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Exame Físico Condições necessárias para realizar-se um bom exame clínico: 1. Ambiente adequado: iluminação; conforto para o examinador e para o paciente; temperatura agradável; silêncio; vestimenta adequada do paciente; 2. Respeito e delicadeza durante a realização do exame: só expor o segmento do corpo em exame; informar o paciente sobre os passos de exame; ao examinar segmentos em que há queixa álgica, informar o paciente. Objetivo do exame físico: testar as hipóteses diagnósticas desenvolvidas durante a fase inicial da coleta de dados - entrevista clínica ou anamnese. Deve-se confirmar, afastar ou descobrir nova hipótese diagnóstica. - Para realizá-lo nos utilizamos de nossos sentidos e às vezes instrumentos auxiliares simples: • Inspeção (visão, olfato) • Palpação (tato) • Percussão (tato e audição) • Ausculta (audição) - Preparação do médico para exame: Escolher a melhor posição de examinar (geralmente à direita do paciente) - Posições do paciente: Sentada Ortostatismo (em pé) Específicas: genupeitoral, ginecológica, etc. Decúbitos: dorsal (supino), ventral, laterais direita e esquerda - O exame clínico é constituído por: 1. Ectoscopia; 2. Dados vitais; 3. Exame de órgãos e sistemas. Precauções: 1. Lavar as mãos antes e após a execução do exame. 2. O uso de luvas é obrigatório em pacientes que apresentem lesões cutâneas, assim como para o exame da cavidade bucal. 3. É indispensável o uso do jaleco e calçados fechados. 4. Todos os profissionais da área da saúde que têm contato direto com pacientes devem se vacinar para prevenir hepatite B, tétano e influenza A (H1N1). Dados Vitais Sinal Vital Diminuído Normal Aumentado Frequência de pulso - FP palpação da artéria radial (pulsações por minuto - ppm) Frequência cardíaca - FC ausculta do impulso apical com o estetoscópio (batimentos por minuto - bpm) <60 Bradisfigmia Bradicardia 60 a 100 ppm Normocardia >100 Taquisfigmia Taquicardia Temperatura corporal (ºC) <35,5º C Hipotermia 35,5 – 37,4°C > 37.4º C Hipertermia/febre Frequência respiratória - FR (incursões respiratórias por minuto - irpm) <12 irpm Bradipnéia 12 - 20 irpm > 20 irpm Taquipnéia Pressão Arterial (PA) Até 139 x 89 mmHg > ou = 140 x 90 mmHg Frequência Cardíaca Ciclo cardíaco: é a sequência de fatos que acontece a cada batimento cardíaco. O coração ciclicamente se contrai e relaxa. Quando se contrai, ejeta o sangue em direção às artérias, na fase chamada de sístole. Quando relaxa, recebe o sangue proveniente das veias, na fase chamada diástole. Ausculta Cardíaca é a parte da Semiologia médica que estuda os sons gerados pelo ciclo cardíaco e seu significado. Quando se ausculta uma pessoa com um estetoscópio, os batimentos cardíacos são marcados por dois sons: “TUM” e ―tá!. O ―TUM é chamado primeira bulha cardíaca. Coincide com o fechamento das valvas atrioventriculares e é gerada por vibrações no miocárdio e sangue resultantes da contração dos ventrículos. Consequentemente, se ocorreu o fechamento das valvas atrioventriculares, inicia-se a seguir a sístole ventricular e na ausculta cardíaca, observa-se o pequeno silêncio. O ―tá! é chamado segunda bulha. Coincide com o fechamento das valvas aórtica e pulmonar (semilunares) ao término da contração e é gerada pelas vibrações das paredes das artérias e sangue que se choca contra estas estruturas. Consequentemente, com o fechamento das valvas semilunares, inicia-se a seguir a diástole ventricular e na ausculta cardíaca observa-se o grande silêncio. As bulhas são auscultadas através dos focos primários, entre eles o Foco Mitral (FM). O FM localiza-se em cima do “íctus cordis”. Ictus-cordis (“choque da ponta”): Sensação tátil da sístole do ventrículo esquerdo e percebida no 4º e 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Frequência cardíaca ou ritmo cardíaco é o número de vezes que o coração bate (ou cicla) por minuto. É expressa em bpm: batimentos por minuto. Aferição da frequência cardíaca ao repouso: É a medida da FC quando o paciente está em repouso. • MATERIAL: Relógio ou cronômetro e estetoscópio • TÉCNICAS: Por Ausculta 1. Lavar as mãos 2. Colocar o paciente em posição confortável e orientá-lo quanto ao exame. 