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Disciplina: Geotecnia Experimental (CIV - 2553) Prof. Vitor Nascimento Aguiar aguiar@puc-rio.br Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Departamento de Engenharia Civil e Ambiental Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil Resumo das aulas 1 e 2: Análise de tensões e deformações: revisão de alguns conceitos 11 1- Tensões em um meio contínuo Para quantificar as forças internas em um ponto M pertencente ao plano S, tome-se em S um elemento de área DA contendo o ponto M. Define-se o vetor tensão no ponto M associado ao plano S, cuja normal é o vetor , como: 22Atenção: o vetor tensão em um ponto está sempre associado a um plano. I II Plano s DA I DA DA N~ ~N ~dF N~ ~DF 1.1- Conceito de tensão Deve-se fixar o ponto e o plano. 33 Fixando-se um referencial cartesiano x, y, z, o vetor , que atua em uma faceta DA cuja normal é o vetor unitário e que contêm o ponto M, pode ser divido nas componentes: , , . M N z x y z x y N~ ~ ~ Atenção: componentes do vetor tensão atuante em um ponto e em um plano 44 Alternativamente, o vetor pode ser decomposto segundo as direções normal e paralela à faceta, recebendo as seguintes denominações: sn : componente normal do vetor tensão ou tensão normal tn : componente tangencial (ou cisalhante) do vetor tensão ou tensão cisalhante sN N~ ~ tN Atenção: componentes do vetor tensão atuante em um ponto e em um plano. Deve-se fixar o ponto e o plano. 55 O estado de tensões em um ponto está definido quando se conhecem os vetores tensão que atuam nas facetas de um cubo infinitesimal que contêm o ponto. Como por exemplo, as facetas cujos vetores normais estão nas direções x, y, z do referencial cartesiano adotado. Definido o estado de tensões em um ponto, pode-se calcular o vetor tensão atuante em qualquer plano naquele ponto. 66 : vetor tensão atuante na faceta cuja normal é o vetor unitário : vetor tensão atuante na faceta cuja normal é o vetor unitário : vetor tensão atuante na faceta cuja normal é o vetor unitário O vetor tensão pode ser dividido nas componentes , e : O vetor tensão pode ser dividido nas componentes , e : O vetor tensão pode ser dividido nas componentes , e : 77 1.2- Equações diferenciais do equilíbrio Toma-se um cubo infinitesimal de dimensões dx, dy, dz, no qual atua uma força de massa (força por unidade de volume) cujas componentes são designadas por Fx, Fy e Fz, nas direções x, y e z, respectivamente. 88 Fazendo o equilíbrio de forças na direção x: Fazendo o equilíbrio de forças na direção y: Fazendo o equilíbrio de forças na direção z: Fazendo o equilíbrio de momentos em relação a um eixo paralelo a x e passando pelo centro do cubo: 99 Fazendo o equilíbrio de momentos em relação a um eixo paralelo a y e passando pelo centro do cubo: Fazendo o equilíbrio de momentos em relação a um eixo paralelo a z e passando pelo centro do cubo: As tensões cisalhantes atuantes em planos ortogonais que convergem para (ou divergem da) mesma aresta são iguais. 1010 Uma vez conhecidas as tensões em três facetas ortogonais entre si, é possível determinar o vetor tensão numa faceta qualquer cujo vetor unitário é . 1.3- Tensão em um plano qualquer O vetor unitário normal à faceta ABC é dado pelos cosenos diretores l, m , n , onde: , , . 1111 Vetor Vetor Sob a forma matricial: Tensor das tensões escrito em relação ao sistema cartesiano x, y, z Por equilíbrio de forças na direção x : Por equilíbrio de forças na direção y : Por equilíbrio de forças na direção z : O tensor das tensões é uma matriz simétrica. 1212 Para determinar o vetor tensão numa faceta cujo vetor unitário seja basta multiplicar a matriz de tensões pelo vetor unitário normal à faceta. Portanto: Para obter as tensões normal e cisalhante na faceta ABC, basta fazer: (produto escalar) • Em qualquer estado tensional, demonstra-se que existem três facetas ortogonais entre si nas quais o vetor tensão é normal a direção das facetas, ou seja, não existem componentes cisalhantes. 