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Exames Neurológicos em Pequenos animais - Vias aferentes e eferentes

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO PR 
GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
NEUROFISIOLOGIA 
Avaliação clínica neurológica X Vias aferentes e eferentes 
 
 
 
 
 
 
Nome: Beatriz de O. Rio Branco 
R.A.: 4701774020 
 
 
 
 
 
 
 
Guarapuava 2018 
 
1. INTRODUÇÃO 
O exame neurológico constitui a parte mais importante da avaliação clínica do paciente 
neurológico. É realizado no animal acordado e com o dono presente. O exame 
neurológico é composto pelo exame do estado mental, do comportamento, da postura, 
da capacidade locomotora, das reações posturais, dos nervos cranianos, dos reflexos 
espinhais e da percepção da dor. 
 
2. NERVOS CRANIANOS 
PARTE DO 
ENCÉFALO NERVO CRANIANO CORRESPONDENTE FUNÇÃO 
Telencéfalo 
Parte cerebral 
N. I (olfatório) Sentido do olfato 
Diencéfalo N II. (N. optico Sentido da visão 
Mesencéfalo 
Nervos cranianos 
motores 
N III (N. oculomotor) 
Músculos do olho 
N. IV (N. troclear) 
 
Rombencéfálo 
N. VI (N. abducente) 
Nervos faríngeos 
(mistos 1-4) 
1. N. V (N. Trigêmeo) 
raiz sensitiva Sensibilidade da cabeça 
raiz motora (apenas 
em N. V3) Músculo da Mastigação 
2. N. VII (N. Facial) Músculo da expressão facial 
3. N. IX (N. 
Glossofaríngeo) Sentido do gosto, faringe 
4. N. X (N. Vago) 
Laringe, visceras torácicas e 
abdominais 
Nervos cranianos 
motores 
N. XI (N. Acessório) 
m. trapézio, m. esterno-
cleidomastóideo 
N. XII (N. Hipoglosso) Musculatura da língua 
Nervo craniano 
sensorial 
N. VIII (N. 
Vestibulococlear) 
Sentido da audição e aparelho 
do equilíbrio 
TABELA 1 – NERVOS CRANIANOS COM ORIGEM E FUNÇÃO (Adaptado de ROHEN, Johannes W. 2008 - Anatomia 
Humana: Resumos em Quadros e Tabelas – Vasos, Nervos e Músculos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1. LESÕES NOS NERVOS CRANIANOS 
PAR DE NERVO LESÃO 
I - Olfatório Anosmia/Hiposmia 
II - Óptico Cegueira uni ou bilateral 
III - Oculomotor Estrabismo 
IV - Troclear Estrabismo rotacional 
V - Trigêmeo 
Perda da força unilateral e mandíbula caída (bilateral), ou alteração de 
sensibilidade da face. 
VI - Abducente Estrabismo medial 
VII - Facial 
Halitose, sialorreia, ptose da região labial ou palpebral, atrófica muscular, 
assimetria da face 
VIII - 
Vestibulococlear 
Porção coclear: causa surdez uni ou bilateral, testada com sons abruptos 
Porção vestibular: Head tilt, tendência a andar em círculos pequenos, 
quedas ou rolamentos para o lado da lesão 
IX - 
Glossofaríngeo 
Regurgitação, disfagia, disfonia X - Vago 
XI - Acessório Atrofia, redução do tônus muscular do segmento cervical 
XII - Hipoglosso Desvio inicialmente contralateral e posteriormente ipsilateral 
TABELA 2 – CONSEQUENCIA DE LESÕES ME CADA NERVO CRANIANO 
 
3. AVALIAÇÃO DOS PARES DE NERVOS CRANIANOS 
Os nervos cranianos são 12 pares de nervos que têm origem no cérebro. Estes nervos 
inervam as estruturas na cabeça, tais como os músculos da mastigação, da língua, da 
expressão facial, músculos das orelhas e dos olhos, além de proporcionarem o 
importante impulso sensorial para os sistemas olfativo, visual, acústico, do equilíbrio e 
gustativo. Através do exame dos nervos cranianos é também possível avaliar a função 
do cérebro e das suas partes mais importantes (cérebro, tronco cerebral e cerebelo). 
Com muita frequência, as doenças do cérebro causam anomalias nos nervos cranianos. 
 
3.1. RESPOSTA A AMEAÇA 
A resposta a ameaça é um comportamento aprendido e não um reflexo propriamente 
dito. Para avaliação da resposta à ameaça devem-se testar os olhos separadamente. 
Para tanto, o clínico precisa cobrir um dos olhos, e após tocar suavemente o canto 
medial do olho testado, para chamar a atenção do animal, realizar um movimento de 
ameaça. 
 A porção aferente inclui todo trato visual enquanto a porção eferente o nervo 
facial e cerebelo 
 
 
 
3.2. REFLEXO PUPILAR 
Deve ser realizado em ambiente escuro, com os olhos previamente cobertos para que 
haja midríase e se possa avaliar a resposta à luz. Antes de realizar o teste é interessante 
posicionar a fonte de luz entre os olhos e acima do nariz para observar-se existe alguma 
evidência de anisocoria. Avalia-se a resposta de contração da pupila que recebeu a e 
da pupila contralateral. 
 
