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Nos exercícios de número 1 a 22, faça a associação de acordo com o seguinte código: a) elipse g) anacoluto b) zeugma h) silepse de gênero c) pleonasmo i) silepse de número d) polissíndeto j) silepse de pessoa e) assíndeto l) anáfora f) hipérbato m) anástrofe 1. ( ) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.”(Machado de Assis) 2. ( ) “Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.” (José Lins do Rego) 3) ( ) “Este prefácio, apesar de interessante, inútil.” (Mário Andrade) 4. ( ) “Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia de querer estar ao lado de lá-Dijina, em sua casa deles dois, da outra banda, na Lapa-Laje.” (Guimarães Rosa) 5. ( ) “Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes de flores com laços de fitas, o Zé-Povinho de chapéu erguido.” (Aníbal Machado) 6. ( ) “Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes, deslizavam melhor, a salvo, ou tinham mais invioláveis esconderijos, os sertanejos emboscados. “ (Euclides da Cunha) 7. ( ) V. Exa. está cansado? 8. ( ) “Caça, ninguém não pegava... (Mário de Andrade) 9. ( ) “Mas, me escute, a gente vamos chegar lá.”(Guimarães Rosa) 10. ( ) “Grande parte, porém, dos membros daquela assembléia estavam longe destas idéias.”(Alexandre Herculano) 11. ( ) “E brinquei, e dancei e fui Vestido de rei....”(Chico Buarque) 12. ( ) “Wilfredo foge. O horror vai com ele, inclemente. Foge, corre, e vacila, e tropeça e resvala, E levanta-se, e foge alucinadamente....”(Olavo Bilac) 13. ( ) “Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com a colher, acendeu o cachimbo, pôs-se a chupar o canudo do taquari cheio de sarro.” (Graciliano Ramos) 14. ( ) “Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.” (Antônio Olavo Pereira) 15. ( ) “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal Machado) 16. ( ) “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado.”(Martinho da Vila) 17. ( ) “Rubião fez um gesto. Palha outro; mas quão diferentes.”( Machado de Assis) 18. ( ) “Estava certo de que nunca jamais ninguém saberia do meu crime.” (Aurélio Buarque de Holanda) 19. ( ) “Fulgem as velhas almas namoradas.... - Almas tristes, severas, resignadas, De guerreiros, de santos, de poetas. “ (Camilo Pessanha) 20. ( ) “Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem porque vêem os outros viverem.” (J. Simões Lopes Neto) Respostas - figuras de linguagem – exercícios 1. j 2. g 3. a 4. c 5. e 6. f 7. h 8. g 9. j 10. i 11. d 12. d 13. e 14. a 15. i 16. c 17. b 18. c 19. b 20. I AMBIGUIDADE Palavras com duplo sentido. Manuel Bandeira, poeta maior, escreveu um texto chamado "Poema só para Jayme Ovalle". Para um poema cujo tema é essencialmente a solidão, o título é intencionalmente ambíguo. No poema de Bandeira, "só" pode referir-se a "poema" ("poema solitário", por exemplo) ou a "Jayme Ovalle" ("poema feito exclusivamente para Jayme Ovalle", por exemplo). É importante também destacar o papel da pontuação. Compare a frase "Só você não conseguirá a resposta" com "Só, você não conseguirá a resposta". Parecem iguais. As palavras são as mesmas, a ordem das palavras é a mesma, mas a vírgula faz a diferença. Na primeira, "só" significa "apenas"; na segunda, "sozinho/a". Vale lembrar a expressão "a sós", invariável: "Quero ficar a sós"; "Queremos ficar a sós"; "Ele quer ficar a sós"; "Eles querem ficar a sós". Não faça confusão. Quando "só" significa "sozinho/a", varia, ou seja, tem singular e plural. Quando significa "somente, apenas", não varia, não tem plural. E a expressão "a sós" é fixa, invariável. Outros exemplos de frases ambíguas: "Encontrei seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h." (O escritório era da pessoa com quem se estava falando ou do chefe dela?) Ao saber que um sobrinho havia levado uma mordida, minha mulher perguntou: "Afinal, quem mordeu o Pedro?" A resposta foi imediata: "Foi a cachorra da namorada do João neurótica." (Quem mordeu o Pedro foi: 1. a cachorra, que é neurótica e pertence à namorada do João? 2. a cachorra, que pertence à namorada neurótica do João? 3. a namorada do João, que, além de ser uma "cachorra", é uma neurótica? ANACOLUTO Ruptura da ordem lógica da frase. É um recurso muito utilizado nos diálogos, que procuram reproduzir na escrita a língua falada. Também permite a caracterização de estados de confusão mental. Exemplo "Deixe-me ver... É necessário começar por... Não, não, o melhor é tentar novamente o que foi feito ontem." ANÁFORA R epetição sistemática de termos ou de estruturas sintáticas no princípio de diferentes frases ou de membros da mesma frase. É um recurso de ênfase e coesão. Exemplo Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia. (Manuel Bandeira) ANTÍTESE Aproximação de palavras de sentidos opostos. Exemplos Na ofuscante CLARIDADE daquela manhã, pensamentos SOMBRIOS o perturbavam. ASSÍNDETO É a coordenação de termos ou orações sem utilização de conectivo. Esse recurso costuma imprimir lentidão ao ritmo narrativo. Exemplo "Foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio ruída pelo cupim, arrancou touceiras de macambira, arrumou tudo para a fogueira." (Graciliano Ramos) CATACRESE P alavra que perdeu o sentido original. Exemplos salário (= pagamento que era feito em sal) secretária (= móvel em que se guardavam segredos) azulejos (= ladrilhos azuis) ELIPSE O omissão de um ou mais termos de uma oração, o qual se subentende, se presume. Exemplos Ao redor, bons pastos, boa gente, terra boa para se plantar. (Omissão do verbo HAVER) Na memorável "Canto triste" (música de Edu Lobo e letra de Vinicius de Moraes), há um belo exemplo de elipse: "Onde a minha namorada? Vai e diz a ela as minhas penas e que eu peço, peço apenas que ela lembre as nossas horas de poesia...". No trecho "Onde a minha namorada?", está subentendido um verbo ("está", "anda" etc.). É bom lembrar que existe um caso específico de elipse, que alguns preferem chamar de "zeugma". Trata-se da omissão de termo já citado na frase. É o caso, por exemplo, de "Ele primeiro foi ao cinema, depois, ao teatro". Em "depois, ao teatro", não se repetiu a forma verbal "foi", expressa na primeira oração ("Ele primeiro foi ao cinema"). Há um caso específico de zeugma, que ocorre quando a palavra omitida tem flexão diferente da que se verifica no termo expresso anteriormente. É o caso, por exemplo, de "Eu trabalho com fatos; você, com boatos". Que palavra está subentendida? É a forma verbal "trabalha", flexionada na terceira pessoa do singular e deduzida de "trabalho", da primeira pessoa do singular do presente do indicativo de "trabalhar". Esse caso de zeugma é chamado por alguns de "zeugma complexa" (ou "zeugma complexo", já que, para alguns dicionários, a palavra "zeugma" é masculina, mas, para outros, feminina; há ainda os que a consideram palavra de dois gêneros, isto é, que pode ser usada indiferentemente no masculino ou no feminino). EUFEMISMO O Dicionário "Houaiss" diz que é "palavra, locução ou acepção mais agradável, de que se lança mão para suavizar ou minimizar (...) outra palavra, locução ou acepção menos agradável, mais grosseira...". O "Aurélio" diz que é "ato de suavizar a expressão duma idéia substituindo a palavra ou expressão própria por outra mais agradável, mais polida". Exemplos Ontem, Osvaldo partiu dessa pra melhor (em vez de "morreu") Este trabalho poderia ser melhor (em vez de "está ruim"). Às vezes, a suavização é feita de um jeito todo particular: pela negação do contrário. Para que não se diga, por exemplo, que determinado indivíduoé burro, diz-se que é pouco inteligente, ou simplesmente que não é inteligente. Esse caso, que contém forte dose de ironia, chama-se "litotes". É bom que se diga que com a litotes não necessariamente se suaviza. Para que se diga que uma pessoa é inteligente, pode-se dizer que não é burra: "Seu primo não é nada burro". Em suma, a litotes é "modo de afirmação por meio da negação do contrário", como define o "Aurélio". HIPÉRBOLE É bom observar que no extremo oposto do eufemismo está a "hipérbole". Se com aquele suavizamos, atenuamos, abrandamos, com esta aumentamos, enfatizamos, exageramos. Exemplos Eu já disse um milhão de vezes que não fui eu quem fez isso! Ela morreu de medo ao assistir aquele filme de suspense. Hoje está um frio de rachar! Aquela mãe derramou rios de lágrimas quando seu filho foi preso. Não convide o João para sua festa, porque ele come até explodir! Os atletas chegaram MORRENDO DE SEDE. GALICISMO ou FRANCESISMO P alavra ou expressão francesa usada na língua portuguesa ou em outra língua qualquer. Exemplos: vitrine (por vitrina, espécie de caixa com tampa envidraçada, ou armário com vidraça móvel, onde se guardam objetos expostos à venda ou a serem vistos; fetiche (por feitiço); gauche (por desajeitado); ter lugar (por realizar-se); fazer um passeio (por dar um passeio). GRADAÇÃO Consiste em encadear palavras cujos significados têm efeito cumulativo. Exemplo Os grandes projetos de colonização resultaram em pilhas de papéis velhos, restos de obras inacabadas, hectares de floresta devastada, milhares de famílias abandonadas à própria sorte. HIBRIDISMO Em língua portuguesa, significa palavras em cuja formação entram elementos de idiomas diferentes. Exemplos "Biologia" - bio (vem do latim e significa vida) + logia (vem do grego e significa estudo ou ciência): ciência que estuda a vida. Em "automóvel", por exemplo, temos o elemento grego "auto" associado a "móvel", que vem do latim. Em "sociologia", temos "socio", do latim, e "logia", do grego. Em "burocracia", temos "buro", do francês "bureau", que significa "escritório", "repartição", e "cracia", que vem do grego e significa "poder", "autoridade". A burocracia nada mais é do que o poder de quem mexe com papéis. Repetindo: o processo pelo qual se formam palavras pela união de elementos de línguas diferentes chama-se "hibridismo". São também híbridas palavras como "televisão" (soma do grego "tele", que significa "longe", "distante", com "visão", que vem do latim); "abreugrafia" (que vem de "Abreu", sobrenome do médico brasileiro que criou determinado processo radioscópico, e "grafia", elemento grego, que significa "descrição", "escrita"); "pitangueira" (soma de "pitanga", que vem do tupi, com o sufixo latino "eiro/a"); "sambódromo", que reúne "samba", de origem africana, e "dromo", do grego ("lugar em que se corre"). Quando se pensa que "sambódromo" é formada por um elemento africano e outro grego, mas só faz sentido no português do Brasil, entende-se por que língua e cultura são elementos indissociáveis. HIPÉRBATO É a inversão da ordem natural das palavras. Exemplo "De tudo, ao meu amor serei atento antes" (ordem indireta ou inversa) Em vez de "Serei atento ao meu amor antes de tudo" (ordem direta) IRONIA Consiste em, aproveitando-se do contexto, utilizar palavras que devem ser compreendidas no sentido oposto do que aparentam transmitir. É um poderoso instrumento para o sarcasmo. Exemplo Muito competente aquele candidato! Construiu viadutos que ligam nenhum lugar a lugar algum. METÁFORA Palavra empregada fora de seu sentido real, literal, denotativo. Exemplos Eliana não SE DOBROU às desculpas do namorado que a deixou esperando por uma hora. Ontem à noite choveu CANIVETES! Na base de toda metáfora está um processo comparativo: Senti a seda do seu rosto em meus dedos. (Seda, na frase acima, é uma metáfora. Por trás do uso dessa palavra para indicar uma pele extremamente agradável ao tato, há várias operações de comparação: a pele descrita é tão agradável ao tato quanto a seda; a pele descrita é uma verdadeira seda; a pele descrita pode ser chamada seda.) METONÍMIA Ocorre quando uma palavra é