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Familia Unidade 3

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Oficina Temática: 
Famílias
Material Teórico
Legislação, Política Social e Famílias
Responsável pelo Conteúdo:
Prof a. Me. Marcia Assis Costa
Revisão Técnica:
Prof a. Me. Elisângela Pereira de Queiros Mazuelos
Revisão Textual:
Prof a. Me. Luciene Oliveira da Costa Santos
• A Centralidade da Família na Constituição Federal de 1988;
• O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de 
Crianças e Adolescentes à Convivência Comunitária;
• O Programa Famílias Acolhedoras;
• A Centralidade da Família no Âmbito do Sistema Único de Saúde, Lei 
Federal nº 8080/90 – SUS;
• Revisão.
 · Analisar a centralidade da família nos sistemas de proteção social, 
contextualizando as mudanças processadas na Constituição Federal 
de 1988;
 · Discutir a conceituação de família no âmbito da Seguridade Social e 
das legislações voltadas à proteção social e defesa dos direitos;
 · Aprofundar a importância da convivência familiar e comunitária de 
crianças e adolescentes a partir da construção do PNCFC;
 · Refletir criticamente sobre os programas e serviços voltados para 
as famílias no âmbito das políticas de Assistência Social (SUAS) e 
Saúde(SUS).
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Legislação, Política Social e Famílias
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
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de Material 
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Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
Contextualização
Pensar a família na contemporaneidade requer contextualizá-la no mundo globali-
zado em que vivemos, permeado por transformações econômicas, sociais e políticas. 
É necessário contextualizá-la em suas relações internas e externas.
Entre as mudanças observadas, destacam-se: o aumento da expectativa de vida, 
o ingresso massivo da mulher no mercado de trabalho, o controle da reprodução, a 
redução do número de filhos, o aumento das famílias monoparentais e o crescimento 
das mulheres chefes de famílias, o crescimento das uniões homoafetivas, entre outras.
Tais transformações têm como base as mudanças processadas nos processos de 
reestruturação do trabalho, nas transformações demográficas, culturais e na legisla-
ção as quais impactam nos papéis desenvolvidos pelo Estado, na legislação, assim 
como nos papéis desempenhados pelos integrantes do grupo familiar.
O agravamento das expressões da questão social tem contribuído para sobrecar-
regar as famílias, atribuindo-lhes responsabilidades quanto ao cuidado e reprodução 
do grupo familiar. Assim, é histórica a centralidade da família dentro do Estado de 
Bem Estar Social. Nas últimas décadas, podemos observar o crescimento de ações 
e programas cujo alvo é a família e seus integrantes. Podemos citar como exemplo 
o Bolsa Família, que é um programa do governo federal, destinado à transferência 
de renda às famílias que se encontram em situação de extrema pobreza, a Estraté-
gia Saúde da Família no âmbito da Saúde, entre outros. Como analisam Campos 
e Mioto (2010):
No Brasil, a comprovação da importância da participação da família e da 
mulher na operação de programas sociais, conforme aparece atualmente 
pela difusão nacional de projetos de combate à pobreza com transferência 
monetária direta, ainda que sugestiva, não é fato novo. Programas de 
provisão de moradia, por exemplo, vêm optando entre nós, há décadas, 
por colocar o documento de propriedade do imóvel no nome da mãe, 
figura cuja maior permanência ao lado dos filhos enseja o uso mais 
continuado do abrigo pelo grupo. (CAMPOS e MIOTO, 2010, p.167)
Dessa forma, a família concebida como a principal instância de proteção social 
tem nas políticas sociais, em especial, na Política de Assistência Social e de Saúde, 
uma centralidade, sendo o eixo estruturante de diferentes programas e ações, vol-
tados à garantia do direito à cidadania, e tem na Constituição Federal o principal 
marco regulatório que reconhece o seu protagonismo. 
Na Constituição Federal, a família foi reconhecida como a base da sociedade 
(Art.226, CF/1988), os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal passam a 
ser exercidos igualmente pelo homem e pela mulher, e é reconhecida como família a 
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comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (Art. 226,§4). An-
tes desse período, apenas a família constituída pelo casamento civil era considerada 
perante a lei, estabelecendo-se uma relação entre os laços consanguíneos e o direito.
A Constituição Federal de 1988 representou um grande avanço para a sociedade 
brasileira e para a garantia dos direitos de seguridade social. A mesma foi fruto do 
processo de mxobilização da sociedade, sendo reconhecida como Constituição Cidadã. 
