Prévia do material em texto
Geoprocessamento Prof.ª Cibelle Machadi Carvalho matemática aplicada ao Indaial – 2023 1a Edição Impresso por: Elaboração: Prof.ª Cibelle Machadi Carvalho Copyright © UNIASSELVI 2023 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. Núcleo de Educação a Distância. CARVALHO, Cibelle Machadi. Matemática Aplicada ao Geoprocessamento. Cibelle Machadi Carvalho. Indaial - SC: Arqué, 2022. 263p. ISBN 978-65-5466-215-4 ISBN Digital 978-65-5466-213-0 “Graduação - EaD”. 1. Coordenadas 2. Espaço 3. Conjunto CDD 510 Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Caro aluno, seja bem-vindo à Disciplina de Matemática aplicada ao geoprocessa- mento. Sabemos que a sociedade vive uma realidade com diversas tecnologias. Dentro desse contexto que revoluciona o dia a dia das pessoas, o geoprocessamento não é diferente, já que também necessita de elementos matemáticos para as construções dessas informações. As técnicas matemáticas são primordiais para o tratamento de informação geográfica, em que a linguagem matemática é a base para o desenvolvimento dos recursos de modelagem em geoprocessamento. Vale destacar que os modelos espaciais ou modelos de sistemas são descrições matemáticas de processos complexos que interagem entre si, ou seja, enfatizando as interações entre todos os componentes do sistema. Um exemplo disso são os Sistemas de Posicionamento Global (GPS) que utilizamos no nosso dia a dia. Esse sistema via satélite facilita a navegação, localização e o reconhecimento de qualquer lugar do planeta Terra. Esse método é utilizado cientificamente para a coleta de dados com precisão de horário em microssegundos de quando a amostra foi obtida. Um outro exemplo para a modelagem hidrológica é que necessitamos de dados diários de precipitação, vazão, localização da bacia hidrográfica, a fim de desenvolvermos os balanços hídricos. Esse processo facilita o conhecimento da quantidade de água que cada bacia hidrográfica tem para fins de licenciamento e outorga (licença do uso da água) de indústrias e agronegócio, visto que a legislação retrata a água como bem público e há a necessidade de gestão hídrica para todos da população. No geoprocessamento, para compreender os dados históricos dos fenômenos, é utilizada a série temporal, que nada mais é do que o tempo em uma linha de análise, ou seja, é encadeada por observações de uma variável no tempo. Com esse processo, podemos entender o clima da região, a quantidade de chuva anual em determinada região, a média da temperatura em cidades e a previsibilidade de chuvas em regiões de seca. Além disso, podemos desenvolver gestão de riscos em áreas de inundação, reconhecendo o padrão das inundações por meio das séries temporais. Vale lembrar que o uso do geoprocessamento e do sensoriamento remoto no mundo atual torna-se imprescindível, considerando que o tempo é marcado pela informação. Esse processo só é viável devido à Matemática, que é a base das técnicas de coleta e referências geográficas. A sociedade atual está cada dia mais ligada aos sistemas de informações e às técnicas computacionais. O tempo é marcado pela informação e a atualização dos dados para o bom funcionamento. Quer um exemplo disso além do GPS? Celulares, carros, aplicativos, Google Maps e Google Earth. APRESENTAÇÃO Além disso, tarefas que eram executadas de forma remota e com cálculos feitos à mão hoje são feitas pela programação. Podemos estudar a cartografia, desenvolver análises ambientais, realizar planejamento urbano, utilizar transportes e comunicação devido ao geoprocessamento, que interage com sistemas complexos e executa com rapidez. Outra questão que merece breve menção são os modelos empíricos nas modelagens, que são probabilidades de ocorrência em dada perspectiva de projeção. Em outras palavras, utilizamos modelos matemáticos para descrever uma probabilidade de desmatamento, por exemplo. Dessa forma, nesta disciplina, veremos a Matemática aplicada ao geoprocessa- mento e entenderemos por que compreendê-la é tão importante para a formação em tecnologia em geoprocessamento. Na primeira unidade, compreenderemos a importância da geometria plana, espacial e analítica, bem como suas aplicações para o geoprocessamento. Além disso, entenderemos a aplicação dos cálculos vetoriais, retas, planos e curvas para os sistemas geoespaciais, com discussões de superfície quadrática e as trigonometrias. Na sequência, na Unidade 2, estudaremos os sistemas de coordenadas, ou seja, levantamento planimétricos, cálculos de área, pontos topográficos, transformações das coordenadas geográficas e suas funções. Para finalizar a disciplina, na Unidade 3, discutiremos a aplicação da Matemática na interseção nas ferramentas de geoprocessamento, cálculos de vértices, desvio- padrão e, por fim, exemplos da Matemática no dia a dia do analista de geoprocessamento! Espero que esta disciplina sirva para muitas reflexões e práticas no mundo da geoespacialidade! Bons estudos! Prof.ª Cibelle Machadi Carvalho Dra. em Engenharia – UFSM. Pós-doutorado em Modelagem Hidrológica – INPE GIO Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora maisuma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! QR CODE SUMÁRIO UNIDADE 1 — A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA NO GEOPROCESSAMENTO ....... 1 TÓPICO 1 — GEOMETRIA ......................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 2 GEOMETRIA PLANA ............................................................................................. 5 3 GEOMETRIA ESPACIAL ..................................................................................... 13 4 GEOMETRIA ANALÍTICA .................................................................................... 21 4.1 SISTEMA ANGULARES .......................................................................................................31 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................... 40 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................42 TÓPICO 2 — CÁLCULO VETORIAL ........................................................................45 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................45 2 ÁLGEBRA VETORIAL ..........................................................................................45 3 RETAS, PLANO E CURVAS .................................................................................54 3.1 CURVAS ESPACIAIS ...........................................................................................................57 3.2 SUPERFÍCIE QUADRÁTICA ..............................................................................................58 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 61 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................62 TÓPICO 3 — TRIGONOMETRIA ..............................................................................65 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................65 2 CONHECENDO A TRIGONOMETRIA ...................................................................65 3 APLICAÇÃO DA TRIGONOMETRIA .................................................................... 72 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 75 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 81 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................82 REFERÊNCIAS .......................................................................................................85 UNIDADE 2 — SISTEMAS DE COORDENADAS .....................................................87 TÓPICO 1 — LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO ....................................................89 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................89 2 A IMPORTÂNCIA DO LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO ...................................90 3 CÁLCULO DE ÁREAS ..........................................................................................94 4 POLIGONAL ..................................................................................................... 101 4.1 POLIGONAL ENQUADRADA ........................................................................................... 104 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 110 AUTOATIVIDADE .................................................................................................. 111 TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS CARTESIANAS ................................................................................ 113 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 113 2 COORDENADAS CARTESIANAS.......................................................................115 3 SISTEMA MÉTRICO .......................................................................................... 123 3.1 MEDIDAS ........................................................................................................................... 126 3.2 MEDIDAS DE SUPERFÍCIE ............................................................................................. 128 3.3 MEDIDAS DE CAPACIDADE ..........................................................................................129 3.4 MEDIDAS DE VOLUME ................................................................................................... 