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CUIDADOS COM A BEXIGA NO PARTO E PUERPERIO PROTOCOLO SOFIA FELDMAN


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Protocolos e diretrizes clínicas 
 
 
PROTOCOLOS E DIRETRIZES CLÍNICAS 
Cuidados com a bexiga no parto e 
puerpério 
agosto/2021 
Cuidados com a bexiga no parto e puerpério 
 2 
 
Sumário 
CUIDADOS COM A BEXIGA NO PARTO E PUERPÉRIO .............................................................................. 3 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 3 
ESCOPO E FINALIDADES .................................................................................................................................... 3 
Objetivos .................................................................................................................................................... 3 
A quem este protocolo/diretriz se destina ................................................................................................. 3 
Usuários do Protocolo/Diretriz ................................................................................................................... 4 
QUEM DESENVOLVEU ESTE PROTOCOLO/DIRETRIZ ............................................................................................ 4 
METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DESTE PROTOCOLO/DIRETRIZ ...................................................................... 4 
DEFINIÇÕES ..................................................................................................................................................... 5 
RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................................ 5 
Prevenção de retenção urinária durante o trabalho de parto e parto ....................................................... 5 
Prevenção da retenção urinária após parto vaginal ou cesariana ............................................................ 5 
Manejo da retenção urinária após o parto vaginal ou cesariana .............................................................. 6 
Volume residual ≤ 150 ml ....................................................................................................................................... 6 
Volume residual entre 151 e 299 mL; .................................................................................................................... 6 
Volume residual entre 300 e 399 mL ..................................................................................................................... 6 
Volume residual ≥ 400 mL ...................................................................................................................................... 7 
Critérios para alta hospitalar de pacientes que apresentaram disfunção vesical ..................................... 7 
Auto cateterismo vesical de alívio ............................................................................................................. 8 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... 8 
 
Protocolos e Diretrizes Clínicas 
 3 
Cuidados com a bexiga no parto e puerpério 
agosto/2021 (pequenas modificações em relação à versão anterior) 
Esta é a última versão deste protocolo e é válida até nova revisão 
Introdução 
A retenção urinária ou disfunção vesical pode ocorrer em 10 a 15% das mulheres após o 
parto. Tal condição merece atenção especial, tendo em vista que o atraso no diagnóstico e 
tratamento pode acarretar um impacto significativo na qualidade de vida das mulheres. 
Um único episódio de hiperdistensão vesical pode provocar lesão permanente do músculo 
detrusor e insuficiência renal por obstrução, anúria e hidronefrose. Pode apresentar-se 
através da incapacidade da mulher esvaziar espontaneamente a bexiga até 6 horas após 
o parto ou após a remoção do cateter vesical de demora ou pela presença de diurese 
espontânea, porém, com volume vesical residual maior do que 150 mL (mensurado por 
cateterismo vesical ou por ultrassonografia). A fisiopatologia de ambos os quadros ainda é 
incerta. Porém, acredita-se que tenha etiologia multifatorial, envolvendo alterações 
hormonais fisiológicas da gravidez, lesão do assoalho pélvico, com a presença de dor e 
edema periuretral e danos à inervação vesical no decorrer do parto, com a redução da 
sensibilidade da bexiga. Apesar de tal risco potencial, a produção científica acerca do tema 
ainda é escassa e o rastreio da retenção urinária pós-parto não tem sido realizado 
adequadamente na maioria dos serviços. 
O objetivo deste protocolo é fornecer diretrizes baseadas em evidências para padronizar 
práticas de prevenção, diagnóstico e manejo da retenção urinária e assim ampliar a 
segurança das pacientes assistidas no Hospital Sofia Feldman. 
Escopo e finalidades 
Objetivos 
• Fornecer orientações para a equipe de médicos obstetras, enfermeiros obstetras e 
enfermeiros assistenciais envolvidos na assistência ao parto, para a monitorização 
da diurese, além da prevenção e manejo adequado da retenção urinária pós-parto. 
