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fisiologia estrategia concurso

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Aula 16 - Prof.ª Mirela
Barreto
Prefeitura de Parauapebas-PA
(Odontólogo de Atenção Primária à
Saúde) Conhecimentos Específicos -
2023 (Pós-Edital)
Autor:
Cássia Reginato, Larissa Oliveira
Ramos Silva, Ligia Carvalheiro
Fernandes, Mirela Sangoi Barreto,
Renata Pereira de Sousa Barbosa,
Stefania Maria Bernardi Possamai
Marques, Tiago Mendonça Dias
30 de Outubro de 2023
03665362229 - Karine Maria da Silva
1 
 
NOÇÕES DE FISIOLOGIA ORAL 
Considerações Iniciais 
A fisiologia oral, também conhecida como fisiologia do sistema estomatognático ou mastigatório, é a parte 
da fisiologia que estuda especificamente a função da boca ou cavidade oral e das estruturas craniofaciais 
a ela relacionadas, ou seja, os fatores físicos, químicos e mecânicos que possibilitam o desenvolvimento e a 
manutenção da função integrada dessas estruturas. 
O sistema estomatognático compreende: 
 
Estruturas da cabeça, da face e do pescoço e compreende estruturas ósseas, dentárias, 
musculares, glandulares, nervosas e articulares envolvidas nas funções da cavidade oral. 
O sistema estomatognático é fundamental no processo de alimentação, sendo porta de entrada para o 
alimento no trato gastrintestinal e responsável pelo preparo desse alimento para a deglutição e a digestão. 
Além disso, permite a produção da fala articulada, presente exclusivamente em humanos. 
Quais são as principais funções do sistema estomatognático? 
 
 
Digestiva
Sensorial
Motora
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Nesse contexto, vamos destacar o que precisamos saber a respeito de cada função citada. 
 
Digestiva: 
A cavidade oral é o local onde se inicia o processo digestivo. A presença do alimento na cavidade oral induz 
à secreção reflexa de saliva, a qual, por sua vez, é importante para o deslocamento do alimento, a 
lubrificação e proteção da mucosa oral e a formação do bolo alimentar, facilitando assim a deglutição e 
auxiliando na percepção do paladar. 
A mastigação é responsável pela degradação mecânica dos alimentos, o que facilita o início da digestão 
química pelo aumento da área de superfície de contato das enzimas salivares com o alimento ingerido. 
 A cavidade oral também desempenha um papel no controle da sensação de fome e sede, mediante 
mecanismos reflexos que se iniciam em várias regiões da mesma e chegam aos centros de controle no 
sistema nervoso central. 
Sensorial: 
As funções sensoriais da cavidade oral e das estruturas craniofaciais a ela associadas incluem as sensações 
gustativa, tátil, térmica, proprioceptiva e dolorosa. 
A gustação é o sentido químico responsável pelo reconhecimento de substâncias e alimentos que são 
introduzidos na cavidade oral. A seguir, os constituintes químicos dos alimentos e das substâncias entram 
em contato com receptores sensoriais, responsáveis pela transdução de sinais, e a partir disso geram 
informações sobre a identidade, a concentração e qualidade agradável ou desagradável do alimento. 
 A sensibilidade tátil corresponde à habilidade de detectar e discriminar um estímulo mecânico. Ela permite 
a identificação da forma, do tamanho e da textura de tudo que é introduzido na cavidade oral por meio da 
ativação de mecanorreceptores distribuídos pela mucosa oral. É muito bem desenvolvida na região orofacial, 
provavelmente em razão da densa inervação dessa região e da grande área de representação da região 
orofacial no cérebro. 
 
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Permite identificar a temperatura de tudo o que é introduzido na cavidade oral por meio da ativação dos 
termorreceptores de calor e frio distribuídos na mucosa dessa cavidade. Ela é importante como mecanismo 
defensivo perante estímulos térmicos excessivos que podem danificar os tecidos orais, além de contribuir 
com o sabor dos alimentos. 
A propriocepção permite a percepção da localização espacial da cavidade oral e das estruturas craniofaciais 
a ela associadas, incluindo sua orientação e a força exercida por seus músculos, sem a utilização da visão. 
 
Ela resulta da ativação dos proprioceptores localizados nos músculos, nos tendões e na 
articulação temporomandibular (ATM) e dos mecanorrecptores do ligamento periodontal. 
A propriocepção contribui para a sensação de contato oclusal em indivíduos dentados por 
meio da ativação dos mecanorreceptores periodontais e dos proprioceptores da ATM. 
Motora: 
As funções motoras do sistema estomatognático resultam da contração de vários músculos, como os 
músculos mastigatórios constituídos pelos músculos elevadores da mandíbula (temporal, masseter e 
pterigóideo medial) e depressores da mandíbula (pterigóideo lateral e supra-hióideos). 
Além dos músculos mastigatórios, participam das funções motoras do sistema estomatognático os músculos 
da língua (p. ex., estiloglosso e hioglosso), os músculos faciais (p. ex., bucinador, orbicular dos lábios e 
zigomáticos), os músculos palatinos e até mesmo os músculos cervicais (p. ex., esternocleidomastóideo), 
dada sua importância na determinação da posição da cabeça e da face. 
 
Como resultado, o sistema estomatognático desempenha inúmeras funções, sendo as 
principais: 
sucção, a mastigação, a deglutição, a fonação e a respiração. 
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A sucção é um reflexo alimentar inato que envolve um movimento rítmico da mandíbula e da língua 
associado à deglutição, sendo fundamental para a sobrevivência dos mamíferos recém-nascidos. 
Trata-se de uma experiência oral primária, uma vez que determina a primeira exposição do recém-nascido 
ao mundo exterior por meio do ambiente oral. A mastigação é um comportamento motor aprendido, 
complexo e altamente coordenado que dá início ao processo da digestão. 
A mastigação visa à degradação mecânica dos alimentos, isto é, sua trituração e moagem, reduzindo-os a 
partículas pequenas que se ligam entre si pela ação misturadora da saliva, formando o bolo alimentar que 
posteriormente será deglutido. 
A deglutição, assim como a sucção, é um comportamento motor inato que se já manifesta durante a vida 
fetal e é fundamental para a ingestão de alimentos. Tem como finalidade o transporte do alimento para o 
estômago sem que haja entrada de substâncias nas vias aéreas. 
A fonação corresponde à produção de sons pela laringe para a comunicação por meio da fala, que é um 
comportamento motor aprendido exclusivo do ser humano, conferindo-lhe a capacidade de se comunicar 
por meio de palavras. 
A respiração é o ato de inalar e exalar o ar com o objetivo de promover a troca de oxigênio e dióxido de 
carbono com o meio ambiente. Ela normalmente ocorre por via nasal, pois é no nariz que ocorre a 
umidificação e o aquecimento do ar. No entanto, no caso de obstrução nasal causada, por exemplo, por 
desvio de septo, hipertrofia das adenoides ou rinite,ela se torna parcial ou predominantemente bucal. 
A boca participa também de reflexos protetores respiratórios, como a tosse e o espirro. 
 
O sistema estomatognático em idosos: 
Várias alterações que ocorrem no sistema estomatognático com o envelhecimento 
podem afetar a qualidade de vida, como perda de dentes, problemas de mastigação, 
xerostomia e disfagia (dificuldade de deglutir). Além disso, a falta de visitas ao dentista 
e de higiene oral também pode comprometer a saúde bucal. 
Embora o aparecimento de xerostomia seja comum em idosos, o envelhecimento não é 
sua principal causa. Essa condição é relacionada a doenças sistêmicas, como as doenças 
autoimunes, em particular a Síndrome de Sjögren; a medicamentos, como 
antidepressivos, anti-hipertensivos e sedativos, que inibem as vias de sinalização dentro 
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do tecido salivar e resultam na redução da saída de saliva da glândula; e à radioterapia de 
cabeça e pescoço, que frequentemente resulta na destruição irreversível das glândulas 
salivares maiores. 
Há também evidências de aumento da associação entre doença bucal e doença sistêmica 
no idoso. 
Curiosamente, a idade em si tem pouco efeito sobre o desempenho mastigatório. 
Na verdade, a principal causa da redução da eficiência mastigatória é a própria perda dos 
dentes, que pode estar relacionada a vários fatores, como doença periodontal, saúde 
debilitada, falta de visitas ao dentista, atitude negativa em relação à saúde oral e baixo 
nível educacional, entre outros. 
Pessoas que usam próteses totais ou que possuem poucos dentes na boca tendem a 
consumir menos frutas, legumes e carne e a preferir alimentos mais macios e ricos em 
gorduras saturadas e colesterol. Esse tipo de dieta pode levar ao desenvolvimento de 
doenças cardiovasculares e a deficiências nutricionais. 
Sensibilidade tátil, térmica e proprioceptiva 
A sensibilidade somática corresponde à capacidade de percebermos as modificações que ocorrem no meio 
externo e interno do nosso corpo por meio do sistema sensorial somático. 
 
