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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS CAMPUS TIMÓTEO DEPARTAMENTO DE METALURGIA E QUÍMICA CURSO TÉCNICO DE QUÍMICA DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM LEITE EM PÓ POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA Relatório apresentado como parte das exigências da disciplina de Laboratório de Química Analítica Instrumental. Alunos: Ana Júlia Marques, Ian Lucas de Oliveira, Letícia Alves, Lívia Nantes, Luiz Otávio Crepalde e Paula Gonçalves. Curso: Técnico em Química Professor: Jean Cota TIMÓTEO - MG Março/2021 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 3 2- OBJETIVOS 4 3- MATERIAIS E MÉTODOS 5 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO 8 5- CONCLUSÃO 11 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 12 1- INTRODUÇÃO O princípio fundamental da espectrometria de absorção atômica envolve a medição da absorção da intensidade da radiação eletromagnética de uma fonte primária de radiação, por átomos gasosos no estado fundamental. A espectrometria de absorção atômica (AAS) utiliza este fenômeno para a determinação quantitativa de elementos (metais, semimetais e alguns não metais) em uma grande variedade de amostras, tais como materiais biológicos (tecidos e fluidos), ambientais (águas, solos, sedimentos e plantas), alimentícios, geológicos, tecnológicos, etc. Os dois tipos de atomizadores mais utilizados em AAS são o de chama e o forno de grafite. A Espectrometria de Absorção Atômica de Chama (FAAS) é a técnica mais usada para análise elementar em níveis de mg / L, enquanto a espectrometria de absorção atômica com atomização eletrotérmica em forno de grafite (ETAAS - do Inglês Espectrometria de Absorção Atômica Eletrotérmica) é usada para medições de baixa concentração (ug / EU). Os componentes básicos de um espectrômetro incluem uma fonte de radiação, sistema de atomização, conjunto de monocromador, detector e processador. Nos equipamentos mais antigos são utilizados moduladores mecânicos (chopper) e nos mais modernos a modulação é feita de forma eletrônica ou mecânica. A atomização pode ser feita em chama, em tubo aquecido acoplado a gerador de hidreto, por meio da geração de vapor frio, e eletrotermicamente em forno de grafite, ou outros sistemas alternativos. As três principais fontes de radiação em que se promove a excitação de elementos capazes de emitir radiação nas regiões visível e ultravioleta do espectro eletromagnético são as seguintes: lâmpada catódica oca (HCL - Lâmpada catódica Hallow), fontes de descargas espectrais e lâmpadas de descarga sem eletrodos (EDL- do inglês Electrodeless Discharge Lamp). 2- OBJETIVOS Esta prática tem como objetivo aprender a utilizar um espectrômetro de absorção atômica, construir a curva de calibração do Ca, verificar, na prática, a relação de proporcionalidade existente entre a concentração de íons metálicos em solução e a medida da absorbância e, por fim, determinar o teor de Ca em uma amostra de leite em pó a partir da curva de calibração construída para o metal. 3- MATERIAIS E MÉTODOS 1. Leite em pó 2. HNO3 concentrado 3. Espectrômetro de absorção atômica 1. Preparo da amostra ➔ Preparar, em capela, 200 mL de solução de ácido nítrico 2% a partir do ácido nítrico concentrado. Rotular, logo depois, o balão utilizado no preparo da solução. ➔ Transferir uma amostra de 1 ,000 g de leite em pó e uma barra magnética para um erlenmeyer e colocá-lo sobre um agitador magnético com aquecimento. ➔ Adicionar 12,5 mL de ácido nítrico concentrado ao erlenmeyer e aquecer a mistura, sob agitação, com o auxílio do agitador magnético, até que o líquido entre em ebulição ➔ A partir desse momento, será observado o desprendimento de um gás de coloração acastanhada. A mistura deve ser mantida em aquecimento e sob agitação até que não se observe a liberação do gás. Filtrar a amostra digerida com o auxílio de um funil e papel de filtro para remover a gordura residual. ➔ Após a filtração, lavar o papel de filtro com água destilada para uma recuperação quantitativa do analito. ➔ Diluir a solução da amostra 100x, transferindo-se, com o auxílio de uma micropipeta, uma alíquota de 100 μL para um balão de 10 mL. Completar o volume do balão com solução de ácido nítrico 2%. 2. Preparo das soluções padrão ➔ Preparar, em balão de 25 mL, uma solução estoque de cloreto de cálcio com concentração equivalente a 1000 mg/L. ➔ Diluir a solução estoque preparada para 100 mg/L, transferindo, com o auxílio de uma pipeta, 2,5 mL dessa solução para um balão de 25 mL. Completar o volume com água destilada. ➔ A partir da solução intermediária preparada (C = 100 mg/L), preparar 6 soluções padrão de CaCl2 com estas concentrações: 0,5; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0 mg/L. Para isso, deve-se transferir para balões de 10 mL, com o auxílio de uma micropipeta, os seguintes volumes da solução intermediária: 50, 200, 400, 600, 800 e 1000 μL. ➔ Completar, em seguida, o volume de cada balão com solução de HNO3 2%. 