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urgência e emergência @laura.medstudies Laura Catarine – M4 Caracteriza-se por um quadro de dor abdominal com necessidade de intervenção urgente o Não existe abdome agudo sem dor A dor abdominal apresenta alguns sinais de alarme Resulta do estímulo de nociceptores das fibras C Causada por estiramento, distensão ou contração Provoca dor vaga e mal localizada, como cólica ou queimação Pode ser descrita na região periumbilical ou hipogástrio Resulta da irritação do peritônio parietal Estimula nociceptores das fibras A O local da dor tem correlação com o segmento abdominal envolvido A dor costuma ser forte à palpação e pode ser positiva à descompressão brusca Ocorre quando um órgão comprometido é diferente da área em que se percebe a dor Resulta da convergência de neurônios aferentes viscerais e somáticos de diferentes regiões para neurônios de 2ª ordem no mesmo segmento Pode ser percebida na pele ou planos mais profundos Dor bem localizada Causas endócrinas e metabólicas: o Uremia o Crise diabética o Crise addisoniana o Febre hereditária do Mediterrâneo Causas hematológicas: o Crise falciforme o Leucemia aguda o Outras discrasias sanguíneas Toxinas e Drogas: o Envenenamento por chumbo o Intoxicações por outros metais pesados o Abstinência narcótica o Envenenamento por aranha viúva-negra Hemorragia: o Trauma de órgãos sólidos o Ruptura de aneurisma o Gravidez ectópica rota Infecções: o Apendicite o Colecistite o Abcesso hepático Perfuração: o Úlcera gastrointestinal perfurada Obstrução: o Volvo cecal o Volvo do sigmoide o Doença intestinal inflamatória Isquemia: o Doença de Buerger o Torção ovariana o Hérnias estranguladas Geralmente o paciente possui aspecto doentio Apreensivo e irritável, além de ansiedade para aliviar a dor Palidez acentuada e sudorese fria – Sugere úlcera perfurada, pancreatite ou gravidez tubária É provável que um paciente agitado não tenha peritonite, pois os movimentos fazem aumentar a dor o O paciente tem tendência a permanecer imóvel quando possui peritonite Necessário coletar FC, PA e temperatura o Hemorragias graves cursam com pulso acelerado e fino – Ex.: ruptura de vísceras maciças ou traumas o Fases tardias de peritonite cursa com pulso filiforme Febre: Laura Catarine – M4 o Na apendicite aguda, colecistite não- complicada, diverticulite e obstrução intestinal, a temperatura raramente passa de 38⁰C o Quando tem necrose e peritonite difusa a temperatura aumenta para 39⁰C o Febre elevada é incomum nas fases iniciais do abdome aguda Exame do abdome: o Inspeção: Procura de cicatriz cirúrgica que poderia levar a uma formação de brigas e oclusão intestinal Verificar distensão abdominal Observar orifícios herniários o Palpação: Deve ser iniciada na área distal do local da dor máxima Palpar todo o abdome com as duas mãos Contratura intensa sugere peritonite difusa o Ausculta: Realizada nos 4 quadrantes Mínimo de 3 minutos Os ruídos hidroaéreos pode estar aumentado em obstrução intestinal e diminuído na peritonite difusa o Sinal de Blumberg: Compressão profunda da parede abdominal seguida de retirada rapidamente da mão Positivo - Dor intensa no local Representa foco inflamatório intra- abdominal o Sinal de Rosving: Palpação do lado esquerdo do abdome Positivo – Dor no nível da FID Representa apendicite aguda o Sinal de Murphy: Compressão do ponto cístico, no hipocôndrio direito, ao tempo que o paciente inspira profundamente Positivo – Dor e inspiração entrecortada Colecistite aguda o Sinal de Jobert: A percussão sobre a área hepática Positivo – Hipertimpanismo Sugere ar livre na cavidade abdominal, por perfuração de uma víscera oca Exame retovaginal: o Pouco realizado o Massa dolorosa no exame pode representar abcesso o Na mulher, pode ser palmadas massas dolorosas e indolores no fundo-de-saco de Douglas Dor gradual e progressiva: o Colecistite o Hepatite o Pancreatite o Apendicite o Diverticulite o Abcesso tubo-ovariano o Gravidez ectópica Dor em cólica, com câimbras e intermitente – Possui um padrão crescente-decrescente: o Cólica biliar o Cólica ureteral o Obstrução do intestino delgado o Obstrução do cólon Dor súbita grave: o Ulcera perfurada o Ruptura de aneurisma da aorta o Cólica ureteral Utilizados para reforçar o diagnóstico clínico Pancreatite aguda – solicitar amilase e lipase Leucograma orienta em casos de abdome agudo inflamatório Dosagem de eletrólitos séricos, ureia no sangue e nível de creatinina – Avaliação do efeito dos vômitos ou acúmulo do líquido no terceiro espaço Função hepática – Avaliação das causas de dor abdominal aguda oriundas do trato biliar Lactato e Gasometria arterial – Úteis no diagnóstico da isquemia ou infarto intestinal Radiografia: o É considerado uma extensão do exame físico Laura Catarine – M4 o Radiografia simples do abdome em 2 incidências: decúbito dorsal e ortostase o Realizar também a radiografia de tórax em PA e perfil Permite a visualização das cúpulas frênicas e a detecção de pneumoperitônio Na pancreatite aguda, pode apresentar um derrame pleural o Permite a visualização de cálculos urinários e em trato biliar (15%) o A detecção de ar em via biliar indica uma colecistite enfisematosa por bactérias anaeróbicas ou uma fístula biliodigestiva o Apagamento da sombra do psoas – Patologias retroperitoniais USG de abdome: o A USG possui maior sensibilidade para colecistites agudas do que exames contrastados o Pancreatite aguda – O pâncreas está aumentado, podendo revelar um pseudocisto pancreático o Deve ser usada juntos com outro métodos TC de abdome: o Investigação não-invasiva mais sensível que o raio-x para identificar doença intra- abdominal e retroperitoreal o Importante na avaliação do trauma fechado Possui alta sensibilidade e especificidade, além de poder tratar algumas condições que causam abdome agudo A videolaparoscopia pode ser usada no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças Possui precisão diagnóstica igual à laparotomia Estabilização: o Avaliar estado hemodinâmico: o Sinais vitais e nível de consciência; descartar hemorragia e hipovolemia; o Em caso de instabilidade hemodinâmica: Acesso venoso periférico Reposição volêmica Monitorização cardíaca Oxigênio suplementar Manter as vias aéreas pérvias Avaliar necessidade de hemotransfusão o Identificar condições que ameacem a vida do paciente; o Pacientes em choque ou com sinais de peritonite necessitam de avaliação cirúrgica imediata; Alívio Sintomático: o Analgésicos e antieméticos: Os opioides podem alterar o exame físico dos pacientes com dor abdominal aguda, mas eles não interferem negativamente na conduta; Monitorização cuidadosa dos efeitos das drogas, principalmente a depressão respiratória no uso de opioide; Pacientes com dependência de opiáceos ou dor crônica geralmente requerem doses maiores; o Mulheres: Excluir gestação e doenças pélvicas: Exame físico (incluindo ginecológico) + beta-HCG; USG transabdominal/transvaginal (se necessário). Indicações Cirúrgicas: o Hemorragia o Infecção o Perfuração o Obstrução o Isquemia Laura Catarine – M4 É a inflamação do apêndice cecal Função do apêndice: o Órgão vestigial que serve como depósito para as bactérias comensais auxiliarem nos processos digestivos normais o Permite recolonização da microbiota intestinal no momento da destruição das bactérias entéricas Principal causa de dor abdominal aguda Fatores de risco: o Etnia branca o Sexo masculino o Jovens < 30 anos Causa: Obstrução do lúmen do apêndice 1 – A obstrução intraluminal impede a saída de muco e das bactérias do apêndice 2 – Produção contínua de muco e proliferação bacteriana 3 – Distensão luminal com estimulação dos nervos viscerais e produção da dor periumbilical, que normalmente dura de 4 a 6 horas 4 – A pressão intraluminal impede a perfusão arterial na parede do apêndice, que resulta em isquemia e inflamação tecidual 5 – Invasão das bactérias do lúmen na parede do apêndice 6 – Inflamação transmural, resultando em dor parietal localizada, no quadrante inferior direito 7 – Necrose e perfuração do apêndice, liberando conteúdo entérico para dentro do peritônio, resultando em peritonite e dor abdominal difusa o A classificação é dividida em fases: o Fase 0: Apêndice normal o Fase 1: Apêndice hiperemiado e edemaciado o Fase II: Apêndice dotado de exsudato fibrinoso o Fase III: Apêndice com abscesso e necrose o Fase IV: Apendicite perfurada. o Estas fases são divididas em não-complicada (casos I e II) e apendicite complicada (casos III e IV). Histórico