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Novas Tecnologias no Agronegócio - Livro-Texto - Unidade III

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Unidade III
Unidade III
5 A AGRICULTURA
A agricultura originou-se há cerca de 10 mil anos, quando o homem, mais precisamente a mulher, 
começou a domes ticar e cultivar plantas – inicialmente como fonte de alimentos para a própria 
sobrevivência.
O uso do solo cultivado foi-se expandindo com o crescimento populacional. Outros fatores 
contribuíram, por exemplo: o domínio da energia pelo fogo, pelas queimadas; através de utensílios para 
manejo do solo pelo homem e a domesticação de animais criados para ajudar no trabalho doméstico e 
para consumo, criando condições para romper equilíbrios ecológicos milenares.
Na agricultura colonial, o comércio de escravos fornecia trabalhadores para o manejo das plantações. 
Depois vieram as tentativas de melhoria da produção, como a aplicação de calcário na terra, o controle de 
pragas, a implantação de animais para tração para acelerar os processos de revolvimento do solo e de plantio, 
bem como os sistemas de regas das culturas. Com a o confinamento do gado em estábulos, foi possível 
utilizar estrume como fertilizante, e a agricultura começou a ser encarada como uma atividade rentável.
Com a melhoria dos métodos de conservação e ampliação da rede de transporte, houve maior 
facilidade na obtenção de insumos e de comercialização dos produtos agrícolas.
As práticas da moderna agricultura le varam à redução no número de pessoas necessárias para 
produzir alimentos e, por conseguinte, possibilitaram que a maior parte da população humana 
pudesse se dedicar a ou tras atividades, inclusive permitindo o desenvolvimento de sociedades cada 
vez mais complexas.
Durante a evolução da agricultura, a seleção natural e a seleção artificial, praticada pelo homem, 
foram transformando as plantas silvestres em domesticadas e cultivadas.
Você já conhecia o termo “domestificação de plantas”?
Pode soar estranho, mas com o processo de produção para subsistência, muitos vegetais foram 
modificados pela ação humana, quando foram selecionados os grãos das melhores plantas. Havia a 
polinização de plantas destacadas para um maior rendimento, entre outras práticas que diferenciaram 
o vegetal de seus progenitores selvagens.
Muitas características das plantas silvestres foram alteradas durante o processo de domesticação, 
com ênfase para a perda da dispersão natural das sementes, fa zendo com que as sementes 
permanecessem presas nas inflo rescências, facilitando a colheita e diminuindo as perdas.
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NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO
A eliminação da dormência das sementes permite que todas germinem ao mesmo tempo, tornando 
uniforme e mais eco nômica a prática dos tratos culturais.
A mudança de reprodução sexuada para propagação vegetativa garante a manutenção das 
características selecionadas. A mudança de reprodução se xuada alogâmica (por cruzamento) 
altera-se para autogâmica (por autofecundação). Há também a alteração do ciclo de vida perene 
para anual, aumentando a produtividade; ocorre a modificação de plantas dioicas (cada sexo em uma 
planta distinta) para plantas monoicas (os dois sexos em cada planta, mas em regiões separadas) e 
hermafroditas (os dois sexos em cada flor), evitando-se plantas mas culinas improdutivas. Ocorre a 
expansão do tamanho dos frutos e das sementes, resultando maior produção e melhor qualidade 
para sabor, aroma e constituição química.
Como você deve ter percebido, são todas essas mudanças que ocorreram ao longo dos anos pela 
inferferência humana, visando uma produção maior e melhor.
Todavia, na prática, a ampliação de produtividade agopecuária tem sido obtida por dois 
procedimentos: o melhoramento genético das espécies e o me lhoramento ambiental. 
É evidente que não existe fórmula mágica nem matemática que supere as condições climáticas. 
Na natureza os elementos estão interligados: solo, clima, vegetação, relevo; e todos influenciam 
no resuldado da produção de culturas semeadas. Conforme as condições climáticas de cada região, 
teremos as culturas selecionadas para cada área, o plantio e a colheita são direcionados segundo 
as estações do ano, e a escolha do sistema de produção segue o mesmo preceito, garantindo um 
melhor aproveitamento de resultados. Quanto aos sistemas de produção agrícolas, os principais são 
o intensivo, o extensivo e o de plantation. 
O sistema intensivo está direcionado ao comércio e é utilizado sobretudo por propriedades de 
pequeno e médio porte. Há uso permanente do solo com mecanização e sementes selecionadas.
No sistema extensivo, o enfoque está o mercado interno e na alimentação de subsitência, com o 
uso de equipamentos rústicos.
Nos sistemas de plantations, há o direcionamento para exportação e agroindústria, com culturas 
mecanizadas e mão de obra assalariada. Geralmente são desenvolvidos em grandes propriedades.
5.1 O melhoramento ambiental
No contexto do agronegócio, o que seria o melhoramento ambiental?
Estudaremos o assunto de várias maneiras, sempre com o objetivo de que tal ação favoreça as 
cadeias produtivas e maximize os lucros. 
Há diversos exemplos de melhoramento ambiental. O aprimoramento das condições de cultivo 
com tecnologias e maquinários, o respeito ao meio ambiente, aperfeiçoando a eficiênca dos insumos 
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agrícolas, com análises das condições do solo e adição adequada e direcionada de fertilizantes, 
monitoramento da água utilizada na irrigação e suas técnicas. Todas essas medidas são aplicadas 
para que não haja desperdício nem danos ao sistema ecológico, como contaminação do solo e água 
e degradação da terra.
Destacam-se também os sistemas integrados, os agroflorestais e os autosustentáveis. Assim, eleva-se 
a eficiência de cultivo: obtém-se a maior safra em uma área menor utilizando sementes melhoradas 
e empregando a biotecnologia no melhoramento vegetal e animal. Nesse contexto, ainda se aplica a 
transgenia, tema que estudaremos adiante.
Com o enfoque na agricultura, o solo ocupa um lugar essencial e privilegiado. É por meio dele que a 
planta extrai seus nutrientes e cresce, portanto o conhecimento do solo pode melhorar muito o ganho 
na produção.
 Saiba mais
Consulte a obra:
CALVO, E. S. Biotecnologia e o melhoramento genético de plantas. 
Londrina: Embrapa, 1998.
5.2 Características dos solos
A cobertura vegetal – rasteira, arbustiva, florestal, ou qualquer que seja a variedade agrícola – depende 
dos nutrientes do solo. O vegetal é um organismo vivo e precisa de nutrientes, água e clima favorável ao 
seu desenvolvimento. Desse modo, o manejo da fertilidade do solo é de extrema importância para que 
ocorra alta produtividade.
Como saberemos se o solo está fértil? Quando precisaria de correção?
No decorrer deste livro-texto, responderemos a essas e a muitas outras questões.
Quando um ser humano quer avaliar se o seu organismo está bem nutrido e sem problemas, utiliza 
análises laboratoriais como método de investigação. E é exatamente assim que investigaremos se o solo 
está em condições de fornecer os insumos necessários para a otimização do crescimento da vegetação.
Para entendermos os parâmetros necessários, precisamos conhecer o solo, conforme sua origem, a 
oferta de água, a influência do clima e relevo. 
A matéria orgânica presente nos solos, turfas e sedimentos consiste em uma mistura de produtos, 
em vários estágios de decomposição, resultante da degradação química e biológica de resíduos vegetais/
animais e da atividade de síntese de microrganismos. Essa matéria é chamada de húmus.69
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Há as substâncias húmicas e não húmicas. As substâncias não húmicas são de natureza definida, 
como: aminoácidos, carboidratos, proteínas e ácidos orgânicos; ao passo que as húmicas são de 
estrutura química complexa, formando um grupo de compostos heterogêneos. As substâncias húmicas 
são importantes do ponto de vista ambiental, pois representam a principal forma de matéria orgânica 
distribuída no planeta. São encontradas não apenas em solos, mas também em águas naturais, turfas, 
pântanos, sedimentos aquáticos e marinhos.
As propriedades físico-químicas de solos e sedimentos são, em grande medida, controladas pelas 
substâncias húmicas. Dependendo das condições do meio, têm características oxirredutoras, influenciando 
na redução de espécies metálicas. Participam do ciclo do mercúrio reduzindo espécies presentes em 
solos e em sistemas aquáticos à espécie (volátil) que, consequentemente, é transferida para a atmosfera. 
Na litosfera e na hidrosfera, atuam no mecanismo de sorção de gases orgânicos e inorgânicos presentes 
na atmosfera. Como agentes complexos, as substâncias húmicas também influem no transporte, no 
acúmulo, na toxicidade e na biodisponibilidade de espécies metálicas e nutrientes para plantas e/ou 
organismos da micro e macrofatura. Interagem com compostos orgânicos antrópicos, pesticidas e 
herbicidas (xenobióticos) por efeitos de absorção, solubilização, hidrólise, processos microbiológicos e 
fotossensibilizantes. O efeito solubilizante sobre compostos orgânicos influi na dispersão, na mobilidade 
e no transporte desses produtos xenobióticos nos ambientes aquáticos e terrestre. Quando presentes em 
altas concentrações, durante o processo de tratamento de água, podem reagir com o cloro, produzindo 
compostos orgânicos, os quais apresentam características cancerígenas.
