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04 - História da América, da África e do Mundo Ocidental

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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA
História da América, da África e do 
Mundo Ocidental
Livro Eletrônico
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História da América, da África e do Mundo Ocidental
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
Sumário
História da América e suas Identidades ..................................................................................... 3
1. História da América e suas Identidades: Lutas Sociais e Identidades Sociais, 
Culturais e Nacionais ..................................................................................................................... 3
1.1. A América Pré-colombiana ..................................................................................................... 3
1.2. O Processo de Colonização da América, África e Ásia ...................................................... 6
1.3. A Independência no Continente Americano .......................................................................16
2. História do Mundo Ocidental: Legados Culturais da Antiguidade Clássica, 
Convívios e Confrontos entre Povos e Culturas na Europa Medieval ............................... 22
2.1. Legados Culturais da Antiguidade Clássica, ..................................................................... 22
2.2. Convívios e Confrontos entre Povos e Culturas na Europa Medieval ........................ 35
3. História Africana e suas Relações com a Europa e a América .........................................51
3.1. Impérios Africanos ..................................................................................................................51
3.2. O Comércio de Escravos ....................................................................................................... 54
3.3. Imperialismo na África ......................................................................................................... 55
3.4. Descolonização Africana ..................................................................................................... 58
3.5. Cultura Africana .....................................................................................................................60
Resumo ............................................................................................................................................ 63
Mapas Mentais .............................................................................................................................. 67
Questões Comentadas em Aula ..................................................................................................71
Questões de Concurso ................................................................................................................. 78
Gabarito ........................................................................................................................................... 92
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 93
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História da América, da África e do Mundo Ocidental
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
HISTÓRIA DA AMÉRICA E SUAS IDENTIDADES
Olá, estimado(a) professor(a)! Seja muito bem-vindo(a) novamente!
Como está indo com seus estudos? Conseguiu assimilar os conteúdos das aulas anterio-
res? Dê um feedback, avalie a aula e, se precisar, chame no fórum de dúvidas.
Veja os conteúdos que trataremos nesta aula:
• História da América e suas identidades: lutas sociais e identidades sociais, culturais e 
nacionais.
• História do mundo ocidental: legados culturais da Antiguidade Clássica, convívios e con-
frontos entre povos e culturas na Europa medieval.
• História africana e suas relações com a Europa e a América.
1. História da américa e suas identidades: Lutas sociais e identidades 
sociais, cuLturais e nacionais
1.1. a américa Pré-coLombiana
Concurseiro(a), o termo pré-colombiano é frequentemente utilizado especialmente no con-
texto das grandes civilizações indígenas das Américas, como as da Mesoamérica (os olmecas, 
os toltecas, os teotihuacanos, os zapotecas, os mixtecas, os astecas e os maias) e dos Andes 
(os incas, moches, chibchas, cañaris).
Muitas civilizações nativas do continente surgiram no período Pré-Conquista, com carac-
terísticas e marcas que incluíam assentamentos permanentes ou urbanos, agricultura, arqui-
tetura cívica e monumental e complexas hierarquias sociais. Algumas dessas civilizações já 
tinham desaparecido antes da chegada dos europeus e são conhecidas através de pesqui-
sas arqueológicas. Outras foram contemporâneas dessa chegada e, também, são conhecidos 
através de relatos históricos da época. Algumas, como os maias, tinham seus próprios regis-
tros escritos.
Na América do Norte, dentre os grupos indígenas mais conhecidos estão os Cherokees, 
os Iroqueses, os Algonquinos, os Comanches, os Apaches, os Esquimós, os Chipwyangs, os 
Crees, os Cheienes, os Sioux, dentre outros. É importante ressaltar também que muitos grupos 
indígenas nomeiam ou inspiram nomes de estados americanos, como: Dakota, Illinois, Massa-
chusetts, Iowa, Missouri e Delaware.
Contudo, as civilizações que surgiram no México, América Central e do Sul são os grandes 
alvos dos concursos. Havia três grupos organizados de maneira bastante complexa, a exem-
plo das primeiras civilizações surgidas no nordeste da África, no Oriente Médio e na Ásia, há 
4.000 a.C. Essas três civilizações ameríndias – os maias, os astecas e os incas – tinham orga-
nização política, praticavam agricultura em larga escala com técnicas de irrigação, promoviam 
trocas (comércio) e tinham grandes cidades, o que impressionou muito os europeus.
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HISTÓRIA
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As civilizações americanas também exibiam realizações impressionantes em astronomia 
e matemática. Onde esses povos persistiram, as sociedades e culturas, que são descendentes 
dessas civilizações, agora podem ser substancialmente diferentes na forma original. No entan-
to, muitos desses povos e seus descendentes ainda mantêm várias tradições e práticas que 
dizem respeito aos tempos antigos, mesmo que combinados com culturas que foram mais 
recentemente adotadas.
Maias
As origens dos maias remontam ao ano 1200 a.C. Esta cultura desenvolveu em três perío-
dos distintos: o pré-clássico, o clássico e o pós-clássico (cada um correspondente a diferentes 
lugares do México e da América Central). Porém, seria a partir do ano 250 d.C. que se inicia um 
período de progresso que vai até o ano 900 d.C., conhecido como período clássico.
A civilização maia desenvolveu-se na América Central, na região da península de Yucatán. 
Dividiam-se em várias cidades-Estado autônomas, com governos teocráticos. A economia era 
basicamente agrícola, com produção de milho, algodão e cacau. A organização social compu-
nha-se de três camadas: a mais alta era a família real e membros do governo, a segunda cons-
tituía-se de funcionários do Estado e trabalhadores especializados e a terceira era constituída 
por agricultores e trabalhadores braçais. Essa divisão social era bastante rígida, sendo difícil 
a mobilidade de uma camada social para outra. Eram politeístas.
Os maias desenvolveram um sistema numérico vigesimal – agrupamento de números em 
vintena – e o conceitodo zero, o que permitiu o uso do cálculo matemático e de descobertas 
astronômicas. A escrita, por sua vez, ficou indecifrável até a década de 1950, quando o cientis-
ta soviético Knorozov conseguiu decifrá-la parcialmente. Contudo, pouca coisa restou para se 
ler, pois os espanhóis e a Igreja Católica destruíram praticamente tudo o que pudesse ser lido, 
com vistas a obrigar os maias a aceitarem a cultura espanhola.
Por volta do ano 900, a civilização maia sofreu um declínio de população e iniciou um pro-
cesso de decadência. Alguns estudiosos supõem que o abandono das cidades ocorreu em 
função de guerras, insurreições, revoltas sociais, entre outros cataclismos.
De fato, os grandes centros foram abandonados, mas não de um momento para outro. 
Além das hipóteses levantadas, pode ter ocorrido outro fator, por exemplo a exploração inten-
siva dos meios de subsistência de forma inadequada, provocando exaustão do solo e defici-
ência alimentar. Quando os espanhóis avançaram sobre o território maia, este já era dominado 
pelos astecas.
Astecas
Segundo a lenda, Huitzilopochtli, o deus da guerra, guiou os nahuais (que procediam de 
Aztlán, daí o nome dos astecas) até o local em que deveriam instalar-se. O marco do lugar era 
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uma águia sobre um cacto devorando uma cobra. Foi no lago de Hungrh (atual Cidade do Mé-
xico) onde se encontraram com o sinal da multidão, pelo que fundaram a cidade com o nome 
de Tenochtitlán. O fato é que a civilização asteca se estabeleceu no vale do México por volta 
do ano 1200 da Era Cristã e, no início do século XIV, fundou Tenochtitlán, sua capital e centro 
de um vasto império que se estendia desde o norte do atual México até a Guatemala, ao sul, e 
do oceano Atlântico até o Pacífico.
A base da economia era a agricultura, destacando-se o cultivo do milho, do tomate, do 
algodão e do tabaco. A terra era de propriedade coletiva, dividida entre os clãs. O comércio, 
por sua vez, constituía-se na base da troca, contudo algo tinha de ser encontrado que pudesse 
equilibrar uma desigualdade de troca: a semente de cacau satisfazia essa necessidade.
