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Fluidoterapia em Animais Domésticos

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INTRODUÇÃO 
 
A fluidoterapia é considerada um tratamento de 
suporte, tendo como principais objetivos expandir a 
volemia, corrigir desequilíbrios hídricos e 
eletrolíticos, suplementar calorias e nutrientes, 
auxiliar no tratamento da doença primária. 
Entretanto é importante que a doença primária seja 
diagnosticada e tratada adequadamente. 
ÁGUA CORPORAL 
 
A água é a substância mais abundante nos seres 
vivos, todas as reações químicas do organismo são 
realizadas em meio aquoso. A água corporal total 
representa de 60 a 70% do peso corporal, porém 
considera-se uma porcentagem menor em animais 
idosos e obesos, e uma porcentagem maior em 
animais jovens. 
 
 70% do peso de um homem. 
 55 a 80% do peso do cão e do gato. 
 70% do peso de um bovino magro e 40% do 
peso de um bovino gordo. 
 Animais recém-nascidos têm 92% do seu peso 
em água. 
 
LÍQUIDO INTRACELULAR  corresponde a 50% 
do peso corporal. 
 
LÍQUIDO EXTRACELULAR  corresponde a 20% 
do peso corporal, distribuídos pelos espaços 
intersticiais e plasmáticos. 
 
EQUILÍBRIO HÍDRICO 
 
O equilíbrio hídrico é constante, a água entra e sai o 
tempo todo do corpo, mantendo o 
equilíbrio/homeostase. 
 
Quase 100% da água vêm por ingestão e parte de 
metabolismo celular que gera um pouco de água. 
 
A perda vai ser ocasionada pela urina, fezes, leite e 
alguns animais que sofrem sudorese intensa. 
 
Regulação do volume de água  O hipotálamo faz 
a regulação do centro da sede induzindo o animal a 
beber mais ou menos água. 
 
A partir do momento que tiver um desequilíbrio na 
água vou ter um paciente desidratado, que falta 
água/líquido na sua circulação. 
 
DESIDRATAÇÃO 
 
Alterações do equilíbrio hidroeletrolítico corporal 
em que a perda de água é maior que a sua 
absorção. 
 
 Então o indivíduo mesmo bebendo água pode 
ficar desidratado. 
EXEMPLO: Idosos, têm um consumo maior para 
manter suas funções vitais e tem uma perda 
acentuada como frequências de defecação maior, 
episódios maiores de poliúria, então mesmo 
bebendo água estão desidratados. 
 
São DUAS as causas principais de desidratação: 
 
1. FALHA NA INGESTÃO DE ÁGUA 
 
 Privação (não suprimento, incapacidade de chegar 
à fonte de água); 
 O tutor pode sair de casa, encher o pote de água 
do cachorro e o animal pode derrubar e passar o 
dia todo sem água. Ou animal com alguma paralisia 
ou distúrbio ortopédico que o impede de chegar à 
água. 
 
 Ausência de sede (endotoxemia, pós-anestesia). 
 Animais com alguma condição que leve a 
endotoxemia como infecção, inflamação, distúrbios 
metabólicos. 
 No pós-anestésico ocorre um bloqueio 
hipotalâmico temporário que faz com que o animal 
tenha pouca sede. Por isso o animal recebe 
fluidoterapia durante a anestesia para ir bem 
hidratado para casa, sabendo que ele pode não 
sentir sede depois. 
 
 Impossibilidade de beber água (obstrução 
esofágica, fratura mandibular, neoplasia de 
faringe/laringe, lesões em sistema nervoso central). 
 
Portanto quando chega um paciente desidratado 
que não sabemos o que está acontecendo com ele 
temos que pensar em todas essas hipóteses. 
 
 
 
2. PERDA EXCESSIVA DE LÍQUIDO 
 
O animal está perdendo muito mais do que a sua 
capacidade de repor. 
 
 Principais causas: VÔMITO E DIARREIA. 
 Doenças renais, cardíacas e hepáticas; 
 Grandes lesões cutâneas (queimadura é uma 
causa importante de desidratação); 
 Sudorese; 
 Sialorréia; 
 Pancreatite. 
 Obstruções agudas do trato gastrointestinal 
(ocorre um sequestro de líquido muito grande para 
aquela região para tentar resolver o processo). 
Peritonite difusa 
 
OBSERVAÇÃO: Na nossa rotina como clínico 
vemos mais o segundo caso, perda excessiva de 
líquido por algum motivo. 
EXEMPLOS 
 
ACIDOSE RUMINAL  mucosa gástrica do animal 
fica toda tomada por úlceras gástricas difusas, 
causando importante diarreia. 
 
 
ANIMAL TIMPÂNICO  tem um problema 
gastrointestinal que pode culminar em 
endotoxemia ou diarreia levando a desidratação. 
 
 Em animais de companhia o vômito e diarreia são 
as causas mais comuns de desidratação. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA DESIDRATAÇÃO 
 
Classificada de acordo com a variação de sódio no 
líquido extracelular, ou seja, o plasma. 
 Posso simplesmente coletar o sangue e dosar o 
sódio do paciente. 
1. HIPERTÔNICA 
 
A mais simples. Animal que teve uma privação de 
água simples. 
EXEMPLO: o animal que passou o dia todo sem 
beber água. 
 
 Não há perda de sódio (Na+) 
 
 Discretas manifestações clínicas 
 
 Desidratação muito discreta menor que 5%. 
 