Conforme Art. 194: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”
O reconhecimento da responsabilidade estatal em prover os meios para a prote-
ção social das famílias permitiu que um conjunto de políticas e legislações comple-
mentares fosse desenvolvido visando à criação de estratégias que contemplem a pro-
teção social de crianças, adolescentes, idosos e demais integrantes do grupo familiar.
Além do provimento de serviços e recursos e da transferência de renda por meio 
de Programas de Transferência de Renda – PTR –, como o Benefício de Prestação 
Continuada e Bolsa Família, outra característica da legislação é a relevância dada à 
convivência familiar e comunitária presente na Constituição Federal, sendo refor-
çada pela Lei Orgânica de Assistência Social, pelo Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, pelo Estatuto do Idoso e diversos programas e ações voltados à garantia 
da manutenção dos vínculos familiares.
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
A Centralidade da Família na 
Constituição Federal de 1988
Figura 1
Fonte: iStock / Getty Images
A família é concebida como a principal instância de proteção social e tem nas 
políticas sociais, em especial na Política de Assistência Social e de Saúde, uma 
centralidade, sendo o eixo estruturante de diferentes programas e ações, voltados 
à garantia do direito a cidadania. No Brasil, essa importância está explícita nas 
legislações específicas da Assistência Social – Estatuto da Criança e do Adolescente 
– ECA–, Estatuto do Idoso e na própria Lei Orgânica da Assistência Social – 
LOAS –, dentre outras.
A Lei Orgânica da Assistência Social, nº 8.742 de 07/12/1993: dispõe sobre a organi-
zação, a Assistência Social, o Estatuto da Criança e Adolescente, Lei 8.069 de 13/07/1990, 
dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente e o Estatuto do Idoso, Lei 
10.741 de 01/10/2003, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade 
superior a 60 anos.
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A Constituição Federal de 1988 inovou em reconhecer, no Capítulo VII, a impor-
tância da família na sociedade. Este capítulo, que fala sobre a família, a criança, o 
adolescente e o idoso, atribui aos filhos a obrigação de cuidar dos pais quando estes 
chegarem à velhice, em situação de carência ou doença, bem como estabelece a res-
ponsabilidade dos pais na criação dos filhos. O Artigo 226 explicita a importância da 
família, considerada a base da sociedade, bem como entre outras questões, reconhe-
ce a união estável entre o homem e a mulher, assim como a constituição do grupo 
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familiar por qualquer um dos pais e descendentes. Essa questão ampliou a concepção 
sobre a família, que, nas legislações anteriores, considerava do ponto de vista jurídico 
apenas a família constituída a partir do casamento civil.
Art.226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável 
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar 
sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada 
por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º O direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, 
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para 
o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte das 
instituições oficiais e privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um que 
a integra, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas 
relações. (BRASIL, CF, 1988)
Outro avanço a ser observado na Constituição Federal de 1988 refere-se ao 
reconhecimento da igualdade entre os filhos gerados no casamento ou fora dele 
também, que passaram a ser reconhecidos perante a lei, sendo eliminada a 
expressão filhos ilegítimos, assim como assegurou que os cônjuges fossem tratados 
de forma igualitária.
Em consonância com a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), Lei Federal Nº. 8.069 de 1990 no Art. 4º regulamentou o 
Artigo 227 constitucional, que dispõe sobre o dever da família, da sociedade, do 
Estado, assegurar à criança, ao adolescente, ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de repudiar toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (BRASIL, CF, 1988)
No Art. 23 do ECA, está assegurado que a falta de recursos materiais não constitui 
motivo para a perda ou a suspensão do poder familiar. Para garantir a manutenção 
da criança e do adolescente em sua família de origem, a mesma deve ser incluída 
em programas oficiais de auxílio. O direito à convivência familiar é observado ainda 
no Artigo 101 do ECA, que dispõe sobre a provisoriedade e excepcionalidade do 
abrigamento da criança ou do adolescente enquanto medida protetiva.
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
Entre as ações de auxílio às famílias que se encontram em situação de pobreza, foi instituído 
o programa Bolsa Família pelo governo federal no ano de 2003. Para receber, é necessário 
que a família comprove que a renda familiar média não ultrapassa o valor de R$ 170,00. 
As famílias com renda média familiar inferior à R$ 85,00 podem receber um benefício 
adicional. É necessário ainda comprovar que as crianças estão matriculadas na escola e que 
a carteira de vacinação está em dia. 