130 3.5 MEDIDAS DE TEMPO ....................................................................................................... 131 4 TRANSPORTE DE COORDENADAS ................................................................. 132 5 CÁLCULO DE COORDENADA PLANIMÉTRICA ............................................... 139 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................144 AUTOATIVIDADE .................................................................................................145 TÓPICO 3 — COMPREENDENDO AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS POLARES .........................................................................................149 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................149 2 SISTEMA DE COORDENADAS POLARES ........................................................149 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 156 RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................161 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 162 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 165 UNIDADE 3 — APLICAÇÃO DA MATEMÁTICA NO GEOPROCESSAMENTO ....... 167 TÓPICO 1 — INTERSEÇÃO ................................................................................... 169 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 169 2 CONJUNTOS NUMÉRICOS ............................................................................... 170 2.1 NÚMEROS NATURAIS ........................................................................................................171 2.2 NÚMEROS INTEIROS .......................................................................................................171 2.3 NÚMEROS RACIONAIS ....................................................................................................172 2.4 NÚMEROS IRRACIONAIS ................................................................................................173 2.5 NÚMEROS REAIS ..............................................................................................................174 2.6 NÚMEROS COMPLEXOS .................................................................................................174 3 INTERSECÇÃO DE RETAS ................................................................................ 176 4 VÉRTICES VIRTUAIS ........................................................................................181 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................185 AUTOATIVIDADE .................................................................................................186 TÓPICO 2 — DESVIO PADRÃO .............................................................................189 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................189 2 O QUE É O DESVIO PADRÃO E PARA QUE SERVE?.........................................190 2.1 MEDIDAS DE DISPERSÃO .............................................................................................. 190 2.1.1 Variância .....................................................................................................................192 2.1.2 Desvio padrão ...........................................................................................................197 2.1.3 Coeficiente de variação e amplitude total ........................................................ 201 3 APLICAÇÃO DO DESVIO PADRÃO NA PRÁTICA NO GEOPROCESSAMENTO ...... 205 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 212 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 213 TÓPICO 3 — APLICAÇÕES PRÁTICAS DA MATEMÁTICA NAS FERRAMENTAS DE GEOPROCESSAMENTO ............................................................. 215 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 215 2 MATEMÁTICA E O GEOPROCESSAMENTO ..................................................... 216 3 TIPOS DE DADOS GEOESPACIAIS E A MATEMÁTICA..................................... 219 4 IMAGEM DIGITAL .............................................................................................. 219 5 COMPREENDENDO A MATEMÁTICA ENVOLVIDA NO GEOPROCESSAMENTO ................................................................................... 221 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................... 223 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................... 229 AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 230 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 233 1 UNIDADE 1 — A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA NO GEOPROCESSAMENTO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a importância da geometria plana, espacial e analítica e suas aplicações para o geoprocessamento; • entender a aplicação do cálculo vetorial, retas, planos e curvas para o sistema de geoprocessamento; • discutir o que é uma superfície quadrática e sua aplicação nas ferramentas de geoprocessamento; • analisar a trigonometria e sua aplicação no dia a dia. A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – GEOMETRIA TÓPICO 2 – CÁLCULO VETORIAL TÓPICO 3 – TRIGONOMETRIA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 GEOMETRIA TÓPICO 1 — UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A geometria é o pilar que sustenta o desenvolvimento de atividades na área do geoprocessamento diariamente, devido à importância de compreender o universo da tecnologia da informação (que contém geometria computacional) e sua tridimensionalidade para a construção de problemas diversos (LEITE; CASTANHEIRA, 2014). Entretanto, para entendermos a geometria espacial aplicada a um Sistema de Informações Geográficas (SIG), por exemplo, precisamos compreender a geometria espacial, plana e analítica primeiro. Vale lembrar que sistemas como CAD (Computer Aided Design), ou seja, softwares que permitem que desenhos técnicos e modelos 3D digitais se tornem realistas, mas entender a geometria é fundamental devido à base para suas representações visuais. A geometria é uma área da matemática que tem por objetivo estudar as formas geométricas e entender desde o comprimento, volume, área de uma determinada figura, mapa ou desenho. Em outras palavras, geometria é a união dos termos “geo” (terra) e “metron” (medir), ou seja, medir a Terra (COUCEIRO, 2016). A geometria nada mais é do que estudar as linhas presentes na natureza, bem como tamanhos, posições e propriedades dentro de um espaço qualquer. Quando analisamos os mapas, precisamos entender o que estamos estudando, e esse processo se deve aos pontos, retas, semirretas e formas geométricas. Quando estudamos geometria, precisamos entender, primeiramente, as concep- ções geométricas e o conceito de espaço, ou seja, pontos presentes no meio ambiente. Dessa forma, quando entendemos a descoberta das figuras, compreendemos que esse processo é um conjunto de pontos em um determinado espaço. Vamos fazer um exercício? Olhe ao seu redor e perceba que tudo tem formas geométricas, cubos, quadrados, retas, pontos, círculos e polígonos. Esse processo é extremamente importante, visto que, no dia a dia no analista do geoprocessamento, é fundamental espacializar os mapas, mostrando as localizações, áreas de abrangência de um empreendimento, rios, áreas de preservação permanente, estradas, dentre outros. Contudo, deve-se entender não somente a forma, mas também a localização e a posição geográfica para que outros profissionais possam entender de forma clara a geoespacilidade. 4 Diante disso, estudar o comprimento, área e volume de um dado espaço, ou seja, tem por objetivo medir a Terra e/ou objeto. Vale a pena destacar que a geometria é dividida em categorias, que pode ser plana, analítica e espacial. A geometria é uma ciência que estuda as medidas das formas e figuras, podendo ser plana e/ou espacial, além disso, pode ser compreendida como as figuras estão posicionadas por meio do espaço e suas propriedades. Outro aspecto que merece breve menção é que a geometria se refere às formas encontradas na natureza e às propriedades que essas formas podem possuir. Em outras palavras, são objetos primitivos, como ponto, reta, plano, espaço etc. Assim, os objetos não possuem uma definição, mas possibilitam entender a sua identificação (BOURCHTEIN; BOURCHTEIN; NUNES, 2019). Utilizando esses objetos primitivos, definiu-se as primeiras formas geométricas de um plano, que são os ângulos, os polígonos e os segmentos de reta. Assim, podemos estimar as distâncias entre dois pontos, construindo inicialmente a geometria espacial, por exemplo. A geometria é responsável pelas figuras geométricas, resultantes das relações dos objetos e figuras. Além disso, a geometria é construída por meio de objetos básicos a fim de construir objetos mais elaborados. Esse processo decorre das relações desses objetos ainda mais complexos e assim sucessivamente. Entendemos que a geometria foi organizada pelos gregos a partir de formas dedutivas. Esse processo decorreu da necessidade do homem de compreender e descrever o seu meio ambiente físico e mental, em que as imagens, representadas por desenhos, foram paulatinamente contextualizadas até que se adquirissem significados matemáticos com as relações geométricas. Durante séculos, a geometria foi estudada de forma dedutiva, no entanto, a partir de movimentos da matemática moderna, houve avanços, tendo como consequência a compreensão da geometria, visando ampliar o entendimento dos aspectos espaciais do mundo físico e desenvolver raciocínios espaciais. Pavanello (2004) afirma que a geometria é um campo que tem por intuito desenvolver a capacidade de abstrair, projetar e transcender o que é imediatamente sensível, ou seja, o que éum dos objetivos de ensino da Matemática, obtendo, dessa forma, condições para os níveis sucessivos de abstração serem alcançados. Por fim, discutiremos neste tópico a importância da geometria plana, espacial e analítica e suas aplicações para o geoprocessamento e nos sistemas angulares. Dessa forma, neste tópico, abordaremos o que é geometria plana, espacial, analítica e os sistemas angulares. Além disso, estudaremos cálculo vetorial, retas, planos, curvas, superfície quadrática e, para finalizar, discutiremos o que é trigonometria e suas aplicações. 