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Hematologia @laura.medstudies Laura Catarine – M4 /Tutoria Melhor definição para choque: desequilíbrio entre a oferta e a utilização de oxigênio pelas células e tecidos, ainda que nem sempre esse desequilíbrio ocorra por falta de oferta A hipotensão arterial é frequente, porém não é obrigatória Perfusão tecidual efetiva – garante o suprimento metabólico mínimo aos tecidos por ela supridos o A consequência da perda da perfusão efetiva é o metabolismo anaeróbico, podendo evoluir para disfunção e morte celular, provocando uma progressiva disfunção de órgãos o Determinantes de perfusão tecidual efetiva: Dependentes da função cardíaca – pós-carga, pré- carga, contratilidade e frequência Dependentes da vasculatura – tônus vascular e microvasculatura Dependentes do metabolismo celular – entrega de oxigênio e utilização de oxigênio Quanto ao tipo de hipóxia: o Conceitos: Conteúdo arterial ou venoso de O2: Refere-se à quantidade de O2 carreado pelo sangue Há a parte dissolvida no plasma, que representa uma parte muito pequena, e a parte que está ligada à hemoglobina, que depende da quantidade de Hb e da sua capacidade de ligação com o gás A diferença entre os conteúdos arterial e venoso de oxigênio reflete o consumo em situações normais (VO2) Estima-se o consumo de oxigênio tecidual pela medida de saturação venosa central de oxigênio (SVO2) – SVO2 abaixo de 65% sugere aumento da extração tecidual sistêmica, e acima de 75% sugere deficiência no aproveitamento tecidual do O2 entregue Oferta de oxigênio: Refere-se a conteúdo arterial de oxigênio multiplicado pela capacidade do organismo de oferta-lo Medida de quanto oxigênio é efetivamente levado aos tecidos Extração de oxigênio: O consumo de oxigênio normalmente não depende da oferta, mas sim da demanda metabólica dos tecidos Mesmo com a diminuição da oferta, os tecidos são capazes de aumentar a extração para manter Laura Catarine – M4 /Tutoria o consumo adequado. Porém quando a oferta está crítica, os tecidos não são mais capazes de aumentar a extração, gerando uma situação na qual o consumo depende de quanto é ofertado Na deficiência de oxigênio há o início do metabolismo anaeróbico, com liberação de lactato, sendo a medida de lactato sérico um indicador se a oferta e o consumo de oxigênio é adequada o Hipóxia estagnante: Diminuição do fluxo sanguíneo Compensação – aumento da taxa de extração de oxigênio o Hipóxia anêmica: A anemia promove uma queda na quantidade de hemoglobina, o que diminui o conteúdo de oxigênio presente no sangue Compensação – aumento da taxa de extração de oxigênio e aumento do débito cardíaco o Hipóxia hipóxica: O conteúdo arterial de oxigênio diminui pela falha na troca gasosa adequada Ocorre diminuição na saturação arterial de oxigênio o Hipóxia citotóxica: Disfunções metabólica fazem com que as células se tornem capaz de utilizar adequadamente o oxigênio ofertado pelo sangue Quanto à etiopatogenia: o Conceitos: Controle da pressão arterial: A maneira mais simples de avaliar clinicamente a perfusão é por meio da medida da pressão arterial A pressão arterial é determinada pelo débito cardíaco, enchimento vascular e pela resistência vascular sistêmica A fala em se manter a pressão de perfusão adequada desses órgãos indica a existência de quadro grave e de correção urgente Manutenção do débito cardíaco: O DC é o produto do volume sistólico pela frequência cardíaca A FC é determinada por reflexos autonômicos O volume sistólico é dependente da capacidade contrátil do ventrículo, da pré- carga, ou enchimento ventricular, ou volemia, e da pós-carga, ou seja, resistência arterial Perfusão periférica: A perfusão tecidual efetiva requer uma resistência vascular periférica ao fluxo sanguíneo para manter a PA A luz dos vasos é o fator mais importante para a manutenção da resistência vascular, sendo regulado pelo sistema nervoso autônomo e pelos hormônios do sistema RAA Laura Catarine – M4 /Tutoria A microcirculação pode afetar a perfusão tecidual por meio da obstrução de pequenos vasos Função celular: O choque produz disfunção celular por isquemia celular, com ativação de glicólise anaeróbica e geração de lactato. Com isso, há falência energética e acidose, levando à disfunção de transporte iônico, falência mitocondrial e morte celular O choque produz disfunção celular pela geração de ERRO causada por desacoplamentos das cadeias normais de transporte de elétrons e por isquemia. As ERO’s podem causar lesões estruturais em biomoléculas com alteração funcional, além de permitir a propagação da disfunção para além do sítio de geração O choque produz disfunção celular pela liberação de mediadores inflamatórios, que geram lesão celular, lesão da matriz celular e propagam a disfunção Mecanismos compensatórios: As respostas compensatórias tentam manter a PAM, otimizar o desempenho cardíaco, redistribuir o fluxo para órgãos nobres e aumentar a entrega de oxigênio para os tecidos Ocorre ativação do sistema simpático, liberação de hormônios do estresse e criação de um local apropriado Se o processo desencadeante do choque não for revertido, o choque pode se tornar irreversível podendo levar ao óbito o Choque hipovolêmico: Causada por qualquer situação que leve à perda de fluidos orgânicos de maneira expressiva, como trauma, desidratação, lesão térmica e drogas Gera hipóxia por causa de diminuição do DC (perda da pré-carga, hipóxia estagnante) e por perda do conteúdo de hemácias (hipóxia anêmica) Sinais e sintomas habituais: taquicardia, alterações do estado da consciência A saturação venosa central está diminuída A gravidade do choque hipovolêmico está relacionada com o volume de fluido perdido e a rapidez que isso ocorre Perdas de até 10% são facilmente compensadas Perdas de 20% já possui falhas nos mecanismo compensatórios, surgindo hipotensão, oligúria e acidose lática Perdas de 40% representa deficiência grave de perfusão orgânica, que se persistir por poucas horas, pode levar à falência de múltiplos órgãos o Choque cardiogênico: Laura Catarine – M4 /Tutoria Resulta da falha do coração como bomba A falha pode ser decorrente de anormalidades musculares, alterações nas válvulas ou de alterações estruturais Causa mais comum – IAM Normalmente, há hipotensão, devido ao mecanismo de compensação artéria, queda da SVO2 A falência miocárdica pode ocorrer por disfunção sistólica ou diastólica Disfunção sistólica – músculo é incapaz de se contrair da maneira adequada Disfunção diastólica – o músculo é incapaz de relaxar adequadamente, impedindo o enchimento da câmara, fazendo com que o volume ejetado seja insuficiente Com a queda do DC, há a liberação de catecolaminas e ativação do SRAA, retendo sal e água, além de aumentar a resistência vascular sistêmica, tendo como consequência o aumento do trabalho ventricular Ocorre o aumento da tensão na parede ventricular, que com o aumento do trabalho miocárdico, aumenta o consumo de O2, piorando e instalando a isquemia Ciclo de piora que se instala até a falência de múltiplos órgãos o Choque obstrutivo: Esse choque decorre de alguma obstrução significativa do fluxo sanguíneo Causas: pré-carga diminuída, obstrução tumoral da veia cava, pneumotórax hipertensivo, ventilação mecânica, pericardite, impedimento em vias de saída, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar Padrão hemodinâmicosemelhante ao do choque cardiogênico Algumas variáveis hemodinâmicas dependem do local da obstrução A velocidade da instalação da obstrução ao fluxo determina o grau de manifestações clínicas Pacientes saudáveis são capazes de tolerar embolias pulmonares sem repercussão hemodinâmica, enquanto na presença de alguma disfunção cardíaca, pequenas embolias podem ser de consequência catastrófica o Choque distributivo: O padrão do choque distributivo é a resistência vascular periférica diminuída, com aumento de DC Causas comum: anafilaxia, intoxicações, lesões neurológicas, perda do tônus simpático-adrenal e infecções Choque séptico: O choque séptico é uma consequência de uma infecção com manifestação sistêmica No choque séptico, a hipoperfusão tecidual é resultado de anormalidades microvasculares e de um bloqueio metabólico que impedem as células de usar adequadamente oxigênio e outros nutrientes Laura Catarine – M4 /Tutoria Ocorre também venodilatação e o extravasamento de fluidos do leito microvascular, levando à hipovolemia e diminuição da pré- carga Os shunts microvasculares desviam sangue rico em O2 para as vênulas, impedindo a troca capilar normal As citocinas inflamatórias promovem geração de ERRO’s, que levam a disfunção de cascatas metabólicas, impedindo o funcionamento normal Há um desequilíbrio entre as vias inflamatórias e processos antiinflamatórios de compensação, em que o excesso de ambos propagam ainda mais a lesão tecidual A ressuscitação volêmica adequada pode corrigir essas anormalidades de pré- carga A SVO2 costuma ser elevada As células tentam continuar gerando energia à custa do metabolismo anaeróbioo, surgindo hiperlactemia A maior parte dos pacientes que sobrevivem à primeira etapa do choque séptico manifesta depressão miocárdica que