anterior de sintomas semelhantes sugere outro diagnóstico, pois a apendicite é aguda Os sintomas do paciente normalmente piora durante o curso da doença o Pode apresentar alívio temporário por diminuição da pressão intraluminal, mas depois apresenta deterioração no quadro clínico por causa da peritonite Dor no QID o Inicia-se na região periumbilical e após 6 horas migra para o QID o Dor precedendo o vômito o Nenhum antecedente de dor semelhante Pode ter vômito Ocorre mais frequentemente no sexo masculino O paciente pode ter anorexia, náusea e dor que piora com tosse ou movimento Sinais e sintomas moderadamente úteis para diagnóstico: o Sensibilidade no QID o Rigidez da parede abdominal o Dor localizada no ponto de McBurney Sinais e sintomas levemente úteis para o diagnóstico: o Descompressão dolorosa o Defesa abdominal o Febre É muito alta quando há perfuração o Sensibilidade à percussão o Sinal do psoas Exame do abdome: o Inspeção geralmente normal o Percussão: Pode localizar o processo inflamatório O ponto mais doloroso é o ponto de McBurney Laura Catarine – M4 Hiperressonancia causada por gases o Palpação: O grau de irritação peritoneal determina a intensidade da dor à palpação o Sinais semiológicos: Blumberg: descompressão dolorosa indicando irritação peritoneal. Rovsing: dor na fossa ilíaca direita quando se comprime a fossa ilíaca esquerda. Lapinsky: dor à compressão da fossa ilíaca direita enquanto o paciente eleva o membro inferior esticado. Lenander: diferencial das temperaturas axilar e retal maior do que um grau (isto é, a temperatura retal encontra-se mais elevada do que comumente é, quando comparada com a axilar). Sinal do psoas: dor à extensão da coxa direita seguida de sua abdução, com o paciente deitado sobre o seu lado esquerdo. Sinal do obturador: dor em região hipogástrica ao realizar a rotação interna e passiva da coxa direita flexionada com o paciente em decúbito dorsal. Sinal de Dunphy: dor na fossa ilíaca direita que piora com a tosse .O exame retal não é indicado de rotina Deve-se realizar exame geniturinário para avaliação de patologia testicular/ginecológica Contagem de leucócitos: o Não diagnostica e nem exclui a apendicite o Quando elevada (>10.000) tem sensibilidade de até 85% e especificidade de até 82% Proteína C-reativa: o Baixo valor prognóstico no diagnóstico ou exclusão da apendicite o É um marcador inflamatório sistêmico, não específico o O PCR e contagem de leucócitos ajudam na na conduta e na necessidade de exame de imagem Exame de urina: o Piúria, hematúria e/ou bactérias em até 48% o Mais de 30 hemácias/campo ou 20 leucócitos/campo tem maior correlação com ITU do que com apendicite Outros exames laboratoriais: o Exame de gravidez em toda mulher em idade fértil com dor abdominal o Solicitar lipidograma, exames de função hepática e nível de lipase Radiografia simples do abdome: o Baixa sensibilidade e especificidade o Avalia outras causas para os sintomas, como obstrução ou perfuração intestinal o Apendicite avançada pode perfurar, resultando em pneumoperitônio visto no Raio-X Geralmente indica encaminhamento do paciente à cirurgia USG do abdome: o A USG com compressão gradual é comumente usada na avaliação de apendicite o Técnica: Aplicação de uma pressão constante com a sonda de USG no abdome para reduzir o gás intraluminal e colabar as paredes do intestino afim de promover a visualização do apêndice o Baixo custo, ausência de exposição à radiação ionizante e menor tempo de diagnóstico o Tem baixa especificidade e pode agravar a dor do paciente pela compressão gradual o Se não diagnosticado pela USG, indica-se a TC ou RNM de abdome o É mais útil em crianças o A USG à beira de leito não é tão eficaz no diagnóstico da apendicite, porem possui alta especificidade Tomografia do abdome: o Exame de escolha para avaliação definitiva de apendicite em não gestantes o Sensibilidade de 94 a 100% e especificidade de 91 a 99% o Desvantagem: Radiação ionizante O risco da radiação é maior em fetos e crianças o Para avaliação, pode-se realizar contraste endovenoso Contraste entérico tem pouca contribuição Laura Catarine – M4 o Apendicite aguda perfurada: o Sinais e sintomas clássicos de apendicite + irritação peritoneal localizada ou generalizada o Apendicite ilíaca: o Dor súbita no abdome inferior, intensa e difusa o Taquicardia frequente o Febre > 39°C o Toxemia frequente o Leucócitos de 15k a 25k o Fundo de saco sensível o Peristaltismo ausente o Descompressão positiva em todo o abdome o Contratura o Raramente tem pneumoperitônio o O sinal do psoas e do obturador é frequente o Apendicite pélvica: o Nesse caso a perfuração provoca poucos sinais e sintomas o Dor mais sentida na FID o Quase não existe contratura o Disúria é frequente o Diarreia ou tenesmo frequente o Irritação frequente do músculo obturador o Apendicite hiperplásica: o Quadro provável de apendicite aguda com evolução prolongada, em torno de 9-10 dias, com tumor palpável da FID o Apendicite na criança: o Maior morbimortalidade que no adulto o Possui diagnóstico mais difícil Quadro clínico atípico e não descrição dos sintomas o Perfuração acontece em até 50% das crianças o A peritonite grave é frequente o Apendicite nos idosos: o Possui um quadro clínico diferente do adulto: Dor pouco pronunciada Temperatura normal ou baixa Leucócitos normal ou baixo Perfuração em até 42% dos casos Alto índice de complicação séptica o Apendicite na gravidez: o Emergência cirúrgica mais comum na gravidez o Possui diagnóstico difícil: A dor abdominal, náuseas e vômitos são comuns na gravidez O apêndice é deslocado pelo útero gravídico, a dor então altera sua localização Leucocitose de 15k é comum em grávidas o Tratamento é sempre cirúrgico o Clínico: o MOV Monitorização contínua + Oxigênio suplementar se SatO2 < 95% + Acesso venoso periférico com jelco 18 o Infusão de solução cristaloides antes do ato anestésico para correção do déficit de volume o Antibioticoterapia: Cobertura para gram-negativos e aneróbicos Em pacientes sem perfuração, deve ser apenas uma dose de ATB Em apendicite perfurada, o tratamento com ATB deve se estender no pós-operatório até o paciente ficar afebril o Analgesia o Antieméticos o Cirúrgico: o Pode ser utilizada a laparotomia e a videolaparoscopia A videolaparoscopia é mais aceitável em obesos e em apendicite perfurada o Na laparotomia a incisão é no ponto de McBurney Laura Catarine– M4 Cetoacidose Diabética Definição Tríade: o Glicemia > 250 mg/dL o pH arterial < 7,3, excluída outras causas de acidose o Cetonemia positiva – na indisponibilidade da cetonemia, considerar cetonúria fortemente positiva Possui uma taxa de mortalidade < 3% Há alteração no metabolismo lipídico com produção de cetoácidos e consumo de bicarbonato Etiologia A CAD é precipitada por uma ausência total ou parcial da insulina o Por isso é mais comum em DM tipo 1, mas vem se tornando cada vez mais frequente na DM tipo 2 Pode ter seu início por causa de infecções e outros fatores estressores 20-30% dos pacientes com DM tipo 1 apresentam episódio de CAD por descontinuação da medicação Fisiopatologia O paciente apresenta uma resistência insulínica extrema causada pelos hormônio contrarreguladores (GH, cortisol e catecolaminas) que aumentam a produção de glucagon e lipólise A falta de glicose para produção de energia estimula o aumento da gliconeogênese e da glicogenólise o Isso aumenta ainda mais a glicemia, provocando a diurese osmótica que causa desidratação e aumento da osmolaridade A acidose acontece quando a ausência de insulina é total ou quase total o O aumento de glucagon diminui a produção da enzima malonil-coenzima A e aumenta a ação da carnitina-palmitil-transferase o Essas ações faz com que haja produção de energia por meio de lipídeos Desvantagem: A reação produz ácidos e acetona, o que leva ao quadro de cetoacidose A cetoacidose consome a reserva alcalina e diminui o pH sanguíneo Há também aumento da produção de lipídeos e triglicerídeos, que podem causar complicações como pancreatite Outras alterações: o Aumento da atividade da lipase hormônio- sensível – Aumenta a produção de corpos cetônicos; o Aumento da produção de prostaglandinas vasodilatadoras e vasoconstritoras pelo tecido adiposo – Causa hipotensão, náuseas e vômitos o Glicemia > 180 mg/dL cursa com glicosúria, desidratação e perda de eletrólitos o Aumento de citocinas e fatores pró- coagulantes aumentando o risco de TEV Fatores contribuintes para a fisiopatologia da CAD: Achados clínicos A CAD ocorre em jovens, com