Em sistemas aquáticos, a matéria orgânica pode ser dividida em particulada e dissolvida, e a distinção 
entre material orgânico dissolvido e particulado é operacional. A definição operacional está baseada em 
cromatográficos de extração. As substâncias húmicas detêm cerca de 50% de carbono em massa, sua 
concentração pode ser estimada como o dobro do valor de carbono determinado no extrato húmico, 
podem ser de origem alóctone (levadas por lixiviação e/ou erosão dos solos e transportadas aos lagos, 
rios e oceanos pelas águas das chuvas, por pequenos cursos de água e pelas águas subterrâneas) ou 
autóctone (derivadas dos constituintes celulares e da degradação de organismos aquáticos nativos). 
Ainda que haja alguma similaridade entre substâncias húmicas presentes no solo e na água, 
a diversidade no ambiente de formação e nos compostos de origem faz com que elas apresentem 
diferenças peculiares. A natureza da água (rios, lagos ou mar) e a estação do ano também são fatores 
determinantes nos processos de formação e de humificação. 
Os solos têm três fases: sólida, liquida e gasosa. Suas proporções relativas variam de acordo com 
a terra, com as condições climáticas e pela presença de plantas. Em geral, na composição de um solo 
que apresenta ótimas condições para o crescimento de plantas, verificam-se 50% de sólidos (45% de 
origem mineral e 5% de orgânica), 25% de líquidos e 25% de gases. Esses quatro componentes estão 
intimamente misturados, permitindo a ocorrência de reações e criando um ambiente adequado para a 
vida vegetal.
A fração mineral da fase sólida é resultante da desagregação física das rochas. Portanto, tem 
dimensões bem menores, porém com composição química idêntica à da rocha-mãe, da qual se 
originou. A fração orgânica é constituída pela porção do solo formada de substâncias provenientes 
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de plantas e de animais mortos, bem como de produtos intermediários de sua degradação biológica 
– feita por bactérias e fungos. O material orgânico de fácil decomposição é transformado em gás 
carbônico, água e sais minerais.
Nos solos férteis, com densa vegetação, existe uma complexa fauna constituída de pequenos 
mamíferos, como ratos e outros roedores, além de minúsculos protozoários, minhocas, insetos e vermes, 
os quais desempenham função muito importante na trituração, aeração, decomposição e mistura da 
matéria orgânica no solo. A água no solo contém numerosos materiais orgânicos e inorgânicos, os quais 
foram dissolvidos da fase sólida. Constitui uma parte maior do fator de intensidade no fornecimento de 
nutrientes para as plantas; é o meio para a maioria dos processos químicos e biológicos que ocorrem na 
terra; é o principal meio para o transporte de materiais no solo.
Sempre que chove, ou quando se pratica a irrigação, a água infiltra-se, preenchendo os espaços 
existentes entre as partículas de solo. O volume de água absorvido depende da permeabilidade do solo, 
pois, quando ela é pequena, a maior parte escorre pela superfície, em direção aos vales e rios, carregando 
consigo grandes quantidades de sedimentos e elementos nutritivos. 
A água da chuva, ao se formar na atmosfera, já constitui uma solução de vários elementos e 
compostos químicos absorvidos do ar. Quando há precipitação, além das diversas espécies trazidas 
da atmosfera ao atravessar as camadas de solo, a água da chuva passa a transportar também outras 
substâncias até chegar às raízes. Ademais, a capacidade da água de dissolver diferentes substâncias 
no solo é ainda bastante ampliada pela presença do gás carbônico resultante da respiração das raízes 
e dos microrganismos. 
Todos esses elementos químicos existem em quantidades limitadas no solo. Nos ambientes naturais, 
eles são continuamente reciclados, isto é, à medida que absorvidos pelas raízes, são novamente 
depositados na superfície do solo por meio da queda contínua de folhas, frutos, ramos e outras 
partes vegetais. Ou, ainda, participam de um ciclo biogeoquímico maior, transferindo-se para outros 
compartimentos, como a hidrosfera ou a atmosfera.
A fase gasosa do solo exibe, qualitativamente, os mesmos componentes principais presentes no 
ar atmosférico. Entretanto, do ponto de vista quantitativo, pode haver grandes diferenças. Ou seja, 
devido à respiração das raízes e dos microrganismos, à decomposição da matéria orgânica e à reação 
ocorridas no solo, há consumo de O
2 e liberação de CO2 com constantes alterações nos fluxos entre os 
compartimentos; consequentemente, a composição do ar do solo não é fixa. O ar circulante no interior 
do solo é a fonte de oxigênio para a respiração das células das raízes, bem como dos microrganismos e 
pequenos animais produtores de húmus.
Há certas características do solo que podem ser vistas a olho nu, ou facilmente percebidas pelo tato, 
que são frequentemente utilizadas para a descrição de sua aparência no ambiente natural. Dentre as 
principais, citamos: cor, textura ou granulometria, estrutura, consistência e espessura dos horizontes. 
Do ponto de vista ecológico, o grau de acidez, a composição e a capacidade de troca de íons é essencial 
para a ciclagem de nutrientes.
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Os solos escuros, tendendo para o marrom, quase sempre podem ser associados à presença de matéria 
orgânica em decomposição em teor elevado; a cor vermelha indica a presença de óxidos de ferro e de 
solos bem drenados; as tonalidades acinzentadas, mais comumente encontradas junto às baixadas, são 
indícios de solos frequentemente encharcados.
A textura ou granulometria descreve a proporção de partículas de dimensões distintas dos 
componentes do solo;um exame mais atento de um solo destaca que ele é constituído de partículas de 
tamanhos diversos, frequentemente agrupadas em forma de torrões ou grumos.
Tecnicamente, podemos quantificar a granulometria passando o solo por um conjunto padronizado 
de peneiras com malhas de diferentes dimensões e determinando o peso das parcelas retidas em cada 
uma delas. A textura ou granulometria é a base de classificação mais conhecida dos solos. Por meio 
da granulometria, é possível identificar a areia, a argila etc., e também explicar algumas das principais 
propriedades físicas e químicas dos solos, por exemplo, a drenabilidade. Um solo se apresenta com 
maior drenabilidade, permeabilidade e aeração se as dimensões das partículas que o compõem forem 
maiores. Já os solos com partículas menores favorecem a resistência à erosão e a retenção de água e 
de nutrientes.
A argila é considerada a parcela ativa da fração mineral por sediar os fenômenos de troca de íons 
determinantes da fertilidade do solo existentes com nutrientes em quantidades adequadas para uma 
boa nutrição vegetal, boa capacidade de ceder os nutrientes à planta. As frações minerais mais grossas 
presentes no solo são também essenciais para assegurar a drenabilidade, a permeabilidade e a aeração, 
que são indispensáveis para o equilíbrio da água, do ar exigido para a realização da fotossíntese e da 
respiração dos organismos existentes no solo.
As partículas de menores dimensões presentes na fração argilosa do solo, bem como matéria orgânica 
e alguns óxidos, podem apresentar cargas elétricas. Estas desempenham papel vital nas trocas químicas 
entre as partículas sólidas e a solução aquosa que as envolve, repelindo ou absorvendo íons e radicais, 
configurando o que se denomina “capacidade de troca iônica do solo”. Se houver excesso de cargas 
negativas, o solo será trocador de cátions, propriedade que pode ser medida como capacidade de troca 
catiônica (CTC). 
Se ocorrer excesso de cargas positivas, mede-se a sua capacidade de troca aniônica (CTA). Os solos 
com CTC mais elevada retêm nutrientes essenciais às plantas como: cálcio, potássio, magnésio etc.; não 
retêm, entretanto, ânions como os nitratos e cloretos, que podem passar livremente para as águas do 
lençol subterrâneo, podendo até contaminá-la. 
Solos de zonas de alta pluviosidade tendem a exibir valores mais baixos do pH por conta do processo 
de lixiviação das bases dos horizontes superiores, pela infiltração e percolação das águas. As condições 
climáticas predominantes em nosso País fazem com que praticamente todos os solos indiquem pH 
inferior a sete. Há ainda outras causas de acidez progressiva: o cultivo intensivo com retirada, sem 
reposição de nutrientes essenciais; a erosão, que remove as camadas superficiais que contêm maiores 
teores de bases; e a adubação com compostos de amônio, sulfato e nitrato.
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A acidez é representada pela quantidade de hidrogênio encontrado no solo e atua sobre a produção 
primária de várias formas. Nos solos com pH inferior a 5,5, favorece a solubilidade de alguns minerais 
como o alumínio, o manganês e o ferro, em detrimento do fósforo, que precipita, ficando reduzida 
a disponibilidade desse nutriente essencial para as plantas. Além desses fatores, a acidez subtrai a 
atividade de bactérias decompositoras da matéria orgânica, diminuindo a quantidade do nitrogênio, 
fósforo e enxofre contidos no solo. 
É importante entender que o alumínio não é a causa da acidificação do solo, mas uma consequência. 
É a acidez conjunta do alumínio e hidrogênio que potencializa a acidez. Em solo ácido a fertilidade é 
muito baixa.
A deficiência de nutrientes essenciais prejudica o desenvolvimento das plantas e pode aumentar 
sua sensibilidade à toxidez do alumínio e do manganês. Por fim, o pH baixo pode afetar a atividade 
microbiana de decomposição e produção de húmus ao reduzir a ação deste último na estruturação dos 
solos. 