usada para designar alguma coisa com a qual mantém uma relação de proximidade ou posse. Exemplo Meus olhos estão tristes por que você decidiu partir. (Olhos, na frase acima, é uma metonímia. Na verdade, essa palavra, que indica uma parte do ser humano, esta sendo usada para designar o ser humano completo.) ONOMATOPÉIA Emprego de palavras apropriadas na tentativa de se imitar o som de alguma coisa. Exemplos Não conseguia dormir com o TIC-TAC do relógio da sala. "Lá vem o vaqueiro pelos atalhos, tangendo as reses para os currais. Blem... blem... blem... cantam os chocalhos dos tristes bodes patriarcais. E os guizos finos das ovelhinhas ternas dím... dím... dím... E o sino da igreja velha: bão... bão... bão..." (Ascenso Ferreira) PERÍFRASE Uso de um dos atributos de um ser ou coisa que servirá para indicá-lo. Exemplos Na floresta, todos sabem quem é o REI DOS ANIMAIS. (REI DOS ANIMAIS = LEÃO) A CIDADE MARAVILHOSA torce para um dia sediar os Jogos Olímpicos. (CIDADE MARAVILHOSA = RIO DE JANEIRO) PLEONASMO Repetição, no falar ou no escrever, de idéias ou palavras que tenham o mesmo sentido. É vício quando empregado por ignorância: Subir para cima; é figura quando consciente, para dar ênfase à expressão. Exemplos A MIM só me restou a esperança de dias melhores. Casos de pleonasmos considerados estilísticos: Camões, em "Os Lusíadas", escreveu "De ambos os dous a fronte coroada". (Esta frase está na ordem inversa. Na ordem direta seria "A fronte de ambos os dous coroada." E "dous" é uma forma, hoje em desuso, equivalente a "dois". Observação: A palavra "ambos" é da mesma família das palavras "ambivalente", "ambidestro", "ambívio" ("encruzilhada"), "ambígeno" ("proveniente de duas espécies diversas") etc. "Ver com os próprios olhos". É óbvio que ninguém vê com as orelhas, nem vê com os olhos de outra pessoa. Mas essa combinação é aceita justamente por ser considerada expressiva, sobretudo pela palavra "próprios": "Vi com meus próprios olhos." Um outro bom exemplo de pleonasmo consagrado é "abismo sem fundo". Pouquíssimas pessoas sabem que, na origem, a palavra "abismo" significa "sem fundo". Ao pé da letra, "abismo" é "lugar sem fundo". Quando se perde a noção da origem de uma palavra, é natural que ocorram ligeiras mudanças em seu significado, o que justifica certos pleonasmos, como o de "abismo sem fundo". Afinal, hoje em dia, o sentido corrente de "abismo" não é de "lugar sem fundo" e sim de "lugar muito fundo". Convém lembrar que existe a forma paralela "abisso", hoje pouco usada. É dela que se forma o adjetivo "abissal". Apesar de o substantivo "abisso" estar fora de moda, o adjetivo "abissal" é mais usado que "abismal": "A ignorância dele é abissal/abismal." Ambas as formas são corretas e equivalentes. POLISSEMIA É a propriedade que tem a mesma palavra de assumir significados diferentes. Exemplos Lúcia bateu a porta. (fechou) Roberto bateu o carro. (trombou) Meu coração bate rápido. (pulsa) Em uma propaganda da Bradesco Seguros de automóveis vemos, na foto, um pincel de barbeiro, usado para espalhar o creme de barbear no rosto do cliente, e a legenda: "Esta cidade está cheia de barbeiros" (alusão aos maus motoristas) POLISSÍNDETO É o uso repetido da conjunção (do conectivo), entre elementos coordenados. Esse recurso costuma acelerar o ritmo narrativo. Exemplos "O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora." (Machado de Assis) "No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego Trabalhe, e teima, e lima, e sofre, e sua!" (Olavo Bilac) PROSOPOPÉIA ou PERSONIFICAÇÃO (ou ainda METAGOGE) Consiste em atribuir características de seres animados a seres inanimados ou características humanas a seres não-humanos. Exemplos "A floresta gesticulava nervosamente diante do lagoque a devorava. O ipê acenava- lhe brandamente, chamando-o para casa." As estrelas sorriem quando você também sorri. SILEPSE Figura pela qual a concordância das palavras se faz de acordo com o sentido, e não segundo as regras da sintaxe. A Silepse pode ser de pessoa, número ou gênero. Exemplos "Os brasileiros somos roubados todos os dias." Quem diz ou escreve a frase dessa forma põe o verbo na primeira pessoa do plural para deixar claro que é brasileiro e é roubado. Nessa frase, por exemplo, a concordância não foi feita com "os brasileiros", mas com o sentido, com a idéia que se quer enfatizar. É claro que teria sido possível empregar a forma "são" ("Os brasileiros são roubados..."), no entanto, o enfoque mudaria completamente. No exemplo anterior, ocorre silepse de pessoa, já que se trocou a terceira pessoa pela primeira. A de número ocorre quando se troca o singular pelo plural (ou vice-versa), como se vê neste exemplo: "A turma chegou cedo, mas, depois que foi dado o aviso de que o professor se atrasaria, desistiram de esperar e foram embora". Nessa frase, as formas verbais "desistiram" e "foram" se referem ao termo "turma", mas não concordam com a forma dessa palavra (singular), e sim com a idéia contida em seu significado ("alunos", no caso). A silepse de número é comum com o vocativo representado por coletivo, seguido de verbo no plural: "Turma, turma, venham". De novo, o verbo ("venham") não concorda com a palavra "turma", mas com sua idéia. A silepse é de gênero quando se troca o masculino pelo feminino (ou vice-versa). Em "São Paulo está assustadíssima com a brutalidade", exemplo clássico, o adjetivo "assustadíssima", no feminino, não concorda com "São Paulo", nome de santo, masculino, mas com "cidade", palavra que não foi dita ou escrita. O mesmo processo se dá quando se diz "Porto Alegre é linda". "Porto" é palavra masculina, mas a concordância de "linda" também se dá com "cidade". Em certos casos, ocorrem, simultaneamente, a silepse de gênero e a de número, como se vê neste exemplo, transcrito do "Dicionário Houaiss": "Que será de nós, com a