5 2 GEOMETRIA PLANA A geometria plana teve início da Grécia antiga, conhecida como geometria euclidiana plana. Essa denominação ocorreu devido ao estudioso matemático da área chamado de Euclides, de Alexandria, mais conhecido como pai da geometria (LEITE; CASTANHEIRA, 2014; COUCEIRO, 2016). Para compreender a geometria plana, também conhecida como conceitos primiti- vos, podemos entender que esses conceitos são denominados de ponto, reta, segmento de reta, semirreta, ângulo e plano. A geometria plana é uma área da geometria que estuda os objetos que pertencem a um plano. Assim, os elementos primitivos são o foco desse conceito. Mas por que iniciarmos os estudos pela geometria plana? Ao analisarmos um mapa ou até o Google Maps, entendemos que o ponto, a reta ou a semirreta fazem parte desses softwares de localização. O primeiro conceito da geometria plana é o ponto. Apesar de o ponto não possuir uma dimensão matemática, sua representação é conceituada por uma letra maiúscula, como na Figura 1 a seguir. Leite e Castanheira (2014) salientam que o ponto é definido por uma forma abstrata e não pode ser demonstrada, ou seja, não apresenta dimensões significativas, por isso que, matematicamente, utilizamos a letra maiúscula. Figura 1 – Ponto não possui dimensão Fonte: a autora A reta (Figura 2), ao contrário de um ponto, possui uma dimensão bem definida, ou seja, um comprimento. Matematicamente, a reta é definida por linhas infinitas, além de ter sua representação por uma letra minúscula. Vale destacar que a reta deve ser desenhada por setas para os dois lados. Esse processo indica que a reta não tem um fim. Dessa forma, a única dimensão significativa da reta é o comprimento. Além disso, por não existir uma definição principal, a reta é infinita e contém infinitos pontos distribuídos pela extensão da reta. 6 Figura 2 – Reta com dimensões definidas por infinitos pontos Fonte: a autora A reta traz três conceitos importantes. O primeiro é o segmento de reta, definido como uma reta, mas delimitada por dois pontos, ou seja, a reta tem início e fim (LEITE; CASTANHEIRA, 2014; COUCEIRO, 2016). No geoprocessamento, utilizamos esse conceito quando um mapa aparece com retângulos pontilhados que podem representar um recorte de área, e essas representações têm diferentes espaços, comprimento e tamanho. Na Figura 3, a seguir, demonstramos que o segmento de reta tem definido o início e o fim por um ponto. Figura 3 – Segmento de reta é delimitado por dois pontos Fonte: a autora A semirreta é uma reta com começo, porém não tem fim. Em outras palavras, a semirreta é infinita em uma das direções (Figura 4). Figura 4 – Semirreta Fonte: a autora 7 Na geometria, também existe o conceito de ângulo, que é utilizado para medir o espaço entre duas retas, segmentos de reta e semirretas. O ângulo é importante, pois podemos denominar a altura de um determinado prédio ou montanha no mapa. Além disso, na área ambiental, dependendo do ângulo do morro, compreendemos sua altura e, assim, diagnosticamos como área de preservação de acordo com as normativas brasileiras. Figura 5 – Ângulo Fonte: a autora Há também o conceito de plano (Figura 6), que apresenta duas dimensões. O plano é representado por letras gregas (α, β, γ etc.). Além disso, o plano é um conjunto infinito de retas, e apenas três pontos são suficientes para determiná-lo. Figura 6 – Plano Fonte: a autora Diante disso, podemos compreender que sabemos muita coisa de geometria. Vejamos os seguintes exemplos: duas retas distintas não podem se cruzar em mais de um ponto; dois pontos distintos determinam uma reta; a menor distância entre dois pontos é uma reta e/ou segmento de reta; por um ponto não pertencente a uma reta passa uma única reta paralela a essa reta (BOURCHTEIN; BOURCHTEIN; NUNES, 2019). 8 Nas afirmações supracitadas, utiliza-se conceitos de reta, ponto que acabamos entendendo por intuição. Os matemáticos da Grécia antiga já pensavam nessas questões muitos antes de Cristo (a.C.), e essas reflexões constituíram-se em modelos baseados em Euclides (COUCEIRO, 2016), que foram distinguidos na seguinte sequência: • axiomas; • definições; • teoremas. No entanto, na era moderna foi acrescentado mais uma sequência, denominado de elementos primitivos, que ficou assim definida: • elementos primitivos; • axiomas; • definições; • teoremas. Para podermos entender com melhor precisão, discutiremos as ideias de maneira intuitiva. Os elementos primitivos são coisas que não definimos. Declara-se que sua existência deve obedecer a certas leis, a qual chamamos de axiomas (noções indemonstráveis da geometria). Dessa forma, dentro de uma lógica matemática, resulta-se no que denominamos de teoremas. Na geometria plana, os elementos primitivos são os pontos, retas e planos. Vale destacar que o plano e a reta são conjuntos de pontos, e as retas, subconjuntos do plano. Dessa forma, o plano é o conjunto universo, visto que nenhum elemento fora do plano é admitido, já que estamos falamos de geometria plana (BOURCHTEIN; BOURCHTEIN; NUNES, 2019). A Figura 7, por si só, é um subconjunto de pontos do plano. Por exemplo, as retas são as figuras dos planos (ângulos, polígonos e circunferências). Agora, veremos as principais figuras e fórmulas para se calcular a geometria plana. O triângulo, um polígono de três lados, é uma figura que ocupa espaço limitado por três segmentos de reta com três lados e três ângulos que somam 180o. Por possuir três pontos, denomina-se de vértice. Para se calcular a área do triângulo, é necessário multiplicar a medida da base com a altura (h) e dividir por dois, como no exemplo a seguir. 9 Figura 7 – Triângulo Fonte: a autora Em que: h= altura; b= base; A= área. A classificação dos triângulos quanto aos lados pode ser: equilátero, ou seja, possuir três lados e ângulos iguais; isósceles, que possui dois lados iguais (o terceiro lado é chamado de base); e o escaleno, que não possui nenhum lado e ângulo igual. Mas como utilizamos isso no dia a dia do geoprocessamento? Por exemplo, com as representações geométricas, em diversas ocasiões há diferentes escalas em um mesmo banco de dados geográficos, ou seja, pode-se ter representações diferentes com a mesma realidade e escala geográfica. Quer um exemplo na prática? Diferentes mapas podem ter escalas diferentes, ou seja, mesmo geo-objeto com duas representações. Dando continuidade, há também a circunferência, que é um conjunto de todos os pontos que estão em exata distância de um ponto dado do mesmo plano. A área do círculo ou circunferência de raio é o r e é dado pelo produto do raio ao quadrado com o número irracional π, em que geralmente utiliza-se o valor π = 3,14. Figura 8 – Circunferência Fonte: a autora 10 Em que: A= área; π = 3,14; r = raio. No geoprocessamento, em diversas situações precisamos compreender as áreas do empreendimento e utilizamos os cálculos de circunferência para entender a área ao redor da localização. Vale lembrar que a circunferência tem elementos que merecem breve menção, como a corda, que é qualquer segmento interno à circunferência com extremidades de dois pontos pertencentes a ela. Na Figura 9, a seguir, percebe-se que AB e MN são cordas da circunferência. Pode-se notar que o diâmetro é a corda da circunferência que contém o centrodo círculo, sendo a maior corda. Na Figura 9, nota-se que AB representa um diâmetro da circunferência. Já o raio é qualquer segmento que se possa ligar ao centro da circunferência a um ponto qualquer. Na Figura 10, vemos que o ponto PQ gera um raio, metade do diâmetro (D= 2.R). Por fim, o arco é uma parte da circunferência definida como um ângulo central, determinado por dois pontos (Figura 11). Figura 9 – Corda e diâmetro Fonte: a autora Figura 10 – Raio Fonte: a autora 11 Figura 11 – Arco Fonte: a autora O quadrado (Figura 12) nada mais é que todos os lados iguais. Dessa forma, para se calcular a área, é necessário multiplicar a medida da base pela medida da altura. Figura 12 – Quadrado Fonte: a autora Em que: A= área; b = base; h = altura. O retângulo é dado pela multiplicação da base pela altura. 