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A etiologia da sindrome metabólica e manifestações clínicas da síndrome metabolica

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A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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A Etiologia da Síndrome Metabólica e 
Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
Professora Mestre Eliana Lousada
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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Sumário
Síndrome Metabólica 4
Diagnóstico 4
História clínica 4
Exame físico 4
Níveis de pressão arterial 5
Exames laboratoriais 5
Síndrome Metabólica e Obesidade 5
Síndrome Metabólica e Adipocitocinas 6
Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 7
Epidemiologia 7
Etiologia 7
Sintomas 7
Tratamento na Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 7
Síndrome de Cusching 8
Sintomas 8
Manifestações Clínicas 8
Síndrome do Ovário Policístico 9
Etiologia 9
Fisiopatologia 10
Sintomas 11
Diagnóstico 11
Anamnese 11
Exame Físico 11
Ultra-sonografia	 	 	 	 	 	 	 	 										11
Dosagem hormonal 11
Tratamento 12
Acanthosis Nigricans 12
Etiologia 13
Fisiopatologia 13
Tratamento 13
Hipertensão Arterial 13
Diagnóstico 13
Sintomas 14
Tratamento 14
Mecanismo Hipotensor do Exercício Físico 14
Investigar a presença de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 14
Objetivo do tratamento farmacológico 15
Alguns exemplos de medicamentos 15
Diuréticos 15
Inibidores adrenérgicos 15
Betabloqueadores 15
Antagonista dos canais de cálcio 15
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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Inibidores da ECA – Enzima Conversora de Angiotensina 16
Antagonista do Receptor da Angiotensina II 16
Avaliação inicial de rotina para o paciente hipertenso 16
Proteína C Reativa – PC-R 16
Diabetes Mellitus 16
Recomendações da Associação Americana de Diabetes, 2003 para prevenir ou 
retardar o surgimento do Diabetes Mellitus 17
Glicemia de Jejum 17
Teste de tolerância à glicose oral 18
Hemoglobina Glicada 18
HOMA - Homeostasis Model Assesment 18
HOMA – para avaliar a Resistência à Insulina 19
HOMA – para avaliar a função das Células ß 19
Dislipidemias 19
Investigação 20
Classificação	das	Dislipidemias	 	 	 							 	 	 													20
Avaliação Laboratorial das Dislipidemias 20
Interferência nos resultados do colesterol e frações 21
Variação biológica 21
Postura da coleta 21
Duração do torniquete 21
Metas lipídicas na Síndrome Metabólica 21
Etiologia 21
Interferência dos medicamentos nas dosagens das frações do Colesterol e frações21
Considerações terapêuticas na Síndrome metabólica 22
FUMO 22
Exames Laboratoriais – complementares na investigação da Síndrome Metabólica 22
Microalbuminúria 22
Associada com outros fatores de risco: 23
Albumina Sérica 23
Homocisteína 23
Aminotransferases 23Aspartato Aminotransferase AST, TGO 23
Alanina Aminotransferase ALT,TGP -figado 24 
Relação AST/ALT 24
Gama Glutamil Transferase 24
Referências 24
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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Síndrome Metabólica
A Síndrome Metabólica é determinada por um conjunto 
de fatores de risco cardiovascular, incluindo obesidade 
abdominal, hiperglicemia, dislipidemias e hipertensão 
arterial, que têm sido associados à resistência a insulina.
A Síndrome Metabólica tem grande relevância, uma 
vez	que	identifica	grupos	de	pessoas	com	maior	risco	de	
desenvolver doenças cardiovasculares e Diabetes Mellitus 
tipo 2, com o objetivo de prevenir tais doenças através de 
mudanças no estilo de vida.
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento 
da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de 
Cardiologia, 84(supl. 1): 1-28, 2005
A Síndrome Metabólica é um transtorno complexo 
representado por um conjunto de fatores de risco 
cardiovascular, usualmente relacionados à deposição 
central de gordura e à resistência a insulina, devendo 
ser destacada a sua importância do ponto de vista 
epidemiológico, responsável pelo aumento da mortalidade 
cardiovascular estimada em 2,5 vezes.
Lakka HM, Laaksonen DE, Lakka TA, Niskanem 
LK, Kumpusalo E, Tuomilehto J et al. The 
metabolic syndrome and total and cardiovascular 
disease mortality in middle-aged men. JAMA, v. 
288, p. 2709–2716, 2002.
Girman CJ, Rhodes T, Mercuri M, Pyörälä K, 
Kjekshus J, Pedersen TR et al. for the 4S Group 
and the AFCAPS/TexCAPS Research Group. The 
metabolic syndrome and risk of major coronary 
events in the Scandinavian Simvastatin Survival 
Study (4S) and the Air Force/Texas Coronary 
Atherosclerosis Prevention Study (AFCAPS/ 
TexCAPS). Am J Cardiol, v. 93, p. 136–141, 2004.
O termo Síndrome Metabólica tornou-se um dos mais 
utilizados na Medicina, também conhecido como:
• Síndrome X
• Síndrome de Resistência Insulínica 
• Síndrome Plurimetabólica 
• Síndrome Obesidade-Dislipidemia 
Roberts, C. K. et al. Reversibility of Chronic 
Experimental	Syndrome	X	by		Diet	Modification.	
American Heart Association, v. 37, n.5, p. 1323-
1328, 2001.
Martinez, T. L. R. Síndrome Metabólica: Um 
desafio	 clínico	 de	 muitas	 arestas	 e	 soluções	
terapêuticas complexas. Atheros, v. 13, n. 2, p. 
37-38, 2002.
Diagnóstico
Os objetivos da investigação clínica e laboratorial na 
Síndrome Metabólica, conforme Tabela 1 são: 
• A	 confirmação	 do	 diagnóstico	 da	 síndrome	
metabólica de acordo com os critérios do NCEP-
ATP III
• A	identificação	dos	fatores	de	risco	cardiovascular
História clínica 
• Idade, tabagismo, prática de exercício físico, 
história pregressa de hipertensão arterial, Diabetes 
Mellitus, Diabetes Mellitus Gestacional, doença 
arterial coronariana, acidente vascular encefálico, 
doença hepática gordurosa não-alcoólica, 
hiperuricemia, dislipidemias
• História familiar de hipertensão arterial, Diabetes 
Mellitus e doença cardiovascular, 
• Uso de medicamentos hipoglicemiantes
• Presença de Síndrome de Apneia Obstrutiva do 
Sono
• Síndrome dos Ovários Policísticos• Síndrome de Cushing
• Acanthosis Nigricans
Exame físico
Medida da circunferência abdominal
• A medida da circunferência abdominal é feita na 
metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo 
costal inferior 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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• Peso, estatura
• IMC: Índice de Massa Corporal – peso/altura2
Níveis de pressão arterial 
A aferição da pressão arterial deve ser feita no mínimo 
duas medidas por consulta, na posição sentada, após 
cinco minutos de repouso.
Exames laboratoriais
• Glicemia de jejum 
• HDL
• TG
Tabela 1. Avaliação Clínica e Laboratorial da Síndrome Metabólica
Fonte: Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood 
Cholesterol in Adults.
Executive summary of the Third Report of the National Cholesterol 
Education 
Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of 
High Cholesterol. 
JAMA, v. 285, p. 2486–2497, 2001.
A presença de Diabetes Mellitus não exclui o diagnós-
tico de Síndrome metabólica. A presença de LDL elevado 
não faz parte dos critérios no diagnóstico, porém frequen-
temente, os pacientes portadores de resistência à insuli-
na e síndrome metabólica apresentam aumento da fração 
LDL colesterol.
Tchernof A, Lamarche B, Prud’Homme D, Na-
deau A, Moorjani S, Labrie F et al. The dense LDL 
phenotype: associations with plasma lipoprotein 
levels, visceral obesity and hyperinsulinemia in 
men. Diabetes Care, v. 19, p. 629–637, 1996.
Síndrome Metabólica e Obesidade 
A obesidade é um dos componentes na investigação 
para o diagnóstico da Síndrome Metabólica, conforme com 
os indicadores na Tabela 1.
A obesidade é o resultado de diversas interações, nas 
quais chamam a atenção os aspectos genéticos, ambientais 
e	 comportamentais.	 Assim,	 filhos	 com	 ambos	 os	 pais	
obesos apresentam alto risco de desenvolver a obesidade, 
bem como determinadas mudanças sociais estimulam o 
aumento de peso em todo um grupo de pessoas. 
Quanto ao tipo de distribuição da gordura corporal a 
obesidade	pode	classificar-se	em:	
1. Obesidade Androide, visceral, abdominal visceral, cen-
trípeta ou omental, também denominada obesidade 
masculina. A obesidade visceral está associada a 
complicações metabólicas, como a Diabetes Melli-
tus tipo 2, dislipidemia, a doenças cardiovasculares, 
como a hipertensão arterial, a doença coronária e a 
doença vascular cerebral, bem como à Síndrome do 
Ovário Policístico e à disfunção endotelial (ou seja 
deterioração do revestimento interior dos vasos san-
guíneos). A associação da obesidade a estas doenças 
está dependente da gordura intra-abdominal e não 
da gordura total do corpo.
2. Obesidade Ginecoide, também denominada obesida-
de feminina, quando a gordura se distribui, princi-
palmente, na metade inferior associada a um risco 
maior de artrose, varizes e dificuldade em locomo-ção.
A obesidade andróide é a mais preocupante, e a cir-
cunferência da cintura é um instrumento que consegue 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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demonstrar o nível de risco cardiovascular, por essa razão 
o aumento da circunferência da cintura é um indicador de 
risco no surgimento da Síndrome Metabólica.
A circunferência da cintura é utilizada em estudos po-
pulacionais devido ao baixo custo, praticidade e facilidade 
de utilização. 
A gordura omental se localiza no saco omental, tam-
bém	denominado	peritônio.	O	peritônio	tem	como	finalida-
de evitar o atrito entre as vísceras na cavidade abdominal, 
bem como um reservatório de energia através do acúmulo 
de gordura, Figura 1 e 2. 
Figura 1. Peritônio, saco omental onde é depositada a gordura omental
Os adipócitos omentais são mais sensíveis aos estímulos 
ß-adrenérgicos, apresentam capacidade aumentada de 
lipólise, comparando com a gordura do glúteo-femural e 
gordura subcutânea abdominal. 
 
 Figura 2. Omento 
recobrindo o colo transverso. Fonte: http://www.poderdasmaos.com
Síndrome Metabólica e Adipocitocinas
O tecido adiposo apresenta a capacidade de secreção de 
uma variedade de peptídeos bioativos, conhecidos como 
adipocitocinas, que agem tanto in loco (ação autócrina ou 
parácrina) como sistemicamente (ação endócrina), essas 
substâncias estão envolvidas com fenômenos inflamatórios 
na obesidade.
Pratley RE, Lee YH. The evolving role of 
inflammation	 in	 obesity	 and	 the	 metabolic	
syndrome. Curr Diab Rep. 2005; 5: 70-5.
A obesidade é uma doença sem cura, apenas tratada, 
apresenta	um	estado	inflamatório	que	em	parte	caracteriza	
uma ligação entre a obesidade, resistência à insulina, 
hipertensão arterial sistêmica e doença cardiovascular. 
Existem	várias	adipocitocinas	com	ação	pró-inflamatória,	
as mais estudadas são: o fator de necrose tumoral alfa e 
a interleucina 6. 
Ambas as adipocitocinas agem inibindo a comunicação 
da	 insulina	 com	 o	 GLUT.4,	 dificultando	 a	 captação	 da	
glicose no tecido muscular e hepático, levando a uma 
liberação aumentada de insulina que a longo prazo leva a 
resistência à insulina, e posteriormente a Diabetes Mellitus 
tipo 2, conforme exposto na Figura 3.
A hiperinsulinemia afeta a homeostase da pressão 
arterial, levando a diminuição ou inibição da atividade 
vasodilatadora do óxido nítrico, tornando o endotélio rijo, 
predispondo a hipertensão arterial.
A hiperinsulinemia apresenta uma ação importante no 
aumento do colesterol no fígado, uma vez que ela aumenta 
a atividade da enzima HMG-CoA redutase que catalisa a 
transformação de ácido mevalônico em colesterol.
 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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Figura 3. Adipocitocinas e Resitência à insulina1) Adipocitocinas 
provenientes do tecido adiposo, 2) inibem a comunicação da insulina com 
o GLUT.4, 3) o Glut.4 não capta a glicose sanguínea, 4) de maneira crônica 
leva à Resistência a insulina. Fernández-Real JM, Ricart W. Insulin 
resistance and chronic cardiovascular inflammatory 
syndrome. Endocr Rev. 2003; 24 (3): 278-301. 
 
Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono
A síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono é caracterizada 
por episódios repetitivos de cessação da respiração durante 
o sono, devido à obstrução total ou parcial das vias aéreas 
superiores, durante a inspiração, associados à hipoxemia 
intermitente, sonolência durante o dia e fadiga.
Epidemiologia
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono afeta 2-4% 
dos adultos caucasianos, principalmente homens obesos 
de meia idade, aproximadamente 70% dos pacientes são 
obesos.
A circunferência da cintura se correlaciona com a Sín-
drome de Apneia Obstrutiva do Sono, mais frequentemen-
te que o IMC. 
Em indivíduos não obesos o aumento da circunferên-
cia da cintura prediz a Síndrome de Apneia Obstrutiva do 
Sono. 
A cada aumento de 13-15 cm na circunferência da cin-
tura eleva-se o risco dessa síndrome em 4 vezes. A Figura 
4. mostra o aumento da úvula que encontra-se relaxada e 
obstruindo a entrada de oxigênio.
Etiologia
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono pode surgir 
devido a alterações anatômicas; macroglossia (aumento 
da	 língua),	 hipertrofia	 das	 amígdalas,	 aumento	 das	
adenóides, aumento da úlvula e mais frequentemente 
aumento da gordura na região cervical. 
A circunferência cervical é utilizada para avaliar o risco 
cardiovascular quando os valores estão acima de 43 cm.
Sintomas
Os sintomas mais comuns são: cefaleia matinal, irrita-
bilidade e instabilidadeemocional, roncos e pausas res-
piratória durante a noite, azia e queimação no estôma-
go,	hiperfagia,	dificuldade	de	concentração,	boca	seca	ao	
acordar.
Em crianças os sintomas costumam ser: 
• Tempo de sono maior que o normal para idade 
• Ronco (nem toda criança que ronca tem apneia do 
sono) 
• Esforço grande para respirar 
• Alteração do comportamento sem causa aparente 
• Dificuldade	de	segurar	a	urina	à	noite	
• Cefaleia matinal 
• Baixo ganho de peso e estatura 
Figura 4. Obstrução das vias aéreas superiores pela úvula aumentada 
Fonte: http://www.institutodentofacial.com.br/si/site/000201
Tratamento na Síndrome da Apneia 
Obstrutiva do Sono
O tratamento é indicado de acordo com a situação que 
levou a síndrome, em indivíduos que apresentam depo-
sição de gordura cervical, o tratamento visa o emagre-
cimento, podendo ser utilizado o CPAP (pressão positiva 
em via aérea superior), uma máscara colocada no nariz 
do indivíduo que auxilia a entrada do oxigênio, desblo-
queando a laringe e faringe, propiciando ao indivíduo uma 
respiração adequada durante o sono, conforme Figura 5.
Quando	a	etiologia	é	devido	à	hipertrofia	das	amídalas,	
é indicada a amigdalectomia, da mesma maneira, em pre-
sença da macroglossia a cirurgia para diminuição da língua 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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deverá ser uma opção.A cirurgia para a retirada da ade-
nóide aumentada também é outra opção no tratamento da 
Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono.
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono está pre-
sente na avaliação da Síndrome Metabólica, uma vez que 
as recorrentes interrupções na inspiração durante o sono 
levam	a	um	estímulo	do	eixo	hipotálamo-hipófise-adrenal,	
com o intuito de liberar adrenalina para que o indivíduo 
consiga inspirar adequadamente. A constante liberação de 
adrenalina durante á noite de sono aumenta a pressão 
arterial, levando a um estado de hipertensão aguda duran-
te o sono. Em indivíduos hipertensos que não respondem 
adequadamente ao tratamento medicamentoso, deve-se 
investigar o sono, uma vez que uma das causas da hiper-
tensão refratária é a falta de diagnóstico e tratamento da 
Síndrome da Apneia Obstrutiva do sono.
A azia em indivíduos com apneia do sono ocorre devido 
à ativação simpática, que estimula as secreções gástricas 
durante o sono noturno. Esses indivíduos referem à ne-
cessidade de ingerir algum alimento durante a noite, para 
aliviar os sintomas. Geralmente, quando a endoscopia é 
feita não há sinais de alteração na mucosa gástrica.
 
Figura 5. CPAP – Pressão positiva das vias aéreas superiores
Síndrome de Cusching
A Síndrome de Cusching é um distúrbio hormonal 
causado pela exposição prolongada a elevados níveis do 
cortisol endógeno - também chamada de hipercortisolismo. 
Pode resultar de um tumor das glândulas suprarrenais 
de uma forma que não é controlada pelos mecanismos 
fisiológicos	 normais,	 e	 o	 aumento	 da	 gordura	 visceral	 é	
outro fator predisponente para o aumento dos níveis de 
sanguíneos de cortisol.O aumento da atividade glicocorti-
cóide na gordura abdominal visceral ocorre devido a maior 
atividade local da enzima 11 bHSD.1 11b-hydroxysteroid 
dehydrogenase type 1 que catalisa a interconversão de 
cortisona em cortisol. Em geral, os glicocorticoides atenu-
am a acuidade dos sentidos; olfativo, gustativo, auditivo 
e visual. Em excesso, o cortisol pode provocar insônia e 
elevar ou deprimir, marcadamente, o humor. 
Sintomas
Um dos sintomas mais comuns é a compulsão por carboi-
dratos	e	doces,	que	dificulta	ainda	mais	o	tratamento	da	Síndro-
me Metabólica. A fraqueza entre as refeições aparece em forma 
de tremores e sintoma de hipoglicemia.
A fase que o stress engorda, ocorre quando a supra-renal 
está esgotada, o corpo pede a ingestão de carboidratos para 
manter o nível glicêmico, ainda em depressões graves com per-
da de controle de impulsos, às vezes desencadeados por uma 
situação de stress muito violento, a vivência de um trauma. O 
hipercortisolismo de maneira crônica tem como uma das ações 
o aumento da pressão arterial, sendo um importante fator na 
resistência a diminuição dos níveis pressóricos, bem como um 
fator	predisponente	a	osteoporose,	e	a	dificuldade	de	cicatriza-
ção, por isso deve ser investigado na Síndrome Metabólica.
Manifestações Clínicas 
As manifestações clínicas na Síndrome de Cusching, 
conforme Figura 6, compreende em:
• Face arredondada e de coloração avermelhada, 
• Obesidade central, 
• Aumento de tecido adiposo atrás e logo abaixo do 
pescoço, 
• Cansaço e fraqueza muscular 
• Elevação da pressão arterial 
• Pernas	e	braços	finos
O	cortisol	está	fisiologicamente	aumentado	em	situa-
ções, tais como: estresse, alcoolismo, anorexia nervosa, 
gravidez, exercício físico intenso e obesidade.
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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 Figura 6. Sinais e manifestações na 
Síndrome de Cushing
Síndrome do Ovário Policístico
A Síndrome do Ovário Policístico é caracterizada por um 
desequilíbrio hormonal, produção excessiva de testosterona, 
ou diminuição das transportadoras de hormônios sexuais, 
que promovem o surgimento de vários pequenos cistos no 
ovário Figura 7. porém, nem todos os ovários policísticos 
trazem problemas para a saúde da mulher, apresenta um 
conjunto heterogêneo de sinais e sintomas cuja manifesta-
ção tem início logo após a puberdade, através de um quadro 
de anovulação e hiperandrogenismo (acne, hirsutismo e alo-
pecia androgênica).
Figura 7. Ovário policístico Fonte: http://www.ipgo.com.br/sop-sindrome-
dos-ovarios-policisticos/
Etiologia
A etiologia da Síndrome dos Ovários Policísticos 
apresenta a existência de um estado de hiperatividade do 
eixo	hipotálamo-hipofisária	primária,	a	qual	determinaria	
aumento dos níveis do hormônio luteinizante sobre o 
hormônio folículo estimulante, anormalidade da maturação 
folicular, anovulia e hiperandrogenismo.
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma condição 
crônica que apresenta manifestações clínicas em todas as 
idades e não apenas nas mulheres em idade fértil. A forma 
clássica caracteriza-se por altos níveis de andrógenos, 
estrógenos, insulina e hormônio luteinizante. A síndrome 
metabólica nas mulheres com Síndrome dos Ovários 
Policísticos, em especial na pré-menopausa, caracteriza-
se por obesidade, resistência à insulina e dislipidemia. 
O hirsutismo é a característica clínica mais frequente do 
hiperandrogenismo na pele e, além disso, pode causar 
transtornos psíquicos na mulher. 
Spinedi E, Mariani V, Bulfon M, Colomba-
ni-Vidal M, Scaglia H. Analysis of the hypotha-
lamic-pituitary-ovary axis in the neonatally-an-
drogenized female rat. J Endocrinol Invest. 
1990;13:481-8. 
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gists. Medical guidelines for clinical practice for 
the diagnosis and treatment of hyperandrogenic 
disorders. Endocr Practice. 2001;7:121-34. 
Perez Gutierrez JF. The physiology of the 
hypothalamo-hypophyseal axis. An R Acad Nac 
Med. 1994;111:333-61.
A Síndrome dos Ovários Policísticos foi associada à 
hiperplasia adrenal e, posteriormente à hiperinsulinemia. 
Os pesquisadores observaram que o estado alterado nos 
níveis de insulina era devido a um defeito no receptor 
de insulina e essa alteração estava presente tanto em 
mulheres obesas quanto magras. Desde então as pesquisas 
estão direcionadas a busca de alterações no metabolismo 
da glicose e insulina. Por esta alteração no metabolismo da 
insulina quese faz necessária a investigação da Síndrome 
dos Ovários Policísticos em mulheres com diagnóstico de 
Síndrome Metabólica.
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
10
Pinheiro AS, Clapauch R. Importância da do-
sagem da 17OH-Progesterona na síndrome dos 
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Burghen GA, Givens JR, Kitabchi AE. Correla-
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Yildiz BO, Yarali H, Oguz H, Bayraktar M. Glu-
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androgenemia	in	first	degree	relatives	of	women	
with polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol 
Metab. 2003;88:2031-6
Fisiopatologia
A heterogeneidade da Síndrome dos Ovários 
Policísticos	reflete	a	participação	de	múltiplos	mecanismos	
fisiopatológicos.	 Entretanto,	 o	 quanto	 cada	um	contribui	
para gerar esta síndrome ainda permanece desconhecido. 
A insulina pode apresentar alguns mecanismos 
envolvidos nessa síndrome:
1. Atuar por meio dos receptores de insulina, que 
estão amplamente distribuídos nos ovários, 2. Pelos receptores do IGF-I (insulin like peptide 1) ou 3. Por receptores híbridos, que contêm combinação das 
subunidades α e dos receptores de insulina e IGF-I. 
A	 genética	 hereditária	 de	 mãe	 para	 filha,	 e	 entre	
irmãs, pois há muitas mulheres obesas e com resistência 
à insulina que não desenvolvem a Síndrome dos Ovários 
Policísticos.
O receptor de insulina pertence à família de receptores 
tirosina-quinase, que IGF-I, fator de crescimento 
epidérmico,	fator	de	crescimento	dos	fibroblastos,	fator	de	
crescimento derivado das plaquetas e fator de crescimento 
estimulante da colônia-I, e os vários receptores de 
citocinas. O fator que induz a fosforilação da serina no 
receptor de insulina e no citocromo P450-c17 parece ser 
uma proteína-quinase que causa a resistência à insulina e 
hiperandrogenismo, respectivamente. 
O fator responsável pela fosforilação da serina é 
geneticamente determinado. Assim, o defeito genético na 
fosforilação da serina, poderia explicar a associação de 
Síndrome do Ovário Policístico e a resistência à insulina. 
A hiperinsulinemia aumenta a produção de andrógenos 
nos ovários e dos fatores de crescimento insulínico no 
fígado. O efeito direto da insulina e do IGF-I é o aumento 
de atividade da 17-hidroxilase nos ovários, causando 
hiperprodução androgênica, principalmente da A e da T 
e de seu precursor, a 17-hidroxiprogesterona (17-OHP). 
O IGF-I inibe a enzima aromatase, impedindo, assim, a 
conversão da T em estrógenos. Indiretamente, a insulina 
parece potencializar a ação do hormônio luteinizante nos 
ovários. Outro efeito da hiperinsulinemia, assim como 
a obesidade, é o de diminuir a produção hepática de 
globulina transportadora de hormônios sexuais sexual, e 
da proteína que transporta IGF-I ou proteína ligante de 
IGF-I, contribuindo para ação mais ampla de testosterona 
livre e IGF-I conforme Figura 8.
A resistência periférica à insulina determina 
hiperinsulinemia compensatória, a qual estimula o estroma 
ovário quanto às células da teça a produzirem androgênios 
e também o espessamento da camada epidérmica. A 
resistência	à	insulina	é	definida	como	uma	resposta	biológica	
subnormal, resultando em elevadas concentrações de 
insulina circulante, o que levaria as ações deletérias em 
diversos segmentos do organismo, incluindo alteração da 
função	ovariana,	diminuição	do	número	e/ou	afinidade	dos	
receptores; presença de autoanticorpo e antireceptor de 
insulina, o defeito está localizado após a ligação da insulina 
ao seu receptor, receptores para IGF-I estão presentes 
nas células intersticiais e teçais do ovário humano. As 
células da teça e do estroma ovariano respondem com a 
produção de androgênios, principalmente ao estímulo do 
LH (hormônio luteinizante). Essa ação é modulada pelos 
fatores de crescimento, dentre eles, o IGF-I que apresenta 
extrema similaridade estrutural com a insulina, apesar de 
ter funções completamente distintas.
A insulina potencializa a ação do hormônio luteinizante 
por ativação dos receptores de IGF-I na função de 
aumentar a produção androgênica nas células tecais. 
Há supressão da secreção da globulina de ligação dos 
hormônios esteróides (SHBG) por células humanas de 
hepatoma na presença da insulina. Com a supressão 
das transportadoras de hormônios sexuais, ocorre maior 
concentração sanguínea de testosterona, levando a um 
aumento no número de cistos no ovário. 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
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Figura 8. Hiperinsulinemia na gênese da Síndrome dos Ovários 
Policísticos
Sintomas
• Menstruação irregular 
• A ausência de ovulação 
• Excessivo sangramento durante a menstruação 
• Aumento de peso 
• Pele oleosa 
• Em 30 a 60% dos casos, em especial nas pacientes 
obesas, a resistência insulínica e hiperinsulinemia 
Diagnóstico
Conforme o último consenso, a Síndrome dos Ovários 
Policísticos pode ser diagnosticada após a exclusão de 
outras doenças que causam ciclos menstruais irregulares e 
excesso	de	andrógenos,	pela	identificação	de	pelo	menos	
dois dos seguintes critérios: 
• Anovulação, que se manifesta, em geral, com 
oligomenorreia ou amenorréia, 
• Níveis elevados de andrógenos no sangue 
(hiperandrogenemia) ou 
• Manifestações clínicas de excesso de andrógenos 
hiperandrogenismo e 
• Cistos	de	ovários	definidos	pela	ultra-sonografia	-	
10 ou mais cistos entre 2 e 8mm.
A importância do estabelecimento do diagnóstico 
precoce da Síndrome dos Ovários Policísticos é devido 
a sua associação com a alta morbidade reprodutiva e o 
aumento de risco para o câncer hormônio-dependente, 
justificando,	 assim,	 o	 tratamento	 preventivo.	 O	 Diabete	
Mellitus tipo II, a dislipidemia, o câncer de endométrio, a 
hipertensão arterial, a doença cardiovascular e o câncer de 
ovário constituem os fatores de risco á longo prazo.
The Rotterdam ESHRE/ASRM-sponsored PCOS consensus 
workshop group. Revised 2003 consensus on diagnostic 
criteria and long term health risks related to polycystic 
ovary syndrome (PCOS) Human Reprod. 2004;19:41-47. 
Anamnese 
História de recém-nato pequeno para a idade gesta-
cional, de pubarca e puberdade precoces; irregularidade 
menstrual e infertilidade, história de Diabetes Mellitus e 
doença cardiovascular.
Exame Físico 
Sinais de hiperandrogenismo (hirsutismo, acne e 
alopécia, em ordem de frequência no nosso ambulatório); 
peso, IMC, Acantose Nigricans, pressão arterial, outros 
sinais de virilização e hipercortisolismo; avaliação das 
mamas - galactorreia.
American Association of Clinical 
Endocrinologists. Medical guidelines for clinical 
practice for the diagnosis and treatment of 
hyperandrogenic disorders. Endocr Practice. 
2001;7:121-34. 
Ultra-sonografia
Deve ser solicitada entre o 25º dia do atual ciclo mens-
trual e o terceiro do próximo. 
A	ultra-sonografia	transvaginal	é	melhor	do	que	a	ab-
dominal, por permitir melhor visualização.
Dosagem hormonal 
O sangue deve ser coletado em jejum às 8h, primeira 
semana do ciclo menstrual regular.
• Relação LH /FSH > 2 - baixa especificidade pode estar 
alterada em outras causas de hiperandrogenismo. A 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
12
relação normal não afasta a Síndrome dos Ovários Policísticos 
• Dosagem sérica dos andrógenos - 17 – 0HP, S-DHEA, 
Testosterona livre, Androstenediona
• Resistência Insulínica - Relação Glicose/Insulina 
basal <4,5: indicada nas obesas • Curva glicêmica com dosagem de insulina: indicada 
nas magras • Teste de tolerância à glicose de 2 horas com 75mg de 
glicose, • Insulinemia de jejum – RI (resistência a insulina) com insulinemia > a 17.3 UI/l nas mulheres, • Índice de HOMA-células ß, 
• Perfil	 Lipídico	 consiste	 na	 dosagem	 de	 CT,	 HDL	
– c, TG, como a dosagem do LDL – c é cara, o 
calculamos pela fórmula de Friedwald: Cálculo do 
LDL – c = CT – (HDL-c + TG / 5 ), se TG < 400mg 
/dl Cálculo do não –HDL –c =CT – HDL – c, se TG 
> 400mg / dl Níveis desejáveis: prevenção primária 
- < 160mg / dl; prevenção secundária - < 130mg 
/dl. 
Tratamento
Depende da faixa etária, não há cura da síndrome, e 
sim, tratamento dos sintomas. Em adolescente de 15/16 
anos, obesa, com pêlos e acne e perturbações menstrual, 
primeiro objetivo é redução ponderal.
Em adolescente não obesa, torna-se necessário 
diminuir a produção dos hormônios masculinos e uma 
das maneiras mais simples de fazê-lo é por meio da pílula 
anticoncepcional. 
Exercícios físicos regulares são fundamentais para 
a redução do peso, bem como para estabilizar os níveis 
alterados de glicemia.
A	utilização	de	pílula	anticoncepcional	específica	para	
Síndrome dos Ovários Policísticos, que atua também nos 
problemas de acne e hirsutismo, além de regular o excesso 
de testosterona. 
O uso de hipoglicemiantes orais para estabilizar 
a glicemia pós-prandial. O uso de estimulantes da 
menstruação. 
Assim, o intuito do tratamento da Síndrome dos Ovários 
Policísticos e a normalização dos níveis de insulina, bem 
como da glicemia, favorecendo o tratamento da Síndrome 
Metabólica.
Os agentes sensibilizantes da insulina, tais como: 
metformina, tiazolidinediona, aumentam a sensibilidade 
dos tecidos à ação da insulina. 
Sharpless JL. Polycystic ovary syndrome 
and the metabolic syndrome. Clin Diabets. 
2003;21:154-61.
Acanthosis Nigricans
Condição dermatológica caracterizada por espessa-
mento, hiperpigmentação e acentuação das linhas da pele, 
gerando aspecto grosseiro e aveludado no local afetado. 
Dermatose referida como síndrome paraneoplásica ou ma-
nifestação de insulinorresistência .
Embora possa ocorrer em qualquer local da superfí-
cie corpórea, a área mais atingida é a região posterior do 
pescoço, seguida pelas axilas, face, lateral do pescoço, su-
perfícies	flexoras	dos	membros,	região	periumbilical,	infra-
mamária, mucosa oral ou mesmo em casos raros palmas 
da mão e plantas do pé. Visualize as Figura 9. 
Figura	9.	Superfícies	flexoras,	dedos,	cotovelos,	joelhos
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
13
Etiologia
A etiologia da Acanthosis Nigrians frequentemente esta 
associada ao: hiperinsulinismo, Diabetes Mellitus, resistên-
cia à insulina, Doença de Cushing, Síndrome dos Ovários 
Policísticos, tireoideopatias, hirsutismo, acromegalia. 
Fisiopatologia
Devido à alteração nos níveis da insulina é indicada a 
avaliação desta dermatose na Síndrome Metabólica.
 Em situações que ocorra a hiperinsulenemia, poderá 
ocorrer a ligação cruzada da insulina com os receptores 
de IGF.1 com a insulina, levando um estado anormal de 
hiperqueratose. Isso ocorre porque a insulina e IGF.1 apre-
sentam, grande homologia estrutural.
Essa ligação cruzada também promove a excessiva es-
timulação	dos	queratinócitos	e	fibroblastos	cutâneos	atra-
vés da ativação dos receptores de IGF.1. Outro mecanismo 
que leva à Acanthosis Nigricans, é a hiperinsulinemia que 
diminui a produção das transportadoras de IGF.1, deixan-
do	mais	IGF.1	livre	para	atuar	nos	queratinócitos	e	fibro-
blastos.
Tratamento
O tratamento da Acanthosis Nigricans visa estabilizar 
os distúrbios associados a esta dermatose, como por 
exemplo:
• Quanto às manchas que se instalam na pele, bem 
como o aspecto grosseiro, pode se tentar suavizar, 
porém não há como excluir completamente.
• Outro aspecto no tratamento é o controle da 
glicemia e insulina, e normalizar esses níveis para 
que a dermatose seja estagnada evitando assim 
que progrida a hiperqueratose.
• No tratamento da Síndrome Metabólica a busca 
pelo diagnóstico da Acanthosis Nigricans se faz 
necessário devido a alterações no metabolismo da 
insulina.
• O emagrecimento e normalização dos níveis san-
guíneos da glicemia, bem como da insulina são 
fundamentais para o tratamento tanto da Acantho-
sis Nigricans como da Síndrome Metabólica.
Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial é uma doença crônica não trans-
missível, de natureza multifatorial, assintomática na gran-
de maioria dos casos, que compromete fundamentalmente 
o equilíbrio dos sistemas vasodilatadores e vasoconstrito-
res, levando a um aumento da tensão sanguínea nos va-
sos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar 
danos aos órgãos por eles irrigados.
A hipertensão arterial é caracterizada pelo aumento da 
pressão	 arterial,	 aferida	 com	 esfigmomanômetro,	 tendo	
como causas a hereditariedade, obesidade, sedentarismo, 
alcoolismo, estresse e fumo, e outras causas. Pessoas ne-
gras possuem maior risco de serem hipertensas. A sua in-
cidência aumenta com a idade, mas também pode ocorrer 
na juventude.
Considera-se hipertenso o indivíduo que mantém uma 
pressão arterial acima de 140 por 90 mmHg, seguidos exa-
mes, de acordo com o protocolo médico. Ou seja, uma 
única	 aferição	 da	 pressão	 arterial	 não	 é	 suficiente	 para	
determinar a patologia. 
Diagnóstico
• Realizar a medida da pressão arterial em toda ava-
liação clínica.
• Utilizar aparelhos calibrados e técnica adequada.
• Realizar no mínimo duas medidas com intervalos 
de dois minutos entre elas.
• Na	primeira	avaliação	verificar	nos	dois	membros	
superiores.
• Nos idosos, diabéticos e pacientes em uso de medi-
cação	anti-hipertensiva	verificar	a	pressão	arterial	
também na posição ortostática.
Conforme a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Ar-
terial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, compreende 
em estágios descritos na Tabela 2. 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
14
Tabela 2. Valores da pressão arterial Fonte: Mancia G et.al. “2007 
Guidelines for the Management of Arterial Hypertension - The Task Force 
for the Management of Arterial Hypertension of the European Society 
of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology.” 
Eur Heart J, 2007 28 (12): 1462–1536. Sociedade Brasileira de 
Cardiologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq 
Bras Cardiol 2006 Fev: 1-48. Malta DC, Moura L, Souza 
FM, Rocha FM, Fernandes FM. Doenças crônicas não-
transmissíveis: mortalidade e fatores de risco no Brasil, 
1990 a 2006 in Saúde Brasil 2008. Ministério da Saúde, 
Brasília. 2009, 337-362. 
Qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial 
acima de 140x90mmHg sem que seja considerado hiper-
tenso. Apenas a manutenção de níveis permanentemente 
elevados, em múltiplas aferições, em diferentes horários e 
posições e condições - repouso, sentado ou deitado carac-
teriza a hipertensão arterial.
A hipertensão arterial tem uma ligação importante com 
estados alterados dos níveis de insulina. Em situações nas 
quais a insulina apresenta os níveis na normalidade, ela 
estimula a liberação adequada do óxido nítrico – impor-
tante vasodilatador endógeno. Por outro lado, quando o 
indivíduo apresenta hiperinsulinemia, ocorre a inibição da 
ação vasodilatadora do óxido nítrico, propciando um endó-
telio rijo, favorecendo o aumento da pressão arterial.
Sintomas
A hipertensão arterial é considerada uma doença 
silenciosa,pois na maioria dos casos não são observados 
quaisquer sintomas. Quando existe a presença de sintomas 
eles são vagos e comuns a outras doenças, tais como 
dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjôos, falta de ar e 
sangramentos nasais. Esta falta de sintomas pode fazer 
com que o paciente esqueça de tomar o seu medicamento 
ou até mesmo questione a sua necessidade, o que leva a 
grande número de complicações.
Tratamento
O tratamento da hipertensão arterial visa em uma pri-
meira fase a redução ponderal quando o individuo estiver 
acima do peso ideal, redução na ingestão de sódio devido 
a presença de edema e com isso aumento da pressão ar-
terial, maior ingestão de alimentos ricos em potássio para 
que ocorra o equilíbrio entre o sódio, redução no consumo 
de bebidas alcoólicas, a pratica de exercício físicos, dimi-
nuir a ingestão de colesterol alimentar e gorduras satura-
das.
O fumo é um agente hipertensivo, ou seja, as subs-
tâncias que ele libera no organismo, como por exemplo; a 
nicotina atua no endotélio inibindo e reduzindo a ação do 
potente vasodilatadora do óxido nítrico.
Mecanismo Hipotensor do Exercício Físico
O exercício físico praticado de maneira regular no mínimo 
2-3 vezes por semana, apresenta um efeito hipotensor 
por diminuir a atividade nervosa simpática, aumentar a 
excreção urinária de sódio, diminui a atividade da renina 
plasmática - converte angiotensina I em II que tem efeito 
hipertensivo, diminui a insulina plasmática (insulina em 
altas quantidades inibe as enzimas conversoras de óxido 
nítrico ativo, que é um potente vasodilatador). 
Investigar a presença de Síndrome da Apneia 
Obstrutiva do Sono
A pesquisa por diagnóstico correto nos distúrbios do 
sono é fundamental para o sucesso do tratamento con-
vencional ou medicamentoso da hipertensão, pois como já 
abordado, em situações da apneia obstrutiva do sono, o 
indivíduo	apresenta	dificuldade	em	diminuir	os	níveis	pres-
sóricos mesmo com a utilização de medicamentos.
Muitos indivíduos que apresentam edema devem fazer 
uso de diuréticos, uma vez que o estado edemaciado con-
tribui para o aumento dos níveis pressóricos.
O tratamento medicamentoso da hipertensão arterial 
na Síndrome Metabólica tem como objetivo reduzir a mor-
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
15
bidade e a mortalidade cardiovascular e renal, além de 
prevenir o agravamento metabólico. Esses benefícios po-
dem ser alcançados em pacientes tratados com diuréticos, 
inibidores adrenérgicos inibidores da enzima conversora da 
angiotensina, antagonistas do receptor AT1 da angioten-
sina II, antagonistas de canais de cálcio e vasodilatadores 
diretos. Entretanto, ao término de grande parte dos estu-
dos que avaliaram o controle da pressão arterial, a maioria 
dos pacientes utilizou associação dos hipotensores.
Sendo Síndrome Metabólica constituída de inúmeros 
fatores de risco cardiovascular, deve-se considerar o trata-
mento farmacológico da hipertensão arterial nela presente 
a partir de 140/90mmHg ou 130/85mmHg na presença de 
Diabetes Mellitus.
A redução da pressão arterial para cifras inferiores a 
130 mmHg/85mmHg pode ser útil em pacientes com ele-
vado risco cardiovascular. Nos pacientes diabéticos, reco-
menda-se reduções da pressão arterial para níveis inferio-
res a 130/80mmHg, e para os pacientes com proteínuria 
maior que 1g/24h, cifras inferiores a 120/75mmHg. 
Objetivo do tratamento farmacológico
A escolha do medicamento deve ter como objetivo:
• Eficácia	por	via	oral
• Apresentar boa tolerância pelo paciente
• Permitir a administração do menor número possível 
de tomadas diárias, com preferência para aqueles 
com posologia de dose única diária
• Iniciar o tratamento com as menores doses efetivas 
preconizadas para cada situação clínica, podendo 
ser aumentadas gradativamente (considerar que 
quanto maior a dose, maiores são as probabilidades 
de surgirem efeitos indesejáveis)
• Considerar o uso combinado de medicamentos 
anti-hipertensivos
• Respeitar um período mínimo de 4 semanas, salvo 
em situações especiais, para proceder ao aumento 
da dose, à substituição da monoterapia ou à 
mudança da associação de fármacos
• Instruir o paciente sobre a doença, sobre a 
necessidade do tratamento continuado, sobre os 
efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e 
sobre	a	planificação	e	os	objetivos	terapêuticos
• Considerar as condições socioeconômicas do 
paciente
Alguns exemplos de medicamentos
Os medicamentos para diminuir a pressão arterial 
apresentam vários mecanismos: 
• Aumento da diurese, 
• Inibição da ação adrenérgica, 
• Ação betabloqueadora, 
• Antagonista dos canais de cálcio, 
• Inibição da enzima conversora de angiotensina.
Diuréticos
Os diuréticos diminuem o edema, uma das causas da 
hipertensão refratária é a ausência do uso de diuréticos 
em indivíduos hipertensos.
Efeitos Indesejáveis: aumento dos triglicerídeos, 
intolerância a glicose, disfunção sexual, hiperuricemia, 
hipopatassemia. 
Inibidores adrenérgicos
O mecanismo de ação dos inibidores adrenérgicos é 
central, atua nos receptores pré-sinápticos no sistema 
nervoso central, reduzindo a descarga simpática.
Efeitos Indesejáveis: sedação, boca seca, fadiga, 
sonolência, hipotensão ortostática, impotência, disfunção 
hepática, anemia hemolítica e hipertensão rebote.
Betabloqueadores
Age diminuindo a ação das catecolaminas, reduz a 
secreção de renina – responsável pela conversão de an-
giotensina I em II, que apresenta um efeito hipertensivo, 
diminui a resistência vascular periférica.
Efeitos Indesejáveis: broncoespasmo, bradicardia, 
pesadelos, disfunção sexual, depressão miocárdica, de-
pressão psíquica.
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
16
Antagonista dos canais de cálcio
O antagonista dos canais de cálcio age na redução da 
resistência vascular periférica por diminuir a concentração 
de cálcio nas células musculares lisas vasculares.
Efeitos Indesejáveis: cefaléia, tontura, rubor facial, 
edema	periférico,	hipertrofia	gengival.
Inibidores da ECA – Enzima Conversora de 
Angiotensina 
A enzima conversora de angiotensina, bloqueando a 
transformação de angiotensina I em II, conforme descrito 
na Figura 10.
Efeitos Indesejáveis: tosse seca, alterações do pala-
dar, edema angioneurótico. 
Figura 10: mecanismo do aumento da pressão arterial via conversão de 
angiotensina I em II, o medicamento inibe a ECA para bloquear o 
aumento da pressão arterial em indivíduos hipertensos
Antagonista do Receptor da Angiotensina II
O Antagonista do Receptor da Angiotensina II, 
antagoniza a ação da angiotensina II, bloqueando 
especificamente	os	seus	receptores.
Efeitos Indesejáveis: tontura, reação cutânea- 
“rash” – erupção.
Avaliação inicial de rotina para o 
paciente hipertenso
• Análise de urina
• Potássio plasmático 
• Creatinina plasmática 
• Glicemia de jejum 
• Colesterol total, HDL, triglicérides plasmáticos 
• Ácido úrico plasmático 
• Eletrocardiograma convencional
Proteína C Reativa – PC-R
A dosagem da Proteína C Reativa é uma forma 
importante de avaliar o risco para doenças cardiovascular, 
bem como acompanhar a evolução da doença. 
É Secretada pelo fígado, principalmente em resposta 
à elevação dos níveis plasmáticos de IL.6, ela indica risco 
cardiovascular devido à ação de potencializar o efeito 
vasoconstritor da angiotensina, e atenuar a produção e 
ação vasodilatadora do óxido nítrico. 
Aplicação e utilização:
• Quando os valores forem muito superiores ao má-
ximo deve-se fazer uma nova coletade sangue se-
parada por duas semanas
• Para a avaliação do risco cardiovascular deve-se 
descartar	qualquer		inflamação	ou	infecção	aguda	
ou crônica
Valores
• PC-R < 0,1 mg/dL - baixo risco para doença cardio-
vascular
• PC-R de 0,1 a 0,3 mg/dL - risco intermediário para 
doença cardiovascular
• PC-R > 0,3 mg/dL - alto risco para doença cardio-
vascular
 
Morrow, D. A.; Ridker, P. M. – C-reac-
tive	 protein,	 inflammation,	 coronary	 risk.	
Med Clin North Am, 84:149-161, 2000. 
10
Diabetes Mellitus
Na atualidade a incidência do Diabetes Mellitus tipo 2 
atinge proporções epidêmicas, demandando um alto custo 
tanto econômico quanto social. Nesse sentido, a atenção tem 
sido dispensada aos diferentes níveis preventivos da doença. 
A prevenção terciária, em que complicações já ocorreram, e, 
ainda hoje, a que consome a maior parte dos investimentos. 
A prevenção secundaria tem merecido discussões desde os 
resultados dos grandes ensaios, mostrando a importância do 
tratamento adequado do diabético sem complicações. A pre-
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
17
venção primaria, de interesse mais recente e enfoque dessas 
diretrizes, tem como finalidade impedir o aparecimento da 
doença. A Organização Mundial da Saúde cita ainda um últi-
mo nível de prevenção, o primordial, o qual objetiva evitar o 
surgimento de fatores de risco para Diabete Mellitus 2.
O	fator	de	risco	significa	maior	chance	de	desenvolver	
a	 doença.	 Em	 relação	 aos	 fatores	 de	 risco	modificáveis	
no Diabetes Mellitus tipo 2, particularmente sobrepeso e 
sedentarismo, o aumento do índice de massa corporal 
aumenta a incidência ou o risco de se desenvolver diabe-
tes. Outro dado obtido desse ensaio evidencia que quanto 
maior o ganho de peso na vida adulta, maior o risco de se 
desenvolver o Diabetes Mellitus. A gordura omental tam-
bém assume um papel importante na gênese do diabetes. 
Gimeno SG, Ferreira SR, Franco LJ, Hirai AT, 
Matsumura L, Moises RS. Prevalence and 7-year 
incidence of Type II diabetes mellitus in a Ja-
panese-Brazilian population: an alarming public 
health problem. Diabetologia. 2002 Dec; 45(12): 
1635-8.
Recomendações da Associação Americana de 
Diabetes, 2003 para prevenir ou retardar o sur-
gimento do Diabetes Mellitus
• Indivíduos com alto risco para desenvolver diabe-
tes precisam se tornar conscientes dos benefícios 
da redução ponderal 
• Pratica de exercício físico, ele aumenta a captação 
de glicose pelo GLUT.4, sem a participação da in-
sulina
• Rastreamento para diabetes: homens e mulheres 
≥	45	anos	de	idade,	particularmente	aqueles	com	
IMC	≥	25	kg/m2, são candidatos a detecção de pré-
-diabetes, glicemia de jejum alterada, teste de to-
lerância a glicose.
• Em indivíduos normoglicêmicos indica-se rastrea-
mento a cada três anos 
• Rastreamento deve ser realizado apenas como par-
te de uma consulta médica. Tanto a glicemia de 
jejum como o teste de duas horas pós-sobrecarga 
com 75 g de glicose são apropriados, sendo que o 
resultado	positivo	 em	 jejum	deve	 ser	 confirmado	
em outro dia
• A monitoração para o desenvolvimento de diabetes 
deve ser realizada a cada um ou dois anos 
• Atenção especial e tratamento adequado devem 
ser dados aos fatores de risco para doenças car-
diovasculares, como tabagismo, hipertensão e dis-
lipidemia
O tratamento farmacológico para a prevenção do Dia-
betes Mellitus não deve ser feito rotineiramente até que 
surjam novas informações sobre seu custo-efetividade.
Reaven GM. Role of insulin resistance in hu-
man disease. Diabetes. 1998; 37: 1595-1607.
O	tratamento	medicamentoso	específico	para	resistên-
cia a insulina inclui agentes (metformina, tiazolidinedionas, 
inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona) 
que	apresentam	um	perfil	para	a	prevenção	de	Diabetes	
Mellitus e doença cardiovascular uma vez que provocam:
• Melhora da sensibilidade a insulina em diferentes 
tecidos-alvo
• Modificações	na	 função	 renal,	 reduzindo	a	micro-
albuminúria
• Melhora da função endotelial
• Reversão de respostas arteriais anormais
Quanto ao controle glicêmico, importante atingir valo-
res os mais próximos do normal. Como muitas vezes não 
é possível, aceitam-se, nesses casos, valores de glicose 
plasmática em jejum ate 126 mg/dl e pós-prandial (duas 
horas) até 160 mg/dl, e níveis de hemoglobina glicada até 
um ponto percentual acima do limite superior do método 
utilizado. Acima desses valores, é necessário realizar inter-
venção para melhorar o controle metabólico.
The Seventh Report of the Joint National 
Committee on Prevention, Detection, Evaluation 
and Treatment of High Blood Pressure (JNC7). 
JAMA 2003; 289: 2560-72.
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
18
Glicemia de Jejum
A glicemia de jejum deve ser o primeiro exame 
laboratorial na investigação da Síndrome Metabólica, e os 
valores devem seguir conforme Tabela 3.
• Coleta de sangue no período matutino
• Dieta habitual no dia anterior
• Susto interfere no resultado da glicemia - cortisol 
e adrenalina
• Jejum ideal de 8 horas
• Sem pratica de exercício físico
• Valores devem ser abaixo 100 mg/dL
• Glicemia pós-prandial: após 2 h do almoço
• Pode ser em jejum e 2 h após a começar a comer
Tabela 3. Glicose plasmática Fonte: Sociedade Brasileira 
de Diabetes. Atualização Brasileira sobre Diabetes. Versão 
atualizada, 2006.
Teste de tolerância à glicose oral 
Indicações 
Para o diagnóstico de Diabetes Mellitus (quando a 
glicemia de jejum encontra-se entre 100 e 125 mg/dL) e de 
tolerância diminuída à glicose, conforme Tabela 4. 
Protocolo
Preparo do paciente: 
• Jejum de oito a doze horas 
• Teste não recomendado para pacientes hospitali-
zados 
• Nos três dias que antecedem o teste, a dieta deve 
conter no mínimo 150 g de carboidratos 
• Suspender	drogas	que	interfiram	na	tolerância	aos	
carboidratos, não ingerir bebidas alcoólicas e não 
realizar atividade física fora do habitual nas 24 ho-
ras que precedem o teste
• Punção venosa com cateter 
• Manter repouso relativo 
• Proibido fumo, chá, café ou alimentação durante 
o teste 
• Administrar 75 g de glicose para adultos e 1,75 g/
kg para crianças (máximo de 75 g) colher amostras 
nos tempos 0 e 120 minutos 
Tabela 4. Teste de Tolerância à Glicose oral Fonte: Expert Committee on the Diagnosis 
and	Classification	of	Diabetes	Mellitus:	Report	of	the	Expert	Committee		on	the	Diag-
nosis and	Classification	of	Diabetes	Mellitus.	2001 Diabetes Care; Suppl 1:S5-S20. 
Hemoglobina Glicada
Teste para avaliar o acompanhamento do Diabetes Mellitus, 
a hemoglobina glicada é produzida quando a hemoglobina reage 
com	altas	concentrações	de	glicose	sérica,	reflete	o	consumo	
inadequado de carboidratos durante um período retroativo até 
120 dias, a Figura 8 mostra a formação da hemoglobina glicada.
Os valores de referência podem ser aplicados de acordo com 
o método utilizado, caracterizando resultado alterado quando o 
valor for 1% acima do limite máximo conforme Tabela 3.
• Normal: 5 a 8%
• Valores referência: 3,6 a 5,3%
• Qualquer hora do dia, não precisa ser em jejum
• Aumenta com a exposição continua de glicose
• Avaliação á longo prazo: 60 a 120 dias
Figura 8. Formação da Hemoglobina Glicada
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
19
HOMA - Homeostasis Model Assesment
 
Este exame avalia a resistência à insulina e a capacidade 
de liberação de insulina pelas células ß no pâncreas,a 
coleta do sangue deve ser em jejum de 8 horas.
HOMA – para avaliar a Resistência à 
Insulina 
Glicemia (mMol) x insulina (uUl/mL) ¸ 22,5
Valores
Insulina: 2,6 a 24,9 UI/mL 
Considerado como Resistência Insulínica:
• HOMA-IR > 4,65 ou 
• HOMA-IR >3,60 e IMC > 27,5 kg/m2 
• Normal: até 3,0
HOMA – para avaliar a função das 
Células ß
20 x Insulina ¸ (Glicemia – 3,5) 
Valores
2,6 a 24,9 µUI/mL 
Matthews D, Hosker JP, Rudenski AS, Naylor 
BA, Trecher DF, Turner RC. Homeostasis model 
assessment:	 Insulin	 resistance	 and	β-cell	 func-
tion from fasting plasma glucose and insulin con-
centration in man. Diabetologia 1985; 28:412-9. 
Dislipidemias
Na síndrome metabólica, a dislipidemia caracteriza-se 
pela presença de níveis baixos de HDL e níveis elevados de 
triglicérides. Embora a elevação do LDL não seja considerada 
como um dos critérios diagnósticos da Síndrome Metabóli-
ca, os portadores desta síndrome apresentam alteração da 
densidade e do tamanho das partículas dessa lipoproteína, 
predominando o padrão tipo B (LDL pequena e densa). Esta 
associação é denominada de dislipidemia aterogênica.
Grundy SM, Hansen B, Smith Jr S, Cleeman JI, 
Kahn RA. Clinical management of metabolic syn-
drome. Report of the American Heart Association/
National Heart, Lung and Blood Institute/American 
Diabetes	Association	Conference	 on	Scientific	 Is-
sues Related to Management. Circulation, v. 109, 
p. 551–556, 2004.
Austin MA, Breslow JL, Hennekens CH, Buring 
JE, Willett WC, Krauss RM. Lowdensity lipoprotein 
subclass patterns and risk of myocardial infarction. 
JAMA, v. 260, p. 1917–1921, 1988.
A	aterosclerose	é	uma	doença	inflamatória	crônica	de	ori-
gem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endote-
lial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias 
de médio e grande calibre. A formação da placa ateroscleró-
tica inicia-se com a agressão ao endotélio vascular devida a 
diversos fatores de risco como elevação de lipoproteínas ate-
rogênicas (LDL, IDL, VLDL, remanescentes de quilomícrons), 
hipertensão arterial ou tabagismo. 
Como conseqüência, a disfunção endotelial aumenta a 
permeabilidade da íntima às lipoproteínas plasmáticas favo-
recendo a retenção das mesmas no espaço subendotelial. 
Retidas, as partículas de LDL sofrem oxidação, causando a 
exposição de diversos neo-epítopos, tornando-as imunogêni-
cas. O depósito de lipoproteínas na parede arterial, no início 
da aterogênese, ocorre de maneira proporcional à concen-
tração dessas lipoproteínas no plasma. Além do aumento 
da permeabilidade às lipoproteínas, outra manifestação da 
disfunção endotelial é o surgimento de moléculas de ade-
são leucocitária na superfície endotelial, processo estimulado 
pela presença de LDL oxidada. As moléculas de adesão são 
responsáveis pela atração de monócitos e linfócitos para 
a parede arterial. Induzidos por proteínas quimiotáticas os 
monócitos migram para o espaço subendotelial onde se di-
ferenciam em macrófagos, que por sua vez captam as LDL 
oxidadas. Os macrófagos repletos de lipídios são chamados 
células espumosas e são o principal componente das estrias 
gordurosas, lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose.
Investigação
A investigação de antecedentes familiares: 
• Pais / avós com doença cardiovascular antes de 55 
anos;
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
20
• Pais com colesterol total > 240 mg/dL;
• História familiar desconhecida da presença de 
colesterol acima dos valores adequados
• Presença de outros fatores de risco para doença 
cardiovascular: obesidade, diabetes, hipertensão, 
tabagismo 
• Sinais clínicos de dislipidemias e aterosclerose 
Classificação das Dislipidemias
As dislipidemias primárias ou sem causa aparente podem 
ser	 classificadas	 genotipicamente	 ou	 fenotipicamente	
através	de	análises	bioquímicas.	Na	classificação	genotípica,	
as dislipidemias se dividem em monogênicas, causadas 
por mutações em um só gene, e poligênicas, causadas por 
associações de múltiplas mutações que isoladamente não 
seriam	de	grande	repercussão.	A	classificação	fenotípica	ou	
bioquímica considera os valores do CT, LDL-C, TG e HDL-C. 
Compreende quatro tipos principais de dislipidemias, 
conforme Tabela 5.
Tabela 5. Classificação das Dislipidemias Fonte: IV Diretriz 
Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose 
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de 
Cardiologia Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 88, 
Suplemento I, Abril 2007
Avaliação Laboratorial das Dislipidemias
O	perfil	lipídico	é	definido	pelas	determinações	bioquímicas	
do colesterol total, HDL, LDL após jejum de 12 a 14 horas, 
evitar a ingestão de álcool, e a pratica de exercício físico 72 e 
24h antes da coleta de sangue.
O LDL pode ser calculado pela equação de Friedewald
LDL-C = CT - HDL-C - TG/5
Fonte: FRIEDEWALD, Willian T.; LEVY, Robert I.; FREDRICKSON, Donald 
S. Estimation of the Concentration of Low-Density Lipoprotein Cholesterol 
in Plasma, without Use of the Preparative Ultracentrifuge. Clinical 
Chemistry, v. 18, n. 6, 1972.
Onde TG/5 representa o colesterol ligado à VLDL, ou dire-
tamente mensurado no plasma. Em pacientes com hipertrigli-
ceridemia (TG>400mg/dL), hepatopatia colestática crônica, 
Diabetes Mellitus ou síndrome nefrótica, a equação é imprecisa. 
Nestes casos, o valor do LDL-C pode ser obtido por dosagem 
direta. Como o uso da fórmula de Friedewald é adequado à 
maioria dos pacientes e tem custo muito menor, seu uso foi 
considerado como padrão por essa Diretriz. Além das dosagens 
bioquímicas, fez-se costumeiramente por algum tempo a ele-
troforese de lipoproteínas. Atualmente, esse exame só é neces-
sário em casos especiais, como na constatação de ausência de 
lipoproteínas.
A	determinação	do	perfil	lipídico	deve	ser	feita	em	indivíduos	
com dieta habitual, estado metabólico e peso estável por pelo 
menos duas semanas antes da realização do exame. Além dis-
so, deve-se evitar a ingestão de álcool e atividade física vigorosa 
nas 72 e 24 horas que antecedem a coleta de sangue, respec-
tivamente.	Pacientes	com	alterações	no	perfil	lipídico	devem	ter	
seus	exames	confirmados	pela	repetição	de	nova	amostra.	A	
nova dosagem deverá ser realizada com o intervalo mínimo de 
uma semana e máximo de dois meses após a coleta da primeira 
amostra. Esse procedimento visa reduzir a variabilidade entre 
os ensaios e aumentar a precisão diagnóstica. A variação entre 
duas dosagens no mesmo indivíduo, ou intra-individual, resul-
ta, portanto, da combinação entre as variações pré-analíticas e 
analíticas. Entre duas dosagens sucessivas, é aceita como ade-
quada variação intra-individual igual ou inferior à disposta na 
Tabela III. Por exemplo, as concentrações de triglicérides po-
dem ser superestimadas pelo aumento do glicerol livre, como 
no exercício recente, doença hepática aguda, Diabete Mellitus 
descompensado, nutrição parenteral ou medicação intraveno-
sa contendo glicerol. Nesses casos, é recomendada reavalia-
ção em momento clinicamente mais oportuno.
Interferência nos resultados do 
colesterol e frações
Variação biológica
Os	 componentes	 do	 perfil	 lipídico	 sofrem	 flutuações	 ao	
longo do tempo, caracterizando a variabilidade biológica intra-
-individual. As variações médias em indivíduos saudáveis, em 
termos	de	Coeficiente	de	Variação,	podem	ser	resumidas	em:	
CT, HDL-C e LDL-C cerca de 10% e para os TG, cerca de 25%.
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
21
Postura da coleta
É recomendável que a punção venosa seja realizadano 
paciente sentado pelo menos por 10 a 15 minutos para evitar 
variações ortostáticas da volemia e garantir a consistência en-
tre as dosagens.
Duração do torniquete
Após 1 minuto de torniquete pode haver hemoconcen-
tração	e,	com	relação	ao	perfil	lipídico,	ocorrer	aumento	de	
cerca de 5% no colesterol total. Este efeito pode chegar a 
10 a 15% com durações superiores á 5 minutos. Visando 
minimizar o “efeito torniquete”, este deverá ser desfeito 
tão logo a agulha penetre na veia.
Metas lipídicas na Síndrome 
Metabólica
As metas lipídicas a serem atingidas com o tratamento 
do paciente portador da Síndrome Metabólica estão apre-
sentadas na Tabela 6.
Tabela 6. Metas lipídicas na Síndrome Metabólica Fonte: Expert Panel on 
Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. 
Executive summary of the Third Report of the National Cholesterol 
Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and 
Treatment of High Cholesterol. JAMA, v. 285, p. 2486– 2497, 2001.
Etiologia
A alteração nos níveis sanguíneos do colesterol total e 
frações apresentam diversas causas: icterícia obstructiva , 
aterosclerose, hipotiroidismo, Síndrome Nefrótico, Diabe-
tes Mellitus, hereditária, familiar (diferentes tipos), obesi-
dade, excesso de consumo de álcool. 
Interferência dos medicamentos nas dosagens 
das frações do Colesterol e frações
Alguns medicamentos interferem nos resultados da co-
leta de sangue para análise do colesterol e frações, para 
tanto é necessário a indicação do preparo adequado no 
momento da coleta do sangue. A utilização de medica-
mentos de uso crônico deve ser ingerido apenas após a 
coleta do sangue. Os diferentes medicamentos agem tan-
to aumentando quanto diminuindo o colesterol e frações 
conforme Tabelas 7, 8, 9,10.
Tabela 7. Influencias nos níveis sanguíneos do Colesterol total
Tabela	8.	Influencias	nos	níveis	sanguíneos	de	LDL
Tabela	9.	Influencia	nos	níveis	sanguíneos	de	HDL
Tabela 
1 0 . 
Influencias nos níveis de sanguíneos Triglicerídeos
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
22
Considerações terapêuticas na Síndrome 
metabólica
As principais orientações terapêuticas para a Síndrome 
Metabólica:
• Remoção e tratamento dos fatores de risco: fumo, 
obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, into-
lerância a glicose, estados pro-trombótico e pro-
-inflamatório;
• Tratamento da resistência a insulina.
A grande maioria das anormalidades da Síndrome Me-
tabólica	responde	positivamente	as	modificações	no	estilo	
de vida, como redução do peso, dieta saudável, exercício 
físico regular e cessação do fumo. 
Indica-se a redução de 7% a 10% do peso em seis a 
12 meses, acompanhada da pratica de exercício físico -150 
minutos por semana, caminhadas de 10-12 km por se-
mana. Na escolha do esquema anti-hipertensivo, deve-se 
considerar o potencial papel deletério de certos agentes 
sobre o metabolismo da glicose e dos lipídios, embora se 
deva ressaltar que o mais importante é a diminuição efe-
tiva dos níveis pressóricos, independente do medicamento 
disponível. 
Na busca do controle glicêmico, em pacientes com diag-
nóstico de diabetes é indicado a opção por medicamentos 
sensibilizadores da insulina (metformina e tiazolidinedio-
nas), embora todos os outros possam ser opções terapêu-
ticas para o Diabetes Mellitus tipo 2, quando presente em 
indivíduos com diagnóstico de Síndrome Metabólica.
Outras	medidas	terapêuticas	incluem	estatinas	e/ou	fi-
bratos, antiagregantes plaquetários (ácido acetilsalicílico) 
e medicamentos antiobesidade.
Acredita-se que os benefícios da estatina em pacientes 
com diagnóstico de Síndrome Metabólica não decorram 
apenas da otimização das lipoproteínas séricas, mas tam-
bém de atividades pleiotrópicas - capacidade de ser um 
único gene responsável, no fenótipo de um organismo, por 
múltiplos efeitos que, aparentemente, não se relacionam, 
em	especial	os	efeitos	antiinflamatórios.	
FUMO
Efeitos agudos do tabagismo
• Indução do estado de hipercoagulabilidade, com o 
aumento da viscosidade do sangue, aumenta-se as 
chances de agregação plaquetária,
• Aumento do trabalho cardíaco devido à liberação 
de catecolaminas nas terminações nervosas
• Redução da capacidade sanguínea de transportar 
oxigênio mediado pelo monóxido de carbono, 
• Vasoconstrição coronária devido a ativação das 
substâncias vasopressoras como, por exemplo; a 
vasopressina,
• Efeitos adversos sobre os lipídios, oxidação das 
LDL que ao liberarem radicais livres levam a um 
quadro de agregação plaquetária
• Disfunção endotelial, o endotélio perde a 
capacidade de vasodilatar, propiciando assim um 
aumento na pressão arterial
• Ativação	dos	neutrófilos.	Aumento	da	contagem	de	
neutrófilos	que	declina	com	a	cessação	do	 fumo,	
O	 aumento	 dos	 neutrófilos	 circulantes	 parece	
contribuir para a instalação de eventos coronários 
agudos, por meio da liberação de radicais livres de 
oxigênio, proteases e leucotrienos que promovem 
agregação e ativação plaquetária.
Exames Laboratoriais – complementares 
na investigação da Síndrome Metabólica
Microalbuminúria
Entende-se por microalbuminúria a excreção urinária de 
albumina em quantidades acima de 30 mg/24h, porém, in-
feriores àquelas detectadas pelos métodos bioquímicos de 
rotina, em geral, 300 mg/24h. 
Tem sido utilizada no acompanhamento, sobretudo, de 
pacientes diabéticos e sua presença indica comprometimento 
renal incipiente.
A deterioração das funções renais é uma das complica-
ções mais frequentes em diabéticos, afetam a grande maio-
ria dos diabéticos insulino-dependentes e também os não 
insulino-dependentes. 
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
23
A	medição	da	microalbuminúria,	que	define	como	a	pre-
sença de albumina na urina em quantidades maiores que o 
normal, porém com níveis abaixo do considerada como pro-
teinúria. 
Associada com outros fatores de risco:
• Hiperglicemia em pacientes diabéticos e
• Não diabéticos, hipertensão, disfunção renal, dis-
lipidemias, hiperhomocisteinemia, dieta proteíca, 
tabagismo 
• Indica um aumento da permeabilidade endotelial 
renal e pode facilmente ser usado como marcador 
de disfunção endotelial difusa 
Microalbuminuria and a Peripheral Arterial Dise-
ase Are Independent Predictors of Cardiovascular 
and All-Cause Mortality, Especially Among Hyper-
tensive Subjetcts. Aterioscler Thromb Biol. 1999; 
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Microalbuminuria im Type-1 Diabetes Mellitus. 
European	Society	of	Hypertension	Scientific	News-
letter. 2003; 4:n 16.
Albumina Sérica
A albumina é sintetizada no fígado, níveis normais con-
tribuem em parte com a pressão oncótica no plasma san-
guíneo.
A redução dos níveis circulantes resulta em uma inver-
são	do	fluído	do	espaço	intravascular	para	o	extra-vascular.	
Função:
• Transportar íons metálicos, aminoácidos, hormônios, 
ácidos graxos, bilirrubina, enzimas, drogas, metabó-
litos
• Preserva e distribui água nos três compartimentos cor-
porais
• Tende a se perder na urina quando ocorrem danos nos 
glomérulos, devido ao seu pequeno peso molecular 
Alterada:
• Distúrbios nutritivos, hepatopatias, nefrose, ma-
croglobulinemia, infecções crônicas.
Homocisteína 
The European Cardiology Society classifica a homocistei-na como	um	 fator	qualificador	de	 risco	condicional	 inde-
pendente de outros fatores.
A Organização Mundial da Saúde considera o excesso 
de homocisteína no sangue como fator de risco para 
doenças cardiovascular.A homocisteinemia pode provocar danos aos vasos 
sanguíneos aumentando o risco de obstrução resultando 
em infartos ou derrames.
A homocisteina em excesso age através da toxidade ao 
endotélio, estresse oxidativo, disfunção endotelial. Pode 
determinar aterosclerose e trombose, em artéria que não 
possua placas de gorduras 
A redução dos níveis de homocisteína está diretamente 
relacionado	com:	a	deficiência	na	ingestão	de	completo	B,	
folato, B6, B12. 
Figura Molécula de homocisteína lesionando o endotélio Fonte: http://
www.moodle.ufba.br/file.php/10137/Atividades
Aminotransferases
A queda nas concentrações das proteínas totais pode 
depender de diminuição da síntese hepática não apenas 
por carência nutricional, mas também pelo catabolismo, 
infecções, alterações da permeabilidade vascular.
A Etiologia da Síndrome Metabólica e Manifestações Clinicas da Síndrome Metabólica
24
Aspartato Aminotransferase AST, TGO
Encontrada em altas concentrações no citoplasma e nas 
mitocôndrias do fígado, músculo esquelético e cardíaco, 
rins, pâncreas e eritrócitos; quando qualquer um desses 
tecidos	é	danificado,	a	AST	é	liberada	no	sangue.	
Como não há um método laboratorial para saber qual 
a origem da AST encontrada no sangue, o diagnóstico 
da causa do seu aumento deve levar em consideração a 
possibilidade de lesão em qualquer um dos órgãos onde é 
encontrada.
Valores normais: até 31U/L mulheres, até 37U/L 
homens
Aproximadamente 6 a 8 horas após o infarto do 
miocárdio a AST começa a elevar-se atingindo o máximo 
entre 18 e 24h, retornando aos valores de referência no 
5º. Dia
Alanina Aminotransferase ALT, TGP – fígado
Encontrada em altas concentrações apenas no 
citoplasma	do	fígado,	o	que	torna	o	seu	aumento	específico	
de lesão hepática; no entanto, pode estar aumentada em 
conjunto com a AST em miopatias severas.
Valores normais: até 31 U/L mulheres, até 41 U/L 
homens.
Relação AST/ALT
A relação entre AST E ALT aumenta e diminui na mesma 
proporção em doenças hepáticas, conforme Tabela 11.
Elevações pequenas de ambas, ou apenas de ALTfígado 
são encontradas na hepatite crônica Nas hepatites agudas 
virais ou por drogas elevações de ambas.
Tabela 11. Relação nos valores de AST/ ALT
Gama Glutamil Transferase 
Encontrada rins, cérebro, pâncreas e fígado (quase 
a totalidade da gama GT corpórea está presente nos 
hepatócitos). No fígado, esta enzima está localizada nos 
canalículos das células hepáticas e particularmente nas 
células epiteliais dos ductos biliares. 
Devido a esta localização característica, a enzima 
aparece elevada em quase todas as desordens 
hepatobiliares, sendo um dos testes mais sensíveis no 
diagnóstico destas condições. 
Diagnóstico: doenças obstrutivas hepáticas 
Marcador: auxiliar de alcoolismo crônico. Devido aos 
efeitos do consumo de álcool nos níveis de gama GT, aceita-
se este como um marcador sensível de alcoolismo crônico 
(embora	não	seja	um	marcador	específico),	especialmente	
quando seus aumentos não são acompanhados de 
aumentos similares de outras enzimas hepáticas. 
Portanto, sua determinação parece mais efetiva 
no monitoramento do tratamento de indivíduos já 
diagnosticados. 
Os níveis de Gama GT usualmente retornam ao normal 
após 15-20 dias da cessação da ingestão alcoólica, 
podendo elevar-se em curto prazo se a ingestão alcoólica 
é retomada.
Valores normais: homens - 15,0 a 85,0 U/L, mulheres - 
5,0 a 55,0 U/L
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