bandidagem podendo andar soltos por aí". Na frase, o adjetivo "soltos" não concorda com a forma singular e feminina da palavra "bandidagem", mas com sua idéia ("os bandidos"). Observação É bom lembrar que a Silepse também é chamada de "concordância ideológica". SINESTESIA A proximação de sensações diferentes. Exemplos Naquele momento, sentiu um CHEIRO VERMELHO de ódio. (CHEIRO, olfato - VERMELHO, visão) ZEUGMA O missão de um ou mais elementos de uma oração, mas que já foram mencionados em outra. Fonte: intervox.nce.ufrj.br FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso lingüístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido figurado, não- denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo. As figuras de linguagem classificam-se em: a) figuras de palavras; b) figuras de harmonia; c) figuras de pensamento; d) figuras de construção ou sintaxe. A divisão das figuras de linguagem (em figuras de palavras, figuras de pensamentos e figuras de construção) segue um critério didático e por isso pode haver classificações diferentes se procurado em vários autores. A expressão Figuras de Estilo foi criada para uni-las num todo, sem divisão alguma. Figura de Palavras Figuras de Pensamentos Figuras de Construção Comparação Simples Comparação por Símile Metáfora Catacrese Sinestesia Antonomásia Sinédoque Metonímia Onomatopéia Símbolo (alegoria) Antítese Paradoxo Ironia Perífrase Eufemismo Disfemismo Hipérbole Gradação Prosopopéia Apóstrofe Elipse Zeugma Polissíndeto Assíndeto Pleonasmo Inversão ou Hipérbato Anacoluto Anáfora Silepse Anadiplose Diácope Epístrofe Assonância Aliteração Paranomásia Fonte: br.geocities.com/mitologica_2000/ FIGURAS DE LINGUAGEM O que é Figura de Linguagem? Figuras de linguagem são estratégias literárias que um escritor pode aplicar em determinado texto com o objetivo de fazer um efeito determinado na interpretação do leitor, são formas de expressão que caracterizam formas globais no texto. Elas podem se relacionar com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas. Observando o diálogo entre dois amigos, percebi duas figuras de linguagem constantes no nosso vocabulário, (nomes fictícios). João: Antes de ir na casa da Paulinha, tive que subir lá em cima do telhado para arrumar a antena para minha mãe. Marcos: Toda vez que você vai sair, você tem que arrumar a tal da antena da mamãe, já foram mais de um milhão de vezes, incrível. Podemos perceber na conversa do João e Marcos, duas figuras de linguagem muito utilizadas, a primeira foi o pleonasmo "tive que subir lá em cima". Quem sobe, logicamente foi para cima, pois é impossível subir para baixo. O Pleonasmo possui essa característica, trata-se de idéias já ditas e que são novamente "ditas ou confirmadas", são expressas por idéias iguais, exemplo: Subir para cima, descer lá em baixo, Vi com os meus próprios olhos. Podemos perceber também na conversa, a segunda figura de linguagem, que é a hipérbole: "já foram mais de um milhão de vezes". Ocorre a hipérbole quando há um exagero na idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível. Exemplos BomBril, a esponja de aço com mil e uma utilidades. Já te avisei mais de mil vezes. Rios te correrão dos olhos, se chorares! (Olavo Bilac). As principais figuras de Palavras são Alegoria Antífrase Metáfora Metonímia ou Sinédoque Comparação simples Comparação por símile Hipálage Ironia Sarcasmo Catacrese Sinestesia Antonomásia Metalepse Onomatopéia Antítese Paradoxo Perífrase Eufemismo Disfemismo Hipérbole Gradação Prosopopéia ou Personificação Apóstrofe As Principais figuras de Construção são Analepse (oposto de prolepse) Anacoluto Anadiplose Anáfora Assíndeto Aliteração Assonância Clímax Diácope Epístrofe Epizêuxis Inversão ou Hipérbato Elipse Paranomásia Pleonasmo Polissíndeto Prolepse (oposto de analepse) Silepse Zeugma Fonte: www.alunosonline.com.br FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS VARIACIONAIS Eruditismo Consiste no uso de palavras eruditas, de conhecimento restrito, para despertar a atenção do autor ou para criar um efeito de intelectualidade, erudição, pedantismo. 88) Isto é despiciendo. (= desprezível) 89) Entre o Frango e a Fome, Há o cristal infrangível da Lei (= inquebrável) 90) tálamo (= leito nupcial) 91) imarcescíveis (= que não murcham) Neologismo Consiste no uso de um termo inventado para criar um efeito estilístico (emotivo, satírico, crítico, etc.) ou por não haver ainda uma palavra que represente nossa idéia. 92) organizações pilantrópicas (Betinho) 93) A constituição é imexível. 94) vervudo (que tem verve) Estrangeirismo A utilização de um termo estrangeiro tem três funções importantíssimas: em primeiro lugar, ele constitui a maneira mais fácil de despertar a atenção do leitor; em segundo lugar, ele evoca uma série de conceitos associados ao país ou cultura ao qual o termo pertence; em terceiro lugar, ele serve para expressar nuances de significado inexistentes na língua original. 95) Mon bien aimé, Raymond. (Aluísio Azevedo) 96) Ele tem élan. (= competência associada a elegância, saber fazer bem e com graça) 97) É preciso um know-how que nós não temos. Plebeísmo Uso de palavras condizentes com as camadas menos cultas da sociedade: gírias, palavras de caráter geral, frases vazias ou depouco brilho etc. 98) “Cada um com seu cada um!” 99) “O amor é lindo, o que estraga é a falsidade.” 100) Vou “dar no pé”, senão “sobra” para mim. Vulgarismo Abrangeria apenas os palavrões e as palavras decididamente ofensivas e grosseiras. Pode ser usado estilisticamente, para evidenciar o tipo de relações numa determinada comunidade. 101) Maria Carne-Mole (Aluísio Azevedo) 102)Vá te catar! Arcaísmo Uso de palavras desusadas para criar um clima passadista, histórico num determinado texto. Atualmente, a maioria dos teóricos da literatura considera-o um vício. 