se caracteriza por dilatação ventricular e taquicardia. Essas características surgem para compensar a depressão e marca um melhor prognóstico Choque anafilático: Anafilaxia é a reação alérgica, mediada principalmente por IgE, desencadeada agudamente após exposição a um alérgeno Critérios para caracterizar a reação anafilática: o Aparecimento agudo após exposição a alérgeno, com acometimento cutâneo e/ou mucosa (prurido, eritema, e eoutros) o Desconforto respiratório ou hipotensão ou sintomas gastrointestinai s Desencadeantes de reações anafiláticas: antibióticos, AINE, picadas ou ferroadas, contraste radiológico, alimentos, anestésicos locais, entre outros O paciente em choque anafilático encontra-se sob grande ativação adrenérgica e, se não perder a consciência, sob grande ansiedade Padrão hemodinâmico de queda de PA Laura Catarine – M4 /Tutoria A extração tecidual aumenta em resposta aos distúrbios de perfusão, gerando SVO2 diminuída Na persistência do choque, surge hiperlactatemia Choque neurogênico: É caracterizado pela perda das funções neurológicas e do tônus autonômico simpático abaixo do nível da lesão medular Os pacientes exibem paralisia flácida, perda de sensibilidade, perda dos reflexos tendíneos profundos e bexiga neurogênica, caracterizando choque medular Ocorre hipotermia, bradicardia, hipotensão arterial ou hipotensão postural grave e íleo paralítico O quadro costuma durar por 24 horas após a lesão, mas pode persistir por vários dias A hipotensão decorre da perda funcional dos gânglios simpáticos O diagnóstico de choque neurogênico só deve ser considerado quando se caracteriza claramente a lesão medular, tendo que excluir todos os outros diagnósticos Lesão encefálica pode provocar intensa descarga adrenérgica que provoca dano miocárdico e subsequente falência cardíaca A maior parte dos casos responde à reposição volêmica Quanto ao padrão de fluxo: o Síndromes de baixo fluxo – DC deprimido Choque cardiogênico, hipovolêmico e obstrutivo Tem hipóxia tecidual, saturação venosa central baixa o Síndromes com alto fluxo – DC elevado Choque séptico, anafilático e neurogênico A hipóxia tecidual é variável e a SvO2 normal ou elevada Ao exame clínico: o Sopros cardíacos e congestão pulmonar – sugere causas mecânicas para um choque cardiogênico o Estase jugular e bulhas cardíacas diminuídas – sugerem tamponamento pericárdico o Edema endurecido e assimétrico em membro inferior em paciente com dispneia e choque – sugere embolia pulmonar Suspeita de choque: o Hipotensão o Taquicardia o Oligúria o Encefalopatia o Má perfusão periférica Exames: o Hb o Plaquetas o Coagulação o Oxigenação sanguínea o Eletrólitos o Enzimas cardíacas o Função renal o Eletrocardiograma o Radiografia do tórax o Medida do lactato sérico o Se possível, medida de SVO2 Manejo inicial: Laura Catarine – M4 /Tutoria o Obtenção de acesso venoso calibroso adequado – permite ampla reposição volêmica, para restauração da PAM e redução do lactato arterial o Se após a reposição volêmica, o paciente persistir com hipotensão, a opção terapêutica é a infusão de aminas vasoativas Noradrenalina – dose de 0,05 a 2 mg/kg/min Dopamina – doses superiores a 5 mg/kg/min o Encaminhamento do paciente para a terapia intensiva o Deve haver o tratamento específico dirigido para cada caso específico Antimicrobianos dirigido para foco infeccioso Controle do foco hemorrágico Reversão mecânica do pneumotórax hipertensivo o Monitorização de ECG, oximetria e PAM Objetivos imediatos: o Suporte hemodinâmico: PAM > 65 mmHg o Oferta de oxigênio: Hb > 7g/dl SaO2> 92% Suporte ventilatório o Disfunção orgânica: Lactato em queda Diurese > 0,5 mL/kg/h Reversão da encefalopatia Tratamento específico para o choque: o Choque hipovolêmico: Repor perdas Identificar e controlar perdas: endoscopia, TC, USG ou RNM, angiografia, cirurgia o Choque cardiogênico: Suporte inotrópico: dobutamina, levosimendam ou balão intra- aórtico Identificar causas: ecocardiografia, angiografia, cateter de artéria pulmonar o Choque obstrutivo: Correção da causa: pericardiocentese, toracocentese, anticoagulação ou trombólise, embolectomia o Choque séptico: Definição do foco, drenagem e antibióticos Repor fluidos e drogas vasoativas Considerar administração de proteína C ativada o Choque distributivos: Suporte clínico: reposição de fluidos, drogas vasoativas Correção de causas, se possível Laura Catarine – M4 / Tutoria Doença de von Willebrand: o Desordem hereditária comum o O fator de von Willebrand: É um multímero composto por várias glicoproteínas Níveis séricos normais – 1mg/dL Sintetizado pelo endotélio e megacariócitos Responsável pela adesividade plaquetária ao colágeno endotelial nos locais de lesão vascular, além de formar um complexo com o fator VIII impedindo que ele seja rapidamente depurado na circulação por proteases o O distúrbio provoca prejuízo à adesão plaquetária o A dvW é quase sempre de padrão autossômico dominante, sendo a história familiar quase sempre positiva o Há 3 tipos de dvW o dvW tipo 1: 80% dos casos Redução leve a moderada do fvW – 0,5 mg/dl o dvW tipo 2: Níveis plasmáticos normais do fvW O defeito é na função ou no tamanho dos multímeros Tipo 2A: Deficiência dos multímeros de peso alto e intermediário Tipo 2B: Deficiência dos multímeros de alto peso O resultado é a formação de agregados plaquetários que são rapidamente depurados no plasma, podendo resultar em trombocitopenia o dvW tipo 3: Raríssima Ausência quase total do fvWe baixa atividade do fator VIII Herança autossômica recessiva o Clínica e laboratório: A maioria dos indivíduos possui a forma leve, sem hemorragia espontânea Suspeita-se da dvW se houver um sangramento imediato após trauma ou procedimento invasivo Nos casos moderados, há equimoses, que surgem após pequenos traumas, sangramentos em mucosas ou até sangramentos gastrointestinais Achados laboratoriais: Tempo de sangramento prolongado PTTa alargado, devido à deficiência do fator VIII A deficiência do fator VIII só é sintomática quando sua atividade é menor eu 5%, como na hemofilia A O tempo de sangramento e a PTTa podem estar normais devido à variação dos níveis de fvW e fator VIII, podendo cursar com coagulograma normal o Diagnóstico: Teste de ristocetina: Medida da atividade do fvW Laura Catarine – M4 / Tutoria A ristocetina induz a aglutinação plaquetária usando como ponte o fvW Na dvW a ação da ristocetina está prejudicada pois não há tanto fvW ELISA: Medida do antígeno do fvW o Tratamento: Evitar drogas antiplaquetárias – AAS ou AINES Tipo 1 – uso de desmopressina para aumentar a liberação de fvW a partir dos seus sítios de estoque, como endotélio Via intravenosa, subcutânea ou intranasal Contraindicado no tipo 2ª Reposição de concentrados ricos de fvW no caso de sangramentos graves, ou refratariedade à desmopressina - concentrado de fator VIII de alta ou intermeridiária purificação Baixa chance de transmissão infecciosa, como HIV O criopreciptado é rico em fvW, mas tem risco de transmissão infecciosa Para procedimentos dentários em pacientes com a forma branda da doença, utilizar antifibrinolíticos Inibem a ativação do plasminogênio aderido à fibrina Hemofilias: o São distúrbios da coagulação de caráter hereditário, com herança ligada ao X, sendo quase exclusivos do sexo masculino o Hemofilia A é deficiência do fator VIII e Hemofilia B é deficiência do fator IX o Manifestações clínicas: A maior parte dos pacientes com hemofilia A possuem a forma grave da doença, na qual há uma atividade menor que 1% do fator VIII Geralmente as manifestações clínicas da forma grave ocorrem por volta dos 2-4 anos de idade Aparecimento de hemartroses: A hemartrose é uma monoartrose de grandes articulações, como joelho Ocorre uma hemorragia provenientes dos capilares subsinoviais, provocando edema e dor A articulação encontra- se inflamada, semifletida, com eritema e difícil imobilização Geralmente, tratada com reposição do fator e repouso articular Exame: ressonância magnética Hematomas intramusculares Podem comprimir nervos periféricos e provocar síndrome compartimental Hematomas retroperitoneais Hematomas do psoas Sangramento gastrointestinal e urinário Hemorragia intracraniana Hematoma orofaríngeo Pseudotumores no músculo esquelético Laura Catarine – M4 / Tutoria Resultam de um hematoma que evoluiu com cápsula fibrosa Levam à destruição óssea, expansão do osso e fratura patológica o Laboratório: PTTa alargado – devido ao distúrbio na via intrínseca Confirmado por meio do ensaio específico para os fatores VIII e IX o Tratamento da hemofilia A: Fator VIII purificado e fator VIII recombinante Reposição de fator VIII quando houver hemorragia no preparo pré e peroperatório o Terapia adjuvante: Em hemorragias brandas, uso de desmopressina para aumentar a atividade do fator deficiente Antifibrinolíticos antes de procedimentos na cavidade oral Contraindicados se o paciente estiver com hematúria, pois pode formar coágulos obstrutivos no trato urinário o Tratamento da hemofilia B: Complexo protrombínico parcial – Prothromplex Contém os fatores II, IX e X Fator IX purificado e recombinante Deficiência do fator XI – Hemofilia C: o Desordem