Se isso persistir, e o animal ficar mais dias sem 
beber água, isso vai evoluir! 
 
2. ISOTÔNICA 
 
Caracterizada pela perda de água e uma perda 
discreta de sódio (Na+). 
 
Pode acontecer por: 
 
 SUDORESE EXCESSIVA  animal que foi 
estimulado um exercício um pouco mais intenso. 
 
 NEFROSE  (nefropatia caracterizada por 
alterações, lesão primitiva nos túbulos renais). Não 
é causada por bactérias ou alguma coisa tóxica, 
muitas vezes é uma lesão degenerativa do túbulo 
renal e o animal acaba perdendo um pouco dessas 
substâncias. 
 
 ENTERITE SIMPLES  diarréia discreta, animal 
que comeu algo que não deveria ou por troca de 
ração. 
 
 Há sinais de desidratação leves e se formos 
avaliar o sódio vamos ver que a hiponatremia, 
começa a diminuir sódio na circulação. 
 
3. HIPOTÔNICA 
 
Observada nas perdas graves de fluídos e de sódio 
(Na+). 
 
Pode acontecer por: 
 
 DIARRÉIA DE BEZERROS  (bezerros com E. 
coli), muitas vezes fatal e de surto na propriedade. 
 
 SALMONELOSE EM EQUINOS; 
 
 GASTROENTERITES VIRÓTICAS; 
 
 Há sinais de desidratação severa e hiponatremia 
acentuada, o sódio está muito mais baixo do que 
deveria estar. 
 
Qual a importância de classificar a desidratação do 
paciente? 
 Para saber como tratar o animal, ajuda a definir 
qual fluído usar e darmos o prognóstico do 
paciente. 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 
A sintomatologia varia de acordo com o modo que 
ocorreu a perda de líquidos e eletrólitos 
 
 É importante estabelecer se o quadro é agudo ou 
crônico. 
 Durante a anamnese saber o que leva o 
indivíduo a desidratação vai nos ajudar, a saber, se 
é agudo ou crônico. 
 
 Os sintomas mais importantes são o 
RESSECAMENTO (focinho) e ENRUGAMENTO DA 
PELE, que tem uma aparência retraída, 
principalmente em região facial, e há uma 
ENOFTALMIA (olho afundado). 
 
 
 
 Ocorre uma notável DIMINUIÇÃO DA 
ELASTICIDADE DA PELE sobre a escápula, dorso e 
pálpebras superiores. 
 Quando o animal está desidratado acaba 
sequestrando líquido da Periferia como pele e 
mucosas para direcionar para órgãos mais 
importantes e sem água a pele perde elasticidade. 
Portanto, é só puxar a pele nessas regiões e 
observar o tempo que demora a voltar ao normal. 
 
 
 
 
 
 Em condições normais o tempo de persistência 
do pregueamento é de até 2 segundos. O que 
aumenta de acordo com o grau de desidratação e 
em casos extremos chega a 45 segundos. 
 
OBSERVAÇÃO: Não puxar a pele do pescoço, pois 
normalmente os animais tem muita pele neste 
local, não significa que está desidratado se a pele 
não voltar (principalmente em gatos). 
 
 
 No cavalo fazemos esse movimento no pescoço. 
TPC (TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR) 
 
 Consiste em colocar o dedo na mucosa do animal 
(região da gengiva, em cima do canino ou dos 
incisivos), o sangue tem que voltar a fluir 
rapidamente, não pode ficar branca. 
 
 
 
 As mucosas podem estar ressecadas e 
pegajosas. 
 
 O TPC que normalmente está entre 1 a 3 
segundos, prolonga-se à medida que se intensifica a 
desidratação. 
 
OBSERVAÇÃO - A perda de massa muscular e 
consequentemente a perda de peso são 
proporcionais à intensidade de desidratação. 
↪ O músculo vai ser quebrado para extrair água 
para o indivíduo. 
 
SÓDIO E POTÁSSIO 
 
São fundamentais na homeostase, manutenção da 
saúde do animal. Portanto é importante sempre 
avaliar esses dois eletrólitos, que vão nos dar 
informações importantespara corrigir o que está 
acontecendo com o paciente. 
 
 HIPONATREMIA  fraqueza muscular, 
depressão mental, hipotermia e hipotensão. 
 
 HIPOPOTASSEMIA (HIPOCALEMIA)  
fraqueza, decúbito, tremores musculares, arritmia 
cardíaca e coma. 
 
 HIPERNATREMIA  sede intensa, depressão, 
fasciculações musculares, convulsão e coma. 
 
 HIPERPOTASSEMIA (HIPERCALEMIA)  
bradicardia, arritmia, parada cardíaca. 
 
EXEMPLO  HIPOCALEMIA/HIPOPOTASSEMIA 
EM GATOS 
O gato faz VENTROFLEXÃO CERVICAL, o pescoço 
fica ventralmente flexionado (fica olhando para 
baixo), significa que existe uma fragilidade muscular 
por conta do ligamento nucal. Acontece quando o 
gato tem um POTÁSSIO BAIXO. 
 
 
 
CAUSAS MAIS COMUM DE DESIDRATAÇÃO 
EM ANIMAIS 
 
 ACIDOSE OU ALCALOSE METABÓLICA! 
 
1. ACIDOSE METABÓLICA 
 
 Tem como causa excessiva perda de base 
(bicarbonato), ou acúmulo de ácidos, ou a 
combinação dos processos. 
 