103)boticário (= farmacêutico) 104)Vosmicê (= você) Regionalismo Uso de palavras dialetais para dar uma cor local, um ambiente regional ao texto. 105)A usina está de fogo-morto. (= parada) 106)Vadinho, este é um cara porreta. (= bacana) Figuras de linguagem morfossintÁticas Anominação Consiste em empregar ou criar várias palavras com um mesmo radical. 107)chuva, chuvosa, chuventa, chuvadeira, pluvimedonha. 108)E canários cantando e beija-flores beijando flores e camarões camaronando e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde pequeninando e não mordendo. (Monteiro Lobato) Elipse Consiste na supressão de parte da frase; usada por bons autores, intensifica e valoriza a porção restante do discurso. 109) Ontem você estava tão linda Que o meu corpo chegou 110) Um galo sozinho não tece uma manhã: Ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele E o lance a outro; de um outro galo Que apanhe o grito que um galo antes Zeugma Consiste na supressão do verbo; é uma característica compartilhada pela estilística literária e pela estilística da fala, onde ocorre freqüentemente. 111) Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo; Bernardes para a cela, para si, para o seu coração. Anáfora Consiste na repetição de palavra no início de frases (ou versos) seguidas ou muito próximas. 112) Você – manhã, um sonho meu Você – que cedo entardeceu Você – de quem a vida eu sou 113) Pensem nas crianças mudas telepáticas Pensem nas meninas cegas inexatas Pensem nas mulheres rotas alteradas Epístrofe Consiste na repetição de palavra no fim de frases (ou versos) seguidas ou muito próximas. 114) Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia / – Assim! de um sol assim!" Epanadiplose ou anadiplose Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no fim de uma frase (ou verso) e no começo de outra. 115) Só não roeu o imortal soluço que rebentava, Que rebentava daquelas páginas 116) Tu choraste em presença da morte Em presença da morte choraste Quiasmo Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no início de uma frase (ou verso) e no fim da seguinte, ao mesmo tempo em que se repete a palavra ou expressão do término de uma frase (ou verso) no começo da seguinte. 117) No meio do caminho havia uma pedra Havia uma pedra no meio do caminho FIGURAS DE LINGUAGEM FÔNICAS Rima e Homeoteleuto Consistem na identidade de som na terminação de duas ou mais palavras; chama-se rima quando ocorre na poesia e homeoteleuto quando ocorre na prosa. O homeoteleuto é muito comum nos ditados populares. 118) Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte, A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte... 119) Mais vale uem Deus ajuda, do que quem cedo madruga Aliteração Consiste na repetição de sons consonantais. 120) Vozes veladas, veludosas vozes Volúpia de violões, vozes veladas Assonância Consiste na repetição de vogais. 121) São prantos negros de fumas Caladas, mudas, soturnas. 122) Tíbios flautins finíssimos gritavam. Homônimos e Expressões Homófonas Consiste no uso de palavras ou expressões que soam de maneira idêntica, mas têm significados distintos. 123) Sei o que dou e o que tomo, Sei o que como, e como. 124) O rio é o mesmo rio, mas não é o mesmo rio. Parônimos Consiste no uso de palavras que soam de maneira semelhante. 125) O poema é dúbia forma de enlace, substitui o órgão genital masculino pelo lápis — e é lapso. 126) Me dê paciência para que eu não caia Para que eu não pare nesta existência Tão mal cumprida tão mais comprida Onomatopéia Consiste na imitação dos sons da natureza. 127) Cocoró-corococó, cocoró-corococó, O galo tem saudade da galinha carijó 128) A menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas...Escolhia as mais bonitas, punhas entre os dentes e tloque. E depois do tloque, uma engolidinha do caldo e plufe! caroço fora. E tloque, tloque, plufe, tloque, plufe, lá passava o dia inteiro na árvore. (Monteiro Lobato) FIGURAS DE LINGUAGEM E ENSINO Durante muito tempo, os professores de português centraram-se nos estudos de sintaxe, morfologia, fonética e variação lingüística e praticamente ignoraram a semântica e a estilística, com terríveis efeitos. As regras gramaticais, bem como as quebras dessas regras e suas variações, estão sempre atreladas ao sentido do que se quer dizer e à impressão ou emoção que queremos exprimir ou provocar. Ignorar essa premissa no estudo da sintaxe, morfologia, fonética ou variação lingüística, é como edificar um monumento ignorando suas fundações e terreno. Além disso, o estudo da linguagem desvinculado de seus aspectos semânticos e estilísticos torna-se, para usarmos uma figura de linguagem, um paradoxo, visto que estuda-se algo concreto (a língua) em termos puramente abstratos, sem considerar sua realidade objetiva (o texto). O aluno ressente-se desta postura tão equivocada quanto monótona desenvolvendo um desinteresse, quiçá uma aversão ao estudo, emprego e fruição da língua portuguesa, limitando-se ao nível mais primário e imediato da linguagem, e perdendo toda sua riqueza expressiva, semântica e estilística. Por que não dar aos nossos alunos o mesmo enlevo, a mesma profundidade, o mesmo arrebatamento, que nos envolve ao ler e entender José de Alencar, Aluísio Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes, e tantos outros, mostrando-lhes a tessitura e o esplendor de suas metáforas, antíteses e prosopopéias, de suas aliterações e assonâncias, de suas anáforas e quiasmos? Ensinemos nossos alunos a deleitar-se, embrenhar-se, extasiar-se com a leitura e sozinhos, independentes e confiantes eles lograrão alcançar o domínio e perícia que tanto lhes falta no manejo da sua língua. Afrânio Garcia (UERJ) Fonte: www.filologia.org.br FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras sonoras Aliteração repetição de sons consonantais (consoantes). Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia. Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza) Assonância repetição dos mesmos sons vocálicos. Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso) (E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa) Paranomásia O emprego de palavras parônimas (sons parecidos). Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira) Onomatopéia Criação de uma palavra para imitar um som Exemplo A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles) Fonte: www.graudez.com.br FIGURAS DE LINGUAGEM Introdução Praticamente todas as situações de nossa vida, temos a disposição palavras e expressões que traduzem as nossas sensações emoções. Mas nem sempre utilizamos as mesmas palavras expressões em todas as situações que vivemos. Para as situações comuns, corriqueiras, temos um determinado número de palavras e expressões que traduzem muito bem aquilo que queremos comunicar.Elas vem automaticamente a nossa cabeça e são facilmente entendidas por todos. Mas existem situações em que essas palavras e frases corriqueiras não conseguem traduzir com exatidão aquilo que estamos sentindo. Através desse modo de dizer, diferente do comum procuramos enfatizar a nossas sensações. As figuras de linguagem servem exatamente para expressar aquilo que linguagem comum, falada, escrita e aceita por todos não consegue expressar satisfatoriamente. São uma forma do homem assimilar e expressar experiências diferentes, desconhecidas e novas. Por isso elas revelam muito da sensibilidade de quem produz, forma como cada indivíduo encara as suas experiências no mundo. Figuras de linguagem Palavra ou grupo de palavras utilizadas para dar ênfase a uma idéia ou sentimento. As mais difundidas, são as seguintes: Figuras de Palavras (TROPOS) As figuras de palavras consistem no emprego de um termo em um sentido diferente daquele em que esse termo é convencionalmente empregado. Por exemplo, convencionalmente, o termo "porta designa" uma peça de madeira ou que gira sob dobradiças que tem a função ao de fechar móveis, automóveis e construções, etc. . Mas quando dizemos: "Fulano não entende nada. "Ele é uma porta" , o termo "porta" não se referindo aquela peça de madeira ou de metal. Nesse caso, a palavra porta esta sendo utilizada num sentido diferente do convencional, para definir a dificuldade compreensão, a burrice do Fulano. Outro exemplo: " a porta dos sentimentos" . É claro que a palavra também. neste caso, não esta sendo utilizada no seu sentido convencional. "Errar a porta" , nesta frase, sugere um ganho, uma desilusão. Nesses dois casos termos figuras de palavras. Há casos também em que um termo, que originalmente designa alguma coisa especifica, tem seu sentido ampliado, passando a designar algo genérico. Temos exemplo do "Danone". O nome do produto é iogurte; Danone é a marca do iogurte produzido por um determinada fabricante. Mas a marca foi identificada de tal forma com o produto que, em vez de dizermos "Vou comprar um iogurte", freqüentemente dizemos "Vou comprar um danone" , mesmo quando o iogurte que compramos é de uma outra marca (Chambourcy, Pauli, Batavo, etc.). A palavra "Danone" , que designava um tipo de iogurte, teve seu significado ampliado e passou a designar o produto de uma forma geral. As figuras de palavras podem ser utilizadas tanto para tornar mais expressivo aquilo que queremos comunicar quanto para suprir a falta de um termo adequado que designe alguma coisa. Além disso, elas fazem com que a língua se torne mais econômica, uma vez que uma única palavra, dependendo do contexto, pode assumir os mais diferentes significados. FIGURAS DE SOM OU DE HARMONIA Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma oração ou texto, ou ainda quando se procura "imitar" os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres. ALITERAÇÃO Aliteração é a figura de som provocada pela incidência reiterada de algumas consoantes ou fonemas consonantes. "Que um Fraco Rei Faz Fraca a forte gente! " A letra de Caetano Veloso para a música `Pipoca moderna' é construída toda a partir de aliterações sobre os fonemas / n / e / p / . Leia em voz alta para perceber o efeito sonoro criado por essas aliterações: e era Nada de Nem Noite de Nego Não e era Nê de Nunca mais e era Noite de Nê Nunca de Nada mais e era Nem de Negro Não Porém Parece que a golpes de Pê de Pé de Pão de Parecer Poder (e era Não de Nada Nem) Aqui, as aliterações marcam fortemente o ritmo ocorrerem a intervalos regulares. Esses intervalos não são, cada verso, nunca maiores que duas sílabas. A única exceção ocorre no verso ` `porém parece que a golpes de pê" onde o intervalo maior acentua a mudança do fonema te ma: a partir desse verso e nos dois que se seguem a aliteração recairá sobre o fonema / p / . ASSONÂNCIA Assonância é a repetição de vogais e de sílabas semelhantes, mas não idênticas. Observe : "Sou Ana, da cama da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdaim". (Chico Buarque de Holanda) O segmento -ana aparece repetido cinco vezes ao longo dos três versos: às vezes, "Ana" é um segmento autônomo, uma palavra; outras, -ana aparece repetido no interior de outras palavras (em cana, fulana, bacana) . Se você. ler o. trecho em voz alta, vai perceber que -ama (de cama) e n primeiro -am de Amsterdam (perceba que o segundo -arri é urna grafia do fonema nasal / ã / , enquanto no primeiro pronunciamos o m) são sons muito próximos ao do segmento -ana. É justamente a essa repetição de segmentos com sons semelhantes, em várias palavras de um mesmo texto, que chamamos assonância. Mas a assonância pode ainda ser obtida pela repetição de uma vogal: PARONOMASIA Paronomásia é a figura de som que consiste no emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras semelhantes no som, porém com significações diversas. Observe: "Houve aquele tempo... (E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo! )". (Ribeiro Couto) Os termos "houve" (verbo haver) e "ouve" (verbo ouvir) coincidem do ponto de vista sonoro, embora se grafem e formas diferentes e tenham significados diversos. !