A detecção de um estímulo propriamente dito é denominada sensação, e a interpretação consciente do 
estímulo é denominada percepção. 
A sensibilidade somática é constituída pelas sensibilidades tátil, térmica, proprioceptiva e nociceptiva 
(dolorosa). 
Os estímulos sensoriais somáticos são captados pelos receptores sensoriais somáticos. 
Tais receptores são classificados, funcionalmente, da seguinte forma: 
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Sistema sensorial somático trigeminal 
Na região orofacial, os receptores sensoriais são encontrados nos dentes, na pele, na articulação 
temporomandibular (ATM) e nos músculos. 
Esses tecidos são inervados por ramificações do nervo trigêmeo, que, por sua vez, contém as fibras 
nervosas aferentes primárias que terminam perifericamente nos receptores que respondem à estimulação 
tecidual periférica. 
 
As fibras que conduzem as informações dos receptores sensoriais somáticos ao sistema nervoso 
central (SNC) possuem diferentes calibres e são comumente designadas por: Aα, Aβ, Aδ e C. 
As fibras Aα, Aβ, Aδ são mielinizadas, e as fibras C são amielinizadas. 
Sensibilidade tátil orofacial 
A sensibilidade tátil orofacial corresponde à percepção das características dos objetos que tocam a pele e 
a mucosa por meio da ativação dos mecanorreceptores orofaciais, também conhecidos como receptores 
táteis. 
A sensibilidade tátil proveniente especificamente da cavidade oral contribui para a identificação de objetos 
que são introduzidos à boca. 
Mecanorreceptores: detectam estimulos mecânicos
Termorreceptores: detectam estímulos térmicos
Proprioceptores: detectam a posição estática das 
articulações, assim como a direção e velocidade de seus 
movimentos
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Os mecanorreceptores são estruturas encapsuladas especializadas que são deformadas por estímulos 
táteis, pressóricos e/ou vibratórios. 
 
Vejamos a sua classificação: 
 
Figura 1- Série ABENO, 2013. 
 
Outra classe de mecanorreceptores orofaciais que merece atenção é a dos mecanorreceptores periodontais, 
encontrados ao longo das fibras colágenas do ligamento periodontal. 
Esses mecanorreceptores se ligam da raiz dos dentes até o osso alveolar e reconhecem as informações 
relacionadas à duração, à intensidade e ao direcionamento das forças que agem sobre a dentição. 
Sensibilidade térmica orofacial 
Os termorreceptores de frio e calor podem ser ativados por estímulos térmicos que variam em uma ampla 
faixa de temperatura. 
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No caso dos termorreceptores de frio, essa faixa de temperatura situa-se entre 10 e 40°C, embora eles sejam 
mais intensamente ativados por temperaturas entre 20 a 30°C. 
Já os termorreceptores de calor podem ser ativados por estímulos térmicos que variam aproximadamente 
de 32 a 45°C, mas são mais intensamente ativados por temperaturas na faixa de 40 a 45°C. 
Na mucosa oral, assim como em outras regiões do corpo, há um maior número de termorreceptores de frio 
do que de calor. 
Sensibilidade proprioceptiva orofacial 
Na região orofacial, a propriocepção se refere à: 
➢ percepção da posição estática da mandíbula, 
➢ da direção e da velocidade de seus movimentos, 
➢ da força contrátil dos músculos mastigatórios e 
➢ das forças que incidem sobre os dentes. 
 
Para garantir essa percepção, o SNC dispõe de dois mecanismos: 
• monitoramento da atividade das vias descendentes que partem do córtex motor e outras áreas motoras 
superiores para os músculos esqueléticos; 
• informação sensorial proveniente da periferia (feedback sensorial) 
 
Você sabia que a ATM é uma articulação totalmente diferenciada? 
Veja: 
A ATM é diferente das demais articulações uma vez que, para permitir os movimentos 
mandibulares, o côndilo faz também movimento de translação, além do movimento de 
rotação visto em todas as articulações. 
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Outra peculiaridadeda ATM é que, como a mandíbula é um osso único, ambas as ATMs se 
movem de forma simultânea, embora não necessariamente simétrica. Essas características 
determinam a necessidade de um controle mais preciso e sincrônico dos movimentos dessa 
articulação em relação à maioria das outras articulações do corpo. 
Os mecanorreceptores da ATM incluem: 
- receptores de Ruffini e órgãos de Golgi, aos quais se atribui a função de 
mecanorrecepção estática; 
- corpúsculos de Paccini, associados à mecanorrecepção dinâmica; 
- terminações nervosas livres, associadas à estimulação de alta intensidade (nociceptiva). 
Em conjunto, esses receptores informam ao SNC as mudanças na posição da mandíbula, 
contribuem para a discriminação sensorial de objetos e partículas interpostas entre os 
dentes, participam da manutenção do tônus mandibular, da graduação da força 
mastigatória e do controle de vários reflexos mandibulares (contribuindo para a inibição 
ou estimulação dos músculos envolvidos no reflexo). 
 A maior parte da inervação é originária do nervo auriculotemporal, sendo a parte anterior 
da cápsula inervada pelo nervo massetérico. 
 
Neurofisiologia da dor 
A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real 
ou potencial. 
A dor geralmente ocorre em resposta a um estímulo nociceptivo que corresponde a um estímulo nocivo ou 
potencialmente nocivo detectado pelos nociceptores. 
Além da dor, as reações que ocorrem em resposta a um estímulo nociceptivo podem ser: 
 
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Nocicepção e dor não devem ser confundidas, porque uma pode ocorrer sem a outra. 
Por exemplo, quando utilizamos analgésicos para a remoção de terceiros molares inclusos, 
eles bloqueiam a dor, mas a nocicepção ainda pode ocorrer em resposta a procedimentos 
cirúrgicos, como a incisão. 
Já os anestésicos locais bloqueiam a atividade das fibras aferentes nociceptivas primárias, 
de modo que os sinais nociceptivos não chegam ao encéfalo. Portanto, os anestésicos 
locais bloqueiam tanto a nocicepção como a dor. 
A dor pode ser aguda ou crônica. 
Certo, mas qual a diferença entre elas? 
 
Reposta a um 
estímulo nocivo
Dor Reflexo muscular Reflexo muscular
Respostas 
comportamentais
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FIBRAS AFERENTES NOCICEPTIVAS PRIMÁRIAS 
Os tecidos orofaciais, como os dentes, a pele facial, a articulação temporomandibular (ATM) e a musculatura 
adjacente são inervados principalmente por ramificações do nervo trigêmeo. 
Vamos entender: 
 
O trigêmio é constituído por: 
➢ fibras nervosas aferentes primárias de grande calibre envolvidas na condução da informação tátil 
e proprioceptiva, 
➢ fibras de pequeno calibre do tipo A-δ e C denominadas de fibras aferentes nociceptivas primárias. 
Essas fibras têm seus corpos celulares no gânglio trigeminal e terminam como terminações nervosas livres 
nos tecidos periféricos. 
As terminações periféricas dessas fibras são ativadas por estímulos nociceptivos e são chamadas de 
nociceptores. 
Os nociceptores estão distribuídos em diferentes tipos de tecidos orofaciais, tais como a 
pele da face, a mucosa oral, o ligamento periodontal, os vasos cranianos e meninges, as 
ATMs, os músculos mastigatórios, a polpa e a dentina. 
 