Para avaliação do reflexo palpebral o clínico deve deflagrar um estímulo tátil suave nos 
cantos medial e lateral das pálpebras, e espera-se que o animal feche as pálpebras. O 
estímulo pode ser realizado com a ponta dos dedos ou utilizando-se um cotonete. 
 
Para avaliação da sensibilidade facial devem-se realizar estímulos de toque na face em 
diferentes regiões com um cotonete ou pinça hemostática em que se espera, como 
resposta, contração da musculatura facial e fechamento de pálpebras. O estímulo da 
mucosa nasal efetiva-se após fechamento de ambos os olhos do animal e espera-se 
como resposta uma movimentação de cabeça consciente. 
 
Em ambos os testes, participam da porção aferente os ramos oftálmico, maxilar e 
mandibular do nervo trigêmeo e, da porção eferente, o nervo facial. O ramo 
oftálmico é responsável pela inervação sensorial da córnea, canto medial do olho, 
mucosa nasal e pele do dorso do nariz. Já o ramo maxilar é responsável pela inervação, 
principalmente, do canto lateral do olho, pele da bochecha e focinho. O ramo mandibular 
é responsável pela inervação da parte mandibular da face e cavidade oral. 
 
 
3.3. SIMETRIA FACIAL 
 
Realiza-se observação da face do animal em que se busca observar qualquer 
assimetria entre a face direita e esquerda. 
 
Hipotrofias musculares dos músculos da mastigação (lesão da porção eferente 
do nervo trigêmeo) e ptoses de pálpebra, lábio ou orelha (lesão da porção eferente 
do nervo facial) podem acarretar em uma assimetria facial. 
 
 
3.4. ESTRABISMO PATOLÓGICO E POSICIONAL 
 
Para avaliação dos globos oculares, o avaliador deve posicionar-se de frente para o 
animal e observar qualquer desvio patológico e/ou posicional, após elevação e extensão 
do pescoço. Estrabismo patológico lateral é decorrente de uma lesão do nervo 
oculomotor, enquanto que o medial ocorre devido à lesão do nervo abducente, o de 
rotação do globo ocular por causa da lesão do nervo troclear e o posicional ventral é 
consequência de lesão do nervo vestibulococlear. 
 
 
3.5. NISTAGMO FISIOLÓGICO 
 
Para avaliação do nistagmo fisiológico (reflexo oculovestibular) deve-se movimentar a 
cabeça do animal para ambos os lados na direção horizontal. A resposta esperada é 
um movimento rítmico e involuntário dos olhos (nistagmo fisiológico) que, geralmente, 
apresenta uma fase lenta na direção oposta à rotação da cabeça e fase rápida na 
mesma direção. Na ausência de movimentação da cabeça não deve haver nistagmo e 
quando presente é classificado como nistagmo patológico e/ou posicional indicando, na 
maioria das vezes, uma lesão do sistema vestibular. 
 
 
3.6. NERVOS CRANIANOS IX, X E XII 
 
Para avaliação dos nervos cranianos IX e X realiza-se o reflexo de deglutição ou ânsia. 
Para tal, aplica-se uma pressão externa nos ossos hioides e na cartilagem tireoide, para 
gerar a deglutição ou, em animais mansos, estimula-se diretamente a faringe, com um 
dos dedos, para provocar o reflexo de ânsia. Lesões nesses pares de nervos cranianos 
podem resultar em disfagia, paralisia de laringe, disfonia e regurgitação. A observação 
do tônus de língua avalia a integridade do nervo hipoglosso, que fornece inervação 
motora para os músculos da língua. 
 