A quem este protocolo/diretriz se destina 
Este Protocolo/Diretriz deverá servir de referência e orientação para a assistência a: 
• Mulheres em trabalho de parto espontâneo ou induzidos; 
• Mulheres submetidas à cesariana eletiva ou de urgência; 
• Pacientes após parto normal ou cesariana em regime de internação; 
Cuidados com a bexiga no parto e puerpério 
 4 
• Pacientes pós-parto domiciliar ou em trânsito admitidas nesta instituição; 
• Pacientes submetidas à raquianestesia ou analgesia peridural; 
Usuários do Protocolo/Diretriz 
• Todos os profissionais envolvidos diretamente na assistência ao puerpério no 
Hospital Sofia Feldman, tais como médicos obstetras, anestesiologistas, enfermeiras 
obstétricas, enfermeiras assistenciais, técnicos de enfermagem, etc. 
• Todos os profissionais em processo de treinamento envolvidos diretamente na 
assistência, tais como especializandos e residentes de enfermagem obstétrica e 
neonatal e médicos residentes de obstetrícia, neonatologia e anestesiologia. 
• Todos os profissionais envolvidos indiretamente na assistência ao parto como 
fisioterapeutas, psicólogos, etc. 
• Estudantes de graduação na prática de estágio curricular ou extracurricular 
envolvidos no processo de assistência ao parto; 
Quem desenvolveu este Protocolo/Diretriz 
Este protocolo/diretriz foi elaborado por um grupo multidisciplinar do Hospital Sofia 
Feldman, o Grupo Elaborador do Protocolo/Diretriz ou GEPD. O grupo foi composto por 4 
médicos obstetras, 3 enfermeiras obstétricas, 3 médicos residentes de obstetrícia. Foi 
designado como coordenador do GEPD um médico obstetra. 
Metodologia para elaboração deste Protocolo/Diretriz 
Esse Protocolo foi elaborado a partir de diretrizes e/ou protocolos já elaborados por outros 
grupos ou instituições e adaptados ao contexto do HSF, listados a seguir: 
Postpartum bladder dysfunction, do South Australian Practice Guidelines (SOUTH 
AUSTRALIA, 2012); 
Intrapartum and postnatal bladder care, do Christchurch Women’s Hospital Women’s 
(2017); 
Bladder Management – Intrapartum and Postpartum, do Royal Women’s Hospital (2017); 
Além do mais, outros estudos foram consultados, listados a seguir: 
Postpartum urinary retention: a systematic review of adverse effects and management 
(MULDER et al., 2014); 
Bladder Management with epidural anesthesia during labor (WILSON. et al., 2015); 
Delivery-related risk factors for covert postpartum urinary retention after vaginal delivery 
Protocolos e Diretrizes Clínicas 
 5 
(MULDER et al., 2016); 
Comparison of clean intermittent and transurethral indwelling catheterization for the 
treatment of overt urinary retention after vaginal delivery: a multicentre randomized 
controlled clinical trial (MULDER et al., 2018). 
Definições 
Retenção urinária evidente: incapacidadede urinar 6 horas após o parto, necessitando 
de cateterismo vesical, onde volumes urinários maiores do que a capacidade da bexiga 
(400-600 mL em mulheres) são drenados. A mulher geralmente queixa dor, principalmente 
suprapúbica, desejo de urinar, pode apresentar incontinência por excesso de volume, 
erroneamente confundida com incontinência de esforço ou pode ser assintomática, 
principalmente se a mulher estiver sob efeito de anestesia/analgesia regional. 
Retenção urinária mascarada (assintomática): A mulher é capaz de urinar, mas o 
esvaziamento vesical é incompleto, ou seja, menos de 50 % da capacidade da bexiga, ou 
um volume residual pós micção > 150 mL. Essas mulheres poderão ser oligossintomáticas 
com aumento da frequência urinária e volume urinado < 100 mL. 
