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Evolução e História da Psicologia Social


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Disciplina: Psicologia Social
Tema: Evolução e História da Psicologia Social
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PSICOLOGIA SOCIAL
A Evolução Histórica da Psicologia Social
A psicologia social surgiu no momento de transição do século XIX para o século XX como uma área de aplicação da psicologia para estabelecer uma ponte entre a área e as ciências sociais (sociologia, antropologia). 
Sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e os conflitos do início do século, a ascensão do nazi-fascismo, as duas grandes guerras e a luta do capitalismo sobre o socialismo.
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Wundt (1832-1920): médico e psicólogo experimental.
Inaugurou a utilização e os limites da análise experimental.
Abriu espaço para o estudo do comportamento dos 
indivíduos e seu reflexo no mundo. 
Wundt escreveu sobre “Psicologia popular ou cultural” que seria uma ciência psicológica criada para estudar fenômenos como magia, cultura, linguagem e gestos – processos que, para Wundt, não poderiam ser compreendidos isoladamente.
Publicou uma obra de aproximadamente 10 volumes sobre a temática, que também pode ser denominada Psicologia das Massas (ou de Psicologia dos Povos), em língua alemã. 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Durkheim (1858-1917): antropólogo e sociólogo
Seus estudos ocorrem em paralelo aos estudos de Wundt. 
Propôs uma análise das representações coletivas
Defendia que o campo das representações sociais pertencia à sociologia.
Durkheim tinha acordo com Wundt de que os estudos da subjetividade e da cultura se referiam a campo de estudo da psicologia social.
Tanto para Durkheim quanto para Wundt, a compreensão do conhecimento produzido estava relacionada diretamente a como se desencadeia a experiência social que o indivíduo vivencia a partir de sua participação nos diferentes grupos sociais com os quais convive. 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
1879: Wundt funda o primeiro laboratório de pesquisas em psicologia, na Universidade de Leipzig.
1895: Durkheim publica seu livro Regras do método sociológico
1900-1920: Wundt publica Völkerpsychologie (Psicologia popular ou cultural) em 10 volumes.
A Evolução Histórica da Psicologia Social
O termo psicologia social foi utilizado pela primeira vez em 1887 por James M. Baldwin em seus trabalhos sobre o desenvolvimento moral e social da criança. Em 1899 foi retomado por Edward Ross em uma conferência de estudos da sociologia.
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Primeiros Escritos
Gustave Le Bon (1841-1931): o cientista social francês publicou Psicologia das Multidões (1895), originando um ponto de partida para o entendimento da psicologia social: o conceito de mente coletiva, em que cada indivíduo, ainda que com suas particularidades, quando ligado a um grupo, pensa e age conforme o grupo. 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
“O que há de mais impressionante numa multidão é o seguinte: quaisquer que sejam os indivíduos que a compõem, sejam quais forem as semelhanças ou diferenças no seu gênero de vida [...], o simples fato de constituírem uma multidão concede-lhes uma alma coletiva. Esta alma fá-los sentir, pensar e agir de uma maneira diferente do modo como sentiriam, pensariam e agiriam cada um isoladamente. Certas ideias, certos sentimentos só surgem e se transformam em atos nos indivíduos em multidão. 
												(Le Bon, 1895) 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Primeiros Escritos
William McDougall: psicólogo inglês, escreve “Uma introdução à psicologia social”, com uma perspectiva centrada no indivíduo, propôs que o social está inscrito na natureza biológica do ser humano. 
Edward Ross: sociólogo, escreve “Psicologia social, um esboço e um livro-fonte”, sobre a compreensão do comportamento social, explica como crenças, sentimentos e ações podem desencadear as interações sociais. Também se configura como um marco teórico para a psicologia social.
Assim, a psicologia social tem sua gênese marcada pela coincidência de uma “dupla paternidade” entre a psicologia e a sociologia.
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Contribuições Europeias
Na Europa, berço da psicologia social, os estudos iniciaram focados nos grupos e nas coletividades. Nesse momento inicial, a psicologia social demonstrou uma identidade própria e mostrou, desde então, sua real e objetiva preocupação com a estrutura social latente no indivíduo. 
Os temas mais frequentes na abordagem da psicologia social europeia são as relações de identidade social e as representações sociais. Ainda hoje, é difundida, aplicada e exercida por ser considerada significativamente válida no contexto europeu.
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Influências Anglo-americanas e Latino-americanas
Heider (1946): teoria do equilíbrio, em que “as pessoas tendem a manter sentimentos e cognições coerentes sobre o mesmo objeto ou pessoa”;
Asch (1946): percepções sociais. Conclui que “a ordem com que as informações são recebidas afeta a formação da impressão global”; 
Festinger (1954): teoria da dissonância cognitiva, em que “as pessoas são motivadas a procurar equilíbrio entre atitudes e ações”. 
Na América do Norte, os estudos mais frequentes da psicologia social giram em torno da cognição social, das atitudes e dos processos grupais. 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Influências Anglo-americanas e Latino-americanas
Na América Latina, o indivíduo foi o foco dos estudos em psicologia social. 
Por volta da década de 1970, surge a necessidade de um olhar mais individualizado sobre a psicologia social no cenário de desigualdades sociais e políticos. 
Martin-Baró (1942-1989) lançou olhar sobre uma psicologia social em que o comprometimento com a realidade social esteja presente, bem como a atuação do psicólogo social possa contribuir para a estruturação de identidades pessoais, coletivas e históricas, ambicionando a promoção de mudanças. 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Influências Anglo-americanas e Latino-americanas
No Brasil, a psicologia social teve seu início influenciado por estudos norte-americanos no final da década de 1970. contudo, logo se aproximou de temáticas com foco no contexto brasileiro, abordando assuntos como violência doméstica, pobreza, desigualdade e exclusão. 
Aroldo Rodrigues e Silvia Lane desenvolveram seus referenciais teóricos concebendo o indivíduo como uma criação histórica-social. Assim, indivíduo e sociedade se influenciam de maneira recíproca. 
A metodologia e corpo teórico da psicologia social captam o indivíduo em movimento e busca intervenções em torno daquilo que organiza e reorganiza a vida social.
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Influências sociológicas, políticas e filosóficas da psicologia social
A sociologia se motivou a pensar sobre os aspectos psicológicos e individuais da existência humana no campo social. Este movimento provocou uma nova demanda na psicologia, fazendo esta passar a se ocupar também com a temática social, ocasionando o surgimento da psicologia social.
Assim, a psicologia, passou a se integrar à esfera da política. Associar fatores de ordem social, política e psicológica, objetivando a compreensão da realidade social de maneira integrada constitui os pontos de maior instigação para a psicologia social e para a política, se comprometendo com o estudo de temas como racismo, participação social, saúde pública e relações de poder. 
A Evolução Histórica da Psicologia Social
Influências sociológicas, políticas e filosóficas da psicologia social
O relacionamento da psicologia com a filosofia se dispõe a analisar questões fronteiriças e controversas. 
Inspirada pelo campo teórico da filosofia, a psicologia social abrange um espaço privilegiado na promoção de encontro entre as ciências. A conversação da psicologia social com outros conhecimentos e saberes é produtiva e de fácilligação entre as ideias, problematizações e busca por soluções. 
A psicologia social se alimenta do diálogo com as demais áreas do conhecimento. Tomemos como reflexão os debates mais frequentes na atualidade, tais como: questões de gênero, violência, segurança, democracia e inclusão. As diferenças sociais, econômicas e políticas ofertam diferentes maneiras de contextualizar as vivências sociais. 
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