3. Identificação e palpação do pulso carotídeo (artéria carótida comum): - Observa-se a região do pescoço do paciente e identifique o músculo esternocleidomastóideo; - Afasta-se borda anterior do músculo esternocleidomastóideo; - Palpa-se com polpa digital do polegar ou polpa digital dedos indicador e médio, no terço médio do ventre muscular; - Palpar com delicadeza para não comprimir seio carotídeo (pode levar a bradicardia, parada cardíaca, desprendimento de trombos aderidos); - Não se deve palpar ambas artérias carótidas ao mesmo tempo; 4. Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas, com o côncavo da curvatura voltada para frente; 5. Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre o ictus cordis evitando compressão excessiva; 6. Palpar o pulso corotídeo concomitantemente e atentar-se para a ausculta de B1, B2 e dos silêncios. Observe que B1 coincide com o pulso carotídeo. 7. Contar os ciclos durante um minuto; 8. Lavar as mãos ao término. Frequência Respiratória VERIFICAÇÃO DA FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA AO REPOUSO • CONCEITOS: Ventilação: Processo pelo qual o ar chega aos alvéolos. - Ocorre pela ação de músculos respiratórios com a intenção de aumentar ou reduzir o volume da cavidade torácica. Ciclo ventilatório: Alternância de uma inspiração, seguida de uma expiração e de breve repouso Frequência respiratória: É o número de vezes que a pessoa respira por minuto (um ciclo completo). Observa-se a expansibilidade e retração da parede torácica e abdominal • MATERIAL: relógio ou cronômetro • TÉCNICA: 1. Lavar as mãos; 2. Orientar o paciente quanto ao procedimento. Não se deve contar ao paciente que sua FR está sendo verificada, uma vez que inconscientemente alteramos o nosso padrão respiratório. 3. Colocar o paciente em decúbito dorsal e com o tórax e o abdome descobertos; 4. Observar os ciclos respiratórios e contar durante 1 minuto inteiro; 5. Anotar; 6. Lavar as mãos ao término. Frequência do Pulso O exame dos pulsos abrange pulso radiais, que deve ser feito em consonância à avaliação dos sinais vitais, periféricos e venosos, realizados juntamente do exame cardiovascular do paciente. Pulso Radial Palpa-se na borda lateral do punho. Veremos a seguir os elementos que devemos analisar: Estado da parede arterial Normal: parede lisa, sem tortuosidades, com fácil depressão. Achados: ARTERIOSCLEROSE à parede endurecida, irregular e tortuosa Frequência Normal: 60-100 ppm Achados: · Taquisfigmia · Bradisfigmia: encontrada fisiologicamente em atletas, ou patologicamente em bradicardia sinusal, bloqueio átrio-ventricular, febre tifoide, icterícia. · Déficit de pulso: ao compararmos à frequência cardíaca, esta é maior que a frequência de pulsação, o que indica contrações ineficazes do ventrículo devido, por exemplo, a fibrilação atrial. Ritmo Normal: regular Achados: irregular · Arritmia sinusal: pulsações ora mais rápidas, ora mais lentas. · Extrassitolia: pulsações prematuras de pequena amplitude seguidas de pausas compensadoras. · Fibrilação atrial: completa e constante irregularidade somado a déficit de pulso. · Bloqueio cardíaco: pulsos lentos e regulares Tensão/Dureza Determinada pela compressão dos vasos. Normal: mole Achados: duro Amplitude/Magnitude Normal: mediano Achados: amplo e pequeno. Tipos de onda Normal: tipo normal Achados: · Pulso célere ou em martelo d’água: aparecem e somem com rapidez; melhor palpado pela palma do examinador com o punho do paciente acima da cabeça;indicam hipertireoidismo, insuficiência aórtica e anemias graves. · Pulso pequeno ou parvus: fraco e pequeno; indica hipovolemia e estenose aórtica. · Filiforme: pequena amplitude e mole; indica colapso circulatório periférico. · Alternante: percebido quando o braço do paciente que está sob pressão do manguito exatamente no nível em que se ouve o 1º som de Korotkov; anda ampla seguida de mais fraca; indica insuficiência ventricular esquerda. · Pulso paradoxal: percebido quando o braço do paciente que está sob pressão do manguito exatamente no nível em que se ouve o 1º som de Korotkov; exagero da redução normal da pressão sistólica durante a inspiração; indica pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso. Observação: é importante a comparação com o lado homólogo, sendo indicado na desigualdade oclusões, constrições dos vasos. Pulsos Periféricos É recomendável a palpação dos pulsos superiores, o radial e o braquial, e dos inferiores pedioso, poplíteo e tibial posterior. Outros pulsos são palpáveis e aconselháveis para palpação em casos específicos, como o femural em casos de emergência. Os pulsos palpáveis são: · Carotídeo · Temporal · Subclávia · Axilar · Da aorta abdominal · Das artérias ilíaca externa e comum · Femural · Poplíteo · Tibial anterior · Pedioso · Tibial posterior Pulso capilar Analisado em leve compressão da unha ao se observar a zona pulsátil da região de transição do rosa para o pálido. Pulsos venosos Observa-se o pulso da veia jugular. Normal: ingurgitamento normal apenas em posições de decúbito ou em angulação de 45º. Achados: ·Turgência jugular: ingurgitamento em todas as posições, inclusive supina, o que indica insufiência cardíaca direita, pericardite constritiva e compressão da veia cava superior. Observação: Frêmitos e sopros podem ser originados nas carótidas, nas jugulares, na tireoide ou serem irradiação do precórdio Ectoscopia OMATOSCOPIA ou ECTOSCOPIA: É a denominação que se dá à avaliação global do doente. É a primeira. etapa do exame físico, devendo ser Iniciada ao primeiro contato com o paciente. Seu objetivo é a obtenção de dados gerais (independe da queixa do paciente). A avaliação deve ser crânio-caudal. O que avaliar: 1.Geral: avaliação subjetiva do conjunto de dados exibidos pelo paciente - BEG, bom estado geral - REG, regular estado geral - MEG, mau estado geral 2. Estado de consciência: (consciente/inconsciente) e orientação temporal e espacial - Obnubilação, pouco comprometimento do nível de consciência. - Sonolência, facilmente despertado, responde mais ou menos e volta a dormir. -Confusão mental, perda de atenção, pensamento confuso, respostas lentas e percepção temporoespacial anormal. - Torpor, alteração de consciência evidente paciente ainda responde a estímulos fortes com movimentos espontâneos. - Coma, paciente não é despertado por estímulos fortes e sem movimentos espontâneos. Coma – Estado de inconsciência, habitualmente prolongado. É a expressão de falência de funções encefálicas. A escala de coma de Glasgow , consiste na análise de 3 parâmetros, abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, sendo, próximo de 15 pontos normal, abaixo de 8 coma e próximo de 3 coma grave. 3.Postura: Posição adotada pelo paciente a) Postura Ativa: é aquela assumida espontaneamente Boa Postura / Má postura b) Postura passiva: impossibilidade do paciente em mudar de posição sem auxílio de outra pessoa c) Postura antálgica: adotada para alívio de dor 4. Higiene pessoal: Observar: Hálito do paciente; odor de secreções 5. Dependência: Se veio à consulta sozinho; acompanhado; em cadeira de rodas; de muletas ou bengalas 6. Fala e linguagem: Avaliar a voz, avaliar a lógica do discurso, se há distúrbios de articulação das palavras, de troca de letras ou se fala o nome dos objetos corretamente. Alterações: Disfonia ou afonia; Dislalia; Disartria; Disfasia - Disfonia ou Afonia, alteração vocal por alterações físicas no órgão fonador. Voz pode tornar-se fanha, rouca ou bitonal. - Dislalia, alterações menores na fala, troca de letras. - Disartria, alterações nos músculos de fonação, incoordenação cerebral – voz arrastada, escondida -, hipertonia no parksonismo – voz baixa, monótona. - Disfasia, total normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de um distúrbio na elaboração cortical da fala. 7. Biotipo, peso e altura a) Biotipo ou tipo morfológico: é o conjunto de características morfológicas apresentadas pelo indivíduo, pode alterar o posicionamento das vísceras. Brevilíneo: membros curtos, tórax alargado, estatura baixa Longilíneo: tórax afilado e achatado, membros longos e musculatura delgada Normolíneo: desenvolvimento do corpo, musculatura e do panículo adiposo harmônicos b) Peso e altura: medido em centímetros com paciente descalço e em posição ereta -> tarar a balança antes 8. Fácies: Expressão fisionômica do paciente a) Fácies normal ou atípica b) Fácies anormais ou típicas (Fácies leonina; mongolóide; hipocrática; etc.) Fácies Hipocrática: Olhos fundos, parados, inexpressivos. Nariz afilado e lábios delgados, com presença de “batimento” das asas do nariz. Rosto quase sempre coberto de suor. Típica de doença grave e estados agônicos, como por exemplo, ascaquexias. Fácies Renal: caracterizada por edema palpebral predominante, principalmente na parte da manhã. Observada particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda. Fácies tetânica: Exprime sensação de dor crônica, permanente. Fácies Mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada, com aumento dos sulcos. Edema periorbital, com supercílios escassos e cabelos secos e sem brilho. Fisionomia de desânimo e apatia. Estápresente principalmente no Hipotireoidismo. Fácies Cushingoide ou de lua-cheia – Arredondamento do rosto, caracterizando edema, com bochechas avermelhadas e surgimento de acne. Observado no paciente com uso prolongado de corticoides (Cushing iatrogênico) e também nos casos da Síndrome de Cushing (hipertrofia do córtex dassuprarrenais) Fácies da Paralisia Facial Periférica: assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras do lado afetado, repuxamento da boca para o lado e apagamento do sulconasolabial. Fácies Mongoloide: Elemento característico: Fenda palpebral. Há ainda a prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro. Rosto redondo e boca quase sempre entreaberta. Fisionomia de pouca inteligência. Ex: Síndrome de Down. Fácies Hipertireóidea ou Basedowiana – Traço caraterístico: Exoftalmia (olhos salientes; protrusão do globo ocular para fora da órbita). Rosto magro, com expressão fisionômica de vivacidade e às vezes aspecto de espanto e ansiedade. Presença de bócio. Típica do hipertireoidismo. Fácies Leonina: Pele espessada, sendo sede de grande número de lepromas de tamanhos variados, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. Há deformidade da bochecha e do mento pelo aparecimento de nódulos. Barba escassa ou inexistente. Aspecto de cara de leão. Típico de paciente acometidos do Mal de Hansen (Hanseníase). Fácies acromegálica: Saliência das arcadas supra-orbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento da mandíbula. Aumento do nariz, lábios e orelhas. Visto na acromegalia, consequente à hiperfunção hipofisária doadulto. Fácies Esclerodérmica: Denominada também fácies de múmia, pela quase completa imobilidade facial. Pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, redução do diâmetro da boca (microstomia) afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. Fácies típica daesclerodermia. Fácies Miastênica:caracterizada por ptose palpebral bilateral, que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia gravis e outrasmiopatias. Fácies Adenoidiana: Elementos fundamentais: Nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta. Presente nas crianças com hipertrofia das adenóides, que dificultam a respiração nasal. Fácies Pseudobulbar: Caraterizada por crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, dando um aspecto espasmódico à fácies. Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar. Fácies da depressão: Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. Sulco nasolabial acentuado e o canto da boca rebaixado. Visível na síndrome da depressão, endógena oureacional. 