OBSERVAÇÃO: Animal com diarreia intensa é 
provável que ele tenha acidose por isso é 
importante dar fluidos TAMPONANTES para ele 
para alcalinizar o sangue. 
ACIDOSE EM PEQUENOS ANIMAIS 
 
 Diarreia intensa; 
 Insuficiência renal; 
 Cetoacidose diabética; 
 Acidose tubular renal; 
Acidose lática (parada cardíaca, choque, 
hipoxemia); 
 Administração de drogas ácidas ou medicamentos 
(ácidos, cloreto de amônio); 
 Substâncias tóxicas (etilenoglicol, metanol)... 
 
ACIDOSE EM GRANDES ANIMAIS 
 
 Diarreias agudas de neonatos; 
 Enterite aguda de bovinos e equinos adultos; 
 Ingestão excessiva de carboidratos (acidose 
ruminal); 
 Cetoacidose; 
 Doença renal; 
 Asfixia neonatal dos bovinos; 
 Obstrução intestinal (cólicas). 
 
OBSERVAÇÃO: O Ph sanguíneo é fundamental 
para que tudo fique bem. Por isso sempre pensar 
no ph do sangue. Para manter o animal numa 
normalidade. Podemos usar o ph da urina também 
para avaliar. 
 
2. ALCALOSE METABÓLICA 
 
 Tem como causa excessiva absorção de base ou 
excessiva perda de ácidos. 
 
ALCALOSE EM PEQUENOS ANIMAIS 
 
 Vômito persistente; 
 Hiperadrenocorticismo; 
 Uso de diuréticos que diminuem os cloretos; 
 Administração excessiva de substâncias alcalinas 
(bicarbonato ou lactato). 
 
ALCALOSE EM GRANDES ANIMAIS 
 
 Dilatação e deslocamento com torção de 
abomaso; 
 Indigestões vagais; 
 Síndrome de refluxo. 
 Em equinos com obstrução proximal do intestino 
observa-se inicialmente um quadro de alcalose 
metabólica 
 
OBSERVAÇÃO: se o animal apresenta vômito 
pensar em alcalose. 
 
COMO MENSURAR O PERCENTUAL DE 
DESIDRATAÇÃO 
 
 A desidratação vai de 5 a 15. 
 
 5  MUITO SUAVE. Histórico pode ser animal 
que teve menor gestão de água (desidratação 
hipertônica). Não é detectável no exame do animal, 
praticamente assintomático. 
 
 5 - 6  DESIDRATAÇÃO SUAVE, com discreta 
perda de turgor cutâneo ou elasticidade cutânea 
animal apresenta Episódio esporádico de vômito e 
diarreia. 
 
 6 - 8  MODERADA. O animal está inapetente, 
apresenta mais vômito e mais diarreia. 
 
 10 - 12  SEVERA. Ocorre ressecamento de 
mucosa, globo ocular retrai, puxa a pele e ela não 
volta. 
 
 12 - 15  CHOQUE. O animal já chega a estado 
de choque e pode ter uma morte iminente. Ex: 
animal pode chegar com hemorragias ou 
queimaduras. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
HEMATÓCRITO (VG%)  VG (volume globular) 
identifica a hemoconcentração através do aumento 
do seu valor. 
↪ VG muito aumentado pode indicar 
hemoconcentração, muito mais células do que 
líquido e isso pode indicar desidratação. 
 
OBSERVAÇÃO: Tomar cuidado com animais 
anêmicos, pois o VG já vai estar baixo e a 
hemoconcentração às vezes nem acontece. 
 
PROTEÍNAS TOTAIS  apresenta aumento em 
animais desidratados. 
 
OBSERVAÇÃO: Tomar cuidado com doenças que 
cursam com hipoproteinemia e o animal pode estar 
desidratado e com a proteína baixa por causa de, 
por exemplo, uma doença no fígado ou intestinal. 
 
DENSIDADE URINÁRIA  apresenta aumento em 
animais desidratados. A não ser que o animal seja 
doente renal, pois neste caso a densidade pode até 
diminuir. 
 
ATENÇÃO: O monitoramento da densidade 
urinária durante a fluidoterapia é interessante, pois 
a medida que ela vai caindo indica que o animal 
está se hidratando. 
 
GLICOSÚRIA  pode indicar acidose diabética. 
 
CETONÚRIA  frequente em desidratação, 
privação de carboidratos, jejum prolongado, 
toxemia gravídica de ovinos e caprinos e diabetes. 
 
PH URINÁRIO  pode auxiliar com segurança a 
presença de alcalose ou acidose sistêmica desde 
que o animal não tenha doença renal/urinária. 
Exemplo: Animal com urolitíase de urina alcalina. 
 
UREIA E CREATININA  caracterizando azotemia 
e diminuição da taxa de filtração glomerular. 
Permitem ainda a avaliação da eficácia da 
fluidoterapia na melhoria da perfusão renal. 
Ureia e creatinina podem estar altas em animais 
desidratados e muitos clínicos confundem com 
insuficiência renal. 
 
OBSERVAÇÃO: animal azotêmico nem sempre 
tem insuficiência renal. Pode ser só desidratação. 
EXEMPLO 
 
 Animal chega à clínica com ureia e creatinina 
alta, hematócrito alto, proteínas totais altas. É 
doença renal? O que fazer? 
↪ Os exames indicam desidratação. Deixar o animal 
internado 24 horas na fluidoterapia, quando o TPC 
e turgor cutâneo estiverem normais, avaliar a ureia 
e creatinina novamente. 
Se não normalizarem ele provavelmente é doente 
renal mesmo! 
 