1313 • Essas facetas são chamadas de planos principais, as direções normais a estas facetas são chamadas de direções principais, e as tensões que nelas atuam são chamadas de tensões principais. • O tensor das tensões escrito em relação ao sistema das direções principais é: Tensão principal maior Tensão principal intermediária Tensão principal menor onde: s1, s2 e s3 são as tensões principais com: 1.4- Planos, direções e tensões principais 1414 1.5- Representação gráfica de um estado tensional (em um ponto) De posse de s1, s2 e s3, são construídos três círculos de Mohr. Demonstra-se que todas as facetas, onde atuam sn e tn, correspondem a pontos P localizados na região delimitada pelos três círculos (lúnula de tensões). O1: ponto médio entre s2 e s3 O2: ponto médio entre s1 e s3 Na faceta genérica representada pelo ponto P e cuja normal tem cosenos diretores em relação aos eixos principais: , , , atuam um vetor tensão de componentes sn e tn. O3: ponto médio entre s1 e s2 Estado tensional em um ponto definido pelas tensões principais 1515 As circunferências que delimitam a lúnula de tensões, correspondem respectivamente a: , , . Uma circunferência de centro em O1 e raio r sendo representa todas as facetas que têm um certo . Analogamente para aquelas de centro em O2 correspondem a e para aquelas de centro em O3 correspondem a . ver observações das folhas 9 e 10 1616 Determinação gráfica das componentes sn e tn de um vetor que atua em uma faceta cuja normal é o vetor unitário 1717 1.6-Tensões octaédricas O vetor normal ao plano octaédrico faz o mesmo ângulo com as três direções principais. Seus cosenos diretores são iguais a: = = + + = 1 Então: (Regra de Euler) : vetor unitário normal ao plano octaédrico 1818 Então o vetor tensão que atua no plano octaédrico é calculado como: (Produto escalar) = Vetor tensão que atua na faceta octaédrica Média das tensões principais = 1919 O sistema de eixos ortogonais X, Y, Z está fixo no espaço. O sistema de eixos ortogonais x, y, z está fixo no corpo sólido. Deslocamento de corpo rígido As coordenadas de todos os pontos do corpo referidos ao sistema x, y, z não variam. NÃO HÁ DEFORMAÇÃO DO CORPO 2- Deformações em um meio contínuo 2.1- Conceito deformações 2020 Deslocamentos de pontos no interior do corpo Deslocamento de corpo rígido + Deslocamentos que produzem mudança de volume e/ou forma O movimento de corpo rígido pode ser eliminado mediante a introdução de vínculos adequados. Após a deformação, o ponto A (x, y, z) passa a ocupar a posição A* (x + u, y + v, z + w) é uma função vetorial em (x, y, z): : vetor deslocamento do ponto A que pode ser escrito pelas suas componentes u, v, w + + Essas funções definem o campo de deslocamentos do corpo. 2121 Componentes de deformação Deformação específica linear angular (ou distorção) Deformação específica linear Em um ponto A e na direção S, considera-se o segmento elementar AB de comprimento ds. Define-se a deformação específica linear es no ponto A e na direção S como: ∗ ∗ ∗ O comprimento final do segmento é dado por: ∗ OBS: se em vez da direção S for tomada a direção x, então: e Tem-se ainda: e 2222 Deformação específica angular (ou distorção) Em um ponto A e nas direções ortogonais s e t consideram-se os segmentos elementares AB e AC de comprimentos ds e dt, respectivamente. Define-se a deformação específica angular (ou distorção) gst no ponto A e associada às direções s e t como sendo a redução do ângulo (originalmente reto) entre AB e AC, ou seja: OBS: se em vez da direção s e t for tomada a direção x e y, então: 2323 1- O estado dedeformação em um ponto A fica completamente determinado se forem conhecidas as componentes de deformação (deformações específicas lineares) em três direções ortogonais e as distorções associadas a essas mesmas direções no ponto. 