autossômica recessiva o O fator XI é o único componente do sistema de contato que pode provocar sangramento quando ausente ou com atividade diminuída o Tratamento por meio de plasma fresco congelado quando houver sangramentos e nos preparos para eventos cirúrgicos Deficiência de outros fatores: o Distúrbios do fibrinogênio, hipoprotrombinemia, deficiência do fator X, do fator V e do fator VII o Tratamento por meio de plasma fresco congelado, e em distúrbios do fibrinogênio, usar crioprecipitado Disfibrinogenemias: o O fibrinogênio produzido é uma molécula defeituosa, com propriedades alteradas o O problema pode estar na reação com a trombina ou na própria formação do coágulo o Geralmente, assintomática, mas alguns pacientes apresentam sangramento e processo de cicatrização prejudicada o PTTa e TP alargados ou normais o Tratamento – crioprecipitado Deficiência do fator XIII: o O fator XIII é o fator estabilizador da fibrina o Doença rara o O paciente sangra desde o nascimento, pelo cordão umbilical, e evolui para hemorragia grave o PTTa e TP normais o Diagnóstico: teste de solubilidade do coágulo à ureia O coágulo é lentamente dissolvido com 5M de ureia apenas nos indivíduos que tem uma deficiência grave deste fator Tratamento – plasma fresco congelado As coagulopatias adquiridas cursam com anormalidades múltiplas de hemostasia, às vezes associadas com trombocitopenia Deficiência de vitamina K: o A vitamina K é importante para a gama- carboxilação hepática dos fatores II, VII, IX e X, além dos anticoagulantes endógenos, proteína C e S Essa gama-carboxilação é fundamental para a interação com o fosfolipídeo plaquetário e o cálcio ionizado Laura Catarine – M4 / Tutoria o Causas: Recém-nascidos Paciente debilitado em uso de antibióticos Síndromes de má absorção intestinal Colestases e hepatopatias o O recém-nascido fica propenso à deficiência de vitamina K pois tem baixas reservas desse composto O leite é pobre em vitamina K Prevenida por meio da administração parenteral de vitamina K 1mg o A vitamina K está presente nos vegetais verde escuros e nas bactérias da flora intestinal o A vit K é lipossolúvel, sendo necessário os sais biliares para absorção intestinal o O fator VII tem a menor meia-vida, sendo o primeiro a ficar deficiente na carência de vit K Alargamento inicial do TP e depois do PTTa o Tratamento: Reposição de vit K 10 mg parenteral, podendo ser por via subcutânea ou venosa O plasma fresco congelado é usado em caso de urgência hemorrágica Anticoagulantes e trombolíticos: o Heparina: A heparina liga-se ao anticoagulante endógeno antitrombina III, aumentando sua atividade Inibe as vias comum e intrínseca, alargando o PTTa O TP pode ou não alargar Heparina não fracionada (HNF) – inativa a trombina e o fator Xa, por meio da antitrombina III Inativa a trombina por envolver o complexo antitrombina-trombina Inativa o fator Xa fazendo que ele se ligue à antitrombina III A ligação da HNF com proteínas plasmáticas limita o efeito dessa droga, pois diminui a quantidade de polímeros para ativar a antitrombina III – necessário manter o PTTa entre 50 a 90 segundos Dose para TEP: dose de ataque de 80 U/kg e dose de manutenção de 18 U/kg/h Heparina de baixo peso molecular (HBPM) – inibe fortemente o fator Xa e fracamente a trombina Por não inibir fortemente a trombina, frequentemente não alarga o PTTa Sem necessidade de monitorar o PTTa, uma vez que a ligação proteica da HBPM é desprezível Efeitos adversos: Sangramento Trombocitopenia imune Osteoporose Tratamento de hemorragia causada por heparina: Suspensão da droga Em caso de sangramento moderadoou grave, usar protamina, antídoto da heparina o Cumarínicos: Principal representante – Warfarim Inibem a reação de gama- carboxilação da vitamina K Os primeiros fatores a serem depletados é o fator VII e a proteína C Laura Catarine – M4 / Tutoria O TP é o primeiro a se alterar, já que é influenciado pelo fator VII Nas primeiras 48h, o cumarínico pode ter efeito pró- coagulante, provocando Necrose Cutânea Hemorrágica, pela trombose de pequenos vasos Comum em caso de dose excessiva do fármaco ou em indivíduos com deficiência da proteína C Drogas que aumentam o efeito: Antibióticos Anti-inflamatórios Drogas cardiovasculares Drogas que inibem o efeito: Indutores de P450 Inibidores da absorção Pró-coagulantes o Trombolíticos: Utilizados no tratamento do infarto agudo do miocárdio, da trombose arterial de membro inferior e no tromboembolismo pulmonar com instabilidade hemodinâmica Efeito adverso – sangramento Converte o plasminogênio em plasmina, uma protease capaz de dissolver a fibrina contida nos trombos Estreptoquinase: Atua no plasminogênio ligado a fibrina e no livre Cursa com hipofribinogenemia, alargamento no TT e aumento dos produtos de degradação da fibrina e fibrinogênio Hemorragia causada por trombolítico: Reposição de fibrinogênio (criopreciptado e plasma fresco congelado) Uso de antifibrinolíticos (EACA, ácido tranexâmico) Se o paciente também estiver usando heparina, a protamina está indicada Doença hepática: o Pelo fato do hepatócito produzir todos os fatores da coagulação, quando há sofrimento hepático, poderá se desenvolver uma coagulopatia por deficiência de fatores o A gama-carboxilação dos fatores também está prejudicada Alargamento do TP A reposição de vit K é ineficiente em casos avançados da doença hepático o Os anticoagulantes endógenos (antitrombina III, proteína C e S) estão diminuídos, predispondo à trombose e à coagulação intravascular disseminada o Pacientes hepatopatas graves: Plasma fresco congelado o Pacientes que não estão sangrando, mas vão se submeter à procedimento invasivo Reposição de 20 ml/kg de plasma fresco congelado para manter o TP <1,5 e a atividade da protrombina>50% o A vit K1 está indicada rotineiramente Coagulação Intravascular Disseminada – CIVD: o Relaciona-se com sepse bacteriana por gram-negativos, complicações obstétricas, neoplasias malignas, politrauma e outros o Patogênese: Liberação ou exposição do fator tecidual A coagulação é exacerbada a ponto de levar à formação de fibrina em vários pontos da microvasculatura, consumindo Laura Catarine – M4 / Tutoria plaquetas, fatores de coagulação, destruindo hemácias e obstruindo pequenos vasos Os microtrombos são quase exclusivamente de fibrina O fator mais depletado é o fibrinogênio, que pode chegar a valores indetectáveis Aumento dos produtos de degradação de fibrina, como o D-dímero Consequência da hiperfibrinólise O D-dímero é liberado pela degradação direta da fibrina, ou seja, aparece quando a fibrinólise é resultado da formação prévia de trombos o Forma aguda: Não consegue ser compensada por aumento da produção hepática e medular dos fatores de coagulação Apresentam muito sangramento Relacionada à sepse, trauma e complicações obstétricas o Forma crônica: Relacionada à tumores sólidos secretores de fator tecidual Ocorre resposta hepática e medular Manifestação principal – repetidas tromboses o Clínica e diagnóstico: Diátese hemorrágica Trombocitopenia pelo consumo de plaquetas Hipofibrinogenemia (<70-100 mg/dl) Aumento dos produtos da degradação da fibrina, principalmente o D-dímero Alargamento do PTTa, TP e do TT Anemia hemolítica com esquizócitos o Tratamento: Prognóstico – grave Pacientes sem sangramento ou trombose não necessitam de terapia específica Sangramento: Reposição de plaquetas, plasma fresco congelado e criopreciptado Caso crônico: Heparina para tratar os eventos macrotrombóticos Os antifibrinolíticos são contraindicados pois podem agravar a microtrombose Fibrinólise primária: o É o aumento da formação de plasmina não estimulado pela formação de fibrina o A plamina degrada o fibrinogênio e os fatores V, VIII e XIII o Achados laboratoriais: Hipofibrinogenemia Alargamento do TT Aumento do PDF, mas sem elevação do D-dímero o Tratamento: Reposição de criopreciptado, plasma fresco congelado e drogas antifibrinolíticas Inibidores circulantes de fatores de coagulação: o Aparecimento de autoanticorpo antifator VIII o Circunstâncias: Hemofílico A que recebeu componentes do sangue Puérpera Lúpus eritematoso sistêmico o O autoanticorpo inativa o fator VIII, provocando diátese hemorrágica o PTTa alargado e TP normal o Diagnóstico: suspeita-se quando a adição do plasma não corrige a PTTa do paciente Pode ser criopreciptado, plasma fresco congelado ou fator VIII purificado Laura Catarine – M4 / Tutoria O autoanticorpo ataca o fator VIII exógeno o Tratamento: Uso do complexo protrombínico - Prothromplex Laura Catarine – M4 / Tutoria As plaquetas são os elementos determinantes da hemostasia primária o As plaquetas são pequenos corpúsculos anucleados, em forma de disco, que derivam do citoplasma dos megacariócitos, células gigantes multinucleadas da medula óssea o Após abandonar o espaço medular, cerca de 1/3 das plaquetas é sequestrada no baço e os 2/3 ainda perduram por 7 a 10 dias na circulação, até serem removidas Os distúrbios plaquetários podem ser classificados em: o Desordens numéricas - trombocitopenia e trombocitose o Desordens da função plaquetária Mecanismos de trombocitopenias: o Pseudotrombocitopenia Também chamada de trombocitopenia