12 Figura 13 – Retângulo Fonte: a autora Em que: A= área; b = base; h = altura. O losango é uma área da diagonal maior (D), com a diagonal menor (d), dividido por dois. Vale lembrar que, no losango, a disposição dos lados é igual, com diagonais perpendiculares. No entanto, os lados não paralelos não são perpendiculares entre si. Figura 14 – Losango Fonte: a autora Em que: A= área; D= diagonal maior; d= diagonal menor. Para finalizar as figuras geométricas planas, temos o trapézio. A área do trapézio é a altura com a soma da base maior (B) vezes a base menor (b), dividida por dois, de acordo com a Figura 15, a seguir. 13 Figura 15 – Trapézio Fonte: a autora Em que: s = área do trapézio; B = base maior; b = base menor; h = altura. 3 GEOMETRIA ESPACIAL No Egito, a geometria era estudada para medir terrenos e os construtores da época recorriam a ela para a construção de edificações. Em 600 a.C., filósofos e matemáticos passaram a sistematizar os conhecimentos geométricos no que antes era puramente experimental, introduzindo conceitos e raciocínios dedutivos. Euclides desenvolveu treze volumes, chamados de elementos. O autor os ordenou de forma e ordem lógica e trabalhou a fundo nas propriedades das figuras geométricas, áreas e volumes (DANTE, 2000). Para Euclides a geometria era puramente dedutiva, com hipóteses básicas denominadas de axiomas ou postulados. Vale destacar que Euclides era um dos mais jovens discentes de Platão, estudando em Atenas, onde a grande maioria dos estudiosos da época estava. Dessa forma, os elementos tornaram-se um clássico, considerados até hoje como um texto básico para a geometria. Essa obra logo superou e aperfeiçoou todos os teoremas da época, montando demonstrações sólidas. Assim, a geometria é uma manifestação que surgiu da necessidade prática do uso, espaço e utilização das formas e para que houvesse riqueza e variedade em diferentes atividades. Diante disso, o conhecimento prático para sistematizar conceitos formais foi criando modelos, figuras e formas geométricas, além da busca incessante para entender as formas espaciais. 14 Atualmente, diversos profissionais usam os conceitos geométricos, entre eles o analista de geoprocessamento, os engenheiros, os arquitetos, os pesquisadores, as costureiras e o mestre de obras, demonstrando a inquestionabilidade do ponto de vista prático. Até quando somos crianças necessitamos pensar e elaborar a geometria para solucionar problemas, como criar brinquedos, pintar ou montar um equipamento. Apesar dos grandes avanços tecnológicos, a geometria é um componente essencial para a construção do conhecimento científico e tecnológico, nos quais a sociedade deve se aprofundar. Verona e Lopes (2016) salientam que a geometria espacial é uma ciência que objetiva analisar, organizar e sistematizar o conhecimento espacial. Assim, a geometria faz que possamos adquirir hábitos de raciocinar. Em outras palavras, o conhecimento da Matemática é necessário para poder conquistar o conhecimento tecnológico, incluindo suas complexas técnicas. As ideias e os princípios básicos do conhecimento da geometria espacial são imprescindíveis, visto que a Matemática e a compreensão dos seus conceitos fazem com que os seres humanos raciocinem claramente e comuniquem a ideia, para que, assim, possam aplicá-la e abordá-la com segurança. A geometria espacial aplica-se à vida diária e dá suporte a distintas áreas, como construções dos conhecimentos científicos e tecnológicos e interfere na estrutura do pensamento (VERONA; LOPES, 2016). Mas como compreender a geometria espacial? Primeiramente, é fundamental entender que a geometria é baseada na construção e interpretação das propriedades dos objetos geométricos e a solução está em observar e compreender as relações e criar uma demonstração formal da validade do resultado. A geometria espacial numa perspectiva contextualizada enfatiza a relação do espaço e a geometria percebida. O desenvolvimento da noção de espaço é a percepção espacial e a habilidade de orientar-se no espaço, coordenar diferentes ângulos na observação. Diante disso, essas habilidades contribuem para que os seres humanos tenham maior grau de conhecimento em atividades como bioquímica, cirurgia, escultura, arquitetura, decoração etc. Neste subtópico, estudaremos as figuras reais, diferentes da geometria plana, que apenas é trabalhada duas dimensões. Para entendermos melhor a geometria espacial, precisamos entender que o geoprocessamento é um conjunto de ferramentas que exibe dados espaciais do mundo real para um conjunto particular de propósitos (BURROUGH; MCDONNELL, 1998). 15 Logicamente, o sistema de informação geográfica evoluiu e os mapas que até então era denominados de mapas elementares, com avanços da tecnologia também houve avanços do geoprocessamento. Assim, os computadores começaram a medir as dimensões e limitavam as organizações, com refinamento de técnicas e análises quantitativas espaciais de forma rápida. Dessa forma, a geometria espacial considera as três dimensões das figuras. As medidas de comprimento e área são analisadas juntamente com as laterais das figuras, além da área total, área de base e volume (LEITE; CASTANHEIRA, 2014). A geometria espacial é a análise dos sólidos em um determinado espaço, sendo a geometria para figuras e objetos tridimensionais. Contudo, com base nos elementos primitivos e construções geométricas, foi construída a geometria espacial, que tem por objetivo considerar o cálculo da área total e volume dos objetos. Vale destacar que, com esses conceitos bases, pode-se desenvolver estudos qualitativos no geoprocessamento, como distribuição espacial de problemas como doenças em forma de um padrão em determinado espaço ou concentração espacial de roubo, poluição, contágios ou variações de características socioeconômicas, ou até a estimação de depósito de mineral em uma determinada área. As três dimensões da geometria espacial são: a largura, a altura e o comprimento e pode também utilizar, largura, profundidade e comprimento. Os objetos conhecidos na geometria espacial são denominados de sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais. As mais conhecidas são prisma, cubo, paralelepípedo, pirâmide, cone, cilindro e esfera. Com isso, a geometria espacial possibilita determinar, por meio de cálculos matemáticos, os volumes dos objetos (espaço ocupado). Os sólidos geométricos são classificados como poliedros, que são sólidos fechados que possuem faces poligonais. No geoprocessamento, em diversas situações são realizadas sobreposições de dados. Dessa forma, as faces poligonais são importantes, visto que os dados podem estar agrupados em um único elemento ou agrupados por polígonos. Um corpo de água ou área urbana podem estar em polígonos diferentes e serem sobrepostos para estudos de análise ambiental, ou seja, sobreposições de mapas. Por isso, é importante estudar o tamanho das figuras geométricas. Assim, os poliedros são compostos de vértices, arestas e faces. Exemplos típicos são os prismas, pirâmides e os sólidos de Platão (cubo, dodecaedro e tetraedro),de acordo com a figura 16. 16 Figura 16 – Os elementos de um poliedro são as arestas, as faces e os vértices Fonte: a autora Vale destacar que a aresta é o segmento da reta que liga duas vértices de um poliedro. A vértice é o encontro de uma ou mais arestas, denominado de pontos (A, B, C, D, E, F, G, H) e a face de um poliedro são os polígonos que compõem o sólido. A Figura 17 demonstra o que é poliedro, vértice e aresta. Figura 17 – Poliedro, vértice e face Fonte: a autora O matemático Euler entendeu que, com a relação entre os números de vértices, faces e arestas, é possível descobrir a quantidade de arestas de um sólido, com o número de faces e vértices, com base na seguinte equação: V — A + f = d Sendo: v = vértices; A = arestas; f = faces; d = quantidade de arestas do sólido. Além disso, na geometria espacial, as principais fórmulas são utilizadas para cálculos da área total (At) e volume (V) de cada sólido, como veremos a seguir, na Figura 18. 17 Em que o cubo de aresta a, é igual: Paralelepípedo de dimensões a, b, c. Sendo: V = volume do sólido; At = área total; a = aresta. Figura 18 – Cubo Fonte: a autora Vale destacar que o volume e a área total do prisma (Figura 19) e da pirâmide (Figura 20) dependem do polígono que está na base de cada sólido. Dessa forma, utilizamos Ab: área da base, e Ai: área lateral. Figura 19 – Prismas de base triangular e hexagonal Fonte: a autora 18 Fórmula: V = Ab . h At = 2Ab + Ai Sendo: V = volume; Ab = área da base; Ai = área da lateral; h = altura. A base do prisma pode ser diferente em diversas situações. Dessa forma, o volume depende da área da base. Para as pirâmides (Figura 20), assim como os prismas, depende-se da base para conhecer o volume. Figura 20 – Pirâmides de base quadrada e pentagonal Fonte: a autora Fórmula: At = Ab + Al Em que: At = área total; Ab = área da base; Ai = área da lateral. O cálculo do volume do cilindro é a altura e o raio da circunferência, de acordo com a Figura a seguir. 