média entre 20-29 anos O paciente apresenta pródromos com duração de dias de poliúria, polidipsia, polifagia e mal-estar indefinido Laura Catarine – M4 Está desidratado o Pode estar hipotenso e taquicárdico, ainda que as extremidades estejam quentes e bem perfundidas por causa da ação de prostaglandinas Sinais e sintomas da acidose: o Taquipneia, com ritmo de Kussmaul quando o pH está entre 7-7,2 o Hálito cetônico – a cetona é volátil e eliminada na respiração O paciente apresenta-se alerta Dor abdominal, náuseas e vômitos que melhoram com a hidratação Pode apresentar manifestações clínicas da doença que for fator precipitante, como ITU Fatores principiantes da descompensação: Exames complementares Necessário a coleta de glicemia, gasometria, corpos cetônicos e sódio para avaliar se há acidose, cetonemia e aumento da osmolaridade Pode haver leucocitose devido ao estresse orgânico o Leucócitos > 25.000 células/mm3 indica presença de infecção Pode haver aumento do Ht e Hb, desidratação e consequente aumento da ureia e creatinina Potássio corporal está reduzido o Fósforo e outros eletrólitos podem estar diminuídos pela diurese osmótica Solicitar: o Gasometrial arterial e venosa – 4/4h o Glicemia e glicemia capilar – 1/1h o Potássio, fósforo, sódio, cloro e outros eletrólitos – Potássio de 2/2h e os outros de 12/12h o Hemograma o Urina tipo 1 o Cetonemia ou cetonúria Solicitar dosagem do beta- hidroxibutirato, pois as fitas reagentes só avaliam o ácido aceto-acético e este pode não estar presente o ECG Rastreia IAM como fator precipitante, verifica a presença de complicações da hipercalemia e de outros distúrbios hidroeletrolíticos o Radiografia de tórax Diagnostico diferencial Cetoacidose alcoólica – Não possui hiperglicemia Tratamento A CAD existe quando o pH < 7,3 o Hiperglicemia + cetose sem acidose é chamada de cetose diabética Hidratação: o Pode diminuir em 12% os níveis glicêmicos o Alvo inicial: estabilização hemodinâmica o 1ª fase: 1.000-1500 ml de SF 0,9% na primeira hora o 2ª fase: 4mL/kg/hora o Pacientes com sódio < 135 mEq/L usa-se o SF 0,9%, mas se o sódio estiver normal ou aumentado, usa-se a 0,45% o O uso de Ringer Lactato é melhor que o SF, pois o tempo de resolução da CAD é menor Insulinoterapia: o Não aplicar insulina no paciente se ele estiver com hipocalemia (K < 3,3 mEq/L) ou hipotenso Primeiro hidrata e repõe potássio e depois inicia insulinoterapia o Reposição de potássio: Repor 25 mEq de potássio em 1L de SF antes de iniciar a insulinoterapia (aproximadamente 1 ampola de 10 mL de KCl 19,1%) Apenas se K < 3,3 o Alternativa 1: 0,1 U/kg em bolus + 0,1 U/kg/hora em BIC Diluição para BIC: 50 unidades de insulina em 250 mL de SF, ficando 1U a cada 5 mL o Alternativa 2: Insulina regular IM ou SC 0,4 U/kg, sendo metade em bolus EV e a outra metade IM ou SC o Glicemia capilar mensurada a cada 1h o Queda esperada da glicemia: 50-70 mg/dL/h Laura Catarine – M4 Se a queda for maior que 70 – diminuir a taxa de infusão pela metade Se a queda for menor que 50 – dobrar a taxa de infusão o Desligar a BIC se 2 dos 3 critérios estiverem presente: pH > 7,3 Ânion-gap < ou igual a 12 Bicarbonato > ou igual a 15 Reposição de bicarbonato: o Recomendada apenas se pH < 6,9 o 100 mEq EV de bicarbonato em 2 horas Coletar gasometria após 1-2h Reposição de fósforo: o Indicada se: Disfunção cardíaca grave e arritmias Fraqueza muscular e insuficiência respiratória Rabdomiólise e anemia significativa < 1 mEq/L o Repor potássio e fósforo por meio do fosfato de potássio o 25 mEq em 1L de SF Manejo da CAD: Complicações das emergências hiperglicêmicas Hipoglicemia é a principal complicação da CAD Hipocalemia e suas complicações após início da insulinoterapia Edema cerebral em crianças em uso de soluções hipotônicas Indicação de internação Todos os pacientes com CAD e EHH devem ser internados Alta entre 12-24 após reversão do quadro e controle do fator precipitante Indicações de UTI: o Desconforto respiratório agudo o pH < 6,9 o Choque cardiogênico o Edema cerebral Seguimento ambulatorial para controle da diabetes Laura Catarine – M4 / Medicina de Emergência A DA é uma lesão de clivagem da camada média da aorta Ocorre por uma coluna de sangue dissecante ou por rompimento da íntima atingindo a média ou por rompimento vasa vasorum Taxa de mortalidade intra-hospitalar entre 25 a 30% 3 vezes mais comum em homens o As mulheres apresentam pior prognóstico A incidência aumenta com a idade Suspeita de DA = Elencar fatores de risco + sintomas + exame físico característico A DA é mais frequente nas primeiras horas da manhã Dor – sintoma mais comum o É aguda, e ocorre na região do tórax ou no dorso o Há casos de DA sem dor o Na maioria dos casos a dor é excruciante, abrupta, mais grave no início, afiada, como sensação de rasgão Outros sintomas: o Diaforese, náuseas, vômitos, tonturas e sudorese Sincope – 9% dos pacientes o Pode ser a única apresentação em alguns pacientes o Pacientes com sincope apresentam maior mortalidade Sintomas neurológicos, com fraqueza focal ou alteração do estado mental, podem ocorrer em até 17% dos casos Pode haver hipertensão grave refratária Pseudo-hipotensão pode ocorrer o A PA nos braços é baixa ou imperceptível e a PA central é normal ou alta o Resulta da interrupção do fluxo sanguíneo para as artériassubclávias Regurgitação aórtica – 32% dos pacientes o Sopro de insuficiência aórtica pode estar presente e IC pode se desenvolver Quando a integridade de um dos ramos da aorta está comprometida, há achados isquêmicos USG à beira do leito pode visualizar a aorta em seu trecho proximal o Pode apresentar sinais ultrassonográficos diretos e indiretos de DA, que podem ser usados para diagnosticar DA DA no abdome pode cursar com isquemia mesentérica, insuficiência renal, déficit de pulso femoral e isquemia das extremidades inferiores Antecedentes, história e exame físico sugestivo = Aplicação do escore de risco para detecção de DA (ADD-RS) Pacientes com escore 0 ou 1 e D-dímero negativo apresentam baixo risco o 50% dos pacientes se encaixam nessa classe Laura Catarine – M4 / Medicina de Emergência Exames mais utilizados: o D-dímero e exame de imagem Recomendado solicitar: o Hemograma, troponina, creatinina, AST, ALT, lactato, gasometria e D-dímero Fluxograma de diagnóstico de DA combinando ADD-RS, D-dímero e USG à beira do leito: O ECG não apresenta alteração específica de DA o Alterações ocorrem quando a DA ocorre perto do óstio das coronárias, levando uma obstrução no fluxo coronário o Hipertrofia ventricular em 26% dos casos Radiografia de tórax – anormal em até 90% dos casos o Inespecífico o Alargamento mediastinal – ocorre em metade dos casos o Derrame pleural – 19% dos casos o Uma radiografia de tórax isoladamente não exclui DA Ecocardiograma trasntorácico: o Insensível o Detecta derrame pericárdico e insuficiência aórtica Ecocardiograma transesofágico: o É o método diagnóstico primário em algumas instituições para detectar DA o Procedimento de escolha em pacientes instáveis que não podem deixar a área de ressuscitação ou de cirurgia o Dependente do operador Angio-TC de aorta: o Teste diagnóstico de escolha na maioria das instituições o Achados sugestivos de DA: Dilatação da aorta Presença de aba intimal Demonstração de lumens falso e verdadeiro Ressonância Magnética: o Boa opção em pacientes estáveis em quem o diagnóstico é incerto o Boa sensibilidade e especificidade o Disponibilidade limitada Classificação de Stanford: o Sistema mais comum o Baseada na localização anatômica da DA o DA tipo A: Envolve a aorta ascendente 62% de todos os casos o DA tipo B: Envolve a aorta descendente 38% dos casos Esses pacientes tendem a ser mais idosos, tabagistas com DPOC e têm aterosclerose e hipertensão generalizada Classificação de DeBakey: o DA tipo 1: Envolvimento extenso da aorta o DA tipo 2: Envolvimento da aorta ascendente isoladamente o DA tipo 3: Envolvimento da aorta descendente Tipo 3A: Envolve a aorta torácica descendente distal à subclávia esquerda e proximal à artéria celíaca Tipo 3B: Envolve a aorta torácica descendente distal à artéria subclávia esquerda sem Laura Catarine – M4 / Medicina de Emergência envolvimento de aorta ascendente Tratamento precoce e deve ser iniciado antes da confirmação diagnóstica Opioides para controle da dor e diminuir o tônus simpático o Morfina ou Fentanil Os pacientes com DA são tipicamente hipertensos Alvos do tratamento: o PAs de 100 a 120 mmHg o FC < 60 bpm A presença de lesões na aorta ascendente pode atingir 50% nas