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. 1 SED-MS Leitura, compreensão e interpretação de textos .................................................................................. 1 Estruturação do texto e dos parágrafos ............................................................................................. 12 Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais .............. 16 Significação contextual de palavras e expressões ............................................................................. 40 Equivalência e transformação de estruturas ...................................................................................... 52 Sintaxe: processos de coordenação e subordinação ......................................................................... 58 Emprego de tempos e modos verbais ................................................................................................ 65 Pontuação ......................................................................................................................................... 79 Estrutura e formação de palavras ...................................................................................................... 87 Funções das classes de palavras ...................................................................................................... 97 Flexão nominal e verbal ................................................................................................................... 132 Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação ................................................................. 138 Concordância nominal e verbal ........................................................................................................ 148 Regência nominal e verbal ............................................................................................................... 164 Ortografia oficial ............................................................................................................................... 175 Acentuação gráfica .......................................................................................................................... 190 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br COMPREENSÃO DO TEXTO Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa operação de compreensão. E assim teremos: Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de reconhecimento. A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor. Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. Coesão É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e semanticamente resultam num texto coeso. Leitura, compreensão e interpretação de textos 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 2 Coerência A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens e de relacionar ações e motivações. Tipos de Composição Descrição É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. Narração É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença depersonagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. Dissertação É apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho. Sentidos dos Textos Sentidos Próprio e Figurado Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que “flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que comumente ocorre. O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. Sentido Imediato É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que restringem a decodificação, tais como: - as frases seguem modelos completos de oração da língua; - discurso lógico; - se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; - significados encontrados no dicionário; - existe concordância entre termos sintáticos; - abstrai-se a conotação; - supõe-se que não há anomalias linguísticas; - abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; - supõe-se pertinência ao contexto; 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 3 - abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de contiguidade); - abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; - não se concebe a existência de locuções e frases feitas; - supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; - abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um oxímoro. Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os recursos de retórica são anteriores a ele. Sentido Preferencial Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo sem higiene”. Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido “figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor sobre o menos usado. Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? Questões 01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: (A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para exibi-los na estante. (B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não chegou a impressionar os críticos dos jornais. (C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a maior parte dos críticos também o teriam apreciado. (D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o quanto poderão nos valer num futuro próximo. (E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem predileção. 02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) Comunicação Política na Suíça Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 4 votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. (Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) O texto abaixo que carece de coerência é: (A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) (B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) (C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) (D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. (Mencken) (E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 03. (Pref. de Teresina/PI - Professor Português - NUCEPE/2016) SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma (A) coesão referencial. (B) coerência argumentativa. (C) coesão sequencial. (D) coerência narrativa. (E) contiguidade. 04. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - do mundo. Foram analisadasa velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público? (Veja, 02.12.2009) 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 5 Há emprego do sentido figurado das palavras em: (A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. (B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. (C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. (D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. (E) não se pode confiar no serviço público? 