19 Figura 21 – Cilindro Fonte: a autora Fórmula: V = πr2 . h At = 2πr (r+h) Sendo: V = volume; π = 3,14; r = raio; h = altura. O cálculo do volume do cone considera o raio e a altura, de acordo com a fórmula da figura a seguir. Figura 22 – Cone Fonte: a autora 20 Fórmula: At = πr (g + r) Sendo: At = área total; π = 3,14; r = raio; h = altura; g = hipotenusa do triângulo. A esfera teoricamente é definida como uma sequência de pontos alinhados no mesmo sentido, como uma distância de um centro em comum. Por ser um sólido geométrico formado por superfície de curvas, os pontos acabam ficando equidistantes. A área de uma superfície esférica é obtida pela fórmula: Figura 23 – Esfera Fonte: a autora Fórmula: At = 4 πr2 Sendo: At = área total; π = 3,14; r = raio. 21 Por fim, podemos compreender que a geometria espacial é realizada por meio de três dimensões, que denominamos de espaço. Os sólidos geométricos têm por intuito conhecer a largura, o comprimento e a altura. O que, na geometria plana, conhecíamos como círculo, agora passa para a tridimensionalidade e denominamos de esfera. Vale lembrar que, na geometria espacial, não falamos em perímetros, mas de uma área total do sólido e sua capacidade (volume). 4 GEOMETRIA ANALÍTICA A geometria analítica tem como objetivo representar elementos geométricos. Quando estudamos pontos, retas, quadrados e circunferências, podemos utilizar expres- sões, que denominamos de “expressões algébricas”. A lógica é simples: a união dos pontos segue determinado padrão, porém esses pontos estão em um sistema de coordenadas proposto por René Descartes. No geoprocessamento, não é muito diferente, visto que necessitamos das coordenadas para determinar uma localização. Rene Descartes, além de ser o criador do plano cartesiano, foi o filósofo moderno conhecido pela famosa frase “penso, logo existo”. Além disso, estava preocupado em calcular a localização de um ponto em um determinado espaço. Dessa forma, a geometria analítica apresenta um plano cartesiano, que nada mais é que um plano com coordenadas do eixo X e Y, o qual tem por objetivo descrever objetos geométricos utilizando o sistema de coordenadas. Ao conhecermos os pontos e eixos reais, podemos localizar o ponto e calcular a distância de um ponto a outro. Esse processo é o princípio para entender o sistema de coordenadas georreferenciadas. Mas por que estudar geometria analítica? Para entender o objetivo e a figura ge- ométrica que estão em um espaço e, assim, representados geometricamente por meio de uma fórmula algébrica, ou seja, estudar o ponto e a reta analítica. René, para facilitar a localização dos pontos, deixou o gráfico mais preciso e dividiu o gráfico com eixos X e Y por malhas e em quatro diferentes quadrantes. Atualmente, no geoprocessamento, utilizamos demasiadamente as malhas. O IBGE libera as malhas dos municípios, estados e do país, que são mapas com divisões políticas administrativas com a representação vetorial dos limites, em que se utiliza a coleta de censos demográficos. Vale lembrar que essas malhas são utilizadas em diversas áreas para diversos fins, como drenagem, bacia hidrográfica, lagoa, flora, biomas etc. É extremamente importante discutir malhas, pois é um dos principais assuntos do geoprocessamento, visto que é fundamental construir pontos e localizações a fim de que a topografia local seja preservada para os mapas reais. 22 Na prática, podemos entender que o plano cartesiano pode ser a Terra, e o Meridia- no de Greenwich, a linha do Equador, o X. Assim, podemos calcular as coordenadas em uma distância de um local conhecido. Quando estudamos Geografia, em que marcamos pontos no mapa, medimos a distância e consideramos padrões reais, entendemos que estamos estudando geometria analítica. O cartógrafo holandês Gerard Mercator desenvolveu, em 1569, uma projeção cartográfica cilíndrica, que se tornou o mapa preferido dos navegantes, devido ao fato de as direções serem desenhadas em linhas retas sobre o mapa, ou seja, a projeção da Terra em um plano. Dessa forma, na projeção de Mercator, paralelos e meridianos são representados por linhas retas que se cruzam, formando um ângulo de 900, processo que demonstra a geometria na prática. De forma prática, com a base quadriculada e a utilização de coordenadas, podemos entender a localização de um barco, por exemplo, e a distância que ele irá percorrer. Além disso, podemos entender a menor distância, formando a hipotenusa, triângulo retângulo, ou seja, desenvolver estratégias a partir de um plano cartesiano e o domínio da álgebra. Você quer outro exemplo? O Global Positioning System (GPS) utiliza as bases da geometria analítica. Vamos tentar entender como esse dispositivo funciona? Primeiramente, a Terra é uma esfera achatada nos dois polos. Dessa forma, ao se colocar a esfera achatada (ambos os lados) e colocar em um plano tridimensional, temos como origem o plano ponto (0,0) e isso será o centro da Terra. Os eixos X e Y formam os planos que conhecemos como linha do Equador. Além disso, a geometria analítica é um dos princípios da computação gráfica e, devido aos conceitos básicos, é possível criar, editar imagens e desenvolver figuras e objetos tridimensionais por meio de programas de modelagem 3D. Por exemplo, em impressoras 3D, é fundamental compreender a geometria analítica, pois o objeto tem três dimensões. Outro exemplo é a construção civil, em que a noção de vetores, pontos e coordenadas é fundamental, já que precisa encontrar largura, altura e comprimento das estruturas. Isso evita desastres e riscos nas construções e canteiros de obras. Logicamente, as disciplinas se sobrepõem, pois os conceitos de vetor e força estudamos também na Física, mostrando a multidisciplinariedade da geometria analítica. Diante disso, a aplicação da geometria analítica possibilita descobrir a força resultante sobre determinada estrutura. A geometria analítica deve servista como uma disciplina moderna, capaz de explicar as situações relacionadas ao espaço. As noções intuitivas de vetores, por exemplo, começam a ser exploradas para entender resultados de forma numérica à direção e ao sentido a partir das características do espaço vetorial! 23 A geometria analítica representa os pontos de uma reta utilizando números reais, em que cada ponto de uma reta representa um único número real (WINTERLE, 2014). Esse número real é obtido pela distância entre o ponto e a origem da reta, sendo que o ponto é relacionado com o número zero. O sistema cartesiano ortogonal (Figura 24) é a base para a referência de localização de coordenadas, processo fundamental no geoprocessamento. Além disso, é constituído por um plano e dois eixos perpendiculares entre si. Em outras palavras, o sistema de coordenadas cartesianas é usado para manipular equações para planos, retas, curvas e círculos no plano. Figura 24 – Sistema cartesiano ortogonal Fonte: a autora A Figura 24 merece algumas considerações. Primeiramente, o eixo x é chamado “eixo das abscissas”, enquanto o eixo y é o “eixo das ordenadas”. A origem 0 (0,0) é uma intersecção desses eixos, em que o x é o das abscissas e o y é o das ordenadas. Dessa forma, convenciona-se a orientação anti-horário dos quatro quadrantes. Como na geometria analítica, os pontos foram expandidos na representação do plano, ou seja, cada ponto é representado por um único par de números reais conhecidos como par ordenado. A Figura 24, a seguir, ilustra como o par ordenado representa o ponto A (2,1). Na Figura 24, o X é a abscissa do ponto A, e constitui a distância entre sua projeção ortogonal no eixo x até a origem. A ordenada y, do ponto A, constitui a distância entre sua projeção ortogonal no eixo y até a origem. 24 Como já sabemos, no plano cartesiano, a sua formação é por dois eixos perpen- diculares entre si, que devem formar um ângulo de 900. Em cada eixo, é representado por uma reta numérica com todos os números reais. Dessa forma, em cada um desses eixos, representados por uma reta numérica, todos são números reais. Já o eixo vertical é conhecido como eixo de ordenadas ou eixo y, enquanto o eixo horizontal é conhecido como eixo de abcissas ou eixo x. Figura 25 – Representação de um ponto no plano por um par de números reais Fonte: a autora Assim, ao representar um objeto no plano cartesiano, conseguimos extrair informações algébricas do objeto. O primeiro passo para isso é entender o que é o ponto, que é representado por um par ordenado de acordo com a sua localização em relação a cada eixo. Esse par é representado de acordo com a Figura 26. Figura 26 – Plano cartesiano representado por um par ordenado Fonte: a autora 25 A partir da posição dos elementos geométricos e do comportamento, foram desenvolvidos meios para entender os elementos. Essas representações geraram fórmulas para a geometria analítica. A primeira que estudaremos é a distância entre os dois pontos (Figura 27). Figura 27 – Distância entre os dois pontos Ao visualizarmos a Figura 27, vemos a linha reta em azul, com os dados dos pontos A1 e A2) do plano. Para podermos calcular a distância entre esses dois pontos, empregamos a seguinte fórmula: Sendo: dA1A2 = distância entre os pontos A1 e A2 – comprimento do segmento que liga os dois pontos; X = abscissas – par ordenado; Y = ordenadas – par ordenado. Vamos a um exemplo? Dado A1 (3, 4) e A2 (6, 8): qual a distância entre A1 e A2 desses dois pontos? Observe a Figura 28 a seguir: 26 Figura 28 – Plano cartesiano e a distância entre os pontos Fonte: a autora X1:3; X2:6; Y1: 4; Y2:8. Além disso, podemos calcular o ponto médio com base no segmento que une os dois pontos e a distância. Essa fórmula é uma média aritmética entre as abcissas e as ordenadas dos dois. Diante disso, para calcular o ponto M(xm,ym), o ponto médio do segmento A1(x1,y1) e A2(x2,y2), utilizamos a seguinte fórmula: Em que: xm = ponto médio das abscissas; ym = ponto médio das ordenadas; X = abscissas – par ordenado; Y = ordenadas – par ordenado. 