Os valores de pH mais elevados – acima de 6,5 – reduzem a disponibilidade de vários nutrientes como 
zinco, cobre, ferro e o manganês, entre tantos outros, podendo provocar sua deficiência nas plantas. De 
um modo geral, a faixa de pH em que ocorre maior disponibilidade de nutrientes situa-se entre 6,0 e 6,5.
Desse modo, a correção do solo ácido se dá pela adição de calcário, até que o pH se encontre na 
faixa de maior disponibilidade nutricional (6,0 a 6,5). Detectada a necessidade de calagem, é preciso 
selecionar o corretivo a ser empregado: o calcário dolomita ou o calcítico. Os mais baratos são os 
calcários dolomitos contendo cálcio e magnésio. O calcário calcítico (de concha) é mais oneroso e não 
contém magnésio. 
Segundo o tipo de solo, o volume de calcário adicionado e a quantidade de matéria orgânica, é 
possível definir o modo como esse calcário será aplicado. Geralmente o incremento de calcário ocorre 
por meio de aração e gradagem, que é o meio mais convencional. Todavia, no plantio direto, a calagem 
pode ser mantida sobre a superfície do solo.
Quando levamos em consideração o tamanho das partículas que compõem o solo, temos a 
classificação granulométrica ou textural, identificando a pedra, o cascalho, a areia e o silte ou limo, cujas 
partículas vão diminuindo conforme os exemplos citados. Raramente um solo é constituído de uma só 
das frações anteriormente definidas, mas sim de uma combinação com diferentes proporções. Definida 
a granulometria de um solo, ele pode ser classificado em:
• argiloso: quando tem mais do que 35% de argila;
• arenoso: quando tem mais do que 65% de areia e menos do que 15% de argila;
• siltoso ou limoso: quando tem mais do que 60% de silte e menos de 20% de argila;
• barrento: quando não estiver enquadrado em nenhuma das indicações anteriores, terá uma 
composição mais equilibrada.
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A palavra solo tem, pelo menos, dois significados usuais: chão – ou superfície da terra – e elemento de 
fixação das plantas. Nesta última, a conotação é definida como rocha finamente particulada, misturada 
com resíduos da decomposição vegetal e animal, constituindo a porção da superfície da terra na qual as 
plantas se desenvolvem. Sua origem está ligada à desagregação de rochas e à decomposição de restos 
vegetais e animais. 
A sua porção mineral pode ser resultante da ação vulcânica ou da desintegração de rochas sólidas 
por ações físicas, químicas – e mesmo biológicas – reunidas sob a denominação de intemperismo. 
Assim, as grandes variações de temperatura ocorridas entre o dia e a noite ou o congelamento de água 
constituem ações físicas que atuam como fatores de corrosão das rochas ou intemperismo químico; a 
penetração de raízes nas fendas ou a produção de substâncias corrosivas por liquens contribuem para 
os fenômenos de desagregação.
A interação de todos esses fenômenos e outros, por exemplo, o efeito abrasivo da água ou do vento, 
carregando partículas sólidas de maior dureza, leva a um desgaste natural e progressivo das rochas 
primárias da litosfera. As rochas desagregadas recebem a denominação de regolitos, e da sua mistura 
com os produtos de decomposição orgânica, originam-se os solos férteis. Os fragmentos podem, ainda, 
deslocar-se de uma região para outra, por ação de chuvas ou ventos, criando uma camada que recobre a 
maior parte da superfície da terra. Essa porção é geralmente mais espessa nas regiões mais baixas, onde 
se acumulam os produtos da decomposição ou onde a ação do intemperismo se faz sentir com maior 
intensidade, como é o caso das áreas de clima quente e úmido.
Do ponto de vista do desenvolvimento de vegetais, o solo tem importânciafundamental: atua 
como elemento de fixação das raízes, fornecendo substâncias químicas e água indispensáveis à 
sua nutrição e ao seu crescimento. A capacidade do solo de desempenhar essas funções depende 
muito de sua estrutura física, da faculdade de fornecimento de água, de circulação de ar e das 
propriedades químicas e físico-químicas.
As partículas que compõem o solo são de vários tamanhos, e a distribuição relativa delas é 
responsável por algumas de suas propriedades, como circulação de ar e de água. Desse modo, os 
solos arenosos, por exemplo, que são constituídos predominantemente de partículas de tamanho 
relativamente grande, apresentam boa circulação de ar, mas baixa capacidade de retenção de 
água; enquanto os solos argilosos, formados de partículas muito mais finas, retêm enorme 
quantidade de água, mas não permitem boa circulação de ar. A água, nos solos arenosos, tem a 
tendência de caminhar rapidamente para regiões profundas, longe do alcance das raízes, ocorrendo 
exatamente o contrário em solos argilosos. Por outro lado, o acúmulo da água nos solos argilosos 
pode prejudicar a respiração das raízes.
As partículas do solo podem, entretanto, formar agregados ou grumos, em especial quando 
cimentadas entre si pela presença de matérias coloidais orgânicas. Também exercem essa ação reunindo 
alguns elementos minerais, como o ferro e o cálcio, ou também elementos biológicos, como bactérias, 
fungos ou raízes. Esses agregados são importantes por aumentarem a circulação de ar no interior do 
solo, ao mesmo tempo em que, pela ação dos coloides presentes, retêm água, sais minerais e dificultam 
a erosão.
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Em sua composição química, os solos contêm uma proporção da ordem de 45% de elementos 
minerais, 25% de ar, 25% de água e cerca de 5% de matéria orgânica. Além disso, constituem ambiente 
para abundante via vegetal e animal: bactérias, fungos, algas, protozoários, vermes, larvas de insetos 
etc. Representam um ecossistema de grande relevância para a vida de plantas superiores. Alguns desses 
seres vivem no solo apenas uma parte da sua vida, por exemplo, larvas de cigarras, moscas e outros 
insetos. Muitos dos microrganismos aí presentes são benéficos ao solo e às plantas, como é o caso de 
bactérias, fungos e outros seres saprófitos, que provocam a decomposição de restos vegetais e animais. 
Essa atividade é vital para a recirculação de elementos valiosos na composição dos solos.
 Saiba mais
Para aprofundar-se no assunto, consulte:
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Solos 
para todos: perguntas e respostas. Rio de Janeiro: Embrapa, 2014. Disponível 
em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/122505/1/Doc-
169-Perguntas-e-Respostas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2016.
Os solos exercem um papel crucial na sobrevivência de diferentes sociedades em nosso planeta. 
Tanto para os camponeses como para quem mora na cidade, os solos representam uma fonte de vida. 
Um solo pobre ou escasso pode trazer a miséria, enquanto sua abundância e fertilidade podem ser 
transformadas em riqueza.
Camada superficial da crosta terrestre, o solo compõe-se principalmente de aglomerados minerais 
oriundos da decomposição de rochas e de matéria orgânica vegetal e animal. Dessa forma, serve como 
fonte de nutrientes às plantas, viabilizando o cultivo agrícola e a formação de pastagens.
O processo de decomposição do solo pela desagregação de rochas pode levar milhares de anos. Por 
isso, para que ele possa ser utilizado pelos diversos povos da melhor maneira, é imprescindível conhecer 
sua origem e suas características.
Em um solo bem desenvolvido ou maduro, encontramos diversas camadas, também chamadas de 
horizontes, que trazem composições orgânicas e litológicas diferenciadas. Os especialistas criaram, com 
o intuito de facilitar o estudo, um sistema para discriminar os horizontes dos solos. Essa identificação é 
feita pelas seguintes letras do alfabeto: O, A, B, C e R, como discutiremos mais adiante.
Existem, no entanto, solos que não têm todos os horizontes desenvolvidos. Além disso, os 
solos apresentam propriedades específicas que dependem de muitos fatores, por exemplo, os 
fenômenos atmosféricos e a incidência solar sobre o clima. Essas condições, aliadas à forma 
do relevo existente no local, à duração do processo de decomposição e ao tipo da rocha que o 
originou – chamada rocha matriz –, levam à formação de distintos tipos de solos, que podem, 
por exemplo, ter mais ou menos argila, areia ou matéria orgânica, apresentando cores, texturas 
e espessuras dissemelhantes.
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 Lembrete
Plantas domestificadas são aquelas que ao longo das gerações foram 
selecionadas antropicamente por eliminação da dormência das sementes, 
escolha de grãos, polinização de vegetais selecionados e, com este processo, 
afastaram-se das características de seus ancestrais selvagens.
5.2.1 Nutrientes do solo 
Seria possível que os vegetais assimilassem de maneira diferente os nutrientes? Essa capacidade de 
assimilação poderia ser aumentada?
Tais questões são interessantes e merecem destaque neste livro-texto.
Cada vegetal apresenta uma afinidade diferente a cada nutriente, e a absorção dos nutrientes é 
realizada primordialmente pelo sistema radicular. A quantidade de solo entre as raízes é pequena, 
sendo necessário que os nutrientes migrem para regiões próximas às raízes. Alguns programas de 
melhoramento vegetal visam exatamente à potencialização da afinidade de absorção radicular de 
algumas espécies. A absorção dos nutrientes também sofre influências da fisiologia do vegetal, 
como a distribuição do seu sistema radicular, o estágio de desenvolvimento do vegetal e a 
quantidade de nutriente disponível no meio.