3. Preparo do equipamento 1 º) Acoplar, ao espectrômetro, a lâmpada de catodo oco de cálcio (λ = 422,7 nm). 2º) Ligar o espectrômetro e abrir o software do equipamento. 3º) Ajustar a vazão do gás acetileno (combustível) e do ar (oxidante) para 1 ,2 L min-1. 4. Construção da curva analítica ● Transferir, para um béquer de 100 mL, um pequeno volume de solução de HNO3 2%. ● Acender a chama do atomizador e introduzir, no béquer, o capilar do nebulizador, para que a solução de HNO3 seja aspirada e conduzida até o queimador, onde será atomizada. ● Utilizando o software do espectrômetro, fazer a leitura do branco para calibrar o equipamento. ● Posteriormente, inserir o capilar do nebulizador no interior de cada um dos balões volumétricos onde estão contidas as soluções padrão de Ca2+, começando pela solução mais diluída e finalizando com a mais concentrada. ● Com o auxílio do software do equipamento, medir a absorbância de cada uma dessas soluções. Fazer as análises em duplicata e anotar os resultados. ● A partir dos dados obtidos, construir uma curva analítica para o cálcio (concentração dos padrões vs. absorbância). ● Uma equação de reta poderá ser extraída da curva analítica construída, sendo x a concentração das soluções e y as absorbâncias medidas. 5. Análise da amostra 1 º) Seguindo o mesmo procedimento descrito no item anterior, introduzir o capilar do nebulizador no interior do balão volumétrico onde está contida a amostra de leite em pó diluída. 2º) Logo depois, fazer a leitura da absorbância da amostra e anotar o resultado. 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores de absorbância obtidos pelo espectrômetro de absorção atômica foram expostos na Tabela 1. Também nesta tabela foram apresentados os valores da absorbância média. Com os resultados obtidos, foi montado o gráfico 1. Vol. Solução estoque de (μL)𝐶𝑎𝐶𝑙 2 Concentração de (mg/L)𝐶𝑎2+ Abs 1 Abs 2 Média Abs 50 0,5 0,041 0,044 0,0425 200 2,0 0,168 0,169 0,1685 400 4,0 0,335 0,334 0,3345 600 6,0 0,506 0,509 0,5075 800 8,0 0,669 0,667 0,668 1000 10,0 0,822 0,823 0,8225 - ? 0,515 0,516 0,5155 Tabela 1: Volume das soluções, concentrações de e absorbâncias medidas𝐶𝑎2+ Gráfico 1: Concentração de por absorbância média𝐶𝑎2+ Com o gráfico, foi possível determinar a equação da reta e o , mostrados𝑅2 abaixo: Equação da reta: ;𝑦 = 0, 00446 + 0, 08252 𝑅2 = 0, 99969 Com a equação da reta, foi possível descobrir a concentração de uma determinada amostra, na qual só haviam informações sobre as absorbâncias medidas. Foi calculado a concentração na amostra diluída e na amostra original, mostrado na Figura 1: Figura 1: Cálculos para determinação de concentração de .𝐶𝑎2+ Após a descoberta da concentração de cálcio na amostra original, foi determinada a massa de cálcio presente em 1 grama de leite em pó. Os resultados estão presentes na figura 2: Por fim, com intenção de descobrir se o leite em pó escolhido para análise apresenta informações verídicas em sua tabela de informação nutricional, foi multiplicado a massa de cálcio encontrado em 1 g de leite em pó 25 vezes,visto que segundo informações do rótulo, uma porção de 25 g do produto contém 380 mg de cálcio. Considerando como aceitável um teor de cálcio entre 361 e 399 mg para cada 25 g de leite em pó, verifica-se que a quantidade desse metal encontrada na amostra em análise encontra-se dentro deste intervalo, uma vez que o valor obtido foi de 387 mg. 5- CONCLUSÃO O sistema de injeção de fluxo proposto para determinação direta do cálcio em amostras de leite em pó é eficiente, simples, relativamente rápido e funciona de acordo com os princípios da Química Verde. As amostras de leite poderiam ser preparadas por simples diluição em água. Como consequência, os custos analíticos e o consumo de reagentes são reduzidos. O teor de cálcio que deve ser encontrado está na faixa de 361 a 399 mg para cada 25 g de leite em pó, observamos que a quantidade desse metal encontrada na amostra em análise está dentro deste intervalo, uma vez que o valor obtido foi de 387 mg. 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA COURA, Jean Cota. Determinação de cálcio em leite em pó por espectrometria de absorção atômica. Timóteo: 2021. 20 slides, color. KRUG, Francisco José; NÓBREGA, Joaquim Araújo; OLIVEIRA, Pedro Vitoriano de. Espectrometria de absorção atômica: parte 1. fundamentos e atomização com chama. 2004. 40 p. Disponível em: https://www.ufjf.br/baccan/files/2011/05/AAS-geral-parte-1-revisada.pdf. Acesso em: 23 mar. 2021. https://www.ufjf.br/baccan/files/2011/05/AAS-geral-parte-1-revisada.pdf