27 Vamos a um exemplo? Encontre o ponto médio entre os pontos A1 (2,4) e A2 (6,8). Figura 29 – Plano cartesiano e o ponto médio Fonte: a autora Sendo: X1=2; X2=6; Y1=4; Y2=8. M: (4,6) O ponto médio é o ponto M (4,6). Além disso, pode-se calcular também a condição de alinhamento de três pontos (Figura 30), que serve para verificar se os pontos estão alinhados, por exemplo: A1 (x1,y1), A2(x2,y2) e A3(x3,y3). Dessa forma, calculamos a determinante da matriz: 28 Figura 30 – Condição de alinhamento de três pontos Fonte: a autora Dessa forma, se o determinante for igual a 0, os três pontos estão alinhados. Se for obtido um número diferente de zero, podemos dizer que não estão alinhados ou são vértices de um triângulo. Vamos ao exemplo! Verifique se os pontos A (-3,5), B (1,1), C (3-1) estão alinhados. D= (-3 +15 -1) – (5 + 3 + 3) D = 11 – 11 D = 0 Os pontos A, B e C estão alinhados. Se o determinante for igual a 0, os três pontos estão alinhados. Se for obtido um número diferente de zero, podemos dizer que não estão alinhados ou são vértices de um triângulo. Para a equação da reta, existem duas possibilidades, que são a equação geral da reta e a equação reduzida da reta. Na equação geral da reta: ax + by + c = 0, em que a, b e c são coeficientes que determinam características como a inclinação. Essa fórmula é utilizada para representar de forma algébrica a reta. Em outras palavras, a equação geral da reta é uma maneira algébrica de compreender o comportamento de uma reta em um plano cartesiano, em que a e b são constantes e não podem ser nulos (Figura 31). 29 Figura 31 – Representação da reta do plano cartesiano Fonte: a autora Equação geral da reta: ax+by+c=0 Sendo: a e b = coeficiente angular # 0; x = valor da abcissa; y = valor da ordenada; c = valor constante. A equação reduzida da reta: y = mx + n representa de forma algébrica a reta, sendo que m é o coeficiente angular e n o coeficiente linear). Além disso, o coeficiente linear da reta (n) é definido como um ponto que intercepta o eixo Y. A equação reduzida da reta é: y+mx+n Em que: y = expressão algébrica da reta; mx = coeficiente angular da reta – define a inclinação da reta; n = coeficiente linear da reta. Vamos a um exemplo? Veja a Figura 32; Y = X + 2 30 Figura 32 – Equação reduzida Fonte: a autora A) Y= x + 2 m=1 n=2 A equação da circunferência é determinada pelas equações gerais e reduzidas da circunferência, mas vale lembrar que tem o centro definido pelo ponto O (xc,yc). As fórmulas são: Equação geral da circunferência: x² + y² – 2xcx – 2ycy + xc² + yc² – r² = 0 Equação reduzida da circunferência: (x – xc)² + (y – yc)² = r² Sendo: Xc e Yc = coordenada em que inicia o círculo; r² = raio do círculo. Vamos a um exemplo? Descubra qual ponto central e o raio do círculo. Dados: x2 + y2 — 10x + 2y — 17=0 (x — 5)2 + (y + 1)2 = 17+25+1 (x — 5)2 + (y + 1)2 = 43 Resposta: C= (5, -1) RAIO= 31 Figura 33 – Representação de circunferência no plano cartesiano Fonte: a autora Você quer assistir à aula do professor Pedro Fagundes, que retrata a função da área em geometria espacial? Vale muito a pena! Disponível em: http://twixar.me/zrQm. DICA 4.1 SISTEMA ANGULARES O estudo dos ângulos é fundamental para compreender conceitos ligados à geometria. Dessa forma, a investigação e a descoberta dos ângulos foi um tema para os avanços nas áreas de navegação e astronomia. O astrolábio náutico é um exemplo para medir ângulos, desenvolvido nos séculos V e VI, que tinha o objetivo de medir a elevação das estrelas e do Sol, com o intuito de localizar as embarcações (COUTINHO, 2015). Com o passar do tempo, o astrolábio deu origem ao sextante. Apesar de mais simplificado, tinha a mesma função (COUTINHO, 2015). Desse modo, a definição de ângulo é a região de duas semirretas que partem da mesma origem. Em outras palavras,é a medida da abertura de duas semirretas em uma circunferência, por exemplo. A Figura 34 a seguir mostra o ponto "O" como o vértice do ângulo e as semirretas OA e OB são os lados do ângulo. 32 Figura 34 – Duas semirretas que partem da mesma origem Fonte: a autora Como já sabemos, o ângulo é uma região delimitada por duas semirretas. No entanto, para medi-lo, há duas unidades possíveis: grau e radiano. Dessa forma, 1 radiano é o ângulo que faz com que o arco formado na circunferência tenha a mesma medida que o raio da circunferência. Para a medição de um ângulo, na geometria plana, podemos utilizar o compasso e o transferidor de acordo com a Figura 35, a seguir: Figura 35 – Ângulos 45O, 90O E 120O Fonte: a autora Para podermos medir, utilizamos um transferidor posicionado uma semirreta que aponta para 0º. Assim, pode-se observar o grau que a outra semirreta está apontando. Portanto, 1 radiano é o ângulo que faz com que o arco na circunferência tenha a mesma medida que o raio dessa circunferência. No entanto, diversas vezes, há necessidade de conversão de graus para radianos. Dessa forma, utilizamos regra de três, em que 180° corresponde a π. 33 Primeiramente, vale destacar que um grau (°) e radiano (rad) são unidades de medida de um ângulo e essas unidades são relacionadas a um círculo. Dessa forma, sabemos que 1° corresponde a 1/360 de um círculo, então um círculo corresponde a um ângulo de 360°. Quando falamos em radianos, sabemos que a medida de um ângulo θ em radiano é dado pela seguinte fórmula: O comprimento do perímetro de um círculo de raio é C= . Assim, podemos escrever que: Assim, o círculo em radianos corresponde a: Concluímos que: 360º = Dessa forma, podemos compreender que para obter um ângulo em graus para radianos, podemos aplicar a seguinte relação: Ao contrário, ou seja, obter um ângulo em radianos a partir de um ângulo em graus a relação é: Desse modo, entendemos que a unidade do ângulo de um arco ou círculo ou é grau ou radinho. Mas também podemos entender que um grau (1°) possui 60 minutos (60’) e um minuto (1’) possui sessenta segundos (60’’). Quando falamos em minutos utilizamos essa expressão (’) e quando utilizamos segundos usamos essa expressão (’’). A circunferência possui 360 arcos de abertura de 1° (em caso de radiano, falamos que um arco mede 1 rad (radiano) se o seu comprimento for igual ao comprimento de um raio da circunferência que se encontra no arco medido). Α tabela 1, a seguir mostra algumas relações entre as unidades em graus e radianos. 34 Tabela 1 – Relações entre unidades em graus e radianos 2π (rad) 360° π (rad 180° π____ 2 rad 90° π____ 3 rad 60° π____ 4 rad 45° π____ 6 rad 30° Fonte: Anton, Bivens e Davis (2007) Vamos a alguns exemplos? Inicialmente, vamos converter graus para radianos. Conversão de 20º 20º-------- x 180º-------- ) = Agora vamos converter radianos para graus: Esse processo basta substituir o . Ou seja: = Vamos a outro exemplo? Qual é o valor de um ângulo de 60º em radianos? 35 Além disso, podemos classificar o ângulo de acordo com sua medida, podendo ser ângulo agudo, reto, obtuso, raso, côncavo ou inteiro (Figura 36). O ângulo considerado agudo dever ter um número maior que 0 e menor que 90º. O ângulo reto possui 90º, estritamente (semirretas se cruzam de forma perpendicular. O ângulo obtuso é quando a medida é maior 90º, porém menor que 180º. O ângulo raso possui 180º, ou seja, metade de um ângulo. O ângulo côncavo é uma medida maior que 180º e menor que 360º. Por fim, o ângulo inteiro é uma representação da volta de uma circunferência, ou seja, 360º. Figura 36 – Classificação dos ângulos a partir das medidas Fonte: a autora Outro aspecto que merece breve menção é a existência dos ângulos consecutivos, adjacentes e a congruência (Figura 37). Os ângulos consecutivos são dois ângulos que compartilham o mesmo lado. Os ângulos adjacentes ocorrem se dois ângulos consecutivos são adjacentes e se não compartilham pontos internos, em outras palavras, não sejam sobrepostos um ao outro. A congruência significa que, para que os ângulos possam ser considerados iguais (congruentes), devem satisfazer os seguintes postulados: reflexiva (todo o ângulo é congruente a si próprio) – AÔB ≅ AÔB; simétrica AÔB ≅ CÔD, então CÔD ≅ AÔB e transitiva: se aôb ≅ côd e côd ≅ eôf, então aôb ≅ eôf. 36 Figura 37 – Ângulos consecutivos, adjacentes e a congruência Fonte: a autora Os ângulos são denominados de congruentes quando possuem a mesma medida, mas destaca-se que não necessitam ser iguais, mas ter a mesma medida. Os ângulos AÔB e CÔD são congruentes (Figura 38). Figura 38 – Ângulos congruentes Fonte: a autora Além disso, os ângulos podem ser opostos pela vértices. Esse processo ocorre quando há duas retas concorrentes entre si. Dessa forma, pode-se traçar diversos ângulos entre elas. Assim, ao se comparar os dois ângulos, de lados opostos de um mesmo vértice, eles também são considerados congruentes devido a mesma medida (Figura 39). Figura 39 – Ângulos opostos pelo vértice são congruentes Fonte: a autora 37 Além disso, podemos ter a bissetriz do ângulo, que é