Conhecer os nutrientes e suas funções no vegetal auxilia no diagnóstico da correção do solo, do 
estado em que se encontra a planta e da necessidade de adubação do terreno. Cada nutriente está 
envolvido com uma função na planta.
Existem diversas formas de classificar os nutrientes. A mais interessante para o uso do solo é 
entender quais são os macronutrientes e os micronutrientes.
Cada espécie tem exigências diferentes e uma classificação modificada para seus nutrientes essenciais. 
Para os vegetais, consideramos como macronutrientes, ou seja, necessários em maior escala, os seguintes 
elementos: nitrogênio, potássio, fósforo, cálcio, magnésio e enxofre; como micronutrientes (necessários 
em menores proporções): cloro, boro, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Alguns componentes, apesar 
de benéficos, não são considerados essenciais para as plantas, como o sódio, o cobalto e o silício. 
Quando dizemos nutriente essencial, reportamo-nos ao fato de que a deficiência ou ausência do 
elemento poder interferir no ciclo biológico do vegetal. Entre algumas das funções atribuídas aos 
nutrientes, temos:
• nitrogênio: é parte de todos os aminoácidos, ou seja, de todas as proteínas, de compostos 
do metabolismo, como a clorofila e os alcaloides, bem como de muitos hormônios, enzimas e 
vitaminas vegetais.
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• fósforo: é importante em vários processos metabólicos como: respiração, produção de 
energia, divisão celular, floração e maturação de frutos, e sua deficiência é percebida nos 
frutos que ficam ocos;
• potássio: significante para a elaboração do amido, no amadurecimento de frutos, na resistência 
a pragas e doenças, bem como no desenvolvimento das raízes; 
• cálcio: tem funçãoestruturante, participa das paredes celulares, favorece o crescimento das raízes, 
em baixas concentrações, e estimula a absorção de outros íons; também influencia o equilíbrio 
entre a acidez e a alcalinidade do meio e da seiva;
• magnésio: é essencial à fisiologia da planta, pois participa da composição da clorofila, envolvida 
no processo de fotossíntese;
• enxofre: é um elemento vital de alguns aminoácidos, os componentes das proteínas, as vitaminas, 
e participa de compostos que conferem sabor e odor; 
• boro: importante para a germinação, encontrado em brotos em desenvolvimento e nas flores, sua 
deficiência causa deformidade nas folhas;
• cloro: tem função relacionada com o processo de fotossíntese, participando do desdobramento 
da molécula de água;
• cobre: é ativador de várias enzimas e participa do controle do metabolismo; a falta de cobre deixa 
as folhas flácidas e os frutos manchados;
• ferro: é essencial para a absorção de nitrogênio e em processos enzimáticos;
• manganês: participa da formação do ácido ascórbico (vitamina C) e do processo de fotossíntese; 
sua deficiência deixa as folhas novas pequenas e amareladas;
• molibdênio: participa da fixação do nitrogênio em leguminosas;
• zinco: é componente de várias enzimas vegetais e atua no crescimento das plantas; sua deficiência 
deixa as folhas pequenas e amareladas entre as nervuras.
Com as devidas amostragens e análises da composição do solo, é possível corrigi-lo. Pode-se aplicar 
calcário para melhorar a acidez ou fertilizantes para corrigir a quantidade de nutrientes. A fertilidade 
do solo pode ser analisada por exames laboratoriais, mas também podem ser notados indícios de que 
o solo não está adequado pela aparência e pelo desenvolvimento da planta. A folha é a parte mais 
representativa das condições nutricionais do vegetal. No entanto, quando visivelmente se perceber 
alterações nas folhas, toda a produção estará comprometida.
O exame laboratorial do solo é muito mais preciso que o diagnóstico visual da planta. A aparência 
das folhas pode demonstrar mais que a limitação de nutrientes, mas outros fatores podem ter sintomas 
parecidos, como: alguma doença ou praga, eventos climáticos, como alterações nas épocas de chuva, 
ou, até mesmo, um evento como a contaminação da água ou do solo. 
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Desse modo, a aparência da planta é um indicativo para a realização de exames. É possível realizar 
análises laboratoriais com as folhas, mas são muito mais onerosos que as avaliações do solo.
5.3 A adubação
O solo é de extrema importância para a agricultura. A produção agrícola enfrenta fatores que 
podem comprometer o rendimento da lavoura como: variações no clima, nas práticas de cultivo, no 
fornecimento de água, na incidência de pragas e doenças e na variação dos componentes do solo.
Tecnicamente, o Brasil tem o clima como um ponto favorável na prática agrícola, pois temos alta 
incidência solar, temperatura amena e água. Apesar desses privilégios, a pluviosidade pode ser variável 
e a composição do solo também. As correções, na maioria das vezes, ocorrem por irrigação, calagem 
ou adubação. Os fertilizantes utilizam matérias-primas de indústrias petroquímicas e de mineração, 
representando um dos principais insumos agrícolas da atualidade.
A adubação consiste no fornecimento de nutrientes para o solo através de adubo ou fertilizante, 
pode ser um produto mineral, orgânico, natural ou sintético.
Os fertilizantes minerais podem ser simples, quando formados essencialmente por um composto 
químico. Podem ser mistos, quando apresentam dois ou mais compostos ou podem ser complexos, 
quando são constituídos de matérias-primas diferentes como amônia e ácido fosfórico. 
Os fertilizantes orgânicos são compostos de materiais de origem animal e vegetal, por exemplo, 
esterco animal e resíduos de colheita. A disponibilidade de nutrientes é variável em conteúdo; os dejetos 
de suínos contêm maior conteúdo de nitrogênio, potássio e fósforo que os dejetos de bovinos.
No emprego de dejetos, os agricultores costumam armazenar o material em lagoas de decantação 
ou em bioesterqueiras com uma câmara de fermentação e outra de armazenamento. A fase de 
fermentação do material é um processo muito importante quando se utiliza os dejetos animais como 
adubo. Esse processo também é conhecido como compostagem e serve para reduzir a carga nociva 
dos resíduos sólidos, pois os dejetos podem conter microrganismos patogênicos.
Os fertilizantes orgânicos podem ser ainda mais enriquecidos quando as sobras dos vegetais 
são picadas e acrescentadas para se decompor juntamente com os dejetos. Várias plantações 
forem apenas uma parte do vegetal, como o milho, por exemplo, mas a planta inteira é retirada do 
solo. Esse material vegetal também é rico em matéria orgânica. Já os fertilizantes organominerais 
são misturas dos dois anteriores.
Fisicamente, os fertilizantes podem se apresentar nas seguintes formas: sólida, em pó, em grânulos, 
líquida, fluída – com ou sem material sólido adicionado – e de forma gasosa – geralmente a amônia. A 
composição dos fertilizantes pode variar, é comum que apresente vários nutrientes. É usual a utilização 
de fertilizantes NPK, ou seja, contendo nitrogênio (N), potássio (K) e fósforo (P). Segundo tais projeções 
atuais, o consumo mundial total de fertilizantes, em milhões de toneladas, alcançará até 2019 um 
crescimento em torno de 3% ao ano.
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Entretanto, podem-se encontrar fertilizantes individuais de cada um destes três componentes. A 
flexibilidade é maior neste caso, pois adequa-se melhor à necessidade de cada solo, no entanto, estes 
fertilizantes especiais são mais onerosos.
As culturas mais tradicionais são as que mais demandam utilização de fertilizantes, como o arroz, o 
trigo e o milho. Desde 1990, o consumo de fertilizantes no Brasil vem crescendo em uma taxa que é o 
dobro da média mundial, ou seja, cerca de 6% ao ano e, desde essa época, é o quarto país no mundo no 
consumo desse insumo. 
Os fertilizantes também são conhecidos popularmente como adubo químico, pois derivam de 
indústrias e muitas vezes são confundidos com agrotóxicos, pois ambos são comprados e aplicados nas 
lavouras. Na verdade, os fertilizantes fornecem nutrientes, que podem ser orgânicos ou minerais. O mais 
correto seria classificar tanto o adubo orgânico com o processo de calagem como corretivos do solo.
Essa diferenciação estaria na disponibilidade de nutrientes dos fertilizantes. Muitas vezes 
podem trazer consequências danosas ao meio ambiente, quando utilizados indevidamente ou 
em excesso. Assim, podem ser drenados pela chuva e contaminar os cursos de água. Nota-se 
que o nível de agressão ao meio natural pode ser extremamente amenizado quando o solo for 
monitorado com certa constância, realizando-se análises laboratoriais de sua composição, como 
veremos a seguir.
Já os agrotóxicos são defensivos agrícolas destinados ao controle de pragas ou doenças, entre eles 
estão os herbicidas, inseticidas e larvicidas. São substâncias químicas fabricadas que podem agredir o 
meio ambiente, pois são tóxicas (venenosas). Assim, devem ser aplicadas de forma correta e direcionada, 
e os trabalhadores precisam usar equipamentos de proteção individual (EPIs).
Apesar de aplicados nas plantas, com a chuva, parte dos agrotóxicos é drenada para o solo, matando 
microrganismos decompositores necessários para a ciclagem de nutrientes e lixiviados pelo terreno. 
