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Mínima intervenção: do Diagnóstico ao Tratamento Odontopediatria (aula 2) o Odontologia baseada em evidências Objetivos Compreender a mínima intervenção; Cariologia: mudar a concepção sobre a cárie dentária e utilizar os meios corretos de diagnóstico; Conhecer o ICDAS; Conhecer o procedimento minimamente invasivo mais comum no exercício da Odontopediatria; Tratamento restaurador atraumático (ART). OBS: Antibiótico não causa cárie, negligência sim! *Prevenção é mais barato que tratamento. o Transmissibilidade Não ocorre da doença cárie e sim dos microrganismos patogênicos; O mais importante é a higienização correta dos dentes e os cuidados com a dieta. o Hospedeiro Morfologia dentária: Dentes em irrupção; Dentes recém-irrompidos; Dentes apinhados; Dentes mais suscetíveis. o Microrganismos Streptococcus mutans; Lactobacilos. o Dieta cariogênica Composição; Quantidade; Consistência; Frequência. o Caso clínico Paciente C.R.T., com 4 anos de idade, com dentição decídua completa, apresentando lesões de cárie extensas e queixa de dor. Higiene bucal (relatada pela mãe) realizada somente no período da manhã. [Digite aqui] o Progressão da doença Dentes permanentes: de 3 a 4 anos Dentes decíduos: cerca de 1 ano o Cárie severa da infância (CSI) “Cárie de mamadeira ou rampante”; “Cárie precoce de infância”; Todos ou quase todos os dentes envolvidos; Evolução aguda e rápida; Acometimento da superfície vestibular de incisivos e caninos; Dentes anteriores inferiores são “protegidos”. o Mínima intervenção (MI) Máxima preservação de estrutura dental sadia Filosofia conservadora: Paralisação da doença, restauração da estrutura e função. o História da cárie Passada: nº de dentes restaurados e extraídos e nº de lesões cariosas crônicas. Presente: nº de lesões ativas cavitadas ou não. o Diagnóstico da doença cárie Exame visual + tátil Exames complementares; Índices → ICDAS – International Caries Detection and Assessment System - Desenvolvido por um grupo de pesquisadores em 2002; - Sistema de escores (0 a 6) criado para avaliação e padronização de todas as superfícies dentárias; - Exame visual + tátil (sonda OMS); - Objetiva aumentar a confiabilidade do exame visual; - Avalia a atividade por meio de características adicionais. o Escores Escore 0 – superfícies hígidas, não há evidências de lesão após secagem com jato de ar por 5 segundos. Escore 1 – mudança inicial visível em esmalte, há evidência de opacidade/descoloração com jato de ar por 5 segundos. Escore 2 – mudança nítida visível em esmalte, há evidência de opacidade/descoloração mesmo no dente umedecido. Escore 3 – descontinuidade do esmalte, sem dentina visível, há cavitação visível localizada em esmalte. [Digite aqui] Escore 4 – sombreamento da dentina subjacente, sombreamento de coloração azulada, acinzentada ou marrom mas sem cavidade e sem exposição de dentina. Escore 5 – cavidade nítida com dentina visível, sombreamento da dentina subjacente com cavidade distinta. Escore 6 – cavidade extensa com dentina visível, cavidade com dentina exposta envolvendo mais da metade da superfície. o Atividade de cárie: mandatória na decisão do tratamento → Lesão de cárie ativa Presença de biofilme sobre a lesão; Presença de tecido amolecido; Cor amarelada ou castanho claro; Aspecto úmido; Opacidade no esmalte. → Lesão de cárie inativa Ausência de biofilme sobre a lesão; Tecido endurecido no fundo da lesão; Cor marrom escura ou negra; Aspecto seco; Sem opacidade no esmalte adjacente. o Decisão de tratamento Superfícies sadias - nenhum tratamento necessário; Lesões inativas – nenhum tratamento necessário; Lesões ativas – tratamento não operatório ou operatório (remoção parcial da dentina cariada). OBS: critérios que são levados em conta: idade e cooperação da criança, condição de higiene bucal, hábito dietético, necessidade estética e habilidade profissional. o Remoção do tecido Remoção parcial na parede pulpar = remoção da dentina infectada (amolecida) e preservação da dentina afetada (endurecida, em lascas) OBS: nas paredes circundantes a remoção é TOTAL. Instrumentos manuais: colher de dentina afiada. Instrumentos rotatórios: brocas esféricas compatíveis em baixa rotação. o Uso da alta rotação na remoção do tecido cariado NÃO deve ser utilizada para remoção do tecido cariado!! [Digite aqui] Ainda é utilizada principalmente para acesso da lesão cariosa e abertura coronária das terapias endodônticas. o Plano de tratamento individualizado → Anamnese detalhada Fatores modificadores: Condições médicas; Estilo de vida; Fatores socioeconômicos; Hábitos dietéticos e de higiene oral; Interesse do paciente quanto a futuras intervenções. o Prevenção e tratamento Extensão preventiva (Black,1895); Odontomia profilática (Hyatt,1923); Erradicação da fissura (Bodecker.,1929); Restauração preventiva (SH Monsen, 1978); Selante e técnica invasiva. (Anos 80). o Greene Vardiman Black (1836 – 1915) *Pai da Odontologia Padronizou preparos cavitários e suas terminologias. Definição de uma sequência lógica: → Abertura; → Forma de contorno; → Remoção da dentina cariada; → Forma de resistência; → Forma de retenção; → Forma de conveniência; →Acabamento das paredes de esmalte; → Limpeza da cavidade. o Tratamento restaurador atraumático (ART) Longevidade das restaurações de CIV O ART tem demonstrado índices de sucesso de durabilidade clínica comparáveis com restaurações de amálgama, quando realizadas em condições semelhantes. Apresenta maior índice de sucesso em cavidades oclusais, tanto em dentes decíduos quanto em permanentes. o Causas do insucesso Falha na remoção do tecido cariado nas paredes circundante; Inserção incorreta do material restaurador; Consumo de alimentos sólidos logo após a restauração; Contaminação do campo durante a inserção do material; *A utilização de isolamento absoluto não aumentou a longevidade das restaurações de ART. “Efeito operador”. [Digite aqui] o Manipulação do CIV É imprescindível seguir rigorosamente as recomendações dos fabricantes. Uso de espátula plástica e bloco de papel impermeável; Agitar suavemente o frasco do pó; Encher totalmente a colher do pó e raspá-la com uma espátula reta; Dispensar o líquido em posição perpendicular ao bloco, sem qualquer inclinação; Aumentar a molhabilidade, “aplainando” a gota contra o bloco; Aglutinação do pó em duas partes iguais; Inserção do material na cavidade ainda com brilho; Proteção superficial do material. o Técnica restauradora Caso clínico 1 *Sempre começando pelas margens. Caso clínico 2 *Cicatrículas e fissuras pigmentadas – selamento com ionômero na entrada dessas fissuras. [Digite aqui]