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Outro aspecto a ser observado na Constituição Federal/88 refere-se à proteção 
social, o amparo e o direito à socialização e bem estar dos mesmos. Conforme 
referido Artigo nº 230:
A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, 
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencial-
mente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos 
transportes coletivos urbanos. (BRASIL, CF, 1988)
Em 2003, o Estatuto do Idoso reforçou o artigo constitucional ao assegurar a 
proteção integral das pessoas com mais de sessenta anos e a obrigação da família 
e da sociedade na efetivação dos direitos a viver com dignidade, à convivência 
comunitária, prevenindo-o de qualquer ameaça.
Importante!
Que o Estatuto do idoso, fruto da organização e mobilização dos idosos aposentados 
e pensionistas, ampliou os direitos dos cidadãos com mais de 60 anos e estabeleceu 
punições àqueles que negligenciarem os direitos ou desrespeitarem os idosos?
Você Sabia?
Legalmente, são reconhecidas como unidade familiar as seguintes configurações: 
a formada com base no casamento civil; a união estável entre um homem e uma 
mulher; a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo; um dos pais e seus 
descendentes.
O Código Civil de 2002 inovou em relação aos códigos anteriores, ao reconhecer 
os direitos provenientes da união estável entre duas pessoas, anteriormente 
garantidos apenas pela união matrimonial. Dessa forma, o reconhecimento da 
união estável permitiu que os direitos civis fossem estendidos ao cônjuge desde que 
provada a convivência entre o casal. Outra peculiaridade do Código Civil anterior 
é que o mesmo considerava a mulher casada incapaz, dependendo da autorização 
do marido para realizar determinadas atividades.
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Importante!
Em 1962, o Estatuto da Mulher casada alterou o código de 1916, deixando o marido de 
ser o chefe absoluto da sociedade conjugal. A partir de então, a mulher não precisaria 
mais pedir autorização ao marido para poder trabalhar, receber herança e, no caso de 
separação, poderia solicitar a guarda dos fi lhos. 
Você Sabia?
No âmbito da Seguridade Social, o artigo constitucional nº 203 da Seção IV 
explicita que a Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independente 
de contribuição à seguridade social, tendo entre os seus objetivos: “I. A proteção 
à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice” (BRASIL, 1988). 
Essa questão contribuiu para o rompimento do paradigma do assistencialismo e a 
elevação da seguridade como direito reclamável pelos cidadãos, rompendo com a 
visão assistencialista e paternalista de que deve ser dirigida apenas aos mais pobres.
 Em 1993, a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social – Nº 8.742, de 
07 de Dezembro de 1993 – LOAS –, contribuiu para a estruturação da Assistência 
Social como direito e o dever do Estado em provê-la, representando do ponto de 
vista do reconhecimento de direitos assegurados às famílias um importante avanço, 
reafirmando o direito à seguridade social, previsto na Constituição Federal. De 
acordo com o Art. 1º da LOAS, a Assistência Social é um direito do cidadão 
e dever do Estado, sendo uma política não contributiva, que prevê os mínimo 
sociais. Visando à proteção social aos idosos e à pessoa com deficiência, a LOAS, 
regulamenta o Art. 203 da Constituição Federal, que estabelece o pagamento de 
um salário mínimo à pessoa comdeficiência e ao idoso, denominado Benefício de 
Prestação Continuada. “Art.1º, e) A garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício 
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de 
prover a própria manutenção ou tê-la provido por sua família”(BRASIL, 1993).
Importante!
O Benefício de Prestação Continuada é oferecido a todos os idosos e pessoas com defi ciência?
De acordo com a legislação, o BPC é assegurado apenas aos idosos e pessoa com 
defi ciência que tenham renda per capita de ¼ do salário mínimo e que não receba 
nenhum benefício previdenciário. Dessa forma, muitos indivíduos, embora necessitem 
não se enquadram nas condicionalidades defi nidas na legislação.
Trocando ideias...
A Assistência Social tem por objetivos, a proteção à família, à maternidade, 
à infância e à velhice, sendo que, entre os princípios preconizados no Art. 4º da 
LOAS, consta :
II - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a 
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e 
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade. 