Assim, contaminam os corpos de água, que muitas vezes são destinados para a irrigação de outras 
culturas e propriedades utilizadas para dessedentaçãoanimal e até para consumo humano.
Atualmente as pesquisas nessa área realizam o melhoramento vegetal e a transgenia para que o 
emprego de agrotóxicos seja minimizado. Para o controle biológico de pragas, muitos agricultores ainda 
optam por armadilhas com feromônios para atrair insetos que disseminam doenças.
5.4 A pedogênese
A pedogênese é o processo de formação dos solos. Inicia-se com modificações causadas nas rochas 
por intempéries atmosféricas, pela ação humana ou de outros organismos vivos, entre outros fatores.
O estágio de formação do solo tem implicações bem diversas e marcantes, por exemplo, sobre o ciclo 
hidrológico e sobre o regime dos cursos de água em uma região. A variação de temperatura entre o dia e 
a noite, por exemplo, age sobre as rochas, fragmentando-as. A água das chuvas, por sua vez, reage com 
os minerais que as compõem, originando substâncias ácidas e corrosivas.
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Nas regiões áridas, onde o intemperismo é menos intenso, os solos tendem a ser menos profundos. 
Quando ocorre uma precipitação sobre um desses solos, os poros são rapidamente preenchidos por 
água, e ele tem seus poros saturados de água, assim o escoamento na superfície passa a ser o único 
caminho das águas precipitadas. Como o escoamento é rápido, as águas logo se acumulam em grandes 
volumes nos fundos dos vales, provocando as grandes enchentes. 
Cessada a chuva, o curso de água passa a ser alimentado apenas pela água acumulada nos poros do 
solo. Como o volume de poros é pequeno e o solo é pouco profundo, após algum tempo de estiagem, 
essa água esgota-se e o rio deixa de correr, tornando-se intermitente.
A mesma precipitação, caindo sobre um solo profundo, poderá não causar e enchente e ser suficiente 
para manter a alimentação do curso de água durante todo o período de estiagem devido ao maior 
volume de água acumulado nos poros desse solo. Nesse caso, o curso de água é perene.
Observamos que os poros do solo são um grande reservatório de água doce e são capazes de 
assegurar muitas vezes sua disponibilidade, mesmo durante longos períodos de estiagem. Por outro 
lado, a ausência desse reservatório nas regiões áridas de solos rasos agrava a escassez de água nas 
estiagens, sucedidas por grandes enchentes e inundações.
Outra implicação importante das características dos horizontes do solo é de natureza agrícola. O 
manejo do solo, em particular a aração, deve levar os horizontes em conta sob pena de reduzir ou 
eliminar o potencial de produção primária.
Mais recentes na exploração do território amazônico, os engenheiros civis rodoviários tiveram de 
aprender com os insucessos. A terraplanagem profunda removia a única camada protetora do solo, 
abrindo caminho para uma erosão incontrolável das vias implantadas. Essa camada, criada pela natureza 
ao longo de milênios, abrigou os profissionais a repensar e a reformular métodos construtivos trazidos 
de regiões com solos de formação diferente do amazônico. 
Por fim, é importante destacar alguns aspectos que diferenciam os solos de regiões climáticas distintas. 
Os climas equatoriais e tropicais, devido à temperatura, umidade e pluviosidade que os caracterizam, 
favorecem não só o intemperismo acelerado, haja vista os solos serem mais profundos e mais velhos 
nessas áreas, mas também intensificam a fotossíntese. Em comparação com as áreas de maior latitude e 
clima temperado, as regiões equatoriais e a vegetação luxuriante contêm boa parte da matéria orgânica; 
nas temperadas; grande parte da matéria orgânica está no solo. Consequentemente, é mais provável que 
os horizontais orgânicos (horizonte A, descrito a seguir) sejam mais espessos em climas temperados.
Quando já existe uma camada superficial de rochas degradadas e surge uma vegetação de maior 
porte, os microrganismos se ocupam do restante do processo.
Conforme a figura a seguir, identificamos as seguintes zonas ou horizontes na formação de um solo:
• horizonte O: camada mais superficial, com matéria orgânica em decomposição (húmus), originada 
da serrapilheira formada pela acumulação de restos vegetais e animais;
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• horizonte A: abriga as raízes mais superficiais dos vegetais e possui grande quantidade de 
matéria orgânica misturada aos minerais oriundos das rochas;
• horizonte B: possui grande quantidade de minerais e pouca matéria orgânica, que são oriundos 
dos horizontes superiores, e tem grandes quantidades de óxidos e hidróxidos de ferro;
• horizonte C: composto basicamente por regolito, fragmentos desagregados da rocha matriz;
• horizonte R: rocha matriz inalterada.
É importante lembrar que nem sempre se encontram todos os horizontes em um solo. Pela influência 
das condições ambientais, muitas vezes, é possível encontrar apenas um ou dois horizontes.
Tomando como referência a classificação norte-americana, os solos, segundo a ordem, podem ser 
zonais, intrazonais e azonais, cada um deles comportando subordens ou grandes grupos. 
Os solos zonais têm características bem desenvolvidas. Dos vários fatores intervenientes, o clima 
e a vegetação foram os mais determinantes em suas formações. De um modo geral, esses solos são 
maduros, relativamente profundos e com horizontes A, B e C identificáveis. Ocorrem em terrenos onde 
os declives (suaves) e a drenagem (boa) têm pouca influência no processo de formação.
Figura 9 – Horizontes do solo
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Os solos intrazonais têm características que refletem a influência predominante do relevo ou do 
material de origem. Alguns deles costumam estar presentes em áreas de solos zonais, como é o caso de 
solos salinos em áreas de bruno não cálcico do semiárido brasileiro.
Os solos azonais não têm características bem desenvolvidas, quer por serem recentes, quer porque o 
clima e a vegetação das zonas em que ocorrem não chegaram a imprimir peculiariedades típicas.
Na maior parte do mundo, é utilizado o sistema de classificação denominado genético-natural, que 
está baseado nos aspectos e nos fatores que levaram à formação do solo. Os latossolos foram formados 
sob a ação de lavagens alcalinas em regiões quentes e úmidas florestadas. Isso determinou a perda de 
parte da sílica, material original, permanecendo os óxidos de ferro e de alumínio. A argila silicatada 
presente é a caolinita. 
Conforme as influências climáticas e a exposição solar dada pela latitude do planeta, encontramos 
com maior facilidade a ocorrência de tipos de solos em regiões distintas.
• lateríticos: típicos em regiões tropicais, muito profundos, mas pobre em minerais;
• podzólicos: ocorre em regiões mesotérmicas, são pouco profundos e mais ácidos;
• brunizens: é o solo das pradarias, é raso e muito fértil;
• hidromórficos: típico de regiões alagadas; tem grande quantidade de matéria orgânica e é pouco 
profundo;
• halomórfico (castanho): aparece nas regiões áridas e semiáridas; tem baixa fertilidade e é salino;
• litossolo ou de altitude: rolo raso, ocorre em áreas de relevo muito elevado.
O sistema brasileiro mais recente de classificação dos solos destacou, por suas peculiaridades e 
larga ocorrência entre nós, dois tipos de solos zonais importantes, acrescentando à classificação 
norte-americana, respectivamente, a terra roxa estruturada e a terra bruna estruturada.
A seguir apresentaremos as características principais dos solos zonais mais extensamente presentes 
no território brasileiro. 
Em relação à terra roxa e à terra roxa estruturada,os solos são profundos, com excelentes 
características físicas para a agricultura; no primeiro, fertilidade moderada a alta; no segundo, alta. 
Possui potencial agrícola muito bom (zonal).
Os latossolos apresentam coloração vermelha, amarela ou alaranjada. São muito profundos, 
bastante porosos, e têm elevados teores de óxidos de ferro e alumínio. Exibem pequenas diferenças 
entre os horizontes, que apresentam transição gradual ou difusa, à exceção do superficial, 
que é orgânico. Os latossolos são típicos de climas tropicais úmidos, bastante envelhecidos e 
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intemperizados; a fertilidade natural é baixa; podem suportar vegetações de florestas devido a 
uma quantidade mínima de nutrientes periodicamente recicladas, ou vegetação de cerrado, os 
quimicamente mais pobres; o cultivo extensivo é perfeitamente viável, pois possuem propriedades 
físicas boas e, na maior parte, estão situados em área de relevo suave apta à mecanização. 
Dependem de correção da acidez e de adição de fertilizante. Os latossolos são ótima fonte de 
matéria-prima para aterros, estradas e barragens, além de facilitarem os trabalhos de engenharia 
que envolvam escavações (zonal).
Os solos podzólicos vermelho-amarelo são típicos de regiões florestais úmidas, têm perfil 
bem desenvolvido com horizonte B vermelho ou vermelho amarelo, no qual se acumula argila. São 
intemperizados e têm profundidade mediana (1,5 m); ocorrem sem situações de relevo mais acidentado; 
a fertilidade natural é maior que a dos latossolos, sendo mais comumente moderada, mas também 
pode apresentar fertilidade elevada (podzólicos eutróficos). Prestam-se bem à agricultura, desde que 
praticada em áreas de pouco declive, pois são suscetíveis à erosão.