primeiras 48h Bloqueadores beta-adrenérgicos: o São necessários, uma vez que vasodilatadores, como o nitruprussiato de sódio, aumentam a frequência cardíaca e a taxa de aumento do pulso arterial, requerendo beta-bloqueadores o Esmolol: Ação ultracurta Bolus inicial de 500 mcg/kg + infusão de 50 a 200 mcg/kg/min Vasodilatadores: o Necessário para aumentar os efeitos anti- hipertensivos o Nitroprussiato de sódio – 0,5 a 3 mcg/kg/min o Nitroglicerina pode ser utilizada, mas tem efeito dilatador arterial menos efetivo que o nitroprussiato o Nicardipina pode ser utilizada quando não for possível associar um vasodilatador a um betabloqueador Pacientes com hipotensão devido à ruptura aórtica ou tamponamento pericárdico: o Manejo: Administração de fluidos EV e levados para sala de cirurgia o Aferição da PA nos 4 membros para descartar pseudo-hipotensão o Necessário descartar tamponamento cardíaco por meio de USG à beira do leito Se confirmado, realizar a pericardiocentese de alívio DA tipo A de Stanford - Requer tratamento cirúrgico imediato DA tipo B de Stanford – possui certas indicações para cirurgia o Isquemia de órgãos ou membros o Progressão da dissecção o Sinais de ruptura iminente o Dor refratária o Hipertensão refratária Laura Catarine – M4 Estado hiperosmolar hiperglicêmico Definição Definido por: o Glicemia > 600 mg/dL o Osmolaridade > 320 mosm/kg o pH arterial > 7,3 O paciente apresenta um estado de hiperglicemia importante associado a desidratação e aumento da osmolaridade Etiologia Fatores precipitantes: o 30-60% - Processos infecciosos o 5-8% - Causas cardio e cerebrovasculares Fisiopatologia A deficiência de insulina é relativa, por isso não ocorre elevação importante do glucagon, o que não permite a produção de cetoácidos Os pacientes com EHH apresentam desidratação mais intensa que na CAD o A diurese osmótica leva à perda de eletrólitos e perda de água livre, que leva ao aumento da osmolaridade Fatores contribuintes para fisiopatologia do EHH: Achados clínicos As manifestações neurológicas e alterações no nível de consciência são mais prevalentes na EHH do que na CAD Pode apresentar manifestações clínicas da doença que for fator precipitante, como ITU Fatores precipitantes da descompensação: Exames complementares Necessário a coleta de glicemia, gasometria, corpos cetônicos e sódio para avaliar se há acidose, cetonemia e aumento da osmolaridade Pode haver leucocitose devido ao estresse orgânico o Leucócitos > 25.000 células/mm3 indica presença de infecção Pode haver aumento do Ht e Hb, desidratação e consequente aumento da ureia e creatinina Potássio corporal está reduzido o Fósforo e outros eletrólitos podem estar diminuídos pela diurese osmótica Solicitar: o Gasometrial arterial e venosa – 4/4h o Glicemia e glicemia capilar – 1/1h o Potássio, fósforo, sódio, cloro e outros eletrólitos – Potássio de 2/2h e os outros de 12/12h o Hemograma o Urina tipo 1 o Cetonemia ou cetonúria Solicitar dosagem do beta- hidroxibutirato, pois as fitas reagentes só avaliam o ácido aceto-acético e este pode não estar presente Laura Catarine – M4 o ECG Rastreia IAM como fator precipitante, verifica a presença de complicações da hipercalemia e de outros distúrbios hidroeletrolíticos o Radiografia de tórax Necessário avaliar a osmolaridade: o Osmolaridade efetiva = 2x(Na+ corrigido) + glicemia/18 (valores > 320 mosm/kg indicam hiperosmolaridade) o Cálculo do sódio corrigido: Na+ corrigido = Na+ medido + 1,6 x [(glicemia medida – 100)/100] Diagnóstico diferencial Pacientes com confusão mental ou alteração no nível de consciência – Não possui hiperglicemia Tratamento Hidratação: o Pode diminuir em 12% os níveis glicêmicos o Alvo inicial: estabilização hemodinâmica o Início: 1.000-1500 ml de SF 0,9% na primeira hora No EHH pode ser necessário repetir essa dose, pois o paciente está muito desidratado o 2ª fase: 4mL/kg/hora o Pacientes com sódio < 135 mEq/L usa-se o SF 0,9%, mas se o sódio estiver normal ou aumentado, usa-se a 0,45% Insulinoterapia: o Não aplicar insulina no paciente se ele estiver com hipocalemia (K < 3,3 mEq/L) ou hipotenso Primeiro hidrata e repõe potássio e depois inicia insulinoterapia o Reposição de potássio: Repor 25 mEqde potássio em 1L de SF antes de iniciar a insulinoterapia (aproximadamente 1 ampola de 10 mL de KCl 19,1%) Apenas se K < 3,3 o Alternativa 1: 0,1 U/kg em bolus + 0,1 U/kg/hora em BIC Diluição para BIC: 50 unidades de insulina em 250 mL de SF, ficando 1U a cada 5 mL o Alternativa 2: Insulina regular IM ou SC 0,4 U/kg, sendo metade em bolus EV e a outra metade IM ou SC o Glicemia capilar mensurada a cada 1h o Queda esperada da glicemia: 50-70 mg/dL/h Se a queda for maior que 70 – diminuir a taxa de infusão pela metade Se a queda for menor que 50 – dobrar a taxa de infusão Reposição de fósforo: o Indicada se: Disfunção cardíaca grave e arritmias Fraqueza muscular e insuficiência respiratória Rabdomiólise e anemia significativa < 1 mEq/L o Repor potássio e fósforo por meio do fosfato de potássio o 25 mEq em 1L de SF Manejo da EHH: Laura Catarine – M4 Engloba todos os pacientes que apresentam interrupção ou retardo no funcionamento normal do tubo intestinal Alta: o Acontece no intestino delgado o Sintomas comuns: Vômitos biliosos, além de alcalose metabólica o Causas: Bridas, alguma hérnia interna, tumores Baixa: o Refere-se às regiões de cólon e reto o Sintomas: Vômitos mais tardios, com odor fecalóide Extrínsecas à parede intestinal: o Aderências o Hérnias o Neoplasias o Abcesso intra-abdominal Intrínsecas à parede intestinal: o Congênita: Má rotação Duplicações/cistos o Inflamatória: Doença de Crohn Infecciosas o Neoplásicas o Traumáticas o Diversos: Intussepção Endometriose Enteropatia radiotiva/estenose Intraluminal: o Cálculo biliar o Enterólito o Corpo estranho No início da obstrução, a motilidade e a atividade contrátil aumentam para expelir o conteúdo luminal além do ponto obstruído o O aumento do peristaltismo está acima e abaixo do local da obstrução Por isso, alguns pacientes cursam com diarreia O intestino delgado fica fadigado e dilata-se, com contrações menos frequentes e intensas Os líquidos e eletrólitos acumulam-se intraluminalmente e na parede intestinal o O paciente cursa com hipovolemia e desidratação Na obstrução alta do ID o paciente pode apresentar hipocloremia, hipopotassemia e alcalose metabólica associada a vômitos Na obstrução baixa do ID há maior perda de líquidos, mas a perda de eletrólitos é menos drástica Os pacientes podem se acompanhar de oligúria, azotemia e hemoconcentração, além de hipotensão e choque A obstrução de ID também pode aumentar a pressão intra-abdominal, redução no retorno venoso e elevação no diafragma, comprometendo a ventilação O aumento da pressão intraluminal pode reduzir o fluxo sanguíneo arterial para a mucosa, podendo progredir para isquemia e até perfuração intestinal e peritonite Com a obstrução há modificação da flora intestinal e aumento da quantidade de bactérias História: o Dor abdominal em cólica: Possui intervalos de 4 a 5 minutos e com menos frequência na obstrução distal o Náuseas e vômitos: Mais comuns em uma obstrução alta o Distensão abdominal: Aumenta conforme a obstrução progride o Incapacidade de eliminar flatos e fezes Laura Catarine – M4 Chamada de obstipação o Nos estágios iniciais, pode haver diarreia secundária ao aumento do peristaltismo o À medida que a obstrução evolui e há crescimento bacteriano, o vômito fica fecaloide Indica uma obstrução tardia e estabelecida Exame físico: o O paciente pode ter taquicardia e hipotensão Demonstra uma grave desidratação o Febre sugere estrangulamento o Abdome distendido, depende do nível da obstrução o Avaliação de cicatrizes cirúrgicas prévias o Ausculta: Pode demonstrar peristaltismo hiperativo com ruídos audíveis associados a peristaltismo vigoroso o Pode ter dor abdominal leve, com ou sem massa palpável Dor abdominal localizada, rebote ou defesa sugere peritonite e probabilidade de estrangulamento o Presença de fezes com sangue oculto pode indicar doença maligna, intuscepção ou infarto intestinal Exames de imagem e laboratorial: o A radiografia confirma suspeita clínica e define o local de obstrução Apresenta alças dilatadas, sem dilatação do cólon Pode demonstrar o corpo estranho que está causando a obstrução Os estudos com bário são utilizados em pacientes com história de obstrução recidivante e/ou obstrução mecânica de baixo grau o TC de abdome: A TC é sensível para determinar a localização e a causa da