9. Tegumento: Pele e mucosas externas (conjuntiva, mucolabial, gengival e lingual) a) Coloração (+/++++) Normocoradas; hipocoradas; hiperemia de conjuntiva Ictéricas / Anictéricas Cianóticas / Acianóticas Com ou sem bronzeamento b) Hidratação Úmidas, hidratadas, com saliva fluida/Desidratado c)Turgor cutâneo: Normal / Diminuído d) Textura da pele: Pele áspera; enrugada, fina e lisa, de textura normal e) Perfusão capilar: Preservada/Diminuída f) Temperatura cutânea: Normal/Aumentada (quente) g) Presença de lesões elementares (Bechelli & Curban) I - Modificações da cor sem relevo ou espessamento: MANCHAS OU MÁCULAS a) Relacionadas à melanina (ex: hiper, hipo e acrômica) b) Deposição de pigmentos (ex: bilirrubina, caroteno) c) Alterações vasculares (desaparecem à compressão - ex: eritema, telangiectasias) d) Sufusões hemorrágicas (pigmento hemático) - petéquias (puntiformes) - víbices (forma linear) - equimoses (em placas) - hematomas (maiores que equimoses, em geral com abaulamento local e de origem traumática) II- Lesões sólidas a) Pápulas (elevações sólidas de até 0,5 cm / diâmetro, situados na derme) b) Tubérculos (elevações sólidas > 0,5 cm / diâmetro, situados na derme) c) Nódulo (pequenos, hipoderme); Tumor ou Nodosidade (>3cm/diâmetro, hipoderme); Goma (nodosidades que amolecem e ulceram, hipoderme) > são mais perceptíveis à palpação d) Urticariforme (elevações planas, achatadas, bordas irregulares, diversos formatos, coalescentes e pruriginosas) e) Queratose ou Ceratose (espessamento da epiderme, dura e geral// opaca e esbranquiçada) f) Espessamento ou Infiltração (consistência e espessura da pele, mas depressível) g) Liquenificação (espessamento da pele, com estrias > quadriculado em rede) h) Vegetações (elevações filiformes ou de ―couve-flor‖) i) Esclerose (aumento da consistência e aderência aos planos profundos, não móvel) III. Lesões de conteúdo líquido a) Vesícula (até 0,5 cm, líquido seroso) b) Bolha ou flictena (> 0,5 cm, líquido seroso) c) Pústula (vesícula ou bolha com conteúdo purulento) d) Abcesso (coleção purulenta, flutuante, dermo-hipodérmicas) IV. Soluções de continuidade (descontinuidade tegumentar, perdas teciduais) a) Escoriação (perda da epiderme) b) Úlcera/Ulceração (perda chega a atingir a derme) c) Fissura (perda de substância linear, superficial ou profunda) d) Fístula (condutos cutâneos com eliminação de líquidos, lesões secretantes) V. Lesões caducas a) Escamas (lâmina epidérmica seca que se desprende da pele -> furfuráceas - em farelos; laminares ou foliáceas – em tiras) b) Crosta (ressecamento de secreções sobre uma lesão cutânea) c) Escara (tecido cutâneo necrosado) VI. Sequelas a) Atrofia (adelgaçamento da pele, que fica fina, lisa, transparente – ex: estrias – atrofias lineares em regiões de tração mecânica da pele) b) Cicatriz (reposição de perda tecidual por tecido fibroso – ex: quelóide – cicatriz saliente) Observação: É FREQUENTE A ASSOCIAÇÃO DE LESÕES – Exemplo: lesão eritematobolhosa ou eritematopapular ou eritematovesicular, etc… 10. Fâneros a) Pêlos: Distribuição Quantidade Cor, brilho b) Unhas: Forma, espessura, consistência, brilho, coloração 11. Tecido subcutâneo Distribuição varia com idade Quantidade Edema (localização, consistência, intensidade) 12. Linfonodos: Avaliar: tamanho, consistência, mobilidade, sensibilidade, calor e rubor Grupos: Occipitais, pré-auriculares, retroauriculares, submandibulares, submentonianos, cervicais anteriores (superficiais e profundos) e posteriores, supra claviculares, infraclaviculares, trocleares, axilares Inguinais, poplíteos, tonsila palatina Medidas Antropométricas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA A antropometria é o ramo das ciências biológicas que tem como objetivo o estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana. O tamanho físico de uma população pode ser determinado através da medição de comprimentos, profundidades