~ coincidência sonora cria uma tensão semântica na poesia:. ela da novas significações à relação dos tempos presente e passado . ONOMATOPÉIA Onomatopéia é a palavra ou conjunto de palavras que representa um ruído ou som. Nas histórias em quadrinhos, podemos encontrar inúmeros exemplos de onomatopéias: ` "click" sobre o desenho de uma máquina fotográfica; "cabranch" representando o barulho e uma explosão e acompanhando o desenho de uma casa em chamas; "bip! bip! bip!" para o barulho do alarme que pega um ladrão desprevenido; etc. onomatopéia nos quadrinhos é, em geral, um recurso para melhor representar as ações e os fatos, expressando o ruído que os acompanha na realidade. Muitos os ruídos e sons representados por onomatopéias acabam por se incorporar ã língua. Algumas vão até motivar a criação, por derivação, de novas palavras: o barulho do relógio tic-tac a "voz" do gato miau! a "voz" do galo cocoricó a "voz" dos passarinhos piu-piu o barulho de um apito trrrrriiiiiii A língua portuguesa é extensa, as figuras de linguagem servem somente para deixar a linguagem mais bonita e diversificada. Bibliografia 1.Pré-vestibular SEMES 1 - Estácio de Sá 2.Enciclopédia Encarta - Sem autores fixos - Microsoft corporation © 3.Figuras de Linguagem - Helio Seixas Guimarães, Ana Cecília Lessa - Atual Editora Fonte: www.vestibular1.com.br FIGURAS DE LINGUAGEM Diz respeito às formas conotativas das palavras. Recria, altera e enfatiza o significado institucionalizado delas. Incidindo sobre a área da conotação, as figuras dividem-se em: 1) Figuras de construção (ou de sintaxe) tem esse nome porque interferem na estrutura gramatical da frase 2) Figuras de palavras (ou tropos) constituem-se de figuras que adquirem novo significado num contexto específico. 3) Figuras de pensamento, que realçam o significado das palavras ou expressões Figuras de construção (ou de sintaxe) Elipse Omissão de um termo facilmente identificável. O principal efeito é a concisão. De mau cordo, mau ovo (De mau cordo só pode sair mau ovo) Pleonasmo Repetição de um termo ou idéia. O efeito é o reforço da expressão. Vi-o com meus próprios olhos. Rolou pela escada abaixo. Onomatopéia Consiste na imitação de um som. O tique-taque do relógio a enervava. Há ainda: zeugma, polissíndeto, iteração (repetição), anáfora, aliteração, hpérbato, anacoluto, e silepse. Figuras de palavras (ou tropos) Metáfora Fundamenta-se numa relação subjetiva, ela consiste na transferência de um termo para um âmbito de significação que não é o seu e para isso parte de uma associação afetiva, subjetiva entre dois universos. É uma espécie de comparação abreviada, à qual faltam elementos conectores (como, assim como, que nem, tal qual etc.) Murcharam-lhe(assim como murcham as flores) os entusiasmos da mocidade. Metonímia Consiste na substituição de um nome por outro porque entre eles existe alguma relação de proximidade. O estádio (os torcedores) aplaudiu o jogador. Há ainda: catacrese e antonomásia. Figuras de pensamento Antítese É a figura que evidencia a oposição entre idéias. Buscas a vida, eu, a morte. Hipérbole É uma afirmação exagerada para conseguir-se maior efeito estilístico. Chorou um rio de lágrimas. Toda vida se tece de mil mortes. Eufemismo Consiste no abrandamento de expressões cruas ou desagradáveis. Foi acometido pelo mal de Hansen (= contraiu lepra) O hábil político tomou emprestado dinheiro dos cofres públicos e esqueceu-se de devolver (=o hábil político roubou dinheiro) Ironia Consiste em sugerir, pela entonação e contexto, o contrário do que as palavras ou as frases exprimem, por intenção sarcástica. Que belo negócio! (= que péssimo negócio!) O rapaz tem a sutileza de um elefante. Há ainda: prosopopéia, gradação e apóstrofe. FIGURAS DE LINGUAGEM São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras. Figuras de som Aliteração Consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.” Assonância Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.” Paronomásia Consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. “Eu que passo, penso e peço.” . (PUC-SP) – Observe o enunciado: “E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio. O verbo “pular” está empregado no primeiro caso no sentido denotativo; no segundo, o sentido é figurado. Também a palavra “dólar” é usada no sentido figurado. A figura de linguagem empregada no caso de “dólar” é: a) antítese, porque, no enunciado, há idéias contrárias relacionadas aos seres representados. b) eufemismo, porque, no enunciado, há idéias diminuídas relacionadas aos seres representados. c) prosopopéia, porque, no enunciado, há a personificação dos seres representados. d) metonímia, porque, no enunciado, há relações de contigüidade entre os seres representados. e) onomatopéia, porque, no enunciado, imitam-se as vozes dos seres representados. Resposta: c Trata-se de prosopopéia porque um ser inanimado é tratado como um ser animado. 2. (FUVEST–SP) – Na frase “(...) data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal”, ocorre o mesmo recurso expressivo de natureza semântica que em: a) Meu coração / não sei por quê / Bate feliz / quando te vê. b) Há tanta vida lá fora / Aqui dentro, sempre / Como uma onda no mar. c) Brasil, mau Brasil brasileiro, / Meu mulato inzoneiro, / Vou cantar-te nos meus versos. d) Se lembra da fogueira, / Se lembra dos balões, Se lembra dos luares dos sertões? e) Meu bem querer, / É segredo, é sagrado, / Está sacramentado / Em meu coração. Resolução (b) Na frase ocorre uma antítese, configurada no emprego das expressões antônimas “independência política” e “ cativeiro pessoal”. Esse recurso expressivo de natureza semântica também corre em “lá fora” e “aqui dentro” da frase da alternativa “b”. 