artefual Falsa baixa contagem de plaquetas pelo aparelho de automação devido a artefatos técnicos Principais artefatos técnicos: Formação de clumps plaquetários, decorrente do anticoagulante (EDTA) ou de aglutininas plaquetárias Satelitismo plaquetário Plaquetas gigantes Níveis aumentados de IgA, IgAG ou IgM induzem agregação plaquetária no momento da coleta de sangue, principalmente quando o EDTA é utilizado como anticoagulante A suspeita é confirmada pela contagem manual de plaquetas no esfregaço de sangue periférico o Destruição periférica acelerada Causa mais comum O aumento da destruição de plaquetas estimula a trombopoiese, aumentando o número, tamanho e taxa de maturação dos precursores megacariocíticos Quando a taxa de destruição plaquetária excede este mecanismo de compensação, apresenta-se plaquetopenia Os mecanismos imunes são responsáveis pela maioria dos casos Principais exemplos: Púrpura Trombocitopênica Imune Idiopática (PTI), púrpura trombocitopênica imune relacionada ao LES ou ao HIV, púrpura trombocitopênica imune induzida por drogas e a trombocitopenia ocasionada por algumas infecções Mecanismos não imunes: Exemplos: Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), Síndrome Hemolítico- Urêmico (SHU) e Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) Laura Catarine – M4 / Tutoria Nesses casos as plaquetas são consumidas em trombos intravasculares e em superfícies endoteliais danificadas Raramente, ocorre destruição plaquetária em indivíduos com próteses cardíacas Geralmente é associada a um aumento da trombopoiese e a plaquetopenia não é observada no sangue periférico o Diminuição de sua produção pela medula óssea Distúrbios que provocam lesão da célula-tronco Nestes casos, frequentemente háanemia e/ou granulocitopenia associadas Exemplo: mielodisplasias e anemia aplásica A leucemia produz substâncias que inibem a hematopoiese, sendo a plaquetopenia um achado comum Biópsia e aspirado de medula o Trombopoiese ineficaz A medula contém um aumento do número de megacariócitos, apesar de produzirem pouca plaqueta, por um problema de maturação nuclear o Distribuição anormal – maior sequestro esplênico O aumento do baço decorrente de hipertensão portal ou doenças infiltrativas pode levar a um maior sequestro de plaquetas nos cordões esplênicos e causar trombocitopenia Síndrome do hiperesplenismo Outra causa de queda de plaquetas é trombocitopenia dilucional, observada durante a transfusão maciça de concentrado de hemácias em indivíduos que sangram de maneira continuada Usualmente encontrada em paciente que recebe 8 a 10 unidades de sangue em 24 horas A transfusão de plaquetas está indicada se houver sangramento microvascular ou se houver trombocitopenia < 50.000/mm3 Púrpura trombocitopênica imune ou idiopática (PTI): o Na PTI, as plaquetas são destruídas prematuramente devido à existência de autoanticorpos que se ligam à superfície de suas membranas o As plaquetas opsonizadas por autoanticorpos IgG são reconhecidas e destruídas pelos macrófagos do baço e do fígado o Quando a desordem responsável pela formação desses autoanticorpos é conhecida, chamamos de PTI secundária Exemplo: LES, Hiv o PTI idiopática não há nenhuma doença subjacente o Os alvos dos autoanticorpos da PTI idiopática parecem ser glicoproteínas da membrana plaquetária (GP Ia, GP IIb/IIIa) o Na presença dos autoanticorpos a vida média das plaquetas passam a ser de algumas horas, e como consequência há uma expansão megacariocítica na medula óssea, na tentativa de compensação Alguns megacariócitos apresentam aspecto imaturo, assim como plaquetas imaturas acabam sendo liberadas na circulação o Existem duas formas clínicas da PTI: Forma infantil – aguda: Dura < 6 meses Laura Catarine – M4 / Tutoria Em crianças se desenvolve de maneira espontânea em cerca de 70-80% dos casos, sendo predominante nessa faixa etária Pico de incidência: 1-4 anos o Afeta ambos os sexos na mesma incidência Cerca de 20% das crianças evolui com a forma crônica da doença (> 12 meses) Na maioria dos casos, a PTI infantil cursa com trombocitopenia de 1-4 semanas após uma infecção viral respiratória ou exantemática e, menos comumente, após a vacinação Plaquetometria normalmente inferior a 20.000/mm3 Manifestações hemorrágicas graves não são comuns na PTI infantil Fatores de risco para sangramento grave: o Plaquetas < 10.000/ml com sangramento cutâneo extenso o Plaquetas < 20.000/ml com sangramento em mucosas o Condições que aumentam a chance de hemorragia, independente da contagem plaquetária Forma do adulto – crônica: Afeta mais o sexo feminino, na faixa etária de 20-40 anos Início insidioso História de sintomas hemorrágicos de gravidade variável Em geral, não há antecedentes de infecção, e não costuma haver esplenomegalia Os episódios de sangramento podem durar de dias a semanas e têm caráter intermitente ou cíclico Remissão espontânea é rara o Manifestações clínicas gerais: A gravidade da hemorragia se relaciona à contagem plaquetária Níveis entre 10.000- 30.000/mm3 apresentam manifestações hemorrágicas de gravidade variável Plaquetometria inferior a 10.000/mm3 podem apresentar sangramentos que põem risco a vida, como hemorragia cerebral Sinais hemorrágicos mais comuns: Petéquias – surgem por causa da estase vascular em áreas dependentes ou regiões da pele submetidas à constrição Equimoses – região dorsal e coxas Laura Catarine – M4 / Tutoria Sangramento gengival na cavidade oral Epistaxe – decorrente de lesões semelhantes a petéquias na mucosa nasal O sangramento menstrual excessivo pode ser o primeiro indício da doença O sangramento intestinal manifesta-se como melena Em 1% dos casos há sangramento do SNC Hemorragia subaracnoide o Diagnóstico da PTI: Diagnóstico de exclusão Plaquetopenia e mais nada Considerado em pacientes com trombocitopenia, geralmente inferior a 50.000/mm3 Esfregaço periférico Número reduzido de plaquetas Esquizócitos, blastos ou qualquer outro achado que aponte para outra etiologia de trombocitopenia Ausência de causas secundárias de PTI Aspirado de medula óssea: Indicada em pacientes com > 60 anos de idade para destacar mielodisplasia, ou quando existe sinais e sintomas sugestivos de outros diagnósticos, como leucemia ou linfoma, ou quando a PTI é refratária ao tratamento Espera-se medula óssea normal, ou hiperplasia megacariocítica leve a moderada com megacariócitos imaturos o Tratamento: Criança: O tratamento depende da avaliação clínica individual Pacientes assintomáticos, com sangramento apenas cutâneo e sem fatores de risco – observação ambulatorial Não realizar esporte de contato e uso de medicamentos antiplaquetários ou anticoagulantes Transfusão de plaquetas é contraindicada, exceto em hemorragia grave Se houver sangramento agudo grave preconiza-se a realização conjunta de pulsoterapia com metilprednisolona, IVIG com ou sem Ig anti-D e transfusão de plaquetas Classes farmacológicas para tratamento: Glicocorticoides – dose imunossupressora de prednisona 1-2 mg/kg/dia, por 2 a 4 semanas, seguido de desmame ao longo das semanas. Diminui a síntese de autoanticorpos antiplaquetas. Imunoglobulina humana intravenosa – dose de 0,8-1 g/kg/dia, por 1 a 2 dias. Satura os Laura Catarine – M4 / Tutoria receptores de imunoglobulina presentes nos macrófagos esplênicos, ficando indisponíveis para mediar a fagocitose plaquetária. Imunoglobulina anti-D – dose de 50-75 mcg/kg. Se o paciente tiver Coombs direto positivo, a Ig anti-D é contraindicada pelo risco de hemólise grave. Adulto: Indivíduos assintomáticos, com plaquetopenia > 30.000/ml – monitorização Plaquetometria < 30.000/ml – tratamento ainda que na ausência de sintomas, pelo risco de sangramentos Sintomas hemorrágicos e plaquetometria > 30.000/ml – tratamento Tratamento por meio de glicocorticoides o Prednisona 1 mg/kg/dia o Dexametason a 40 mg/dia por quatro dias, repetindo a cada 14-28 dias de acordo com a necessidade Se a plaquetometria < 30.000/ml persistir após o início da corticoterapia, recomenda-se lançar mão de esplenectomia, rituximab, IVIG com ou sem Ig anti-D e agonistas do receptor de trombopoietina – mimetizam o efeito da trombopoietina natural PTI secundária: o PTI induzida por drogas: Ingestão de quinidina: Um anticorpo é dirigido contra a droga e reage também contra a GP IIb/IIIa na membrana plaquetária Ampicilina, penicilina, rifampicina, AAS Induzida por heparina: Formação de anticorpos que reagem contra o complexo heparina- fator 4 plaquetário Contagem plaquetária entre 50 a 10.000/mm3 5 a 15 dias após a administração de heparina, voltando ao normal depois da suspensão do medicamento Os imunocomplexos ao se ligarem aos receptores Fc da superfície das plaquetas, resultam na ativação e agregação plaquetária, levando a uma trombocitopenia associada a uma predisposição à trombose vascular Manifestações clínicas caracterizado por manifestações hemorrágicas graves como sangramento e bolhas hemorrágicas em membranas mucosas, petéquias e equimoses Tratamento – suspensão da droga Laura Catarine – M4 / Tutoria Se houver sangramentos que ponha em risco a vida, utiliza-se imunoglobulina venosa o Trombocitopenia gestacional o PTI no