 Portanto se chegar um animal desidratado não 
fazer o exame de ureia e creatinina, pois elas vão 
dar elevadas. Fazer a fluidoterapia no paciente 
primeiro e depois fazer os exames. 
Se tiver a necessidade de saber rápido se o animal 
tem doença renal ou não, faça a urinálise. 
 
DOSAGEM SÉRICA DA ALBUMINA  é útil em 
caso de hipoproteinemia. 
↪ para ver se é a Albumina que está baixa ou se são 
outras frações da proteína. 
 
TESTES DE FUNÇÃO HEPÁTICA  (ALT, AST, FA, 
GGT). Para ver se o fígado está envolvido no 
processo ou não. 
 
GLICEMIA  útil para descartar paciente diabético 
e permitir o uso de soluções glicosadas para 
pacientes hipoglicemicos. 
 
OBSERVAÇÃO: Não fazemos glicose no animal 
sem saber se ele está hiperglicemica ou não. 
 
 Se possível fazer a determinação sérica de sódio, 
potássio e cloretos. 
 
HEMOGASOMETRIA é essencial na avaliação do 
equilíbrio ácido-básico e no monitoramento da 
terapia estabelecida. 
 
Utiliza-se amostra de sangue arterial que vai nos 
mostrar: 
 
 Analisa o PH sanguíneo; 
 pCO2 ( pressão parcial de dióxido de carbono); 
 HCO-3 (Bicarbonato); 
 TCO2 (dióxido de carbono total); 
 BE (bases totais, excesso de base). 
 
 A hemogasometria mostra exatamente o PH do 
sangue, o quanto de bicarbonato, cálcio, cloreto, 
potássio, magnésio estão no sangue… Dá para saber 
exatamente o quanto vamos precisar repor. Para 
emergência é indispensável. 
 
OBSERVAÇÃO: É um exame excelente, porém 
muito caro! (tutor não paga). 
Não é um exame que dá para mandar para 
laboratório, pois é feito com sangue arterial, 
portanto tem que ser avaliado no máximo em meia 
hora, pois senão tudo começa a se degradar. 
 
 
PRINCÍPIOS DA FLUIDOTERAPIA 
 
 A finalidade da fluidoterapia consiste em corrigir 
a desidratação e o desequilíbrio eletrolítico; 
 
 Pode ser indicada ainda para corrigir quadro de 
acidose ou alcalose; 
 
 Tratar um animal em choque (hipovolêmico); 
 
 Terapia nutricional parenteral; 
 
 Estímulo de funções orgânicas (exemplos doenças 
renais). 
↪ O fluido força o rim a trabalhar. 
PARA FAZER A FLUIDOTERAPIA É NECESSÁRIO: 
 
 Examinar cuidadosamente paciente; 
 
 Tentar chegar a uma causa determinada para a 
desidratação; 
↪ Se encontrarmos a causa e tirá-la podemos ter 
um animal que não vai mais se desidratar. 
 
 Investigar o status nutricional do paciente; 
 
 Solicitar exames complementares e interpretá-los 
muito bem; 
 
 Descartar doenças interferentes; 
 
 Escolher a solução a utilizar (calcular, administrar 
e acompanhar clinicamente e porexames 
laboratoriais). 
 
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA 
FLUIDOTERAPIA 
 
EXAME CLÍNICO  Observar melhora das 
mucosas e pregueamento cutâneo; 
 
 Diminui o TPC; 
 
 Regularização de arritmias e bradicardias; 
 
Retorno da função renal dentro de 30 a 60 
minutos. 
↪ em animais que estamos fazendo fluidoterapia, 
precisa estar com uma sonda para acompanharmos 
a densidade urinária. 
 
Testes laboratoriais para acompanharmos PPT, 
VG, hemogasometria. 
 
QUAIS SOLUÇÕES UTILIZAR? 
1. RINGER COM LACTATO DE SÓDIO 
 
É uma solução isotônica, com composição 
semelhante ao líquido extracelular (LEC), com ph 
em torno de 6,5 utilizado para reposição. 
 
 ALCALINIZANTE (lactato-bicarbonato). 
 Lactato vai ser convertido no fígado em 
bicarbonato. 
 
 Indicado para acidose metabólica. 
 Se o animal tem diarreia, administrar ringer com 
lactato, pois a diarreia cursa com acidose 
metabólica. 
 
CONTRAINDICAÇÕES: 
 
 HEPATOPATIAS GRAVES, TERMINAIS  pois 
o fígado não vai estar apto para converter o lactato 
em bicarbonato. 
 
 HIPERCALCEMIA  pois contém cálcio na sua 
composição, contém também potássio, cloreto de 
sódio e lactato. 
 
 Não deve ser administrado com 
HEMODERIVADOS (plaquetas, hemácias)  Pois 
pode causar uma precipitação no equipo de 
administração venosa. Portanto, não fazer lactato 
no mesmo equipo que está fazendo sangue. 
 
2. RINGER SIMPLES 
 
É uma solução isotônica (lembra o plasma), porém 
não contém lactato. 
 
 Indicado para reposição. 
 