TESTE PARES DE NERVOS ENVOLVIDOS 
Resposta á ameaça 
Aferente: óptico 
Eferente: facial 
Reflexo pupilar 
Aferente: óptico 
Eferente: oculomotor 
Reflexopalpebral 
Aferente: trigêmeo 
Eferente: facial 
Sensibilidade Facial 
Aferente: trigêmeo 
Eferente: facial 
Massa dos músculos mastigatórios Trigêmeo 
Tônus mandibular Trigêmeo 
Estrabismo patologico/posicional 
Lateral - oculomotor 
Rotatório - troclear 
Medial - abducente 
Posicional ventral - vestibulococlear 
Nistagmo fisiológico 
Oculomotor 
Abducente 
Vestibulococlear 
Reflexo de deglutição/ânsia 
Glossofaríngeo 
Vago 
Tônus de língua Hipoglosso 
TABELA 3 – VIAS AFERENTES E EFERNTES DE ACORDO COM CADA TESTE NEUROLÓGICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANOBRA 
NERVO 
SENSITIVO 
NERVO 
MOTOR RESPOSTA NORMAL 
REGIÃO 
TESTADA 
Ameaça II VII piscadela cérebro 
Reflexo Pupilar II III miose mesencéfalo 
Reflexo palpebral V VII piscadela ponte e bulbo 
Retração ocular V VI retração ocular ponte e bulbo 
Olho de boneca VIII III, IV, VI divergência dos olhos 
tronco 
cerebral 
Reflexo deglutição IX ou X IX ou X deglutição bulbo 
Palpação do músculo 
temporal . V 
tonus muscular 
simetrico ponte e bulbo 
Posição dos olhos em 
repouso VIII III, IV, VI 
posição conjugada 
normal vestibular 
Nistagmo posicional VIII III, IV, VI 
ausência de 
movimento ocular 
vest./ 
cerebelar 
Exame da língua V XII 
movimento normal 
sem atrofia 
medula 
cervical 
TABELA 4 – RESPOSTAS DAS DIFERENTES REGIÕES TESTADAS SOB DIFERENTES MANOBRAS 
4. AVALIAÇÃO SENSORIAL 
Esse teste é realizado com o animal em estação e se busca, ao estimular regiões 
próximas a coluna vertebral, respostas geradas por reflexo que consistem e pequenas 
movimentações da área estimulada. Isso avaliará o funcionamento dos nervos espinhais 
ao longo da coluna. 
 
5. REAÇÕES POSTURAIS 
O exame das reações posturais é realizado após o exame da locomoção e ajuda o 
veterinário a visualizar melhor os déficits que passaram despercebidos ou que não 
foram tão claros durante o exame da locomoção. Existem numerosas reações posturais, 
mas a ideia comum na maioria das mesmas consiste em fazer o animal permanecer de 
pé, andar ou saltar apenas sobre um par de membros: hemiestação, hemimarcha, salto, 
teste do carrinho-de-mão, impulso postural extensor e outras reações. A outra reação 
postural importante que deve ser testada em todos os pacientes neurológicos é o 
posicionamento proprioceptivo. Esta reação proporciona informação sobre o sistema 
proprioceptivo do paciente. 
 
6. EXAME DOS REFLEXOS ESPINHAIS 
O exame dos reflexos espinhais é normalmente realizado no final do exame neurológico. 
O paciente é posicionado deitado de lado e os reflexos dos membros posteriores são 
examinados normalmente em primeiro lugar, seguidos pelos reflexos dos membros 
anteriores. Os reflexos nos membros posteriores são o patelar, o tibial cranial e o reflexo 
flexor de retirada. Os dois reflexos mais fiáveis nos membros anteriores incluem o 
reflexo extensor radial do carpo e o reflexo flexor. Os reflexos podem ser normais, 
diminuídos, ausentes ou exacerbados. O objetivo principal do exame dos reflexos 
espinhais consiste na definição da localização precisa de lesão no sistema nervoso 
periférico ou na medula espinal. 
 
7. EXAME DA PERCEPÇÃO DA DOR 
Trata-se definitivamente da última parte do exame neurológico, em que o impulso da 
dor é aplicado e a reação do paciente é observada. A percepção da dor superficial é 
avaliada pinçando uma prega de pele e a percepção da dor profunda é testada através 
de uma pressão curta e forte do dedo de um membro posterior. A percepção da dor 
fornece informação relativa à integridade do sistema sensorial e em alguns casos, 
constitui um importante sinal de prognóstico em pacientes com sinais de paralisia. 
 
REFLEXOS NERVOS SEGMENTO 
Bíceps músculo cutâneo C6-C8 
Tríceps radial C7-T1-2 
Extensor carpo radial radial C7-T1-2 
Flexão todos C6-T2 
Patelar femoral L4-L5 
Tibial cranial esquiático (ramo fibular) L6-S1 
Gastrocnêmico Esquiático (ramo tibial) L6-S1 
Flexão (retirada) 
todos (membros torácicos) C6-T2 
esquiático (membros pélvicos) L6-S2 
Perianal pudendo e perineais S1-S3 e cauda equina 
Panículo (cutâneo) torácico lateral testado até T1-2 
TABELA 5 – REFLEXOS OBTIDOS PELO TESTE DE NERVOS ESPINHAIS 
 
8. CONCLUSÃO 
O conhecimento da origem, função e via de um determinado nervo pode ajudar a 
diagnosticar distúrbios neurológicos, confirmar sítio de lesão e determinar extensão da 
lesão durante um exame clínico apurado utilizando os testes mencionados. 
 
9. REFERÊNCIAS 
VIANNA , L.F.C.G. 2000. Introdução a Neurologia Veterinária. 3º Ed.,Seropédica, 
Imprensa Universitária, 57 p 
 
FENNER, W. R. 1992. Avaliação Neurológica dos Pacientes. In: Tratado 
de 
Medicina Interna Veterinária, 3ª Ed., ETTINGER, S. J., Vol. II, Manole, São 
Paulo, 2557 p 
 
MOLINA, Juan J. M. – Manual Práctico de Neurología Veterinaria 
Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia. (Cadernos Técnicos da Escola de 
Veterinária da UFMG)

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