(BRASIL, 1993)
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
A Política Nacional de Assistência Social de 2004, aprovada pela Resolução 
nº 145, do Conselho Nacional de Assistência Social, expressa as diretrizes da Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS) e tem como objetivos:
Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social 
básica e especial para famílias, indivíduos e grupos que dela necessitem; 
Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, 
ampliando o acesso a bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, 
em áreas urbana e rural; Assegurar que as ações no âmbito da Assistência 
Social tenham centralidade na família, e garantam a convivência familiar 
e comunitária. (PNAS, 2004, p. 27)
A Política Nacional de Assistência Social foi instituída por meio da Resolução n. 145, 15 
de outubro de 2004, pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), como política 
social inserida no Sistema de Proteção Social Brasileiro, no campo da Seguridade Social. 
Essa reformulação da PNAS é resultado de intenso debate em torno da necessidade de 
reafirmação dos princípios constitucionais e das diretrizes da LOAS (PNAS, 2004).
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De acordo com a PNAS, os serviços de proteção básica e especial devem garantir 
um conjunto de seguranças, entre as quais, destacamos a:
Segurança de Convívio: através de ações, cuidados e serviços que resta-
beleçam vínculos pessoais, familiares, de vizinhança, de segmento social, 
mediante a oferta de experiências socioeducativas, lúdicas, socioculturais, 
desenvolvidas em rede de núcleos socioeducativos e de convivência para os 
diversos ciclos de vida, suas características e necessidades. (PNAS, 2004)
Em 2005, foi aprovada a NOB-SUAS, que constituiu um sistema de regulação e 
de integração em todo o território nacional de atenção às necessidades de proteção 
e seguridade social, por meio de um conjunto articulado de serviços, benefícios, 
projetos e programas para um público que apresenta demandas protetivas 
diferenciadas, sendo marcado pela exclusão e pela vulnerabilidade social. 
O Sistema Único de Assistência Social – SUAS – reafirma a centralidade do 
debate acerca das famílias no contexto das políticas sociais e tem ocasionado o 
crescimento de programas, projetos e serviços, visando ao fortalecimento e apoio 
de famílias para o enfrentamento das dificuldades sociais. Tais ações tanto podem 
contribuir para fortalecer as famílias, quanto podem sobrecarregá-las, atribuindo as 
mesmas responsabilidades que deveriam ser assumidas pelo Estado.
Na Política Nacional de Assistência Social, a matricialidade sociofamiliar é um dos 
princípios ordenadores dos projetos e trabalhos desenvolvidos na gestão do SUAS.
Na compreensão de (COUTO et al. 2011):
A matricialidade sociofamiliar é outro aspecto a ser destacado na Política 
de Assistência Social, pois desloca a abordagem para o indivíduo isolado 
para o núcleo familiar, entendendo-o como mediação fundamental na 
relação entre sujeitos e sociedade. (COUTO et al., 2010, p. 44)
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O deslocamento da abordagem individual para o grupo familiar requer, no 
entanto, considerar as diversidades de possibilidades dos arranjos familiares pre-
sentes na sociedade contemporânea, rompendo com visões conservadores que 
tendem a reforçar os valores, expectativas e papéis baseados em valores conser-
vadores e baseados num padrão pré-definido pela sociedade burguesa.
O crescimento da pobreza e da desigualdade social decorrentes do aumento 
do desemprego estrutural e das estratégias traçadas pelo capital tem ampliado a 
demanda por serviços e benefícios de assistência social. As novas configurações 
do mercado de trabalho têm ocasionado a inserção produtiva com condições 
de trabalho precárias, configuradas por baixos salários, informalidade e/ou 
insegurança no emprego, sendo muitos desses sujeitos e suas famílias usuários da 
rede socioassistencial e/ou dos benefícios assistenciais. 
É nesse contexto que Couto et al. (2011) referem-se à reconfiguração do perfil 
dos usuários da assistência social em função das transformações macrossociais 
que vêm ocorrendo nas últimas décadas. Dessa forma, é preciso romper com a 
visão estereotipada de que a política de Assistência Social se direciona apenas aos 
incapacitados para o trabalho, mas se volta aos cidadãos que estão cada vez mais 
sendo expulsos do mercado formal de trabalho, ou para aqueles que, mesmo inseridos 
no mercado, recebem salários insuficientes para a sua sobrevivência e da família. 
Outra questão refere-se à responsabilização da família em relação ao provimento 
das necessidades do grupo familiar e, por consequência, a desresponsabilização do 
Estado quanto ao seu papel de garantidor do bem estar social. Assim, muitas vezes, 
as famílias têm que contar com a solidariedade dos seus integrantes para o cuidado 
e proteção, sobretudo, dos idosos e de crianças e adolescentes.