LES o PTI na infecção pelo HIV: Destruição imune plaquetária Tratamento de escolha é a zidovudina (AZT) o Outras causas de PTI: Doenças linfoproliferativas e doenças autoimunes Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT): o Caracterizada pela oclusão trombótica disseminada da microcirculação, levando à síndrome de anemia hemolítica microangiopática (com esquizócitos na periferia), trombocitopenia, sintomas neurológicos, febre e insuficiência renal o Mais comum em mulheres, na faixa etária de 20-40 anos o Fisiopatologia: Sob estímulos desconhecidos, as células do endotélio liberam substâncias que ativam plaquetas, especialmente os multímeros do fvW de maior tamanho. Estes são capazes de induzir aglutinação plaquetária. Outro mecanismo trata-se da deficiência adquirida de ADAMST-13, uma metaloproteinase endógena responsável pela clivagem dos multímeros de alto peso molecular do fvW, com consequente acúmulo do mesmo Os microtrombos formam-se nas arteríolas terminais e na rede capilar, sendo constituídos por plaquetas e fvW, com pequena quantidade de fibrina Responsáveis por isquemia de múltiplos órgão, consumo de plaquetas e lise de hemácias, com formação de esquizócitos o Manifestações clínicas gerais: Anemia hemolítica Trombocitopenia Sintomas neurológicos Febre Insuficiência renal Primeiros sinais e sintomas são mal-estar e fraqueza, seguidos por quadro neurológico variável Ao exame físico, é comum petéquias e equimoses, além de mucosas descoradas e ligeiramente ictéricas o Laboratório: Anemia, leucocitose com algum desvio para esquerda e trombocitopenia Esfregaço de sangue evidencia os esquizócitos Sedimento urinário mostra hematúria e proteinúria Bioquímica sérica – discreta azotemia e alterações das enzimas hepáticas TC de crânio – pequenas áreas com hipodensidade o Diagnóstico: Diagnóstico clínico que pode ser confirmado por biópsia Achado característico – depósitos hialinos subendoteliais o Tratamento e prognóstico: Plasmafarese (troca do plasma) faz desaparecer os sintomas neurológicos em poucas horas Mecanismo – retirada dos multímero de fvW de alto peso, dos fatores pró- agregantes e de imunocomplexos circulantes Transfusão diária de plasma tem efeito terapêutico razoável, estabilizando o paciente até que ocorra a plasmafarese Laura Catarine – M4 / Tutoria Administração de corticosteroides em doses imunossupressoras junto com a plasmafarese, para reduzir a formação de anticorpos patogênicos A transfusão de plaquetas é contraindicada na PTT, pois aumenta a formação de microtrombos – Trombastenia de Glanzmann: o Agregação plaquetária defeituosa em resposta ao ADP, colágeno, trombina e adrenalina o Deficiência na GP IIa/IIIb, receptor fundamental para a ligação do fibrinogênio (responsável por unir uma plaqueta a outra, na agregação plaquetária) o Tempo de sangramento elevado, tempo de retração do coágulo elevado e plaquetometria normal o Ocorre em crianças menores de 5 anos o Tratamento por meio da transfusão de plaquetas de repetição Síndrome de Bernard-Soulier: o Extremamente rara o Deficiência na GP Ib, responsável pela ligação ao fvW durante a adesão plaquetária ao subendotélio o Plaquetas gigantes Outras desordens hereditárias: o Doença do pool de armazenamento de plaquetas: Deficiência de grânulos densos no interior das plaquetas Agregação plaquetária defeituosa Manifestações hemorrágicas de leve intensidade – Disfunção plaquetária urêmica: o Pacientes com síndrome urêmica apresentam uma função plaquetária prejudicada o Na uremia, o acúmulo de toxinas nitrogenadas pode levar a uma diminuição na ativação, agregação e, sobretudo, na adesividade plaquetária o As plaquetas dos pacientes com uremia necessitam de maior quantidade de fvW para se manterem aderidas à parede do vaso, e a GP IIb/IIIa desses paciente não se liga adequadamente ao fibrinogênio o Manifestações hemorrágicas na pele, mucosas e tubo digestivo o Tempo de sangramento prolongado o Tratamento por meio de diálise peritoneal ou hemodiálise, além da melhora do hematócrito com transfusões para acima de 26% Administração de desmopressina para melhorar as propriedades de adesão das plaquetas por aumentar a atividade da fvW Drogas antiplaquetárias: o Ácido Acetilsalacílico (AAS) Inibe a cicloxigenase plaquetária O efeito dura o tempo de meia- vida das plaquetas Em pacientes com a doença de von Willebrand ou defeitos herdados de proteínas de coagulação, um comprimido de AAS pode ser catastrófico O sangramento pode ser controlado pela transfusão de plaquetas o AINE: Inibe a função plaquetária de forma reversível, bloqueando a síntese de prostaglandinas Efeito de cerca de 48 horas o Ticlopidina e clopidrogrel: Inibem a ativação plaquetária pelo ADP, por bloquear os receptores purinérgicos na membrana das plaquetas o Inibidores da GP IIb/IIIb: Tirofiban, eptifibatide Laura Catarine – M4 / Tutoria Potentes antiplaquetários Muito utilizados na síndrome coronariana aguda de alto risco o Penicilinas Laura Catarine – M4 / Tutoria Hematúria O ser humano normal elimina cerca de uma ou duas hemácias por campo Define-se hematúria como o encontro de 3 ou mais hemácias por campo no EAS Para ser considerada patológica, a hematúria deve ser persistente, ou seja, ter pelo menos 2 resultados positivos em 3 exames o Quando a hematúria é transitória, geralmente representa um achado benigno o A hematúria também pode ser considerada patológica quando uma única amostra revela um número elevados de hemácias (maior que 100 por campo) ou quando o sangue for visível a olho nu A hematúria pode ser micro ou macroscópica o Microscópica – detectado pelo exame de urina o Macroscópica – percebido pelo paciente, pois a urina fica vermelha Formas de detectar a hematúria pelo EAS: o Fita reagente ou dipstick: Positivo na presença de moléculas que contém o grupo heme, mioglobina ou hemoglobina Hemoglobinúria ou mioglobinúria sem a presença de hemácias na urina, dão um falso-positivo na fita Sensibilidade da fita é maior que 90% o Sedimento urinário: Confirma o diagnóstico de hematúria Causa comum de falso-positivo – contaminação da urina com sangue menstrual o Se a fita reagente for positiva e o sedimento negativo, é possível diferenciar a mioglobinúria da hemoglobinúria por meio da centrifugação do sangue Vermelho – hemoglobinúria Branco – mioglobinúria Diagnóstico diferencial A hematúria é dividida em nefrológica (glomerular e tubulointersticial) ou urológica (trato urinário) o O que promove essa divisão é a proteinúria o Proteinúria intensa indica hematúria de origem nefrológica, enquanto proteinúria baixa indica origem urológica É necessário a análise morfológica das hemácias por meio da microscopia com contraste de fase o Hemácias dismórficas – origem glomerular o Hemácia de formato arredondado intacto – origem tubulointersticial ou urológica A presença de cilindro hemáticos estabelece o diagnóstico de hematúria glomerular, enquanto a presença de coágulos confirma a hematúria com origem no trato urinário Principais causas de hematúria glomerular: o Doença de Berger o GN proliferativa difusa o GN proliferativa focal A ITU é considerada a principal causa de hematúria macroscópica em crianças Todo paciente com hematúria nefrológica deve fazer uma avaliação abrangenteda função renal (clearance de creatinina, proteinúria quantitativa) e exames específicos de acordo com a suspeita clínica Laura Catarine – M4 / Tutoria o Biópsia é indicada quando os outros métodos não forem esclarecedores ou quando os seus resultados forem capazes de modificar o tratamento Na maioria das vezes, hematúria em usuários de anticoagulantes representa uma doença renal ou urológica subjacente, principalmente se for hematúria macroscópica o Anticoagulante na faixa terapêutica não aumenta a chance de evolução para hematúria Hematúria urológica: o Na hematúria urológica tem-se 3 suspeitas diagnósticas: Infecção urinária, nefrolitíase e tumores uroepiteliais o É recomendado que todos os pacientes realizem USG de rins e vias urinárias Em pacientes acima de 40 anos de idade, fazer também uma urografia excretora, e se a suspeita de neoplasia urológica for elevada, associar com uma citoscopia Laura Catarine – M4 / Tutoria As síndromes pulmonares hemorrágicas são representadas pela hemoptise e pela hemorragia alveolar difusa (HAD) o Hemoptise – deriva do sangramento da artéria brônquica o HAD – caracteriza-se por lesões de pequenos vasos da circulação pulmonar, que acomete difusamente o pulmão Na HAD, a membrana alvéolo-capilar se rompe, permitindo extravasamento de sangue para o alvéolo e exteriorização como hemoptise O mecanismo fisiopatológico básico da HAD é a lesão da microcirculação pulmonar A lesão pode ocorrer: o Associada a capilarite, com infiltração neutrofílica da parede dos vasos o Sem capilarite, com preservação da arquitetura alveolar o Secundariamente a um dano alveolar difuso Hemorragia alveolar imune: o Doença do anticorpo antimembrana basal o Doenças vasculares do colágeno o Síndromes de vasculites o Associada à GN rapidamente progressiva idiopática Hemorragia alveolar não-imune: o Inalantes tóxicos, como cocaína o Idiopática o Miscelâneas, como