A sociedade asteca era rigidamente hierarquizada: o governante, semidivino, situava-se no 
topo da pirâmide social, seguido pela aristocracia, pelos artesãos de elite e comerciantes e, 
por último, os camponeses e os escravos. Politicamente, o Império Asteca constituía-se numa 
monarquia de caráter teocrático e militar.
Apesar de a maior parte das realizações culturais e artísticas ter sido destruída pelos con-
quistadores espanhóis, até hoje é possível admirar as pirâmides e as construções arquitetôni-
cas imponentes, o que permite constatar a importância da religião politeísta na cultura asteca. 
Os astecas possuíam uma escrita pictográfica, um sistema numérico vigesimal e um compli-
cado calendário solar.
Incas
O Império Inca foi o maior império da América pré-colombiana. A Administração, Política 
e Centro de Forças Armadas do Império eram todos localizados em Cusco, no atual Peru. O 
Império surgiu nas terras altas do Peru em algum momento do século XIII. De 1438 até 1533, 
os Incas utilizaram vários métodos, da conquista militar a assimilação pacífica, para incorporar 
uma grande porção do oeste da América do Sul, centrado na Cordilheira dos Andes, incluindo 
grande parte do atual Equador e Peru, sul e oeste da Bolívia, noroeste da Argentina, norte do 
Chile e sul da Colômbia.
A civilização inca constituiu um vasto império nos altiplanos andinos. Muitas lendas fa-
lam de sua origem, destacando-se a que os trata como “filhos do Sol”. No Império, as terras 
pertenciam ao Estado, assim como a maior parte dos rebanhos e das minas. Os camponeses 
trabalhavam coletivamente a terra, sendo que o Estado concedia a eles uma pequena parte da 
produção para a sua subsistência. As colheitas eram reunidas em armazéns. As reservas do 
imperador serviam para a manutenção da aristocracia, dos funcionários do Estado, dos arte-
sãos urbanos, dos soldados e de outros grupos não ligados à terra.
A exploração da massa camponesa pelo Estado se manifestava também pela instituição 
da mita: obrigatoriedade de fornecer trabalho gratuito nas obras públicas, como construção de 
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templos, canais de irrigação, estradas e minas. Os espanhóis, inclusive, adoraram essa moda-
lidade de exploração da mão de obra indígena.
A sociedade inca dividia-se em classes, tendo o imperador – o Inca – como personagem 
mais importante, seguido pela aristocracia e pelos sacerdotes; em seguida, vinham os funcio-
nários do Estado, seguidos pelos artesãos e, finalmente, pelos camponeses. Eram politeístas. 
Do ponto de vista político, o Estado inca era uma monarquia teocrática, tendo o imperador, ou 
Inca, como um deus, descendente do Sol.
Ao contrário dos maias e dos astecas, os incas não chegaram a desenvolver uma escrita 
pictográfica. Utilizavam os quipos, um sistema de cordas com diferentes nós que possuíam 
um sentido numérico. Alguns autores afirmam que esses quipos possuem também um caráter 
alfabético. Contudo, há uma dificuldade para a decifração de tal sistema de escrita.
Existem outros povos pré-colombianos que não foram tratados aqui. O citarei apenas por 
desencargo de consciência porque, em realidade, não serão cobrados pela banca. São povos 
que, ou deram origem aos maias, astecas e incas, ou foram conquistados por eles: olmecas, 
mixtecas, zapotecas, teotihuacán e os toltecas. Já sobre os povos indígenas no Brasil, lembre-
-se de que os tratamos na aula anterior.
1.2. o Processo de coLonização da américa, África e Ásia
Querido(a), como há de se recordar, com os descobrimentos, os países europeus procu-
raram organizar a colonização dentro da lógica mercantilista. Nesse sentido, a organização 
colonial variou de país para país e de acordo com o interesse da metrópole. No entanto, duas 
formas de colonização básicas podem ser descritas:
• Colônia de Povoamento: Vigorou na história da conquista da América do Norte, da Nova 
Zelândia, Austrália, etc. Na América do Norte foi utilizada pelos ingleses na colonização 
dos Estados Unidos e Canadá. Além de povoar o território, desenvolvia a terra para suprir 
as necessidades de seus moradores. Esse sistema gerava uma autonomia comercial e 
emancipação do sistema econômico do país.
• Colônia de Exploração: O principal objetivo dessa exploração era estabelecer a extração 
de recursos naturais para manter um mercado lucrativo e favorável. O monopólio co-
mercial era o método mais utilizado pelos colonizadores para estes se conservarem no 
poder, uma vez que todo o lucro da extração de metais preciosos e a produção agrícola 
das colônias, era exclusivamente destes europeus que a exploravam. Para retirar o que 
havia nessas terras era necessária mão de obra e boa parte dos colonos escravizaram 
os habitantes nativos para sustentar esse sistema. Isso implicou o genocídio de várias 
pessoas e o extermínio de diversas culturas. As potências coloniais impunham sua cul-
tura e a reproduziam em todo o território conquistado.
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1.2.1. Colonização Espanhola
Estimado(a), a chegada dos espanhóis à América insere-se no contexto da expansão ma-
rítima europeia. A colonização espanhola no continente começou com a chegada de Cristó-
vão Colombo às Antilhas em 1492. A colonização levou a Espanha a fazer incursões no novo 
continente. Para consolidarem a sua dominação, tiveram que travar muitas batalhas contra os 
habitantes nativos do continente. Os principais obstáculos para a conquista espanhola foram 
os impérios Inca e Asteca. Apesar de já estarem em declínio quando da chegada dos espa-
nhóis e de não formarem um império com poder centralizado, os Maias representaram uma 
resistência considerável em cada uma de suas cidades autônomas.
Os espanhóis exploraram as rivalidades existentes entre os povos indígenas, facilitando 
assim sua vitória. O número de aliados nativos tendia, inclusive, a superar o número de espa-
nhóis nas batalhas. O uso de africanos também foi considerável, importância que foi aumen-
tando à medida que se prolongava a conquista.
Após a conquista era preciso ocupar o território americano. Afinal, os reis precisavam do-
minar mais regiões e mercados para legitimar sua existência. Igualmente, pretendiam expandir 
a fé católica. O poder político garantia a difusão da fé, enquanto a Igreja Católica legalizava a 
apropriação dos territórios. Por sua parte, a burguesia financiava a tomada dos bens alheios 
em nome do rei.
A Capitulação era o instrumento que permitia a execução desses interesses. Neste docu-
mento, ficavam estabelecidos os deveres de cada uma das partes que participavam na ocu-
pação do novo domínio.
Assim, estavam especificados os detalhes de como o capital seria empregado, as condi-
ções básicas da expedição e definia o quanto de dinheiro seria aportado pela Coroa e pelos 
particulares.
Além de suas próprias regras, como a encomienda, os colonizadores empregaram os cos-
tumes locais para aproveitar a mão de obra indígena, como a mita. Vejamos estes instrumen-
tos em detalhes:
Encomienda
A encomienda era uma instituição em vigor nos reinos de Castela e foi adaptada nas Índias 
(América). Ela permitia ao encomendero, um fidalgo espanhol, cobrar tributos na forma de 
trabalho ou de bens materiais à determinada população indígena. Em troca, o encomendero 
deveria evangelizá-las, cuidá-las e defendê-las. As encomiendas eram hereditárias, mas não 
perpétuas. Os abusos cometidos por muitos encomenderos levou várias ordens religiosas a 
protestarem junto ao rei. De fato, a Coroa espanhola tentou aboli-la cinquenta anos após sua 
instituição, gerando revolta em vários pontos dos Vice-Reinos. Também a própria população 
indígena se rebelava contra este sistema, como foi o caso da revolta liderada pela indígena 
Bartolina Sisa (1750-1783), na atual Bolívia.