A Política de Assistência Social encontra-se estruturada em dois níveis de prote-
ção: a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial, nos níveis de Média e 
Alta Complexidade.
A Proteção Social Básica tem como objetivo promover ações de prevenção e 
inclusão social que visem prevenir situações de risco desenvolvam potencialidades 
e contribuam para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Os serviços da Proteção Social Básica – PSB – deverão ser executados de 
forma direta nos CRAS – Centro de Referência de Assistência Social – 
ou de forma indireta pelas entidades e organizações de assistência social 
da área de abrangência dos CRAS, sempre sob a coordenação do órgão 
gestor da política de assistência social por se tratar de unidade pública. 
(COUTO et al., 2011, p.42)
Conforme preconiza a PNAS/2004, o trabalho desenvolvido no CRAS com 
as famílias deve considerar os novos arranjos familiares, superando a ideia de um 
único modelo, baseado na família nuclear, cujos papéis estão pré-definidos. O grupo 
familiar pode ou não ser capaz de desempenhar as funções que lhe são atribuídas, e 
cabe à Política de Assistência Social contribuir para a inclusão social destes sujeitos.
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
Através do PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento a Famílias), são desenvol-
vidas de programas e ações destinadas a fortalecer a função protetiva da família, 
prevenir a ruptura dos vínculos familiares, o acesso e o usufruto de direitos e a 
melhoria da qualidade de vida. Por meio de ações de caráter preventivo, o PAIF 
visa ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e integra o nível de 
proteção social básica.
A Proteção Social Especial é destinada a famílias e indivíduos que se encontram 
em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos 
físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimentode medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre 
outras (PNAS/2004).
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – é o 
serviço de referência do Sistema Único de Assistência Social voltado a oferecer 
atenção especializada a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou 
social devido à violação de direitos. O PAEFI (Serviço de Proteção e Atendimento 
Especializado a Famílias e Indivíduos) programa ações destinadas à promoção de 
acesso a direitos socioassistenciais, à rede de proteção e apoio que contribua para 
os fortalecimentos das famílias. Assim, as famílias que passam por situações de: 
violência intrafamiliar (física psicológica); negligência ou abandono; afastamento 
do convívio familiar devido à aplicação de medida de proteção; tráfico de pessoas, 
situação de rua; trabalho infantil; discriminação em decorrência da orientação 
sexual e/ou raça/etnia, deve ter o acompanhamento pelo PAEFI.
O Plano Nacional de Promoção, Proteção e 
Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes 
à Convivência Comunitária
Figura 2
Fonte: iStock / Getty Images
Em complemento à Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), de 1990 (Lei Federal n. 8.069), e a Lei Orgânica da Assistência 
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Social, de 1993 que regulamentam a garantia da convivência familiar, o Plano 
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes 
à Convivência Familiar busca assegurar os direitos de forma integral e articulada 
conforme previstos na legislação. O referente documento é fruto de um amplo debate 
envolvendo atores de diferentes esferas do governo, da sociedade civil organizada e 
de órgãos internacionais como a UNICEF, que, encaminharam ao Conselho Nacional 
dos Direitos das Crianças e Adolescentes – CONANDA – e ao Conselho Nacional de 
Assistência Social – CNAS – as propostas para sua construção.
Este plano tem como objetivo romper com a cultura de institucionalização de 
crianças e adolescentes, fortalecendo o direito à proteção integral e à preservação 
dos vínculos familiares e comunitários. Assim, considera que o investimento na 
construção de políticas públicas voltadas à atenção integral às famílias é essencial 
para a garantia de direitos. De acordo com o PNCFC:
As crianças e adolescentes não são fragmentadas e portanto devemos 
sempre pensar em seu atendimento humano integral, por meio de 
políticas públicas articuladas com vistas à plena garantia dos direitos e ao 
verdadeiro desenvolvimento social. (PNCFC, 2006, p.56)
As estratégias, objetivos e diretrizes do PNCFC estabelecem a prioridade da 
prevenção ao rompimento dos vínculos familiares, a estruturação e qualificação de 
serviços de acolhimento e a concentração de esforços para o retorno ao convívio 
da família de origem.
 De acordo com O PNCFC, a inserção da criança e/ou do adolescente em família 
substituta, assim como o abrigamento e/ou a adoção devem ocorrer mediante 
terem sido esgotadas todas as possibilidades de inserção na família de origem e 
a preservação de vínculos entre grupos de irmãos. Dessa forma, os parâmetros 
para os programas e ações voltadas à convivência familiar e comunitárias visam ao 
cumprimento dos direitos de proteção preconizados no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA).