3. (FGV-SP) – Assinale a alternativa em que se identifica a figura de linguagem predominante no trecho: “As rodas dentadas da pobreza, ignorância, falte de esperança e baixa auto-estima se engrenam para criar um tipo de máquina do fracasso perpétuo que esmigalha os sonhos de geração a geração. Nós todos pagamos o preço de mantê-la funcionando. O analfabetismo é a sua cavilha”. a) Eufemismo b) Antítese c) Metáfora d) Elipse e) Inversão Resposta: c Nesse texto há uma série de metáforas ((“rodas dentadas”, “engrenam”, “máquina do fracasso”, “esmigalha os sonhos”, “cavilha”) compondo uma verdadeira alegoria a respeito dos fatores que condicionam a exclusão social do indivíduo. 4. (UEL-PR) – Está usada em sentido denotativo a palavra sublinhada em: a) Embriagava-se daquela paisagem de intensas cores e cheiros. b) A cauda batendo com violência na anca, o animal se aproximava garbosamente. c) Era a brisa do amanhecer que lhe afagava no peito uma tênue esperança. d) A menção à sua beleza e encantos próprios iluminou-se o sorriso. e) A freada fez o pneu assobiar no asfalto, mas nada houve além disso. Resposta: b Na frase da alternativa “b, o verbo “bater” está empregado no sentido denotativo, ou seja, no sentido próprio, dicionarizado. Nas demais alternativas, os verbos “embriagar”, “afagar”, “iluminar” e “assobiar” estão empregados no sentido conotativo, isto é, no sentido figurado. 5. (ITA-SP) – “(…) defendemos a adoção de normas e o investimento na formação de brinquedistas*, pessoas bem mais preparadas para a função do que estagiários que têm jeito e paciência para cuidar de crianças.” ( Veja-SP, 13/08/2003). *brinquedistas – neologismo, que designa as pessoas que brincam com as crianças em creches, escolas e brinquedotecas. A ambigüidade desse texto deve-se: a) às expressões de comparação “bem mais”/“do que”; b) à ausência de flexão do pronome relativo “que” em “que tem jeito”; c) à distinção das funções sintáticas de “brinquedis-tas” e de “estagiários”; d) à ausência de vírgula após a palavra “estagiários”; e) à ordem dos termos. Resposta: e A ambigüidade desse texto deve-se à ordem dos termos, pois a oração adjetiva “que tem jeito e paciência” refere-se a “brinquedistas” e deveria estar logo após esse termo. Na posição em que se encontra, pode referir-se a “estagiários”. 6. (ITA-SP) - O emprego de “o mesmo”, comumente criticado por gramáticos, é usado, muitas vezes, para evitar repetição de palavras ou ambigüidade. Aponte a opção em que o uso de “o mesmo” não assegura clareza na mensagem. a) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não permitindo a abertura do mesmo fora dos horários programados. (Cartaz em uma agência dos Correios) b) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que confirmem a participação na mesma. (Mensagem, enviada por e-mail, para chamada dos associados para uma reunião) c) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. (Lei 9.502) d) Após o preenchimento do questionário para levantamento de necessidade de treinamento, solicito a devolução do mesmo a este Setor. (Ofício de uma instituição pública) e) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual, portanto a manipulação fica restrita à descarga do caminhão manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções para plantio de grama na forma de tapete de grama) Resposta: b O emprego de “na mesma” não assegura a clareza da mensagem, visto que essa expressão pode referir-se a “semana” (“na mesma semana” – adjunto adverbial de tempo), a “Associação” (indicando lugar) ou a “reunião”, como deve ser o caso. 7. (ITA-SP) – “(…) defendemos a adoção de normas e o investimento na formação de brinquedistas*, pessoas bem mais preparadas para a função do que estagiários que têm jeito e paciência para cuidar de crianças.” ( Veja-SP, 13/08/2003). *brinquedistas – neologismo, que designa as pessoas que brincam com as crianças em creches, escolas e brinquedotecas. A ambigüidade desse texto deve-se:a) às expressões de comparação “bem mais”/“do que”; b) à ausência de flexão do pronome relativo “que” em “que tem jeito”; c) à distinção das funções sintáticas de “brinquedis-tas” e de “estagiários”; d) à ausência de vírgula após a palavra “estagiários”; e) à ordem dos termos. Resposta: e A ambigüidade desse texto deve-se à ordem dos termos, pois a oração adjetiva “que tem jeito e paciência” refere-se a “brinquedistas” e deveria estar logo após esse termo. Na posição em que se encontra, pode referir-se a “estagiários”. 8. (ITA-SP) - O emprego de “o mesmo”, comumente criticado por gramáticos, é usado, muitas vezes, para evitar repetição de palavras ou ambigüidade. Aponte a opção em que o uso de “o mesmo” não assegura clareza na mensagem. a) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não permitindo a abertura do mesmo fora dos horários programados. (Cartaz em uma agência dos Correios) b) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que confirmem a participação na mesma. (Mensagem, enviada por e-mail, para chamada dos associados para uma reunião) c) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. (Lei 9.502) d) Após o preenchimento do questionário para levantamento de necessidade de treinamento, solicito a devolução do mesmo a este Setor. (Ofício de uma instituição pública) e) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual, portanto a manipulação fica restrita à descarga do caminhão manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções para plantio de grama na forma de tapete de grama) Resposta: b O emprego de “na mesma” não assegura a clareza da mensagem, visto que essa expressão pode referir-se a “semana” (“na mesma semana” – adjunto adverbial de tempo), a “Associação” (indicando lugar) ou a “reunião”, como deve ser o caso.