obstrução Útil na suspeita de causa extrínseca de obstrução intestinal Pode determinar estrangulamento intestinal, mas nesse caso já é irreversível e necrosado o USG: Utilizados em mulheres grávidas Exames laboratoriais: o Não são úteis para diagnóstico, mas avaliam o grau de desidratação o Dosagem sérica de sódio, cloro, potássio, bicarbonato e creatinina o Aumento do hematcrito – A desidratação pode cursar com hemoconcentração o Leucocitose pode ser encontrada em pacientes com estrangulamento A ausência de leucocitose não descarta a possibilidade de complicação Obstrução simples: o Envolve o bloqueio mecânico do fluxo do conteúdo luminal sem comprometimento da viabilidade da parede intestinal Estrangulamento: o Envolve uma obstrução em alça fechada, em que o suprimento vascular está comprometido, podendo levar a um infarto intestinal o Maior risco de morbimortalidade o Sinais clássicos: Taquicardia, febre, leucocitose e dor abdominal constante A TC é útil para determinar apenas a presença de isquemia irreversível Hidratação com líquidos e antibióticos: o Reposição endovenosa agressiva com Ringer Lactato o Débito urinário monitorado pela colocação de um cateter de Foley o Administração de cloreto de potássio, se necessário o Os ATB são administrados como profilaxia Descompressão com sonda: o Aspiração nasogástrica realizada com sonda de Levin o Esvazia o estômago, diminuindo o risco de aspiração pulmonar de vômitos e diminuindo a distensão abdominal o Pacientes com obstrução intestinal parcial podem ser tratados com hidratação e descompressão, por meio de uma sonda nasogástrica Tratamento cirúrgico: o Paciente com obstrução completa requer uma intervenção operatória Laura Catarine – M4 O tratamento não cirúrgico é almejado, mas em pacientes que não respondem ao tratamento conservador, é necessária uma reoperação As reoperações devem ser cuidadosas para evitar eventuais acidentes que levam a enterotomias Complicações mais comuns: o Fístulas, deiscências, peritonite e morte É a obstrução do intestino delgado que ocorre no pós-operatório Sintomas primários: Dor abdominal, náuseas e vômitos Hiperpotassemia pode ser a causa, portanto deve ser corrigida Mais de 90% são resolvidas espontaneamente Tratamento: o Repouso intestinal o Reposição volêmica o Reposição de eletrólitos o Nutrição parenteral Distensão abdominal com dificuldade ou asencia da passagem do conteúdo luminal sem uma obstrução mecânica definida Causas: o Pós-laparotomia o Distúrbios metabólicos e eletrolíticos o Drogas: Drogas anticolinérgicas, bloqueadores autônomos, anti- histaminicos e agentes psicotrópicos, como haloperidol o Inflamação intra-abdominal o Hemorragia ou inflamação retroperitoneal o Isquemia intestinal o Sepse sistêmica Achados clínicos: o A distensão abdominal, sem dor em cólica, é o achado mais frequente o Náuseas e vômitos podem ou não ocorrer o Podem ter eliminação de flatos e diarreia A radiografia pode distinguir o íleo da obstrução do ID Tratamento: o Suporte – Aspiração nasogástrica e reposição de líquidos intravenosos o Correção da condiçãosubjacente Dinâmica/Mecânica: o Bloqueio do intestino grosso resultando em maior contratilidade intestinal como resposta fisiológica Adinâmica/Pseudo-obstrução: o Ausência de contratilidade intestinal, associada a motilidade ausente ou reduzida do intestino delgado e do estômago Câncer colorretal – Causa mais comum Volvo colônico Impactação fecal Bário condesado Corpos estranhos Carcinoma Inflamação Aderências Hérnias Abcessos Dependem da causa e da localização da obstrução Impossibilidade de evacuar, ausência de eliminação de flatos, aumento da distensão abdominal e dor abdominal em cólicas O cólon distende-se conforme o gás, as fezes e líquidos se acumulam próximo ao local de bloqueio O suprimento sanguíneo pode tornar-se comprometido ou estrangulado O retorno venoso é bloqueado inicialmente, causando edema localizado que pode ocluir o suprimento arterial do cólon e causar isquemia Inicialmente é estrangulado apenas o segmento encarcerado, mas o cólon proximal torna-se progressivamente dilatado Ocorre quando as partes proximais e distais do intestino estão ocluídas Causas: o Hérnia estrangulada o Volvo Ocorre quando um câncer oclui o lúmen do cólon na vigência de uma valva ileocecal continente Pode resultar em necrose e perfuração Depende da etiologia Laura Catarine – M4 Avaliação imediata para impedir isquemia e gangrena de cólon o Anamnese e exame físico completo o Radiografia de abdome para estabelecer a localização da obstrução o TC pode ser útil para revelar um processo inflamatório Câncer colorretal – Alívio da obstrução com uma colostomia em alça, seguinte de quimiorradiação neoadjuvante, com propósito de ressecar a lesão primária posteriormente Câncer de cólon sigmoide – Cirurgia Doença com distensão do cólon, com sinais e sintomas de obstrução colônica, na ausência de uma causa física real de obstrução Patogênese desconhecida Classificação: o Primária: Distúrbio da motilidade devido a uma miopatia visceral familiar ou um distúrbio difuso da motilidade o Secundária: Mais comum Associadas a medicações, doenças metabólicas, doença de Parkinson e hematomas traumáticos retroperitoneais Pode ter uma forma aguda ou crônica o A fase aguda costuma envolver apenas o cólon Suspeita: o Paciente clinicamente enfermo subitamente desenvolve distensão abdominal o Abdome timpânico, não doloroso, com movimentos peristálticos presentes o Radiologia – Obstrução do intestino grosso Tratamento: o Descompressão nasogástrica o Reposição de déficits de líquidos extracelulares o Correção de anormalidade eletrolíticas o Suspensão das medicações que inibem a motilidade intestinal o Bloqueio simpático por anestesia epidural para aliviar a pseudo-obstrução colônica o Administração de Neostigmina 2,5 mg Estimula a atividade parassimpática pela competição com a acetilcolina para os sítiosde ligação da acetilcolinesterase Laura Catarine – M4 Os traumas abdominais penetrantes estão relacionados à violência urbana, e os traumas contusos ocorrem por mecanismos de alta energia O tratamento de pacientes com trauma abdominal e instabilidade hemodinâmica é a abordagem cirúrgica por laparotomia exploradora No choque hemorrágico por trauma abdominal devemos realizar a ressuscitação volêmica O uso de ácido tranexâmico deve ser considerado em pacientes adultos graves com menos de 3 horas do trauma o Dose: 1 g EV em 10 minutos seguido de infusão de 1 g em 8 horas O conhecimento da topografia abdominal é fundamental para identificação de lesões em órgãos- alvo Abdome anterior: o Associados a lesões em vísceras ocas Transição toracoabominal: o O limite entre cavidades abdominal e torácica é o diafragma, que varia de altura de acordo com o ciclo respiratório o Durante a expiração a transição toracoabdominal pode alcançar a altura do 4-5° espaços intercostais, e ferimentos abaixo desse espaço podem levar a lesões de vísceras torácicas e intestinais Flancos: o Traumatismos penetrantes nessa região devem levar a alta suspeita para trauma retroperitoneal Cavidade pélvica: o Lesões do anel pélvico podem levar a sangramentos volumosos por lesões de plexos venosos ou arteriais A biomecânica do trauma deve ser sempre esclarecida, pois alguns mecanismos possuem correlação com lesões intra-abdominais graves o Exemplo: Lesões de duodeno causadas por trauma contuso A suspeita de comprometimento hemodinâmico deve conduzir à pesquisa de fontes de sangramento O paciente pode apresentar dor referida (irritação no diafragma): o Dor referida em ombro esquerdo – Lesão esplênica o Dor referida em ombro direito – Lesão hepática A avaliação inicia com exame físico: o 1 – Exposição completa do abdome o 2 – Inspeção: Lesões na pele que indicam mecanismo contuso de trauma (lesões de cinto de segurança) Orifícios de ferimentos penetrantes Entrada de projéteis Distensão abdominal Hematomas Evisceração Sangramento o 3 – Palpação: Dor abdominal difusa Dor em apenas um quadrante Fraturas de arcos costais inferiores Achados relacionados com lesões intra-abdominais: o Presença de marca do cinto de segurança o Dor à descompressão o Hipotensão – PAS < 90 mmHg Interpretada como resultado de sangramento o Distensão abdominal o Abdome em tábua o Fratura concomitante de fêmur Deve ser realizada a avaliação da pelve: Laura Catarine – M4 o Começa com a palpação da sínfise púbica e dos ossos pélvicos o Pelves instáveis em pacientes instáveis devem ser estabilizadas Realizada com dispositivos específico ou com