O Programa Famílias Acolhedoras
Figura 3
Fonte: iStock / Getty Images
O Programa Famílias Acolhedoras é um serviço que organiza o acolhimento pro-
visório de crianças e adolescentes afastados da convivência da família de origem 
por medidas protetivas na residência de famílias até que a reinserção na família seja 
possível. É importante salientar que esse programa não deve ser confundido com a 
adoção, tratando-se de um serviço de acolhimento provisório.
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
Conforme destacado no PNCFC, o Programa Família Acolhedora:
É uma modalidade de acolhimento diferenciada, que não se enquadra no 
conceito de abrigo em entidade, nem colocação em família substituta, no 
sentido estrito. As famílias acolhedoras estão vinculadas a um Programa, 
que as seleciona, prepara e acompanha para o acolhimento de crianças 
ou adolescentes indicados pelo Programa. (PNCFC, 2006, p. 42)
Para o funcionamento do programa é necessário a sensibilização, o cadastramento 
e o acompanhamento das famílias acolhedoras por uma equipe multidisciplinar. 
Visando a reintegração familiar das crianças e adolescentes, a família de origem 
também deve ter acompanhamento psicossocial. A potencialização das ações 
desenvolvidas por esse programa poderá ser obtida por meio da articulação da rede 
de serviços, a Justiça da Infância e da Juventude e os demais atores do Sistema de 
Garantias de Direitos.
Para melhor compreensão do PNCFC, acesse o Plano Nacional de Promoção, Proteção e 
Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária:
https://goo.gl/mPAO6V
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Leia também a reportagem realizada com uma família da cidade de Bauru, que 
participou do Programa Família Acolhedora e relata a importância desse programa 
de acolhimento familiar provisório.
Mãe de dois meninos, mulher vive experiência de acolher recém-nascida: https://goo.gl/WnLNsm
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A Centralidade da Família no Âmbito 
do Sistema Único de Saúde, Lei Federal 
nº 8080/90 – SUS
Assim como na PNAS, a família ocupa um lugar central nas ações desenvolvidas 
no âmbito da Política Nacional de Saúde, materializada pela Lei Federal 8080/90 
que dispõe sobre a construção do Sistema Único de Saúde (SUS), nas diferentes 
esferas de atuação. 
O Sistema Único de Saúde é um direito previsto na Constituição Federal e 
tem como diretrizes a universalidade, a regionalidade, a equidade, a igualdade de 
atendimento, descentralização, hierarquização, a integralidade de atendimento e 
a participação social. Visando romper com o modelo biomédico de atendimento 
centrado na doença, as ações da política de saúde devem estar voltadas 
prioritariamente para a prevenção e promoção. O Art. Nº3 do SUS define que 
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a saúde possui condicionantes e determinantes que se relacionam à condição de 
moradia, de lazer, de alimentação de transporte, de educação entre outros, que 
devem ser considerados.
A política de saúde está estruturada em três níveis de atenção, sendo o primeiro 
nível denominado de Atenção Básica e a porta de entrada do sistema de saúde e 
ordenadora da Rede de Atenção a Saúde, o Nível Secundário é direcionado para o 
atendimento especializado e o Nível Terciário, voltado para a Alta Complexidade, 
que contempla os atendimentos e serviços que requerem o uso de tecnologias 
complexas. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) tem como objetivo a organização 
dos cuidados de diferentes níveis de forma articulada e com base no território,
Conforme a Portaria 2.488 de 21 de Outubro de 2011 do Ministério da Saúde:
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, 
no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção 
da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo 
de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e 
autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde 
das coletividades. (BRASIL, 2011)
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o programa responsável por estruturar 
a rede de cuidados à Saúde, a partir do desenvolvimento de ações educativas, 
orientações e serviços, visando à promoção e à prevenção da saúde das famílias e 
dos sujeitos atendidos.
Importante!
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica do Ministério da Saúde, cada equipe 
de Saúde da Família (ESF) deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo 
a média recomendada de 3.000 pessoas, observando os critérios de equidade para essa 
demarcação. O número de pessoas por equipe recomendado deve considerar o grau de 
vulnerabilidade das famílias do território. 
