o fazem sempre nos provando que de abstratos os sentimentos não têm absolutamente nada. Os poemas deste livro traduzem e tornam concretos cada um dos sentimentos que ficam em nós. Por isso, "Relações poéticas" nos faz olhar pra dentro a partir do que existiu ou ainda existe aqui fora. Quem passa intacto pela vida? Aqui tem cada uma das nossas marcas traduzidas em palavras. https://www.amazon.com.br/Rela%C3%A7%C3%B5es-Po%C3%A9ticas-Igor-Marcondes/dp/6500185919/ref=sr_1_2?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=3H2JKBKCVJ94J&keywords=rela%C3%A7%C3%B5es+po%C3%A9ticas&qid=1653589272&sprefix=rela%C3%A7%C3%B5es+po%C3%A9tic%2Caps%2C272&sr=8-2 O Poeta Está Morto A poesia nunca morre Dentre as diversas formas da morte, a simbólica é a mais difícil de definir. Talvez fale de algo que acabou, mas não definhou, que está presente, mas se parece mais com uma memória do que algo palpável. É por isso que o eu lírico presente nos poemas que compõem “O poeta está morto” parece estar vivo, ainda que já não possa mais respirar. Seus versos agora são apenas espasmos incontroláveis daquilo que se decompõe lentamente. Ele decidiu morrer para eternizar a vida que experimentou: dos momentos depressivos aos de iluminação espiritual, passando por um homoerotismo, por vezes, sarcástico, cada verso presente aqui é resultado da tentativa de viver. https://www.amazon.com.br/gp/product/B089RRSQB8/ref=dbs_a_def_rwt_bibl_vppi_i13 Title Page Copyright Dia 1. Dia 2. Dia 3. Dia 4. Dia 5. Dia 6. Dia 7. Dia 8. Dia 9. Dia 10. Dia 11. Dia 12. Dia 13. Dia 14. Dia 15. Dia 16. Dia 17. Dia 18. Dia 19. Dia 20. Dia 21. Dia 22. Dia 23. Dia 24. Dia 25. Dia 26. Dia 27. Dia 28. Dia 29. Dia 30. Dia 31. Dia 32. Dia 33. Dia 34. Dia 35. Dia 36. Dia 37. Dia 38. Dia 39. Dia 40. Dia 41. Dia 42. Dia 43. Dia 44. Dia 45. Dia 46. Dia 47. Dia 48. Dia 49. Dia 50. Dia 51. Dia 52. Dia 53. Dia 54. Dia 55. Dia 56. Dia 57. Dia 58. Dia 59. Dia 60. Dia 61. Dia 62. Dia 63. Dia 64. Dia 65. Dia 66. Dia 67. Dia 68. Dia 69. Dia 70. Dia 71. Dia 72. Dia 73. Dia 74. 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