lençol posicionado na altura dos trocânteres maiores o A avaliação da região perineal busca sinais sugestivos de lesões o Toque vaginal é indicado na suspeita de trauma pélvico FAST: o É um protocolo, que usa o USG para avaliação do abdome à beira do leito o Realizado para responder duas perguntas: Há liquido livre na cavidade abdominal? Há liquido no saco pericárdico e, se presente, leva à compressão de câmaras cardíacas? o Sensibilidade de 74% e especificidade de 96% o Indicação: Todo paciente vítima de trauma, principalmente na suspeita de tamponamento cardíaco, trauma abdominal fechado com instabilidade hemodinâmica ou trauma abdominal penetrante sem indicação cirúrgica emergencial o Positivo – Avaliação imediata do cirurgião o Avalia 4 janelas: hepatorrenal, esplenorrenal, suprapúbica e subxifóidea o Limitação do uso do FAST: Pacientes obesos Não identifica adequadamente sangramentos retroperitoneais Índices elevados de falso-positivo em pacientes com líquido abdominal livre previamente, como hepatopatas o TC de abdome: Complementa o FAST, pois avalia o retroperitônio e identifica o sítio de sangramento Padrão-ouro Deve-se examinar detalhadamente o abdome, pelve e região perineal do paciente Indicação de exames laboratoriais e exames de imagem: o Dor abdominal o Distensão o Estigmas de trauma o Mecanismo de trauma suspeito o Rebaixamento de nível de consciência o Lesões distrativas o Idosos e pacientes em uso de anticoagulantes Raramente necessita de intervenções cirúrgicas de emergências Exame padrão-ouro: TC de abdome e pelve com contraste endovenoso e fase arterial Pacientes com exame físico normal e trauma de baixa energia, deve-se realizar exame físico e FAST seriados durante 24h Não solicitar amilase e lipase no trauma pancreático Mecanismos de fratura do anel pélvico: o Compressão lateral – 60 a 70% o Compressão anteroposterior- 15 a 20% o Cisalhamento vertical – 5 a 15% o Mecanismos combinados Os traumas pélvicos geralmente são de altaenergia o Por isso, deve-se investigar se houve TCE concomitante Trauma vesical: o Pode levar ao extravasamento de urina o Avaliação por meio de uretrocistografia retrógada ou TC com contraste em fase tripla (arterial, venosa e excretora) Na lesão ureteral, a sondagem vesical está contraindicada o Pode transformar uma ruptura parcial em total O fígado é a terceira estrutura em frequência de lesões Nos traumas contusos, o fígado é a segunda víscera mais acometida Achados: o Dor quadrante superior direito o Estigmas de trauma no local o Dor referida em ombro direito o Fraturas de arcos costais próximos ao fígado o Mecanismo de trauma de alta energia Exame padrão-ouro: TC de abdome com contraste As lesões são graduadas pela AAST o Grau 1 a 5 Laura Catarine – M4 o Presença ou ausência de extravasamento de contraste na fase arterial (blush) Tratamento não cirúrgico é padrão-ouro em pacientes estáveis Pacientes estáveis com blush podem ser submetidos à arteriografia e embolização por radiologia intervencionista Mecanismo mais comum: trauma fechado por acidente automobilístico A maioria dos casos é uma lesão isolada Achados: o Dor em hipocôndrio esquerdo o Fraturas de costelas à esquerda o Dor em ombro esquerdo o Estigmas de trauma Exame padrão-ouro: TC com contraste endovenoso As lesões são classificadas pela AAST: o Grau 1 a 5 o Os graus iniciais possuem melhor resposta ao tratamento não cirúrgico o Em caso de blush (sangramento ativo) ou pseudoaneurisma de circulação esplênica, há benefício na embolização ou abordagem cirúrgica São os órgãos do sistema geniturinário mais lesados por trauma Mecanismo: trauma de desaceleração rápida Achados: o Hematúria o Trauma de desaceleração rápida o Trauma em flanco ou dorso o Instabilidade hemodinâmica sem foco de sangramento aparente Exame padrão-ouro: TC com fase arterial, venosa e excretora ou laparotomia exploradora A lesões são classificadas pela AAST em grau de 1 a 5 Lesões de sistema coletor podem cursar com extravasamento urinário e formação de coleções de urina Comum em lesão penetrante Rara em traumas contusos Lugares mais lesados: o Próximo ao ângulo de Treitz o Íleo distal Laura Catarine – M4 É qualquer lesão muscular, óssea ou de órgãos da cavidade torácica A maioria é por mecanismo contuso e não necessita de conduta emergencial o Quando penetrante, necessita de cirurgia em até 30% dos casos Cada lesão torácica tem sua fisiopatologia, com diagnósticos e condutas diferentes Geralmente as lesão torácicas são associadas à: o Hipóxia o Hipercapnia o Acidemia Ocorre por retenção de gás carbônico por comprometimento ventilatório e aumento do metabolismo anaeróbico por comprometimento circulatório A oxigenação pode estar normal em pacientes com lesões pequenas, mas pode evoluir para dispneia, agitação psicomotora e diminuição da saturação na avaliação secundária o O ATLS indica máscara não reinalante para todos os pacientes com suspeita de lesão torácica A ventilação pode estar comprometida por outros mecanismos: o Rebaixamento do nível de consciência o Dor o Fadiga muscular o Distúrbios de pressão - Pneumotórax o Intoxicação Identificar a causa do distúrbio ventilatório e tratar o Fraturas de arcos costais – Analgesia o Intoxicação por opioides – naloxona A acidemia deve ser tratada de acordo com sua causa o Suporte à ventilação ou Correção do choque A ressuscitação volêmica deve ser cautelosa para evitar hipervolemia e, consequentemente, o edema pulmonar Exame padrão-ouro: TC de tórax com contraste endovenoso em fases arterial e venosa o Não se deve aguardar a função renal para realização da TC no politraumatizado O USG point of care pode ser utilizado para avaliação de pneumotórax, hemotórax, tamponamento cardíaco e contusão pulmonar o eFAST avalia a presença de líquido livre, derrame pleural e pneumotórax A obstrução pode ocorrer por aspiração de substâncias (sangue, saliva), corpos estranhos, lesões diretas ou compressivas Suspeitar quando: o Estridor o Sinais de esforço respiratório o Alterações de voz o Conteúdo visível na boca o Estigmas de trauma o Enfisema subcutâneo Abordagem: o Posicionamento adequado das vias aéreas Deve respeitar a imobilização cervical Chin lift e Jaw thrust o Aspiração e remoção de corpos estranhos o Paciente com lesão de via aérea é um possível candidato para via aérea definitiva São lesões raras, com potencial de causar pneumomediastino, pneumotórax e óbito Ocorre por mecanismo de alta energia ou desaceleração espontânea Diagnóstico: o Hemoptise, esforço respiratório, cianose, enfisema subcutâneo em tórax e cervical (sinal mais comum), pneumotórax e pneumomediastino Laura Catarine – M4 o Em caso de pneumotórax, após a drenagem há escape aéreo constante e persistente no selo d’água o Exame padrão-ouro: TC ou visualização direta por broncoscopia Tratamento: o Intubação orotraqueal: Quando colocada acima da lesão, o ar pode escapar pela lesão e causar instabilidade hemodinâmica Deve ser guidada por broncoscopia para que o tubo seja colocado o mais distante da lesão Pacientes instáveis ou que não é possível controlar a saída de ar por intubação guiada, está indicado a cirurgia Definição: o Acúmulo de ar no espaço pleural o Complicação comum no trauma torácico – 15 a 50% dos casos Fisiopatologia: o Pneumotórax simples: É simples quando não há comunicação com a atmosfera, desvio do mediastino ou hemidiafragma Frequentemente causado por arco costal fraturado, que lacera a pleura o Pneumotórax aberto: Está associado a um defeito na parede torácica Ocorre comumente em lesões em combate, como por PAF O pulmão colapsado encolhe na inspiração e se expande na expiração Inspiração: o diafragma contrai, provocando uma pressão intratorácica negativa, que direciona o ar pela ferida torácica aspirativa, na cavidade pleural, fazendo que as estruturas do mediastino se desloquem para a esquerda do paciente Expiração: o diafragma recua fazendo que o ar saia do tórax, permitindo que o mediastino volte para a posição normal. o Pneumotórax hipertensivo: Ocorre acúmulo progressivo de ar sob pressão na cavidade pleural, com desvio do mediastino e compressão do pulmão contralateral e dos grandes vasos Ocorre quando a lesão age como uma válvula unidirecional, levando a um aumento progressivo da pressão intrapleural O ar entra na inspiração, mas não sai na expiração O desvio do mediastino comprime a veia cava, diminuindo o débito cardíaco Resulta em hipóxia, acidose e choque Características Clínicas: o Dispneia e dor torácica o Pode estar falsamente saudável ou