Trocando ideias...O foco do trabalho do ESF consiste em acompanhar mensalmente as famílias 
por meio do cadastro e de visitas regularmente realizadas pela equipe de saúde, 
desenvolver ações de educativas voltadas à promoção e prevenção à saúde. Como o 
trabalho é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, o prontuário familiar é um 
importante instrumento utilizado pelos profissionais, que possibilita o registro dos 
dados dos usuários, as particularidades, os problemas e as formas de enfrentamento 
dos mesmos.
Com o objetivo de contribuir para a integralidade dos cuidados e apoiar o trabalho 
das equipes de família, Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da 
Família (Nasf), mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, republica-
da em 4 de março de 2008, criou os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF), 
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
composto por profissionais de diferentes áreas de formação, de acordo com o gestor 
local, a partir das peculiaridades do território e dos dados epidemiológico.
De acordo com as Diretrizes do NASF, o principal propósito da ESF é reorga-
nizar a prática da atenção à saúde e substituir o modelo tradicional de atenção, 
levando a saúde para mais perto das famílias, visando melhorar a qualidade de 
vida da população. 
Entre os profissionais que compõem o NASF, estão: o assistente Social, psicó-
logo, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, farmacêutico, médico pediatra, 
psiquiatra, médico ginecologista, médico geriatra, entre outros.
São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos 
NASF: discussão de casos, atendimento conjunto ou não, interconsulta, 
construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, 
intervenções noterritório e na saúde de grupos populacionais e da 
coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da 
saúde, discussão do processo de trabalho das equipes etc. (BRASIL, 
2011, p.72)
Um dos objetivos do trabalho do Assistente Social no NASF, conforme as 
Diretrizes do NASF definidas pelo Ministério da Saúde, refere-se a: 4. Atenção 
às famílias de forma integral, em conjunto com as equipes de SF, estimulando a 
reflexão sobre o conhecimento dessas famílias, como espaços de desenvolvimento 
individual e grupal, sua dinâmica e crises potenciais (BRASIL, 2012).
Assim, observa-se a centralidade do trabalho e das ações desenvolvidos na 
Atenção Básica, tem como foco o trabalho com as famílias e visam, como na 
Política de Assistência Social, promover a inclusão social dos sujeitos e dos 
diferentes grupos familiares. 
Conclui-se que a introdução da família na Atenção Básica tem como objetivo romper 
com o modelo biomédico de atendimento, centrado na individualização dos cuidados 
e na doença e propor uma dinâmica de trabalho que possibilitem aos profissionais 
articularem os saberes para que a intervenção alcance a conquista dos direitos.
Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que 
você consulte:
A Política Nacional de Saúde:- Lei 8080/90
https://goo.gl/vNP4K
O Caderno de Atenção Básica, Ministério da Saúde, Brasília, 2012
https://goo.gl/nSnXW7
Ex
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or
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Para aprofundar a discussão em torno da importância da família na Política de 
Assistência Social, recomendamos a leitura do texto: A centralidade da família na 
política de assistência social, da autora Elizabete Terezinha Silva Rosa. Você poderá 
acessá-lo no link abaixo:
A Centralidade da Família na Política de Assistência Social: https://goo.gl/SryzuH
Ex
pl
or
Revisão
A Constituição Federal de 1998 representa um importante marco para o reco-
nhecimento dos direitos da Seguridade Social. A família passou a ser reconhecida 
como a base da sociedade.
A centralidade da família nos Estados de Bem Estar Social se refere a uma 
característica histórica no Brasil.
A Lei Orgânica da Assistência Social reafirma a importância da família como 
base da sociedade e reafirma a necessidade de proteção social às famílias, bem 
como regulamenta o benefício assistencial – BPC. 
A Política de Assistência Social regulamenta as legislações anteriores e eleva a 
assistência social no âmbito da proteção social, estabelecendo níveis diferenciados 
de proteção, tendo em vista que a situação de pobreza e desigualdade social 
engendram necessidades distintas, e requer níveis de atenção diferenciados.
Assim, a Proteção Social Básica tem como prioridade o desenvolvimento de 
ações de caráter preventivo e a Proteção Social Especial volta-se para o atendimento 
das situações em que os vínculos familiares e comunitários foram destruídos ou 
estão esgarçados.
O compromisso de garantir o direito à Convivência Familiar e Comunitária está 
presente nos PNCFC/06, que estabelece diretrizes para o acolhimento provisório 
de crianças e adolescentes. Visando à reinserção de crianças e adolescentes em suas 
famílias de origem, devem ser desenvolvidas ações voltadas ao acompanhamento 
social e psicológico dos familiares para que o convívio familiar e comunitário possa 
ser retomado.