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Mita
No Vice-Reino do Peru, principalmente, os colonizadores aproveitam a mita, uma criação 
inca, a fim de garantir o trabalho dos indígenas para seus propósitos. A mita consistia numa 
prestação de trabalho que a população masculina fazia ao Inca. Geralmente, tratava-se de aju-
dar na construção de templos e caminhos. Em contrapartida, recebiam proteção e oferendas 
aos deuses. Os espanhóis usaram esta mesma ideia em todo território do Vice-Reino do Peru, 
no emprego de parte da população na exploração de minas de prata durante um ano. Embora 
o trabalho nas minas fosse regulado e deveria ser realizado apenas por três semanas, o fato 
é que as duras condições de trabalho mataram muitos indígenas que foram empregados ali 
como mão de obra. Desta maneira, as tribos indígenas eram confinadas às reduções e aí rece-
biam o catecismo. A fim de pagar por esses custos, deviam realizar a mita.
Administração da América Espanhola
Para controlar o vasto território que conquistou, os espanhóis criaram, inicialmente, dois 
Vice-Reinos, diretamente ligados à Coroa: o Vice-Reino da Nova Espanha e o Vice-Reino do 
Peru. Também foram estabelecidas a Capitania Geral de Cuba, Capitania Geral de Porto Rico 
e a Capitania Geral de Santo Domingo. Estes territórios eram considerados como uma própria 
extensão do reino espanhol, daí o nome de “vice-reino”.
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Para organizar a colônia, a metrópole criou algumas instituições. Vamos a elas:
• Casa de Contratação: Responsável por registrar todas as pessoas que se dirigiam e se 
estabeleciam nas Índias (América). Igualmente, anotavam as mercadorias, provinham 
os navegadores de mapas de navegação e ainda exerciam a justiça. Inicialmente, tinha 
sua sede em Sevilha e, mais tarde, em Cádiz.
• Conselho das Índias: Auxiliava o rei a tomar decisões relativas aos seus domínios na 
América em termos de justiça, economia e até durante a guerra.
• Real Audiência: Eram os tribunais de justiça estabelecidos nos Vice-Reinos e que julga-
vam os crimes cometidos por seus habitantes.
Com as reformas iluministas empreendidas pelo rei Carlos III (1716-1788), no século XVIII, 
os vice-reinos foram desmembrados em quatro e foram criadas mais Capitanias Gerais. O ob-
jetivo era encontrar uma forma de melhorar a administração colonial:
• Vice-Reinos: territórios de grande extensão e população, eram os mais rentáveis para a 
Coroa espanhola. Estavam governados por um vice-rei. Eram eles: Vice-Reino da Nova-
-Espanha, Peru, Nova-Granada e Prata.
• Capitanias Gerais: foram estabelecidas em zonas de maior conflito com a população 
indígena ou que eram alvo de ataques de piratas. Foram elas: Guatemala (que abarcava 
os atuais países de Guatemala, Honduras, El Salvador e Costa Rica), Cuba, Venezuela, 
Chile, Santo Domingo e Porto Rico.
As colônias eram administradas por funcionários nomeados pelo próprio soberano. Veja:
• Vice-Rei: era o cargo mais alto dentro desta estrutura e ocupado por um nobre ou fidal-
go diretamente indicado pelo Rei. Possuía autoridade máxima e dele dependiam algu-
mas Capitanias Gerais.
• Capitão-Geral: título utilizado por quem estava à frente das Capitanias Gerais.
• Governadores: auxiliavam o vice-rei ou o capitão-geral a administrar o território.
• Cabildo: era uma espécie de conselho formado pelos proprietários e homens de desta-
que da sociedade, inclusive o clero, e se reuniam num edifício de mesmo nome.
A sociedade colonial na América espanhola estava marcada pela cor da pele. Com o pas-
sar do tempo, devido às uniões inter-raciais, o local de nascimento seria mais importante que 
o grau de mestiçagem. Veja:
• Chapetones: Assim chamados os espanhóis recém-chegados nas colônias hispânicas. 
Ocupavam os altos cargos como Vice-Rei, Capitães Gerais, Governadores, Alcades ou 
Intendentes (prefeitos), bispos e arcebispos, superiores de várias ordens religiosas.
• Criollos: Eram os filhos de espanhóis nascidos na América. Não podiam ocupar os al-
tos cargos, mas participavam do Cabildoe tinham uma posição social acomodada. Os 
criollos exerciam várias atividades e eram profissionais como advogados, comerciantes, 
mas também encomenderos, exploradores de minas, fazendeiros etc.
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• Negros Escravizados: Os africanos escravizados eram trazidos por traficantes ingleses 
e portugueses que contavam com a participação de investidores espanhóis. As pessoas 
escravizadas foram utilizadas como mão de obra para substituir a população indígena 
dizimada no Caribe e forçados a trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, tabaco, 
cacau, algodão, dentre outros cultivos. A escravidão negra não foi homogênea nos domí-
nios espanhóis na América. Foi intensamente empregada na região caribenha, mas com 
menos força no Vice-Reino do Peru, por exemplo. Por outra parte, quase não se sente 
sua presença na região do rio da Prata.
• Indígenas: A colonização espanhola supôs o desaparecimento da antiga forma de vida 
dos povos nativos. A economia foi reorientada para o mercado externo e os indígenas 
trabalharam especialmente nas minas de prata, ouro e mercúrio, mas também eram 
empregados no serviço doméstico e na agricultura. Com o passar do tempo, o idioma 
original foi sendo substituído pelo castelhano e a religião passou a ser o catolicismo. 
Igualmente, se desenvolve uma crença que mistura práticas pagãs com o cristianismo. 
Mesmo com todas essas mudanças, alguns costumes se mantiveram e outros se mes-
claram criando uma nova forma de pensar e viver. Outros, infelizmente, foram perdidos 
para sempre. Trataremos, agora, de mais detalhes sobre os chamados povos pré-colom-
bianos, isto é, povos que ocupavam a América antes da chegada de Cristóvão Colombo.
001. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) Alguns dos mais importantes fun-
damentos da civilização ocidental foram lançados na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). 
Esse legado apresenta-se em múltiplos aspectos, entre os quais podem ser citados as artes, 
a filosofia, a política e o direito. Nos mil anos que se seguem à queda de Roma, a Europa se 
ruraliza, a economia mercantil sofre grande refluxo e verifica-se a ascendência, não apenas 
religiosa, de uma instituição centralizada e de extrema capilaridade – a Igreja Católica. A Baixa 
Idade Média anuncia profundas transformações que atingem a culminância no início da Idade 
Moderna. Entre os séculos XVI e XVIII, o Ocidente se reinventa geográfica, política e cultural-
mente. Em fins do século XVIII, a partir da Inglaterra, a Revolução Industrial inaugura uma nova 
era para uma história crescentemente globalizada.
Tendo as informações acima como referência inicial, julgue o item, relativo à história do mundo 
ocidental.
Na Idade Moderna, a montagem do sistema colonial europeu sobre as regiões a serem explo-
radas, como foi o caso da América ibérica, obedeceu aos parâmetros do mercantilismo: ênfase 
na exploração agrícola; preocupação em desenvolver o mercado interno nas colônias; e pouca 
atenção à exploração de metais preciosos.
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Invalida a afirmação os argumentos de desenvolver o mercado interno, já que visava o merca-
do europeu, e de darem pouca atenção à exploração de metais preciosos.
Errado.
1.2.2. O Sistema Colonial Francês
A participação da França no processo de colonização do continente americano aconteceu 
tardiamente em relação às nações ibéricas. Esse atraso é usualmente vinculado à falta de 
interesse do próprio Estado em empreender um programa de expansão marítima e os cons-
tantes desentendimentos entre a Coroa e a classe burguesa. Entre os séculos XVI e XVII, as 
tentativas de ocupação de áreas de colonização ibérica foram severamente repreendidas.
De um modo linear, o império colonial francês existiu de 1534 a 1980. O marco inicial foi 
a fixação da bandeira francesa pelo navegador e explorador Jacques Cartier na Baía de Gas-
pé, onde atualmente se situa a província de Quebec, no Canadá. Já o marco final do império 
francês foi a concessão de independência a Vanuatu, pequeno arquipélago do Oceano Pacífi-
co, em 1980.