 
Dor 
aguda
Se resolve 
rapidamente
Alerta que uma 
lesão ocorreu
Mais facilmente 
tratada
Dor 
crônica
Persiste, pelo 
menos 6 meses
Diagnóstico e 
tratamento são 
mais difíceis
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 As fibras aferentes primárias A-δ são mielinizadas e conduzem para o encéfalo os sinais nociceptivos 
associados à dor rápida, aguda e bem localizada, enquanto as fibras aferentes primárias C são 
amielinizadas e associadas à dor lenta, difusa e mal localizada. 
Outra diferença entre essas fibras é que as fibras aferentes primárias A-d são sensíveis a estímulos 
térmicos e mecânicos intensos, enquanto as fibras aferentes primárias C nociceptivas são sensíveis 
também a agentes químicos, sendo classificadas, consequentemente, como nociceptores polimodais. 
 
Fibras aferentes Sensibilidade 
A-delta Estímulos térmicos e mecânicos (intensos) 
Tipo C Estímulos térmicos e mecânicos (intensos) + 
agentes químicos = POLIMODAIS 
Vamos correlacionar? 
Agora, uma visão "endodôntica" sobre as fibras, segundo Lopes e Siqueira! 
 
 
A inervação sensorial da polpa é realizada por três tipos principais de fibras: Fibras tipo A, Fibras 
tipo C e Fibras A-Beta. 
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É importante ressaltarmos que a inervação por essas fibras é mais numerosa na polpa coronária 
do que na polpa radicular. 
Note que as fibras do tipo A-Beta não estão relacionadas à dor. Veremos a seguir o seu papel. 
As Fibras tipo A são mielinizadas, localizadas na junção dentina-polpa (perifericamente). Suas ramificações 
formam o plexo de Rashkow. São fibras sensitivas constituídas pelos aferentes sensoriais do Trigêmio, cuja 
função é transmitir dor. Sua velocidade de condução é rápida (6-30 m/s) e seu limiar de estimulação é 
relativamente baixo. Responsável pelo estímulo de dor provocada, fugaz, aguda, momentânea. Removendo 
o estímulo, ela cessa. Essas fibras estão relacionadas com a Teoria hidrodinâmica do movimento do fluido 
dentinário nos túbulos e são mais numerosas na polpa coronária do que na polpa radicular. 
 
Já as Fibras tipo C são amielínicas, localizadas profundamente na polpa. A característica do estímulo 
doloroso é excruciante e difusa, menos tolerável do que as provocadas pela fibra A. São fibras nervosas de 
condução lenta (0,5-2 m/s) e seu limiar de estimulação alto (relativamente associado a uma injúria do 
tecido). São fibras mais resistentes à hipóxia tecidual/necrose. Essas são as fibras responsáveis pela dor 
"inesperada" que o paciente pode sentir ao instrumentar um canal necrosado, uma vez que são mais 
resistentes à hipóxia tecidual elas podem sobreviver mesmo em condições menos favoráveis. 
As Fibras A-Beta, por sua vez, são fibras mielinizadas, de rápida velocidade de condução. Porém, estão 
presentes em percentual muito baixo na polpa. Sua função não está completamente elucidada, mas segundo 
Hargreaves parece estarem relacionadas a estímulos de vibração e não de dor. 
Cuidado! 
As bancas costumam tentar confundir os conceitos das fibras tipo A e A-Beta. 
 
 
(Concurso da Aeronáutica - 2018) A respeito da dor deorigem pulpar pode-se afirmar que: 
 a) a urgência endodôntica representa uma condição séria que requer intervenção imediata. 
b) as fibras nervosas sensoriais do tipo A são responsáveis pela dor severa, contínua e espontânea. 
c) a dor de origem pulpar pode ser resultado da estimulação de fibras nervosas sensoriais do tipo A e tipo C. 
d) as fibras nervosas sensoriais do tipo C são responsáveis pela dor de origem provocada, rápida e curta 
duração. 
 
Comentários: 
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Conforme visto em nossa aula, a inervação sensorial da polpa é realizada por três tipos principais de fibras: 
Fibras tipo A, Fibras tipo C e Fibras A-Beta. É importante ressaltarmos que a inervação por essas fibras é 
mais numerosa na polpa coronária do que na polpa radicular. As fibras relacionadas à dor pulpar são as do 
tipo A-delta e Tipo C. Note que as fibras do tipo A-Beta não estão relacionadas à dor. Portanto, o gabarito é 
letra C. 
Vamos traçar um comparativo entre as fibras que acabamos de estudar. 
A tabela a seguir correlaciona o tipo de fibra, sua função, diâmetro e sua velocidade de condução do 
estímulo. 
É importante ressaltar que na polpa dentária são encontradas apenas fibras do tipo A e do tipo C com 
função definidas, porém existem outras fibras responsáveis pela condução do estímulo doloroso. 
 
Fibra Função Diâmetro (μm) 
Velocidade 
(m/s) 
AΒ Pressão, toque 5-12 30-70 
A Dor, temperatura, toque 1-5 6-30 
C Dor 0,4-1 0,5-2 
SIMPÁTICA Simpática pós-ganglionar 0,3-1,3 0,7-2,3 
Agora é que o bicho pega! 
Você sabe a diferença entre sensibilização central e periférica? 
Não? 
Então, vem comigo que vamos entender! 
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA 
Os nociceptores podem manifestar um aumento da excitabilidade durante a inflamação por causa da 
liberação de vários mediadores inflamatório: adenosina trifosfato (ATP), bradicinina, citocinas (TNF, IL-6, 
IL-1 b, IL-8), aminas simpatomiméticas e prostaglandinas (PGE2). 
A PGE2 é sintetizada pela ação da enzima cicloxigenase sobre o ácido araquidônico, e o mecanismo de ação 
dos anti-inflamatórios é atribuído à inibição da síntese de PGE2. 
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Neurotransmissores, como a substância P, também podem aumentar a excitabilidade dos nociceptores. 
Esses neurotransmissores podem atuar sobre plaquetas, macrófagos, mastócitos e outras células do sistema 
imune, induzindo a liberação de outros mediadores inflamatórios como histamina, serotonina (5-HT), 
bradicininas e citocinas. 
Esse processo é denominado inflamação neurogênica, uma vez que é desencadeado por substâncias 
liberadas a partir das terminações de fibras aferentes nervosas. 
Então, traduzindo: os mediadores inflamatórios podem ativar diretamente o nociceptor, ou 
indiretamente, agindo sobre os macrófagos e os mastócitos. 
Há vários mediadores químicos, receptores e mecanismos intracelulares envolvidos nos mecanismos 
nociceptivos periféricos. Isso indica a existência de vários alvos potenciais para o desenvolvimento de 
medicamentos e abordagens terapêuticas mais eficazes de ação periférica para o controle da dor, sem os 
efeitos colaterais indesejáveis que caracterizam a maioria dos analgésicos de ação central atualmente 
disponíveis no mercado. 
 
Os mediadores inflamatórios agem sobre os seus receptores, aumentando a 
excitabilidade do nociceptor, o que caracteriza o processo conhecido como 
sensibilização periférica. 
Esse processo contribui para os estados alterados de dor denominados de hiperalgesia (dor exacerbada) e 
alodinia (dor sem causa aparente). 
Ao contrário da hiperalgesia, a alodinia envolve uma mudança na qualidade da sensação, seja ela tátil, 
térmica ou de qualquer outro tipo. Originalmente, ela não deveria ser dolorosa, mas a resposta é dolorosa. 
Existe, portanto, uma perda de especificidade da modalidade sensorial. 
A alodinia mecânica normalmente ocorre em alguns estados de dor. Por exemplo, o teste de percussão de 
um dente suspeito avalia a possível presença de alodinia mecânica, e um teste positivo é interpretado como 
sinal de uma inflamação ativa na região perirradicular do dente suspeito. 
Da mesma forma, a palpação da musculatura orofacial durante a avaliação da dor de um paciente com 
disfunção temporomandibular é outro exemplo de avaliação de uma possível alodinia mecânica, mas, neste 
caso, nos músculos. 
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A ideia que prevalece hoje é a de que a hiperalgesia e a alodinia resultam da sensibilização dos nociceptores 
polimodais e dos nociceptores “silenciosos”, os quais não respondem a estímulos nociceptivos até que haja 
uma resposta inflamatória no tecido circundante. Os nociceptores “silenciosos” respondem a estímulos 
tanto nocivos como não nocivos quando o tecido está inflamado. 
 