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
Na Política de Saúde, a centralidade da família encontra-se presente na Estraté-
gia Saúde da Família, programa responsável por estruturar e organizar a Rede de 
Atenção à Saúde e voltado à promoção e prevenção de doenças e à construção de 
vínculos entre os diferentes sujeitos, por meio do acolhimento, criação de vínculos 
e práticas educativas que mobilizem mudanças.
Em resumo, é inegável a centralidade e relevância da família no contexto da 
legislação social, podendo ser observada nos diferentes programas e ações, obje-
tivando a reinserção social, a melhoria das condições de vida. No entanto, devido 
ao aumento da pobreza e expressões da questão social, associadas ao recuo do 
Estado e ao aumento de políticas neoliberais, tais medidas não são suficientes para 
minimizar as necessidades das famílias em situação de pobreza, tornando-se, mui-
tas vezes, paliativas e incipientes
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Dicionário da Educação Profissional em Saúde
https://goo.gl/9qPHAZ
 Livros
Portaria n. 3.124, de 28 de dezembro de 2012
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.124, de 28 de dezembro de 2012. Redefine os 
parâmetros de vinculação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Modalidades 1 e 2 
às Equipes Saúde da Família e/ou Equipes de Atenção Básica para populações específicas, cria a 
Modalidade NASF 3, e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2012
 Filmes
Querô (Baseado em uma História Real)
Para compreender o impacto da pobreza e demais questões sociais sobre a família, sugerimos que 
assista o filme: Querô, baseado na obra de Plínio Marcos e dirigido por Eduardo Cortez, produção 
Guilane Filmes, que retrata a história de um adolescente que é institucionalizado e privado da con-
vivência comunitária. 
 Leitura
Política Social, Família e Juventude: Uma Questão de Direitos
https://goo.gl/LrLjY8
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UNIDADE Legislação, Política Social e Famílias
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
BRASIL. Lei Nº 4.121, de 27 de agosto de 1962, dispõe sobre a situação jurídica 
da mulher casada. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/
L4121.htm, acesso em 10/02/2017.
CAMPOS, M.S.; MIOTO, R.C.T. Política de Assistência Social e a posição da 
família na política social brasileira. Revista SER SOCIAL, v.12, nº 2, UNB, 
Brasília, 2012.
CARVALHO, M. C. B. A Família Contemporânea em Debate. 4. ed. São Paulo: 
Cortez, 2002.
ROSA, Elizabete Terezinha Silva. A centralidade da família na política de 
assistência social. I Congresso Internacional. Pedagogia Social. Mar, 2016.
SARTI, C. A. A família como espelho: um estudo sobre a moral. 6. ed. v. 1. 
Campinas: Autores Associados, 2010.
________. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso/ Ministério da Saúde. – 2.ª 
reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
________. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de 2011. 
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes 
e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família 
(ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília: Ministério 
da Saúde, 2011a. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2011/prt2488_21_10_2011.html>. Acesso em: 8 fev. 2017.
________. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.124, de 28 de dezembro de 
2012. Redefine os parâmetros de vinculação dos Núcleos de Apoio à Saúde da 
Família (NASF) Modalidades 1 e 2 às Equipes Saúde da Família e/ou Equipes de 
Atenção Básica para populações específicas, cria a Modalidade NASF 3, e dá 
outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Plano 
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes 
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________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política 
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Social e Combate a Fome. Brasília, 2004a. Disponível em: 
________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Resolução 
n. 33, de 12 de dezembro de 2012. Aprova a Norma Operacional Básica do 
Sistema Único de Assistência Social NOB/SUAS. Brasília, jul. 2005a.
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________. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria 
Nacional de Assistência Social. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução 
n. 269, de 13 de dezembro de 2006. Aprova a Norma Operacional Básica de 
Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social (NOB-RH/SUAS). 
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________. Presidência da República. Conselho Nacional dos Direitos da Criança 
e do Adolescente. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 1990c. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 22 jan. 2017.
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Lei Orgânica da Saúde (LOS). Dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 1990a. 
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________. Presidência da República. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde. 
1990b.
Sites Visitados
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm>. Acesso em: 2 fev. 2017. 
<http://www.sesc.com.br/mesabrasil/doc/Pol%C3%ADtica-Nacional.pdf>. 
Acesso em: 2 fev. 2017.
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