Uma das primeiras expedições aconteceu durante o reinado de Francisco I, quando tenta-
ram ocupar partes do Canadá e da Flórida. Foi somente nas terras canadenses que foi possí-
vel fixar algumas poucas colônias que sofriam com as dificuldades naturais da região e a falta 
de patrocínio do Estado. Paralelamente, desde os primeiros anos da colonização portuguesa, 
os franceses também chegaram ao litoral brasileiro com o intuito de contrabandear madeiras, 
plantas e animais.
Na América Latina, os franceses ocuparam regiões das Antilhas e das Guianas empre-
endendo um tipo de exploração voltado à produção açucareira e a utilização de mão de obra 
escrava. Na região norte, os franceses se fixaram na região do Quebec, Louisiana, Golfo do 
México e Mississipi. Nessas regiões, diversos colonizadores franceses viviam da comerciali-
zação de caças, peles de animais, pesca e outras atividades menores.
Com a deflagração da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) o projeto colonial francês sofreu 
um duro golpe ao ter que ceder parte de seus domínios para a Inglaterra. Com o fim do confli-
to, estabelecido com a assinatura do Tratado de Paris (1763), a França reconheceu sua derrota 
entregando uma parte das Antilhas Francesas, a região leste do Rio Mississipi, à colônia de 
Quebec e a região da Louisiana, entregue a um breve domínio dos espanhóis.
1.2.3. O Sistema Colonial Inglês
A colonização inglesa na América foi um processo tardio se comparado a portugueses e 
espanhóis. No governo da rainha Elizabeth I (1558 – 1603), a Inglaterra ingressou na econo-
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mia mercantilista ao investir na construção de novas embarcações e no comércio marítimo. 
Nesse contexto, a pirataria se tornou uma importante fonte de lucros sustentada no assalto de 
navios espanhóis que saíam do Caribe com destino à Europa. Nesse mesmo período tentaram 
empreender a colonização de região norte-americana com a organização de três expedições 
comandadas por Walter Raleigh.
O insucesso dessas primeiras expedições só foi revertido com a criação da colônia de Vir-
gínia, em 1607. Depois disso, o processo de colonização britânico ganhou força com a política 
de cercamentos, que expulsou os pequenos agricultores de suas propriedades, forçando-os a 
buscar outras possibilidades no Novo Mundo. Concomitantemente, os conflitos religiosos que 
tomaram conta da Inglaterra após a reforma anglicana também motivaram a imigração dos 
puritanos ingleses para a América.
No ano de 1620, o navio Mayflower saiu da Inglaterra com um grupo de artesãos, peque-
nos burgueses, comerciantes, camponeses e pequenos proprietários interessados em habitar 
uma terra onde poderiam prosperar e praticaro protestantismo livremente. Chegando à Amé-
rica do Norte naquele mesmo ano, os colonos fundaram a colônia de Plymouth – atual estado 
de Massachusetts – que logo se transformou em ponto original da chamada Nova Inglaterra.
A partir da colônia de Massachussets, núcleo da Nova Inglaterra, formaram-se as colô-
nias de Rhode Island (1644), Connecticut (1662) e New Hampshire, reconhecida em 1679. Ao 
mesmo tempo, tinha início a ocupação do Sul: em 1632, Lord Baltimore fundou a colônia de 
Maryland – refúgio para os católicos perseguidos na Inglaterra; em 1663, surgia a Carolina, que 
no século XVIII seria dividida em duas colônias (Carolina do Sul e Carolina do Norte).
Esse processo de colonização autônoma de determinados indivíduos passou a ganhar ca-
racterísticas mais diversas. Na região norte, a colonização de povoamento teve que suplantar 
grandes dificuldades que com a posterior consolidação de pequenas propriedades e o uso de 
mão de obra livre permitiram a formação de um comércio diversificado, sustentado pela intro-
dução da manufatura e o surgimento de um mercado consumidor.
Na região sul, as especificidades geográficas e climáticas propiciaram um modelo de co-
lonização semelhante ao brasileiro. O clima subtropical, o solo fértil e as planícies cortadas 
por rios navegáveis consolidaram um modelo de colonização de exploração, semelhante aos 
padrões ibéricos. Dessa forma, o sistema de plantations estabeleceu o surgimento de grandes 
fazendas monocultoras produtoras de tabaco, arroz, índigo e algodão. Com isso, a grande 
demanda por força de trabalho favoreceu a adoção da mão de obra escrava vinda da África.
Compondo um processo de ocupação tardio, a região central ficou marcada por uma eco-
nomia que mesclava a produção agropecuária com o desenvolvimento de centros comerciais 
manufatureiros. As primeiras colônias centrais apareceram por volta de 1681, com a fundação 
das colônias do Delaware e da Pensilvânia. Durante a independência das colônias, esta região 
teve grande importância na organização das ações que deram fim à dominação britânica.
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As treze colônias da América do Norte organizaram-se com base no self government – au-
togoverno – constante na legislação liberal inglesa, que reconhecia os direis fundamentais dos 
homens livres. Por essa razão, os colonos ingleses desfrutavam de grande autonomia política 
e administrativa, no âmbito de suas colônias.
Os governadores de cada colônia eram nomeados pela coroa inglesa; mesmo assim, na 
maioria das vezes, eram homens das próprias elites locais. Seus poderes eram limitados pelas 
Assembleias (Conselhos) locais e seus salários pagos pelos colonos.
No plano econômico, cabia à Metrópole o monopólio comercial, a criação de moedas e 
leis que afetassem a indústria e a navegação, o que não impediu o desenvolvimento dos triân-
gulos comerciais pelos colonos da Nova Inglaterra: buscavam açúcar e melaço nas Antilhas, 
escravos na África e levavam cereais, madeira, peles, peixe seco e manufaturados da Améri-
ca do Norte.
002. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorpora-
das à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início 
dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica 
econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. 
Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana 
marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e 
agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, 
passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África 
são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais 
da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”.
Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos 
significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como 
da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item.
O tipo de colonização empreendida na América do Norte, diferentemente do ocorrido nas ter-
ras pertencentes à Espanha e a Portugal, tornou irrelevante a presença de escravos africanos 
na região que viria a se tornar os Estados Unidos.
Principalmente nas colônias do sul, em virtude do sistema de Plantation, foi utilizada grande 
massa de mão de obra escrava.
Errado.
1.2.4. O Sistema Colonial dos Países Baixos (Holanda)
O processo de colonização neerlandesa da América começou com postos de comércio e 
plantações neerlandesas nas Américas, cujo estabelecimento precedeu as atividades de colo-
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nização bem mais conhecidas dos holandeses na Ásia. Enquanto o primeiro forte holandês na 
Ásia foi construído em 1600 (na atual Indonésia), os primeiros fortes e assentamentos no rio 
Essequibo, na Guiana, datam da década de 1590.
A colonização real, com a ocupação holandesa nas novas terras, não era tão comum como 
com outras nações europeias. Muitos dos assentamentos holandeses foram perdidos ou 
abandonados até o final do século XVII, mas os Países Baixos conseguiram manter a posse 
do Suriname até a sua independência em 1975, bem como das Antilhas Neerlandesas, que 
permanecem no Reino dos Países Baixos até hoje.
Os holandeses foram responsáveis pelo estabelecimento de uma nova forma de colonia-
lismo, que em certos pontos lembra as atividades das grandes corporações capitalistas em 
atividade nos dias de hoje. As diferenças começam pelo fato de os holandeses não se envol-
verem muito nas atividades exploratórias, sendo poucos os navegadores holandeses a desco-
brirem territórios, como Abel Tasman, Willem Barents ou Henry Hudson.
A estratégia da nova potência, recém-independente da Espanha, em 1581, foi a de se es-
tabelecer em entrepostos já consolidados pelas duas únicas forças ultramarinas à época, ou 
seja, a sua antiga metrópole, a Espanha, e Portugal. É assim que, quase ao mesmo tempo, 
os holandeses ocuparam os entrepostos lusos no Brasil, São Tomé & Príncipe, Angola, Índia 
Portuguesa, Sri Lanka, Formosa (Taiwan), Japão e Indonésia. A duras penas, os portugueses 
recuperariam parte desses territórios, mas abandonaria para sempre outros, em especial os 
territórios colonizados na Indonésia, onde começa a se constituir o Império Holandês.