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) Sua excelência, o leitor Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, "Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? (A) “gritam para ser lidas” (B) “capa contra capa” (C) “logo viram a página” (D) “enquanto bebem café” Gabarito 01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A Comentários 01. Resposta: C É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 02. Resposta. E Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 03. Resposta: C A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus sentidos, ligando-as. 04. Resposta: D A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 05. Resposta: A A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 6 INTERPRETAÇÃO Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de entender um texto? Para se compreender um texto precisa entender o que um texto não é conforme diz Platão e Fiorin: “Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo frases que se constrói um texto”.1 Ou seja, um texto não é um aglomerado de frases, ele tem um começo, meio, fim, uma mensagem a transmitir, tem coerência, e cada frase faz parte de um todo. Na verdade, o texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E como é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já muda a interpretação. Veja a diferença: Qual opção abaixo não pertence ao grupo? Qual opção abaixo pertence ao grupo? Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os erros que podemos cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso que é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão. Texto: conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto: um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. O contexto pode ser entendido como unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade linguística menor.2 Intertexto: quando um texto retoma outro, constrói-se com base em outro. Intertextualidade: é exatamente a relação entre dois textos. Interpretação de Texto: o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: Identificar: reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Comparar: descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. Comentar: relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. Resumir: concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. Parafrasear: reescrever o texto com outras palavras. Exemplo: Título do Texto Paráfrases “O Homem Unido” A integração do mundo. A integração da humanidade. A união do homem. Homem + Homem = Mundo. A macacada se uniu. (sátira) 1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011. 2 PLATÂO, Fiorin, Para entender o texto, Ática, 1990. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 7 Condições Básicas para Interpretar Faz-se necessário: - Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estruturado texto), leitura e prática. - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - Capacidade de observação e de síntese. - Capacidade de raciocínio. Interpretar X Compreender Interpretar significa Compreender significa Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. Tipos de enunciados: - através do texto, infere-se que... - é possível deduzir que... - o autor permite concluir que... - qual é a intenção do autor ao afirmar que... Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito. Tipos de enunciados: - o texto diz que... - é sugerido pelo autor que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma... Erros de Interpretação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: Extrapolação (viagem): ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. Redução: é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que o texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. Contradição: não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. Atenção: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão É o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Vícios de Linguagem Há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia); no dia a dia, porém, existem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: - “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. - “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. - “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). Algumas dicas para Interpretar um Texto - Leia bastante textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de pensar. Leia textos de bom nível. - Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza que estamos prestando atenção na leitura. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 8 - Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e nem lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura num ponto que estávamos prestando atenção, e reler. - Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, nos ajuda a compreender melhor o assunto do texto. - Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar hipóteses e saber sobre o que se fala. - Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza tempo se no meio da leitura identificar uma possível resposta. - Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser usado ao seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. - Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois cada um tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, mas também um aprendizado. Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. Organização do Texto e Ideia Central Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Exemplos: Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer- se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: (A) os portugueses. (B) os negros. (C) os índios. (D) tanto os índios quanto aos negros. (E) a miscigenação de portugueses e índios. (Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: (1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. (2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. (3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. (4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. (5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. (6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. Explicações: (1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 9 (2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. (3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. (4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. (5) Marcão é chamado para cantar. (6) Marcão pratica a ação de cantar. Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: “Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” Frase para análise. Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno. - Não é mencionado que a escola seja da rede privada. - O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafiodo magistério. Outra questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. - Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). - A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses). Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: - Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. - Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. - Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. - Determinados alunos pediram ajuda aos professores. Explicações: - Certos alunos = qualquer aluno. - Alunos certos = aluno correto. - Alunos determinados = alunos decididos. - Determinados alunos = qualquer aluno. Questões 01. (TRE/GO - Analista Judiciário - CESPE) A ciência moderna teve de lutar com um inimigo poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da humanidade. No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo assim, o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas. Depreende-se da argumentação do texto que (A) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática consumista. (B) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à humanidade. (C) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os monopólios de interpretação. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 10 (D) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento da religião, do Estado, da família e dos partidos. 02. (CFP - Técnico em Informática - Quadrix) Sobre a interpretação dos quadrinhos, assinale a alternativa correta. (A) Os quadrinhos não causariam o riso, independentemente do perfil do leitor e da leitura realizada. (B) Depois de o marido afirmar ser estéril, não seria possível de maneira alguma a mulher estar grávida. (C) Na verdade, pode-se concluir que a mulher mentiu para o marido em relação à gravidez, querendo apenas assustá-lo. (D) As imagens em nada se relacionam ao texto dos quadrinhos. (E) No primeiro quadrinho, a maneira de falar e as imagens mostram que a mulher imaginou que daria uma boa notícia ao marido. 03. (MPE/ES - Promotor de Justiça Substituto - FAPEC) A arte de ser feliz Cecília Meireles Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, pra que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Glossário: Félix Lope de Vega y Carpio A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa correta: (A) O texto apresenta o modo descritivo-narrativo, trazendo como uma de suas mensagens a ideia de que o ser humano precisa aprender a ver com olhos conscientes para poder captar a realidade em sua plenitude. (B) O texto apresenta o modo dissertativo-argumentativo, porque está baseado na defesa de uma ideia visando convencer o leitor de que as pessoas precisam enxergar as coisas e fatos mais singelos do cotidiano para alcançar a felicidade. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 11 (C) O texto apresenta somente o modo narrativo, trazendo a ideia de que todos devem ter uma só visão sobre o mundo. (D) O texto apresenta somente o modo injuntivo ou instrucional, pois objetiva, sobretudo, trazer explicações sobre a visão do ser humano, sem a finalidade de convencer o leitor por meio de argumentos. (E) O texto apresenta somente o modo descritivo ao fazer o retrato minucioso escrito de um lugar, uma cena, uma pessoa e alguns animais, identificados como “pequenas felicidades certas”. 04. (Pref. São José/PR - Agente Administrativo - FAUEL/2017) Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis; cientistas esperam dados de qualidade inédita. Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco meses. A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quarta-feira e restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas de terra ou gelo - poderia provocar danos. Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acredita-se, por gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele. Fragmento do texto publicado no site da BBC Brasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017. Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de: (A) uma biografia dos cientistas Cassini e Huygens. (B) uma notícia sobre um avanço científico. (C) uma reportagem política sobre a Nasa. (D) um artigo científico sobre velocidade. (E) um texto acadêmico sobre a Via Láctea. 05. (CREF 12ª Região - Assistente Administrativo - QUADRIX) A interpretação da tirinha, de uma maneira global, permite compreender que: (A) As razões pelas quais Ágatha troca Gaturro por um novo namorado são puramente sentimentais. (B) Ágatha não consegue apresentar quaisquer razões para ter trocado de namorado. (C) Ágatha e Gaturro continuam sendo namorados, apesar de ela afirmar o contrário. (D) À medida que Ágatha apresenta suas razões, Gaturro se sente mais e mais humilhado, sentimento que tem seu ápice nos dois últimosquadrinhos. (E) A relação entre Ágatha e Gaturro sempre foi conturbada, o que se pode comprovar pelas feições alternadas de Gato Viga ao longo do desenrolar dos fatos. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 12 Gabarito 01.B / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D Comentários 01. Resposta: B O texto argumenta a dificuldade que a ciência moderna teve em relação a quebrar paradigmas estabelecidos, que existe um monopólio de interpretação e que este somente pode ser prejudicial não permitindo outras formas de interpretação. 02. Resposta: E Em relação as quadrinhos é necessário para uma boa interpretação, prestar atenção nos desenhos e na linguagem. No primeiro quadrinho a esposa realmente com um rosto feliz pensa que sua fala será impactante e alegre para o seu marido. 03. Resposta: A O modo descritivo-narrativo se apresenta no texto, uma vez que existe a descrição de um personagem que molha as plantas, e uma narrativa ao mesmo tempo, a descrição é bem sucinta, ou seja, bem rápida e leve. 04. Resposta: B O texto expõe claramente um tema sobre avanço científico, sobre a sonda que faz 13 anos está em órbita enviando informações para a terra. 05. Resposta: D Sim, à medida que Ágatha vai mencionando partes do corpo do seu novo namorado, o Gaturro chega à conclusão que é melhor inverter o discurso, para não precisar ouvir mais qualidades do seu novo namorado, e suas expressões evidenciam isso claramente. “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva-nos a refletir sobre a organização3 das ideias em um texto. A eficácia do texto dependerá da forma pela qual estas ideias se apresentarão mediante o transcorrer do discurso. Partindo deste pressuposto, temos a noção de quão importante é a estruturação do texto e dos parágrafos, que permitem que o pensamento seja distribuído de forma lógica e precisa, com vistas a permitir uma efetiva interação entre os interlocutores. Obviamente que outros fatores relacionados à competência linguística do emissor participam deste processo, entre estes: pontuação adequada, utilização correta dos elementos coesivos, de modo a estabelecer uma relação harmônica entre uma ideia e outra, dentre outros. Estruturação Os elementos essenciais para a composição de um texto são: introdução, desenvolvimento e conclusão4. Analisemos cada uma das partes separadamente: Introdução Apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. Caracteriza-se por ser o parágrafo inicial. Desenvolvimento Estruturalmente, é a maior parte contida no texto. 