Já os solos bruno não cálcico são moderadamente rasos (0,5 a 1 m), com horizonte superficial 
de coloração marrom (bruna) e horizonte B avermelhado. São típicos de áreas com chuvas escassas e 
mal distribuídas, características do semiárido brasileiro, onde são cobertos pela vegetação de Caatinga. 
A escassez de água pode ser contornada com a irrigação, e esses solos são naturalmente ricos em 
nutrientes (zonal).
Os cambissolos e os litossolos são pouco desenvolvidos. Os litossolos são delgados, assentes sobre 
a rocha consolidada, em rampas bastante inclinadas, ao lado de afloramentos rochosos. Os cambissolos 
têm aspectos semelhantes aos litossolos, e podem ser considerados intermediários entre os pouco 
desenvolvidos e os bem desenvolvidos (azonal).
Os solos brunizens, ou solos de pradaria, são relativamente rasos (aproximadamente 1 m). Como 
aspectos marcantes, tem o horizonte A1 escuro e espesso (aproximadamente 0,30 m), rico em matéria 
orgânica e cálcio. São típicos de regiões subúmidas cobertas por vegetação de gramíneas (pradarias, 
campinas e estepes são denominações dadas em vários locais onde ocorrem). Apresentam-se em áreas 
de colinas baixas a planícies extensas e, devido à elevada fertilidade natural e à fertilidade de cultivo 
(zonal), são considerados como os melhores do mundo para agricultura.
Os solos argilosos (argissolos podzólicos) são formados pelo processo de lavagens ácidas sobre 
material de origem arenosa – em regiões úmidas e florestadas. Apresentam uma capacidade de 
aderência de nutriente muito grande, dizemos que apresentam maior taxa de adsorção. Na prática, essa 
particularidade é uma limitação para a disponibilidade dos nutrientes, principalmente dos micronutrientes.
Solos formados com excesso de água em condições de aeração deficiente são denominados gleissolos 
(hidromórficos). Com coloração acinzentada, geralmente são ácidos, pobres em cálcio e magnésio e 
apresentam acúmulo de matéria orgânica nas camadas superficiais. Desenvolvem-se sob a influência do 
lençol freático elevado em áreas de clima úmido e relevo plano e são adjacentes a rios lagos e depressões 
fechadas. Esses solos têm fertilidade natural muito variada. Em geral, prestam-se bem à agricultura, 
desde que drenados adequadamente; alguns, com grande quantidade de matéria orgânica e húmus, são 
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escuros, quase negros, originam as frutas. Podem ser cortados e usados como combustíveis, inclusive 
alimentando incêndios no subsolo, que estariam aparentemente debelados, a “tabatinga”. Também são 
aplicados na indústria cerâmica (intrazonal). 
Os solos aluvionais provêm de sedimentos e são pouco desenvolvidos. Geralmente são propícios 
à agricultura de alimentos, o que explica o florescimento de civilizações antigas ao longo do Indo, do 
Eufrates, do Tigre, do Nilo etc.
Já os solos salinos ocorrem nos locais de relevo mais baixo, em regiões áridas e semiáridas e nas 
próximas ao mar, apresentando elevadas concentrações de sais solúveis. Pode haver salinização também 
em áreas irrigadas sem tecnologia apropriada, e seu aproveitamento agrícola depende de grandes 
investimentos para reduzir o teor de sais (intrazonal).
Os grumossolos apresentam coloração cinza-escuro, com elevado teor de argila, que se expande 
com o umedecimento e se contrai e endurece com o ressecamento (massapé). Seu aproveitamento 
agrícola só é viável se mantido o teor adequado de umidade, o fendilhamento dificulta a implantação 
de fundações de edificações, rodovias e estruturas em geral (intrazonal).
Os neossolos (litossolos) são solos jovens, pouco desenvolvidos e de pequena espessura, assentados 
diretamente sobre as rochas consolidadas ou, às vezes, aflorando à superfície.
Por fim, temos os neossolos regolíticos (regossolos), caracterizam-se por serem profundos, 
ainda que em início de formação arenosa e, portanto, com drenagem excessiva. Apresentam camada 
superficial mais escurecida, devido à presença de matéria orgânica.
As características do solo variam com a profundidade, por causa da maneira pela qual ele se formou 
ou se depositou, em razão das diferenças de temperatura, do teor de água, da concentração de gases 
(particularmente CO2 e O2) e do movimento descendente de solutos e de partículas, dos fluxos de 
materiais que formam diferentes camadas (denominados horizontes), as quais podem ser identificadas 
a partir do exame de uma seção vertical do solo denominada perfil do solo. Os horizontes se diferenciam 
por espessura, cor, distribuição e arranjos das partículas sólidas e poros, distribuição de raízes e outros 
aspectos resultantes das interações de fatores influenciadores na formação do solo. A caracterização 
mais detalhada dos horizontes permite que o agricultor identifique, classifique e planeje o manejo mais 
adequado para o solo.
 Lembrete
Fertilizante é o nome atribuído às substâncias destinadas a nutrir 
o solo. Podem ser orgânicos, minerais ou uma mistura de ambos. Os 
fertilizantes minerais são fabricados em indústrias a partir de rochas 
(minerais). Por ser um produto “fabricado”, é classificado erroneamente 
como adubo químico.
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Unidade III
5.5 Coleta de amostras e análise do solo
Várias questões foram levantadas durante o texto sobre a importância do solo, a influência dos 
nutrientes e quando é necessário usar fertilizantes. Sabemos que todas essas medidas dependem das 
análises realizadas. 
Agora você perceberá que a melhoria do solo pode ser fácil e segura quando ele for monitorado 
periodicamente. Para efetuar as análises laboratoriais, é preciso uma amostragem correta do material.
Nem todos sabem como se coletam amostras do solo, se devem ser coletadas amostras superficiais, 
profundas, ou ambas. Vamos esclarecer essasdúvidas
Geralmente, a coleta de amostras sólidas requer um tratamento especial, pois, na maioria das 
situações o material é pouco homogêneo. Muitas vezes, a solução pode ser coletada em vários pontos, 
sendo todo o material recolhido misturado e homogeneizado. Desse material, retira-se uma nova 
amostra, a qual é posteriormente usada para análise química. 
Com relação ao solo, a questão da profundidade da coleta da amostra pode ser relevante. Nesse 
caso, dependendo do problema, a solução pode ser utilizar brocas, trados, tubos metálicos ou um 
pedaço de cano, por exemplo, que são cravados no solo. Podem ser empregados equipamentos 
específicos para cortar o solo, como cavadeiras (conhecidas como “boca de lobo”). Outra técnica 
conveniente consiste em fazer um buraco ou uma trincheira até atingir a profundidade necessária 
e recolher diretamente o material.
Para a análise de solos, coletam-se de 15 a 20 amostras – a uma profundidade de 0,20 m –, que 
são distribuídas ao longo da área a ser recuperada. Assim, elas são misturadas em um recipiente, dando 
origem a uma amostra composta, que deverá ser identificada e encaminhada a um laboratório de 
solos, como mostra a figura 10 A, em que serão determinados os teores de macro e micronutrientes, de 
matéria orgânica, o pH, a capacidade de troca de cátions, a soma de bases e os percentuais de silte, de 
argila e de areia fina e grossa. 
Sazonalmente, o setor agrícola tem necessidade de coletar e analisar amostras de solo agricultável 
para que sejam feitas as correções adequadas, por exemplo, adição de calcário (calação).
Essas correções são feitas com base nos resultados da análise do solo para fins de fertilidade. Para 
tal, a coleta de amostras deve seguir quatro passos.
Primeiro, é preciso dividir a propriedade em áreas uniformes de até 10 hectares para retirada de 
amostras, como mostra a Figura 10 B. Cada uma dessas áreas deve ser uniforme quanto à cor, topografia 
e textura e quanto às adubações e calagens que recebeu. Áreas pequenas, diferentes das circunvizinhas, 
não deverão ser amostradas juntas. 
Depois, as amostras devem ser retiradas da camada superficial do solo. É fundamental ter 
o cuidado de limpar antes a superfície dos locais escolhidos, removendo as folhas e outros 
detritos, como mostrado na Figura 10 C. As áreas destacadas deverão ser percorrida em 
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zigue-zague, retirando-se as amostras em pontos diferentes, que deverão ser colocadas juntas 
em um recipiente limpo. Todas as amostras individuais de uma mesma área uniforme deverão ser 
muito bem misturadas dentro de um recipiente, removendo-se uma amostra composta final de 
aproximadamente 500 gramas para ser enviada ao laboratório. 
Posteriormente, temos as seguintes recomendações: não retirar amostras de locais próximos de 
residência, galpões, estradas, formigueiros, depósito de fertilizante etc., bem como não se deve coletar 
amostras quando o terreno estiver encharcado.
Por fim, para a análise de acidez, é recomendável a análise do subsolo, como mostrado na figura 
10 D, coletada com trado, a uma profundidade de 20 a 40 cm. As amostras superficiais não podem ser 
misturadas com os materiais dessa avaliação.
Do ponto de vista ambiental, muitas vezes, é necessário conhecer a concentração de um analito 
no perfil do solo. Para isso, são feitas coletas de amostras de solo e análises para verificar se o local 
já está impactado com materiais potencialmente poluentes. Caso seja constatado um problema, 
é possível saber se foi causado por indústria ou se já existia no local antes da sua instalação. 