O Império Holandês possuía ainda outras características que o diferenciava dos outros. 
Ao invés de manter políticas mercantilistas e impor as restrições do chamado Pacto Colonial 
aos seus territórios, eles optaram por “terceirizar” o trabalho a companhias especializadas, 
responsáveis por armar navios, manter entrepostos em todo o globo, transportar colonos para 
povoamento e trabalho, transportar escravos e coletar os produtos.
Eram elas a Companhia Holandesa das Índias Orientais (Vereenigde Oost-Indische Com-
pagnie, VOC, em holandês), responsável pelos entrepostos localizados no oriente, e a Com-
panhia Holandesa das Índias Ocidentais (Geoctroyeerde WestindischeCompagnie, WIC, em 
holandês), destinada aos territórios holandeses no ocidente. Praticamente toda a atividade 
colonial era comandada por estas duas companhias, sendo o estado holandês responsável 
apenas nominalmente pela empreitada.
A rivalidade com outras potências emergentes, como França e Inglaterra, desgastou aque-
la que foi a maior força marítima até então, com os melhores e mais velozes navios de sua 
época. A Inglaterra se apoderaria de boa parte de seus territórios e a França de Napoleão 
invadiria a república, tornando-a um estado-satélite francês. Ao recuperar sua independência, 
em 1815, o país já era uma monarquia que havia se unido à Bélgica e Luxemburgo, formando o 
Reino Unido dos Países Baixos, estado que duraria até 1830, com a independência da Bélgica.
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As duas companhias responsáveis pelas colônias tinham sido liquidadas, revertendo to-
dos os territórios ao Estado. O que restou do império, ou seja, Indonésia, Suriname, Curaçao 
e Dependências e Costa do Ouro (Gana) foram administradas a partir de então, sem maiores 
investimentos.
Suriname teve sua independência concedida em 1975 e, com isso, permanecem em poder 
holandês apenas as Antilhas Holandesas. Aruba, em referendo ocorrido em 1986, decidiu por 
ser um território à parte do conjunto de ilhas. Em 2010, as Antilhas Holandesas foram dis-
solvidas, sendo que Curaçao e Sint Maarten também optaram por serem administradas em 
separado, e Bonaire, Saba e Sint Eustatius formam o atual Caribe Holandês, parte autônoma 
dos Países Baixos.
003. (FGV/2012) “Na ilha Espanhola que foi a primeira, como se disse, a que chegaram os es-
panhóis, começaram as grandes matanças e perdas de gente, tendo os espanhóis começado 
a tomar as mulheres e filhos dos índios para deles servir-se e usar mal e a comer seus víveres 
adquiridos por seus suores e trabalhos, não se contentando com o que os índios de bom grado 
lhes davam, cada qual segundo sua faculdade, a qual é sempre pequena porque estão acostu-
mados a não ter de provisão mais do que necessitam e que obtêm com pouco trabalho. E o que 
pode bastar durante um mês para três lares de dez pessoas, um espanhol o come ou destrói 
num só dia. Depois de muitos outros abusos, violências e tormentos a que os submetiam, os 
índios começaram a perceber que esses homens não podiam ter descido do céu. Alguns es-
condiam suas carnes, outros suas mulheres e seus filhos e outros fugiam para as montanhas 
a fim de se afastar dessa Nação. Os espanhóis lhes davam bofetadas, socos e bastonadas e 
se ingeriam em sua vida até deitar a mão sobre os senhores das cidades.” (Frei Bartolomeu de 
Las Casas, O Paraíso Destruído (1502). São Paulo: L&M Pocket, 2001, pág. 32 e 33)
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o texto acima.
a) Frei Bartolomeu de Las Casas faz referência aos atos violentos praticados pelos cruzados 
castelhanos, aragoneses e leonenses – aqui vagamente chamados de “espanhóis” – ao toma-
rem Jerusalém, a Terra Santa.
b) O excerto refere-se à chegada dos navegadores espanhóis, durante o reinado de Felipe II, às 
ilhas Filipinas, que receberam tal nome em homenagem ao monarca.
c) Trata-se de uma crítica da Igreja Católica à escravidão de africanos na Ilha de Madagas-
car, na África Oriental, iniciada quando Vasco da Gama ultrapassou o Cabo das Tormentas, 
em 1488 d.C.
d) Frei Bartolomeu de Las Casas denuncia o massacre físico, cultural e ideológico das popu-
lações autóctones americanas, praticado pelos conquistadores espanhóis, que atingiram a 
região em 1492.
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Questão de interpretação. O texto traz críticas ao massacre das populações nativas america-
nas pelos conquistadores espanhóis.
Letra d.
1.3. a indePendência no continente americano
1.3.1. A Independência dos Estados Unidos da América
Querido(a), a independência dos Estados Unidos é também conhecida como Revolução 
Americana e foi declarada em 4 de julho de 1776. Como há de se recordar, faz parte do rol 
das chamadas Revoluções Burguesas. No processo, houve a separação das Treze Colônias 
da América do Norte do vínculo colonial que existia desde meados do século XVII e a trans-
formação dos Estados Unidos em uma nação independente, com um sistema republicano e 
federalista.
Apesar de ter se baseado nos ideais iluministas, que pregavam ideais de liberdade e de 
igualdade de direitos, a independência dos Estados Unidos foi realizada pela elite colonial e 
visava à garantia dos interesses e privilégios dessa classe. Ela serviu de inspiração para outros 
movimentos semelhantes na América.
Como vimos no tópico sobre a Colonização Inglesa, a colonização das 13 colônias iniciou-
-se em 1607, na região da Virgínia, assumindo três formas diferentes:
• concessão de terras às companhias de comércio para exploração e implantação de co-
lônias;
• doação real a famílias nobres ou da alta burguesia;
• colonização por grupos puritanos (calvinistas), que ali procuravam criar uma nova so-
ciedade.
Com este amplo movimento em três vias, milhares de colonos se instalaram no continen-
te durante o século XVII, tomando no processo as terras que anteriormente pertenciam aos 
habitantes indígenas originais. Contudo, os próprios processos de colonização diferenciariam 
bastante a região ao Norte da região ao Sul.
As colônias do Sul foram, de início, habitadas majoritariamente por aventureiros em bus-
ca de riqueza rápida. Em 1649, com a deposição e execução do rei Carlos I de Inglaterra na 
sequência da Guerra Civil Inglesa e proclamação da República sob Oliver Cromwell, antigos 
defensores da monarquia foram para estas terras, onde seriam grandes proprietários de terras 
e escravos. Isto gerou uma sociedade altamente hierarquizada, rural e conservadora.
Já as colônias do Norte, por sua vez, se tornariam abrigo daqueles que fugiam de persegui-
ções religiosas, que organizariam uma sociedade mais igualitária, que tinha a educação como 
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prioridade. Além disso, a própria natureza da chegada de tais colonos às novas terras tornaria 
sua sociedade particularmente independente da metrópole inglesa, numa tendência que se 
espalharia para as colônias mais ao Sul.
Diferentemente das colônias ibéricas, as 13 colônias contavam com um sistema de auto-
governabilidade, tendo assim relativa autonomia política, embora ainda fossem vinculadas às 
leis inglesas. No século XVIII, contudo, esta autonomia foi progressivamente diminuída com 
diversas restrições e imposições da metrópole, que passou, por exemplo, a proibir que as 13 
colônias tivessem fábricas que competissem com indústrias inglesas, ou exportar sua produ-
ção agrícola para qualquer outro país que não fosse a Inglaterra, fazendo a insatisfação dos 
habitantescrescer gradualmente.
Já na década de 1750, o gasto efetuado pela coroa inglesa durante a Guerra dos Sete 
Anos, contra a França, deixou a Inglaterra em péssima situação financeira. Para se reequilibrar, 
a metrópole optou por submeter às colônias a mais tributos. Assim, foram aprovados vários 
novos impostos para produtos de uso diário dos colonos – como açúcar, selo e chá.