e circunferências corporais, e os resultados obtidos podem ser utilizados na confecção de vestuário, equipamentos e maquinário, dentre outros produtos para uso humano. Especificamente no setor da saúde, muitos procedimentos e condutas terapêuticas necessitarão dessas informações para uma prescrição correta. O cálculo da dosagem de medicações, muitas vezes dependem do peso ou do índice de massa corpórea do paciente (IMC). Certos equipamentos como tamanho de tubo orotraqueal, sondas, colar cervical, próteses ortopédicas, por exemplo, também dependem das medidas corporais para a escolha correta. A avaliação nutricional, fundamental no acompanhamento de portadores de hipertensão arterial, nefropatias, diabetes, gestantes e crianças também baseiam-se nas medidas corporais dos indivíduos.. As principais medidas antropométricas utilizadas nos serviços de saúde são: peso, altura, circunferência abdominal e cefálica. Mais do que realizar uma ação rotineira, essas medidas fazem parte da vigilância em saúde. Técnicas para a tomada das medidas antropométricas a) Peso em criança maiores de dois anos de idade e de adultos: - Antes de iniciar a pesagem sempre verifique se a balança está “tarada”. - A balança deve estar posicionada em piso plano, firme e suficientemente iluminado. - A pessoa a ser pesada deve estar vestida com um mínimo de roupa (sem sapatos, roupas leves, sem objetos nos bolsos e sem acessórios pesados) - Peça para que o usuário suba calmamente sobre a plataforma da balança, posicionando-se bem no centro. - O usuário deverá manter o corpo ereto e a cabeça erguida, com o peso igualmente distribuído nos dois pés e com os braços estendidos ao longo do corpo. Se a balança em uso for eletrônica, o peso aparecerá imediatamente no visor. Se for balança mecânica, destrave a mesma e mova os cursores sobre a escala numérica (primeiro o maior para o quilo e depois o menor para o 2 grama), até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.Travar novamente a balança, proceder a leitura, sempre de frente para o equipamento e registre no prontuário ou cartão da criança. Considere o peso com uma casa decimal. Por exemplo: 52,0Kg;48,9Kg b) Altura em crianças maiores de dois anos de idade e adultos: - Pedir ao usuário que retire sapatos e roupas volumosas. Retirar também adereços da cabeça. - Utilizar um antropômetro vertical que, tanto pode estar fixo na parede quanto acoplado à balança mecânica. - Solicite que o usuário posicione-se de costas para o equipamento, com os pés paralelos e os tornozelos unidos - Certifique-se que as nádegas e as costas estejam tocando o aparelho (ou a parede) e que os braços estejam caídos ao longo do corpo. - Com a mão sob o queixo do usuário, posicione sua cabeça de forma que a parte exterior da órbita ocular esteja no mesmo plano do orifício do ouvido.(Plano de Frankfurt) - Baixe lentamente a haste móvel do antropômetro - Faça a leitura em metros, com duas casas decimais e registre no prontuário. Por exemplo:1,45m; 1,63m c) Medida da cirucunferência abdominal: A MEDIDA NÃO DEVE SER FEITA SOBRE A ROUPA - O usuário deverá estar de pé, com os braços relaxados ao lado do corpoe com os pés levemente afastados. - A fita é colocada no plano horizontal ao nível da cintura natural, parte mais estreita do tronco. - Havendo dificuldade de identificar a cintura, considerar a medida horizontal no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca A medida deve ser tomada ao final de uma expiração normal, sem comprimir a pele. - O ponto inicial da fita (ponto zero) deve estar acima do valor medido. - O valor observado deve ser registrado com precisão de 0,1cm. Por exemplo: 97,3cm; 102,0cm. Exame Físico Cabeça e Pescoço OONG = Cabeça, olhos, ouvidos, nariz e garganta. PALPAÇÃO DOS LINFONODOS CERVICAIS Conceitos: O exame físico geral inclui a investigação sistemática dos linfonodos e, neste primeiro momento, iremos nos deter ao exame dos Iinfonodos da cabeça e pescoço. O