Para conhecer rotas de aporte, mobilidade, acúmulo e destinação de espécies, nutrientes e/ou 
contaminantes, geralmente se utiliza a coleta de amostra no perfil do solo. Uma coleta de amostra 
de solo pode fornecer matéria orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos), distribuição de mercúrio e 
outros metais no solo por causa da profundidade.
 Sedimentos são partículas com diferentes tamanhos, formas e composição química, as quais foram 
transportadas do ambiente terrestre de origem pela água, pelo ar ou pelo solo e depositadas no fundo 
de lagos, rios e oceanos. Esses elementos contêm quantidade variável de materiais coprecipitados dos 
recursos hídricos por processos químicos e biológicos. Partículas transportadas pela água ordenam-se e 
depositam-se de acordo com suas propriedades em diferentes áreas dos reservatórios. 
Comumente, materiais grossos, como areia e cascalho, sedimentam-se nas zonas perto da orla 
e partículas de granulação fina, como silte ou argila, são depositadas em águas profundas levadas 
pela ação da correnteza. Diferentes conceitos são empregados para a classificação de sedimentos de 
águas doce e marinha, podem ser classificados pela sua origem geográfica, geológica, geoquímica 
e propriedades fisico-químicas, como: cor, textura, granulometria, estrutura, conteúdo de matéria 
orgânica etc. 
Sedimentos desempenham uma vital função no processo de caracterização da poluição. Eles 
podem indicar a qualidade e serem usados para detectar a presença de contaminantes, e também 
podem se solubilizar pela ação de microrganismos. Essa dinâmica de algumas espécies químicas faz 
com que os sedimentos atuem como “estoque” de possíveis fontes de poluição, pois os contaminantes 
(espécies inorgânicas ou orgânicas) não permanentemente lixados por eles, podem ser disponibilizados, 
causando mudanças em parâmetros, como pH, potencial redox ou ação de microrganismos. Podem 
ser importantes fonte de contaminantes, mesmo quando as fontes de contaminação atmosféricas e/
ou terrestres já tenham sido controladas ou eliminadas.
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A)
C)
B)
D)
Identificação de amostras
Coleta de superfície
Separação das áreas 
de amostragem
Coleta de subsolo
Figura 10 – Amostragem do solo
Os sedimentos depositam-se continuamente ao longo dos anos, e as modificações no ambiente 
influem diretamente em sua composição. Na primavera, por exemplo, eles agregam polens. No caso 
de haver uma grande queimada, são agregadas cinzas aos sedimentos. Dessa forma, as várias camadas 
dos sedimentos podem indicar não só como e quando houve a contaminação, como também eventos 
naturais ou antrópicos que ocorreram na região. 
Pela análise do pólen, é possível conhecer que tipo de vegetação existia na região em um passado 
bem distante. Quando se quer precisar o histórico de um sedimento, é preciso efetuar a coleta de suas 
várias camadas.
Os minérios geralmente são extraídos na forma de fragmentos grosseiros de diferentes 
tamanhos e composição variável. Logo, manter a condição de representatividade é relativamente 
difícil. Frações do material a amostras retiradas com pás ou cargas de carrinhos de mão são 
separadas e posteriormente reunidas (amostra composta). Quando a produção do minério for 
feita em larga escala, porções do material serão intermitentemente removidas de uma correia 
transportadora ou o material poderá ser forçado através de uma calha ou por uma série de calhas, 
resultando na separação contínua de certa fração do fluxo.
 Quando o material estiver armazenado em grandes depósitos, as amostras deverão ser tomadas de 
diferentes pontos espaçados, de modo a assegurar uma coleta representativa. 
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 Observação
Raramente ocorre uma completa distribuição ao acaso. 
Nesses casos, sugere-se dividir o depósito em seções pela superfície e, de cada seção, retira-se dealto a baixo um número regular de amostras.
Com base nos resultados das análises do solo, verifica-se a necessidade da calagem e da adubação 
mais indicada para a área. Fatores como estado de degradação do solo, posição topográfica, proximidade 
de cursos d’água, regime de inundações e exigências das espécies utilizadas vão determinar a correta 
adubação do plantio.
O adubo pode ser misturado com a terra retirada na abertura da cova, e, posteriormente, a mistura 
ser aplicada para preencher a cova com a muda.
Outra forma de adubação consiste na abertura, após o plantio, de minicovas laterais a cerca de 10 
cm da muda nas quais o adubo será colocado no momento do plantio ou até duas semanas depois.
Em áreas onde o solo não foi degradado ou onde o tipo de solo apresenta naturalmente boa 
fertilidade, pode-se utilizar apenas a adubação orgânica. Nesse caso, recomenda-se esterco de 
curral, estercos curtidos de galinha, torta de mamona e a torta de filtro, no máximo com 20% do 
volume da cova. 
 Observação
O diagnóstico visual de uma planta é realizado geralmente na área foliar. 
As folhas podem indicar falta de nutrientes, eventos climáticos ou ataque 
de pragas. No entanto, a verdadeira condição do solo é diagnosticada por 
exames laboratoriais.
5.6 A irrigação
A água é de extrema importância para a agricultura, pois os vegetais necessitam dela para sua 
sobrevivência. Para os produtores agrícolas, abastecer toda a área plantada muitas vezes exige alta 
tecnologia: a irrigação.
Será que esse processo ocorre apenas com a retirada da água de uma área e a posterior distribuição 
pela propriedade?
O que é necessário considerar para aplicarmos a irrigação em uma plantação?
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Unidade III
A irrigação faz parte de um conjunto de técnicas agrícolas pelas quais se realiza artificialmente 
a aplicação de água em plantações, melhorando a umidade em locais onde o regime de chuvas é 
inconstante, assegurando a produtividade com o máximo retorno econômico possível, preservando o 
meio ambiente, gerando empregos e com o enfoque nas cadeias produtivas.
O fator econômico com certeza deve ser avaliado, isto é, os custos de implantação de um sistema 
desse tipo. Contudo, a respeito do material, é necessário destacar algo sobre a água?
A água é abundante na maior parte da Terra. É encontrada nos três estados da matéria (sólido, 
líquido e gasoso) em temperatura e pressões normais (21º C a 23º C e 1 atm) da superfície do globo. 
Somente a água, o mercúrio e o petróleo são encontrados em estado líquido na natureza. Todavia, o 
mercúrio é um metal extremamente raro, e o petróleo exige condições especiais para sua ocorrência 
(aprisionado entre rochas impermeáveis – devido ao caráter volátil).
O Brasil possui uma riqueza hídrica invejável, não é verdade?
Temos muitos rios, um clima tropical e úmido com alta taxa de pluviosidade. Desse modo, precisamos 
nos preocupar com a quantidade de água em nosso território?
Hoje a disponibilidade do nosso mais valioso recurso hídrico apresenta estado de alerta máximo. 
Processos crescentes de desmatamento, assoreamento, produção agrícola, lançamento de detritos 
industriais e domésticos não tem levado em conta a capacidade de suporte da natureza e tem contribuído 
para a e situação preocupante, com consequências à saúde pública.
Nesse contexto, temos a seguinte questão: é necessário analisar a qualidade de um recurso tão 
abundante na natureza?
Atualmente recebemos vários alertas a esse respeito através da mídia, dos livros, das previsões dos 
pesquisadores e da própria natureza, com as alterações climáticas.
No Brasil, o estudo da hidrometria é relacionado às bacias hidrográficas e aos volumosos rios, e 
até hoje é voltado para a geração de energia – com construções de usinas hidrelétricas – e tem como 
principal problema a presença de sedimentos nas águas, que diminuem a vida útil das barragens. Os 
mananciais que subsidiam o abastecimento sofreram muito com a carência de estudos específicos.
Essas pequenas bacias drenam as águas das cidades e recebem todos os tipos de dejetos. Em 2005, 
houve um marco quanto ao controle de qualidade. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 
estabelece a necessidade de avaliações toxicológicas e controle de despejos em corpos de água para 
atestar a balneabilidade, visando ao manejo sustentável dos recursos hídricos e garantido os padrões de 
qualidade dentro da sua bacia hidrográfica.
Grande parte da população tem culturalmente a percepção sensorial do fenômeno de “sujar a água”, 
considerando apenas o componente estético. A formação do conceito abrange a preservação da saúde 
humana e a de outros organismos úteis ao homem. Acreditava-se que o mau aspecto da água como a 
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turbidez, a coloração e a exalação de odores, a presença de materiais flutuantes ou em suspensão era 
responsável pela transmissão de doenças, o que, na verdade, pode ser apenas coincidência.
A contaminação está relacionada à introdução de substâncias nocivas que possam causar alterações 
no meio aquático, como: compostos organoclorados e organossintéticos, matéria orgânica em excesso, 
organismos patogênicos e metais pesados.
Os corpos de água ainda recebem produtos originados da prática agrícola, como os defensivos 
agrícolas e a celulose, que, apesar de ser um produto vegetal, é amplamente usada em escalas industriais, 
e é resistente à decomposição, aos detergentes sintéticos e até aos metais pesados. Esses materiais 
muitas vezes são considerados compostos recalcitrantes, compostos que são biologicamente resistentes 
e conhecidos como “não biodegradáveis”. 