coagulopatias e infecções O principal achado clínico é a hemoptise o A presença de hemoptise não é obrigatória, o Hemoptise muito volumosa se afasta da HAD e é a favor de lesões endobrônquicas, inflamatórias ou infecciosas focais Diferenciação: o Hemoptise – sangue com muco ou pus, com bolhas de ar o Hematêmese – sangue com alimentos, sangue digerido o Epistaxe – sangramento do nariz Na confirmação diagnósica da HÁ, a presença de anemia é quase obrigatória, com uma Hb < 9 mg/dl ou queda > 1 mg/dl, associados a quadro clínico compatível Pacientes com episódios recorrentes de sangramento, a anemia se caracteriza como ferropriva na maior parte das vezes Avaliação laboratorial geral: o Hb/Ht o Leucograma o Função renal e Urina I – verificação do acometimento renal e uremia o Plaquetas o TP, TT e TTPA – os distúrbios de coagulação aumentam a incidência de hemorragias o Fibrinogênio, D-dímero e outros produtos de degradação de fibrina – diferencias distúrbios primários da coagulação de CIVD secundária Avaliação específica: Laura Catarine – M4 / Tutoria o Pesquisa direta e cultura para bactérias, fungos e miobactérias o Leptospirose – culturas de urina, líquido do LBA e hemoculturas, além de sorologia específica o Malária – pesquisa de plasmódios A HA ocorre nos pacientes já diagnosticados com vasculites ou doenças do colágeno, porém, a HA pode ser a manifestação inicial destas doenças em um paciente sem diagnóstico prévio Granulomatose de Wegener (GW): o Vasculite de pequenas e médias artérias que se caracteriza por uma infecção granulomatosa necrotizante do trato respiratório superior e inferior o Infecções de repetição e presença de nariz em sela o O acometimento renal possui evolução mais grave na presença de HA Poliangeíte microscópica: o Vasculite necrotizante não granulomatosa de pequenos vasos que apresenta HA em 10 a 50% dos casos o O rim é afetado o Laboratório: insuficiência renal, sedimento urinário com proteinúria e hematúria Outras causas: o LES o Síndrome de Goodpasture o Hemossiderose pulmonar o Púrpura de Henoch-Schonlein Diagnóstico diferencial: o Dividido em sindrômico ou etiológico o Diagnóstico diferencial sindrômico: As patologias podem se apresentar com um ou mais das seguintes características: insuficiência respiratória de início agudo, hipoxemia, hemoptise, anemia e infiltrado radiológico difuso Patologias: edema agudo de pulmão cardiogênico, SDRA, TEP, infecções pulmonares, entre outras Medidas gerais: o Após o diagnóstico da HAD e avaliação da gravidade, deve haver estabilização hemodinâmica, com uso de fluidos endovenosos e agentes vasoativos, além da estabilização respiratória o Correção da hipoxemia – administração de oxigênio por cateter nasal ou por dispositivos de CPAP ou BIPAP A administração de pressão positiva nas vias aéreas, além de melhorar a oxigenação, mantém as unidades alveolares pressurizadas, tendendo a estabilizar o sangramento alveolar Se a hipoxemia não for corrigida com administração de oxigenoterapia e ventilação não-invasiva, deve-se proceder à intubação orotraqueal e ventilação mecânica invasiva o O paciente deve ser mantido com suporte ventilatório e hemodinâmico, assim como monitorização de Hb/Ht até estabilização do quadro, quando deve ser iniciado o desmame ventilatório o Distúrbios de coagulação devem ser investigados e corrigidos, sendo a Hb reposta se estiver < 7 mg/dl, na vigência de sangramento ativo ou instabilidade hemodinâmica Tratamento específico: o Após a estabilização respiratória e hemodinâmica do paciente, deve ser coletado um lavado bronco-alveolar e encaminhado para pesquisa de bactérias, vírus e parasitas o Na confirmação de infecção, deve ser iniciada terapia antimicrobiana específica o Em caso de doença autoimune ou quando a biópsia pulmonar revelar capilarite e não haja infecções: 1 - Iniciar pulsoterapia com: Metilprednisolona – 500mg a 1g – IV por 3 dias Laura Catarine – M4 / Tutoria 2 – Prednisona 1mg/kg/dia 3 – Após a confirmação de doença autoimune, iniciar a terapia imunossupressora: ciclofosfamida 3-5 mg/kg/dia o Casos refratários: Pode ser necessário a realização de plasmaferese ou administração de imunoglobulina endovenosa Expectoração de sangue advindo das vias aéreas inferiores ou do parênquima pulmonar Hemoptises maciças podem levar à insuficiência respiratória e ao choque hipovolêmico Causas mais frequentes: o Bronquiectasias o Neoplasias pulmonares o Bronquite o Pneumonia Exames na investigação da hemoptise: o Análise de escarro o Radiografia do tórax para auxiliar na localização da lesão sangrante o Tomografia computadorizada o Broncoscopia – confere o benefício da localização do sangramento na segmentação brônquica, e permite coleta para material diagnóstico e procedimentos terapêuticos Laura Catarine – M4 / Tutoria Sangramento gastrointestinal Hemorragia Digestiva Alta Introdução e definições: o Os principais achados clínicos são hematêmese, melena e enterorragia Hematêmese – vômitos de sangue vivo, geralmente em grande volume, com rápida repercussão hemodinâmica Pode ocorrer no sangramento gengival, nasofaríngeo, pulmonar e pancreático-biliar Vômitos com coágulos ou material sanguinolento diregido são encontrados em sangramentos de menores proporções Melena – fezes enegrecidas, pastosas e de odor fétido, na maioria das vezes decorrente de TGI alto Enterorragia – Sangramento do TGI alto volumoso Etiologia e fisiopatologia: o Causas mais comuns: úlcera péptica, lesão aguda da mucosa gastroduodenal, varizes de esôfago e síndrome de Mallory-Weis (laceração da transição esofagogástrica em casos de vômitos incoercíveis)o Dividida em varicosa e não varicosa o Hemorragia digestiva alta varicosa: É uma das complicações mais graves da cirrose hepática A formação das varizes ocorre quando a pressão portal está acima de 10 mmHg As varizes tendem a aumentar de tamanho de acordo com o aumento da pressão portal A ruptura das varizes é decorrente do aumento da tensão na parede da variz o Hemorragia digestiva alta não-varicosa: A causa frequente é a úlcera gastroduodenal Na maioria dos casos, o sangramento é autolimitado, sem a necessidade de terapia específica Critérios prognósticos de maior gravidade: idade maior que 60 anos, choque hipovolêmico, comorbidades e uso de AINE Quadro clínico: o Anamnese: Caracterizar a forma de exteriorização do sangramento Duração do evento Antecedentes patológicos de doença hepática, úlcera péptica, ectasias vasculares cutâneo- mucosas e câncer História da ingestão alcoólica Vômitos Uso de AINE e anticoagulantes o Exame físico: Palidez cutâneo-mucosa Hipotensão Taquicardia o Telangiectasias, ascite, ginecomastia e eritema palmar sugerem uma hepatopatia crônica o O exame retal é essencial para avaliar o aspecto e a coloração das fezes, além da presença de doenças anorretais Diagnóstico e exames complementares o Endoscopias – digestiva alta, colonoscopia, enteroscopia, cápsula endoscópica o Radiologia – angiografia, angiotomografia computadorizada, trânsito intestinal o Radioisotópicas – cintilografia com hemácias marcadas com tecnécio Laura Catarine – M4 / Tutoria Abordagem inicial e tratamento específico: o Manutenção de via aérea pérvia, com oxigenação e ventilação adequadas o Reposição volêmica Deve ser imediata Obtenção de um acesso venoso periférico calibroso, para infusão de cristaloides e transfusão de hemoderivados, se necessário o Enviar amostras de sangue para: tipagem sanguínea, dosagem de Ht, Hb, coagulograma, ureia, creatinina e eletrólitos o Tratamento da hemorragia varicosa: Uso de fármacos que reduzem a pressão portal, iniciados o mais rápido possível, de preferência antes da realização da endoscopia, e mantido por 2-5 dias ou até 48 horas após o controle do sangramento Terlipressina, somatostatina e octreotide Após o término do tratamento com as drogas vasoativas parenterais, deve-se iniciar, geralmente após 3 a 6 dias após o sangramento, o uso de betabloqueadores (propranolol) para reduzir o risco de recorrência da ruptura varicosa Ajustar a dose até atingir a redução de 20% da FC basal ou até iniciar os efeitos adversos Endoscopia digestiva alta: Pode identificar a lesão responsável pela hemorragia, estabelecer o prognóstico e realizar a hemostasia Métodos comuns: uso de injeção de agentes esclerosantes, ligadura elástica das varizes e injeção de adesivo tissular Profilaxia com antibióticos é conduto obrigatória Deve ser iniciada no momento do diagnóstico até uma semana após o início do quadro Reduz o ressangramento e mortalidade Quinolonas ou cefalosporinas o Norfloxacino 400mg 12/12h VO o Ceftriaxone 1g 12/12h IV o Tratamento da hemorragia não- varicosa: O tratamento depende da etiologia A abordagem endoscópica está sempre indicada A injeção de agentes esclerosantes, e métodos térmicos e mecânicos podem ser empregados Hemorragia por úlcera péptica: Combinação da terapia endoscópica, inibidores da bomba de prótons por via intravenosa contínua e pesquisa e erradicação da H. pylori o Inibidores da bomba de prótons – omeprazol o Sem etiologia específica: Investigação com outros métodos endoscópicos, angiografia o Na falência do tratamento endoscópico ou