Recomendações 
Prevenção de retenção urinária durante o trabalho de parto e parto 
• Estimular a ingestão de líquidos durante o trabalho de parto; 
• Estar atento para os sinais de retenção vesical, especialmente em mulheres com 
analgesia regional; 
• Avaliar diurese espontânea e palpar a região suprapúbica para a presença de bexiga 
distendida a cada 2 horas para todas as mulheres em trabalho de parto; 
• Se a mulher não apresentou diurese espontânea nas últimas 2 horas e/ou apresenta 
bexiga palpável, a mesma deve ser estimulada para a micção espontânea; 
• Se não apresentar micção espontânea, oferecer medidas não invasivas como 
hidratação, privacidade, chuveiro e banho de assento; 
• Caso não consiga urinar após 2 tentativas de medidas não invasivas, esvaziar a 
bexiga mediante cateterismo de alívio que pode ser repetido de acordo com a 
necessidade. 
Prevenção da retenção urinária após parto vaginal ou cesariana 
• Estimular a ingestão de 2 a 3 litros de água por dia; 
• Estimular micção espontânea de 2 em 2 horas; 
• Avaliar e registrar sinais de disfunção/retenção vesical a cada 2 horas, nas primeiras 
6 hs: 
Cuidados com a bexiga no parto e puerpério 
 6 
o Ausência de desejo espontâneo de urinar; 
o Dor abdominal baixa; 
o Bexiga palpável; 
o Incontinência por excesso de volume; 
o Poliúria/polaciúria, urgência; 
o Volume urinário < 100 mL; 
o Dificuldade ao iniciar a micção; 
o Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; 
o Incapacidade de urinar em 6 horas 
• Se após estímulo à micção, a mulher não urinar OU urinar com dificuldade (volume < 
100 mL) OU estiver sob efeito de anestesia E apresentar bexiga distendida, realizar 
cateterismo de alívio. 
Manejo da retenção urinária após o parto vaginal ou cesariana 
• Se 6 horas após parto vaginal ou cesariana, a mulher não apresentar diurese 
espontânea OU apresentar sinais de distensão vesical OU dificuldades de micção 
OU esvaziamento incompleto da bexiga (volume de diurese espontânea < 100 mL), 
suspeitar de retenção urinária e: 
o Estimular micção espontânea e, em seguida (no máximo 10 minutos), realizar 
cateterismo vesical de alívio, com antissepsia adequada; 
o Medir e anotar (em folha própria) volume urinado espontâneo e residual; 
o Solicitar urina rotina e gram; 
o Manejar de acordo com o volume residual pós cateterismo de alívio, como a 
seguir: 
Volume residual ≤ 150 ml 
• Manter medidas preventivas; 
• Avaliar e registrar sinais de disfunção/retenção vesical de 6 em 6 hs; 
Volume residual entre 151 e 299 mL; 
• Manter medidas preventivas; 
• Avaliar e registrar sinais de disfunção/retenção vesical de 6 em 6 hs; 
• Realizar cateterismo de alívio pós micção espontânea de 12 em 12 horas; 
Volume residual entre 300 e 399 mL 
• Manter medidas preventivas; 
• Avaliar e registrar sinais de disfunção/retenção vesical de 6 em 6 hs; 
• Realizar cateterismo de alívio pós micção espontânea de 8 em 8 horas; 
Protocolos e Diretrizes Clínicas 
 7 
Volume residual ≥ 400 mL 
• Manter medidas preventivas 
• Avaliar e registrar sinais de disfunção/retenção vesical de 6 em 6 hs; 
• Realizar cateterismo de alívio pós micção espontânea de 6 em 6 horas; 
Critérios para alta hospitalar de pacientes que apresentaram disfunção 
vesical 
• Pacientes que já apresentam diurese espontânea normal, com volume residual ≤ 150 
ml em duas ocasiões consecutivas; 
• Mulheres com indicação de autocateterismo vesical de alívio que tenham 
demonstrado capacidade para a sua execução com a técnica asséptica adequada e 
se comprometa em realizar o seguimento proposto pela equipe. 