Essas medidas foram impopulares e logo os primeiros protestos e boicotes contra o go-
verno britânico ocorreriam. Além disso, as assembleias coloniais passaram a questionar o 
próprio direito do governo inglês de tributar os habitantes, uma vez que as 13 Colônias não ti-
nham representação qualquer no Parlamento. Como resultado da movimentação dos colonos, 
a metrópole acabou por suspender todas as novas taxas, menos o imposto sobre o chá.
Os colonos passaram a adquirir o chá livre de impostos dos Países Baixos, mas as tensões 
sobre o que viam como um tributo indevido apenas continuaram a crescer. Em 1773, depois 
que um carregamento de chá da Companhia Britânica das Índias Ocidentais foi atacado por 
colonos disfarçados de indígenas, que atiraram todo o conteúdo ao mar na chamada Festa do 
Chá, o Parlamento inglês ocupou militarmente a cidade de Boston e restringiu os poderes da 
Assembleia local. Essas medidas ficariam em breve conhecidas como Leis Intoleráveis.
Em setembro do ano seguinte, representantes de todas as colônias se reuniram no Pri-
meiro Congresso Continental e conceberam uma petição pedindo o fim de tais medidas, que 
enviaram ao rei George III. A revogação, contudo, não ocorreu e, algumas semanas antes do 
Segundo Congresso Continental, tropas britânicas entraram em confronto com grupos de co-
lonos armados, fazendo o rompimento inevitável e a criação de um Exército Continental Ame-
ricano, liderado pelo coronel George Washington.
A guerra propriamente dita, contudo, só estouraria em 4 de julho de 1776, depois da entre-
ga da Declaração de Independência e a criação oficial dos Estados Unidos da América. Para 
convencer habitantes ainda indecisos, uma obra fundamental seria Senso Comum, de autoria 
do inglês Thomas Paine (1737-1809). Fortemente inspirado pelos ideais iluministas, Paine de-
fenderia com hábeis palavras a necessidade de se separar de um governo déspota, que apenas 
explorava e prejudicava as 13 Colônias.
A guerra contra a antiga metrópole duraria até 1781, quando os colonos, apoiados por Fran-
ça, Países Baixos e Espanha, derrotaram definitivamente os ingleses na batalha de Yorktown.
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Com o fim da guerra, os ingleses assinaram o Tratado de Paris em 1783, no qual reconhe-
ceram a independência de sua ex-colônia. A partir da independência, as Treze Colônias adota-
ram um modelo republicano e um sistema federalista que garantia a aplicação de autonomia 
para os estados. O nome adotado para a nova nação foi o de Estados Unidos da América.
A primeira Constituição do novo país, com fortes influências iluministas, foi promulga-
da em 1788.
004. (FGV) A conquista colonial inglesa resultou no estabelecimento de três áreas com carac-
terísticas diversas na América do Norte.
Com relação às chamadas “colônias do sul” é correto afirmar:
a) Baseava-se, sobretudo, na economia familiar e desenvolveu uma ampla rede de relações 
comerciais com as colônias do Norte e com o Caribe.
b) Baseava-se numa forma de servidão temporária que submetia os colonos pobres a um con-
junto de obrigações em relação aos grandes proprietários de terras.
c) Baseava-se numa economia escravista voltada principalmente para o mercado externo de 
produtos, como o tabaco e o algodão.
d) Consolidou-se como o primeiro grande polo industrial da América com a transferência de 
diversos produtores de tecidos vindos da região de Manchester.
e) Caracterizou-se pelo emprego de mão de obra assalariada e pela presença da grande pro-
priedade agrícola monocultora.
O sul das treze colônias tinha uma economia voltada para o mercado externo, utilizando mão 
de obra escrava na produção de algodão.
Letra c.
1.3.2. A Independência do Haiti
Em meio às transformações provocadas pela Revolução Francesa, uma pequena ilha cen-
tro americana foi responsável por um dos mais singulares processos de independência na 
América. Uma das mais ricas colônias da França na região, o Haiti era um grande exportador 
de açúcar, controlado por uma pequena elite de brancos proprietários de terra, responsáveis 
pela exploração da predominante mão de obra escrava do local.
Com a França envolvida na Revolução, membros da elite e escravos vislumbram a oportuni-
dade de dar fim às exigências impostas pelo pacto colonial francês. Contudo, enquanto a elite 
buscava maior autonomia política para a expansão de seus interesses, os escravos de origem 
africana queriam uma grande execução dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade pro-
venientes da França revolucionária. Em meio a essas contradições, o Haiti se preparava para o 
seu processo de independência.
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Em 1791, uma mobilização composta por escravos, mulatos e ex-escravos se uniu com 
o objetivo de dar fim ao domínio exercido pela elite branca que controlava os poderes e ins-
tituições políticas do local. Sob a atuação do líder negro Toussaint Louverture, os escravos 
conseguiram tomar a colônia e extinguir a ordem vigente. Três anos mais tarde, quando a Fran-
ça esteve dominada pelas classes populares, o governo metropolitano decidiu acabar com a 
escravidão em todas as suas colônias.
A essa altura, a população de escravos haitiana já havia conquistado sua liberdade. Con-
tudo, as lutas responsáveis pela consolidação dessa nova realidade estariam longe de chegar 
ao seu fim. No ano de 1801, Louverture empreendeu uma nova mobilização que estendeu a 
liberdade para os escravos da região da ilha que hoje corresponde à República Dominicana.
No ano de 1803, Bonaparte enviou um grande exército que, sob o comando de Charles 
Leclerc, conseguiu deter Toussaint Louverture. O líder revolucionário acabou falecendo em 
uma prisão francesa. Apesar desse grande revés, os revolucionários haitianos contaram com 
a liderança de Jacques Dessalines para derrotar as forças do exército francês e, finalmente, 
proclamar a independência do Haiti. Logo em seguida, Dessalines foi alçado à condição de 
imperador do novo país.
Somente no ano de 1806, quando Dessalines foi traído e assassinado por Alexandre Pétion 
e Henri Christophe, o Haiti passou a adotar o regime republicano. Acontece que a elite, com-
posta por mulatos, ficou insatisfeita com a nova política instalada no país, e, em 1806, tomou o 
poder após o assassinato de Dessalines. O Haiti teve sua administração fragmentada. Assim, 
o norte ficou sob domínio de Henri Christophe e o sul foi governado por Alexandre Pétion. So-
mente em 1820, sob o governo de Jean-Pierre Boyer, o país foi unificado.
O reconhecimento da independência daquele país só aconteceria no ano de 1825, quando 
o governo francês recebeu uma indenização de 150 milhões de francos. Depois disso, mes-
mo vivenciando diversos problemas, a notícia da independência no Haiti inspirou a revolta de 
escravos em diferentes regiõesdo continente americano.
No entanto, ao longo do século XIX, o Haiti entrou na mira dos Estados Unidos, receosos de 
que a República de ex-escravos, tão próxima da Flórida, motivasse os escravos norte-america-
nos a promover uma revolução semelhante em seu território.
005. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorpora-
das à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início 
dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica 
econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. 
Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana 
marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e 
agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, 
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passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África 
são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais 
da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”.
Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos 
significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como 
da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item.
Revoltas de escravos foram uma constante na América colonial: no Haiti, a luta comandada 
por Toussaint Louverture contra os franceses inspirou movimentos libertários no continente; 
no Brasil, os quilombos, a exemplo de Palmares, acolhiam escravos que conseguiam fugir.
A questão aborda a resistência dos negros à escravidão.
Certo.
1.3.3. Independência das Colônias da América Espanhola
Querido(a), o processo de independência das colônias na América deve ser entendido no 
contexto de crise do sistema colonial, mais especificamente provocado pela expansão napole-
ônica e pelos movimentos nacionalistas que eclodiram na Europa e se espalharam pelo mundo.