farmacológico, indica-se a intervenção cirúrgica Laura Catarine – M4 / Tutoria Hemorragia digestiva baixa Introdução: o É o sangramento originário distalmente ao ligamento de Treitz o O quadro clínico varia desde hematoquezia até enterorragia Hematoquezia – fezes com presença de sangue vermelho- vivo o Frequente em idosos Etiologia: o Pacientes acima de 60 anos: diverticulite, angiodisplasia e neoplasia colorretal o Pacientes jovens: doenças hemorroidária e doença inflamatória intestinal Avaliação clínica inicial: o Sangramentos volumosos: Palidez, taquicardia, dispneia, taquipneia, hipotensão arterial e síncope o Questionar os seguintes aspectos: Duração dos sintomas Recorrência Quantidade de perda sanguínea Mudança do hábito intestinal Antecedente de radioterapia Medicações com maior risco de sangramento, como aspirina e anticoagulantes orais Doenças intestinais prévias o Exame físico: Exame retal minucioso com inspeção da região perianal e toque Neoplasias malignas são acessíveis pelo toque retal em cerca de 40% dos casos o Avaliação laboratorial: Hemograma e coagulograma Em sangramentos com instabilidade hemodinâmica, deve-se acrescentar a dosagem de eletrólitos, lactato e gasometria arterial Diagnóstico: o Colonoscopia: Permite localizar o local do sangramento em 80% dos casos, avaliar a presença de estigmas de sangramento (hemorragia ativa, coágulos aderidos e vasos visíveis), e realizar a hemostasia O exame deve ser realizado após a limpeza do cólon, via oral ou por sonda nasoenteral Polietileno glicol ou manitol o Cintilografia: Técnica que utiliza hemácias marcadas com Tc 99m Sensibilidade alta Utilizada antes da arteriografia por ser um procedimento não- invasivo e com baixa incidência de complicações o Arteriografia: Importante em caso de hemorragia volumosa, na qual a eficácia da colonoscopia é menor Permite a identificação do local de sangramento e a embolização do vaso, diminuindo a necessidade de tratamento cirúrgico Complicações: trombose arterial, reação ao contraste e IRA o Enteroscopia: Indicada em pacientes cujo local de sangramento não foi identificado na endoscopia ou colonoscopia Vantagem: possibilidade de realizar biópsias e intervenções terapêuticas Desvantagem: tempo necessário para a realização é longo, podendo ultrapassar 3 horas, requerendo anestesia geral o Cápsula endoscópica: Indicada para exame do intestino delgado, principalmente em caso de Laura Catarine – M4 / Tutoria sangramento gastrointestinal obscuro Gera boas imagens, porém não consegue localizar precisamente qual o local do intestino delgado está com a lesão Não permite realizar biópsia e nem intervenções terapêuticas Pouco invasivo Contraindicada em caso de obstrução intestinal, pelo risco de impactação do dispositivo Tratamento: o Medidas iniciais: Transfusão de concentrado de hemácias para manter a Hb entre 8 e 9 mg/dl Em caso de coagulopatia, pode ser necessário a reposição de fatores de coagulação com plasma fresco ou concentrado de plaquetas ou transfusão de plaquetas o Tratamento específico: Métodos endoscópicos para hemostasia: Procedimentos térmicos: eletrocoagulação monopolar, plasma de argônio Procedimento de injeção: adrenalina, soro fisiológico, álcool e cola de fibrina Procedimentos mecânicos: Hemoclip Hemostasia durante a arteriografia: Infusão de vasopressina, levando à vasoconstrição arterial e contração intestinal, diminuindo o fluxo sanguíneo para a região acometida o Durante a infusão de vasopressina, o paciente deve ser mantido na UTI para ser monitorado, em caso de isquemia miocárdica ou periférica, além de hipotensão e arritmia Embolização arterial por meio da infusão de substâncias ou materiais não- absorvíveis no vaso acometido, provocando sua oclusão e reação inflamatória local Alguns pacientes necessitam de intervenção cirúrgica. É o caso de sangramento com instabilidade hemodinâmica, necessitando de transfusão de mais de seis unidades de concentrado de hemácias em 24h, ou sangramento persistente ou recorrente Sangramento gastrointestinal obscuro Definições: o Sangramento persistente ou recorrente que apresenta investigação inicial por endoscopia digestiva alta e colonoscopia inconclusiva o Pode ser oculto ou visível Etiologia: o O local mais comum é no intestino delgado o Etiologia mais comum é a angiodisplasia Manejo de pacientes com sangramento gastrointestinal obscuro: o Exames indicados: enteroscopia, cápsula endoscópica, cintilografia ou arteriografia Se mesmo assim a origem do sangramento não for Laura Catarine – M4 / Tutoria encontrada e o sangramento permanecer visível ou houver a necessidade de hemotransfusão, a abordagem cirúrgica deve ser considerada o Lesões acessíveis à endoscopia – tratamento endoscópico Laura Catarine – M4 / Tutoria Vasculite é o processo inflamatório de vasos, que pode estar associado a doença autoimune, infecções e agentes Primária ou secundária: o Primária – causa não identificada o Secundária – causa do aparecimento da vasculite é conhecida Endocardite bacteriana, hanseníase, LES e outras infecções Localizada ou Sistêmica: o Localizada – está restrita a um órgão ou tecido Vasculite de pele ou as angiites isoladas do SNC o Sistêmicas – atingem vários órgãos ou tecidos Vasculite sistêmica primária: enfermidade de origem determinada, causada por inflamação dos vasos que ocasiona falência em múltiplos órgãos o A vasculite é a causa da doença sistêmica Classificação de acordo com o calibre dos vasos acometidos: o Capilarites o Vasculites de pequenos vasos o Arterites de vasos de médio calibre o Arterites de grandes vasos Doença de Henoch-Schonlein: o Introdução: A púrpura de Henoch- Schonlein (PHS) é a forma mais comum de vasculites sistêmicas em crianças (3 – 15 anos) Na maioria dos casos é uma doença autolimitada É caracterizada por púrpura palpável em pacientes sem trombocitopenia, nem coagulopatia, além de artrite ou artralgia, dor abdominal e envolvimento renal o Patogênese: A PHS é uma doença vasculite imune associada ao depósito de IgA Achado histológico característico: vasculite leucocitoclática, com presença de restos de neutrófilos, acompanhada de depósitos de IgA nos órgãos acometidos Envolvimento de pequenos vasos na derme papilar o Quadro clínico: Púrpura palpável em pacientes sem trombocitopenia, nem coagulopatia Inicia com eritema, mácula ou urticária que evolui para púrpura palpável, equimoses ou petéquias Comum em MMII e nádegas Artrite e artralgia Grandes articulações de membros inferiores Sintomas gastrointestinais: Náuseas, vômitos, dor abdominal em cólica e íleo paralítico transitório Em casos graves, pode haver hemorragia, isquemia, necrose e até perfuração intestinal Normalmente, os sintomas ocorrem dentro de 8 dias após o aparecimento do rash Laura Catarine – M4 / Tutoria Doença renal: Pode se manifestar desde hematúria microscópica transitória até, GN rapidamente progressiva e insuficiência renal o Avaliação laboratorial: Níveis séricos de IgA elevado em 70% dos pacientes Contagem de plaquetas e coagulograma normal PHS após infecção bacteriana há leucocitose e VHS elevada Ao exame de urina pode apresentar hematúria, leucocitúria, cilindrúria e proteinúria o Critérios de diagnóstico: Púrpura palpável sem trombocitopenia, nem coagulopatia Dor abdominal difusa Artrite e Artralgia Biópsia com depósitos predominante de IgA Vasculite crioglobulinêmica: o Introdução: Crioglobulinas são imunoglobulinas precipitáveis no frio e reversíveis quando novamente aquecidas Vasculite crioglobulinêmica – presença anormal de crioglobulinas associada a vasculite Quando a doença responsável pelo aparecimento não é encontrada, chama-se crioglobulinemia essencial Mais comum em mulheres, e em maiores de 50 anos o Quadro clínico: Fraqueza e indisposição Lesões púrpuricas em membros inferiores – púrpura palpável Artralgias ou artrites Principais complicações são a neuropatia periférica e GN o Tratamento: Tratamento da causa primária Em caso de GN ou neuropatia periférica, está indicada a plasmaferese para retirada dos imunocomplexos circulantes, evitando maiores sequelas Se a crioglobulinemia for secundária a doenças do tecido conjuntivo: corticoides e imunossupressores Se a crioglobulinemia é secundária a neoplasias: quimioterapia Poliartrite nodosa: o Introdução: Poliartrite nodosa (PAN) é uma vasculite sistêmica necrosante que compromete artérias musculares de médio calibre, com envolvimento ocasional de pequenas artérias musculares o Etiologia: Na maioria dos casos, é idiopática Pode ser causada pela hepatite B e leucemia de células cabeludas o Patologia: Caracterizada por reação inflamatória com necrose fibrinóide em paredes de artérias de médio e pequeno calibre A PAN não envolve veias Os infiltrados celular possui leucócitos polimorfonucleares e células mononucleares Necrose fibrinóide é a necrose da parede arterial com aparência eosinofílica e homogênea A lesões arteriais são focais e segmentares, podendo ocorrer artérias com lesões em diversos estágios evolutivos: Laura Catarine – M4 / Tutoria agudo, crônico e fibrótico, além de artérias normais o Quadro clínico: Fraqueza, fadiga, febre, artralgias Hipertensão, insuficiência