 Contém mais cloreto e mais cálcio que outras 
soluções tornando-a levemente ACIDIFICANTE (pH 
5,5) 
 
 Indicado para Alcaloses metabólicas 
 
OBSERVAÇÃO: Para animais hepatopatas 
podemos administrar bicarbonato no ringer 
simples (vai ter uma solução TAMPONANTE 
novamente). 
 
3. SOLUÇÃO NACL A 0 9% (FISIOLÓGICA) 
 
É uma solução cristaloide, isotônica, utilizada para 
reposição. 
 
 Não é uma solução balanceada (não tem íons, 
cálcio, potássio...) só tem água e sal. 
 
 É uma solução ACIDIFICADORA (tende mais a 
neutralidade), portanto é indicada para pacientes 
com alcalose. 
 
 Sendo indicada para pacientes com alcalose, 
hipoadrenocorticismo (por aumentar reposição de 
sódio), insuficiência renal oligúrica ou anúrica 
(tomar cuidado, pois não sabemos a causa dessa 
anuria) e hipercalcemia (vai aumentar a excreção 
de cálcio). 
 
 Indicado por via parenteral, tópica, oral... 
 
OBSERVAÇÃO: Na dúvida pode usar o fisiológico, 
mas determinar o problema do animal para fazer a 
correção. 
 
4. SOLUÇÃO DE GLICOSE A 5% EM NACL 9% 
 
Também é chamado de solução glicofisiológica 
(glicose com soro fisiológico). 
 
 Utilizada para reposição (repor a quantidade de 
água que o animal perdeu) e manutenção para 
manter o animal hidratado. 
 A glicose vai ser interessante para oferecer uma 
fonte imediata de energia para aquele animal. 
 
 Só vou fazer essa solução quando eu monitorei a 
Glicemia do paciente e estiver normal. 
 
PH 4, 0  ACIDIFICADOR 
 
5. SOLUÇÃO SALINA HIPERTÔNICA (7,5 - 10 
OU 20% DE SÓDIO) 
 
É uma solução utilizada para reanimação 
cardiovascular (resgata a PA, pois o excesso de 
sódio prende mais líquido no vaso) e reposição. 
 Vai colocar volume de sangue no animal de 
forma rápida. 
 
EXEMPLO: Animal que teve acidente e rompeu o 
baço, está perdendo muito sangue e a pressão está 
baixa, essa solução vai repor um volume rápido e 
vai ficar mais tempo dentro do vaso. 
É preciso monitorar o paciente em relação à 
frequência cardíaca, PA… se não podemos causar 
uma hipertensão grave e piorar o quadro 
hemorrágico. 
 
 É indicado em caso de hemorragia, queimaduras, 
hipovolemia e choque. 
6. SOLUÇÕES COLOIDAIS/GELATINAS 
 
Contém substâncias de alto peso molecular 
restritas ao compartimento plasmático. 
 Ela se expande dentro dos vasos causando uma 
melhora da pressão arterial. 
INDICAÇÃO: 
 
 Pacientes que possuem proteína plasmática Total 
(PPT) menor que 3,5 g/dl (normal 6-8); 
 Albumina menor que 1,5 g/dl (normal acima de 
2,5); 
 
 Em caso de choque hipovolêmico. 
 
 Animais que estão fazendo derrames corporais 
secundários a hipoproteinemia ou hipovolemia 
(ascite crônica ou hemorragia grave que precisa ter 
um volume circulante por mais tempo). 
 Vão aprisionar o líquido no vaso. 
 
OBSERVAÇÃO: Mais utilizado em terapias 
intensivas do que na clínica diariamente. 
7. HEMOCOMPONENTES 
 
 Não utilizamos muito por desconhecimento e por 
dificuldade de adquiri-lo. 
 
 Existem poucos bancos de sangue no Brasil. 
 
SANGUE TOTAL FRESCO  (sangue que 
acabamos de coletar de um animal e ele se mantém 
até 24 horas parar de administrarmos em outros 
animais) - rico em hemácias, leucócitos, plaquetas 
fatores de coagulação... 
 
SANGUE TOTAL REFRIGERADO  (pode ficar 
até 45 dias na geladeira, vai manter a integridade 
das hemácias, mas plaquetas não ficam boas). 
Sempre que vamos mandar para o cliente uma 
bolsa de sangue Total refrigerado é preciso fazer 
uma punção nessa bolsa, avaliar a morfologia das 
células volume globular da bolsa que tende a cair 
um pouquinho. 
 
PLASMA FRESCO E PLASMA CONGELADO  
(rico em fator de coagulação e proteína, por isso é 
interessante para animais que só precisam de 
proteínas (hemoparasitose) ou animais com 
tendência a hemorragias. 
 
 
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS E 
CONCENTRADO DE PLAQUETAS  
Concentrado de hemácias é interessante para 
animais com mycoplasma (doença hemolítica), pois 
perdem só hemácias. 
 
 
 
 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS DA 
FLUIDOTERAPIA 
 
1. VÔMITO 
 
 Há importante perda de potássio; 
 Hipocloremia; 
 Hiponatremia; 
 O animal tende a fazer ALCALOSE METABÓLICA. 
QUAIS AS OPÇÕES PARA TRATAR ESSE PACIENTE? 
 
 Ringer simples (repõe sódio, cloro e potássio). 
 