definido pela semirreta que divide o ângulo congruente, ou seja, com a mesma medida, sendo que AOC e BOC são congruentes (Figura 40). Figura 40 – Bissetriz do ângulo Fonte: a autora Quando a soma entre os ângulos é igual a 90° ou 180° ou 360°, eles são conhecidos, respectivamente, como ângulos complementares, suplementares e replementares (Figura 41, 42 e 43). Os ângulos complementares são dois ângulos quando o resultado da soma é 90º, formando um ângulo reto. Os ângulos suplementares são dois ângulos cuja soma é 180°. Assim, formam um ângulo raso. Por fim, o ângulo replementar é quando a soma dos dois ângulos é igual a 360°. Figura 41 – Ângulos complementares Fonte: a autora 38 Figura 42 – Ângulos suplementares (exemplo 1) Fonte: a autora Figura 43 – Ângulos suplementares (exemplo 2) Fonte: a autora Por fim, há também as retas paralelas cortadas por uma transversal, que podem delimitar oito ângulos, como na Figura 44, a seguir. Vale destacar que podemos estabelecer relações entre esses ângulos formados por uma reta, os quais serão suplementares e congruentes. Figura 44 – Retas paralelas cortadas por uma transversal Fonte: a autora 39 Por fim, a partir da Figura 44, podemos concluir que os ângulos agudos e obtusos são sempre congruentes, e a soma de um agudo com um obtuso é igual a 180°, ou seja, eles são suplementares. Caro aluno, caso tenha interesse em pesquisas de aplicação na área, sugiro a leitura da pesquisa de Valeriano, M. de M. e Carvalho Júnior, denominada de Geoprocessamento de modelos digitais de elevação para mapeamento da curvatura horizontal em microbacias. Acesse em: http://twixar.me/SrQm. DICA 40 Neste tópico, você aprendeu: • O ponto não possui dimensões. A reta possui uma dimensão bem definida o compri- mento. O segmento de reta é delimitado por dois pontos. A semirreta é uma reta com começo, sem fim. • O ângulo é utilizado para medir o espaço entre duas retas, segmentos de reta e semirretas. • O plano apresenta duas dimensões e é um conjunto infinito de retas. • A classificação dos triângulos pode ser equilátera, possuir três lados e ângulos iguais; já o isósceles possui dois lados iguais (o terceiro lado é chamado de base), enquanto o escaleno não possui nenhum lado e ângulo igual. • O quadrado é quando todos os lados são iguais, para calcular a área, é necessário multiplicar a medida da base pela medida da altura; já o retângulo é dado pela multiplicação da base pela altura. • O losango é uma área da diagonal maior (D) com a diagonal menor (d), dividido por dois. • A área do trapézio é a altura com a soma da base maior vezes a base menor, dividida por dois. • Diâmetro é a corda da circunferência do centro do círculo ao arco. • Raio é qualquer segmento que possa se ligar ao centro da circunferênciaa um ponto qualquer. • Os objetos conhecidos na geometria espacial são denominados de sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais. • A aresta é o segmento da reta que liga duas vértices de um poliedro. • O volume e a área total da pirâmide e do prisma (Figura 19) dependem do polígono que está na base de cada sólido. • O volume do cilindro é a altura e o raio da circunferência. • Os sólidos geométricos têm por intuito conhecer a largura, comprimento e altura. RESUMO DO TÓPICO 1 41 • A geometria analítica representa os pontos de uma reta utilizando números reais. • Eixo x é chamado eixo das abscissas, enquanto o eixo y é o eixo das ordenadas. • Ângulo é definido como a região de duas semirretas que partem da mesma origem. A principal medida de um ângulo é o grau (o). • Um grau possui sessenta minutos (1° = 60'). • A classificação do ângulo de acordo com sua medida é: agudo, reto, obtuso, raso, côncavo ou inteiro. • A=a é soma entre os ângulos é igual a 90° ou 180° ou 360°. Eles são conhecidos, respectivamente, como ângulos complementares, suplementares e replementares. 42 1 João vive exatamente do lado esquerdo da BR, no km 2, e decidiu ir ao mercado às 13h. No entanto, o mercado se localiza no km 4 da rodovia e João chegou exatamente às 15h. No ponto médio está localizado seu amigo, no qual ele parou para tomar água. Pergunta-se: qual ponto médio da reta que o João percorreu? Dados: os pontos são A1 (1,2) e A2 (3,4) do plano cartesiano. Com base nesse contexto, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) M (2,2). b) ( ) M (3,1). c) ( ) M (4,2). d) ( ) M (5,2). 2 Maria foi passear em Gramado com seus amigos. No entanto, ficou em um hotel diferente devido à diferença de preços da alta temporada. Maria está preocupada com a distância a ser percorrida tarde da noite. Assim, pergunta-se: qual a distância entre o hotel em que Maria está hospedada e o hotel dos amigos? O hotel da Maria fica no ponto A1 (1,2) e seus amigos estão no hotel A2 (3,4). Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) √8. b) ( ) √10. c) ( ) √1. d) ( ) √12. 3 Helena precisou fazer coletas da qualidade da água em uma bacia hidrográfica. Metodologicamente, utilizamos dois pontos à margem do rio e uma coleta no ponto médio da reta entre os dois pontos. Dessa forma, considere os pontos A1 (3,-4) e A2 (5,-9) de um plano cartesiano. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) M (4,- 6,5). b) ( ) M (4,- 6,). c) ( ) M (8,- 6,5). d) ( ) M (3,- 5). 4 O licenciamento ambiental de uma empresa teve como um dos pré-requisitos mapear a distância do processo produtivo da área de tratamento de efluente da empresa. Esse processo ocorre devido à empresa ser da área alimentícia e necessita de seguridade na qualidade dos produtos gerados. Diante da problemática em questão, as distâncias entre os pontos são A1 (1,2) e A2 (3,4) em um plano cartesiano. Analise as afirmativas a seguir. AUTOATIVIDADE 43 I- √29. II- 5,38. III- √12 IV- √2 Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Apenas I, II estão corretas. b) ( ) Apenas II e IV estão corretas. c) ( ) Apenas as afirmativas I, III, IV e V estão corretas. d) ( ) Apenas I e IV estão corretas. 5 A equação reduzida da circunferência é estudada para poder compreender a representação algébrica do comportamento da circunferência no plano. Dessa forma, a partir destes dados x2 + y2 — 4x = 0, classifique V para a equação verdadeira e F para equação falsa. ( ) (x — 2)2 + (y + 0)2 = 4. ( ) (x — 4)2 + (y + 1)2 = 8. ( ) (x — 2)2 + (y + 0)2 = 6. ( ) (x — 5)2 + (y + 1)2 = 4. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – V – V. b) ( ) F – V – F – V. c) ( ) V – F – F – F. d) ( ) F – F – V – V. 44 45 CÁLCULO VETORIAL UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 1 INTRODUÇÃO Cálculo vetorial são operações matemáticas feitas com grandezas físicas, deno- minadas também de grandezas vetoriais, que dependem da intensidade, direção e sentido. Vale destacar que essas propriedades são relacionadas à geometria. Dessa forma, o principal objetivo das operações matemáticas é encontrar o um único valor, que quando é incorporado ao sistema, terá por consequência o mesmo efeito de todos os outros. Além disso, todas as propriedades são importantes e relacionadas geometri- camente. Por exemplo: como há necessidade de associar os conceitos de direção e sentido aos valores da grandeza física e sem conhecer o que é cálculo vetorial, não é pos- sível entender como se comportam essas grandezas. Assim, os dados vetoriais podem ser rodovias, solos, coberturas do solo e geologia, conhecidas também como primitivas gráficas. Quando estudamos cálculo vetorial, damos sentido aos problemas que vivemos no geoprocessamento. Um polígono é uma sequência de segmentos de uma reta que tem por objetivo formar um objeto. Dessa forma, é o cálculo da área ocupada pelo mesmo espaço. A Matemática é uma ferramenta que possibilita encontrarmos as grandezas físicas vetoriais, a qual denominamos de vetor, sendo caracterizada como um segmento de reta orientado. Sabemos que vetor é um conjunto infinito de segmentos orientados em uma direção, os quais chamamos de equipolentes, que têm o mesmo comprimento, direção e sentido. Desse modo, entendemos que vetor é um conjunto infinito de segmentos que a compõem. Neste tópico, compreenderemos e estudaremos o que é álgebra vetorial e enten- deremos a aplicação do cálculo vetorial, retas, planos e curvas para o sistema de geopro- cessamento. Por fim, discutiremos o que é uma superfície quadrática e sua aplicação nas ferramentas de geoprocessamento. 