Diversas foram as lideranças coloniais que se envolveram com o processo de independên-
cia da América Latina. Destacaremos quatro nomes aqui: Simon Bolívar, José de San Martin e 
José Martí. Cada uma destas figuras trazia um projeto particular de nação. A título de curiosi-
dade, a Taça Libertadores da América tem esse nome em homenagem a esses líderes, incluído 
aí Dom Pedro, que promoveram a independência da América Latina.
Observe o mapa com as datas das Independências dos Países da América Latina:
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Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias ilumi-
nistas. A grande maioria desses intelectuais era de origem criolla. Por estarem politicamente 
excluídos, enxergavam no iluminismo uma resposta aos entraves legitimados pelo domínio 
espanhol, ali representado pelos chapetones.
Ao mesmo tempo, a pesada rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços também 
contribuiu para o processo de independência. Antes do processo definitivo de independência, 
houve mobilização de setores populares das colônias hispânicas. Dois claros exemplos dessa 
insatisfação puderam ser observados durante a Rebelião Tupac Amaru (1780/Peru) e o Movi-
mento Comunero (1781/Nova Granada).
A França, pelo descumprimento do Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabili-
zando a autoridade do governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e Inglaterra ti-
nham grandes interesses econômicos a serem alcançados com o fim do monopólio comercial 
espanhol na região.
A restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado 
pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as 
populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da 
independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas por-
ções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de independência de vários 
países latino-americanos.
As primeiras tentativas de rebelião contra a metrópole iniciaram por volta de 1810, na Ve-
nezuela, em Buenos Aires, no México, Lima, e em Bogotá. Porém, este primeiro momento foi 
sufocado pelos espanhóis por falta de apoio popular.
Num segundo momento, com o apoio popular e da Inglaterra, a América Latina conquis-
tou a independência gradativamente. Em 1817, San Martín conquistou a liberdade do Chile. 
A Argentina proclamou sua independência em 1816. Logo depois, o Peru. Em 1825, todos os 
países da América do Sul estavam independentes.
No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se 
no Congresso do Panamá. Nele, Simon Bolívar defendia um amplo projeto de solidariedade e 
integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto, Estados Unidos 
e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no conti-
nente. Com isso, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada.
O desfecho do processo de independência, no entanto, não significou a radical transforma-
ção da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência 
econômica em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites 
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locais fizeram com que muitos dos problemas da antiga América Hispânica permanecessem 
presentes ao longo da História latino-americana.
006. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO – HISTÓRIA/2018) O nascimento do Bra-
sil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites 
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 
1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. 
É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), 
contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, con-
duzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abor-
dado, julgue o item.
As independências latino‐americanas fragmentaram o império espanhol, dando origem a paí-
ses que, a despeito de características comuns, buscaram construir as respectivas identidades 
nacionais.
Essa busca por identidades nacionais é resultado dos interesses regionalistas das elites locais.
Certo.
2. História do mundo ocidentaL: Legados cuLturais da antiguidade 
cLÁssica, convívios e confrontos entre Povos e cuLturas na euroPa 
medievaL
2.1. Legados cuLturais da antiguidade cLÁssica,
2.1.1. Grécia
Estimado(a), as civilizaçõesgrega e romana são chamadas de Clássicas porque forne-
ceram a base cultural da civilização ocidental: filosofia, ciência, direito, política, democracia, 
república...
A Grécia antiga compreendia uma região chamada Hélade e ocupava o sul dos Bálcãs 
(Grécia continental), a Península do Peloponeso (Grécia peninsular), as ilhas do Mar Egeu 
(Grécia Insular), além das colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica (Mag-
na Grécia).
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A história da Grécia é dividida, pelos historiadores, em quatro períodos principais: Pré-Ho-
mérico, Homérico, Arcaico e Clássico
O período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à decadência da civilização cretense. A 
ilha de Creta era povoada por tribos que, provavelmente, tenham vindo da Ásia Menor. Outros 
povos dirigiram-se a Grécia: os aqueus, que se estabeleceram na Grécia continental e também 
na Ilha de Creta. Os aqueus dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à 
civilização creto-micênica. Além dos aqueus, os jônios e os eólios também chegaram a Grécia. 
De todos esses povos, o mais importante foi o dório, com características guerreiras, que deram 
novo rumo à História Grega. Os dórios destruíram a civilização creto-micênica e conquista-
ram a Grécia.
A partir das invasões dórias teve início o período homérico, porque o conhecimento que se 
tem da sociedade grega da época se deve, em grande parte, a dois poemas, a Ilíada e a Odis-
seia, atribuídos a Homero.
A Ilíada narra a guerra de Troia, e a Odisseia, as aventuras do herói grego Ulisses (Odis-
seu) em sua viagem de volta a Grécia após a conquista de Troia. Há muita discussão sobre a 
autoria desses poemas. Muitos estudiosos defendem que Homero nunca existiu e que esses 
teriam sido obras do passado coletivo grego, tendo sido transmitidos oralmente de geração 
em geração.
Com a invasão dória, um novo modelo social se implantou: a produção passou a ser de 
subsistência, com exploração da mão de obra familiar, auxiliada por uns poucos assalariados e 
escravos; a arte e a escrita desapareceram; o artesanato decaiu; as armas de bronze finalmen-
te trabalhadas foram aos poucos sendo substituídas por artefatos grosseiros, feitos de ferro; e 
o sepultamento em magníficos túmulos foi substituído pela cremação simples.
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Nesse período a população passou a se organizar em pequenas comunidades, cuja unida-
de básica era a família. Essa forma social é chamada de genos. Cada geno possuía seu próprio 
líder, seu culto religioso e suas leis. Com o passar dos tempos, os genos foram se ampliando e 
acabaram dando origem a um outro tipo de organização da vida social e política – a polis, ou 
cidade-Estado que foi a característica do período seguinte da história grega.
O período Arcaico inicia-se com a reunião dos genos em unidades políticas maiores, cha-
madas pólis ou cidades-Estados. Nesse tipo de organização não existia um governo único, 
cada cidade-estado tinha suas leis, seu governo, sua economia e sua sociedade própria e 
independente. O palácio do governo e os templos eram construídos em uma colina fortificada, 
a acrópoles.
As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça, a 
ágora, onde aconteciam as assembleias dos cidadãos e as transações comerciais. Era tam-
bém onde os juízes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais de 
poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes foram 
Esparta e Atenas.
Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma região cha-
mada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito áridas: o solo 
montanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas condições adversas levaram 
os espartanos a conquistar terras férteis por meio de guerras.
O poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades militares. Ape-
nas uma minoria participava das decisões políticas e administrativas – os esparciatas – que 
se dedicavam única e exclusivamente à política e à guerra.
A vida em Esparta girava em torno da guerra. A agricultura, o artesanato e o comércio eram 
praticados pelos periecos, uma camada de homens livres, mas sem direito de participar da 
política em Esparta. Os escravos eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalha-
vam para os esparciatas. Os jovens eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam 
as casas de suas famílias e se dirigiam para locais de treinamento militar. O governo era exerci-
do simultaneamente por dois reis e dele participavam duas assembleias: a Apela, formada por 
representantes do povo, e a Gerúsia, um conselho de anciãos. O poder dos reis espartanos era 
limitado; magistrados conhecidos como éforos vigiavam suas atividades. As leis em Esparta 
foram elaboradas por Licurgo, o legislador que transformou a cidade em um Estado militarista.
Outro sistema espartano foi a oligarquia, em que o poder ficava dividido entre pessoas que 
pertenciam às famílias mais importantes de uma cidade. O termo oligarquia significa “governo 
de poucos”.
Atenas, hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens do 
Mar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às novidades. A atividade 
comercial foi a base de sua economia e os atenienses praticaram intenso comércio com di-
versos povos.
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A sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que eram grandes proprietários de 
terras. Contudo, o poder dos eupátridas era constantemente desafiado pelas camadas menos 
favorecidas e pelos comerciantes, que exigiam maior igualdade de direitos.