Volume residual ≤ 
150 mL 
Ausência de diurese espontânea OU distensão vesical 
OU dificuldades de micção OU esvaziamento 
incompleto da bexiga (diurese espontânea < 100 mL) 6 
hs após parto vaginal ou cesariana 
•Estimular micção espontânea e em 10 min realizar cateterismo vesical de alívio; 
•Medir volume urinado espontâneo e residual; 
•Solicitar urina rotina e gram de urina; 
Volume residual 
entre 151 e 299 mL 
Volume residual 
entre 300 e 399 mL 
Volume residual ≥ 
400 mL 
• Medidas preventivas; 
• Avaliar/registrar 
sinais de 
disfunção/retenção 
vesical de 6 em 6 h 
• Medidas 
preventivas; 
• Avaliar/registrar 
sinais de 
disfunção/retenção 
vesical de 6 em 6 h 
• Cateterismo de 
alívio pós micção 
espontânea de 12 
em 12 hs; 
• Medidas 
preventivas; 
• Avaliar/registrar 
sinais de 
disfunção/retenção 
vesical de 6 em 6 h 
• Cateterismo de 
alívio pós micção 
espontânea de 8 em 
8 hs; 
•Medidas 
preventivas; 
•Avaliar/registrar 
sinais de 
disfunção/retenção 
vesical de 6 em 6 h 
•Cateterismo de 
alívio pós micção 
espontânea de 6 em 
6 hs; 
Fluxograma de manejo da retenção urinária após parto vaginal ou cesariana 
Cuidados com a bexiga no parto e puerpério 
 8 
Auto cateterismo vesical de alívio 
• Se após 24 horas de cateterismo intermitente de alívio a mulher continuar com 
dificuldades de urinar espontaneamente ou com volume residual > 150 mL, ela pode 
ser instruída a realizar o autocateterismo de acordo com os intervalos acima; 
• Após demonstração de capacidade para a realização do autocateterismo, a mulher 
pode receber alta para a sua realização no domicílio e serem acompanhadas no 
ambulatório de puerpério nas segundas-feiras das 13 às 17 horas (agendamento 
prévio com a secretária do Hospital no telefone 3408-2221. 
Bibliografia 
CHRISTCHURCH WOMEN’S HOSPITAL. Maternity Guidelines Group. Intrapartum and 
postnatal bladder care: maternity guidelines. Christchurch, New Zealand: Christchurch 
Women’s Hospital, 2017. 
MULDER, F. E. et al. Delivery-related risk factors for covert postpartum urinary retention 
after vaginal delivery. International Urogynecology Journal, London, v. 27, n. 1, p. 55-60, 
Jan. 2016. 
MULDER, F. E. et al. Postpartum urinary retention: a systematic review of adverse effects 
and management. International Urogynecology Journal, London, v. 25, n. 12, p. 1605-
1612, Dec. 2014. 
MULDER, F. E. et al. Comparison of clean intermittent and transurethral indwelling 
catheterization for the treatment of overt urinary retention after vaginal delivery: a multicentre 
randomized controlledclinical trial. International Urogynecology Journal, London, v. 29, 
n. 9, p. 1281-1287, 2018. 
SOUTH AUSTRALIA. Department of Health. South Australian perinatal practice 
guidelines: postpartum bladder dysfunction. South Australian: SA Maternal & Neonatal 
Clinical Network, 2012. 
THE ROYAL WOMEN’S HOSPITAL. Bladder management intrapartum and 
postpartum: guideline. Parkville, Australia: The Royal Women’s Hospital, 2017. 
WILSON, B. L. et al. Bladder management with epidural anesthesia during labor: a 
randomized controlled trial. MCN. The American Journal of Maternal Child Nursing, New 
York, v. 40, n. 4, p. 234-242, Jul./Aug. 2015. 
	PROTOCOLOS E DIRETRIZES CLÍNICAS
	Sumário
	Introdução
	Escopo e finalidades
	Quem desenvolveu este Protocolo/Diretriz
	Metodologia para elaboração deste Protocolo/Diretriz
	Definições
	Recomendações
	Bibliografia