exame dos linfonodos se faz por meio de inspeção e palpação, um método complementando o outro. Completa-se a investigação examinando o trajeto dos vasos linfáticos. Devese avaliar em cada Iinfonodo: o tamanho, a consistência, a mobilidade, a coalescência, e a presença de sinais flogísticos como calor, rubor e dor. Observar também se há alteração da pele da região Os gânglios linfáticos da cabeça e do pescoço são classificados em grupos: Pré-auriculares ; Auriculares posteriores Occipitais Tonsilar ; Sub-mandibulares ; Submentonianos Cervicais Anteriores Superficiais; Cervicais Anteriores Profundos Cervicais posteriores Supraclaviculares. Procedimento: - Antes e após examinar um paciente lave as mãos. - A palpação é realizada com as polpas digitais e face ventral dos dedos médio, indicador e anular. Deve-se ir ajustando a posição da extremidade cefálica de modo a relaxar os músculos do pescoço (fletir levemente o pescoço e inclinar ligeiramente a cabeça para o lado que se deseja examinar). Os linfonodos cervicais são mais facilmente palpáveis quando o examinador coloca-se por trás do paciente. REGISTRO DO EXAME NORMAL: sem linfonodomegalias ou sem linfonodos palpáveis INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA CABEÇA Procedimento: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. - Observar anormalidades, abaulamentos, retrações e malformações cranianas. - Observar se há desvio da posição da cabeça (ex: torcicolo) ou movimentos anormais. - Fazer a inspeção e palpação da cabeça e couro cabeludo. - Palpar e avaliar tamanho e consistência de fontanelas (em crianças neonatais, podese palpar fontanela anterior e posterior abertas. Até 2 anos de idade, palpa-se a fontanela anterior cada vez mais fibrosa e com fechamento concêntrico). Em adultos as fontanelas não são patentes. - Palpar e avaliar cavalgamento de suturas cranianas. - Observar linha de implantação das orelhas. REGISTRO DO EXAME NORMAL: - COONG >> Cabeça, Olhos, Ouvido, Nariz e Garganta * Cabeça: normal, orelhas bem implantadas. OROSCOPIA Procedimento: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. - Inicialmente, visualizam-se os lábios, os dentes, as gengivas, a face interna das bochechas, a língua, o assoalho da boca e os óstios das glândulas salivares. - A seguir solicita-se a protusão da língua pelo paciente, acompanhada da fonação de ―AHHH‖. Se necessário, faz-se a depressão da língua nos seus dois terços anteriores com a língua relaxada para evitar o reflexo nauseoso. - Visualizam-se então os pilares amigdalianos, o palato mole e sua motilidade, a loja da amígdala palatina e seu conteúdo, a base da língua e a parede posterior da faringe. O examinador deve ficar atento às características das mucosas, normalmente rosadas e de coloração uniforme, brilhantes e úmidas. REGISTRO DO EXAME NORMAL: - COONG >> Cabeça, Olhos, Ouvido, Nariz e Garganta * Cavidade oral normal, sem secreções ou gotejamento posterior (ou no nasocavum ou na nasofaringe). OLHOS E PUPILAS Conceitos: Denomina-se midríase a pupila dilatada e miose a pupila contraída. Anisocoria significa pupilas de tamanho desigual e discoria é a irregularidade do contorno pupilar. Cumpre salientar que em 5% dos indivíduos normais o tamanho das pupilas não é exatamente igual. Procedimentos: - Antes e após examinar um paciente lave as mãos. - Avaliar: * Pálpebras: Nerificar se há edema, retração palpebral, epicanto, xantelasma e outras alterações. * Globos Oculares: Verificar a presença de exoftalmia, enoftalmia, desvios (estrabismos), movimentos involuntários. * Conjuntivas: Normalmente são róseas, vendo-se a rede vascular levemente desenhada. Poder estar pálidas ou hipocoradas (anemia), amareladas (icterícia) e hiperemiada (conjuntivites, traumatismos). * Esclera: Normalmente branca, pode estar amarelada (icterícia >> diferenciar da coloração amarelada das pessoas de pele negra, quando ocorre em placas, manchas e/ou ausente em regiões sem exposição à luz) * Cristalino: nas cataratas que tornam o cristalino opaco, observa-se áreas brancas no interior das pupilas (visível a olho nu). * Córnea: Pterígio >> espessamento triangular da conjuntiva que cresce atingindo a superfície externa da córnea. * Pupilas: Características: a) forma: normalmente arredondadas ou levemente ovaladas; b) localização: centrais; c) tamanho: variável de acordo com a claridade do ambiente. d) reflexos: solicitar ao paciente para olhar um ponto fixo à frente.Incidir um feixe de luz em uma pupila de cada vez e avaliar: - Fotomotor (contração pupilar à luz) - Consensual (contração pupilar de um lado pela estimulação luminosa no outro olho) - Acomodação (contração das pupilas e convergência dos lobos oculares à medida que se aproxima do nariz um foco luminoso) REGISTRO DO EXAME NORMAL: Pupilas isocóricas e fotorreativas. PARES CRANIANOS – EXAME BÁSICO Conceitos: 1> lterações do olfato: diminuição (hiposmia), ausência (anosmia), parosmia (perversão do olfato), cacosmia (sensação olfativa desagradável inapropriada), alucinações olfativas 2> Alterações da visão: ambliopia (défcit visual); amaurose (cegueira); diplopia (visão dupla); estrabismo convergente ou divergente; Movimento anormal : nistagmo horizontal ou vertical 3> Alterações auditivas: deficitárias >> hipoacusia (diminuição), acusia (ausência); Por estimulação >> (zumbido, hiperacusia, alucinações auditivas) 4> Alterações gustativas: deficitárias: hipogeusia ou ageusia Nervo craneano Par Inervações Função primária Testes Olfatório I Sensorial Olfato Identificar odores Óptico II Sensorial Visão - Acuidade visual (Contar dedos; enumerar o que se vê na sala de exames). - Campo visual (Posicionar-se atrás do paciente. Solicitar ao paciente para fixar um ponto à frente, identificar e dizer, sem mover a cabeça, aonde está a mão do examinador). Oculomotor III Motor - Elevação das pálpebras, movimentação ocular, miose, acomodação visual - Reflexo pupilar (descrito no exame dos olhos). - Movimentos oculares (―+‖, ―H‖ e circular >> posicionar-se de frente para o paciente. Solicitar-lhe para acompanhar com os olhos, sem mover a cabeça, um objeto na mão do examinador). Troclear IV Motor Músculo oblíquo superior Abducente VI Motor Músculo reto lateral Trigêmeo V Motor Músculos mastigatórios Movimentos mastigatórios: - abrir e fechar a boca >> deve-se manter a mandíbula na linha média; - trincar os dentes >> observar debilidade - lateralizar a mandíbula >> observar se há dificuldade Trigêmeo V Sensorial Pele face, conjuntiva, dentes - Teste de sensibilidade por raiz sensitiva (oftálmica, maxilar e mandibular). Utilizar algodão ou pincel e objeto de ponta fina. Facial VII Motor Músculos da expressão facial e platisma Sorrir, fazer movimentos da face, enrugar a testa, franzir os supercílios, cerrar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca, assobiar e contrair o platisma Facial VII Sensorial Gosto nos 2/3 anteriores da língua Teste gustativo VestibulococlearVIII Sensorial Audição e equilíbrio Teste coclear a) Transmissão aérea do som: posicionar-se por trás do paciente. Promover a vibração do diapasão e aproxima-lo de um dos meatos acústicos externos, solicitando ao paciente para localizar a orelha estimulada; idem com a voz cochichada b) Trasmissão óssea do som: teste de Rinne >> promover a vibração do diapasão e aplicá-lo em cada uma das mastóides, solicitando ao paciente para dizer se percebe a vibração. - Teste vestibular: Sinal de Romberg sensibilizado: se for positivo, há desequilíbrio para o lado lesado Glossofaríngeo (IX) Vago (X) Motor e Sensorial Gosto no 1/3 posterior da língua Faringe, língua, laringe, vísceras torácicas e abdominais Reflexo da garganta (descrito anteriormente na oroscopia) Acessório XI Motor Músculos esternocleidomastóideo e trapézio Mover ombros e pescoço contra resistência Hipoglosso XII Motor Músculos da língua Observar a posição da língua durante a oroscopia (desvio da língua para o lado da lesão)