2- Referindo-se ao sistema cartesiano x, y, z, tem-se as componentes de deformação: 3- Sendo conhecidas estas componentes, pode-se calcular a deformação linear específica numa direção qualquer, e a deformação específica angular (distorção) associada a um par de direções ortogonais quaisquer no ponto. 4- A deformação em todo o corpo fica determinada conhecendo-se o campo de deformações, isto é, as componentes de deformação como funções das coordenadas (x, y, z) de cada ponto do corpo: (x, y, z) (x, y, z) (x, y, z) (x, y, z) (x, y, z) (x, y, z) 2424 2.2 Relações deformação-deslocamento Hipótese básica • As deformações e os deslocamentos são pequenos. • As componentes de deformação e as rotações (expressas em radianos) sofridas pelos segmentos elementares são pequenas. A partir dessas hipóteses básicas, são deduzidas as seguintes expressões que refletem as relações deformação- deslocamento (ver por Villaça e Garcia, 2000). A partir dessas 6 equações são deduzidas 6 equações de compatibilidade de deformações necessárias para garantir um campo de deslocamentos contínuo. Deriva-se as 6 equações em relação a x, y e z, e combina-se as equações de forma a eliminar as componentes de deslocamento u, v e w. 2525 2.3- Deformações Principais Num ponto de um sólido submetido a um estado de deformação, existem 3 direções ortogonais segundo as quais a distorção é nula. As deformações específicas lineares em tais direções são as deformações principais e1, e2, e3 (e1 ≥ e2 ≥ e3 ≥). Atenção: Assim como as tensões cisalhantes são iguais a zero nos planos principais de tensões, as distorções são iguais a zero nos planos principais de deformação. 2.4- Relação entre gxy e exy = = = = Tem-se que: Mas: Então: e Da mesma forma: = = e 2626 2.4- Lei de Hook generalizada Relações que ligam as componentes de deformação específica às componentes de tensão, caracterizando o comportamento do material. Equações constitutivas Material homogêneo Possui as mesmas propriedades em todos os pontos. Material isotrópico Em cada ponto as propriedades são as mesmas em todas as direções. Material elástico Propriedade de se deformar sob a ação de um estado de tensões e de retornar à sua forma original uma vez cessada a ação do estado de tensões que provocou a deformação. Material elástico linear as deformações específicas estão relacionadas às componentes de tensão por expressões lineares. Lei de Hook generalizada – Matriz constitutiva 2727 Completar a matriz constitutiva analisando os efeitos de cada componente de tensão, agindo isoladamente, em cada componente de deformação. 2828 Constantes elásticas sx agindo isoladamente: E : módulo de elasticidade longitudinal (ou módulo de Young) Por definição: O alongamento longitudinal na direção x, provoca contrações transversais nas direções y e z (efeito de Poisson) ocasionando deformações específicas lineares ey e ez. Por definição: Provoca alongamento na direção x: onde n é chamado de coeficiente de Poisson. 2929 ou G : módulo de elasticidade transversal Constantes elásticas txy e tyx agindo isoladamente: Por definição: 3030 Lei de Hook generalizada E : módulo de elasticidade longitudinal (ou módulo de Young) G : módulo de elasticidade transversal n : coeficiente de Poisson Material homogêneo, isotrópico, linearmente elástico: 2.5- Relação entre E, n e G E, G e n não são independentes 3131 Demonstração: Estado de cisalhamento puro: Material homogêneo, isotrópico e linearmente elástico Estado plano de tensão: = Mas: Então: Mas: Então: Logo: 3232 Deslocamento do ponto C na direção perpendicular ao segmento CD (direção y): Deslocamento do ponto D na direção perpendicular ao segmento CD (direção y): Deslocamento relativo do ponto C em relação ao ponto D na direção perpendicular ao segmento CD (direção y): O segmento AB mede: Então: Logo: 3333 Mas, por definição: Como: , e= Então: