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Crimes Contra o Patrimônio: Furto, Roubo, Extorsão, Apropriação Indébita e Estelionato

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BIBLIOGRAFIA
Victor Eduardo rios Gonçalves - direito penal especial esquematizado
Cézar Roberto Bittencourt 
Fernando Capez  
Mirabeth 
Guilherme Souza Nutti
Rogério Greco 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
FURTO
        Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
        § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
        § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
No capítulo, temos o furto simples. Nessa modalidade de furto simples do artigo 155 capuz, por ter pena mínima de 1 ano, é possível a suspensão condicional do processo, ou "sursis processual". 
O ato de subtração compreende duas hipóteses:
Apossar-se sorrateiramente de um bem alheio e levá-lo embora (o próprio ladrão pega o bem e leva sem autorização).   
Quando a própria vítima, ou alguém em seu nome, entrega em posse vigiada a outrem e o agente sem autorização vá o bem embora. 
Posse vigiada é aquela em o agente não está autorizado a deixar o local em que recebeu o bem com este. Por isso, constitui furto os seguintes exemplos: 1 - receber o livro para ler dentro da biblioteca e escondê-lo na mochila e o levar embora; 2- receber um relógio de ouro dentro de uma loja para verificar e sair correndo com o bem.
Por exclusão só existe apropriação indébita quando a vítima entregar ao agente  uma posse desvigiada, ou seja, quando ele saiu do local na posse do bem com autorização para tanto. 
Objeto Material
É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente.  No caso do furto é a coisa alheia móvel. 
Para o direito penal coisa móvel é aquela que pode ser deslocada de um local para o outro. É possível o furto de árvore, já que a pessoa pode arranca-la do local onde está plantada ou corta-la.
É possível furto de aviões e embarcações, mesmo que a lei civil os considere  bens imóveis. 
Furto de Energia – art. 155 §3º
Esse dispositivo equipara à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra forma de energia que tenha valor econômico, como, por exemplo, furto de energia nuclear ou energia genética (ex. Furto de sêmen de reprodutores). 
Como fica a questão da capitação clandestina de sinal de TV a cabo (o chamado “gato net”)?
R: De acordo com o precedente do STF, o fato é atípico, pois sinal não se confunde com energia, sob pena de adotarmos a analogia in malam partem. 
	Há acórdão do STJ traduzindo de furto de energia, ressaltando a incidência do art. 35 da Lei. 8977/95.
	A coisa móvel tem que ser alheia. É o chamado elemento normativo do furto (a expressão coisa alheia) e com isso, depende de um juízo de valor por parte do intérprete. Um bem só é considerado como coisa alheia quando tem dono e por isso, por ter dono é que há: 
Res Nullius – coisa de ninguém – não pode ser objeto material de furto, mas eventualmente crime ambiental. 
Res Orelicta – coisa abandonada – não pode ser objeto material de qualquer crime.
A coisa perdida, também conhecida como res despedida tem dono, porém quem a encontra e não devolve pratica crime chamado de apropriação de coisa achada, art. 169, pú, II do CP.
	A coisa perdida já esta fora da esfera de vigilância do dono e por isso não há subtração e, portanto, não há furto de quem encontra e não devolve. 
	Só se considera como perdido o objeto que está em local público e aberto ao público e já fora da esfera de vigilância. 
Atenção: O credor, quando subtrai bem do devedor para se auto ressarcir da dívida vencida e não paga, pratica o crime do art. 345 do CC (exercício arbitrário das próprias razões). No caso em análise, houve a subtração de coisa alheia, mas o furto não se configurou por não ter havido intenção de locuplemento ilícito por parte do credor, o que é requisito nos crimes contra o patrimônio, exceto no crime de dano. 
	Quem subtrai coisa própria que se encontra em poder de um terceiro em razão de contra ou ordem judicial pratica o crime do art. 346 do CP – conhecido como subtipo do exercício arbitrário das próprias razões. 
As coisas de uso comum, como a água e o ar deixam de ter essas características e passam a ter dono quando já foram tiradas do meio ambiente. Ex.: água tratada que pertence a SABESP, por isso o desvio configura furto.
No art. 156 do CP existe o crime chamado de furto de coisa comum, que é de ação penal pública condicionada que pune o coerdeiro, sócio ou condomínio de coisa móvel, que subtrai o bem todo que só lhe pertencia em parte.
        Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        § 1º - Somente se procede mediante representação.
        § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
	O ser humano e suas partes integrantes não estão inseridas no conceito de coisa. Por isso o corte de cabelo, sem autorização, constitui lesão corporal e não furto. Ainda que a intenção seja patrimonial. 
	É possível, entretanto, furtar peruca, dentadura e etc. 
	Se ocorrer a subtração de órgão de ser humano vivo ou morto para fins de transplante, configura crime previsto na Lei 9434/97 (de doação de órgãos).
Obs¹: a subtração de cadáver ou parte dele constitui crime previsto no art. 211 do CP. Excepcionalmente poderá haver crime de furto quando o cadáver integrar o patrimônio de alguma instituição. 
Obs²: Subtração de coisas enterradas com o cadáver – duas correntes:
		1ª: Entende que há crime de furto, pois tais objetos tem dono(s) (familiares/sucessores). Para essa corrente, o arrombamento da sepultura é qualificadora de furto e não crime autônomo de violação da sepultura (art.210 CP).
		2ª: Majoritária – Entente como violação da sepultura (art. 210). Para essa corrente, os objetos são equiparados a coisa abandonada por haver interesse dos familiares em as terem de volta, não podendo assim ser considerado como coisa alheia.
Furto de Uso
	É o instituto reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência e que a subtração de coisa alheia móvel é considerada atípica pela ausência de dolo característico do crime de furto, conhecido como animus furandi ou animus rem sibi habendi (dolo de furtar, de ter a coisa para si. 
	A atipicidade do furto de uso pressupõe a existência de dois requisitos:
Requisito Subjetivo - é a intenção de usar momentaneamente a coisa alheia. Ex¹: Empregada pega a roupa da patroa para usar em uma festa. Ex²: Funcionário de uma oficina que pega o veículo que estava ali apenas para concerto para dar uma volta. 
Obs¹: embora não exista um período máximo de tempo a ser aplicado em todos os casos, na prática só se vê o reconhecimento da atipicidade do furto de uso quando ele dura algumas horas ou, no máximo, alguns dias. 
Obs²: o furto de uso não é reconhecido quando o bem alheio é usado para fim ilícito, ainda que momentaneamente. 
Obs³: o reconhecimento do furto de uso não tem como requisito a existência de uma situação de emergência, que é própria da excludente do estado de necessidade. 
Requisito Objetivo - efetiva e integral devolução do bem ao dono. Se o bem for abandonado em local diverso o agente responde por crime, pois a devolução deve ser direta para o dono. 
	Se o bem for devolvido, mas antes o agente retira alguma peça, acessório ou bem que estava em seu interior, responderá por crime de furto em relação a esses últimos. Ex.: usar e devolver um veículo, ams antes retirar o estepe de seu interior.
	Por esse mesmo motivo, se alguém usa por algumas horas o carro alheio e depois o devolve com menos combustível, responde por furto de combustível. 
	Se usar momentaneamente e depois devolve o bem com algum dano provocadoacidentalmente durante o uso, trata-se de mero ilícito civil, pois não há previsão da modalidade culposa no crime de dano.
Sujeito Ativo
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel
	Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o próprio dono. Se o sujeito subtrai coisa própria pensando que é coisa alheia, o fato é atípico porque falta uma das elementares do crime. A isto se dá o nome de delito putativo por erro de tipo.
	Se o agente subtrai coisa alheia, pensando tratar-se de coisa própria, haverá erro de tipo em que não há crime por falta de dolo. 
Sujeito Passivo
	O sujeito passivo é o dono do bem sempre, o proprietário e, eventualmente um possuidor que tenha algum prejuízo econômico em decorrência da subtração.
Consumação e Tentativa (não cai na prova)
	A importância do estudo da consumação mostra-se relevante por dois aspectos: 1 - marca em regra geral o início de contagem da PPP (art. 111, I do CP). 2 - marca, em regra, o foro competente. 
	Com relação a consumação do furto, adota-se uma teoria que se chama Inversão da Posse. Atualmente a doutrina e a jurisprudência exige que, com base nessa teoria, o agente obtenha a posse e a vítima a perca. De forma mais atualizada, a jurisprudência entende que o furto se consome no momento em que sessa a clandestinidade por parte do agente, sendo desnecessária a posse mansa e pacífica e a retirada da esfera de vigilância da vítima. Com isso adotou-se a teoria da Amotio.
	Por fim, considera-se sessada a clandestinidade quando o agente consegue deslocar o bem onde se encontrava, ainda que seja ele imediatamente perseguido e preso.
Questões Práticas 
Se o agente inicia a execução de um furto entrando na casa da vítima ou abrindo a porta do carro, mas acaba preso antes de ter se apossado do bem. -> O crime nesse cenário é tentado. 
Também haverá tentativa se o agente já se apoderou do bem, mas acabou sendo preso no próprio local, pois não houve cessação de clandestinidade. 
Se o agente se apodera do bem e sai correndo do local, mas é imediatamente perseguido por terceira pessoa que consegue prendê-lo em outro local -> o crime se considera furto consumado pelos argumentos já dados. 
Se o agente consegue se apossar do bem e deixar o local sem ser perseguido, mas a vítima comunica o furto à polícia, passando as características só carro furtado ou do ladrão e os policiais encontram o furtados na posse do bem, temos furto consumado. 
Pode haver furto consumado, mesmo que o bem permaneça no âmbito patrimonial do lesado. É o caso, por exemplo, da empregada doméstica ué se apodera de uma joia da patroa e a esconde por alguns dias em local qualquer da casa. Ainda que a joia seja recuperada antes de ser tirada da casa, é necessário que se reconheça que ela desapareceu, por parte da vítima, mesmo que momentaneamente, seu direito de livre disposição do bem. 
Quando há duas pessoas cometendo junto um crime e uma delas consegue se evadir levando o bem da vítima, enquanto a outra é presa em flagrante no local, sem nada levar, o crime considera-se consumado para ambos. Pois houve auxílio para tanto. 
Crime Impossível e Tentativa 
Sumula 567 STJ: Sistema de Vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. 
Crime impossível ou tentativa em face da inexistência de bens 
Prevalece a tese do Crime impossível pela ABSOLUTA impropriedade do objeto.
Atenção: Caso, por exemplo, o objeto se encontrava no outro bolso da vítima, é  caso clássico de tentativa de furto diante da impropriedade RELATIVA do objeto. 
Furto Famélico 
É a denominação que se dá ao furto praticado em relação à pequena quantidade de alimento, para saciar a própria fome ou de seus familiares quando não havia outra forma para obter o alimento.
Neste caso está presente a excludente do Estado de Necessidade, que exclui a ilicitude. 
Esta mesma excludente pode ser aplicada em caso de furto de remédio ou de cobertor, nas mesmas circunstâncias. 
Furto Noturno 
Art. 155   § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
A pena será aumentada em 1/3 se o furto ocorrer durante o repouso noturno. 
Natureza Jurídica: Causa de aumento de pena 
O legislador pune de forma mais rigorosa pois durante a noite as pessoas diminuem a sua vigilância. Não basta que o furto ocorra durante a noite, sendo necessário que ocorra durante o repouso, período em que há menor vigilância por parte da vítima. 
É inviável, entretanto, aplicar aumento quando o furto ocorrer durante o repouso diurno. O período de repouso noturno pode variar de uma localidade para outra, havendo diferença entre a área urbana e rural. 
 	O aumento é cabível quando o furto ocorre em local próprio de repouso noturno (residências e seus compartimentos externos - jardim, quintal, garagem), além do estabelecimento comercial fechado -> posição do STJ.
Prevalece o entendimento da aplicação do aumento mesmo que a casa esteja desabitada ou não haja ninguém no momento do furto. 
NÃO SE RECONHECE O AUMENTO:
a) casa em que esteja ocorrendo uma festa
b) em comércio aberto ou estabelecimento comercial 
c) via pública 
Furto Privilegiado 
Art. 155 § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
É um benefício aplicável ao réu condenado por furto quando presente dois requisitos:
Réu seja Primário 
Posso ter maus antecedentes e receber o Furto Privilegiado?
R: Sim, a lei fala apenas sobres a exigência de Primariedade, mas não exige "bons antecedentes", sendo possível o privilégio se o réu tiver uma condenação antiga, mas for considerado primário (pois após o período depurados de 5 anos o gerente volta ser tecnicamente primário).
Coisa furtada deve ser de pequeno valor
Consideramos coisa de pequeno valor aquela que ultrapassa 20% do salário mínimo e vai até o valor de um salário mínimo. 
Tal critério é objetivo, pois é aplicável a todos os crimes de furto, sendo desnecessário analisar se a vítima é pobre ou rica. 
Na tentativa o que se leva em conta é o valor do bem que se tentou subtrair
No crime consumado: O que se leva em conta é o valor do bem e não o prejuízo final da vítima, de modo que se ocorrer o furto de um carro o réu não terá direito ao privilégio ainda que o carro seja recuperado pelos policiais e devolvido a vítima. 
Ao reconhecer o privilégio (direito subjetivo do réu) o juiz tem 3 opções:
Substituir a pena de reclusão por detenção. 
Diminuir a PPL de 1/3 a 2/3
Aplicar apenas a pena de multa
Pesquisar: É  possível furto privilegiado/qualificado?
De acordo com os últimos posicionamentos do STJ, é possível o furto com causa de aumento de pena   E concurso com uma das qualificadoras.
Furto De Bagatela 
É um instituto aceito pela Doutrina e Jurisprudência segundo o qual o fato é atípico ( em razão do princípio da insignificância). Com efeito aplica-se esse princípio de acordo com os tribunais superiores, quando o valor da coisa subtraída for de até 20% do salário mínimo. 
Tal princípio não é aceito no roubo, porque neste há o emprego de violência ou grave ameaça. 
Furto Qualificado 
Em 1º lugar estudaremos as qualificadoras do artigo 155:
Art. 155  § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
        I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
        II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
        III - com emprego de chave falsa;
        IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Escalada - Art 155,§4º, II
É o acesso ao local do furto por via anormal, não necessariamente subir em algo. Por exemplo: Pular muros, entrar pelo telhado, escavar um túnel.
O artigo 171, CPP exige perícia para constatar se houve ou não escalada.
Entende-se quea qualificadora só se justifica quando o agente precisou fazer um esforço considerado para ter acesso ao local do furto, ou ainda, quando se utiliza de uma corda ou escada. Assim, se o agente pula um portão ou muro baixo noa existe a qualificadora em análise. 
 Destreza - Art 155,§4º, II
A Doutrina e a Jurisprudência só reconhecem esta qualificadora quando a destreza consiste em subtrair objetos que estão com a vítima SEM QUE ELA PERCEBA, tal como faz o batedor de carteira. 
Só é reconhecida essa qualificadora se o bem furtado estiver com a vítima 
 A qualificadora não se aplica por não se mostrar a destreza quando a vítima estava dormindo no metrô ou estava embriagada. 
Se o agente consegue abrir a bolsa da vítima e pegar a carteira dela sem que ela perceba, mas outra pessoa presente local se atenta ao fato é o ladrão acaba sendo preso no local, estamos diante de caso de tentativa qualificada.
Se quem percebe a conduta do agente é a vítima, está qualificadora não se aplica. 
Abuso de Confiança - Art 155, §4º, II 
São exigidos dois requisitos para a configuração desta qualificadora:
Que fique demonstrado que a vítima tinha uma grande confiança no agente. 
Crimes entre irmãos, entre namorados ou noivos, grandes amigos 
Apesar destes exemplos é sempre necessária uma análise do caso concreto. Por que se dois irmãos são inimigos, não havendo assim confiança recíproca entre eles, não há que se falar na qualificadora.
Da mesma forma se o furto for praticado por empregado ainda que doméstico, o reconhecimento da qualificadora só será possível se ficar comprovada a relação de confiança. -> famulato 
Que o agente se aproveite de alguma facilidade decorrente da relação de confiança para praticar o furto Por exemplo: Praticar o furto quando estava sendo recebido na casa da vítima. 
Emprego de chave falsa - Art. 155,§4,III 
Considera-se chave falsa -> copia feita sem conhecimento ou autorização. Chave reserva não é falsa. 
Qualquer instrumento que aciona a fechadura e não é a chave. Ex. Grampo, chave de fenda, mixa ou gazoa.
Concurso de Duas ou mais pessoas - Art. 155, §4º,IV
Como o texto legal não faz qualquer restrição, referindo-se genericamente a concurso de pessoas, essa qualificadora se aplica para casos de coautoria e participação.  A qualificadora pode ser reconhecida ainda que um só ladrão tenha estado no local e momento do furto, desde que encha contado com a colaboração do participe. Quando a Lei quer restringir o agravamento da pena a caso de coautoria deve fazer de forma expressa, tal como ocorre no constrangimento ilegal ( Art. 146,§1º)
Posso condenar uma só pessoa com essa qualificadora? 
R: sim, quando não for identificado o coautor ou participe. Ou ainda se este for menor de idade, bem como se for o coautor ou participe detentor de imunidade do furto (irmão/ cônjuge)
É possível que o juiz Reconheça a qualificadora apesar de condenar uma só pessoa quando fica provada a participação de outrem que não seja identificada, ou ainda 
Rompimento ou Destruição de Obstáculo à subtração da coisa - Art. 155, §4º, 
É necessário perícia pra comprovar essa qualificadora, por força do Art 171, CPP, para constatar os vestígios deixados. É a Doutrina ressalta que a razão de existir essa qualificadora é o duplo prejuízo que o agente causa a vítima ( o crime de Dano fica absorvido). 
Rompimento é o dano parcial do Obstáculo 
Destruição é o dano completo
A mera remoção de um obstáculo sem que seja ele danificado não qualifica o furto (desparafusar uma porta para entrar na casa de alguém).
Como o texto legal noa faz restrições, essa qualificadora abrange os obstáculos ativos ( alarmes, cercas elétricas, cão bravo) e os passivos ( cadeado, trinco, janelas, portas). Porém se o agente descobre onde fica o interruptor é simplesmente o desliga, sem danifica-lo, não existe a qualificadora em análise. 
Destaca-se também que a qualificadora só se aplica quando o obstáculo atingido não é parte integrante do bem Furtado. Quando o obstáculo integra o bem Furtado e é levado junto, não é possível, em regra, a realização da perícia e não há o duplo prejuízo da vítima. Assim, arrombar o portão da garagem qualifica o furto, mas arrombar a porta do carro para levá-lo não qualifica. 
Emprego de fraude - Art. 155, §4º,II
Fraude e qualquer artimanha utilizada pelo agente par viabilizar a subtração. Ex1. Dois labores entram em uma loja com um só vendedor. E um deles desvia atenção deste, para possibilitar ao outro o furto de bens. Ex2. Fraude pela internet para obter o número da conta e a senha do correntista no intuito de transferir o dinheiro da vítima para outra conta aberta, em regra, com documentos falsos, e depois sacar. Ex3. Fraude para o agente poder ingressar no local do furto, como o uso de uniforme de funcionário da Vivo.
Diferenciação entre os crimes de furto qualificado pela fraude e Estelionato 
Enquanto no Furto o Bem é subtraído, no estelionato o bem é entregue pela vítima enganada ao agente, como é caso do Golpe do Bilhete Premiado. 
Se o agente emprega fraude para obter uma posse vigiada e em seguida leva o bem embora sem autorização da vítima, o crime é o de furto qualificado pela fraude porque sempre que o bem é tirado da esfera de vigilância do dono, o ato é entendido como subtração. 
É por isso que no caso de falsos manobristas, os cobrados que recebem o carro só para estacionar, mas o veículo some, o crime é o de furto porque se entende que houve posse vigiada. 
Clonagem de Cartão bancário – se o agente usa esse cartão para fazer uma compra e recebe a mercadoria do vendedor para que a leve embora, o crime é de estelionato porque uma pessoa foi induzida a erro. 
Ao contrário, se o agente usa o cartão clonado para sacar dinheiro, não estar induzindo a erro uma pessoa e sim uma máquina. Portanto, é furto.
Se o cartão clonado for usado para enganar o funcionário do caixa do banco para que ele entregue o dinheiro, neste caso o crime é de estelionato porque o funcionário foi induzido a erro, autorizando sua retirada do banco.
Veículo automotor – Art 155§5º 
Art. 155  § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
	
	A pena é de reclusão de 3 a 8 anos se o furto for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro estado ou país. 
	Para tanto, há dois requisitos:
Intenção de levar o veículo para outro estado ou país, desde a prática do furto. 
Que o agente consiga fazer o veículo cruzar fronteira ou divisa, se havia intenção, mas o agente não cruza a divisa ou fronteira, essa qualificadora estra automaticamente afastada. Por exemplo, a pessoa já furtou o carro a 1 hora em São Paulo afim de leva-lo a Extrema, mas o veículo é apreendido em Bragança Paulista, temos neste caso furto consumado porque já houve cessação da clandestinidade.
Semovente Doméstico de produção – Art. 155§6º
Art. 155     § 6o  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.   
Furto abigeato – furto de gado. 
	Pune a subtração de animais domesticáveis de produção (boi, ovelha, galinha e etc.). Não descaracteriza essa qualificadora o fato de o animal ser abatido ou dividido em partes no próprio local. 
Obs¹.: Se além da qualificador5a mais grave estiver presente uma menos grave, o juiz aplica apenas a mais grave porque a pena é maior e porque só houve um crime, sendo que a outra qualificadora será utilizada como circunstância judicial desfavorável do art. 59 do CP. 
Obs².: Furto privilegiado e qualificado - É possível, ressalvando a necessidade da qualificadora ser objetiva( a única qualificadora subjetiva é o abuso de confiança).
 Súmula 511 do STJ - “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadorafor de ordem objetiva”.
ROUBO
 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
		O roubo simples se subdivide em:
Roubo próprio (art. 157, cáput)
Roubo impróprio (art. 157 §1º).
Em ambas as figuras, a pena é a mesma (de 4 a 10 anos). E em ambas também há a soma de dois fatores:
Subtração;
Violência ou grave ameaça.
O que distingue os dois crimes é a ordem desses fatores.
Roubo próprio
Neste crime, o agente primeiro domina a vítima para em seguida subtrair seus pertences. Com efeito, a Lei prevê três formas de execução do roubo próprio:
Violência contra a pessoa – é qualquer forma de agressão ou força física empregadas contra alguém. Ex.: socos, chutes, pauladas, agarrar ou abraçar a vítima, imobilizá-la e permitir que um comparsa subtraia seus pertences. A trombada é uma forma de violência e, portanto constitui crime de roubo. 
Ao contrário, encostar-se a alguém para bater sua carteira constitui furto qualificado pela destreza.
Puxar o celular ou a bolsa de alguém sem empregar força física contra a vítima, constitui apenas furto. 
Arrebentar a alça da bolsa que envolvia o corpo da vítima ou a corrente/pulseira configura roubo. Quando a força empregada tiver repercutido com intensidade suficiente para desequilibrá-la, derrubá-la, fazê-la sentir dor ou lesioná-la, é roubo.
Grave ameaça – é a promessa de um mal injusto e grave a ser causado no próprio dono do bem ou em terceiro. Ex.: ameaça de lesão ou de morte.
A simulação de arma e o uso de arma de brinquedo tem poder intimidatório e, por isso caracteriza grave ameaça. 
Qualquer outro meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência - Trata-se de uma fórmula genérica que é conhecida também com a denominação de violência imprópria (CAI NA PROVA!!). O exemplo mais comum é o de colocar sonífero na bebida da vítima para depois subtrair seus pertences (boa noite cinderela). Outro exemplo importante é o do emprego da hipnose par deixar a vítima inconsciente e então subtrair seus pertences. 
De acordo com o texto legal, para configurar o roubo, é preciso que o agente empregue sobre a vítima um meio ou recurso qualquer para subjuga-la, de modo que ela fique impossibilitada de defender seu patrimônio. 
	Se a vítima já estava impossibilitada outras razões e o agente se aproveita disso para subtrair seus pertences, o crime é o de furto. Ex.: aproveitar que vítima estava dormindo ou em coma e subtrair seus pertences. 
Objetividade Jurídica
O roubo atinge sempre o patrimônio e também a incolumidade física se tiver sido empregada à violência; ou a liberada individual se tiver sido empregada a grave ameaça ou violência imprópria por atingir sempre mais de um bem jurídico, o roubo é classificado como crime complexo. 
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o dono do patrimônio. 
Sujeito passivo são todas as pessoas que sofrerem violência ou grave ameaça são vítimas do crime, ainda que nada lhes tenha sido subtraído. O dono do bem também é vítima ainda que se queira esteja no local. É possível, portanto, que um só roubo tenha duas ou mais vítimas, tal como ocorre nos exemplos abaixo:
“A” empresta o carro para “B” e quando este esta só, o ladrão o ameaça e leva o carro que pertence a “A”. 
2- O ladrão aponta a arma para o taxista e para o passageiro e só leva o veículo. 
3 – Ameaçar 10 pessoas dentro do banco e subtrair apenas o dinheiro do cofre. Neste caso, são 11 vítimas, ou seja, as 10 pessoas que foram ameaçadas e o banco que era dono do dinheiro. Assim, pessoa jurídica pode ser vítima do roubo.
Concurso de crime de roubos 
	Se o agente emprega grave ameaça concomitantemente contra duas pessoas e subtrai o objeto das duas, temos dois crimes de roubo em concurso formal (uma conduta com dois atos). 
	Se o agente ameaça uma pessoa e vai embora e alguns minutos depois aborda outra pessoa e também rouba sua carteira, têm-se dois roubos em continuidade delitiva.
	Se o agente emprega grave ameaça contra uma só pessoa e subtrai objeto ou valores desta e também de terceiro que estavam em poder da pessoa ameaçada, tem-se duas soluções possíveis: 1. Se o agente sabia que os bens levados pertenciam a pessoas diversas, se trata de concurso formal, pois se constata dolo em lesar patrimônios distintos, por exemplo, roubar o dinheiro da padaria e também o relógio do funcionário do caixa. 2. Se o agente não sabia que os bens pertenciam a pessoas diversas, responde por crime único pela inexistência de dolo de lesar dois patrimônios. 
Consumação do roubo próprio
	O roubo próprio se consuma no exato instante em que o agente se apodera de alguma bem da vítima após tê-la dominado com emprego de violência ou grave ameaça. Se ele já se apossou do bem, o crime esta consumado (nesse sentido, existe a súmula 582 do STJ).
A tentativa é possível quando o ladrão emprega violência ou grave ameaça, mas não consegue se apoderar de nada.
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
	
Roubo Impróprio
(CAI NA PROVA!!)
Art. 157 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
	Tentativa de furto + lesão corporal = agredir para se desvencilhar, mas não levar a coisa. 
	Roubo próprio = agredir para pegar o bem
	Roubo impróprio = roubar o bem e voltar porque esqueceu o RG com a vítima. Agredir para tomar documento de volta (no mesmo contexto fático). 
	Neste crime (roubo próprio), o agente só queria inicialmente praticar um furto, porém logo após de se apoderar de algum bem da vítima, ele emprega a violência ou grave ameaça a fim de garantir sua impunidade ou a detenção da coisa.
	Na prática, para o reconhecimento do roubo impróprio, exige-se que a violência ou grave ameaça sejam empregadas imediatamente após a subtração, ou seja, no mesmo contexto fático do furto que estava em andamento. 
	Se alguém furta uma bicicleta, conseguindo consumar este crime e duas horas depois, por exemplo, ele se depara com a vítima que reconheceu a bicicleta em outro local e a agride para permanecer na posse do bem, ele responde por furto consumado em concurso material com lesão corporal (crimes autônomos). 
Consumação:
	Ocorre no exato instante em que o agente emprega a violência ou grave ameaça, ainda que ele não consiga garantir a impunidade ou a detenção da coisa. 
Tentativa:
Posição para a prova não é possível porque se o ladrão empregou violência ou grave ameaça, o crime já se consumou e se não o fez só responde pelo furto praticado.
Obs¹: se o agente já se apoderou do bem e, por exemplo, ou desfere pauladas contra a vítima, mas não consegue atingi-la, considera-se já empregada à violência e consumado o roubo impróprio. 
Obs²: se o agente pega um pedaço de madeira e corre em direção a vítima para agredi-la, mas é detido por outras pessoas que o impedem de desferir o primeiro golpe, entende-se que ele já empregou grave ameaça e, assim, já consumou roubo impróprio. 
Obs³: NÃO É PRA UTILIZAR NA PROVA, há doutrinadores que falam que é possível a tentativa de roubo impróprio, quando o agente tenta empregar a violência, mas não consegue por circunstância alheia a sua vontade. 
Diferenças de roubo próprio e impróprio
No roubo próprio, a violência ou grave ameaça são empregadas antes ou durante a subtração, enquanto no roubo impróprio são utilizadas depois da subtração.
O roubo próprio pode ser praticado mediante violência imprópria, enquanto o roupo impróprio não, o roubo próprio admite tentativa, mas o roubo impróprio não. 
Roubo Majoradoou Circunstanciado ou Com Causa de Aumento de Pena - §2°
A pena do roubo é aumentada de um terço até a metade em cinco hipóteses. PESQUISA: Qual é o critério que o juiz adota para aumentar essa pena?
		As hipóteses são as seguintes:
Se há emprego de arma. 
Arma é todo instrumento que tem potencialidade lesiva, isto é, capacidade de ferir gravemente ou de matar a vítima. O texto legal não faz distinção, de modo que o aumento vale para o emprego de qualquer tipo de arma, quer se trate de arma própria, quer se trate de arma imprópria. 
Armas próprias são aquelas feitas para servir mesmo como arma (arma de fogo, espada, soco inglês, punhal e etc.). 
Armas impróprias são aquelas feitas com outra finalidade, mas que também possuem potencialidade lesiva (faca, foice, estilete, espeto de churrasco). 
Simulação de arma – neste caso não há efetivo emprego de arma, pois como o próprio nome diz, o ladrão simula estar armado, razão pela qual não incide o aumento. 
Arma de brinquedo – não tem potencialidade lesiva e por isso não enquadra no conceito de arma, não sendo cabível o aumento (doutrina e jurisprudência pacífica).
Arma desmuniciada ou quebra – não gera o aumento, pelos mesmos argumentos.
Concurso de Pessoas
Como o texto legal não faz distinção, o aumento vale para coautoria e participação.
	O juiz pode aplicar o aumento ainda que condene uma só pessoa, desde que esteja comprovado o comportamento do outro. Ex.: não identificado, menor e etc.
Se a vítima esta em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
	É necessário que a vítima esteja trabalhando com transporte de valores. Ex.: carro forte, office boy. Como a lei exige que o agente saiba que a vítima esta trabalhando com transporte de valores, costuma-se dizer que esse dispositivo, só é compatível com o dolo direto, não sendo possível dolo eventual. 
Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
Vide os mesmos comentários do art. 155§5°. 
Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Essa hipótese não gera sequestro relâmpago, aliás que esta configurado no art. 158§3°
Esta hipóteses diz respeito a mera restrição da liberdade e só se aplica quando a vítima permanece por um tempo juridicamente relevante com os roubadores. 
Porém, se permanecer um tempo maior com a vítima, privação (horas), afasta-se o inciso V e aplica o art. 148 em concurso material com roubo.
Roubo Qualificado
Art. 157 § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
	Existem duas qualificadoras neste dispositivo:
Se da violência resulta lesão grave pena de 7 a 15 anos de reclusão e multa. 
Esta figura qualificada pressupõe que o agente cause lesão grave durante o roubo e fique demonstrado que ele não teve intenção de matar, pois se presente tal intenção, o crime seria de tentativa de latrocínio. Ex.: se a vítima do roubo tenta fugir e o ladrão da um tiro na sua perna, temos roubo qualificado pela lesão grave, pois não teve a intenção de matar.
Se da violência resulta morte, a pena é de reclusão de vinte a trinta anos e multa (latrocínio). 
O tipo penal do latrocínio não abrange a hipótese em que a morte é uma decorrência exclusiva da grave ameaça, utilizada durante o roubo. Por isso, se a vítima tem um ataque cardíaco e morre em razão da grave ameaça, o agente responde por roubo em concurso formal com homicídio culposo (posição para a prova). 
Na prova da OAB, acertou aquele que disse que o agente não responderia pelo evento morte. 
Por outro lado, como o texto legal não faz distinção, tratando como latrocínio todos os casos em que a violência empregada durante o roubo provoque a morte, conclui-se que há latrocínio quer tenha havido o dolo, quer tenha havido culpa em relação à morte. 
O latrocínio, portanto, se reveste da qualidade de crime preterdoloso quando a morte for decorrência culposa da violência, mas não se reveste de tal qualidade quando a morte é consequência dolosa. 
Mesmo quando a morte é dolosa no latrocínio, o julgamento é feito pelo juiz singular e não do júri, como argumento que o latrocínio é crime contra o patrimônio (Súmula 603 do STF).
O latrocínio pode ter por base tanto roubo próprio quanto roubo impróprio. Assim, haverá latrocínio sempre que a violência causadora da morte tiver sido empregada durante o roubo, quer como meio para subtração, quer para garantir impunidade do crime. 
Desta forma, se após o encerramento do crime de roubo, estando o bandido em outro contexto fático, caso venha matar para garantir a impunidade do roubo anterior, responde por homicídio qualificado em concurso material com roubo. 
Para que haja latrocínio, é necessário também que ocorra nexo causal entre a violência causadora da morte e o roubo que estava em andamento. Por isso, não há latrocínio se um agente, durante o roubo, percebe que o inimigo esta ali por perto e se aproveita do fato de estar armado para mata-lo, embora o inimigo não estivesse interferindo no roubo. Neste caso, o agente responde por roubo em concurso material com homicídio. 
Em suma, para que haja latrocínio é necessário que violência causadora da morte tenha sido empregada durante e em razão do roubo. 
Presentes estes requisitos, haverá latrocínio qualquer que seja a vítima fatal, como, por exemplo, o dono do bem roubado ou alguém que estava em sua companhia, o segurança da empresa roubada, só não haverá latrocínio se um dos roubadores, intencionalmente, matar um comparsa durante o roubo porque em sendo a vítima fatal autora do roubo, ela não pode ser vítima do roubo qualificado pela morte. O agente então responde por roubo em relação as vítimas iniciais em concurso material com o homicídio em relação ao comparsa.
Se ficar demonstrado que o agente queria matar a vítima, mas por erro de pontaria errou e atingiu o comparsa - aberratio ictus, o agente responde como se tivesse matado quem pretendia, assim responde por latrocínio. 
	Consumação do Latrocínio – com a morte da vítima (Súmula 610 do STF). Apropria a redação do art. 157§3° deixa claro que se o agente tiver provocado a morte da vítima, o latrocínio estará consumado, ainda que ele não tenha conseguido subtrair os bens que pretendia. Nesse sentido, existe a Súmula 610 do STF.
	Por outro lado, se o agente tenta matar a vítima durante o roubo, mas esta sobrevive, o crime se considera tentado, mesmo que o agente tenha conseguido concretizar a subtração. 
Obs¹. – O latrocínio é um crime complexo porque atinge o patrimônio e a vida, por esta razão firmou-se entendimento de que cada crime de latrocínio deve ser fruto da soma de uma morte com uma subtração, de modo que só existem dois latrocínios se ocorrerem duas mortes e duas subtrações. Por isso, se os bandidos roubam o dinheiro de um banco e matam dois seguranças, respondem por apenas um latrocínio e a pluralidade de mortes deve ser levada em conta na fixação da pena-base (circunstâncias judicias do crime). 
Obs². – Quando fica claro que o agente praticou um homicídio e só depois de estar a vítima morta, surgiu na cabeça do homicida a ideia de revistar os bolsos da pessoa morta e subtrair seus pertences, ele responde por homicídio e furto em concurso material em que as vítimas do furto são os familiares do falecido.
EXTORSÃO
	Vamos, de início, apontar a diferença entre os crimes de roubo e extorsão, uma vez que em ambos há o emprego de violência ou grave ameaça. 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
	Se o próprio agente subtrair o bem, o crime é o de roubo. Agora se a vítima for obrigada a entregar o bem, o crime pode ser de roubo ou extorsão. Será roubo se a vítima entregou, maso agente poderia naquele exato instante ter efetuado a subtração (o comportamento da vítima foi irrelevante). Exemplo: apontar a arma para a vítima e exigir que ela entregue o celular.
	O crime será de extorsão quando a vítima efetuar a entrega e ficar provado que sua colaboração era imprescindível para o agente obter o que queria, pois se a vítima se recusasse ele não teria naquele momento como efetuar a extorsão. Assim, em casos em que a exigência ou a ameaça são feitas à distância, o crime será sempre de extorsão. É, todavia, possível extorsão na presença da vítima, quando é forçada à assinar um cheque. 
	Na extorsão, a vítima é constrangida a:
Fazer algo: entregar dinheiro, efetuar depósito bancário, comprar mercadorias.
Deixar de fazer algo ameaçar o credor para que ele não entre com uma execução; ameaçar o concorrente pora que ele não entre com uma disputa econômica.
Tolerar que se faça algo: deixar o uso de um imóvel que lhe pertence sem cobrar a mais por isso.
Na extorsão, a vítima pode ter o comportamento ativo ou omissivo, mas o autor do crime tem sempre conduta comissiva, pois é necessário que ele empregue violência ou grave ameaça.
Na extorsão é necessário que haja intenção de obter indevida vantagem econômica por parte do agente. De acordo com o texto legal, bastaria a intenção, não sendo necessário que o agente obtenha a vantagem visada para que o crime seja consumado. Neste sentido, existe a Súmula 96 do STJ.
Também de acordo com o texto legal, é possível concluir que a extorsão se consuma com a ação ou omissão da vítima. Exemplo: Se o agente entre em contato com a vítima e faz a exigência ou ameaça, mas a vitima não sede, há apenas tentativa de extorsão. 
Se a violência ou grave ameaça visarem vantagem indevida, o crime é o de extorsão, mas se o valor foi devido, o crime é de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345, CP). Ex.: credor que ameaça o devedor para que pague vantagem devida. 
Tanto na extorsão quanto no constrangimento ilegal, o agente força a vítima a fazer ou não fazer algo. A diferença é que a extorsão pressupõe a intenção de obter vantagem econômica, enquanto no constrangimento ilegal, a intenção é de obter vantagem qualquer, não econômica. 
Diferenças entre extorsão e estelionato
No estelionato a vítima entrega o bem, pois foi enganada por uma fraude. Enquanto que na extorsão, entrega o bem por se sentir aterrorizada em razão da violência ou grave ameaça. Se, todavia, o agente empregar uma fraude e grave ameaça para obter uma única vantagem econômica, ele responderá apenas por extorsão, tazl como ocorre quando o agente telefona para os pais da vítima simulando um sequestro e exige dinheiro. Da mesma forma, ocorre extorsão quando um falso policial exige dinheiro. 
Existe também extorsão quando o próprio fllho simula ser sequestro e o filho responde pelo crime, pois o art. 183 exclui qualquer imunidade do filho quando se trata do crime de extorsão.
Extorsão com causa de aumento de pena 
Art. 158§1° - A pena aumenta de 1/3 a ½ quando a extorsão é praticada com o emprego de arma ou quando for cometida por duas ou mais pessoas. Exige-se coautoria.
Extorsão qualificada
Art. 158 §2° - Estabelece que as regras referentes ao roubo qualificado pela lesão grave ou morte, aplica-se ao crime de extorsão.
O art. 158 §3° traz o golpe do sequestro relâmpago, a restrição da liberdade. Caso resulte em lesão corporal grave ou morte, as penas são respectivamente dos arts. 159 §§ 2° e 3°.
2° BIMESTRE
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
	É crime hediondo em todas as suas figuras. 
Figura Simples
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
        Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. 
Como o artigo exige o sequestro de uma pessoa, a captura de um animal de estimação para exigir resgate configura extorsão do art. 158.
A própria redação do art. 159 deixa claro que esse é um crime formal que se consuma no momento da captura da vítima e não no momento do pedido de resgate. O pagamento é mero exaurimento.
Trata-se de um crime complexo em que são tutelados dois bens jurídicos (liberdade e patrimônio), sendo que este último é irrelevante para a consumação.
Cuida-se, ainda, de crime permanente, cuja consumação se prolonga no tempo, pois enquanto a vítima não for solta, o bem jurídico liberdade esta a todo o tempo sendo afetado, o que permite a prisão em flagrante enquanto não houver a libertação da vítima. 
Se a vítima for sequestrada em uma cidade e mantida em cativeiro em outra, a ação penal pode ser proposta em qualquer delas por se tratar de crime permanente e o art. 71 do CPP determina que deve ser usada a prevenção.
A tentativa é possível somente na hipótese em que os sequestradores abordam a vítima, mas não conseguem leva-las, sendo necessária prova de que eles pretendiam pedir o resgate.
Apesar de o artigo conter a expressão “qualquer vantagem”, é necessário que ela seja econômica em razão de tal crime ser inserido nos crimes contra o patrimônio, na verdade a expressão “qualquer vantagem” tem a finalidade de esclarecer que mesmo quando seja devida a vantagem, configura-se o crime do art. 159 do CP, a título de sua liberdade para fins libidinosos configura o crime do artigo 148 §1°, V.
Figuras Qualificadas
Se dura mais de 24h e a vítima for menor de 18 ou maior de 60 ou associação criminosa
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas (ainda que o pagamento do resgate seja feito antes.), se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos (é mais vulnerável), ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha (como fica essa figura diante a revogação do crime de quadrilha ou bando do art. 288 do CP?).
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Lesão Corporal Grave
 § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
Resultado Morte
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
	
Esses qualificadores só se aplicam se a lesão grave ou morte recaírem sobre a própria pessoa sequestrada, assim, a morte de um segurança para facilitar o sequestro será caso de homicídio qualificado.
O texto legal não faz restrição, assim as qualificadoras se aplicam havendo dolo ou culpa. 
	O reconhecimento de uma qualificadora maior afasta as qualificadoras menores que só poderão ser consideradas como circunstâncias judiciais e não como qualificadoras. 
Colaboração Premiada
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
	
	Se o crime for praticado mediante concurso, o envolvido que delatar o fato a autoridade facilitando a libertação da vítima, terá sua pena diminuída. Quanto maior a colaboração, maior será a diminuição e vice e versa. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA
 Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
	Na apropriação indébita, a própria vítima ou alguém em seu nome entrega a posse ou detenção desvigiadas do bem ao agente, fazendo-o de forma livre, espontânea e consciente. 
	A posse é desvigiada por que se foi vigiada, o crime seria o de furto. A entrega deve ser de forma livre e espontânea por que a vítima não pode ter sida coagida, porque neste caso o crime será de extorsão ou roubo. 
	A entrega deve ser consciente porque a vítima não pode estar em erro ao efetuá-la, se estivesse em erro, o crime seria de estelionato ou apropriação de coisa havida por erro do art. 169 do CP. 
Obs¹: Diante todo o exposto, na apropriação indébita o agente recebe uma posse lícita.
Obs²: Para que exista apropriação indébita é necessário que o agente depois de já estar na posse mude o seu comportamento em relação ao objeto alheio passando a se comportar como dono. 
Elemento Subjetivo
	Recaí sobre o agente, animus am subi habendi.Consumação e Tentativa
O crime de apropriação indébita se consuma no exato instante em que surge o dolo do agente de se locupletar da coisa alheia. É o chamado momento da inversão de animu (de possuidor para proprietário). 
É possível a tentativa de acordo com a espécie.
Espécies
Dependendo do que o agente faz com a coisa alheia, a apropriação indébita se divide em:
Modalidade de negativa de restituição – quando o agente fica com o bem para ele.
Apropriação propriamente dita ou própria - quando o agente sem autorização dispõe do bem. Ex.: vendendo, doando, etc. 
É cabível tentativa apenas na segunda espécie, quando o agente, por exemplo, tenta vender e é impedido por circunstâncias alheias a sua vontade. 
Quem vende a coisa alheia sem autorização comete o crime chamado de “disposição de coisa alheia como própria” do art. 171§2°, I. Se o bem vendido for imóvel ou se for móvel, mas não estiver na posse do vendedor. 
Art. 171, §2° I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Se alguém recebe um cofre trancado com a incumbência de transportá-lo e no trajeto o arromba para se apoderar dos objetos nele contido responde por furto qualificado em razão do arrombamento. O crime de não é de apropriação indébita porque o agente não tinha posse do conteúdo do cofre por estar ele trancado.
Quando alguém tem a posse de uma coisa alheia e dela faz uso sem estar autorizada para tanto, mas em seguida faz a restituição do bem nas mesmas circunstâncias, tem-se apropriação indébita de uso que não constitui crime por falta de dolo. 
PESQUISAR: É possível apropriação indébita de coisa fungível?
Obs¹: como a pena mínima da apropriação indébita simples é de um ano, é cabível em favor do réu o sursi processual ou a suspensão condicional do processo.
Causas de Aumento de Pena
Art. 168 § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
        I - em depósito necessário;
        II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
        III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
	Aumento obrigatório em um terço, o que torna inviável a suspensão condicional do processo, sendo as hipóteses as seguintes:
Se o agente recebeu o bem em razão de depósito necessário – prevalece o entendimento de que o aumento só se aplica ao chamado depósito miserável do art. 647, II do CC.
CC - Art. 647. É depósito necessário:
I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;
II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque.
Se o agente recebeu o bem na condição de: 
Tutor
Curador
Inventariante
Testamenteiro
Judicial
Não existe mais a figura do liquidatário, com relação ao síndico da falência, foi substituído pelo administrador judicial. E para qual existe atualmente crime específico no art. 173 da Lei de Falência.
Se o agente recebeu o bem em razão de emprego, profissão ou ofício.
ESTELIONATO
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
       Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
	
Definição
	A grande característica de um estelionato é o emprego da fraude que se manifesta assim:
Ardil - Consiste em enganar a vítima apenas com palavras.
Artifícios – Consiste no uso de algum artefato, objeto para auxiliar o golpe. 
Qualquer outro meio fraudulento – o silêncio também pode configurar estelionato, pois de acordo com a exposição de motivos do Código Penal, interpretação doutrinária, esta abrangido pela expressão “qualquer outro meio fraudulento”, por isso quando alguém percebe que outra pessoa, por erro esta prestes a lhe entregar o objeto ou valor e fica quieto para manter a vítima em erro e, com isso, concretizar a entrega, comete estelionato.
Cuidado: haverá, todavia, crime de apropriação havida por erro, caso fortuito ou força maior do art. 169 do CP se a vítima entrega o bem por erro, mas o agente o recebe de boa-fé sem notar o equívoco, porém, depois de estar na posse, ele percebe o engano, mas resolve se locupletar do bem ou valor. 
Distinção do Estelionato com outras Infrações Penais
Quem banca jogo do azar comete contravenção penal descrita no art. 50 da LCP, mas se estiver empregado fraude para facilitar a vitória do apostador, o crime é o de estelionato. 
Quem emprega fraude para obter vantagem ilícita comete estelionato, mas se a fraude visar vantagem devida, o crime será o de exercício arbitrário das próprias razões do art. 345 do CP.
Quando a fraude causa prejuízo a pessoa ou pessoas determinadas, o crime é o de estelionato, mas quando as vítimas são indeterminadas, temos crime contra a economia popular da Lei 1.521/51. Ex.: adulteração na bomba de combustível.
Consumação e Tentativa
O estelionato é um crime que pressupõe duplo resultado traduzido pelo prejuízo da vítima e pela obtenção da vantagem pelo agente. 
De acordo com o texto legal, o crime se consuma com a efetiva obtenção da vantagem ilícita pelo agente. Assim, se a vítima sofrer prejuízo em razão da fraude, mas o agente não obtiver a vantagem, o crime se considera tentado. É lógico que é mais comum uma tentativa na hipótese em que o agente emprega a fraude, mas não engana a vítima. 
Se a vítima sofre prejuízo em uma cidade e o agente obtém vantagem em outra, é nesta última que a ação deve ser proposta (Teoria do Resultado). 
Se a fraude for absolutamente ineficaz, temos crime impossível do art. 17 do CP. No entanto, a ineficácia da fraude deve ser analisada de acordo com a vítima do caso concreto, pois é comum que o golpista escolha pessoas muito simples e consiga enganá-las com golpes que não enganariam a maior parte das pessoas. 
Estelionato Privilegiado
Art. 171 § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
		Se o réu for primário e o prejuízo da vítima for pequeno, o juiz pode aplicar as consequências do furto privilegiado do art. 155§2° do CP. 
		Isso também se aplica à chamada apropriação privilegiada do art. 170 do CP.
Estelionato e Cheques
Existe várias forma de se obter vantagem ilícita por meio de cheque. Duas dessas formas configuram um crime especial, que apesar de terem a mesma pena, esta previsto no tipo “fraude no pagamento por meio de cheque”.
Art. 171§2° VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
	Abrange as seguintes condutas:
Emitir cheques sem fundos
Emitir cheques com fundos, mas frustrar o seu pagamento, como por exemplo, sustação do cheque sem razão jurídica.
SÚMULA 521 - STF
O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
SUMULA 244 – STJ
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
	O crime de emissão de cheque sem fundos só se consuma quando o banco recusa o pagamento do cheque, de modo que o foro competente é sempre o do local deste banco. Ex.: se a conta corrente é em Campinas, o foro competente é em Campinas qualquer tenha sido o local no Brasil que o cheque foi utilizado.
	Se ficar comprovado que a emissão do cheque sem fundo não foi fraudulenta não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos. 
STF - SÚMULA 246
Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos.
	Lendo a súmula “a contrario sensu” o pagamento do débito que ocorra antes do início da ação penal obsta o prosseguimento do feito. 
STF - SÚMULA 554
O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.
Atenção: Existem outrosgolpes praticados com cheque que por não se enquadrarem no §2°, VI, tipificam o estelionato comum do cáput:
Emissão de cheque de conta encerrada. 
Emissão de cheque de conta aberta com documentos falsos ou de terceiro.
Emissão de cheque alheio ou falsificado - a Súmula 48 do STJ diz que neste caso, por se tratar de estelionato comum o foro competente é o da obtenção da vantagem ilícita.
Emissão de cheque pré-datado – quando comprovado que desde o princípio o agente não tinha intenção de honrar tal cheque. O cheque tem natureza tem natureza de ordem de pagamento a vista e quando emitido pré-datado significa que ele foi utilizado como se fosse uma nota promissória, de modo que se afasta o crime de cheque sem fundo. É lógico que se o agente depositou antes e não tinha fundos não gera crime. 
Contra Idoso
Art. 171 § 4o  Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.  
RECEPTAÇÃO
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:            
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
		A receptação é um crime acessório porque pressupõe a ocorrência de um crime anterior. No entanto, a receptação é punida ainda que desconhecido o autor do crime antecedente e ainda que ele seja isento de pena (menor, doente mental, filho da vítima e etc.). 
	Destaca-se que o crime antecedente tenha reflexos patrimoniais, mas não se exige um dos crimes contra o patrimônio. Com efeito, o produto de um peculato, por exemplo, pode ser objeto de receptação apesar de ser crime contra a administração pública. 
	É possível receptações sucessivas, ou seja, receptações praticadas por pessoas diversas em relação ao mesmo bem, desde que todos conheçam sua procedência ilícita.
	O art. 180 exige que o bem seja produto de crime, de modo que o produto de uma contravenção não pode ser objeto de receptação. 
	Produto de crime é aquilo que o agente obtém com a ação delituosa, exemplo, carro furtado, relógio roubado, etc. O fato deste bem passar por uma transformação posterior não lhe retirar tal característica. Ex.: joias derretidas ou peças desmontadas de um carro roubado continuam sendo produto de crime.
	Os instrumentos de crime que são objetos que já estavam na posse do agente e que ele usa para cometer o delito não pode ser objeto de receptação. Ex.: usar faca para roubar celular e depois vender a faca para terceiro.
Temos a recepção dolosa simples que esta no cáput do art. 180 do CP. E se subdivide em:
Receptação Própria
Dentro da receptação própria do art. 180, cáput, primeira parte, as condutas “ocultar”, “transportar” e “conduzir” são permanentes e a prisão em flagrante é possível em qualquer momento enquanto não cessar a permanência. 
Já as condutas “adquirir” e “receber” são crimes instantâneos. 
Como o tipo contém cinco verbos separados pela partícula “ou” enquadra-se no conceito de tipo misto alternativo ou crime de ação múltipla ou de conteúdo variado em que uma só conduta já configura a receptação e a realização de duas ou mais condutas sobre o mesmo bem configura crime único.
Como o tipo penal exige que o agente saiba da procedência criminosa, pode se concluir que neste crime é necessário que o agente queira comprar algo de origem criminosa, sendo apenas compatível com o dolo direto. 
Na prática, se alguém agiu com dolo eventual será enquadrado na receptação culposa do art. 180 §3° do CP.
O sujeito ativo da receptação pode ser qualquer pessoa, exceto aquelas que tenham tomado parte no crime antecedente, pois só respondem por este, prova disso é que para essas pessoas constituem post factum impunível, condutas posteriores em relação aos bens, frutos do crime antecedente. 
O sujeito passivo da receptação é a mesma vítima do crime antecedente. 
O dono do bem, em regra geral, não pode ser autor de receptação a não ser no mútuo pignoratício. 
Receptação Imprópria
Art. 180, cáput, segunda parte. Consiste em influir para que terceiro de boa-fé adquira, receba ou oculte objeto produto de crime.
A receptação imprópria pune o intermediário que ciente da origem criminosa do bem o oferece ao terceiro que desconhece tal procedência. O crime se consuma com a oferta ainda que o terceiro de boa-fé resolva não adquirir, ocultar ou receber o bem. Trata-se, portanto, de crime formal. 
A tentativa não é admitida porque se o agente fez a proposta, o crime esta consumado, e se não o fez o fato é atípico. 
Obs.: a receptação própria admite tentativa, enquanto a imprópria não. 
Receptação com Causas de Aumento de Pena
Art. 180 § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. 
		A pena da receptação simples, própria ou imprópria, será aplicada em dobro se o produto de crime pertencer à União, estado, município, sociedade de economia mista ou concessionária e serviço público. O DF por interpretação extensiva deveria integrar, mas há um julgado do STJ que entende que seria analogia in malam partem.
Receptação Privilegiada
Art. 180 § 5º - (...) Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.  
		Aplicam-se à receptação doloso os benefícios do furto privilegiado se o réu for primário e o produto do crime for de pequeno valor. 
Receptação Qualificada
Art. 180 § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:     
        Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
		Aqui a receptação é praticada por aquele que esta no exercício de atividade comercial ou industrial, em situação em que o agente deve saber da procedência criminosa (dolo direto ou dolo eventual) é tipo misto alternativo. 
		O art. 180§2° permite que se puna na forma qualificada o comerciante irregular ou clandestino e até mesmo aquele que exerce comércio em casa. 
Receptação de Semovente Domesticável de Produção
Art. 180-A.  Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:    
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa
	É uma figura qualificada recentemente introduzida no Código Penal, aliás, que exige dois requisitos:
O objeto material deve ser semovente domesticável de produção (boi, porco, galinha, ovelha e etc.).
A conduta do receptador deve ser praticada com o fim de produção ou comercialização futura do animal que deve saber ser produto de crime. 
Receptação Culposa
Art. 180 § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: 
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. 
	
	Como é sabido por todos, o tipo culposo, em quase sua totalidade, é aberto, pois é impossível ao legislador prever todas as hipóteses de cometimento do crime culposo. Excepcionalmente o tipo culposo da receptação é fechado porque o legislador enumerou todas as possibilidades de cometimento desse crime, a saber:
Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza, deve presumir-se obtida por meio criminoso. Ex.: aquisição de uma arma sem a cautela de pesquisar sua numeração junto aos órgãos competentes.
Adquirir ou receber coisa que, pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. Ex.: adquirir objeto valiosode pessoa que não teria condições de ter como aquele.
Adquirir ou receber coisa que, pela desproporção entre o valor e o preço, deve presumir-se obtida por meio criminoso. 
Por fim, o juiz pode aplicar o perdão judicial na receptação culposa se o criminoso é primário e levando-se em consideração o fato.
IMUNIDADES PENAIS
	
Existem duas espécies dessas imunidades:	
Imunidades Absolutas ou Exclusas Absolutórias PROVA
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:            
        I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
        II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Natureza Jurídica – são causas excludentes de punibilidade ficando a autoridade policial impedida de instaurar qualquer investigação policial. 
Hipóteses
Quando o crime é praticado em prejuízo do cônjuge na constância da sociedade conjugal.
Aplica-se aqueles que se encontram separados de fato; independe do regime de bens; aplica-se para aqueles que vivem em união estável seja do mesmo sexo ou não; aplica-se também para aqueles casados do mesmo sexo.
Quando o crime for praticado contra ascendente ou descendente, qualquer que seja o grau na linha reta (filhos, pais, avós, bisavós) e entram os filhos adotados e não entram os parentes por afinidade (sogro, sogra, genro, nora e etc.). 
Imunidades Relativas
        Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:          
        I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
        II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
        III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Natureza Jurídica - É a transformação de um crime que de ação penal publicada incondicionada passa a ser apurada por meio de ação penal publica condicionada à representação.
Hipóteses:
Crime praticado em prejuízo do cônjuge do qual o agente se encontra separado judicialmente.
Não se aplica essa hipótese para aqueles que estão divorciados e porque nessa qualidade há o rompimento do vínculo matrimonial (morte ou divórcio). 
Crimes praticados entre irmãos. 
Podem ser irmãos do mesmo pai e da mesma mãe (germanos) ou filhos do mesmo pai e da mesma mãe (unilaterais). 
Tio ou sobrinho que o agente coabita.
O crime não precisa ocorrer dentro da residência, bastando que morem juntos. 
CUIDADO: As duas espécies de imunidades não se aplicam nas hipóteses do artigo 183 do CP, a saber:
        Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
        I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
        II - ao estranho que participa do crime.
	Seja coautor ou partícipe.
        III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
	
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Disposições Gerais
Todos os crimes deste título tramitam em segredo de justiça.
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.  
Em todos os crimes previstos neste título, a pena é aumentada:
De 1/2, se do crime resultar gravidez.
De 1/6 até 1/2, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. Ex.: HPV, Sífilis, Gonorreia e etc.
Obs.: Aids – como essa doença é incurável, sua transmissão constitui para alguns tentativa de homicídio e para outros lesão corporal gravíssima. Dessa forma, o agente deve ser penalizado por crime de estupro simples em concurso com lesão gravíssima ou tentativa de homicídio, até porque agiu com dolo eventual em relação à transmissão da doença. Agora, caso se demonstre efetiva intenção de transmiti-la, a hipóteses será de concurso formal impróprio em que se estupra para transmitir aids, assim o agente age com designíos autônomos.
CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:        
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Objetividade jurídica – é a liberdade sexual da pessoa (é a faculdade de livre escolha do parceiro sexual).
Sujeito ativo – NOVIDADE: qualquer pessoa. Admite tanto a coautoria como a participação. É possível o estupro em virtude de sua omissão. Ex.: mãe que nada fez para evitar que seu companheiro mantenha relações sexuais com a sua filha de 16 anos.
É certo óbvio dizer também que o cônjuge pode estuprar o outro, tendo sua pena aumentada de metade.
Sujeito passivo – NOVIDADE: qualquer pessoa, independentemente do sexo. A lei não exige honestidade da vítima, podendo ser inclusive obviamente a prostituta.
Obs.: a conjunção carnal após a morte da vítima constitui crime de vilipêndio a cadáver do artigo 212 do Código Penal.
Tipo Objetivo – Constranger por meio de violência ou grave ameaça (forçar, obrigar, coagir e etc.). 
Nesse crime o agente busca a conjunção carnal (penetração total ou parcial e independe de ejaculação).
No estupro, o agente também pode buscar a pratica ou permissão que com a vítima se pratique outro ato libidinoso (é certo dizer que mesmo com a revogação do atentado violento ao pudor, suas condutas migraram para o crime de estupro, vindo a tona o princípio da continuidade normativa-típica de Zafaroni). Ex.: sexo anal, sexo oral, passar as mãos nos seios da vítima ou em suas nádegas, esfregar o órgão sexual no corpo dela. 
É desnecessário contato físico entre autor e vítima para que aja o estupro, como, por exemplo, quando a vítima é obrigada a se auto-masturbar ou aa introduzir um vibrados nos seus próprios órgãos ou quando é forçada a fazer sexo com o animal. 
Também é possível, logicamente, o estupro sem a necessidade de tirar a roupa da vítima. 
Comete constrangimento ilegal o agente que manda a vítima tirar a roupa, sem obriga-la a prática de qualquer ato sexual. Ressaltando que para alguns doutrinadores configura estupro. 
Configura a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, a conduta do agente se limitar ao uso de palavras para fazer propostas indecorosas à vítima. 
Não é também estupro quando o agente de forma dolosa se encosta na vítima aproveitando-se da lotação do ônibus, uma vez que não houve emprego de violência ou grave ameaça. 
Consumação – com a introdução, por exemplo, total ou parcial do pênis da vagina, contudo, se antes disso o agente realizou outro ato sexual independente já terá cometido estupro consumado em tal momento. 
Tentativa – é possível quando o agente emprega a violência ou grave ameaça e não consegue realizar qualquer ato sexual com a vítima por circunstâncias alheias a sua vontade. 
Obs.: Não se exige ato heroico da vítima, mas tem que se comprovar o dissenso sério.
Materialidade delitiva – a palavra da vítima basta para condenação do agente. 
Qualificadoras do estupro
Vítima menor de 18 e maior de 14 anos.
Caso a vítima complete 14 anos na data de hoje e venha a ser violentada, temos esse estupro qualificado. 
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.  
Se resulta lesão grave / morte
§ 2o  Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos  
As qualificadores 2 e 3 são exclusivamente preterdolosas (dolo no antecedente e culpa no consequente), não admitindo tentativa.
Violação Sexual Mediante Fraude
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:           
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.  
	Não é um crime hediondo, diferentemente do anterior. 
Sujeito ativo – qualquer pessoa independentemente do sexo.
Sujeito passivo – qualquer pessoa independentemente do sexodesde que não seja vulnerável. 
Tipo objetivo – ter conjunção carnal ou outro ato libidinoso. O meio empregado é a fraude (irmãos gêmeos ou a prática de recurso que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade do ofendido). 
CUIDADO: Caso inviabilize sua capacidade de reação física pelo emprego de soníferos, configura estupro de vulnerável. 
Consumação – no momento em que é realizado o ato sexual.
Tentativa – é possível quando o agente emprega a fraude, mas não consegue realizar o ato sexual. 
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
Assédio Sexual
 Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.          
        Parágrafo único. 
        § 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
Trata-se de crime bipróprio, pois a lei exige requisitos especiais dos sujeitos ativo e passivo, quem pode cometer é o superior hierárquico de quem tem ascendência (ex.: professor de graduação). Já a vítima é aquela que é inferior hierarquicamente ou que sofre ascendência. 
Tipo Objetivo – constranger significa envergonhar, embaraçar, podendo ocorrer tanto em relações privadas como nas públicas.
Trata-se de crime de ação livre, podendo ser praticado atos, gestos. Palavras, escritos e etc. Ex.: pedir para trocar a roupa em sua presença para experimentar campanha nova.
Vale destacar que esse crime sempre visa a vantagem ou favorecimento sexual.
O emprego da ameaça não é elemento delitivo, mas pode aparecer. Ex.: se relacione comigo e será promovido. 
Consumação – é crime formal, pois se consuma no momento do assédio, independentemente da efetiva obtenção da vantagem ou favorecimento sexual visados. 
Tentativa – é possível na forma escrita (um bilhete com proposta indecorosa que é extraviado). 
Causa de aumento de pena – a pena é aumentada em até 1/3 se a vítima é menor de dezoito anos. 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS
Estupro de Vulnerável
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
	
Trata-se de crime hediondo em todas suas figuras, simples ou qualificada.
Sujeito ativo – qualquer pessoa.
Sujeito passivo – é crime próprio, pois exige requisito especial no tocante ao sujeito passivo, no caso, ser vulnerável, aliás que pode ser:
Os menores de 14 anos.
As pessoas portadoras de enfermidade ou deficiência mental, que não tenham o necessário discernimento para a prática do ato é necessária perícia. Só haverá esse crime se a doença mental retirar por completo a capacidade de discernimento e houver prova idônea nesse sentido.
As pessoas, por qualquer outra causa, não poder oferecer resistência. Esse fator pode ser doença, idade avançada, desmaio), provocado pelo agente (ministração de sonífero ou droga na bebida da vítima ou causado por ela própria como por exemplo se embriagar). 
Consumação – no momento da prática ou de qualquer ato libidinoso. 
Tentativa – é possível. 
Qualificadoras – 
Se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave.
Se da conduta resultar morte.
São condutas exclusivamente preterdolosas, como no estupro simples.
NOVIDADE:
Súmula 593 do STJ: “O crime de estupro de vulnerável configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente”.
	Com relação ao crime de estupro de vulnerável editou em 26/10/2017 a Súmula 593, também não importando eventual matrimônio. CAI NA PROVA!!
Corrupção de Menores
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:       
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.  
	Embora os códigos não falem o nome do crime, o site chama de “corrupção de menores”.
Sujeito passivo – crianças ou adolescentes menores de 14 anos.
Início da contagem de prazo do PPP – começa a correr no dias em que a vítima completa dezoito anos, salvo se antes disso a ação penal já houver sido proposta (art. 111, V do CP). 
Tipo Objetivo – induzir menor de 14 anos a satisfazer os desejos sexuais de outrem que por sua vez deve ser determinada.
Destaca-se que esse crime só se aperfeiçoa se esse menor satisfazer a lascívia de outrem sem realizar ato sexual efetivo, como por exemplo realizar sexo ao telefone.
Consumação e Tentativa – no momento em que o ato é realizado, independentemente de o terceiro restar satisfeito. 
A tentativa é possível.
DISPOSIÇÕES GERAIS – CAPÍTULO I e II
Ação Penal
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.      
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
Em regra, a ação é condicional pública condicionada a representação. Exceções: a) vítima menor de 18 anos; e b) vítima vulnerável. 
Para a sexta turma do STJ, a pessoa vulnerável do artigo 225, parágrafo único, traduz o mesmo conceito de vulnerável no artigo 217-A do CP?
Não, para essa turma “brilhante” do STJ, a pessoa vulnerável de que trata o parágrafo único é somente aquela que possui uma incapacidade permanente de oferecer resistência à prática dos atos libidinosos. Se a pessoa é incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência dos atos libidinosos, ela não pode ser considerada vulnerável para fins do parágrafo único do artigo 225 do CP, de forma que a ação penal permanece sendo condicionada à representação da vítima. 
Caso de aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada:               
        I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;         
A pena é aumentada em 1/4 se o crime é cometido por duas ou mais pessoas (admite-se a participação e a coautroria).
        II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
		De metade, nas hipóteses do art. 226, II, que inclui o cônjuge.
ATO OBSCENO – CAPITLO VI
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
	Pudor é o sentimento de vergonha, de timidez que as pessoas sentem em relação a atos que ferem a moral. No entanto, se protege a moral sexual pública, o pudor público.
Sujeito Passivo
É a coletividade, sendo por isso classificado como crime vago (é aquele crime que tem como sujeito passivo um ente que carece de personalidade jurídica).
Sujeito Ativo
Qualquer pessoa, sendo classificado como crime comum. 
Tipo Objetivo
Praticar, fazer, realizar ato obsceno (manifestação corpórea de caráter sexual que ofende o pudor público e tem que ser relativa a sexo e pressupõe um gesto e não apenas palavras). 
Qual a diferença entre ato obsceno e ato libidinoso? Em breves palavras, o ato obsceno fere o pudor público, enquanto o ato libidinoso busca o prazer sexual.
Obs.: pode-se ter um ato obsceno e libidinoso ao mesmo tempo. Ex.: duas pessoas em conjunção carnal em via pública. 
Locais em que o ato pode ser praticado
Lugar público – aquele acessível a um número indeterminado de pessoas, como por exemplo, o parque Ibirapuera. 
Obs.: Lugar ermo – aquele de difícil acesso, por exemplo, caverna; praias de difícil acesso.
Lugar aberto ao público – aquele acessível, mas mediante uma condição, como por exemplo, IBMEC Damásio SP. 
Obs.: manifestação cultural ou artística não configura o crime de ato obsceno, conforme jurisprudência. 
Lugar exposto

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