até com cianose e taquipneia o Exame físico: Murmúrios vesiculares diminuídos ou ausentes Hipertimpanismo no lado afetado Enfisema subcutâneo o Pneumotórax hipertensivo: Gravemente doentes em poucos minutos Dispneia, agitação, inquietude, cianose, taquicardia e hipotensão, e às vezes, turgência jugular Exames Diagnósticos: o Radiografia de tórax em ortostase Exame inicial o USG tem maior sensibilidade que o raio-x o A suspeita de pneumotórax hipertensivo é indicação de drenagem torácica imediata Laura Catarine – M4 Não é necessário esperar resultado de exame confirmatório o Pneumotórax oculto: É o pneumotórax que não aparece no raio-x, mas é visualizado na TC Tratamento: o Paciente assintomático e com exame inicial negativo deve ser observado por 6 horas Se a imagem inicial for uma radiografia, ela deve ser repetida antes da alta o Pneumotórax simples: Pequenos pneumotóraxpodem ser observados sem intervenção Inserção de um dreno após qualquer sinal de deterioração Pneumotórax moderado a grave deve ser tratado com dreno torácico Localização do dreno: 4- 5° EI na linha axilar média O dreno deve ser fixado a um sistema em selo d’água para permitir a reexpansão do pneumotórax Complicações da drenagem torácica: hemotórax, edema pulmonar, empiema, enfisema subcutâneo, infecção e outros Uso de ATB na drenagem em politraumatizados ou com hemotórax – Cefazolina, vancomicina ou clindamicina o Pneumotórax aberto: Curativo parcialmente oclusivo A ferida nunca deve ser vedada, pois a pressão negativa pode sugar o curativo Deve ter cuidado na transformação em pneumotórax hipertensivo Tratamento definitivo - Reparo cirúrgico o Pneumotórax hipertensivo: Descompressão imediata por meio de toracocentese com agulha Inserção de um dreno torácico na emergência Definição: o Acúmulo de sangue no espaço pleural após trauma torácico o Pode causar choque hipovolêmico e levar ao óbito o Comumente associado a pneumotórax e lesões extratorácicas Fisiopatologia: o Sangramento do parênquima pulmonar, artérias torácicas ou artérias intercostais Quadro clínico: o Desconforto respiratório, taquicardia e hipóxia o Murmúrios vesiculares diminuídos o Graus variáveis de choque hipovolêmico Exames Diagnósticos: o Radiografia de tórax em ortostase é o principal exame diagnóstico O fluido diminui o ângulo costofrênico e segue as margens pleurais da parede torácica o O hemotórax maciço pode criar um hemotórax hipertensivo, com sinais e sintomas de choque obstrutivo e hemorrágico o A USG tem maior sensibilidade que o raio-x Tratamento: o O manejo consiste em restaurar o volume sanguíneo circulante, controlar a via aérea e evacuar o sangue acumulado o Dreno inserido no 5° EI na linha axilar anterior e conectado a um sistema de selo d’água com aspiração o Hemorragia grave requer toracostomia ou toracotomia aberta o A autotransfusão pode ser realizada com sucesso na drenagem torácica Elimina o risco de reações de incompatibilidade e transmissão de certas doenças o Drenagem imediata de mais de 1,5L de sangue é indicação de toracotomia de urgência, ou a saída de 200mL/h por 3h É uma importante causa de restrição ventilatória pela dor que provoca Laura Catarine – M4 Está associada a lesões viscerais, como pneumotórax, hemotórax, lesões hepáticas e esplênicas Diagnóstico: o Queixa de dor torácica localizada, agravada por tosse, inspiração profunda ou mudança de posição o Exame físico completo do tórax, com palpação detalhada dos arcos costais Dor à palpação do local fraturado o A radiografia de tórax deve ser feita em todo paciente com suspeita de fraturas costais o TC de tórax é o exame padrão-ouro Tratamento: o Analgesia o Oxigenação o Expansão volêmica Definição: o Caracterizada quando as fraturas de arcos costais acometem dois locais diferentes em pelo menos duas costelas contíguas Fisiopatologia: o As fraturas formam um retalho costal móvel que provoca a respiração paradoxal Colabamento durante a inspiração e abaulamento na expiração Diagnóstico: o Avaliação por meio do exame físico Visualização de movimentos paradoxais durante a respiração Palpação em pacientes obesos e mulheres com mamas volumosas o A visualização de fraturas múltiplas de costelas na radiografia do tórax sugere mas não confirma diagnóstico Tratamento: o Analgesia adequada Sistêmica e local o Suporte de oxigênio e fisioterapia respiratória Imobilização interna com ventilação com pressão positiva através de tubo endotraqueal o Expansão volêmica Evitar hipervolemia e piora das lesões Consequentes a contusão ou feridas torácicas O paciente geralmente apresenta febre, dor torácica, dispneia e hemoptise o Os sintomas geralmente desaparecem em uma semana Diagnóstico: o Realizado por meio da radiografia de tórax o Os hematomas podem ser volumosos, atingindo um lobo inteiro Tratamento: o Administração de antibióticos e antiinflamatórios A conduta depende da natureza, localização e tamanho do corpo estranho Os projéteis só deverão ser retirados se localizados perto de estruturas nobres ou identificados durante a toracotomia Ferimentos por tiro de cartucheira a pequena distância possui indicação cirúrgica o Pode produzir infecções graves A retirada de arma branca encravada no tórax deve ser realizada por meio de toracotomia Laura Catarine – M4 Traumas raquimedulares ocorrem a partir de traumatismo na medula espinhal, como em acidentes de carro ou quedas, por exemplo. Epidemiologia: o TRM afeta principalmente adultos jovens com idade entre 16 a 30 anos o Até 78% dos pacientes são do sexo masculino A lesão medular aguda é um processo em duas etapas o O mecanismo primário decorre da lesão mecânica inicial devido à deformação e à transformação da energia no local o O mecanismo secundário compreende uma cascata de processos bioquímicas e celulares que são desencadeados pelo processo primário e causam danos celulares contínuos e morte celular Mecanismo primário: o O mais frequente mecanismo primário de TRM é o impacto de ossos e ligamentos contra a medula espinal por elevadas forças de translação o Pode ocasionar várias lesões da coluna vertebral, que podem ser identificadas por radiografias simples, TC ou RM o A medula espinal pode em consequência disso ser comprimida, distendida ou esmagada por fraturas ou luxações, fraturas explosivas de corpos vertebrais ou por discos intervertebrais o A lesão medular por fragmentos ósseos pontiagudos ou por arma branca ou por projéteis de armas de fogo pode produzir uma mistura de laceração, concussão, contusão e/ou compressão da medula espinal Mecanismos secundários: o Decorrem das cascatas bioquímicas ocorridas após o evento inicial dão origem a uma lesão medular continua e à deterioração neurológica o Causam danos ao tecido neural ao nível celular Patologia Macroscópica: o Lesões medulares espinais sólidas: Trata-se uma medula espinal com aparência macroscópica normal, sem evidências de amolecimento, descoloração ou formação de uma cavidade o Contusões/cavidades: Não evidenciam nenhuma solução de continuidade ou ruptura na anatomia de superfície e não há aderências durais Áreas de hemorragia e necrose são identificadas no parênquima medular espinal Em muitos casos, essas lesões se afinam em sentido rostral e caudal em forma de cone o Lacerações: Acarretam a desorganização clara da anatomia de superfície É causado mais comumente por lesões penetrantes ou por fragmentos ósseos pontiagudos As lesões se caracterizam por uma ruptura da glia limitante, com danos ao parênquima medular espinal subjacente o Compressão maciça: A medula espinal é macerada ou esmagada em grau variável Essa lesão se acompanha frequentemente de graves fraturas ou deslocamentos de corpos vertebrais Histopatologia: o Fase Imediata – 1 a 2 horas iniciais: Consiste na desorganização mecânica efetiva dos tecidos que ocorre no momento do trauma, como rupturas, compressão e distorções Alterações vasculares são encontradas comumente e se caracterizam por vasodilatação, congestão e hemorragias petequiais Essa ausência de alterações patológicas no período inicial mostra que a patologia da lesão medular se deve também aos Laura Catarine – M4 fenômenos secundários, que incluem edema progressivo, isquemia, hemorragias, inflamação e hipertermia o Fase Aguda – De horas a 1/2 dias: Caracterizada por alterações vasculares, edema, hemorragias, inflamação e alteraçõesneuronais e da mielina O edema pode ser vasogênico ou citotóxico O edema vasogênico é o vazamento de líquido do plasma para o espaço extracelular por ruptura da barreira hematencefálica (BHE) O edema citotóxico decorre da tumefação intracelular após a morte O edema por qualquer desses mecanismos pode ocasionar a isquemia induzida por pressão, em consequência da diminuição do fluxo sanguíneo à região lesada O edema é visto de 3 h a 3 dias após a lesão celular A lesão aos vasos pode levar a uma hemorragia As hemorragias se devem à ruptura de vênulas pós-capilares ou de arteríolas dos sulcos, seja por ruptura mecânica ou por coagulação intravascular A resposta inflamatória envolve alterações vasculares, respostas celulares e mediadores químicos Há um ligeiro influxo de neutrófilos em 1 dia É provável que a resposta neutrofílica seja de natureza neurotóxica, pois essas células agem normalmente erradicando infecções pela liberação de radicais livres A decomposição da mielina ocorre precocemente após um TRM, e se caracteriza incialmente por tumefação das bainhas de mielina e finalmente por sua fragmentação e fagocitose por macrófagos Os oligodendrócitos, assim como os neurônios, são sensíveis ao TRM e apresentam necrose e apoptose o Fase intermediária – dias a semanas: Há eliminação de detritos necrosados, início da formação de cicatrizes astrogliais, resolução do edema, revascularização dos tecidos e a restauração da BHE o Fase tardia – semanas a meses/anos: Se caracterizam por degeneração walleriana, formação de cicatrizes astrogliais e mesenquimais, formação de cistos e siringes e schwanose Degeneração walleriana: É a desintegração anterógrada dos axônios e de suas bainhas de mielina, que foram seccionados após a lesão Caracteriza-se por bainhas de mielina distorcidas e fragmentadas, com axônios ausentes ou deformados Cicatrizes astrogliais: Compreende matriz extracelular e processos astrocitários entrelaçados, que acaba por substituir o axônio mielinizado destruído Formação de cistos e siringes: Constituem a "fase de consolidação" final do processo de necrose São cavidades que se encontram cheias de líquido extracelular e contêm comumente macrófagos residuais, pequenas faixas de Laura Catarine – M4 tecido conectivo e vasos sanguíneos Não constituem um problema clinico Schwanose É uma proliferação intra e extramedular de células de Schwann, com axônios associados Pode ser uma barreira física à recuperação da medula espinal O diagnóstico e o tratamento inicial estão interligados Todo paciente com suspeita de TRM deve ser imobilizado com um colar cervical duro e/ou um suporte rígido para as costas, até haver uma avaliação da neurocirurgia Tratamento da hipóxia e da hipotensão, aferição dos sinais vitais e transferência para centro de traumatismo O diagnóstico específico é realizado por meio de um exame neurológico abrangente e/ou imagens da coluna vertebral o Os exames de imagem não são necessários em pacientes lúcidos, despertos, cooperativos, sem intoxicação, sem dor ou hipersensibilidade à palpação da coluna, e sem evidências de lesão neurológica O sintoma mais comum do traumatismo medular é a perda de sensibilidade ou movimento abaixo do local da lesão. Outros sinais característicos dessa condição podem incluir: o Perda de controlo do intestino ou da bexiga; o Disfunção sexual; o Dor ou uma sensação intensa de picada abaixo do nível da lesão (chamada dor neuropática); o Espasmos musculares; o Dificuldade em respirar, tossir ou limpar secreções dos pulmões; o Alterações da pressão arterial e do ritmo cardíaco. Radiografia anteroposteriores e laterais devem ser obtidas da região da coluna Caso se suspeite de uma patologia, pode-se usar RM e TC para confirmar o diagnóstico radiográfico Coluna cervical: o Muitos pacientes traumatizados têm um colar cervical colocado pelo serviço de emergência o Pacientes que necessitam de radiografia de coluna cervical: o Na incidência lateral devem ser visualizadas a base do crânio, as 7 vértebras cervicais e a primeira vértebra torácica o Na incidência transoral deve incluir o processo odontoide e as articulações direita e esquerda de C1 e C2 Laura Catarine – M4 o Na incidência AP é possível identificar luxações unilaterais das facetas articulares o Pacientes com dor cervical e radiografia normal devem realizar a RNM ou radiografia em flexão-extensão Pode mostrar instabilidade oculta o Nunca forçar o pescoço do paciente para uma posição que cause dor o 10% dos pacientes com fratura cervical tem uma segunda fratura de coluna vertebral não contígua Necessário uma varredura radiológica completa da coluna vertebral em pacientes com fratura cervical o Em pacientes com déficits neurológicos, recomenda-se uma RNM para detectar lesão compressiva de partes moles A RNM também pode identificar contusões e rupturas Não é recomendada em pacientes instáveis Coluna torácica e lombar: o Mesmas indicações que a coluna cervical o Radiografia AP e lateral AP: mostra o alinhamento vertical dos pedículos e a distância entre os pedículos de cada vértebra Fraturas instáveis causam aumento da distância entre os pedículos Lateral: detecta subluxações, fraturas por compressão e fraturas de Chance O tratamento básico das lesões de coluna e medula espinal inclui: o Imobilização o Reposição volêmica o Medicações o Transferência, se indicado Imobilização da coluna vertebral: o O paciente deve ser imobilizado desde acima até abaixo do local suspeito, até que a lesão tenha sido excluída o Colocar o paciente em decúbito dorsal sem girar ou dobrar a coluna vertebral, em uma superfície firme com um colar cervical rígido o Não deve-se tentar reduzir uma deformidade óbvia Exemplo: Idosos podem ter deformidade cifótica não- traumática Esses pacientes devem ser deixados em uma posição de conforto, com movimento da coluna restrito o Colar cervical não deve ser colocado em obesos Usa-se imobilizadores de cabeça e ataduras para imobilização o As tentativas de alinhar a coluna vertebral para imobilização em prancha longa não são recomendadas se causarem dor o A manobra de rolamento é realizada para avaliar a coluna e remover a prancha longa Reposição volêmica: o Hipotensão persistente sem hemorragia ativa deve ser considerada um choque neurogênico Geralmente o paciente tem bradicardia o Se a PA não melhora com a infusão de líquidos, está indicado vasopressores Fenilefrina, dopamina e noraepinefrina o Tomar cuidado com o edema pulmonar por excesso de líquidos o Deve ser passada uma sonda vesical para monitorar a diurese e prevenir distensão vesical Medicações: o Não é indicado o uso de corticoides Transferências: o Os pacientes com fraturas de coluna devem ser transferidos para um centro capaz de realizar o tratamento definitivo o Paciente deve estar estabilizado e imobilizado Técnica de tração cervical: o É eficaz no tratamento para cervicalgia. porque a terapia promove uma descompressão vertebral, proporcionando assim um alívio da pressão causada pela patologia, e alivio da dor por meio do realinhamento e reposicionamento da coluna, já que promove aumento do espaço intervertebral O prognóstico de um trauma raquimedular geralmente só pode ser definido após as primeiras 24 horas, quando termina o chamado “choque Laura Catarine – M4 medular”, período de arreflexia, paralisia motora e perda da sensibilidade. Depende do grau e nível de lesão neurológica e idade do paciente O TRM tem como causa mais comum de morte os problemasrespiratórios Pacientes idosos com tetraplegia chegam a 60-100% de mortalidade. Choque medular o Estado de completa arreflexia da medula espinal, que ocorre após trauma grave na medula o Ausência total da sensibilidade, dos movimentos e do reflexo bulbo cavernoso Choque neurogênico: o Caracterizado por hipotensão + bradicardia o A reposição volêmica deve ser evitada para não sobrecarregar a volemia Trombose venosa profunda: o Ocorre em 80% dos pacientes com lesões completas o A incidência é maior em 7 a 10 dias após a lesão o Profilaxia por meio de terapia com anticoagulantes, uso de meias elásticas e execução de exercícios fisioterápicos Bexiga neurogênica: o Depois de uma lesão grave a bexiga pode- se contrair e os pacientes não tratados desenvolver uma retenção aguda Intestino neurogênico: o Em geral, pessoas com lesão medular não conseguem sentir quando as fezes estão para serem eliminadas Ulceras por pressão: o Fatores de risco: idade avançada, atrito, forças de cisalhamento e diminuição da perfusão tissular Pneumonia: o Importante causa de morte em tetraplegia o A paresia do diafragma e músculos intercostais dificultam a eliminação de secreções, aumentando o risco de infecções o A IOT e traqueostomia também aumentam o risco