3 http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estudos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/ 4 https://www.algosobre.com.br/redacao/a-unidade-basica-do-texto-estrutura-do-paragrafo.html Estruturação do texto e dos parágrafos 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 13 O desenvolvimento estabelece uma relação entre a introdução e a conclusão, pois é nesta etapa que as ideias, argumentos e posicionamento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com o intuito de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e capazes de fazer com que o leitor anteceda a conclusão. Os três principais erros cometidos durante a elaboração do desenvolvimento são: 1. Distanciamento do texto em relação à discussão inicial. 2. Concentrar-se em apenas um tópico do tema e esquecer os demais. 3. Tecer muitas ideias ou informações e não conseguir organizá-las ou relacioná-las, dificultando, assim, a linha de entendimento do leitor. Conclusão É o ponto de chegada de todas as argumentações elencadas no desenvolvimento, ou seja, é o fechamento do texto e dos questionamentos propostos pelo autor. Na elaboração da conclusão deve-se evitar as construções padrões como: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”. Sequência Lógica O texto deve ter uma sequência lógica, que são exatamente as ideias bem estruturadas que vão levar ao leitor compreender o sentido do texto; ou seja, o que se pretende transmitir. Por isso, não pode haver ideias ambíguas (duplo sentido) e nem contraditórias (expressando oposição) do que já fora declarado no texto; também não pode conter frases inacabadas, incompletas ou sem sentido. Após a definição da ideia, o parágrafo é o ponto de partida para uma boa redação. Não se faz um bom texto sem um bom parágrafo para sustentar as ideias principais e secundárias. Chegou a hora de fundamentar sua ideia. Parágrafo Parágrafo é cada unidade de informação construída ou formada no texto, a partir de um tópico frasal (ideia central ou principal do parágrafo – é a “puxada do assunto”). O parágrafo é um dos mais importantes componentes do texto. Ele sempre deverá ser desenvolvido a partir de uma ideia-núcleo, responsável por nortear as ideias secundárias. Parágrafo-padrão: é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. O parágrafo curto também é empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou para enfatizar uma ideia. Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor de nível médio. Cada parágrafo médio construído com três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los. Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da folha; conceitualmente, o parágrafo completo deve dispor de introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor... Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, com vistas a reforçar e conferir credibilidade na discussão. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 14 Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los. Vejamos um exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e conclusão): (Ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente nas capitais do país é um problema relevante, para cuja solução é necessária uma ação conjunta de toda a sociedade. (Ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua legislação de proteção ao meio ambiente, ou fazer valer as leis em vigor; o empresário pode dar sua contribuição, instalando filtro de controle dos gases e líquidos expelidos, e a população, utilizando menos o transporte individual e aderindo aos programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já ocorre em São Paulo. (Conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um desses três setores da sociedade tendem a ser inócuas no combate à poluição e apenas onerar as contas públicas. Quanto aos textos narrativos, os parágrafos costumam ser caracterizados pelo predomínio dos verbos de ação, retratando o posicionamento dos personagens mediante o desenrolar do enredo, bem como pela indicação de elementos circunstanciais referentes à trama: quando, por que e com que ocorreram os fatos.Nesta modalidade, a ocorrência dos parágrafos também se atribui à transcrição do discurso direto, em especial às falas dos personagens. Referindo-se aos textos descritivos, sua utilização está relacionada pela minuciosa exposição dos detalhes acerca do objeto descrito, representado por uma pessoa, objeto, animal, lugar, uma obra de arte, dentre outros, de modo a permitir que o leitor crie o cenário em sua mente. Colaborando na concretização destes propósitos, sobretudo pela finalidade discursiva – visando à caracterização de algo –, há o predomínio de verbos de ligação, bem como do uso de adjetivos e de orações coordenadas ou justapostas. Questões 01. (Câmara de Salvador/BA - Analista Legislativo Municipal – FGV/2018) Quem protege os cidadãos do Estado? Renato Mocellin & Rosiane de Camargo, História em Debate O conjunto de leis nacionais, assim como de tratados e declarações internacionais ratificadas pelos países, busca garantir aos cidadãos o acesso pleno aos direitos conquistados. Há, no entanto, inúmeras situações em que o Estado coloca a população em risco, estabelecendo políticas públicas autoritárias, investindo poucos recursos nos serviços públicos essenciais e envolvendo civis em conflitos armados, por exemplo. Existem diversas organizações internacionais que atuam de forma a evitar que haja risco para a vida das pessoas nesses casos, como a Anistia Internacional, a Cruz Vermelha e os Médicos sem Fronteiras. Por meio de acordos internacionais, essas instituições conseguem atuar em regiões de conflito onde há perigo para a população. Os Médicos sem Fronteiras, por exemplo, nasceram de uma experiência de voluntariado em uma guerra civil nigeriana, no fim dos anos 1960. Um grupo de médicos e jornalistas decidiu criar uma organização que pudesse oferecer atendimento médico a toda população envolvida em conflitos e guerras, sem que essa ação fosse entendida como uma posição política favorável ou contrária aos lados envolvidos. Assim, seus membros conseguem chegar a regiões remotas e/ou sob forte bombardeio para atender os que estão feridos e sob risco de vida. Para que a imparcialidade dos Médicos sem Fronteiras seja possível, é preciso que as partes envolvidas no conflito respeitem os direitos dos pacientes atendidos. Assim, a organização informa a localização de suas bases e o tipo de atendimento que deve ocorrer ali; o objetivo é proporcionar uma atuação transparente, que sublinhe o caráter humanitário da ação dos profissionais da organização. Sobre a estruturação geral do texto, é correto afirmar que: (A) o final do primeiro parágrafo cita todos os casos em que o Estado interfere com a segurança e tranquilidade da população; 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 15 (B) o segundo período do primeiro parágrafo se opõe à ideia central do primeiro período do mesmo parágrafo; (C) o terceiro e o quarto parágrafos contemplam particularmente as organizações citadas no segundo parágrafo; (D) o último parágrafo indica um projeto futuro da organização Médicos sem Fronteiras; (E) entre o primeiro e o segundo parágrafos há uma relação lógica de causa/consequência. 