 NaCl 0,9% (repõe sódio e cloro) e é acidificante. 
↪Se fizer a solução fisiológica é necessário fazer a 
reposição de potássio 
 
 Reposição de potássio (0,5 mEq 
(miliequivalente) KCL/kg/h). 
↪ KCL 10% - 3 ml em 500 ml de NaCl. 
 
OBSERVAÇÃO: não repor potássio sem fazer a 
mensuração do potássio, A não ser que seja aquele 
gato que chega desse tratado e com ventroflexão, 
neste pode fazer tranquilamente! 
 
O excesso de potássio vai levar a uma 
despolarização excessiva do miocárdio que vai 
parar de funcionar! 
 
2. DIARREIA 
 
 Há importante perda de potássio; 
 O animal pode ter hipo ou hipernatremia; 
 Na maioria dos casos ocorre acidose. 
QUAIS AS OPÇÕES PARA TRATAR ESSE PACIENTE? 
 
 Utilizar ringer com lactato (sódio, cloro potássio 
e substâncias alcalinizantes). 
 
 Nacl ou ringer simples podem ser utilizados 
desde que ocorre adição de outros elementos (K, 
HCO-3 - Bicarbonato). 
 
QUANDO FAZER ESSA SUBSTITUIÇÃO? 
↪ em animais com hepatopatias graves que não 
podem receber direto ringer com lactato, pois o 
fígado não está apto a converter lactato em 
bicarbonato. 
 
3. NEFROPATIAS 
 
 Há sério desequilíbrio hidroeletrolítico 
 
OBSERVAÇÃO: Sempre se lembrar da sigla ÍRIS 
(associação de estudiosos em interesse à saúde 
renal). Ela classifica estadia os cães e gatos com 
nefropatia, portanto é preciso classificar a ÍRIS, 
avaliar os exames como um todo, não olhar só ureia 
e creatinina, para avaliarmos em qual situação o 
animal está no estágio da doença renal crônica 
(avaliado de 1 a 4) e tomar uma precaução através 
disso. 
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) 
 
 Acidose metabólica é frequente, portanto 
preconiza-se o uso de ringer com lactato. 
 
 Se a acidose for intensa, pode ainda ser 
administrado o bicarbonato (0,5 a 1 mEq/kg). 
 
OBSERVAÇÃO: Adicionar bicarbonato somente em 
soluções livre de cálcio, ou seja, não acrescentar 
bicarbonato em ringer simples ou com lactato, pois 
o bicarbonato pode precipitar no cálcio. 
 
 Só posso acrescentar bicarbonato no NaCl 0,9% 
↪ só que em volume menor. Não vou calcular para 
poder repor o que o animal perdeu, vou calcular ela 
para administrar o que o animal perdeu nas 
próximas 2 ou 3 horas. 
Exemplo:Calculei para um animal em 24 horas 3 
litros de NaCl, vou diluir o bicarbonato em um de 
250 de fisiológico e deixar gotejando por 30 - 60 
minutos. 
 
OBSERVAÇÃO: se precisar adicionar bicarbonato, 
mas o animal estiver fazendo uso de ringer simples 
ou com lactato, fazer em outro acesso (outro 
braço). 
 
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) 
 
 O organismo do indivíduo vai tentar compensar as 
perdas de alguma forma. 
 
 Verificar o PH urinário para selecionar a melhor 
solução. 
 
 Para esses casos prefere-se a VIA SUBCUTÂNEA 
quando permitida, pois vai ter uma absorção lenta. 
Quando eu faço intravenoso eu vou hidratar o 
animal, mas vai ser eliminado pelos rins mais 
rápido. 
COMO FAZER? 
 
 Preconiza-se o uso de RINGER COM LACTATO em 
casos de acidose para fazer a reposição 
intravenosa. Depois NaCl por via subcutânea 
indicada na manutenção. 
 
 Os gatos IRC devem receber potássio por via oral, 
pois perdem muito potássio. 
 
OBSERVAÇÃO: Ringer com lactato por via 
subcutânea pode-se fazer? 
Existem alguns casos que a pessoa fala que dói e 
pode causar algumas reações (necrose cutânea), 
por causa do potássio, cálcio... 
 
PORTANTO O IDEAL PARA SC  NACL 
 
VOLUME A UTILIZAR 
 
O cálculo da quantidade de fluido a ser utilizada 
para o tratamento deve prever a reposição de 
perdas atuais, ou seja, ser suficiente para reidratar 
o animal... 
 
Deve-se considerar: 
 
1. REPOSIÇÃO DO DÉFICIT INICIAL 
 
REPOR AQUILO QUE O ANIMAL PERDEU! 
 
 Administração de fluidos de reposição. 
↪ escolher o fluido de acordo com o problema que 
o animal está apresentando. 
 
 Devem ser considerados aspectos clínicos e o 
grau (%) de desidratação. 
↪ Através do TPC e pele. 
 
FÓRMULA 
 
Litros ➡ para animais grandes 
 
 
Reposição de volume (L) = peso corpóreo (kg) 
x (%) de desidratação/100 
 
 
ML ➡ para cães pequenos e gatos. 
 
 
Reposição de volume (ml) = peso corpóreo 
(kg) x (%) de desidratação x 10 
 
 
Exercício: 
 
Cavalo QM com 12% de desidratação e pesando 
620 kg. 
↪ Calcular em litros - 620x12/100 = 74,4 litros. 
 
 
Cão com 9% de desidratação e pesando 25 kg. 
↪ Calcular em ml ➡ 25x9x10 = 2.250 ml (2 litros e 
250 ml). 
 