2 ÁLGEBRA VETORIAL O conceito de vetor surgiu do engenheiro Simon Stevin, o arquimedes holandês, que discutiu o problema de composição de forças emitindo uma regra empírica para se achar a soma de duas forças aplicadas em um mesmo ponto. Dessa forma, os vetores apareceram como linhas dirigidas e, assim, foi sistematizada a teoria vetorial no século XIX. 46 Desse modo, as grandezas ficam determinadas apenas por um número real e são acompanhadas por uma unidade correspondente. Por exemplo: 10 kg de pão, 10 m2 de área, 20 cm de comprimento. Essas grandezas são denominadas de escalares. No entanto, existem grandezas que, além de necessitar de um número real, precisam de sentido, por exemplo, velocidade, vento, aceleração, peso e essas denominadas de vetoriais. Na álgebra, utilizamos os vetores, uma quantidade física caracterizada por intensidade, direção e sentido. São elementos de um espaço, definidos de forma abstrata. Assim, os vetores são um conjunto de elementos definidos em duas operações: a soma de vetores e o produto de vetores por escalares (produto vetorial), obedecendo às propriedades (MENON, 2009). Graficamente, o vetor é representado por A (uma letra com uma seta em cima) e representado por um segmento de reta orientado, como ilustrado na figura a seguir. Figura 45 – Vetor é representado por A Fonte: a autora O vetor é constituído por uma tripla informação: direção, sentido e um número que não pode ser negativo. Em outras palavras, o vetor é constituído de segmentos orientados na mesma direção, sentido e comprimento (Figura 46). Figura 46 – Representante de um vetor Fonte: a autora 47 Na Figura 46 há um conjunto segmentos orientados por um único vetor, em que cada segmento orientado é uma imagem geométrica ou representante de um vetor. Por exemplo: Figura 47 – Direção do vetor Fonte: a autora Sendo: ou No exemplo supracitado, percebe-se que C é a origem e B a extremidade do vetor. O vetor, quando está em direção e sentido diferentes, tende a zero. Assim, o vetor nulo tem coordenadas (0,0) e sua representação gráfica é a origem do sistema de coordenadas. O vetor nulo é . Além disso, temos o vetor unitário, versor e vetor oposto, sendo que o vetor unitário é igual a 1. Já o versor de um vetor que não é nulo é o vetor unitário, que deve ter a mesma direção e sentido . Vamos ao exemplo de vetorunitário: Figura 48 – Vetor unitário Fonte: Venturi (2015, p. 67) 48 Exemplo de versor: Figura 49 – Vetores Fonte: Venturi (2015, p. 67) O vetor oposto é dado por um vetor e o seu aposto é . Dessa forma, o vetor oposto é um vetor e representado por um - . Veja por exemplo, a Figura 51: Figura 50 – Vetor oposto Fonte: Venturi (2015, p. 68) Quando denominamos de paralelismo de vetores, significa dizer que são dois vetores na mesma direção e colinearmente, por exemplo, a Figura 51: Figura 51 – Paralelismo de vetores Fonte: Venturi (2015, p. 68) 49 Além disso, podemos ter vetores equiversos e contraversos. Esses vetores estão relacionados aos sentidos, sendo que os dois vetores paralelos têm sentidos controversos ou equiversos. Por exemplo (Figura 52): Figura 52 – Vetores equiversos e contraversos Fonte: Venturi (2015, p. 69) Em que: e são equiversos e contraversos. Podemos multiplicar um vetor por uma escala, em que K seja um escalar, e um vetor. Dessa forma, o produto do vertor pelo número real K é representado por K . Então, temos: k>0 = significa dizer que e k são equidiversos. Por exemplo (Figuras 54 e 55): Figura 53 – Vetores equidiversos Fonte: Venturi (2015, p. 70) K<0 = significa dizer que os vetores e k são controversos. Por exemplo: Figura 54 – Vetores controversos Fonte: Venturi (2015, p. 71) 50 Além disso, temos também coplanaridade de vetores, em que os vetores e são coplanares se obtiverem imagens geométricas paralelas (mesmo plano). Vale destacar que dois vetores são coplanares, no entanto, três poderão ser ou não. Por exemplo: Figura 55 – (A) São coplanares e (B) não são coplanares (a) (b) Fonte: Venturi (2015, p. 69) Além disso, podemos somar os vetores, em que dado dois vetores, para se obter a soma, colocamos um ponto qualquer no plano. Por exemplo: temos dois vetores , e, para se obter a soma, é necessário + e os pontos são B=A+ e C=B+ . De acordo com a figura a seguir, temos: + = (C-A): Figura 56 – Exemplo de vetores de soma Fonte: Venturi (2015, p. 70) A Figura 56 retrata que, considerando a diferença de pontos, temos: + = (B-A) + (C-B) = (C-A), em que é o vetor resultante, obtido por meio da soma de com . Desse modo, vale destacar que, geometricamente, a soma de n vetores é feita considerando as imagens geométricas, em que a extremidade de cada vetor é o início do vetor seguinte e o vetor soma é o que fecha a poligonal. Vamos a um exemplo? Vale lembrar que o vetor soma é o segmento orientado que fecha a poligonal. Já a origem do primeiro vetor é a extremidade do último vetor. Dado: vetores e , obter graficamente a soma: 51 Figura 57– Vetor soma Fonte: adaptado de Winterle (2014) e Venturi (2015, p. 57) Já a subtração dos vetores é definida como: - por: . Dessa forma, podemos detonar a diferença de dois pontos (Figura 58). 52 Figura 58 – Exemplos de diferença de vetores Fonte: a autora Além disso, podemos obter a diferença entre os dois vetores, . Esse processo acontece fazendo com que eles tenham a mesma origem, sendo que a diferença entre vetores não é cumulativa. Vejamos como obter dados dos vetores e graficamente (Figura 59): 53 Figura 59 – Vetores Fonte: a autora No entanto, quando falamos de paralelogramo sobre dois vetores, e , as diagonais são os vetores soma e diferença (Figura 60): Figura 60 – Paralelogramo de dois vetores Fonte: a autora 54 Sugerimos a leitura do artigo Caracterização empírica da fragilidade ambiental utilizando geoprocessamento, em que os autores utilizaram o mapeamento da fragilidade ambiental para a execução de inúmeros produtos intermediários que auxiliam na análise do produto, como técnicas de geoprocessamento, Modelagem Numérica do Terre- no (MNT), Sensoriamento Remoto (SR) e álgebra linear. Acesse em: http://twixar.me/qrQm . DICA 3 RETAS, PLANO E CURVAS A equação vetorial de uma reta é obtida pelo ponto , pertencente à reta, com vetor diretor dela, ou seja, aquele que dará direção para a reta. A equação vetorial de uma reta se dá por meio da expressão: Sendo: = ponto pertencente à reta; = variável, em que cada valor dado para ele fornece uma posição, ; = vetor da reta. Vale lembrar que estamos discutindo o cálculo vetorial, ou seja, os termos , sendo que também é vetor. Dessa forma, os vetores fornecem a posição do ponto em relação à origem do sistema de coordenadas. Vamos a um exemplo? Determine a equação da reta que passa pelos pontos (4, -1,2) e (1, 1,5). Vale lembrar: os dois pontos pertencem à reta, em que um deles será usado diretamente na equação. Ambos os pontos são usados para definir o vetor diretor da reta e, assim, basta colocar os resultados na equação e resolvido o problema estará. Já para determinar a equação de um plano, é fundamental entender que um ponto pertencente é um vetor normal. Dessa forma, o ponto em um plano é definido por meio de um vetor formado pelos pontos no plano, que poderá ser ortogonal ao vetor normal do plano. Assim, a fórmula matemática se descreve: 55 No entanto, podem ocorrer espaços tridimensionais, sendo que a equação se expande para: Em que: = , é um vetor do plano; = é um ponto que pertence ao plano; = é um ponto genérico do ponto. Vamos a um exemplo? Determine o ponto (2,1) e o paralelo é ax+4y-3z=1. Observação: ponto do plano é fornecido e o paralelo é outro plano. Dessa forma, o vetor normal do plano é fornecido para obter a fórmula do novo plano. (2,1,0) = (1,4,-3) Além da reta e plano, há também as superfícies. As superfícies tridimensionais são formadas por equações de segundo grau, que podem ser parametrizadas assim: x=x y=y z=z O x e y são a função dependente, ou seja, a forma das funções quadráticas, que podem ser parábola, hipérbole ou elipse. Vamos a um exemplo? Observe a figura a seguir. 56 Figura 61 – Parametrização da parabolóide Fonte: a autora Na Figura 61, podemos concluir duas ideias: a primeira é que existe uma parábola em Z e E; a segunda é que existe uma circunferência no plano x0y. Dessa forma, estudaremos as parametrizações com coordenadas retangulares. Primeiramente, isolamos o z. Usaremos x e y como parâmetros e a função z (x, y). Assim: x2 + y2 — z = 0 z = x2 + y2 Concluímos que, apesar de os limites não terem sido especificados, podemos encontrá-los por meio do: x2 = y2 = r2, em que r é o raio do círculo no plano x0y. Assim, facilmente o x e y variarão de —r + r. 57 3.1 CURVAS ESPACIAIS Após estudarmos o espaço euclidiano, agora entenderemos a noção da trajetória de um objeto em movimento em um determinado espaço. Mas como podemos explicar a noção cotidiana de uma trajetória diária que possuímos? Pode ser uma sequência de fotos em movimentos tiradas em um intervalo de tempo, com posições ligadas a retas. Essa trajetória tem três dimensões. Assim, quando falamos de curvas, precisamos de uma estrutura matemática geral para qualquer trajetória. No entanto, o problema é representar a curva no espaço de forma eficiente, tendo sistema de coordenadas para representar analiticamente uma curva em termos de coordenadas, ou seja, tornar objetos geométricos em números. Uma curva espacial é definida por y como o lugar geométrico dos pontos: Na fórmula, utilizamos as coordenadas de um vetor , mas para descrever as coordenadas de um ponto na curva y. Assim, identificamos a posição de um objeto em sua trajetória descrita pela curva espacial γ. Além disso, o t é definido como o tempo, medido pelos nossos relógios. No entanto, para a geometria, o t não tem o significado específico, mas é utilizado como o comprimento da trajetória. A curva descrita como na definição supracitada está em forma paramétrica, em que t é o parâmetro que pertence a algum intervalo da reta real. Assim, denominaremos: as coordenadas x(t),y(t)z(t), ou x𝒊(t) de fórmulas horárias (ou seja, t será o tempo). Vamos ao exemplo? A reta é a forma paramétrica que exige que as suas equações sejam polinômios