Os pequenos proprietários, muitas vezes sem recursos, viviam constantemente ameaça-
dos pela escravidão por dívidas. Já os comerciantes, artesãos e assalariados urbanos, que 
eram chamados demiurgos, estavam excluídos das decisões políticas da pólis e também que-
riam participar delas.
O resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon, um juiz 
ateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi ampliado o direito de 
voto, de acordo com a riqueza que cada um possuía. Porém, as reformas de Sólon só benefi-
ciaram os comerciantes ricos. O resto da população continuou excluída das decisões políticas 
da pólis. A situação em Atenas não era nada calma com a pressão constante dos excluídos. 
Além disso, a cidade foi dominada pelo tirano Pisistrato por mais de 30 anos.
Com o fim da tirania de Pisistrato, Clistenes ampliou a participação e o direito de decisão 
política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos os homens livres e nascidos em Ate-
nas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida emdemos, um tipo de distrito que elegia seus 
representantes para a assembleia. Esta, por sua vez, escolhia as pessoas que iriam integrar o 
conselho, responsável pelo governo da cidade. Continuavam excluídos da pólis os estrangei-
ros, as mulheres e os escravos.
Os atenienses acreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desen-
volvesse integralmente suas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem obrigatório, fi-
cando a cargo da iniciativa particular. Os garotos entravam para a escola aos 6 anos e ficavam 
sob a supervisão de um pedagogo, com quem estudavam aritmética, literatura, música, escrita 
e educação física. Interrompiam os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando 
completavam 18 anos, eram recrutados pelo governo para treinamento militar, que durava cer-
ca de dois anos.
As mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os pais trata-
vam de casar logo as ilhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam sob o domínio total 
dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silêncio era o maior exemplo de 
virtude para representantes do sexo feminino.
Ostracismo: o reformador Clistenes implantou uma lei em Atenas determinando que qualquer 
cidadão que ameaçasse a segurança da cidade poderia ser condenado ao exílio por dez anos, 
isso era chamado de ostracismo. Ela lei procurava evitar que se repetisse um governo tirano 
em Atenas.
O Período Clássico inicia-se com o apogeu da democracia ateniense no governo de Péri-
cles, no século V a.C. Contudo, as desavenças internas, a escassez de terras e a necessidade 
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de expansão do comércio levaram as cidades gregas, entre elas Atenas, a conquistar várias 
áreas coloniais, próximas ou distantes. Os espartanos não gostaram dessa expansão territo-
rial de Atenas e a disputa por melhores terras determinou a criação de dois grupos rivais: a Liga 
do Peloponeso, liderada por Esparta, e a Liga de Delos, sob a liderança de Atenas.
No início do século V a.C., iniciou-se a chamada Guerra do Peloponeso, na qual Atenas saiu 
derrotada. Esse acontecimento foi o começo do declínio das antigas cidades-Estados gregas.
Entre os séculos VI e V a.C., a expansão do Império Persa passou a ameaçar a autonomia 
das cidades-estados gregas. Por volta de 500 a.C., os persas dominavam várias colônias gre-
gas na Ásia Menor e seu objetivo era conquistar também a Grécia. Na luta contra o inimigo 
comum, as cidades-estados se uniram e conseguiram derrotar os persas em várias batalhas. 
Esse conflito, que durou vários anos, ficou conhecido como Guerras Greco-pérsicas ou Guer-
ras Médicas, assim denominadas porque os gregos chamavam os persas de medos.
A decadência da civilização grega iniciou-se a partir das Guerras do Peloponeso, quando 
os gregos lutaram entre si. As origens do conflito estão no descontentamento geral, sobretudo 
de Esparta, em relação à supremacia ateniense. Na primeira fase da guerra, entre 431 e 421 
a.C., houve um certo equilíbrio entre as partes, com espartanos e atenienses conseguindo 
algumas vitórias. Após esse período as duas cidades fizeram um acordo de paz que deveria 
durar 50 anos.
Entre 415 e 413 a.C., a trégua foi quebrada pelos atenienses, que desejavam conquistar 
regiões dominadas pelos espartanos. Atenas foi derrotada e perdeu parte de sua frota e con-
tingente militar. Os anos seguintes, de 413 a 404 a.C., podem ser considerados de ofensiva dos 
espartanos. Esparta aniquilou definitivamente Atenas, já bastante enfraquecida pelas perdas 
anteriores, iniciando sua hegemonia (domínio) sobre o mundo grego.
007. (CEBRASPE/SEPLAG-DF/2008) Nas raízes históricas da cultura ocidental, de que o Bra-
sil faz parte, destaca-se a influência da civilização grega na formação do homem valorizada 
pelo pleno desenvolvimento intelectual, corporal e artístico. Na Grécia helênica, a política ti-
nha como objetivo a formação do homem para o exercício da cidadania pela democracia. No 
campo do corpo, tanto a estética, a valorização da prescrição de orientações à dieta alimentar, 
quanto a importância de exercitar-se pela ginástica, foram componentes necessários na visão 
grega para a formação do seu cidadão pleno.
Julgue o item subsequente com relação às ideias apresentadas no texto acima.
Atenas e Esparta tiveram a mesma concepção de ideal de formação do homem grego porque 
as duas cidades pertenciam à Grécia, que, naquela época, já possuía uma unidade nacional.
A afirmativa está toda errada. Em Atenas a formação era intelectual, voltada para a culturas, as 
artes e o desenvolvimento do corpo. Em Esparta a educação era voltada ao militarismo. Além 
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disso, não houve uma unidade nacional. Apesar de manterem a religião e a língua grega como 
fator de unidade, politicamente a Grécia era dividida em várias Cidades-Estado autônomas.
Errado.
• Herança Cultural da Grécia Antiga
Os gregos foram os responsáveis pelo nascimento da Filosofia, termo grego que significa-
va amor à sabedoria, por volta do século IV a.C., na cidade de Mileto. Um dos mais importantes 
pensadores gregos foi Pitágoras, matemático e filósofo. Pitágoras desenvolveu a ideia de que 
o princípio comum do homem, dos animais, vegetais e minerais era o átomo, considerado a 
menor parte da matéria. Além disso, ele formulou teorias sobre números e os classificou em 
várias categorias: os pares, os ímpares e os números primos. Defendia, também, a ideia de que 
a Terra era redonda.
Os responsáveis pelo apogeu da filosofia grega no século IV a.C. foram Sócrates, Platão e 
Aristóteles. Sócrates não deixou nenhuma obra escrita. Ensinava nas ruas e nas praças. Seu 
principal discípulo foi Platão, cujas obras, em forma de diálogos, conservam-se até nossos 
dias. Aristóteles, por sua vez, foi o mais importante discípulo de Platão. Foi responsável pelo 
estabelecimento das bases da Lógica, ciência que estuda os métodos e processos que possi-
bilitam diferenciar os argumentos verdadeiros dos falsos nos estudos filosóficos.
Entre os matemáticos gregos, além de Pitágoras, conhecido como o “pai da matemática”, 
estão Euclides, que estabeleceu os fundamentos da Geometria, e Arquimedes, conhecido pelo 
famoso “Princípio de Arquimedes” segundo o qual um corpo mergulhado na água sofre, de 
baixo para cima, um impulso equivalente ao líquido que deslocou.
Os médicos também eram profissionais muito respeitados. O mais importante deles foi 
Hipócrates de Cós, considerado o “Pai da Medicina”. Ainda hoje, os médicos, ao se formarem, 
prestam o chamado “juramento de Hipócrates”. Hipócrates utilizava procedimentos muito pa-
recidos aos que utilizam nossos médicos para fazer diagnóstico de doenças como examinar o 
globo ocular, verificar a temperatura do corpo, aspecto da urina e das fezes, entre outros.
Os mesmos avanços se verificaram na Astronomia e no campo da Geografia. Por volta do 
século II a.C., os gregos mapearam o mundo conhecido, dividindo-o em meridianos e paralelos 
e em três zonas: a frígida, a temperada e a tórrida. Usando cálculos matemáticos, mediram a 
circunferência da terra, as distâncias dela do Sol e da Lua.
A preocupação dos gregos