 
Figura 2- Série ABENO, 2013. 
Certo, mas e o que é a sensibilização central? 
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL 
Após uma lesão ou inflamação dos tecidos orofaciais, os impulsos nociceptivos conduzidos pelas fibras A-
δ e C podem resultar em uma liberação excessiva de substâncias neuroquímicas (p. ex., glutamato, 
substância P, ATP) e induzir uma cascata de eventos intracelulares em neurônios nociceptivos centrais, 
provocando o aumento de sua sensibilidade aos impulsos nociceptivos. 
 
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Esse processo de hiperexcitabilidade é denominado sensibilização central e é definido 
como uma resposta aumentada dos neurônios nociceptivos do SNC a impulsos aferentes 
normais ou normalmente ineficazes (sublimiares). 
A sensibilização central pode levar a alterações neuroplásticas funcionais nos processos nociceptivos 
centrais, que contribuem para a dor crônica. 
 
A probabilidade de desenvolvimento de dor pós-operatória, alodinia ou hiperalgesia pode 
ser reduzida pela administração de uma anestesia local. Por exemplo, a administração pré-
operatória de uma anestesia local de longa duração reduz a dor em pacientes submetidos 
a anestesia geral (quando necessário) para a remoção de terceiros molares inclusos. 
Considerando que os impulsos aferentes são muito importantes para a indução da 
sensibilização central, a redução desses impulsos para o SNC reduz o risco de 
desenvolvimento de sensibilização central. A dor referida é um importante problema 
clínico no tratamento da dor aguda e crônica, uma vez que a dor é percebida em uma 
região que pode não ser a regiãoa partir da qual ela se origina. 
DOR REFERIDA 
Os mecanismos envolvidos na dor referida não são completamente compreendidos, mas parecem 
depender da convergência de impulsos nociceptivos aferentes para neurônios nociceptivos centrais 
provenientes do local de origem da dor e do local em que a dor é percebida. 
Podem estar relacionados também à neuroplasticidade assoaciada à sensibilização central que pode ser 
gerada nos neurônios centrais por esses impulsos em decorrência de lesão ou inflamação. 
A injeção de anestésicos locais pode ser utilizada como um teste clínico para ajudar a distinguir o local de 
origem da dor daquele em que a dor é percebida. 
Condições dolorosas de relevância para Odontologia 
Vejamos os principais casos: 
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➢ Dor na ATM: 
A sensibilização periférica, associada à sensibilização central, contribui para o desenvolvimento de 
hiperalgesia, alodinia, dor referida e difusão da dor, que frequentemente acompanham as disfunções 
temporomandibulares. 
Outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da dor associada à disfunção 
temporomandibular são estresse psicossocial, predisposição genética e alterações nos mecanismos 
endógenos de modulação da dor. 
 
➢ Hipersensibilidade dentinária: 
A polpa dentária é ricamente inervada por fibras mielinizadas A-d e A-b e fibras amielinizadas C que 
penetram o canal radicular pela porção apical e terminam, principalmente, na camada de odontoblastos 
coronal, na pré-dentina e na dentina interna, formando uma grande e densa rede de delgadas fibras 
nervosas na extremidade dentinopulpar. 
Nessa região, um único neurônio sensorial pode inervar inúmeros túbulos dentinários, tornando a região de 
cornos pulpares altamente inervada e sensível a qualquer estímulo externo. 
➢ Dor neuropática orofacial: 
A dor neuropática é causada por lesão ou doença do sistema nervoso sensorial somático. 
 
A lesão traumática dos ramos do nervo trigêmeo pode provocar dor neuropática orofacial. 
 
Dor na ATM e nos 
músculos da 
mastigação
Hiperssensibilidade 
dentinária
Dor neuropática 
orofacial
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Extração dental ou tratamento de canal que envolve desaferentação do suprimento nervoso da polpa 
dental pode levar ao desenvolvimento de dor neuropática orofacial, assim como a inserção de implante 
dental e outros procedimentos cirúrgicos que oferecem risco de ocorrência de lesões no nervo trigêmeo. 
 
As anestesias odontológicas também oferecem risco, embora pequeno, resultante de possível lesão 
causada pela agulha, formação de hematoma ou neurotoxicidade do anestésico local. 
 
A alodinia e a hiperalgesia também podem ocorrer na dor neuropática. 
 
Ex: neuralgia trigeminal e síndrome da ardência bucal 
 
Fisiologia da gustação 
A gustação é o sentido químico responsável pelo reconhecimento de substâncias que se apresentam ao 
nosso organismo pela cavidade oral. 
 
As principais submodalidades da gustação são: 
 
 
➢ doce, 
➢ salgado, 
➢ azedo, 
➢ amargo e 
➢ umami. 
Essas submodalidades são percebidas pelo cérebro a partir de receptores gustativos presentes na língua, 
na mucosa do palato, na faringe, laringe, na epiglote e no terço superior do esôfago. 
 
As informações detectadas pelos receptores gustativos são transmitidas ao cérebro e permitem a atribuição 
dos sabores às diferentes substâncias químicas presentes nos alimentos. 
 
Veja as correspondências: 
 
 
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Figura 3- Série ABENO, 2013. 
 
 
 
A língua é o órgão da gustação que apresenta a maior parte dos receptores gustativos presentes na cavidade 
oral. 
 
A superfície dorsal da língua contém receptores para todas as submodalidades gustativas, mas ocorre uma 
variação no limiar de ativação desses receptores em diferentes regiões. 
 
 
Na região anterior, o limiar dos receptores para doce, salgado e umami é menor (maior 
sensibilidade) em relação ao das outras submodalidades; já a região posterior apresenta 
receptores com menor limiar (maior sensibilidade) para o amargo. 
A região lateral da língua, por sua vez, apresenta receptores com maior sensibilidade para 
o azedo. 
É interessante observar que o limiar para amargo é mais baixo (maior sensibilidade) do 
que os limiares para doce e salgado. Substâncias amargas podem, portanto, ser detectadas 
em baixas concentrações. Esse fato tem um valor adaptativo, já que muitas substâncias 
amargas são tóxicas para o ser humano. 
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Os corpúsculos gustativos (receptores da gustação) são constituídos por 50 a 100 células epiteliais 
alongadas e polarizadas e estão localizados na mucosa do palato, faringe, na laringe, na epiglote, no terço 
superior do esôfago e principalmente nas papilas gustativas da língua. 
 
Existem três tipos de papilas gustativas: circunvaladas, foliadas e fungiformes. 
 
 
 
➢ Papilas circunvaladas: são estruturas circulares circundadas por uma fossa na qual se encontram os 
botões gustativos. São maiores do que as papilas fungiformes e foliadas, e formam o limite em formato de 
V (“V” lingual) entre os dois terços anteriores e o terço posterior da língua. 
 
➢ Papilas foliadas: assemelham-se a folhas e estão presentes nas bordas laterais posteriores da língua. 
Apresentam pregas laterais nas quais se localizam os botões gustativos. 
 
➢ Papilas fungiformes: assemelham-se a pequenos cogumelos e estão presentes em grande 
quantidade nos dois terços anteriores da língua, sendo que a maior densidade ocorre na ponta da língua. 
São densamente vascularizadas, apresentando-se como pontos vermelhos na superfície da língua. Os botões 
gustativos se dispõem em sua superfície apical. 
 
 
Figura 4- Série ABENO, 2013. 
 
 
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Distúrbios do paladar 
As reclamações dos pacientes quanto às disfunções do paladar estão associadas às seguintes condições: 
 
 
 
 
 
 
As alterações do paladar podem ser idiopáticas ou associadas a fatores locais, sistêmicos,e psicológicos. 
➢ Fatores locais: baixa taxa de fluxosalivar, ardência bucal, candidíase, número de restaurações de 
amálgama e certas condições orais, como higiene deficiente, doença periodontal, uso de próteses 
totais (dentaduras) e dano do nervo periférico devido a um procedimento invasivo, incluindo 
intervenções odontológicas. 
➢ Fatores sistêmicos: baixas concentrações de zinco, distúrbios hormonais, traumas encefálicos, 
paralisia de Bell viral, terapias para câncer (quimioterapia ou radioterapia), disfunções metabólicas 
autoimunes ou das glândulas salivares e efeito colateral de medicação. 
➢ Fatores psicológicos: depressão e estresse. 
Fisiologia da glândula salivar 
A saliva é um fluido misto secretado por três pares de glândulas salivares maiores: as parótidas, as 
submandibulares e as sublinguais. 
 
Os ductos desses três pares de glândulas abrem-se respectivamente na altura do segundo molar superior, 
ao lado do freio lingual e ao lado do sulco lingual. 
D
is
tú
rb
io
s 
d
o
 p
al
ad
ar Ageusia: perda da 
percepção do paladar
Hipogeusia: redução na 
percepção do paladar
Fantogeusia: sensação 
gustativa desagradável e 
persistente
Disgeusia: distorções da 
qualidade gustativa
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Existem também as glândulas salivares menores, cujos ductos abrem-se na grande área da mucosa oral, 
com exceção do dorso lingual, da parte anterior do palato duro e da gengiva. 
 
As glândulas salivares secretam, em geral, 0,5 L de saliva não estimulada por dia em resposta à ação do 
sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. 
 
 
Quando o fluxo salivar não é estimulado, as glândulas salivares maiores: parótida, 
sublingual e submandibular contribuem, respectivamente, com 25%, 60% e 78% da saliva 
total. 
Quando o fluxo é estimulado, a contribuição da parótida aumenta em, pelo menos, 10%. 
Você sabe quais são os principais componentes da saliva? 
 
 
 
 
Figura 5- Série ABENO, 2013. 
 
As cinco principais funções da secreção salivar são: 
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➢ lubrificação e proteção; 
➢ ação tampão e limpeza mecânica; 
➢ manutenção da integridade do dente; atividade antibacteriana; 
➢ paladar; e 
➢ digestão. 
Certo, mas e os casos de hiposalivação, você sabe a que estão relacionados? 
 
Na maioria dos pacientes, a xerostomia ou boca seca é causada por medicamentos, como beta-
bloqueadores, sedativos e antidepressivos – bloqueiam a neurotransmissão da glândula salivar. 
 
Também podem estar relacionados a doenças autoimunes, particularmente a síndrome de Sjogren. 
 
E sabe-se que o fluxo salivar é considerado um dos fatores que pode influenciar a formação do mau hálito. 
 
 
Clinicamente, a quantidade de saliva é tão importante quanto a sua qualidade. 
Fisiologia dos tecidos 
Você sabe quais são os tipos de epitélio que revestem os tecidos? 
 
 
 
 
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Figura 6 Tipos de Epitélio de revestimento. Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-epitelial-de-revestimento-2/ 
 
 
 
 
(VUNESP/Pref Piracicaba/2023) O epitélio que reveste o lúmen dos vasos sanguíneos e linfáticos, 
constituindo o que se denomina endotélio, é do tipo: 
 (A) simples cúbico. 
 (B) simples prismático. 
 (C) estratificado pavimentoso não queratinizado. 
 (D) simples pavimentoso. 
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 (E) pseudoestratificado prismático. 
 
Comentários: 
Conforme vimos em nossa aula, o epitélio que REVESTE o lúmen dos vasos é do tipo pavimentoso simples. 
Portanto, o gabarito é letra D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (IBADE/Pref. Vila velha-ES/2020) O desenvolvimento dos tecidos periodontais ocorre durante o 
crescimento e a formação dos dentes. Este processo começa no início da fase embrionária. Assim sendo, 
podemos dizer que a estrutura embrionária que dá origem aos tecidos periodontais de suporte é o (a): 
 
A) papila dentária. 
 
B) lâmina própria. 
 
C) folículo dentário. 
 
D) papila interdental. 
 
E) epitélio juncional. 
 
 
Comentários: 
 
A letra C está correta. 
 
Folículo dentário originará os tecidos de suporte e suas células (cemento – cementoblastos e cementócitos, 
osso alveolar – osteoblastos e osteócitos, e ligamento periodontal – fibroblastos) – e formará 
o periodonto de inserção. 
 
 
 
2. (VUNESP/Pref. Morro Agudo-SP/2020) Histologicamente, zonas distintas são perceptíveis na polpa 
sadia. A zona mais periférica da polpa, que se encontra adjacente à pré-dentina, é a 
 
A) camada odontoblástica. 
 
B) zona rica em células. 
 
C) zona pobre em células. 
 
D) polpa propriamente dita. 
 
E) zona de Weil. 
 
 
Comentários: 
 
A letra A está correta. 
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==303517==
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. (SELECOM/Pref Boa Vista/2020) Estruturalmente, a polpa se divide em quatro regiões distintas 
denominadas: 
 
A) camada córnea, camada granulosa , camada espinhosa e lâmina basal 
 
B) camada reticular, camada elástica, zona celular e zona acelular 
 
C) camada odontoblástica, camada subodontoblástica, camada rica em células e região central da polpa 
 
D) camada acelular, camada celular, estrato córneo e estrato granulomatoso 
Comentários: 
 
 
Comentários: 
 
A letra C está correta. 
 
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29 
 
 
 
 
4. (SELECOM/Pref Boa Vista/2020) A sequência correta das etapas do desenvolvimento dentário é: 
 
A) proliferação, iniciação, histodiferenciação, morfodiferenciação, aposição, calcificação 
 
B) iniciação, proliferação, histodiferenciação, morfodiferenciação, aposição, calcificação 
 
C) proliferação, iniciação, morfodiferenciação, histodiferenciação, aposição, calcificação 
 
D) iniciação, proliferação, aposição, morfodiferenciação, histodiferenciação, calcificação 
 
 
 
Comentários: 
 
A letra B está correta. 
 
Estágios Descrição 
Iniciação Ectoderma origina epitélio oral, que origina lâmina 
dental. 
Broto Crescimento da lâmina, formando o broto. 
Capuz Formação do germe dental. Órgão do esmalte 
forma o capuz, que circunda a papila dental. 
Campânula Órgão do esmalte se diferencia em campânula (4 
tipos de células) e papila (2 tipos de células) 
Aposição Secreção de todos os dentes em camadas. 
Maturação Mineralização dentária. 
 
 
 
5. (CADAR/Periodontia/2021) Estas células especializadas, de origem hematopoiéticas, têm a capacidade 
de se aderir à matriz óssea, além de secretarem enzimas ácidas que degradam os minerais e componentes 
orgânicos do osso. Trata-se do 
 
A) linfócito. 
 
B) osteócito. 
 
C) plasmócito. 
Camada 
odontoblástica 
Zona livre de células (zona 
de Weil - pobre em 
células)
Zona rica em 
células
Zona 
central 
(polpa)
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D) Osteoclasto. 
 
 
Comentários: 
 
A letra D está correta. 
 
Os osteoclastos são as células responsáveis pela degradação de minerais e componentes dos tecidos duros. 
 
 
 
6. (Instituto AOCP/PC-ES/2019) Um germe dentário é formado por uma estrutura ectodérmica e por uma 
porção mesodérmica. A estrutura ectodérmica dará origem 
 
A) ao esmalte dentário. 
 
B) à polpa. 
 
C) à dentina. 
 
D) ao cemento. 
 
E) às estruturas de suporte do dente. 
 
 
 
Comentários: 
 
A letra A está correta. 
 
➢ ESMALTE: 
A amelogênese é o processo de formação da matriz do esmalte que ocorre durante o estágio de aposição 
(ou fase secretória), o qual varia de acordo com o dente em desenvolvimento. 
 
A matriz do esmalte é secretada por cada ameloblasto a partir de seus processos de Tomes, que possuem 
aspecto microscópico de paliçada. 
 
Ela é um produto ectodérmico, pois os ameloblastos derivam do epitélio interno do esmalte, originalmente 
derivado do ectoderma do embrião. 
 
 
 
7. (UNIFIL/PREF. MANDAGUAÇU/2019) Em qual fase da formação dos dentes ocorre a diferenciação das 
células da papila dentária em odontoblastos e das células do epitélio interno do órgão do esmalte em 
ameloblastos? 
 
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A) Fase de botão. 
 
B) Fase de capuz. 
 
C) Fase de campânula. 
 
D) Fase de aposição. 
 
E) Fase de diferenciação 
 
 
Comentários: 
 
A letra C está correta. 
 
 
 
Estágios Descrição 
Iniciação Ectoderma origina epitélio oral, que origina lâmina 
dental. 
Broto Crescimento da lâmina, formando o broto. 
Capuz Formação do germe dental. Órgão do esmalte 
forma o capuz, que circunda a papila dental. 
Campânula Órgão do esmalte se diferencia em campânula (4 
tipos de células) e papila (2 tipos de células) = 
diferenciação das células da papila dentária em 
odontoblastos e das células do epitélio interno do 
órgão do esmalte em ameloblastos 
Aposição Secreção de todos os dentes em camadas. 
Maturação Mineralização dentária. 
 
 
 
8. (IBADE/PREF. JARU/2019) O desenvolvimento dos tecidos periodontais ocorre durante o crescimento e 
a formação dos dentes, processo esse que começa na fase embrionária, por interação entre epitélio do 
estomódio e ectomesênquima passando por diferentes fases, a saber: 
 
A) casa, presilha, campânula e desenvolvimento da raiz. 
 
B) casa, capelo, campânula e desenvolvimento da raiz. 
 
C) botão, capelo, sino e desenvolvimento da raiz. 
 
D) botão, capuz, campânula e desenvolvimento da raiz. 
 
E) botão, capuz, sino e desenvolvimento da raiz. 
 
 
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Comentários: 
 
A letra D está correta. 
 
Você já decorou os estágios, certo? 
 
Gostaria somente de ressaltar que o estágio de campânula também pode ser chamado de sino. 
 
 
 
9. (CETREDE/PREF. JUAZEIRO DO NORTE/2019) Leia os textos a seguir: 
 
“Os ________ são células originadas do epitélio interno do órgão do esmalte e possuem a função de 
secretar a matriz do esmalte.” 
 
“Os _________ são células originadas da papila dental, próximos ao epitélio interno do órgão do esmalte 
e possuem a função de secretar a matriz de dentina.” 
 
Assinale a alternativa que contém as células CORRETAS, atuantes no processo de diferenciação do germe 
dentário: 
 
A) cementoblastos / osteoblastos 
 
B) fibroblastos / ameloblastos 
 
C) ameloblastos / cementoblastos 
 
D) ameloblastos / odontoblastos 
 
E) osteoblastos / odontoblasto 
 
 
Comentários: 
 
A letra D está correta. 
 
Os ameloblastos são células originadas do epitélio interno do órgão do esmalte e possuem a função de 
secretar a matriz do esmalte.” 
 
“Os odontoblastos são células originadas da papila dental, próximos ao epitélio interno do órgão do esmalte 
e possuem a função de secretar a matriz de dentina.” 
 
 
 
 
10. (Prova do Exército/VUNESP/2021) O envelhecimento é um processo caracterizado por alterações 
fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que levam a uma diminuição da capacidade de adaptação do 
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indivíduo ao meio ambiente. Uma alteração que ocorre no sistema estomatognático associada ao processo 
de envelhecimento é a dificuldade para engolir, denominada 
 
(A) xerostomia. 
(B) disfagia. 
(C) disfonia. 
(D) disgeusia 
(E) sialorreia 
 
 
 
Comentários: 
 
A letra B está correta. 
 
A- boca seca 
C- dificuldade de fala 
D- paladar 
E- excesso de saliva 
 
 
11. (VUNESP/Pref Dois Córregos/2019) Diversas alterações sistêmicas e bucais estão presentes na 
população geriátrica, dentre elas, é correto: 
A) aumento da resiliência e fragilidade ósseo cortical e medular. 
B) diminuição contínua na quantidade de cemento na região apical. 
C) aumento da capacidade gustativa e diminuição do fluxo salivar. 
D) alteração dos padrões farmacodinâmicos com aumento da capacidade de reserva funcional e 
homeostase. 
E) maior retração da polpa dentária resultante da formação de dentina secundária ou calcificação pulpar. 
 
Comentários:Letra E é a alternativa correta. 
Conforme estudaremos na aula que correlaciona Endodontia e Odontogeriatria, ocorre uma retração da 
polpa coronária, que resulta da formação e deposição de dentina secundária e também calcificação pulpar. 
Além disso, ocorre diminuição da resiliência e aumento da fragilidade ósseo cortical e medular, deposição 
contínua na quantidade de cemento na região apical, diminuição da capacidade gustativa e diminuição do 
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fluxo salivar, diminuição dos padrões farmacodinâmicos com diminuição da capacidade de reserva funcional 
e homeostase. 
 
12. (CADAR 2021) Muitas mudanças ocorrem em todo o organismo do indivíduo durante o processo de 
envelhecimento e os elementos constituintes do sistema mastigatório também sofrem modificações. 
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir. 
 
( ) Diminuição das percepções sensorial e motora nas estruturas bucais. 
( ) Aumento da densidade e secção transversal dos músculos mastigatórios. 
( ) Aumento do número de fibras musculares, tecido adiposo e conjuntivo fibroso. 
( ) Maior presença de tecido fibroso denso, menor vascularização e menor quantidade de fibroblastos na 
articulação temporomandibular. 
 
A sequência correta é 
a) (V); (V); (F); (V). 
b) (F); (F); (V); (F). 
c) (F); (V); (V); (F). 
d) (V); (F); (F); (V). 
 
Comentários: 
 
Letra D é a alternativa correta. 
 
(V) Diminuição das percepções sensorial e motora nas estruturas bucais. 
(F) Diminuição da densidade e secção transversal dos músculos mastigatórios. 
(F) diminuição do número de fibras musculares, aumento de tecido adiposo e conjuntivo fibroso. 
(V) Maior presença de tecido fibroso denso, menor vascularização e menor quantidade de fibroblastos na 
articulação temporomandibular. 
 
 
13. (CETRO/AMAZUL/2015) A Odontogeriatria, odontologia voltada para a 3ª idade, tem um papel 
fundamental na atualidade, devido ao aumento da idade da nossa população. Em relação a esse assunto, 
marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência 
correta. 
( ) Pacientes idosos apresentam com frequência xerostomia, muitas vezes decorrente do próprio 
envelhecimento das glândulas salivares e do uso de medicação de uso sistêmico, como remédios para 
hipertensão e depressão, bem como ansiolíticos. 
( ) A xerostomia é consequente da má alimentação, da dificuldade de mastigação e deglutição e da 
ausência de higiene bucal correta. 
( ) Com o avanço da idade, ocorre maior irregularidade do cemento dentário e do osso alveolar voltada 
para o ligamento periodontal, além de uma diminuição contínua na quantidade de cemento na região 
apical. 
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( ) A atividade de reabsorção óssea é aumentada e o grau de formação óssea é diminuído, resultando em 
porosidade óssea. 
A) V/ F/ F/ V 
B) V/ F/ V/ V 
C) F/ V/ V/ F 
D) V/ V/ V/ F 
E) F/ F/ V/ V 
 
Comentários: 
A resposta correta é letra A. 
(V) Pacientes idosos apresentam com frequência xerostomia, muitas vezes decorrente do próprio 
envelhecimento das glândulas salivares e do uso de medicação de uso sistêmico, como remédios para 
hipertensão e depressão, bem como ansiolíticos. 
(F) A xerostomia é causada pelas alterações glandulares, associada comumente às medicações que os idosos 
utilizam. 
(F) Com o avanço da idade, ocorre maior irregularidade do cemento dentário e do osso alveolar voltada para 
o ligamento periodontal, além de uma deposição contínua na quantidade de cemento na região apical. 
(V) A atividade de reabsorção óssea é aumentada e o grau de formação óssea é diminuído, resultando em 
porosidade óssea. 
 
 
 
14. (UFG/ODONTOLOGO/2019) O papel do folículo dental está associado na formação 
 
A) do cemento e fibras do ligamento periodontal. 
 
B) do esmalte, dentina e fibras do ligamento periodontal. 
 
C) do cemento e da dentina. 
 
D) das fibras do ligamento periodontal, cemento e dentina. 
 
 
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Comentários: 
A resposta correta é letra A. 
O folículo está envolvido nos processos de formação dos tecidos do ligamento periodontal e cemento. 
 
 
 
15. (FURB/ PREF BLUMENAU/2019) No desenvolvimento dos dentes decíduos e permanentes, verifica-se 
fenômenos morfofisiológicos específicos, em que as alterações celulares são nítidas. Destaca-se uma fase 
na qual as células passam por um processo de morfogênese e diferenciação. Assinale a alternativa que 
contém o nome dessa fase: 
 
A) Fase de Botão. 
 
B) Fase de Capuz. 
 
C) Fase de Campânula. 
 
D) Fase de Coroa. 
 
E) Fase de Raiz. 
 
 
 
 
Comentários: 
A resposta correta é letra C. 
O processo de morfogênese e diferenciação ocorre na fase de campânula. 
 
 
16. (Prova da Aeronáutica/Endodontista- 2019) Para o atendimento das urgências endodônticas, a 
elaboração de um correto diagnóstico envolve, entre outros fatores, a aplicação prática do conhecimento 
sobre a fisiologia da dor de origem pulpar. Sobre as fibras nervosas sensitivas pulpares, assinale a 
alternativa correta. 
a) As fibras A-delta são responsáveis pela dor de origem dentinária. 
b) A resposta dolorosa da polpa é pulsátil quando transmitida pelas fibras mielinizadas A-delta. 
c) As fibras C da porção pulpar possuem baixo limiar de excitabilidade e são responsáveis pela dor difusa. 
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d) O teste de sensibilidade pulpar elétrico em dentes jovens tende a ser inconclusivo, apesar do 
desenvolvimento precoce do plexo de Raschow e de sua localização central no tecido pulpar. 
Comentários: 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As fibras A-delta são fibras mielinizadas, responsáveis 
pela dor de origem dentinária, aguda, fugaz. 
A alternativa B está incorreta. A resposta dolorosa da polpa é pulsátil quando transmitida pelas fibras do 
tipo C. 
A alternativa C está incorreta. As fibras C da porção pulpar possuem alto limiar de excitabilidade e são 
responsáveis pela dor difusa. 
A alternativa D está incorreta. O teste de sensibilidade pulpar elétrico em jovens tende a ser inconclusivo, 
porque não há o completo desenvolvimento do plexo de Raschow e sua localização é mais na periferia do 
tecido pulpar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
Fisiologia 
Quais são as principais funções do sistema estomatognático? 
 
Digestiva: 
A cavidade oral é o local onde se inicia o processo digestivo. A presença do alimento na cavidade oral induz 
à secreção reflexa de saliva, a qual, por sua vez, é importante para o deslocamento do alimento, a 
lubrificação e proteção da mucosa oral e a formação do bolo alimentar, facilitando assim a deglutição e 
auxiliando na percepção do paladar. 
A mastigação é responsável pela degradação mecânica dos alimentos, o que facilita o início da digestão 
química pelo aumento da área de superfície de contato das enzimas salivares com o alimento ingerido. 
 Sensorial: 
As funções sensoriais da cavidade oral e das estruturas craniofaciais a ela associadas incluem as sensações 
gustativa, tátil, térmica, proprioceptiva e dolorosa. 
A gustação é o sentido químico responsável pelo reconhecimento de substâncias e alimentos que são 
introduzidos na cavidade oral. A seguir, os constituintes químicos dos alimentos e das substâncias entram 
em contato com receptores sensoriais, responsáveis pela transdução de sinais, e a partir disso geram 
informações sobre a identidade, a concentração e qualidade agradável ou desagradável do alimento. 
 A sensibilidade tátil corresponde à habilidade de detectar e discriminar um estímulo mecânico. Ela permite 
a identificação da forma, do tamanho e da textura de tudo que é introduzido na cavidade oral por meio da 
ativação de mecanorreceptores distribuídos pela mucosa oral. É muito bem desenvolvida na região orofacial, 
provavelmente em razão da densa inervação dessa região e da grande área de representação da região 
orofacial no cérebro. 
 
Digestiva
Sensorial
Motora
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A propriocepção permite a percepção da localização espacial da cavidade oral e das estruturas craniofaciais 
a ela associadas, incluindo sua orientação e a força exercida por seus músculos, sem a utilização da visão. 
Motora: 
As funções motoras do sistema estomatognático resultam da contração de vários músculos, como os 
músculos mastigatórios constituídos pelos músculos elevadores da mandíbula (temporal, masseter e 
pterigóideo medial) e depressores da mandíbula (pterigóideo lateral e supra-hióideos). 
Além dos músculos mastigatórios, participam das funções motoras do sistema estomatognático os músculos 
da língua (p. ex., estiloglosso e hioglosso), os músculos faciais (p. ex., bucinador, orbicular dos lábios e 
zigomáticos), os músculos palatinos e até mesmo os músculos cervicais (p. ex., esternocleidomastóideo), 
dada sua importância na determinação da posição da cabeça e da face. 
Como resultado, o sistema estomatognático desempenha inúmeras funções, sendo as 
principais: 
sucção, a mastigação, a deglutição, a fonação e a respiração. 
A sucção é um reflexo alimentar inato que envolve um movimento rítmico da mandíbula e da língua 
associado à deglutição, sendo fundamental para a sobrevivência dos mamíferos recém-nascidos. 
Trata-se de uma experiência oral primária, uma vez que determina a primeira exposição do recém-nascido 
ao mundo exterior por meio do ambiente oral. A mastigação é um comportamento motor aprendido, 
complexo e altamente coordenado que dá início ao processo da digestão. 
A mastigação visa à degradação mecânica dos alimentos, isto é, sua trituração e moagem, reduzindo-os a 
partículas pequenas que se ligam entre si pela ação misturadora da saliva, formando o bolo alimentar que 
posteriormente será deglutido. 
A deglutição, assim como a sucção, é um comportamento motor inato que se já manifesta durante a vida 
fetal e é fundamental para a ingestão de alimentos. Tem como finalidade o transporte do alimento para o 
estômago sem que haja entrada de substâncias nas vias aéreas. 
A fonação corresponde à produção de sons pela laringe para a comunicação por meio da fala, que é um 
comportamento motor aprendido exclusivo do ser humano, conferindo-lhe a capacidade de se comunicar 
por meio de palavras. 
A respiração é o ato de inalar e exalar o ar com o objetivo de promover a troca de oxigênio e dióxido de 
carbono com o meio ambiente. Ela normalmente ocorre por via nasal, pois é no nariz que ocorre a 
umidificação e o aquecimento do ar. No entanto, no caso de obstrução nasal causada, por exemplo, por 
desvio de septo, hipertrofia das adenoides ou rinite, ela se torna parcial ou predominantemente bucal. 
Sensibilidade tátil, térmica e proprioceptiva 
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A sensibilidade somática corresponde à capacidade de percebermos as modificações que ocorrem no meio 
externo e interno do nosso corpo por meio do sistema sensorial somático. 
A detecção de um estímulo propriamente dito é denominada sensação, e a interpretação consciente do 
estímulo é denominada percepção. 
A sensibilidade somática é constituída pelas sensibilidades tátil, térmica, proprioceptiva e nociceptiva 
(dolorosa). 
Os estímulos sensoriais somáticos são captados pelos receptores sensoriais somáticos. 
Tais receptores são classificados, funcionalmente, da seguinte forma: 
 
Sistema sensorial somático trigeminal 
Na região orofacial, os receptores sensoriais são encontrados nos dentes, na pele, na articulação 
temporomandibular (ATM) e nos músculos. 
Esses tecidos são inervados por ramificações do nervo trigêmeo, que, por sua vez, contém as fibras 
nervosas aferentes primárias que terminam perifericamente nos receptores que respondem à estimulação 
tecidual periférica. 
As fibras que conduzem as informações dos receptores sensoriais somáticos ao sistema nervoso 
central (SNC) possuem diferentes calibres e são comumente designadas por: Aα, Aβ, Aδ e C. 
As fibras Aα, Aβ, Aδ são mielinizadas, e as fibras C são amielinizadas. 
Outra classe de mecanorreceptores orofaciais que merece atenção é a dos mecanorreceptores periodontais, 
encontrados ao longo das fibras colágenas do ligamento periodontal. 
Esses mecanorreceptores se ligam da raiz dos dentes até o osso alveolar e reconhecem as informações 
relacionadas à duração, à intensidade e ao direcionamento das forças que agem sobre a dentição. 
Neurofisiologia da dor 
Mecanorreceptores: detectam estimulos mecânicos
Termorreceptores: detectam estímulos térmicos
Proprioceptores: detectam a posição estática das 
articulações, assim como a direção e velocidade de seus 
movimentos
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A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real 
ou potencial. 
A dorgeralmente ocorre em resposta a um estímulo nociceptivo que corresponde a um estímulo nocivo ou 
potencialmente nocivo detectado pelos nociceptores. 
Além da dor, as reações que ocorrem em resposta a um estímulo nociceptivo podem ser: 
 
Nocicepção e dor não devem ser confundidas, porque uma pode ocorrer sem a outra. 
Por exemplo, quando utilizamos analgésicos para a remoção de terceiros molares inclusos, 
eles bloqueiam a dor, mas a nocicepção ainda pode ocorrer em resposta a procedimentos 
cirúrgicos, como a incisão. 
Já os anestésicos locais bloqueiam a atividade das fibras aferentes nociceptivas primárias, 
de modo que os sinais nociceptivos não chegam ao encéfalo. Portanto, os anestésicos 
locais bloqueiam tanto a nocicepção como a dor. 
A dor pode ser aguda ou crônica. 
 
FIBRAS AFERENTES NOCICEPTIVAS PRIMÁRIAS 
Os tecidos orofaciais, como os dentes, a pele facial, a articulação temporomandibular (ATM) e a musculatura 
adjacente são inervados principalmente por ramificações do nervo trigêmeo. 
Reposta a um 
estímulo nocivo
Dor Reflexo muscular Reflexo muscular
Respostas 
comportamentais
Dor 
aguda
Se resolve 
rapidamente
Alerta que uma 
lesão ocorreu
Mais facilmente 
tratada
Dor 
crônica
Persiste, pelo 
menos 6 meses
Diagnóstico e 
tratamento são 
mais difíceis
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O trigêmio é constituído por: 
➢ fibras nervosas aferentes primárias de grande calibre envolvidas na condução da informação tátil 
e proprioceptiva, 
➢ fibras de pequeno calibre do tipo A-δ e C denominadas de fibras aferentes nociceptivas primárias. 
Essas fibras têm seus corpos celulares no gânglio trigeminal e terminam como terminações nervosas livres 
nos tecidos periféricos. 
As terminações periféricas dessas fibras são ativadas por estímulos nociceptivos e são chamadas de 
nociceptores. 
Os nociceptores estão distribuídos em diferentes tipos de tecidos orofaciais, tais como a 
pele da face, a mucosa oral, o ligamento periodontal, os vasos cranianos e meninges, as 
ATMs, os músculos mastigatórios, a polpa e a dentina. 
 As fibras aferentes primárias A-δ são mielinizadas e conduzem para o encéfalo os sinais nociceptivos 
associados à dor rápida, aguda e bem localizada, enquanto as fibras aferentes primárias C são 
amielinizadas e associadas à dor lenta, difusa e mal localizada. 
Outra diferença entre essas fibras é que as fibras aferentes primárias A-d são sensíveis a estímulos 
térmicos e mecânicos intensos, enquanto as fibras aferentes primárias C nociceptivas são sensíveis 
também a agentes químicos, sendo classificadas, consequentemente, como nociceptores polimodais. 
 
Fibras aferentes Sensibilidade 
A-delta Estímulos térmicos e mecânicos (intensos) 
Tipo C Estímulos térmicos e mecânicos (intensos) + 
agentes químicos = POLIMODAIS 
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA 
Os nociceptores podem manifestar um aumento da excitabilidade durante a inflamação por causa da 
liberação de vários mediadores inflamatório: adenosina trifosfato (ATP), bradicinina, citocinas (TNF, IL-6, 
IL-1 b, IL-8), aminas simpatomiméticas e prostaglandinas (PGE2). 
A PGE2 é sintetizada pela ação da enzima cicloxigenase sobre o ácido araquidônico, e o mecanismo de ação 
dos anti-inflamatórios é atribuído à inibição da síntese de PGE2. 
Neurotransmissores, como a substância P, também podem aumentar a excitabilidade dos nociceptores. 
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Esses neurotransmissores podem atuar sobre plaquetas, macrófagos, mastócitos e outras células do sistema 
imune, induzindo a liberação de outros mediadores inflamatórios como histamina, serotonina (5-HT), 
bradicininas e citocinas. 
Esse processo é denominado inflamação neurogênica, uma vez que é desencadeado por substâncias 
liberadas a partir das terminações de fibras aferentes nervosas. 
Então, traduzindo: os mediadores inflamatórios podem ativar diretamente o nociceptor, ou 
indiretamente, agindo sobre os macrófagos e os mastócitos. 
Os mediadores inflamatórios agem sobre os seus receptores, aumentando a 
excitabilidade do nociceptor, o que caracteriza o processo conhecido como 
sensibilização periférica. 
Esse processo contribui para os estados alterados de dor denominados de hiperalgesia (dor exacerbada) e 
alodinia (dor sem causa aparente). 
Ao contrário da hiperalgesia, a alodinia envolve uma mudança na qualidade da sensação, seja ela tátil, 
térmica ou de qualquer outro tipo. Originalmente, ela não deveria ser dolorosa, mas a resposta é dolorosa. 
Existe, portanto, uma perda de especificidade da modalidade sensorial. 
A alodinia mecânica normalmente ocorre em alguns estados de dor. Por exemplo, o teste de percussão de 
um dente suspeito avalia a possível presença de alodinia mecânica, e um teste positivo é interpretado como 
sinal de uma inflamação ativa na região perirradicular do dente suspeito. 
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL 
Após uma lesão ou inflamação dos tecidos orofaciais, os impulsos nociceptivos conduzidos pelas fibras A-
δ e C podem resultar em uma liberação excessiva de substâncias neuroquímicas (p. ex., glutamato, 
substância P, ATP) e induzir uma cascata de eventos intracelulares em neurônios nociceptivos centrais, 
provocando o aumento de sua sensibilidade aos impulsos nociceptivos. 
Esse processo de hiperexcitabilidade é denominado sensibilização central e é definido 
como uma resposta aumentada dos neurônios nociceptivos do SNC a impulsos aferentes 
normais ou normalmente ineficazes (sublimiares). 
A sensibilização central pode levar a alterações neuroplásticas funcionais nos processos nociceptivos 
centrais, que contribuem para a dor crônica. 
DOR REFERIDA 
Os mecanismos envolvidos na dor referida não são completamente compreendidos, mas parecem 
depender da convergência de impulsos nociceptivos aferentes para neurônios nociceptivos centrais 
provenientes do local de origem da dor e do local em que a dor é percebida. 
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Podem estar relacionados também à neuroplasticidade assoaciada à sensibilização central que pode ser 
gerada nos neurônios centrais por esses impulsos em decorrência de lesão ou inflamação. 
A injeção de anestésicos locais pode ser utilizada como um teste clínico para ajudar a distinguir o local de 
origem da dor daquele em que a dor é percebida. 
Condições dolorosas de relevância para Odontologia 
➢ Dor na ATM: 
A sensibilização periférica, associada à sensibilização central, contribui para o desenvolvimento de 
hiperalgesia, alodinia, dor referida e difusão da dor, que frequentemente acompanham as disfunções 
temporomandibulares. 
Outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da dor associada à disfunção 
temporomandibular são estresse psicossocial, predisposição genética e alterações nos mecanismos 
endógenos

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