Devido à resistência que tais materiais oferecem, acabam se concentrando no meio aquático, e 
tem sua concentração aumentada inúmeras vezes. As consequências surgem a partir da utilização e 
reutilização dessa água não só por animais e vegetais, mas também por seres humanos, que necessitam 
de água para sobrevivência. Nesses casos, acabam acumulando esses elementos no organismo.
Para a irrigação, muitos estudos devem ser realizados, a começar pelo local de coleta da água. Ao 
bombear a água de um rio, lago ou reservatório, muitas vezes ocorre interferência na vida aquática 
do lugar ou o esgotamento do sistema. Outro fator relevante seria a taxa de liberação do sistema de 
irrigação. Se a quantidade de água não for suficiente para a lavoura, sua produção será menor. Se for 
aplicada em excesso, provocará outro problema, pois os nutrientes do solo podem ser lixiviados pela 
água, além do desperdício de energia gasta para a operação do empreendimento.
A quantidade de água a ser liberada dependerá das propriedades do solo. É preciso conhecer 
sua velocidade de absorção, sua porosidade, a posição do lençol freático, a taxa de salinidade e sua 
fertilidade. Também se deve considerar as características da cultura como o sistema radicular do 
vegetal, a resistência à seca e a velocidade de crescimento. Quanto aos fatores referentes ao clima, 
temos a temperatura média da região, a incidência de radiação solar, o regime dos vetos e o índice 
de umidade do ar.
Uma questão muito importante é a qualidade da água que será irrigada. Existem análises interessantes 
a realizar como a concentração de sais, a presença de elementos tóxicos e o nível de pH, detectando 
uma possível acidez ou alcalinidade, a dureza que retrata o índice de metais e aspectos sanitários como 
a presença de microrganismos patogênicos.
Um sistema de irrigação é um detalhe de extrema relevância na lavoura. Pode-se melhorar 
o rendimento, mas também pode haver vários contratempos se ele não estiveradequado, como 
encharcamento do terreno, erosão e voçorocas.
Antes da implantação do sistema, é preciso avaliar o tamanho da área irrigada, o formato do relevo 
e se as áreas irregulares não são bem aproveitadas. Em regiões com declividade com mais de 5% de 
desnível, é aconselhável a prática de curvas de nível no terreno.
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Assim, ainda é possível considerar que a irrigação da lavoura é um sistema fácil e usual para aumentar 
a produtividade?
A resposta é sim, a irrigação vem beneficiando milhões de produtores, desde que bem projetada 
e administrada com responsabilidade. Lembre-se de que equipamentos como bombas, registros, 
manômetros e conexões exigem manutenção.
Exemplo de Aplicação
Prepare um quadro comparativo entre os diferentes sistemas de irrigação, destacando para qual tipo 
de cultura é indicado. Aponte uma vantagem e uma desvantagem de cada sistema.
Comece comparando os sistemas de aspersão, sistema autopropelido, pivô central, deslocamento 
linear, gotejamento, microaspersão, de superfície, fertirrigação e os demais que encontrar.
6 O MELHORAMENTO GENÉTICO DE VEGETAIS
Você conhece técnicas de melhoramento de vegetais? Poderia listar algumas?
Saberia diferenciar melhoramento genético de organismo geneticamente modificado e de 
transgênicos? 
E a importância de conhecer cada técnica aplicada, você entende por que nos dias atuais esse 
assunto é de extrema relevância para a agricultura?
Todas essas questões serão explicadas e discutidas durante o decorrer do texto.
A forma utilizada nos primeiros pro gramas de melhoramento explorava a variabilidade genética 
de indivíduos compatíveis sexualmente. Vale ressaltar que essas iniciativas foram responsáveis pelos 
notáveis aumen tos de produtividade, melhoria da qualidade e propriedades dos alimentos, além de 
tornarem possíveis cultivos em áreas inicialmente não adequadas, fazendo com que a produtividade 
global aumentasse significativamente, de forma a produzir alimentos em quantidade suficiente para 
alimentar toda a população mundial.
Com o desenvolvimento de técnicas de biologia molecular, a automação e o nascimento 
da bioinformática, tornou-se possível decifrar toda a informação genética de organismos. 
Essa notável associação entre genética e informática per mitiu a irrupção e o estabelecimento 
de uma nova área: a genômica. Assim, uma fonte praticamente inesgotável de novas 
sequências de DNA tornou-se acessível aos geneti cistas e melhoristas de plantas. Por tanto, o 
aperfeiçoamento genético de plantas encontra-se em um novo patamar: centenas de milhares 
de genes disponíveis e técnicas de transformação genética definidas para a maior parte das 
culturas de interesse agronômico.
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Não é de hoje que agricultores de todo o mundo manipulam os genes de plantas e animais. O 
método de selecionar as melhores sementes e os melhores exemplares de um rebanho e cruzá-los entre 
si ocorre no mínimo há 10 mil anos. O melhoramento genético tradicional, como é chamada a técnica, 
transformou as plantas e os animais de tal forma que, em muitos casos, diferem hoje radicalmente 
daquilo que eram quando o homem começou a trabalhar com eles. 
O caso mais radical que se conhece nesse sentido é o do milho, que tal como nos acostumamos a 
ver e consumir, jamais existiu na natureza. O milho atual é um resultado de cruzamentos de diferentes 
espécies feito em 1920 pelo americano Henry A. Wallace. Seis anos depois, ele patenteou o seu milho 
hibrido, tornando-o um negócio extremamente lucrativo. Depois disso, outras variedades de milho 
surgiram no mercado. 
O objetivo humano, com essas modificações de melhoramento, é óbvio: produzir sementes e animais 
com qualidade superior, isto é, com maior resistência a pragas ou capacidade de reprodução mais elevada. 
Ao observar as características de plantas e animais e cruzar aqueles que lhes pareçam mais proveitosos, 
os produtores conseguiram criar variedades importantes. Todavia, ao mesmo tempo, tiveram um grande 
trabalho para tirar os traços indesejados dessas novas variedades. 
As descobertas pioneiras da genética aconteceram na botânica: Mendel elaborou as leis da 
hereditariedade cruzando diferentes variedades de ervilhas. Há séculos e séculos, é no reino vegetal 
que o ser humano vem realizando suas maiores experiências, selecionando as espécies mais aptas a um 
determinado meio ambiente. Os processos de enxertia e hibridação, por exemplo, fazem parte da cultura 
de muitos povos.
A monocultura, tida como moderna, agora é considerada uma prática atrasada. Outras características 
da agricultura atual são a dependência em relação aos fertilizantes e agrotóxicos, o desprezo e a 
ridicularização do “saber popular” e o culto ao “saber científico”. 
A implantação e sedimentação desse tipo de agricultura forçosamente marginaliza (e até 
poderá se extinguir) as variabilidades genéticas que têm sido cultivadas pelos povos ao longo 
dos tempos (agricultura de subsistência), embora as espécies que são alvo da monocultura sejam 
objeto de uma concentração de esforços para melhorá-las cada vez mais e produzir variabilidades 
resistentes às novas pragas. 
A engenharia genética nasce, contraditoriamente, como uma esperança de manutenção da 
biodiversidade, graças à possibilidade técnica de montar bancos de germoplasmas. Essa alternativa 
não é simples nem politicamente fácil, visto que as grandes companhias agrícolas, em sua adequação 
aos novos tempos, estão se transformando em empresas agrobiotecnológicas, que patenteiam e 
monopolizam todos os conhecimentos da área.
No fim da década de 1960, o movimento conhecido como revolução verde anunciava a extinção da 
fome. Alardeava o melhoramento dos vegetais destinados à alimentação e acenava com as supersementes, 
que assegurariam a alta produtividade.
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Unidade III
A revolução verde foi uma política agrícola elaborada pelos Estados Unidos e exportada para 
os países pobres e em desenvolvimento. Significou a abertura e ampliação de mercados, para os 
norte-americanos, nos setores de sementes, fertilizantes, pesticidas e maquinaria. Foi apresentada 
ao mundo como um programa de “ajuda humanitária” da ONU, para aperfeiçoar e aumentar a 
produtividade agrícola e, assim, combater a fome. Trabalhou-se com a divulgação de plantas 
melhoradas pela genética convencional.
Parecia que a trilha dos milhares havia sido encontrada, mas os resultados práticos dessa “revolução” 
não foram nada animadores, apenas demonstraram que o problema da fome é muito mais uma questão 
de política do que da produção agrícola em si.
O grande mito que envolve as sementes selecionadas (híbridas e bioengenheiradas) é o da alta 
produtividade, qualidade que é considerada intrinsecamente associada a elas. Nada mais falso! Sua 
grande produtividade decorre da capacidade de absorver três a quatro vezes mais fertilizantes, desde 
que devidamente irrigadas, ou seja, elas não valem nada sem fertilizantes e irrigação abundante.
Na década de 1990, das 25 principais empresas de sementes do mundo, cinco encontravam-se entre 
as sete maiores indústrias de pesticidas. São organizações com especificidade refinada e muito seletivas: 
só produzem sementes que resistem, exclusivamente, aos pesticidas que elas mesmas fabricam. Assim, 
o comprador da semente fica obrigado a adquirir também o “herbicida específico” e reguladores de 
crescimento; do contrário, corre o risco de perder a safra. 
Outra alternativa bastante

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