 
2. MANUTENÇÃO 
 
CONSIDERAR O QUE O ANIMAL AINDA CONTINUA 
PERDENDO. 
 
 A fluidoterapia de manutenção se faz necessária 
quando o paciente não ingere voluntariamente, 
água ou alimento suficiente para repor as perdas 
normais. 
QUANTO USAR? 
 
40-65 ml/kg/24horas para animais ADULTOS. 
130 ml/kg/24 horas para animais FILHOTES 
 
 
 Qual volume escolher? 
↪ De acordo com o grau de desidratação do animal. 
 
OBSERVAÇÃO: O filhote tem mais líquido 
extracorpóreo do que o adulto por isso precisa de 
um volume maior. 
 
 Quando vamos fazer apenas a manutenção? 
↪ em animais com insuficiência renal crônica que 
só vai à clínica para manutenção, pois bebe água 
em casa, mas não é o suficiente para manter 
hidratado. 
 
FÓRMULA 
 
 
Volume (40-65 ml) x peso do animal (kg) 
 
 
Exemplo: 
Exercício: 40 ml x 15 kg = 600 ml 
 
Cão adulto pesando 25 kg. 
↪25x40 = 1000 ml 
 
 
Equino adulto pesando 620 kg. 
↪620 x 65 = 40.300 litros 
 
ATENÇÃO: Refazer o teste de hidratação e fazer 
mais fluido (perdas contínuas) se o animal ainda 
estiver desidratado. 
 
3. PERDAS CONTÍNUAS 
 
QUANDO O ANIMAL CONTINUA A PERDER ÁGUA 
DURANTE O PERÍODO DE TRATAMENTO, 
(EXEMPLO VÔMITO, DIARREIA, POLIÚRIA...) 
 
 Essa perda deve ser calculada baseando-se no 
volume usado para corrigir o déficit inicial (primeira 
conta). 
 
Litros ➡ para animais grandes 
 
 
Reposição de volume (L) = peso corpóreo (kg) 
x (%) de desidratação/100 
 
 
ML ➡ para cães pequenos e gatos. 
 
 
Reposição de volume (ml) = peso corpóreo 
(kg) x (%) de desidratação x 10 
 
 
Exemplos: 
 
Cavalo adulto QM com 8% de desidratação e 
pesando 620 kg. 
↪Calcular em litros - 620x8/100 = 49,6 litros 
 
 
Cão adulto com 7% de desidratação e pesando 25 
kg. 
↪ Calcular em ml ➡ 25x7x10 = 1,750 ml (1 litro e 
750 ml). 
 
OBSERVAÇÃO: Todos esses cálculos são para 1 dia 
de hidratação do animal. 
 
OBSERVAÇÃO: Não posso fazer o volume final dos 
3 cálculos de uma vez (tem que fazer em 24 horas), 
por isso considerar a taxa de administração. 
 
TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 Volume que posso colocar por hora no paciente 
para não exceder principalmente a capacidade 
renal do animal. 
↪ se exceder pode dar edema pulmonar no animal 
 
 Deve ser paralela a gravidade da desidratação ou 
do distúrbio eletrolítico ou ácido-básico. 
 
 Os fluidos devem ser administrados rapidamente 
no início e em seguida diminuindo as taxas até que 
a condição seja corrigida. 
QUE TAXA CONSIDERAR? 
 
DESIDRATAÇÃO LEVE A MODERADA  15 - 30 
ml/kg/hora. 
 
DESIDRATAÇÃO GRAVE  50 ml/kg/hora. 
 
FÓRMULA 
 
 
Taxa por grau de desidratação x peso (kg) 
 
 
Exemplo: 25 kg x 50 ml (desidratação grave) = 1.250 
litro/hora 
 
Exemplo (seguindo os anteriores) 
Reposição inicial: 25x9x10 = 2.250 ml (2 litros e 250 
ml). 
 
Manutenção: 25x40 = 1000 ml 
 
Perda continua: 25x7x10 = 1,750 ml (1 litro e 750 
ml). 
 
Somar tudo ➡ 3,252 ➡ dar 1,250 litros/hora. 
 
 
 Considerar a viabilidade da função renal. 
EXEMPLO: a fluidoterapia deve ser acompanhada 
da presença de conteúdo urinário. Após 4 horas de 
administração de fluido, sem fluxo urinário, a taxa 
de administração deve ser reduzida para 2 
ml/kg/hora. 
↪ Se o animal não elimina o fluido na urina, pode 
ter uma falência renal, pode estar fazendo oligúria 
ou anúria. 
 
 Todos os animais em fluidoterapia, se possível, 
devem ser submetidos à cateterização da bexiga. 
 
OBSERVAÇÃO: para AVALIAR SE A 
FLUIDOTERAPIA ESTÁ SENDO EFICAZ, mensurar a 
quantidade urinária do paciente (passar sonda em 
pequenos animais). Para grandes não é tão simples 
passar uma sonda uretral, portanto podemos 
avaliar o volume globular, proteína plasmática 
Total, turgor cutâneo, TPC, olho... 
 
PARA FIXAR 
 
Considere um cão de 10 kg, 5 anos com 
parvovirose, com grande volume de diarreia 
aquosa/mucosa de 3 - 6 vezes ao dia e episódios de 
vômito. 
 
Desidratação estimada em 10% 
Taxa de administração de 30 ml/kg/hora. 
 
