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Inspeção e palpação

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1 Ariane Wilde Rodrigues Pinto – ATM 26 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO: 
Inspeção e palpação devem ser realizadas simultaneamente, pois os achados se tornam 
mais significativos quando analisados em conjunto. 
Devemos analisar abaulamento, análise do ictus cordis, os batimentos ou movimentos e 
frêmitos. 
 
1) Abaulamento: 
Devemos fazer inspeção tangencial (do lado direito do paciente) e frontal (examinador 
junto aos pés do paciente). 
O paciente permanece deitado em decúbito dorsal. 
Abaulamento pode indicar aneurisma de aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e 
alterações da caixa torácica. 
 
2) Ictus Cordis: 
O choque de ponta do ápice do coração é analisado pela inspeção e palpação 
investigando-se o FREMIL: frequência, ritmo, extensão, mobilidade, intensidade e 
localização. 
• Frequência: é o número de batimentos por minuto. Conta-se durante um minuto 
inteiro, e os valores de normalidade são de 60 a 100 em adultos. 
• Ritmo: o ritmo pode ser de 2 ou 3 tempos. Se for de 2 tempos, havendo apenas 
duas bulhas, será binário. Se for de 3 tempos, com presença de uma 3° bulha, 
será tríplice. 
• Extensão: avalia-se a extensão observando quantas polpas digitais são necessárias 
para cobrir o Ictus. Normalmente corresponde a 1 ou 2 polpas. 
• Mobilidade: avalia-se a mobilidade marcando o local do choque de ponta do Ictus 
com o paciente em decúbito dorsal. Depois, faz-se o mesmo com o paciente em 
decúbito lateral esquerdo e direito. Normalmente, o ictus se desloca 1 ou 2cm 
com as mudanças de posição. 
• Intensidade: avalia-se a intensidade pela palpação. Repousa-se a mão sobre a 
região dos batimentos. Hipertrofias ventriculares impulsionam as polpas digitais 
com mais vigor. 
• Localização: a localização varia de acordo com o biotipo. 
Nos mediolíneos, situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 
5° espaço intercostal. 
Nos brevilíneos, localiza-se no 4° espaço intercostal. 
Nos longilíneos, no 6° espaço intercostal, deslocado 1 ou 2 cm para dentro da 
linha hemiclavicular. 
 
 
 
2 Ariane Wilde Rodrigues Pinto – ATM 26 
 
3) Batimentos ou movimentos: 
Podem ser encontrados batimentos visíveis ou palpáveis, ou seja, retração sistólica, 
levantamento em massa do precórdio, choques valvares, cliques, pulsação epigástrica e 
pulsação supraesternal. 
• Retração sistólica apical: aparece em casos de hipertrofia direita. Durante a 
sístole, em vez de um impulso, se observa uma retração. 
• Levantamento em massa do precórdio: também chamado de impulsão sistólica. 
Ocorre na hipertrofia do ventrículo direito. Percebemos como um impulso 
sistólico que movimenta uma área grande da parede torácica nas proximidades 
do esterno. 
• Choque valvar: ocorre quando as bulhas cardíacas se tornam hiperfonéticas e 
podem ser sentidas pela mão como um choque de curta duração. Isso também 
ocorre com os cliques de maior intensidade. 
• Pulsações epigástricas: são vistas e palpadas em muitas pessoas. São as pulsações 
da aorta que são transmitidas para a parede abdominal. 
Podem, entretanto, denunciar uma hipertrofia ventricular direita. Quando assim 
for, as pulsações serão mais intensas no nível do ângulo xifoesternal. 
Pode ocorrer, também, por causa do pulso hepático (causado em razão da 
estenose tricúspide ou insuficiência tricúspide). 
Pulsações supraesternais, quando muito intensas, podem indicar hipertensão 
arterial, esclerose senil da aorta, aneurisma da aorta ou síndrome hipercinética 
(insuficiência aórtica, hipertireoidismo, anemia). 
 
3 Ariane Wilde Rodrigues Pinto – ATM 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Frêmito cardiovascular: é a sensação tátil determinada por vibrações produzidas no 
coração ou nos vasos, semelhante a um ronronar em gatos. Investiga-se a localização, a 
situação no ciclo cardíaco e a intensidade. 
 
TIPOS DE TÓRAX 
• Normal 
• Tórax chato ou plano: é o que perde a convexidade normal da parede anterior, 
havendo por isso redução do diâmetro anteroposterior. As costelas aumentam 
sua inclinação, os espaços intercostais se reduzem e o ângulo de Louis torna­se 
mais nítido. As clavículas são mais oblíquas e salientes, e as fossas supra e 
infraclaviculares, mais profundas. Nesse tipo de tórax, a musculatura é pouco 
desenvolvida, razão pela qual as omoplatas estão mais baixas, afastando­se da 
caixa torácica, caracterizando o chamado tórax alado. É próprio dos indivíduos 
longilíneos. Exemplos típicos encontram­se em alguns pacientes com doença 
pulmonar crônica. 
• Tórax em tonel ou globoso: caracteriza­se pelo aumento exagerado do diâmetro 
anteroposterior, horizontalização dos arcos costais e abaulamento da coluna 
dorsal, o que torna o tórax mais curto. É observado nos enfisematosos do tipo PP 
(soprador rosado). 
No processo natural de envelhecimento, pode­se verificar o esboço desse tórax, 
não se devendo confundi­lo com o tórax globoso dos enfisematosos, uma vez 
que o processo de envelhecimento não compromete as funções pulmonares, 
como acontece na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). 
• Tórax infundibuliforme (pectus excavatum): caracteriza­se por uma depressão na 
parte inferior do esterno e região epigástrica. Em geral, essa deformidade é de 
natureza congênita. A radiografia do tórax desses pacientes, na posição 
 
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posteroanterior (PA), mostra o contorno do átrio direito borrado, sugerindo, 
erroneamente, comprometimento do lobo médio. 
• Tórax cariniforme (pectus carinatum): o esterno é proeminente e as costelas 
horizontalizadas, resultando em um tórax que se assemelha ao das aves (tórax 
de pombo). Pode ser de origem congênita ou adquirida. Neste último caso, 
devido a raquitismo na infância. 
• Tórax cônico ou em sino: é aquele que tem sua parte inferior exageradamente 
alargada, lembrando um tronco de cone ou um sino. É encontrado nas 
hepatoesplenomegalias e ascites volumosas. 
• Tórax cifótico: tem como característica principal a curvatura da coluna dorsal, 
formando uma gibosidade. Pode ser de origem congênita ou resultar de postura 
defeituosa. Também a tuberculose óssea (mal de Pott), a osteomielite ou as 
neoplasias podem ser responsáveis por essa deformidade. 
• Tórax cifoescoliótico: apresenta, além da cifose, um desvio da coluna para o lado 
(escoliose). As formas leves dessas duas últimas deformidades são comuns e 
desprovidas de significado patológico. Ao se examinar uma radiografia de um 
indivíduo com cifose discreta, que não tenha sido feita em posição PA correta, a 
sombra traqueal aparece com um desvio que, na realidade, não existe. 
 
 
 
A) Normal 
B) Em tonel 
C) Infundibuliforme 
D) Cariniforme 
E) Escoliótico 
F) Cifose 
G) Gibosidade

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