renal, disfunção neurológica, dor abdominal Manifestações cutâneas: Eritema nodoso, úlcera cutânea, erupção vesicular em MMII Pode ser grave, como infarto, gangrena de extremidades e ulcerações com extensão até o tecido subcutâneo Manifestações renais: Envolvimento renal, levando à hipertensão arterial e insuficiência renal Manifestações neurológicas: A mononeuropatia multiplexa comprometendo nervos radial, ulnar, peroneal, é um dos achados mais comuns em pacientes com PAN No início é assimétrica, que pode evoluir com simetria Manifestações gastrointestinais: Dor abdominal Perda de peso pode ser secundária à má absorção intestinal Doença progressiva pode resultar em infarto intestinal com perfuração Náuseas, vômitos, melena, diarreia sanguinolenta e sangramento gastrointestinal Doença muscular: Mialgia e fraqueza muscular A CPK pode estar levemente elevada Outras manifestações: Dor testicular – orquite Envolvimento ocular, de mama ou útero, e de artéria brônquicas o Diagnóstico: Clínica, exames físicos e testes laboratoriais Biópsia sempre que possível Exames laboratoriais: Leucocitose, plaquetose e anemia normo-normo Proteinúria e hematúria Pesquisar sorologia para hepatite B e C Confirmação por meio de análise histopatológica o Critérios para classificação: O diagnóstico de PAN é sugerido na presença de pelo menos 3 dos seguintes critérios: 1 – perda de peso não explicada 2 – livedo reticularis 3 – dor testicular 4 – mialgias 5 – mononeurite ou polineuropatia 6 – PA diastólica superior a 90 mmHg 7 – elevações séricas de ureia ou creatinina 8 – infecção pelo vírus hepatite B 9 – anormalidades arteriográficas características 10 – biópsia de artérias de pequeno ou médio calibre contendo polimorfonucleares na parede arterial o Tratamento: Glicocorticoides: Laura Catarine – M4 / Tutoria GC é a medicação de primeira linha Dose única diáriaou 2x ao dia, sendo de 40 a 60mg/dia Se a clínica do paciente e o VHS melhorarem, iniciar a diminuição da dose de GC o Diminuir 5 a 10 mg a cada 1-2 semanas o Quando a dose chegar a 15mg/dia, diminuir 1 mg a cada 2-3 semanas Imunossupressores: Indicado em 3 casos: 1 – vasculite rapidamente progressiva ou com envolvimento de órgãos viscerais 2 – a prednisona não contra a doença 3 – a prednisona não pode ser reduzida devido a recidiva da doença Ciclofosfamida na dose de 2 mg/kg/dia Doença de Kawasaki: o Introdução: A DK, também denominada síndrome do linfonodo mucocutânea, é uma das vasculites da infância mais comuns (<5anos) Condição frequentemente autolimitada, com febre e manifestações de inflamação aguda durando ao redor de 12 dias sem terapia Complicações: aneurisma da artéria coronária, comprometimento da função miocárdica com insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmia e oclusão arterial periférica o Etiologia permanece desconhecida o Quadro clínico: Quadro febril Conjuntivite não purulenta Eritema dos lábios e mucosa oral Língua em framboesa Adenomegalia Eritema palmar com descamação palmo-plantar Rash cutâneo Manifestações cardíacas, como pericardite e miocardite, são comuns na fase aguda A complicação cardíaca mais grave é o aneurisma da artéria coronária o Achados laboratoriais: Provas inflamatória elevadas (VHS e PCR), leucocitose com desvio a esquerda, trombocitose Anemia normo-normo Leucocitúria Elevação de transaminases/ Alterações no perfil lipídico Hiponatremia Hipoalbuminemia o Tratamento: Imunoglobulina endovenosa, 2 g/kg, administrada em única infusão por 8 a 12 horas associada ao AAS, 80 a 100 mg/kg/dia em 4 doses A dose de AAS deve ser reduzida após 48 horas do controle da febre Se o paciente permanecer febril, usar metilprednisona Arterite de Takayasu: o A AT é uma vasculite sistêmica que atinge principalmente mulheres jovens e Laura Catarine – M4 / Tutoria acomete a aorta, seus ramos primários e as artérias pulmonares o Normalmente, acomete pessoas de 15 a 35 anos, raramente acima de 50 anos o Etiologia e fisiopatologia: Etiologia desconhecida A patologia inicia na parede arterial entre as camadas média e adventícia, progredindo e envolvendo toda a parede arterial A doença evolui lentamente, o processo inflamatório é progressivamente substituído por fibrose, que predomina na camada adventícia e leva lentamente à oclusão arterial Ocorre proliferação da camada íntima que predispõe à ocorrência de tromboses Casos mais graves, geralmente, são acompanhados de febre e progride rapidamente, costumando ocorrer formação de aneurismas Depois de anos da evolução da doença, passa a se formar placas de ateroma nas artérias previamente lesadas o Quadro clínico: Alguns pacientes evoluem lentamente e totalmente assintomática Suspeita-se em caso de diminuição de pulso, sopro, ou assimetria da medida de PA nos membros Divide-se em AT pré- estenótica ou pós-estenótica; Na fase pré-estenótica as manifestações são inespecíficas, como febre, emagrecimento, indisposição, cefaleia, dor torácica atípica, dor abdominal e eritema nodoso Fase de difícil diagnóstico da AT Após esta fase, o paciente pode ou não apresentar um período assintomático Na fase pós-estenótica, predomina os sintomas de isquemia de órgãos e suas manifestações Às vezes, a AT pode ocorrer associada a várias doenças inflamatórias, como doença de Crohn e LES Exame físico: Palpação de pulsos periféricos a procura de sopro Medida da pressão arterial nos 4 membros Avaliação anual de fundo de olho para verificar retinopatia isquêmica ou hipertensiva Dor carotídea, que é pulsátil e desencadeada pela compressão da artéria Presença de eritema nodoso o Diagnóstico: Análise do aspecto das lesões por método de imagem – angioressonância Lesões longas em forma de ampulheta Provas laboratoriais de atividade inflamatória Ecocardiograma Avaliação e fundo de olho o Tratamento: Fase aguda da doença – prednisona, VO, 0,5 a 1 mg Se o paciente não melhorar, administrar metotrexato Utilização de baixas doses de AAS Arterite de células gigantes: o A ACG é uma inflamação de artérias de médio e grande calibre o Comumente, costuma envolver um ou mais ramos da artéria carótida, em especial, a artéria temporal Laura Catarine – M4 / Tutoria o Acomete indivíduos com mais de 50 anos o Achados histopatológicos: inflamação na parede arterial com predominância de linfócitos e macrófagos, que frequentemente sofrem organização granulomatosa com formação de células gigantes o O processo inflamatório leva à hiperplasia da camada íntima e a oclusão do lúmen o Fisiopatologia: Há apenas alguns modelos de como funcionaria a fisiopatologia da ACG As células dendríticas presentes na camada adventícia das artérias normais, podem ser ativadas na ACG por meio de receptores patógenos, e passarem a produzir quimiocinas capazes de atrair e reter células dendríticas, bem como linfócitos e macrófagos As células dendríticas processam e apresentam antígenos às células T Pontos de verificação que evitam a ativação excessiva de células T podem ser deficientes na ACG Os linfócitos B também estão presentes na fisiopatologia Estão reduzidos no sangue periférico e presente nas lesões A ativação e diferenciação das células T, as cascastas deamplificação são importantes para a inflamação transmural, e os macrófagos são os principais componentes desse processo As quimiocinas liberadas recruta, linfócitos e monócitos adicionais, promovendo a inflamação vascular Devido às citocinas, as células do musculo liso vascular adquirem um fenótipo pró- inflamatório e facilitam a progressão de infiltrados inflamatórios através da camada muscular Fatores angiogênicos, produzidos principalmente por macrófagos, induzem a neovascularização e ampliam a inflamação vascular Essa angiogênese possui um papel compensatório na prevenção da isquemia A camada medial das artérias inflamadas é invadida por células inflamatórias, resultando em perda de células de músculo liso Os macrófagos ativados junto com a perda dessas células produzem fatores de crescimento que resultam em hiperplasia da camada íntima e oclusão arterial A ACG é uma pan-arterite com infiltrados inflamatórios de macrófagos na parede dos vasos, com formação de células gigantes o Quadro clínico: Sintomas constitucionais – febre, fadiga e perda de peso Cefaleia – sensibilidade do couro cabeludo ao toque Comumente, ocorre na região temporal Podem piorar progressivamente, ou melhorar antes do tratamento Claudicação da mandíbula – dou ou fadiga mandibular causada pela mastigação e aliviada pela interrupção Envolvimento musculoesquelético – poliartralgias e mialgias proximais características Laura Catarine – M4 / Tutoria Envolvimento de grandes vasos – envolvimento da aorta e dos seus principais ramos proximais Envolvimento ocular – perda visual transitória ou perda permanente da visão o Diagnóstico: Biópsia de artéria temporal de pelo menos 1 cm Ultrassonografia das artérias temporal e axilar o Critérios classificatórios: 3 ou mais indicam ACG 1 – idade > 50 anos 2 – novo início de cefaleia localizada 3 – anormalidade da artéria temporal 4 – VHS aumentada 5 – Biópsia arterial anormal o Exames complementares: Testes hematológicos de rotina Testes químicos séricos selecionados VHS Elevado