02. (TRT - 1ª Região - Técnico Judiciário Instituto AOCP/2018) “Eu era piloto… Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade. Isso naqueles anos, imagine, em 1936. Na época, era uma coisa rara. E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no avião!’. Eu, como era komsomolka*, estava nas primeiras filas, claro. Na mesma hora me inscrevi no aeroclube. Só que meu pai era categoricamente contra. Até então, todos em nossa família eram metalúrgicos, várias gerações de metalúrgicos e operadores de altos-fornos. E meu pai achava que metalurgia era um trabalho de mulher, mas piloto não. O chefe do aeroclube ficou sabendo disso e me autorizou a dar uma volta de avião com meu pai. Fiz isso. Eu e meu pai decolamos, e, desde aquele dia, ele parou de falar nisso. Gostou. Terminei o aeroclube com as melhores notas, saltava bem de paraquedas. Antes da guerra, ainda tive tempo de me casar e ter uma filha. Desde os primeiros dias da guerra, começaram a reestruturar nosso aeroclube: os homens foram enviados para combater; no lugar deles, ficamos nós, as mulheres. Ensinávamos os alunos. Havia muito trabalho, da manhã à noite. Meu marido foi um dos primeiros a ir para o front. Só me restou uma fotografia: eu e ele de pé ao lado de um avião, com capacete de aviador… Agora vivia junto com minha filha, passamos quase o tempo todo em acampamentos. E como vivíamos? Eu a trancava, deixava mingau para ela, e, às quatro da manhã, já estávamos voando. Voltava de tarde, e se ela comia eu não sei, mas estava sempre coberta daquele mingau. Já nem chorava, só olhava para mim. Os olhos dela são grandes como os do meu marido… No fim de 1941, me mandaram uma notificação de óbito: meu marido tinha morrido perto de Moscou. Era comandante de voo. Eu amava minha filha, mas a mandei para ficar com os parentes dele. E comecei a pedir para ir para o front… Na última noite… Passei a noite inteira de joelhos ao lado do berço…” Antonina Grigórievna Bondareva, tenente da guarda, piloto * komsomolka: a jovem que fazia parte do Komsomol, Juventude do Partido Comunista da União Soviética. (Disponível em: ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Tradução de Cecília Rosas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.) Referente à estruturação do texto II, é correto afirmar que (A) o segundo parágrafo está centrado no relato do casamento da narradora e no fato de que ela teve uma filha antes da guerra. (B) o tipo de narrador presente no texto é o narrador-onisciente, que tem acesso aos pensamentos e sentimentos de todas as personagens e a todas as informações do enredo. (C) é possível dividir a narrativa em três grandes momentos: como a narradora se tornou piloto; o trabalho da narradora durante a guerra; o fim da guerra, em 1941. (D) o questionamento “E como vivíamos?”, levantado pela narradora, é uma pergunta retórica, recurso argumentativo que consiste em apresentar uma pergunta e não respondê-la, estimulando, assim, que os leitores reflitam sobre possíveis respostas. (E) todos os parágrafos, com exceção do primeiro, iniciam-se com expressões que têm como função localizar temporalmente os eventos narrados. Gabarito 01.B / 02.E 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 16 Comentários 01. Resposta: B a) É aquela alternativa que não tem lógica se você ler o texto, até porque ao final do primeiro parágrafo diz que o Estado põe em risco a população, e não que interfere com segurança e tranquilidade. b) Gabarito, realmente o segundo período se opõe ao primeiro, sendo que o primeiro diz que o Estado busca garantir aos cidadãos acesso pleno aos direitos, e logo após no segundo período diz que o próprio Estado põe em risco a população com políticas públicas autoritárias, pouco investimento etc. c) o 2º parágrafo cita 3 organizações (anistia internacional / cruz vermelha / médicos sem fronteiras), nos 3º e 4º parágrafos fala somente do médico sem fronteiras; d) não é um projeto futuro, é a realidade que acontece, é algo presente. e) Não há relação de causa e consequência. 02. Resposta: E O narrador-onisciente conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos. COESÃO Uma das propriedades que distinguem um texto de um amontoado de frases é a relação existente entre os elementos que os constituem. A coesão textual é a ligação entre palavras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os componentes e dar articulação do texto. Observe: “O iraquiano leu sua declaraçãonum bloquinho comum de anotações, que segurava na mão.” Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece conexão entre as duas orações. Se tivermos: “O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de anotações e segurava na mão, retomando na segunda um dos termos da primeira: bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a conexão entre as duas orações, um fenômeno de coesão. Leia o texto que segue: Arroz-doce da infância Ingredientes 1 litro de leite desnatado 150g de arroz cru lavado 1 pitada de sal 4 colheres (sopa) de açúcar 1 colher (sobremesa) de canela em pó Preparo Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de sal e mexa sem parar até cozinhar o arroz. Adicione o açúcar e deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente, polvilhe a canela. Sirva. Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4. São Paulo, InCor, agosto de 1999,. Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingredientes e modo de preparar. As informações apresentadas na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os nomes mencionados pela primeira vez na lista de ingredientes vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre outras funções, a de indicar que o termo determinado por ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já fizera menção. Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 17 No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona o açúcar, o artigo relaciona ao açúcar citado na primeira parte. Se dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar mais além do citado anteriormente, pois se trataria de outro açúcar, diverso daquele citado no rol dos ingredientes. Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: retomada ou antecipação de palavras, expressões ou frases e encadeamento de segmentos. Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra gramatical (pronome, verbos ou advérbios) “No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há total igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ganham menos do que aqueles em cargos equivalentes.” Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” retoma o termo mulheres, enquanto “aqueles” recupera a palavra homens. - Os termos que servem para retomar outros são denominados anafóricos; os que servem para anunciar, para antecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a seguir, desta antecipa abandonar a faculdade no último ano: “Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no último ano?” - São anafóricos ou catafóricos os pronomes demonstrativos, os pronomes relativos, certos advérbios ou locuções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer, o artigo definido, os pronomes pessoais de 3ª pessoa (ele, o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos: - O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre. “Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na cátedra de Sociologia na Universidade de São Paulo.” - O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; o pronome pessoal “o” retoma o nome Machado de Assis. “As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como um descrente do amor e da amizade.” - O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens. “Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos trajando roupa escura.” - O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema. “Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desanimado com a fila.” - A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai inaugurar e seu complemento. “O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos funcionários do palácio, e o fará para demonstrar seu apreço aos servidores.” - Em princípio, o termo a que “o” anafórico se refere deve estar presente no texto, senão a coesão fica comprometida, como neste exemplo: “André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há vários meses.” A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um anafórico, pois não está retomando nenhuma das palavras citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica totalmente prejudicado: não há possibilidade de se depreender o sentido desse pronome. Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refira a nenhuma palavra citada anteriormente no interior do texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos típicos da cultura em que se inscreve o texto. É o caso de um exemplo como este: “O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava desesperado, porque eram 21 horas e ela não havia comparecido.” Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome “ela” é um anafórico que só pode estar-se referindo à palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo, o desespero só pode ser pelo atraso da noiva (representada por “ela” no exemplo citado). - O artigo indefinido (um, uma, uns, umas) serve geralmente para introduzir informações novas ao texto. Quando elas forem retomadas, deverão ser precedidas do artigo definido (o, a, os, as), pois este é 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 18 que tem a função de indicar que o termo por ele determinado é idêntico, em termos de valor referencial, a um termo já mencionado. “O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.” - Quando, em dado contexto, o anafórico pode referir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de coesão, porque ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o texto seja escrito de tal forma que o leitor possa determinar exatamente qual é a palavra retomada pelo anafórico. - O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à palavra ator quanto a diretor. “Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por causa da sua arrogância.” - Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao termo amiga ou a ex-namorado no exemplo abaixo. Permutando o anafórico “que” por “o qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria desfeita. “André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que trabalha na mesma firma.” Retomada por palavra lexical - (substantivo, adjetivo ou verbo) Uma palavra pode ser retomada, quer por uma repetição, quer por uma substituição por sinônimo, hiperônimo, hipônimo ou antonomásia. Sinônimo: é o nome que se dá a uma palavra que possui o mesmo sentido que outra, ou sentido bastante aproximado: injúria e afronta, alegre e contente. Hiperônimo: é um termo que mantém com outro uma relação do tipo contém/está contido; Hipônimo: é uma palavra que mantém com outra uma relação do tipo está contido/contém. O significado do termo rosa está contido no de flor e o de flor contém o de rosa, pois toda rosa é uma flor, mas nem toda flor é uma rosa. Flor é, pois, hiperônimo de rosa, e esta palavra é hipônimo daquela. Antonomásia: é a substituição de um nome próprio por um nome comum ou de um comum por um próprio. Ela ocorre, principalmente, quando uma pessoa célebre é designada por uma característica notória ou quando o nome próprio de uma personagem famosa é usado para designar outras pessoas que possuam a mesma característica que a distingue: “O rei do futebol (=Pelé) só podia ser um brasileiro.” “O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado numa recente minissérie de tevê.” *Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver lutado pela liberdade na Europa e na América. “Ele é um Hércules.” (=um homem muito forte). *Referência à força física que caracteriza o herói grego Hércules. “Um presidente da República tem uma agenda de trabalho extremamente carregada. Deve receber ministros, embaixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a todo o momento tomar graves decisões que afetam a vida de muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Um presidente deve começar a trabalhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da noite.”A repetição do termo presidente estabelece a coesão entre o último período e o que vem antes dele. “Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os astros sempre o atraíram.” Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo astros, que recupera os hipônimos estrelas, planetas, satélites. “Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do homem era regido por humores (fluidos orgânicos) que percorriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensidade em nosso corpo. Eram quatro os humores: o sangue, a fleuma (secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra. E eram também estes quatro fluidos ligados aos quatro elementos fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido), ao Fogo (quente) e à Terra (frio), respectivamente.” Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18. Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro períodos se faz pela repetição da palavra humores; entre o terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo fluidos. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 19 É preciso manejar com muito cuidado a repetição de palavras, pois, se ela não for usada para criar um efeito de sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo. No trecho transcrito a seguir por exemplo, fica claro o uso da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes, vicejam, viciem), com a evidente intenção de ridicularizar a condição secundária que um provável flamenguista atribui ao Vasco e ao seu Vice-presidente: “Recebi por esses dias um e-mail com uma série de piadas sobre o pouco simpático Eurico Miranda. Faltam-me provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um flamenguista.” Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice-presidente do clube, vice-campeão carioca e bi- vice-campeão mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal, no Carioca de basquete, no Brasileiro de basquete e na Taça Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que não viciem. José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo, 2000. A elipse é o apagamento de um segmento de frase que pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Também constitui um expediente de coesão, pois é o apagamento de um termo que seria repetido, e o preenchimento do vazio deixado pelo termo apagado (=elíptico) exige, necessariamente, que se faça correlação com outros termos presentes no contexto, ou referidos na situação em que se desenrola a fala. Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de Machado de Assis: (...) Mas a lua, fitando o sol, com azedume: “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imorta, que toda a luz resume!” Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, VIII, Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes daquilo que disse a lua, isto é, antes das aspas, fica subentendido, é omitido por ser facilmente presumível. Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja que, no exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que vem elidido (ou apagado) antes de sentiu e parou: “Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada no peito e parou.” Pode ocorrer também elipse por antecipação. No exemplo que segue, aquela promoção é complemento tanto de querer quanto de desejar, no entanto aparece apenas depois do segundo verbo: “Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preterido. Afinal, queria muito, desejava ardentemente aquela promoção.” Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos que têm regência diferente, a coesão é rompida. Por exemplo, não se deve dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois o verbo conhecer rege complemento não introduzido por preposição, e a elipse retoma o complemento inteiro, portanto teríamos uma preposição indevida: “Conheço (deste livro) e gosto deste livro”. Em “Implico e dispenso sem dó os estranhos palpiteiros”, diferentemente, no complemento em elipse faltaria a preposição “com” exigida pelo verbo implicar. Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendável é colocar o complemento junto ao primeiro verbo, respeitando sua regência, e retomá-lo após o segundo por um anafórico, acrescentando a preposição devida (Conheço este livro e gosto dele) ou eliminando a indevida (Implico com estranhos palpiteiros e os dispenso sem dó). Coesão por Conexão Há na língua uma série de palavras ou locuções que são responsáveis pela concatenação ou relação entre segmentos do texto. Esses elementos denominam-se conectores ou operadores discursivos. Por exemplo: visto que, até, ora, no entanto, contudo, ou seja. Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do texto: estabelecem entre elas relações semânticas de diversos tipos, como contrariedade, causa, consequência, condição, conclusão, etc. Essas relações exercem função argumentativa no texto, por isso os operadores discursivos não podem ser usados indiscriminadamente. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 20 Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não alcançou a vitória”, por exemplo, o conector “mas” está adequadamente usado, pois ele liga dois segmentos com orientação argumentativa contrária. Se fosse utilizado, nesse caso, o conector “portanto”, o resultado seria um paradoxo semântico, pois esse operador discursivo liga dois segmentos com a mesma orientação argumentativa, sendo o segmento introduzido por ele a conclusão do anterior. - Gradação: há operadores que marcam uma gradação numa série de argumentos orientados para uma mesma conclusão. Dividem-se eles, em dois subtipos: os que indicam o argumento mais forte de uma série: até, mesmo, até mesmo, inclusive, e os que subentendem uma escala com argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito. “Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem articulado, conhece bem o assunto de que fala e é até sedutor.” Toda a série de qualidades está orientada no sentido de comprovar que ele é bom conferencista; dentro dessa série, ser sedutor é considerado o argumento mais forte. “Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Chegará a ser pelo menos diretor da empresa.” Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de trabalho; por outro lado, subentende que há argumentos mais fortes para comprovar que ele tem as qualidades requeridas dos que vão longe (por exemplo, ser presidente da empresa) e que se está usando o menos forte; ao menos, pelo menos e no mínimo ligam argumentos de valor positivo. “Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segundo grau.” No máximo introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ter muita dificuldade de aprender; supõe que há uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) e que se está usando o argumento menos forte da escala no sentido de provar a afirmação anterior; no máximo e quando muito estabelecem ligação entre argumentos de valor depreciativo. - Conjunção Argumentativa: há operadores que assinalam uma conjunção argumentativa, ou seja, ligam um conjunto de argumentos orientados em favor de uma dada conclusão: e, também, ainda, nem, não só... mas também, tanto... como, além de, a par de. “Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o diretor da escola, é muito respeitado pelos funcionários e também é muito querido pelos alunos.” Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o interlocutor quem pode tomar uma dada decisão. O último deles é introduzido por “e também”, que indica um argumento final na mesma direção argumentativa dos precedentes. Esses operadores introduzem novos argumentos; não significam, em hipótese nenhuma, a repetição do que já foi dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores de conjunção segmentos que representam uma progressão discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e continuou seu discurso”, porque o segundo segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não teria cabimento usar operadoresdesse tipo para ligar dois segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e escondeu o choro que tomou conta dele”. - Disjunção Argumentativa: há também operadores que indicam uma disjunção argumentativa, ou seja, fazem uma conexão entre segmentos que levam a conclusões opostas, que têm orientação argumentativa diferente: ou, ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário. “Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar a briga, para que ele não apanhasse.” O argumento introduzido por ao contrário é diretamente oposto àquele de que o falante teria agredido alguém. - Conclusão: existem operadores que marcam uma conclusão em relação ao que foi dito em dois ou mais enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmações de que decorre a conclusão fica implícita, 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 21 por manifestar uma voz geral, uma verdade universalmente aceita): logo, portanto, por conseguinte, pois (o pois é conclusivo quando não encabeça a oração). “Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao controle dos fluxos mundiais de petróleo. Por conseguinte, não é moralmente defensável.” Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à afirmação exposta no primeiro período. - Comparação: outros importantes operadores discursivos são os que estabelecem uma comparação de igualdade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos, com vistas a uma conclusão contrária ou favorável a certa ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que. “Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves quanto maior for a corrupção entre os agentes penitenciários.” O comparativo de igualdade tem no texto uma função argumentativa: mostrar que o problema da fuga de presos cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agentes penitenciários; por isso, os segmentos podem até ser permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do ponto de vista argumentativo, pois não há igualdade argumentativa proposta: “Tanto maior será a corrupção entre os agentes penitenciários quanto mais grave for o problema da fuga de presos”. Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a conclusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte diálogo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de futebol: “__Precisamos promover atletas das divisões de base para reforçar nosso time. __Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quanto os do time principal.” Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da promoção, pois ele declara que qualquer atleta das divisões de base tem, pelo menos, o mesmo nível dos do time principal, o que significa que estes não primam exatamente pela excelência em relação aos outros. Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os segmentos na sua fala: “__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto os das divisões de base.” Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade da promoção, pois ele estaria declarando que os atletas do time principal são tão bons quanto os das divisões de base. - Explicação ou Justificativa: há operadores que introduzem uma explicação ou uma justificativa em relação ao que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois. “Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem autorização da ONU, devem arcar sozinhos com os custos da guerra.” Já que inicia um argumento que dá uma justificativa para a tese de que os Estados Unidos devam arcar sozinhos com o custo da guerra contra o Iraque. - Contrajunção: os operadores discursivos que assinalam uma relação de contrajunção, isto é, que ligam enunciados com orientação argumentativa contrária, são as conjunções adversativas (mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto, porém) e as concessivas (embora, apesar de, apesar de que, conquanto, ainda que, posto que, se bem que). Qual é a diferença entre as adversativas e as concessivas, se tanto umas como outras ligam enunciados com orientação argumentativa contrária? Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento introduzido pela conjunção. “O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levanta mais decidido a vencer.” 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 22 Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclusão negativa sobre um processo ocorrido com o atleta, enquanto a começada pela conjunção “mas” leva a uma conclusão positiva. Essa segunda orientação é a mais forte. Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primeiro caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplantada pela falta de beleza; no segundo, que a falta de beleza perde relevância diante da simpatia. Quando se usam as conjunções adversativas, introduz-se um argumento com vistas à determinada conclusão, para, em seguida, apresentar um argumento decisivo para uma conclusão contrária. Com as conjunções concessivas, a orientação argumentativa que predomina é a do segmento não introduzido pela conjunção. “Embora haja conexão entre saber escrever e saber gramática, trata-se de capacidades diferentes.” A oração iniciada por “embora” apresenta uma orientação argumentativa no sentido de que saber escrever e saber gramática são duas coisas interligadas; a oração principal conduz à direção argumentativa contrária. Quando se utilizam conjunções concessivas, a estratégia argumentativa é a de introduzir no texto um argumento que, embora tido como verdadeiro, será anulado por outro mais forte com orientação contrária. A diferença entre as adversativas e as concessivas, portanto, é de estratégia argumentativa. Compare os seguintes períodos: “Por mais que o exército tivesse planejado a operação (argumento mais fraco), a realidade mostrou- se mais complexa (argumento mais forte).” “O exército planejou minuciosamente a operação (argumento mais fraco), mas a realidade mostrou- se mais complexa (argumento mais forte).” - Argumento Decisivo: há operadores discursivos que introduzem um argumento decisivo para derrubar a argumentação contrária, mas apresentando-o como se fosse um acréscimo, como se fosse apenas algo mais numa série argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso, ademais. “Ele está num período muito bom da vida: começou a namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido na empresa, recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo e, além disso, ganhou uma bolada na loteria.” O operador discursivo introduz o que se considera a prova mais forte de que “Ele está num período muito bom da vida”; no entanto, essa prova é apresentada como se fosse apenas mais uma. - Generalização ou Amplificação: existem operadores que assinalam uma generalização ou uma amplificação do que foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, também, é verdade que. “O problema da erradicação da pobreza passa pela geração de empregos. De fato, só o crescimento econômico leva ao aumento de renda da população.” O conector introduz uma amplificação do que foi dito antes. “Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os que atualmente militam no nosso futebol. O conector introduz uma generalização ao que foi afirmado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso futebol são retranqueiros. - Especificação ou Exemplificação: também há operadores que marcam uma especificação ou uma exemplificação do que foi afirmado anteriormente: por exemplo, como. “A violência não é um fenômeno que está disseminado apenas entre as camadas mais pobres da população. Por exemplo, é crescente o número de jovens da classe média que estão envolvidos em toda sorte de delitos, dos menos aos mais graves.” Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica, exemplifica a afirmação de que a violência não é um fenômeno adstrito aos membros das “camadas mais pobres da população”. 1508153 E-book gerado especialmente para WELITON SILVA MARTINS . 23 - Retificação