1° FAZER A REPOSIÇÃO 
 
10 kg x 10 x 10 = 1 Litro para reposição. 
2° FAZER A MANUTENÇÃO 
↪ animal está perdendo muito líquido, portanto 
escolher o volume maior. 
 
10 kg x 65 ml/kg/dia = 650ml/dia manutenção. 
 
O animal vai continuar perdendo líquido por 2 ou 3 
dias, mesmo que esteja tratando pois é 
parvovirose. 
3° PERDAS CONTÍNUAS 
↪ mesma dose que foi dada para a reposição = 1 
Litro. 
 
Somando tudo ➡ 2,650 ml/24 horas. 
4° TAXA A SER ADMINISTRADA (POR HORA). 
↪ Considerando 30 ml/kg/hora. 
 
10 x 30 = 300 ml 
 
O animal pode receber até 300 ml/hora. 
↪ mais ou menos 8 horas (2,650 ÷ 300) 
 
 Preciso fazer 300 ml por hora necessariamente? 
↪Se o animal puder ficar 24 horas na clínica 
podemos fazer o valor total dividido nas 24 horas 
através da bomba de infusão. 
 
 Usar bomba de infusão 
↪Essa bomba envolve um mecanismo de peristalse 
contínuo que libera fluído continuamente, em uma 
taxa constante de acordo com o que marcamos 
nelas. 
 
 
 Quando não temos a bomba de infusão? 
↪Bomba de infusão por comodato, que precisa 
comprar só o equipo (mangueirinha) pela empresa. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
A ESCOLHA DA VIDA DEPENDE DE ALGUNS FATORES 
COMO: 
 
 Tipo de doença a ser tratada 
Estado clínico e das funções orgânicas do paciente 
 Grau de desidratação e desequilíbrio eletrolítico 
 Duração e evolução da doença 
 Tempo e equipamentos disponíveis. 
 
1. VIA ORAL 
 
 Mais fácil, econômica e fisiológica. 
 É a mais segura! 
 
 Porém é indicada apenas em DESIDRATAÇÕES 
LEVES até 5% de desidratação 
 
Pode ser utilizada na manutenção e 
suplementação nutricional. 
↪ Exemplo: vaca pariu, manda muito líquido para 
fora, está produzindo uma quantidade de leite 
muito grande, no momento do parto está super 
desidratada. Fazemos a reposição, mas depois ela 
levanta e começa a beber água, então nãoprecisa 
mais de manutenção injetável ou reposição 
contínua, ela se deu bem apenas com a via oral. 
 
Contra indicado em desidratação grave vômitos e 
obstruções. 
 
FORMA DE ADMINISTRAR 
 
 Vai ser administrado espontaneamente com o 
auxílio de uma seringa se o animal não quiser beber 
ou passar uma sonda nasogástrica ou com sonda 
inserida diretamente no esôfago. 
 
 
 
 
2. VIA RETAL (INTRARETAL) 
 
 Prática e eficiente 
 
 Deve ser considerada especialmente PARA 
ANIMAIS JOVENS E OCASIONALMENTE FELINOS. 
↪ em grandes animais a área de absorção é muito 
pequena, por isso não é utilizada. 
 
 Indicada para aves. 
 
3. VIA INTRAÓSSEA 
 
 Aplicada na tuberosidade da tíbia ou do úmero. O 
fluido vai direto à medula óssea e tem efeito 
extremamente rápido! 
 
 Utilizado em pequenos animais; 
 
 Indicação para FILHOTES (em animais adultos 
temos dificuldade de fazer a técnica). 
 
 DESIDRATAÇÃO SEVERA 
 
 Quando houver IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR 
OUTRA VIA. 
 
 
 
4. VIA INTRAVENOSA 
 
 É a via de eleição para graus moderados e severos 
de desidratação. 
 
 Grandes volumes podem ser administrados desde 
que respeitemos a taxa de administração 
 
 Atenção para assepsia (cateteres de 
permanência) 
 
 Cuidado com rápida infusão e edema pulmonar. 
 
 Veias: Jugular, safena, femural... 
 
5. VIA SUBCUTÂNEA: 
 
 Indicada para animais de pequeno porte 
 
 Administração de quantidades moderadas 
(grandes volumes geralmente não são 
administrados). 
 
 Tem absorção mais lenta, porém continua. 
 
 Recomendada na manutenção de fluido em 
doenças crônicas. 
↪ Animais com IRC, faz por via SC e fica 2 ou 3 dias 
hidratado pois a absorção é bem lenta. Normal 
aplicar no dorso e descer para a barriga (barriga fica 
caída). 
 
 Atenção para o tipo de fluido a ser administrado 
por esta via. 
↪ Exemplo glicose (vai causar necrose subcutânea). 
 
 Implantação de dispositivos para pacientes com 
doenças crônicas. 
↪ botãozinho colocado através de pequena 
perfuração e fica um cateter debaixo da pele do 
animal para não ficar perfurando ele sempre. Troca 
1 vez por mês. 
 
 
 
6. VIA INTRAPERITONEAL 
 
 É mais rápido que a via subcutânea. 
 
 Riscos de peritonite (precisa de rigorosa assepsia). 
 
 Absorve plasma e concentrado de hemácias. 
↪ Se não tem uma veia e precisa fazer transfusão 
de hemácias ou concentrado, pode ser feito via 
intraperitoneal. 
 
Em grandes animais podem ser administrados 
grandes volumes.